Curiosidades sobre calagem em 5 casos especiais

Veja agora o que é calagem, como fazê-la e algumas curiosidades em casos especiais!

A calagem feita de forma adequada melhora a nutrição das plantas, e assim aumenta a produtividade.

O aumento de produção agrícola tem efeito direto no PIB, já que o agronegócio representa quase um quarto do PIB nacional.

Sem falar que a calagem custa apenas 5% do custo total de produção agrícola, mas pode gerar retornos incríveis!

Mas como fazer isso de forma correta? E em casos especiais como plantio direto, estiagem, etc?

Venha comigo e confira agora como fazer tudo isso.

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O que é calagem e para que serve

Vamos começar entendendo o que é calagem e porque essa prática é tão importante.

A calagem é uma etapa do preparo do solo para o cultivo agrícola em que materiais de caráter básico são adicionados ao solo para neutralizar a sua acidez.

A aplicação de calcário (calagem) atua na acidez do solo e também há o fornecimento de nutrientes como cálcio e magnésio para as plantas.

Então, a calagem atua no pH do solo. Especialmente nas primeiras camadas de solo.

Assim, a prática elimina a acidez, aumenta a CTC e melhora o aproveitamento de nutrientes pelas plantas.

Os calcários são classificadas com relação à concentração de MgO em calcíticos (menos de 5%), magnesianos (5 a 12%) e dolomíticos (acima de 12%).

A qualidade do produto será função de suas características químicas (PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total) e físicas ( tamanho das partículas).

Você pode ter essas informações na própria embalagem do calcário.

Veja agora a calagem em casos específicos:

>> Esteja preparado e não se engane na pré-safra: saiba quais corretivos utilizar

1.Calagem em regiões muito chuvosas

Para atuar na correção da acidez do solo, o calcário necessita sofrer uma reação, que ocorre com a umidade e pelo contato com o solo.

Assim, o produto deve ser aplicado três meses antes da safra para que quando forem iniciados o plantio ou a adubação o calcário já tenha reagido com o solo.

Essas reações provocam mudanças no solo, aumentando o pH para faixa de 5,5 a 6,5, onde são disponibilizados os nutrientes essenciais para a planta:

Venha comigo e confira agora como fazer tudo isso:

disponibilidade-nutrientes-calagem

(Fonte: Malavolta, 1979 em Agronomia com Gismonti)

Assim, nas regiões com grande umidade, onde as chuvas se mantém constantes por seis meses, deve-se aplicar o calcário 3 meses antes de começar a safra.

Mas lembre-se que nunca se deve entrar com máquinas no campo se a terra estiver molhada, pois isso causa compactação do solo e pode destruir sua nutrição de plantas.

No entanto, se sua região tiver um período de muita chuva e outro de seca, faça a calagem antes de acabar o período chuvoso, mesmo que seja 4 ou 5 meses antes da safra começar.

Desse modo, haverá tempo do corretivo reagir para promover as mudanças benéficas ao solo que será cultivado no próximo período de chuvas.

>> Gessagem: Tudo o que você precisa saber sobre está prática agrícola

2. Calagem em regiões de seca

A calagem é uma grande aliada para a tolerância das plantas a períodos de estiagem.

pratica-calagem

(Fonte: Luciano Mato Grosso em Agroreporter)

Isso porque os principais objetivos da calagem são eliminar a acidez do solo e fornecer cálcio e magnésio para as plantas.

O cálcio estimula o crescimento das raízes e resulta numa maior exploração da água e dos nutrientes do solo, auxiliando a planta na tolerância à seca.

Porém, para a calagem ter todos esses benefícios o calcário precisa encontrar água no solo e assim ocorrer as reações.

Por isso ficam as dicas:

  • Após a colheita de uma safra já faça a análise de solo de sua propriedade;
  • Após a análise defina a dose a ser utilizada e compre o calcário indicado;
  • Deixe maquinário pronto: peças, combustível, tratorista.
  • Assim que houver chuva significativa aplique o calcário, mesmo que seja antes dos 3 meses para começar a lavoura, como indicado em situações normais.

>> O que você precisa saber sobre as diferenças entre calagem e gessagem

3. Calagem em solo compactado

Algumas áreas podem apresentar compactação que  dificulta a incorporação do calcário até a profundidade recomendada.

Por isso, é necessário descompactar o solo antes da incorporação de calcário.

Assim, recomendo muito a realização de adubação verde ou cultura de cobertura antes de realizar a calagem.

O uso de subsolador é uma medida de curto prazo que pode trazer mais prejuízos financeiros, mas em certos casos pode ajudar na sua calagem.

4. Calagem em cultivo convencional

O calcário deve ser distribuído a lanço e incorporado uniformemente ao solo, até a profundidade de 17 a 20 cm.

Assim, no cultivo convencional a aplicação é incorporada: aplicação do calcário seguida de operações de aração e gradagem;

5. Calagem em plantio direto

No sistema plantio direto, a correção da acidez do solo é feita por meio da aplicação de calcário na superfície sem incorporação.

Para isso, indico que as amostragens sejam realizadas em duas profundidades (0-10 e 10-20 cm).

Isso porque o objetivo principal de se avaliar a disponibilidade de cálcio, magnésio e a variação da acidez entre as duas profundidades.

Além do mais, recomendo a utilização de um calcário mais finamente moído, facilitando a reação do calcário com o solo e , consequentemente, maior efeito da calagem.

calagem

(Fonte: Iapar)

A calagem superficial normalmente não tem efeito rápido na redução da acidez do subsolo, por isso o calcário deve ser aplicado o mais cedo possível.

A calagem também atua ao longo dos anos no plantio direto, amenizando os efeitos nocivos da acidez em camadas mais profundas do solo.

Isso é importante porque a acidez nas camadas subsuperficiais, em caso de níveis tóxicos de Al e/ou deficiência de Ca, pode impedir o desenvolvimento das raízes.

Isso pode causar em deficiência de nutrição das plantas e maior suscetibilidade das culturas ao estresse hídrico.

Abaixo são apresentados os parâmetros para a interpretação da análise do solo na cultura da soja:

o que é calagem

Saiba qual calcário comprar

Após análise de solo e definição da dose do calcário, você deve se atentar ao aspecto econômico.

Para saber se o custo de um calcário e seu transporte valem a pena calcule:

Saiba o custo total do calcário colocado na propriedade (incluindo o frete) em reais, divida esse valor pelo PRNT do calcário e multiplique o resultado por 100.

Utilize essa fórmula em várias opções de calcário com diferentes custos de transporte.

Aquele com menor valor é o que deve ser adquirido.

cálculo de calagem Aegro

Exemplo:

Calcário 1: Custo do calcário em minha propriedade (custo total dos quilos de calcário + transporte) = R$ 2200

PRNT do calcário = 80%

2200/80 = 27,5 x 100 = 2750

Calcário 2: Custo do calcário em minha propriedade (custo total dos quilos de calcário + transporte) = R$ 2350

PRNT do calcário = 90%

2350/90 = 26,1 x 100 = 2611,1

Ou seja, mesmo o calcário 2 sendo mais caro, ele compensa seu custo.

Veja agora os benefícios da calagem.

Benefícios da calagem

Todos os benefícios da calagem são relacionadas a melhora da acidez do solo e estímulo de crescimento de raízes.

Mas podemos separar em alguns tópicos para melhor entendimento e compreensão:

Benefícios da calagem para nutrientes

  • Aumenta a disponibilidade da maioria dos nutrientes;
  • Fornecer nutrientes para as plantas: como os íons cálcio e magnésio;
  • Aumentar a disponibilidade de fósforo;
  • Diminui as perdas de bases (K. Ca e Mg) por lixiviação.

Benefícios diretos da calagem para raízes

  • Diminuir a disponibilidade de alumínio (tóxico para a planta);
  • Cálcio estimula o crescimento de raízes;
  • Aumento do sistema radicular e maior exploração de água e nutrientes.

Benefícios da calagem para o solo e planta

  • Auxílio na tolerância à seca;
  • Aumentar a mineralização da matéria orgânica com conseqüente maior disponibilidade de nutrientes;
  • Favorecer a fixação biológica de nitrogênio;
  • Aumenta a agregação do solo, diminuindo a compactação;
  • Melhora as propriedades físicas e biológicas do solo;
  • Estímulo ao desenvolvimento da vida microbiana.

Benefícios econômicos da calagem

  • Prática econômica: relação custo – benefício muito interessante;
  • Garante aumentos na produtividade.

Falando em produtividade, veja como monitorá-la: “Como estas 5 tecnologias mudam a forma de monitoramento da produção agrícola”.

Controle de custos de safra no Aegro

 Com o Aegro você sabe em alguns cliques qual seu custo de produção, inclusive qual o custo que a calagem representa do seu custo de produção total

Fale agora com um de nossos consultores

Agora que você já sabe os benefícios da calagem confira dicas imperdíveis para a sua prática:

Dicas extras para calagem

  • A recomendação da calagem deve ser feita deve ser feita com base na análise de solo em profundidade de de 0-20 cm e 20-40 cm;
  • A coleta das amostras de solo deve ser efetuada de maneira que haja um tempo hábil para que as análises fiquem prontas e se possa iniciar as atividades (faça seu planejamento agrícola!);
  • A necessidade de calagem pode ser calculada por métodos distintos, você precisa saber o cálculo exato para ter uma boa calagem;
  • Os arados resultam em incorporação  mais profunda que as grades aradoras. Contudo, para culturas perenes a incorporação muito profunda é prejudicial, pois danifica o sistema radicular;
  • No entanto, a incorporação rasa leva a superdosagem nas camadas superficiais, causando deficiências de micronutrientes e limitando o desenvolvimento radicular, fique atento!
  • O Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT) mostra a rapidez e a eficiência de reação do produto com o solo, por isso calcários com maiores PRNT são geralmente mais caros;
  • A coleta de amostras de solo para análise é feita em duas etapas:
    • 1ª etapa: logo após a colheita de verão;
    • 2ª etapa: pouco antes do preparo de solo para culturas anuais e após o fim das chuvas para culturas perenes.

Conclusão

Sem dúvida a calagem é fundamental para os solos naturalmente ácidos, que é uma característica dos solos de regiões tropicais, típicos dos solos brasileiros.

A adição de calagem na sua propriedade lhe proporciona ganhos da produtividade, e até mesmo maiores retornos econômicos.

Mas isso só acontece se você realizar a prática corretamente, o que será fácil de fazer ao seguir todas essas dicas e fizer uma boa gestão agrícola!

Gostou das dicas? Como você calcula seu custo de calagem hoje? Tem alguma dica que não citei aqui? Faz a calagem em algum momento diferente? Conte para nós! Comente abaixo!

8 fundamentos sobre MIP (Manejo Integrado de Pragas) que você ainda não aprendeu

Fundamentos do Manejo Integrado de Pragas: o que você precisa saber para começar o MIP em sua área e ter o controle adequado de pragas.

O Manejo Integrado de Pragas ou MIP, tem se tornado uma alternativa bastante eficaz no combate de pragas.

As lavouras são muito afetadas pelas pragas, o que tira o sono de qualquer agricultor. Então, como isso pode ser minimizado?

O começo da solução é fazer o planejamento agrícola, antecipando e se preparando contra os inimigos naturais que podem surgir na sua lavoura.

Assim, no planejamento de sua lavoura você pode, e deve,  usar o manejo integrado de pragas (MIP).

A partir da implantação do MIP é possível reduzir as pulverizações com inseticidas em até 68%.

Por isso aqui vamos entender os fundamentos do MIP para colocá-lo em seu planejamento.

1. O que é Manejo Integrado de Pragas (MIP)?

É a utilização de diversas técnicas de  manejo para manter a população da praga abaixo do nível de dano econômico, relacionando com aspectos econômicos, sociais e ecológicos.

Tomar uma decisão não é uma tarefa nada fácil.  E o MIP pode te auxiliar nessa tarefa.

Você deve estar se perguntando o que são essas diversas técnicas de manejo?

2. Algumas técnicas de manejo utilizadas no MIP

Primeiramente, você utiliza qual tipo de manejo para controlar as principais pragas agrícolas em sua lavoura?

O primeiro manejo que veio à sua cabeça certamente foi o controle químico.

Sobre o controle químico, você pode ler aqui 5 dicas infalíveis para uma aplicação de defensivos mais eficaz.

Mas, você pode utilizar outros tipos de manejo em sua cultura.

manejo integrado de pragas

(Fonte: Amici mecanização agrícola).

Um bom exemplo de controle integrado é o controle biológico, que utiliza organismos benéficos para o controle de pragas, ou seja, utiliza um inimigo natural para reduzir a ocorrência da praga em sua lavoura.

Um exemplo de controle biológico no manejo integrado de pragas é a utilização do ácaro predador no manejo do ácaro rajado em diversas culturas, como feijão, cultura do milho e soja.

controle biológico e manejo integrado de pragas

(Fonte: Governo do Estado de São Paulo, APTA e Instituto Agronômico)

Além disso, você pode utilizar outras técnicas integradas de manejo.

Tais como rotação de culturas, mudas sadias, eliminação de plantas doentes, época de plantio e o controle genético (variedades resistentes).

Esses métodos são utilizados principalmente, antes ou na instalação da lavoura, por isso, o MIP faz parte do planejamento agrícola, como já citei lá no começo do texto.

Claro, que você pode utilizar o controle químico, mas deve realizar as pulverizações de uma forma mais consciente e racional.

E o MIP pode te ajudar a realizar essas pulverizações de forma racional, veja como a seguir:

3. Mantenha as pragas abaixo do Nível de Dano Econômico

Você deve estar se perguntando, como assim, “manter a praga abaixo do nível de dano econômico”?

Nível de dano econômico é a menor densidade populacional da praga que causa dano econômico.

Devemos realizar o controle da praga quando a população da mesma alcançar o “Nível de Controle” (NC),  assim não haverá nenhum dano econômico para a cultura.

nivel de dano economico

No MIP é necessário o monitoramento da praga para você saber quando atingiu o NC.

Assim, aqui disponibilizamos gratuitamente uma planilha para você fazer seu MIP. Saiba qual o Nível de Controle de cada praga e quando você deve aplicar, mantendo tudo organizado. Clique na figura a seguir para baixar!

E antes de falar sobre monitoramento das pragas, vamos falar de alguns benefícios que o MIP pode trazer para sua lavoura.

4. Benefícios do MIP (Manejo Integrado de Pragas)

Manejar sua lavoura no momento certo pode reduzir o custo de produção, através da utilização de menos aplicações de defensivos agrícolas.

Com este tipo de manejo há menores riscos para o meio ambiente e esta prática pode ser utilizada em propriedades de qualquer tamanho.

Pode reduzir o número de aplicações e diminuir 8% (cerca de 70 mil reais) do seu custo de produção na sua lavoura de soja com a utilização do MIP .

Embrapa e Emater apontam o manejo integrado de pragas e doenças reduziu o uso de defensivos em quase 50%.

Reduzir o custo de produção torna seu negócio mais lucrativo.

Para conseguir esses resultados você deve seguir as etapas do MIP.

5. Etapas Fundamentais para você seguir

Para implementar o MIP algumas etapas a serem seguidas são:

1.Avaliação do ecossistema: conheça as pragas da cultura e qual seu nível pelo monitoramento;

2.Tomada de decisão: com o monitoramento e o nível de dano econômico saiba qual é o momento certo para efetuar o controle;

3.Escolha da estratégia de controle a ser utilizada na sua lavoura: avalie suas opções de controle após o estabelecimento da praga na lavoura: controle biológico ou químico.

Além disso, a regra número 1 é o planejamento da sua lavoura, primordial para não permitir que a praga se estabeleça na cultura.

E regra número 2: você deve conhecer sua lavoura, quais são as pragas existentes, áreas com maior incidência de pragas e qual a incidência.

Para isso, o monitoramento é essencial.

6. Monitoramento da lavoura

Um dos pilares do MIP é o monitoramento da lavoura para determinar o momento correto para manejar a praga.

Para isso, há necessidade de realizar o monitoramento frequentemente.

Primeiramente, para o monitoramento, você deve conhecer as pragas que atacam sua cultura.

O pano de batida é um dos métodos de monitoramento que você pode usar na sua propriedade.

Aliás, é o método mais utilizado de monitoramento e você pode saber como fazê-lo aqui.

metodo-pano-de-batida

Método de pano de batida utilizado para o monitoramento de pragas (dimensões de 1×1,5m)

Você pode fazer planilhas para anotar os dados do monitoramento.

ficha MIP

Exemplo de planilha para o monitoramento da praga em sua lavoura, amostrando 10 pontos

(Fonte: Fundação MS)

Ou você pode usar um aplicativo que guarda seus dados de maneira muito mais segura.

Monitoramento Aegro

Com o Aegro você pode fazer o monitoramento de forma digital. Peça uma demonstração grátis aqui

O monitoramento com mapas de danos pode ser feito digitalmente e diretamente na área pelos funcionários da fazenda e você ainda pode conferir quando e onde esse monitoramento foi realizado.

Após o monitoramento da cultura, você deve procurar qual o nível de controle para cada praga.

Quando a praga atingir o NC , você deve utilizar algum método de controle em sua lavoura para não ter perdas de produção.

Há várias publicações gratuitas que ajudam você a determinar quais as pragas podem ocorrer em sua lavoura.

Algumas publicações sobre as pragas da soja:

Artropodes soja

(Fonte: Embrapa)

Manual de Pragas Soja

(Fonte : Agrolink clique aqui para acessar)

Nesta publicação da Fundação MS, você encontra sobre a identificação da praga, seu ciclo de vida e o dano na cultura.

A identificação com foto da praga te ajuda a compreender seu comportamento e ver se há infestação desse inseto na sua lavoura.

falsa medideira

(Fonte: Fundação MS  clique aqui para acessar)

E também encontra o NC (Nível de Controle ou Nível de Ação de Controle), ou seja, qual a quantidade de insetos identificados no monitoramento indica que se deve fazer o controle.

falsa medideira

No caso da falsa-medideira, deve ser feito o controle quando for encontrado 40 lagartas grandes por pano de batida.

Você já identificou a praga e descobriu que a infestação está em nível de controle, mas qual método de controle utilizar?

7. Métodos de controle de pragas. Qual medida de controle utilizar?

Para determinar qual tipo de medida utilizar, você pode consultar publicações, como as relatadas acima, que além da descrição da praga também mostram quais os métodos de manejo.

E também consulte um engenheiro-agrônomo para a prescrição de algum produto.

Consultando o Agrofit , você consegue ver os produtos químicos e biológicos registrados para sua lavoura, a praga que o produto controla e a dose que deve ser utilizada do produto.

Você pode pesquisar os produtos por pragas (insetos, doenças e plantas daninhas), ingrediente ativo e produtos formulados.

8. Manejo integrado de pragas e doenças

Os principais fundamentos do MIP são os mesmos para controle de plantas daninhas e doenças.

Porém, existe também o manejo integrado utilizado para doenças, o qual é chamado deMID (manejo integrado de doenças).

Este tipo de manejo ainda é de pouca utilização para as doenças, em função do nível de dano econômico que ainda é difícil de ser medido.

Isso porque, na maioria das vezes, quando se identifica uma doença em campo, esta já causou perdas de produção.

Por isso, é difícil determinar qual é o nível de dano econômico para as doenças antes de ocorrer reduções de produtividade e, consequentemente, perdas econômicas.

Mas, já existem algumas pesquisas para  aperfeiçoar o MID.

Para a ferrugem da soja, foram monitorados os esporos do patógeno Phakopsora pachyrhizi, para determinar a presença precoce do fungo e determinar quando utilizar fungicidas para esta doença.

Conclusão

Voltando a pergunta inicial, como posso minimizar perdas por pragas? Primeiramente, realize o planejamento de sua lavoura.

O MIP faz parte deste planejamento.

Realizando o Manejo Integrado de Pragas, você saberá o momento certo de fazer o controle, reduzindo custo de produção e aumentando sua lucratividade.

Espero que você tenha muito sucesso com sua lavoura!

>> Leia mais:

Descubra como eliminar o besouro castanho

Tudo o que você precisa saber sobre controle da broca-das-axilas

Tem algum tipo praga tirando seu sono? Tem dúvidas sobre os fundamentos do manejo integrado de pragas? Adoraria ver seu comentário aqui embaixo.

Como fazer controle de estoque de defensivos agrícolas em 5 passos

Controle de estoque de defensivos agrícolas: o que você precisa saber para otimizar tempo e dinheiro nas operações!

Você já foi verificar seu estoque físico e ele não conferiu com aquele registrado?

Na hora de uma aplicação faltaram alguns litros de um produto ou sobrou algum defensivo e acabou vencendo no estoque?

Pois saiba que a falta de controle de estoque pode gerar grandes desperdícios de dinheiro, especialmente em relação aos defensivos agrícolas! Veja:

Segundo a Conab, os defensivos agrícolas chegaram a representar 17% do custo total de produção do milho safrinha 2017.

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Custo de produção do milho 2° safra em Londrina -PR (Setembro – 2017)(Fonte: Conab)

Por isso, confira agora como fazer o controle de estoque de defensivos agrícolas com 5 passos simples:

1 – Registre os defensivos agrícolas que você já tem para controle de estoque e suas saídas

Para começar o controle de estoque de defensivos agrícolas, registre tudo o que você já tem em seu estoque físico, aquele que fica lá na fazenda.

Não se esqueça de anotar o que você comprou da revenda e ficou no estoque desse fornecedor para ser retirado quando esses defensivos forem utilizados.

Aliás, essa é uma boa forma para quem pretende comprar os defensivos agrícolas com antecedência quando o preço está em baixa.

Mas o problema está quando a retirada é fracionada – quando se compra um produto para várias aplicações, em quantidades diferentes, ao longo da safra, por exemplo.

Você precisa manter registradas essas saídas de produtos do estoque de forma segura, ou seja, conseguindo encontrar essas informações depois.

Eu nem preciso falar que o controle, registrando todas as entradas e saídas de defensivos agrícolas, é fundamental, não é mesmo?!

Todas as entradas (compras) e saídas (utilização dos produtos) devem ser anotadas em fichas, planilhas ou em um sistema informatizado.

Se você acha difícil manter todo esse controle manualmente, anotando em papéis e gerando uma pilha deles, eu concordo com você! Além de ser trabalhoso, é fácil de perder e ainda gera confusão quando você reler tudo.

Para te ajudar, vou deixar uma planilha gratuita de controle de estoque para você baixar (clique na figura abaixo) e começar a botar a mão na massa!

Mas lembre-se sempre: o estoque em propriedades agrícolas está sujeito a normas, cuidados, licenciamentos e documentações.

Esteja atento! Você pode conferir mais sobre essas normas no manual da Andav.

Aqui no Blog do Aegro também já falamos sobre as dicas para armazenagem dos defensivos. Confira: “Armazenagem de defensivos agrícolas: 7 dicas de como fazer em sua propriedade

A planilha também vai te ajudar a realizar os próximos passos:

2 – Faça orçamento dos defensivos agrícolas que você planeja comprar

Planejamento é essencial para manter o controle da fazenda e, especialmente, das finanças.

Isso porque quando você planeja quais defensivos agrícolas serão precisos, você ganha uma janela de tempo maior para buscar preços menores.

Sem falar que vai dar tempo de fazer as contas certas da dose e área de aplicação, para não sobrar e nem faltar produto.

Só nesse quesito, você já pode economizar, ou deixar de perder, muito dinheiro.

Para saber mais sobre planejamento de compra de defensivos agrícolas veja:

>> Tudo o que você precisa saber para fazer sua lista de defensivos agrícolas na pré-safra

Além disso, com a verificação do histórico das safras passadas é possível decidir com muito mais certeza quais defensivos agrícolas serão necessários.

E você sabe como ligar as operações agrícolas e controle de estoque? Veja agora:

3 – Faça a ligação: operações agrícolas e controle de estoque de defensivos

Você já sabe que a operação agrícola de aplicações está totalmente relacionada ao uso de defensivos agrícolas.

Então porque não ligar as duas coisas no seu controle de estoque de defensivos agrícolas?

Eu explico melhor: a cada aplicação planejada e/ou realizada, calcule a quantidade de produto que será usada.

O planejamento você deve usar para comprar os produtos.

No momento da realização da atividade (que foi planejada anteriormente), é só subtrair do seu estoque a quantidade de produto utilizada.

Assim, você mantêm o controle sobre o estoque e também das atividades realizadas em sua propriedade.

Além do que, pelas operações agrícolas, fica muito mais fácil de obter o uso de defensivos por talhão, já que normalmente as atividades ocorrem também por talhão.

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Realização de nova aplicação com retirada automática de defensivos em estoque no Aegro

Faça agora mesmo um teste de 7 dias grátis no Aegro e tenha mais controle sobre seu estoque o seu estoque

Mas e os custos envolvendo o estoque? Confira:

4 – Tenha o controle de estoque de defensivos agrícolas em termos financeiros

Para ter a parte de finanças do controle de estoque de defensivos agrícolas, calcule e mantenha registrado o custo unitário e custo total dos defensivos agrícolas.

Lembre-se que o objetivo é saber qual a quantidade disponível de cada produto e quanto essa quantidade significa em custos (em reais ou dólares).

Também é importante ter o custo por talhão, auxiliando na formação do custo de produção total por talhão de sua propriedade.

Isso possibilita a visualização mais clara do que pode ser melhorado em cada talhão.

Nem sempre esse custo por talhão é fácil de ser feito.

Exemplo de custo por talhão:

Um proprietário faz três compras de glifosato durante a safra:

  1. Primera compra: 500 litros, custando R$ 20 por litro;
  2. Segunda compra: 200 litros, custando R$ 30 por litro;
  3. Terceira compra: 200 litros com um custo de R$ 22,50 por litro.

No Talhão 1, são utilizados 600 litros e, no Talhão 2, são usados 300 litros.

Quanto foi o custo do glifosato em cada talhão?

A conta é uma regra de três relativamente simples, mas que, se ampliada para mais talhões e diversos insumos, aumenta muito a chance de erros nos cálculos feitos à mão.

Um sistema de controle do estoque e de custos faz essa conta automaticamente, reduzindo a zero a chance de erro.

Por isso, aproveite a planilha aqui disponibilizada gratuitamente.

5 – Monitore seu estoque constantemente

Periodicamente, confirme se o que está constando no seu controle de estoque de defensivos agrícolas “bate” com o estoque físico da fazenda.

O monitoramento do estoque também é importante para verificar se está sobrando algum defensivo.

Sabemos que é importante defensivos agrícolas guardados para evitar que faltem num momento crítico.

Mas, defensivo no estoque é capital imobilizado, ou seja, dinheiro parado que poderia ser investido de outras formas para aumentar seu lucro.

Além de que, esses produtos podem vencer e perder sua serventia.

Por isso, saber exatamente quanto é o mínimo que você precisa ter estocado de cada defensivo maximiza o uso do seu dinheiro, sem afetar sua fazenda.

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(Fonte: ANDAV)

Porém, esse é um conhecimento que só temos ao analisar com cuidado o histórico do estoque e das safras.

E para isso, você precisa ter um controle bem feito do seu estoque.

Dica extra: controle de estoque de defensivos agrícolas sem erros

Confiar em nossa memória definitivamente não é uma boa alternativa para seu controle de estoque.

Já o papel e caneta nem sempre estão disponíveis, além da dificuldade de agrupar todas as anotações de cadernos e agendas diferentes para saber o quanto ainda temos nesse estoque.

Planilhas podem ser um bom começo, mas com o tempo você vai notar que elas ficam trabalhosas e confusas, além de ser fácil perder seus dados.

Ou seja, não utilizar software para isso é muito custoso, dependendo de atenção aos detalhes, e com grandes riscos de erros de registros.

Você pode fazer um teste de 7 dias grátis no Aegro e ter o seu estoque mais controlado

E a complexidade da lida da fazenda pode muito bem empurrar essas rotinas de modo que elas não sejam feitas adequadamente.

Um sistema informatizado de controle de estoque facilita muito a visualização do que foi gasto, além de como e onde foi gasto.

O custo por talhão fica muito simples e claro de verificar. Você até mesmo pode ver qual o custo por produto específico sem dificuldades.

Tudo isso com uma organização e segurança que nenhuma planilha lhe dará.

Confira mais sobre isso em “Como usar software para agricultura para melhorar seu custo de produção”.

Conclusão

O controle de estoque de defensivos agrícolas pode evitar desperdícios e melhorar sua rentabilidade.

Esse controle não precisa ser confuso, trabalho e nem difícil.

O controle por planilhas pode ser um bom começo, mas somente um software lhe dará organização, facilidade e comando da sua fazenda como um todo.

Com os 5 passos apresentados aqui, tenho certeza que você conseguirá esse controle e ainda poderá reduzir gastos!

>> Leia mais:

“7 passos para fazer o descarte de embalagens de agrotóxicos corretamente”

Como você faz o controle de estoque de defensivos agrícolas? Usa anotações em papel, planilhas ou software? Vamos continuar a conversar nos comentários!

Calagem: Guia completo de uso e cálculos 

A calagem serve para diminuir a acidez do solo, ou seja, aumentar seu pH, além de fornecer cálcio e magnésio para as plantas. 

É uma etapa de preparação para o cultivo agrícola em que materiais de caráter básico, como o calcário, são adicionados ao solo para neutralizar sua acidez.

Uma calagem bem feita pode fazer grande diferença na produtividade final, melhorando o retorno financeiro da sua lavoura.

O que é calagem?

A calagem é uma etapa do preparo do solo para o cultivo agrícola que tem dois objetivos principais: diminuir a acidez, ou seja, aumentar o pH do solo, e fornecer cálcio e magnésio para as plantas. 

É importante corrigir a acidez do solo para a faixa de pH entre 5,5 a 6,5 pois é quando os nutrientes se tornam disponíveis para as plantas absorverem.

Assim, a calagem elimina a acidez, aumenta a CTC e melhora o aproveitamento de nutrientes pelas plantas. Além disso, neutraliza o alumínio, que é tóxico para as culturas.

A importância dessa técnica no Brasil é ainda maior, já que nossos solos são ácidos e com quantidade significativa de alumínio, que é tóxico para as culturas.

Os calcários são classificados com relação à concentração de MgO em calcíticos (menos de 5%), magnesianos (5% a 12%) e dolomíticos (acima de 12%).

A qualidade do produto será em função de suas características químicas (PRNT – Poder Relativo de Neutralização Total) e físicas (tamanho das partículas).

Como funciona a calagem?

A calagem consiste na aplicação de calcário no solo, que reage com os ácidos presentes nele. O calcário contém carbonato de cálcio (CaCO₃) e, ao ser aplicado, libera íons cálcio (Ca²⁺) e óxido de carbono (CO₂). 

Esses íons neutralizam os ácidos do solo, aumentando o pH e tornando o solo mais alcalino, o que é benéfico para muitas culturas.

Também vale destacar que a correção da acidez melhora a disponibilidade de nutrientes no solo. Em solos ácidos, por exemplo, os minerais como o fósforo, o cálcio e o magnésio se tornam menos acessíveis para as plantas. 

A calagem torna os nutrientes mais solúveis e disponíveis para as raízes das plantas. E o cálcio no calcário melhora a estrutura do solo, promovendo melhor aeração e drenagem, facilitando o crescimento das raízes e a absorção de água e nutrientes.

Outro ponto de destaque é a redução da solubilidade de metais pesados, como alumínio e manganês, que são tóxicos para as plantas, tornando o solo mais seguro para o cultivo.

Por fim, a correção da acidez favorece a atividade dos microrganismos, como bactérias e fungos, que auxiliam na decomposição da matéria orgânica e na ciclagem de nutrientes, melhorando a fertilidade do solo.

Qual a importância da correção do solo? 

A correção do solo é necessária para garantir condições ideais para o crescimento das plantas, envolvendo a adição de nutrientes, como calcário e fertilizantes, para equilibrar o pH e corrigir deficiências minerais.

A correção do solo melhora a fertilidade, aumenta a eficiência dos fertilizantes, previne problemas como a acidez excessiva ou a compactação, e contribui para o aumento da produtividade.

Quanto melhor o ajuste do solo, mais saudável será o ambiente para as raízes das plantas, melhorando a qualidade do solo e a sua estrutura, facilitando a infiltração de água e o desenvolvimento das raízes.

Compactação do solo: como evitar e corrigir em sua propriedade

Como a calagem é feita?

A calagem precisa ser feita em algumas etapas principais, que incluem a aplicação do calcário, cálculo de dosagem e a incorporação ao solo. Entenda os detalhes:

1. Análise do solo

Antes de aplicar o calcário, é preciso fazer uma análise de solo para determinar o pH atual e a necessidade de correção e que seja feita em duas etapas: 

  • 1ª etapa: Logo após a colheita de verão;
  • 2ª etapa: Pouco antes do preparo de solo para culturas anuais e após o fim das chuvas para culturas perenes.

Este processo também aponta a quantidade de calcário necessária para corrigir a acidez do solo de acordo com o tipo de solo e a cultura desejada.

2. Escolha do tipo de calcário

A análise de solo indica qual tipo de calcário escolher, com maior ou menor teor de magnésio. 

Os calcários disponíveis no mercado variam em sua composição, apresentando diferentes concentrações de cálcio e magnésio. 

O calcário dolomítico, que contém tanto cálcio quanto magnésio, é o mais comum, mas também há os calcários calcíticos, que possuem uma maior concentração de cálcio.

3. Cálculo de calagem

Com base na análise de solo,é preciso calcular a quantidade necessária de calcário para atingir o pH ideal. 

Esse valor é dado em toneladas por hectare ou quilos por metro quadrado e a quantidade varia conforme o grau de acidez do solo e o tipo de calcário.

Banner da planilha de calagem

4. Aplicação do Calcário

A aplicação do calcário deve ser feita de forma uniforme e adequada para garantir que ele cubra toda a área desejada. Pode ser feita de duas maneiras:

  • Superfície: O calcário é espalhado sobre o solo, sem necessidade de incorporação imediata. Essa forma é mais comum em solos não compactados e com pouca vegetação.
  • Incorporação ao solo: Para melhorar a eficiência, o calcário é muitas vezes incorporado ao solo por meio de aragem ou gradagem. Isso garante que o calcário entre em contato direto com o solo e atue mais rapidamente.

5. Momento da Aplicação

O melhor momento para aplicar a calagem é antes do plantio, quando o solo está bem preparado. 

É recomendada a aplicação de 2 a 6 meses antes da semeadura, principalmente em solos mais compactados. Isso dá tempo para que o calcário reaja com os ácidos do solo e eleve o pH de forma eficaz.

6. Acompanhamento

Após a aplicação e a correção do pH, é importante acompanhar os efeitos da calagem, realizando novas análises de solo para verificar se o pH foi adequadamente ajustado e se os nutrientes estão mais disponíveis para as plantas.

A calagem é um processo relativamente simples, mas seu sucesso depende do momento adequado da aplicação, da quantidade de calcário aplicada e da análise de solo precisa.

Como fazer o cálculo de calagem?

O cálculo de calagem é feito com base na análise do solo, para determinar a quantidade de calcário necessária para corrigir a acidez do solo, elevando o pH para o valor ideal para o cultivo. 

A fórmula e os métodos podem variar dependendo do tipo de solo, da cultura a ser implantada e do nível de acidez presente. Sendo assim, os cálculo podem ser:

Método da saturação por bases

Com a análise de solos em mãos, faça esse passo a passo para o cálculo de calagem:

  1. Saiba e entenda a fórmula

O cálculo de calagem pelo método da elevação da porcentagem de saturação por bases pode ser feito a partir da fórmula:

t.ha-1 de calcário = (V2 – V1) x T / PRNT

V2 = 70% (saturação por bases desejada);

V1 = saturação por bases atual (análise de solo) = [(Ca²+ + Mg²+ + K+).100]/T;

T = capacidade de troca catiônica [Ca²+ + Mg²+ + K+ + (H + Al)], em cmolc.dm-³;

PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total do calcário a ser aplicado (encontrado na embalagem do calcário).

  1. Saiba qual saturação de bases (V%) você vai usar

A saturação por bases desejada (V2) pode variar de 50% a 70%, sendo em geral:

  • 50% para cereais e tubérculos;
  • 60% para leguminosas e cana-de-açúcar, utilizado no Cerrado;
  • 70% para hortaliças, café e frutas.

Se na sua análise não possuir o V%, você pode calcular facilmente:

V% = [Soma de bases (K + Ca + Mg + Na) x 100 ]/CTC

Muitas vezes, o Na não entra nesse cálculo por ter uma quantidade muito pequena. Muitas análises de solo não o determinam.

  1. Faça o cálculo

Você tem dúvidas sobre o cálculo? Então vamos a um exemplo de uma análise de solo:

Considerando que a cultura é uma leguminosa, V2=60%. Considere que o calcário tenha PRNT = 90%.

NC = (V2 – V1) x CTC / PRNT

NC =  (60 – 25) x 15 / 90 = 5,8 t ha-1

Assim, você deve aplicar 5,8 toneladas de calcário por hectare.

Método baseado nos teores de Al e (Ca + Mg) trocáveis

Esse é um método menos utilizado, sendo indicado para solos com baixa CTC (menor que 5 cmolc dm-3). 

A sua principal finalidade é a de neutralizar o Al3+ trocável e/ou fornecer Ca2+ e Mg2+, a partir da fórmula:

NC  = Y [Al3+ – (mt x t / 100)] + [X – (Ca2+ + Mg2+)] x 100 / PRNT

  • NC = Necessidade de calcário, em  t ha-1;
  • Y = Valor tabelado em função do poder tampão do solo:
  • arenoso: Y = 0 a 1;
  • médio: Y = 1 a 2;
  • argiloso: Y = 2 a 3;
  • muito argiloso: Y = 3 a 4;
  • mt = Saturação por Al3+ (100xAl/SB+Al);
  • t = CTC efetiva (SB + Al);
  • X = Teor mínimo de Ca + Mg : tabelado, sendo que para forrageiras tropicais é de 1 a 2;
  • Ca2+ + Mg2+ = Teores trocáveis de Ca e Mg, em cmolc dm-3;
  • PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total (encontrado na embalagem do calcário).

Método SMP

O método SMP é muito utilizado nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina para fazer recomendações de calagem.

O método consiste em adicionar um volume de solução tampão na amostra de solo e a leitura do pH em suspensão da amostra representa o índice SMP.  

Caso o calcário não tenha PRNT de 100%, você pode utilizar a fórmula abaixo:

Dose calculada x 100 / PRNT = dose a ser aplicada (t ha-1)

Considerando um calcário com PRNT de 90% e uma dose calculada de 3,0 t ha-1:

(3,0 x 100 / 90 = 3,3 t ha-1), você aplicará 3,3 t ha-1 de calcário.

Diferentes quantidades de calcário serão necessárias conforme o valor de pH que se deseja atingir.

Tipos de calcários para calagem do solo

A correção da acidez do solo pode ser realizada com diferentes tipos de corretivos. O mais comum é o calcário, amplamente utilizado na calagem, mas existem outras alternativas que também desempenham essa função. Confira mais detalhes a seguir:

1. Calcário

O calcário no solo é um produto proveniente de uma rocha sedimentar composta principalmente por carbonato de cálcio, agindo como neutralizador da acidez do solo.

Os três tipos de calcário apresentam teor de carbonato de cálcio suficiente para correção do solo. O que o diferencia dos tipos é o teor de carbonato de magnésio que pode haver nas rochas.

2. Calcário calcítico

O calcário calcítico apresenta maior teor de óxido de cálcio, entre de 45% a 55% de CaO. As rochas provenientes deste tipo apresentam alta concentração do mineral calcita. 

O que diferencia esse tipo de calcário dos demais é a baixa concentração de óxido de magnésio, com teor de MgCO₃ variando entre 0% e 10%.

O calcítico é recomendado para solos com baixa concentração de cálcio. Isso vale principalmente se a cultura que será implantada for exigente neste nutriente.

3. Calcário magnesiano

Esse tipo de calcário é classificado como intermediário, apresentando teor de MgCO₃ entre 10% e 25% e concentração de CaO variando de 40% a 42%.

O calcário magnesiano é obtido de rochas, cujo mineral predominante é a magnesita. Em solo com teores equilibrados de cálcio e magnésio, não é sugerido utilizar para manter estes elementos nas quantidades adequadas.

4. Calcário dolomítico

Tem maior concentração do mineral dolomita nas rochas. Em solos que necessitam de calagem, e com teor de magnésio está abaixo do recomendado, o ideal é utilizar o calcário dolomítico.

Isto é devido à concentração de magnésio, que é acima de 25%, e ao teor de óxido de cálcio varia de 25% a 35%.

5. Calcário filler

Calcário filler é um corretivo de acidez caracterizado por sua granulometria extremamente fina, o que acelera sua reação no solo.

Pelo ao seu tamanho reduzido de partículas, tem alta solubilidade e rápida disponibilidade para corrigir a acidez e fornecer cálcio e magnésio às plantas.

É frequentemente utilizado em sistemas agrícolas que demandam uma resposta mais imediata, como em culturas de ciclo curto ou quando a aplicação de calcário convencional não pode ser feita com antecedência.

Mesmo com ação mais rápida, tem menor duração em comparação aos calcários de granulometria maior, o que pode exigir reaplicações mais frequentes.

6. Cal virgem

A cal virgem é o produto da calcinação ou queima completa do calcário, com ação imediata, mas que pode prejudicar sementes, plântulas e microrganismos devido à quantidade de calor gerado durante sua aplicação.

Por esse motivo, a cal virgem deve ser aplicada com antecedência ao plantio para minimizar os efeitos negativos no solo e nas culturas.

7. Cal hidratada ou extinta

A cal hidratada é produzida pela hidratação da cal virgem, um processo que transforma o óxido de cálcio (CaO) em hidróxido de cálcio (Ca(OH)₂). 

Por ser bastante fino, permite uma dissolução rápida no solo, mas, pela sua granulação fina, a aplicação a lanço não deve ser realizada em dias com ventos fortes, para evitar a dispersão inadequada do produto e garantir que ele atinja a área desejada.

8. Calcário calcinado

Esse cálcio é obtido pela calcinação total ou parcial do calcário, processo que resulta, na maioria das vezes, em um pó fino.

Suas características ficam entre o calcário convencional e a cal virgem, combinando propriedades de ambos, o que o torna eficaz na correção da acidez do solo, embora com uma ação mais rápida em relação ao calcário comum.

9. Escória básica de siderurgia

É um subproduto da indústria do ferro e do aço, composto por silício, altos teores de cálcio e magnésio, além de outros nutrientes em menores concentrações, como ferro, manganês, zinco, fósforo e enxofre.

Por ser um material resultante de um processo industrial, seu preço tende a ser mais baixo nas regiões próximas ao local de produção, sendo uma alternativa econômica para a correção da acidez do solo.

10. Carbonato de cálcio

É proveniente da moagem de depósitos de carbonato de cálcio, corais e sambaquis. Sua ação de neutralização da acidez do solo é semelhante à do calcário, promovendo melhorias nas condições do solo para o desenvolvimento das plantas.

Esse tipo de corretivo, muitas vezes denominado calcário de origem marinha, tem a capacidade de corrigir a acidez do solo de forma eficiente. 

Sua principal função é neutralizar os ácidos presentes no solo, promovendo um aumento no pH, o que facilita a disponibilidade de nutrientes essenciais para as plantas, como o fósforo e o nitrogênio.

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Qual calcário utilizar?

A escolha do calcário deve ser feita com base na análise de solo, considerando os teores de pH, cálcio e magnésio do solo e do calcário disponível.

Verifique o Poder de Neutralização (PN) e a reatividade do corretivo (RE), que determinam o PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total). O PRNT do calcário está na embalagem do produto.

Se houver dúvida entre dois calcários com o mesmo PRNT, escolha o de maior PN, pois este possui maior capacidade de reagir no solo e corrigir sua acidez.

Casos especiais:

  • Em regiões como o Sul do Brasil, onde a relação cálcio: magnésio é geralmente 1:1, é recomendado o uso do calcário calcítico, pois o solo local tende a ter maior concentração de magnésio.

Já na região Sudeste, como em Minas Gerais, onde os solos têm baixos teores de magnésio, o calcário dolomítico é a melhor opção, pois fornece mais magnésio.

Calagem e gessagem: Para o que servem?

A calagem corrige a acidez do solo, elevando o pH e neutralizando tanto a acidez ativa quanto a potencial, além de aumentar a disponibilidade de nutrientes como cálcio e magnésio, essenciais para o desenvolvimento das plantas.

Já a gessagem utiliza o gesso agrícola (CaSO₄), um subproduto da indústria de fertilizantes fosfatados concentrados. O gesso contém cerca de 20% de cálcio, 15% de enxofre e outros nutrientes, mas não aumenta o pH do solo como a calagem. 

A principal função da gessagem é potencializar os efeitos da calagem, pois ela leva cálcio e enxofre a camadas mais profundas, que não são alcançadas apenas pela calagem.

Além disso, o gesso melhora a estrutura do solo, promovendo maior penetração de raízes e maior eficiência na absorção de nutrientes.

O uso combinado dessas práticas resulta em um solo mais equilibrado, com melhor estrutura e maior capacidade de retenção de nutrientes.

Diferenças entre calagem e gessagem

A capacidade de troca catiônica (CTC) do solo é aumentada pela calagem, especialmente pelo fato de que os solos brasileiros, com cargas negativas variáveis (como os solos com argila 1:1), dependem do pH para determinar a intensidade dessas cargas.

Ou seja, ao elevar o pH do solo, há também um aumento nas cargas negativas de solos com CTC variável, como apontado pela Embrapa e pelo International Plant Nutrition Institute (IPNI).

Além disso, a CTC efetiva (soma de bases + alumínio) é ampliada pela aplicação de cálcio e magnésio, elementos essenciais fornecidos pela calagem, que não apenas ajudam na correção da acidez, mas também melhoram a fertilidade do solo, facilitando a absorção de nutrientes pelas plantas.

Benefícios da calagem e gessagem

A calagem e a gessagem são práticas complementares muito importantes para o manejo do solo, especialmente em solos ácidos e com baixa fertilidade. Quando usadas juntas, elas oferecem uma série de benefícios, como:

Correção da Acidez do Solo: A calagem corrige a acidez do solo, neutralizando o pH e tornando os nutrientes mais disponíveis para as plantas, melhorando a eficiência do uso de fertilizantes e o ambiente das culturas.

Fornecimento de Cálcio e Magnésio: A calagem fornece cálcio e magnésio, dois nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas. O cálcio, por exemplo, fortalece as células vegetais e ajuda na formação da parede celular, enquanto o magnésio é fundamental para a fotossíntese.

Usadas de forma conjunta, a calagem e a gessagem podem transformar solos que antes eram pobres ou ácidos em áreas muito mais produtivas e com maior sustentabilidade a longo prazo.

Como fazer calagem no sistema de plantio direto?

No plantio direto, a calagem deve ser feita em solos com pH inferior a 5,6 (CaCl2) ou V% abaixo de 65 na camada de 0 a 5 cm. 

A dosagem deve ser calculada para elevar a saturação por bases para 70% na camada de 0 a 20 cm, com aplicação na superfície, podendo ser feita de uma vez ou parcelada ao longo de três anos.

Em regiões chuvosas, aplique o calcário 3 meses antes da safra. Caso haja períodos de chuvas e secas, aplique antes do fim da estação chuvosa, mesmo que 4 a 5 meses antes da safra, para garantir tempo para o corretivo reagir.

Nas áreas com compactação, descompacte o solo antes de aplicar o calcário. Use adubação verde ou cultura de cobertura e, em casos extremos, o subsolador, que pode ser útil, mas com custos adicionais.

Por fim, no cultivo convencional, aplique o calcário a lanço e incorpore até 17-20 cm de profundidade, com aração e gradagem após a aplicação.

Dicas para não errar na calagem: 

  • Após a colheita de uma safra já faça a análise de solo de sua propriedade;
  • Após a análise defina a dose a ser utilizada e compre o calcário indicado;
  • Deixe o maquinário pronto: peças, combustível, tratorista.
  • Assim que houver chuva significativa aplique o calcário, mesmo que seja antes dos 3 meses para começar a lavoura, como indicado em situações normais.
Como reduzir perdas e custos na operação de colheita

3 maneiras de lucrar mais com um software de gestão agrícola

Como lucrar mais com um software de gestão agrícola e melhorar a organização e a produtividade na fazenda.

Você, muito mais do que eu, sabe que para lucrar mais não basta apenas contar com os melhores insumos e ter uma área de cultivo própria para o plantio.

É preciso ir além e apostar na tecnologia, como já fazem quase 67% das propriedades rurais do país, que contam com algum recurso tecnológico – desde maquinário inteligente até softwares para profissionalizar a administração – segundo estimativa da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão.

Você  não quer ficar de fora, certo?

Portanto, esteja atento aos avanços tecnológicos e saiba aqui como um software de gestão agrícola te ajuda a melhorar os controles do seu negócio, integrando o gerenciamento técnico, operacional e financeiro.

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Importância da gestão agrícola

Os produtores agrícolas são cada vez mais exigidos. Administrar uma empresa agrícola é um trabalho difícil e complexo. Não é fácil gerir todos os processos dentro da fazenda. Os desafios são grandes:

  • mão de obra que precisa ser treinada e qualificada;
  • oscilações do mercado;
  • o clima nem sempre ajuda;
  • pragas e doenças inesperadas;
  • baixa produção agrícola;
  • controle dos estoques;
  • custos operacionais.

Mas para todos esses desafios existe uma solução: gestão agrícola.

Eu te digo que não é simples e fácil de implementar. Como já te disse ali em cima, administrar uma fazenda é algo bem complexo.

E criar um sistema que organize suas atividades e controle sua fazenda não é tão simples assim.

Você precisa ter uma organização dos documentos, controle das entradas e saídas, controle do estoque, gerenciamento de equipes e muita disciplina.

Mas tenho uma boa notícia. É possível melhorar e otimizar esse processo.

Com um software de gestão agrícola você consegue ganhar tempo e controlar tudo em um só lugar. Veja como:

Use o software de gestão agrícola para ter todos os dados à mão

Para gerenciar todas as atividades de uma fazenda e ainda conseguir lucrar, é necessário utilizar os recursos certos.

E aqui não me refiro apenas à vantagem de contar com as melhores sementes para um plantio qualificado ou com fertilizantes econômicos.

Falo da necessidade de ter em mãos as informações estratégicas, disponíveis de forma ágil e rápida, para aumentar a produtividade e gerar melhores resultados para a propriedade como um todo.

Então, ao decidir apostar nos recursos de um software de gestão agrícola, é possível perceber que existem diversas formas de lucrar mais. Confira, a seguir:

1. Mais estratégia e eficiência na gestão agrícola

Você já deve ter lido em algum lugar que o “planejamento é a alma do seu negócio”, certo? Então, a ideia é que por meio do Aegro você comprove isso!

Realizar um planejamento agrícola bem feito não é fácil e uma simples falha pode comprometer a safra ou até mesmo a aplicação de defensivos e fertilizantes.

Portanto, o primeiro passo para o sucesso do seu negócio está em contar com um software rural que te auxilie na construção de uma estratégia eficaz para as suas necessidades e seja condizente com as possibilidades do seu negócio.

O Aegro permite que você registre todos os acontecimentos das safras anteriores e acesse esse histórico sem necessidade de abrir outros arquivos ou planilhas.

Com isso, você economiza tempo no planejamento agrícola e pode destinar mais horas para determinar as suas estratégias.

Além disso, pode aprender com os erros cometidos e procurar ao máximo não repeti-los, buscando sempre mais eficiência e lucros maiores quando comparados às safras passadas.

2. Controle os custos com um programa de gestão

Tudo que envolve o manejo agrícola tem um custo.

É preciso escolher, comprar e manter o estoque de insumos, fertilizantes e defensivos, além de todos os outros custos destinados à produção. Isso envolve, muitas vezes, a contratação de equipes especiais para os períodos de plantio e colheita.

Afinal, são esses valores somados que determinam o total de custos da sua empresa e, consequentemente, medem o seu lucro.

Pode até parecer complicado, mas com um software de gestão agrícola especialista no gerenciamento de custos e orçamentos, essa se torna uma tarefa mais fácil.

O Aegro apresenta gráficos e telas que facilitam o entendimento dos valores investidos na safra e dos lucros obtidos por área e também em sua totalidade.

Nosso software leva você a saber para onde estão indo os seus recursos:

  • inclui e monitora automaticamente todas as sementes, fertilizantes e defensivos usados na safra;
  • mostra o progresso das atividades;
  • dá acesso ao que foi planejado e ao que foi realizado;
  • identifica desperdícios ou alguma subutilização de insumos.

Orçamentos automáticos

Na tela Financeiro, é possível controlar as finanças e o fluxo de caixa do negócio, por exemplo.

Por meio de um gráfico, você confere os valores de cada insumo ou produto e verifica o orçamento do custo total de todas as suas áreas. Isso inclui não só os custos variáveis diretos de insumos como também os custos fixos, que podem ainda ser rateados entre as diferentes áreas pertencentes à safra.

Ou seja, ao definir suas metas de produtividade, o Aegro gera orçamentos automáticos a partir das atividades planejadas para a safra e calcula o ponto de equilíbrio para a mesma.

Assim, à medida que você efetiva gastos reais com a lavoura, pode registrar esses valores no sistema e acompanhar, ao longo de toda a safra, a comparação entre os custos orçados e os custos realizados.

Dependendo da performance da empresa agrícola, você pode mudar sua estratégia e escolher novos insumos para o plantio (mais econômicos e eficientes).

Ou, de repente, pode alterar o sistema de plantio ou até mesmo antecipar mudanças de preço no valor da saca para, ao final, com informações sólidas sobre o seu desempenho, ter maiores lucros.

3. Organização e produtividade com um software de gestão agrícola

Um dos principais desafios da atividade agrícola é manter todas as tarefas organizadas.

Realizar processos de manejo no dia e no momento certo, estar atento às mudanças climáticas e verificar constantemente a possibilidade de invasão de pragas são fatores que, além de exigirem disciplina, influenciam diretamente na produtividade e na lucratividade da lavoura e, por isso, precisam acontecer de forma sistemática.

Então, o Aegro, por meio das suas funcionalidades, permite que você cadastre suas equipes para que elas trabalhem de forma integrada.

Assim, todos os dados das atividades ficam registrados, e é possível manter o controle do desempenho da fazenda inteira.

Também é possível acompanhar o que já foi realizado e o que ainda precisa ser feito. Assim, você otimiza tempo de trabalho, evitando retrabalhos e desperdícios.

Além disso, essas informações podem ser acessadas de qualquer lugar, por qualquer dispositivo móvel. Dessa forma, você não precisa estar dentro do escritório para resolver algum problema com a lavoura ou para tomar alguma decisão.

Por meio do aplicativo Aegro, um técnico pode avisar sobre o ataque de uma planta invasora. Você rapidamente é informado sobre o ocorrido.

Com agilidade, consegue resolver o problema, antes mesmo de ele se instalar, atrapalhar a produção e gerar prejuízos para o seu negócio.

Registro das atividades

Outro ponto a destacar é que todas essas ocorrências ficam registradas no sistema e podem ser verificadas em tempo real pelo gestor mais próximo.

Você ainda tem acesso a relatórios, através dos quais pode acompanhar dia após dia a rentabilidade da sua lavoura.

Assim, aumentam-se as chances de antecipar problemas e de evoluir os lucros do seu negócio.

O Aegro é bastante prático e simples, funciona de maneira intuitiva e ainda permite que você acesse em tempo real, de onde estiver, qualquer dado, informação ou atualização sobre a sua propriedade.

Gessagem: tudo o que você precisa saber sobre esta prática agrícola

A prática da gessagem, seus benefícios e como calcular a quantidade que deve ser feita e aplicada.

Antes mesmo de plantar a cultura você realiza diversas atividades para que tudo corra bem.

A gessagem é uma dessas atividades que pode aumentar a produtividade da sua safra.

Na cultura do milho houve um incremento de 9,3 % e para soja 11,3 % na produtividade de grãos.

Mas essa prática pode gerar muitas dúvidas, e se não for realizada de forma adequada pode resultar em prejuízo.

Você faz gessagem na sua lavoura? Sabe quando é necessário fazer? E como calcular a necessidade de gesso agrícola?

Então, me acompanhe e descubra mais sobre o uso do gesso na agricultura!

Gessagem na agricultura

O cálcio melhora o crescimento de raízes, enquanto o alumínio é tóxico para elas.

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(Fonte: BIOSAFRABRASIL)

Em geral, os solos no Brasil possuem pouco cálcio (Ca) e muito alumínio (Al), principalmente nas camadas mais profundas. Justamente o contrário da situação ideal!

Assim, a maioria das raízes ficam mais próximas da superfície do solo, o que compromete a absorção de nutrientes pelas raízes.

E consequentemente, o desenvolvimento das plantas na sua lavoura.

Por isso fazemos a gessagem. Ela melhora a camada subsuperficial do solo e o sistema radicular das plantas.

Vamos entender um pouco mais sobre o uso do gesso agrícola!

Gessagem agrícola e o seu uso no solo

O gesso (CaSO4 – sulfato de cálcio) é um subproduto da indústria de fertilizantes fosfatados.

Ele é fonte de cálcio (20%) e enxofre (15-18%) para o solo, sendo considerado um condicionador de solo.

Mas o que é um condicionador de solo?

Condicionadores de solo são produtos que promovem a melhoria das propriedades físicas, físico-químicas ou da atividade biológica do solo.

Então, o gesso atua nas propriedades químicas do solo, principalmente nas camadas subsuperficiais.

Por ter alta solubilidade, o gesso aumenta rapidamente às concentrações de Ca2+ e SO42– no solo em profundidade

Assim, o sulfato reage com o alumínio, diminuindo a toxidez de Al para as plantas e possibilitando o aumento do sistema radicular das plantas.

Além dessa neutralização de Al, o gesso agrícola disponibiliza no solo os nutrientes cálcio e enxofre.

O cálcio é um macronutriente importante para as plantas, atua na estrutura da planta (parede celular).

Veja na figura abaixo algumas funções do cálcio:

gessaem-agricola

(Fonte: Adubos e adubação)

O enxofre também é um macronutriente e algumas das suas funções são:

  • Controle hormonal para o crescimento e desenvolvimento;
  • Auxilia a planta na defesa contra pragas e doenças;
  • Importante componente para as proteínas e outras.

Mas lembre-se, o gesso agrícola não é um corretivo para acidez do solo, não modifica o pH.

E quais os benefícios da gessagem?

Benefícios da gessagem

  • Aumenta o sistema radicular em profundidade;
  • Fornecimento de cálcio em profundidade;
  • Redução da saturação de alumínio em subsuperfície;
  • Maior absorção de nutrientes e água.

Agora que conhecemos um pouco mais sobre o gesso na agricultura, como começar a fazer a gessagem?

Começando a gessagem: análise de solo

Primeiramente, você deve realizar análise do solo da sua propriedade para determinar a quantidade de gesso agrícola que deve aplicar.

Tem algumas dúvidas sobre análise de solo?  

No artigo Como produzir 211 Sacas de Milho por hectare com Gestão Agrícola você encontrará uma lista de empresas credenciadas para fazer analise de solo.

Então, considere a análise do solo de 20-40 cm e abaixo desta camada, dependendo da cultura em questão (anual ou perene).

E como mencionamos, a gessagem atua em subsuperfície, ou seja, nas camadas do solo abaixo de 20 centímetros de profundidade.

Assim, quando você for amostrar o solo de sua propriedade, tome cuidado para não misturar o solo de cada camada.

Lembre-se também de identificar a profundidade de cada amostra para enviar para a análise.

E claro, procure um laboratório para análise do solo de sua confiança!

Quando sua análise de solo ficar pronta saiba se é preciso ou não realizar a gessagem:

Quando aplicar gesso agrícola?

Haverá grande possibilidade de resposta ao gesso quando na análise de solo apresentar as seguintes características:

  • Cálcio menor que 0,5 cmolc/dm3;
  • Alumínio maior que 0,5 cmolc/dm3;
  • Saturação por alumínio maior que 20%;
  • Saturação por bases  (V%) menor que 35%.

Se o seu solo tiver uma ou mais dessas características acima já é recomendado a gessagem.

Às vezes, um custo a mais no começo da safra garante uma produtividade melhor e compensa o custo de produção.

Ainda não sabe qual é seu custo de produção agrícola? Veja: Como saber seu custo de produção agrícola.

Não se esqueça de procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) para te auxiliar nesta prática agrícola.

Vamos agora para os cálculos, definindo a dose de gesso:

Cálculo da gessagem

Vou apresentar dois tipos de cálculo de gesso. Para utilizar as equações abaixo, você precisa ter a análise do solo da sua propriedade.

  • Baseado na textura do solo (Souza e Lobato, 2004):

Vamos entender as fórmulas utilizadas para culturas perenes e anuais:

Culturas anuais: NG = 50 x argila (%)

Culturas perenes: NG = 75 x argila (%)

Em que: NG = Necessidade de Gesso (em quilos por hectare: Kg/ha )

Você pode determinar a Necessidade de Gesso (Kg/ha) também através da tabela abaixo, também em função da classificação textural do solo:

recomendação-gessagem

(Fonte: Sousa, Lobato, Rein, 2005 em Visão Agrícola)

  • Saturação por bases (V) e CTC nas camadas subsuperficiais (Demattê, 1986; Vitti et al., 2008):

Vamos entender a equação utilizada para a necessidade de gesso em função da saturação por bases e CTC do solo:

NG = [(V2-V1) x CTC] / 500

Onde:

NC = necessidade de gesso kg/ha;

V2 = Saturação por bases esperada (%);

V1 = Saturação por bases atual na camada 20-40 cm (%);

CTC = capacidade de troca catiônica na camada de 20-40 cm.

Você também pode utilizar a tabela abaixo, em que a recomendação da dose de gesso é de acordo com capacidade de troca catiônica (T) e saturação por bases atual (V%).

gessagem-ctc

(Fonte: Demattê, 1986 em Visão Agrícola)

Ao definir a dose correta para seus talhões, você precisa fazer a gessagem adequadamente.

Para isso, recomendo a leitura: O que você precisa saber sobre regulagem e manutenção de implementos agrícolas.

Gessagem em pastagem

Pode parecer besteira, mas o gesso agrícola pode te ajudar muito com a pastagem e, consequentemente, a criação de animais.

Esta prática torna as pastagens mais tolerantes a veranicos, por absorverem mais água e nutrientes do solo devido ao sistema radicular mais profundo.

Isso se transforma em uma vantagem competitiva imensa: momento em que todos estiverem comprando alimentação extra para os animais você ainda poderá ter um bom pasto.

Veja os resultados do efeito do gesso agrícola no trabalho de recuperação de pastagem degradada de Brachiaria brizantha cv. Marandu em solo de Cerrado:

gessagem-pastagem

(Fonte: Embrapa em Agronelli)

Gessagem no plantio direto

O plantio direto é um sistema de produção em que não é realizado o revolvimento do solo.

Ou seja, a superfície do solo é sempre coberta por plantas em desenvolvimento e por resíduos vegetais.

Por isso, a ação dos corretivos de acidez (calcário) geralmente é restrita às camadas superficiais.

Assim, a aplicação de gesso agrícola em superfície é apontada como uma alternativa para a melhoria do ambiente radicular principalmente em subsuperfície.

Quando pensamos em correção de solo, além da gessagem, sempre pensamos na calagem:

Calagem e gessagem para que servem?

A aplicação de calcário (calagem) atua na acidez do solo e também há o fornecimento de nutrientes como cálcio e magnésio para as plantas.

Então, a calagem atua no pH do solo.

E como falamos ao longo do texto, a gessagem atua na camada superficial do solo e há o fornecimento de nutrientes como cálcio e enxofre no solo.

Mas a gessagem não altera o pH do solo.

Além disso, o gesso apresenta maior mobilidade no perfil do solo que o calcário, melhorando a subsuperfície do solo.

Quais as diferenças entre calagem e gessagem?

Veja algumas diferenças entre a calagem e a gessagem que vão te ajudar a entender para que essas práticas são usadas:

GESSAGEM-GRESSA

Além disso, a distribuição do gesso agrícola pode estar associada com a aplicação da calagem.

Falando em calagem, você pode estar se perguntando, como vou calcular a quantidade de calcário que devo utilizar na minha lavoura?

Veja neste artigo.

>> Tudo o que você precisa saber sobre cálculo de calagem (+calcário líquido)

banner da planilha de calagem com uma tela de computador e texto explicativo

A agricultura de precisão pode te auxiliar na prática da gessagem e da calagem?

Pensando em melhorar a gestão e administração rural, você pode aliar a Agricultura de Precisão (AP) para as atividades de gessagem e calagem.

Como as áreas na sua propriedade não são homogêneas, você deve realizar a análise do solo de diversos pontos de sua propriedade.

E com a ajuda da AP você pode reduzir o custo de produção, aplicando a quantidade necessária de calcário, e com isso, reduzindo o desperdício.

Por isso, se aprofunde mais no tema Agricultura de Precisão pelo artigo:

>> Guia absolutamente completo sobre agricultura de precisão na Pré-Safra.

Para você facilitar a visualização do seu custo de produção agrícola veja outro artigo que escrevi aqui no blog: “Como usar software para agricultura para melhorar seu custo de produção”.

Conclusão

Agora você sabe sobre a aplicação de gesso na sua lavoura, seus benefícios e como calcular a necessidade de gessagem.

Por isso, realize uma análise de solo e certifique se sua propriedade necessita nesta prática agrícola.

Além disso, neste texto você viu algumas diferenças sobre a gessagem e a calagem. Então, utilize-as quando necessárias.

As práticas agrícolas fazem parte do planejamento da sua lavoura.

E como sempre gosto de enfatizar nos textos, sua lavoura é seu negócio, então, faça o planejamento das atividades para aumentar o seu lucro!

Então, boa gessagem!

Você conhecia os benefícios da gessagem? Qual método de cálculo você utiliza para calcular a necessidade de gessagem? Você utiliza um método diferente? Você utiliza agricultura de precisão nesta operação? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Leia mais sobre:

>> Como estas 5 tecnologias mudam a forma de monitoramento da produção agrícola

>> O que é administração rural e como usar em sua propriedade

>> 3 cursos de Agricultura de Precisão grátis (+ graduação e pós graduação que você pode fazer)

4 desafios de ser um líder em uma empresa rural

Estar à frente de uma empresa rural ou uma propriedade rural é para poucos. É um desafio gigantesco. A cada dia um leão para matar.

Você bem sabe que para ser um agricultor é preciso ir além do conhecimento técnico da produção.

Negociar insumos e operar máquinas; controlar estoque e fazer contabilidade; operacionalizar venda e dirigir caminhão…

É como ter que bater escanteio e cabecear a bola.

Por isso, a profissionalização da gestão rural, somado à cada vez maior competição do mercado, faz com que se exija cada vez mais liderança do produtor.

E isso está  profundamente ligado a competência de gerir o seu negócio com excelência.

Definir metas, criar um planejamento estratégico e ter uma gestão empresarial de ponta são desafios de todo líder no meio rural.

A liderança quase triplica a performance financeira e resulta em uma produtividade 4,7 vezes maior.

Quer saber mais sobre essa tal de liderança?

Veja agora tudo sobre a liderança, além dos desafios de ser um líder em uma empresa rural e como contorná-los:

O que é ser um líder em uma empresa rural?

Um líder deve usar habilidades de gestão para orientar seu pessoal para o destino certo, de uma maneira suave e eficiente, além disso motivar sua equipe a manter o foco no trabalho a ser executado.

O líder deve sair da cama de manhã pensando no futuro do negócio, não em qual campo plantar ou que vacas escolher, diz Milligan. Isso pode acontecer depois do café.

Sem grandes discussões, brigas ou problemas, o líder tem o comando e controle da fazenda.

O líder deve ser considerado como um bússola, dentro de uma fazenda. Sempre apontando para o rumo certo sem pestanejar.

Devo dizer ainda, que a liderança envolve mais que a gestão.

E olha que gerir bem uma fazenda envolve muito trabalho e não é nada fácil.

Mas para ser eficaz, um líder deve se comunicar, inspirar e supervisionar.

As metas devem estar alinhadas com a maneira de como sua empresa se comporta, ou seja, a cultura empresarial de como você toca seus negócios.

O líder é responsável por tocar o bumbo e dar o direcionamento correto para uma empresa rural.

Para ser um bom líder é necessário comunicar o que deseja que os outros façam de maneira clara e efetiva.

Inspirar para que façam da melhor maneira possível e ainda supervisionar para garantir a qualidade de operações agrícolas e afins.

Você já deve ter notado que ser um líder de sua empresa rural pode trazer alguns benefícios, mas vamos ver isso melhor agora:

Qual importância de ser um líder?

A liderança é fundamental para maximizar a eficiência e alcançar as metas de sua propriedade.

Ser um líder reduz o risco de falhas, desperdícios e prejuízos, configurando a fazenda para o sucesso.

Sobre ser líder de uma empresa rural, o professor Milligan da Universidade de Cornell diz:

“ Sem ninguém para colocar tempo nessa parte do negócio, é difícil sobreviver à turbulência do mercado. O produtor é o principal papel de liderança do negócio, e sua ausência tem sido devastadora para muitos”

Mas ser um líder não é de um dia para o outro. Você não toma uma fórmula mágica e acorda no dia seguinte com todo o espírito e habilidades de liderança.

Ser um líder, especialmente em uma empresa rural, é algo trabalhado dia a dia, superando um desafio de cada vez.

Conheça agora os 4 principais desafios de ser um líder e como contorná-los:

Os desafios de ser um líder em uma empresa rural

Empresa rural desafio de ser líder: Importância de ser Líder
Empresa rural desafio de ser líder: 1. Ninguém pode fazer tudo sozinho
Empresa rural desafio de ser lider: 2. Delegar tarefas leva tempo
Empresa rural desafio de ser líder: construa uma equipe
Empresa rural desafio de ser líder: 4. Repasse seu conhecimento
Empresa rural desafio de ser líder: Fontes

1º Desafio: ninguém pode fazer tudo sozinho

Delegar funções às pessoas corretas é parte fundamental do trabalho de um líder.

É uma lição difícil para quem é líder aprender, especialmente aqueles que construíram seu negócio desde o início.

Logo quando você começa, você acha que pode ter uma mão em tudo o que sua propriedade produz.

Mas é inevitável: isso não é apenas ruim para você, mas prejudicial para o crescimento contínuo de todo seu negócio.

É um comportamento natural, e não é necessariamente ruim logo quando você começa.

Afinal de contas, todo mundo gosta de um líder que trabalha duro. Um líder que está sempre presente – um líder que pode fazer tudo.

Todos ouvimos repetidas vezes o mantra de liderar pelo exemplo, mas haverá algum ponto ao longo da estrada em que isso não funcionará do jeito que costumava funcionar.

Isso porque a atividade agrícola envolve inúmeras atividades, e com o crescimento do negócio você simplesmente não pode se envolver em cada trabalho operacional.

Se você tentar, só vai se exaurir física e mentalmente.

Você não poderá gerenciar sua equipe como costumava, e isso só criará mais complicações e dificuldades, à medida que você avança.

Todos nós temos uma fonte limitada de energia emocional, física e mental.

Pode ser possível (e até necessário) você lidar com tudo no início, mas você precisa começar a ser mais seletivo à medida que seu negócio continua a crescer.

É importante que você – como um líder – esteja sempre operando em alto nível de desempenho para lidar com as tarefas que somente você é capaz de lidar.

E isso envolve delegar tarefas:

2º Desafio: delegar tarefas leva tempo

Nada disto significa que você pode jogar as tarefas que você costumava lidar para sua equipe de qualquer forma e esperar que tudo funcione bem.

Quando sua empresa rural está crescendo, o papel mais importante do líder é criar processos e estruturas que não precisem de sua opinião e atenção constantes.

Seu negócio precisa ganhar um ritmo que não dependa do seu envolvimento.

Essas são as estruturas que não só vão ajudá-lo a crescer ainda mais, mas também criar a cultura da sua empresa rural.

Essas estruturas não definem apenas a maneira como você e seus colaboradores trabalham no momento, mas se tornarão uma parte essencial do DNA de sua fazenda nos próximos anos.

Mas verdade é que nem mesmo esses processos e estruturas podem fazer todo o trabalho sozinho, veja no próximo desafio como superar isso:

3º Desafio: tão importante quanto resolver problemas é escolher quem vai resolver

Sempre surgirão problemas que o processo simplesmente não está preparado para lidar.

E, no entanto, nem sempre você estará lá para apagar todos os incêndios. Sua equipe precisa ser capaz de lidar com isso por conta própria.

Esse é talvez o salto mais assustador que cada líder tem que fazer.

Sua capacidade de liderar não pode mais ser avaliada em quantos problemas você pode resolver.

Em vez disso, seu trabalho mais importante é construir uma equipe que possa superar os problemas por conta própria.

A expectativa deve ser definida desde o início: sua equipe deve tentar resolver problemas por conta própria antes de passarem isso para você.

Por outro lado, você precisa ter a confiança de que você deu as ferramentas que eles precisam para enfrentar esses problemas de forma eficaz.

Um líder não pode guardar em segredo a forma com que lida com certos problemas se ele espera que seu negócio cresça.

Ser a pessoa com todas as respostas pode ter feito você em um herói antes.

Mas também sugere ao seu time que você é a única pessoa capaz de resolver os problemas – e isso não é sustentável.

Por isso, transmita seu conhecimento:

4º Desafio: um líder passa adiante seus conhecimentos

A mesma cultura e filosofia deve ser transmitida a cada gerente que você adiciona ao time.

Eles não podem ser apenas o novo alvo para cada problema no futuro.

Eles precisam estar bem treinados para ensinar aos membros da equipe a resolverem os problemas por conta própria e a desenvolver seus papéis na fazenda.

Fazer seu time ter sucesso por si só não só ajuda seu negócio a ter sucesso, mas também ajuda a equipe a ter sucesso.

Ninguém quer sentir como se estivesse preso na mesma posição para sempre, sem oportunidades de crescer.

Deixá-los resolver seus problemas e criar seu espaço na empresa rural irá ajudá-los a melhorar.

Talvez você possa fazer tudo como líder no início, mas isso não vai durar.

Em algum momento, definir seus limites e permitir que sua equipe venha a ser bem-sucedida seja o trabalho mais importante que você pode fazer para criar um negócio que vai durar.

Mas como começar isso?

Como começar a ser um líder?

Ser um bom líder de empresa rural não é tarefa fácil.

Mas tem alguns itens que você pode começar a fazer agora que vão te guiar para uma boa liderança:

Tenha metas definidas e visão de futuro realista

Se sua meta é aumentar a produtividade estabeleça um número: “Quero aumentar 5 sacas por hectare na próxima safra, o que devo fazer para isso?”

Não importa sua meta, se é aumentar produtividade, rentabilidade, expandir as terras, etc.

O que importa é que você pode conseguir isso se ter uma meta clara com um futuro realista.

Rever seus registros das safras passadas irá te ajudar a verificar o que precisa ser feito para melhorar e assim alcançar sua meta.

A observação dos registros também se asseguram uma visão de futuro mais realista.

Faça uma boa gestão agrícola

Se perder nas operações agrícolas, não saber quais talhões já foi aplicado determinado defensivo, descontrole do estoque…

Tudo isso te atrapalha e causa muita confusão no dia a dia da lavoura.

Por isso, faça antes um planejamento agrícola.

Faça orçamento dos preços, verifique todos os insumos necessários e em quanto tempo serão feitas as operações agrícolas.

Durante a safra, registre tudo o que ocorreu: o que foi usado, as operações e quem as realizou, as principais pragas, daninhas e doenças da área, quais cultivares foram utilizados, etc.

Assim, você tem um controle de tudo e fica muito mais fácil liderar seu negócio, evitando falhas, descontroles e desperdícios.

Não sabe nem por onde começar o planejamento agrícola? Veja esses artigos:

Tenha uma gestão financeira adequada

É claro que a saúde financeira depende de uma boa gestão agrícola, mas o controle das saídas e entradas de dinheiro é essencial.

Você sabe o seu custo de produção por talhão? Sabe o preço de venda que compensa seu custo por saca?

Tenha o controle financeiro e tenha segurança na tomada de decisão.

Em geral, o que você precisa é manter anotações e registros de absolutamente tudo  o que foi gasto e o que foi recebido.

Isso inclui gastos com recursos humanos, escritório, depreciação de máquinas, custo de insumos, e muitos outros.

Saiba em detalhes como fazer isso no artigo “Como saber seu custo de produção agrícola”.

Se você quer saber como ter o controle financeiro de um jeito simples e ágil visite o site Aegro.

Treine sua equipe

Você já percebeu que tudo o que ocorre em sua empresa rural é feito por pessoas?

Todo o manejo da lavoura, a condução dos tratores, a manutenção dos maquinários, os processos de administração rural e outros.

tudo passa pelas mãos de pessoas que trabalham na sua fazenda.

Por isso é tão importante que essas pessoas sejam treinadas e motivadas para que façam o melhor trabalho possível.

Ao treinar sua equipe, todos vão entender seu papel no processo de produção agrícola.

E quando você entende seu papel no processo como um todo, você sabe como pode fazer melhor e como resolver problemas.

Isso dá um sentimento de pertencer ao trabalho, ao processo, a sua empresa rural.

Mas para isso ser efetivo você precisa de comunicação:

Comunique-se

Nem sempre se comunicar de forma clara é fácil.

Mas os efeitos de uma boa comunicação são fundamentais para o sucesso da sua liderança e, consequentemente, da sua empresa rural.

Fale de forma clara e objetiva o que todos devem fazer, além de como e quando deve ser feito.

Explique o porquê, ouça sugestões, discuta com sua equipe como melhorar e os problemas que precisam ser enfrentados, e não deixados de lado.

Junto com o treinamento, isso pode significar mudanças profundas que irão aperfeiçoar (deixar tudo “redondinho”, sabe?!) sua empresa rural cada vez mais.

Todos esses passos para começar a trabalhar a liderança fazem parte também da estratégia do seu negócio:

A liderança como estratégia

Ser um bom líder te trará uma visão clara e ampliada do negócio.

Isso vai facilitar o estabelecimento de metas, pois você vai saber exatamente o que sua empresa rural precisa.

Para isso, como já dito antes, você precisará ter o controle e fazer a gestão agrícola e financeira.

Isso significa entender o funcionamento da sua empresa rural.

Além de entender como tudo se integra: custos e operações agrícolas, com  insumos e atividades, com departamento pessoal e manejo, etc.

E é exatamente assim que você saberá por qual “caminho seguir”.

Ou seja, qual estratégia utilizar quando surgir um problema, ou mesmo para alcançar a sua meta, seja ela qual for.

Mas… e se o problema ou meta a ser atingida é a sucessão familiar?

O caso da sucessão familiar na empresa rural

85% das empresas brasileiras são familiares, mas apenas 30% delas chegam a segunda geração ou seja, somente 30% os sucessores assumem o negócio.

E mais: somente 5% conseguem chegar a 3ª geração.

Isso porque estamos falando de empresas em geral, e não só de empresas rurais.

Assim você pode notar a dificuldade de manter os jovens no campo, além de capacitá-los com conhecimento técnico e de liderança para conduzirem a propriedade com sucesso.

Para garantir que isso não aconteça com seu negócio, é preciso um planejamento e organização dentro de sua fazenda.

Mais uma vez, é preciso ser um líder, permitindo que seu sucessor também se torne um.

Desse modo, o seu filho(a), genro, nora ou neto(a) podem entrar na fazenda com uma visão muito mais clara de quais são as atividades essenciais e como elas são realizadas.

Além de que a saúde financeira da propriedade auxilia, e muito, nessa passagem, possibilitando o sucessor saber os principais custos e em quais pontos deve se atentar mais.

Esse planejamento e organização são frutos de uma boa gestão agrícola e administração rural, e é essencial para evitar conflitos entre as gerações.

Isso porque a boa gestão agrícola facilita muito o entendimento do sucessor sobre o negócio como um todo e como ele se encaixa nisso.

Apesar do começo poder ser complicado (como você já notou), os jovens produtores também têm algumas vantagens.

A sucessão familiar também pode aperfeiçoar sua empresa rural

Em geral, os jovens produtores sucessores são habituados a tecnologia e gostam de maior agilidade, o que pode ser essencial para o sucesso de seu negócio.

Sobre isso, o Professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Fábio Mizumoto também comenta:

“Quem mora no interior precisa estar ligado no que está acontecendo e, bem sucedido, o produtor se adapta a isso. Faz com que a atividade fique mais tempo em destaque. Outros setores estão entrando em crise, mas a agricultura, não”

Então, com gestão e tecnologia, tenho certeza que seu ou sua sucessor(a) conduzirá seu negócio com liderança invejável!

E se você é o sucessor(a) estou certo de que já está se preparando para ser um líder na empresa rural.

Para ajudar a se preparar ainda mais recomendo esses três artigos:

Conclusão

Ser um líder significa estar no total comando e controle de sua empresa rural, além de entender e manter boa relação com sua equipe para guiá-la rumo ao sucesso.

Por isso a gestão agrícola, financeira e de pessoal são fundamentais no processo de ser um líder.

Os 4 desafios aqui apresentados mostram muito claramente que ser um líder pode não ser fácil, especialmente no início, mas vale a pena.

Aqui você viu como contornar cada um desses desafios, além de entender mais sobre liderança e como começar a ser líder.

Aproveite todo o conhecimento e continue sendo um bom líder em sua empresa rural!

>>Leia mais: 

“Governança corporativa: saiba como colocar a fazenda em ordem”

O que você precisa saber sobre regulagem e manutenção de implementos agrícolas”

Novidades de máquinas e implementos agrícolas que ainda não vemos por aí”

Imposto de renda para produtor rural: Leis e normas para ficar atento

Qual desafio você enfrenta hoje em sua empresa rural? Tem mais dicas sobre como ser um bom líder? E como passar a liderança para o sucessor da fazenda? Conte para nós! Adoraria ver seu comentário abaixo!

Administração rural: entenda e conheça as melhores práticas

Administração rural: veja as definições e entenda a importância para o sucesso da sua empresa rural

Quem é do ramo agrícola sempre está preocupado com os números que a lavoura pode trazer. A cada safra que é finalizada, buscamos sempre um contínuo aumento da produção e da lucratividade, se possível batendo recordes!

Sabe qual é o caminho mais seguro para chegar a altas produtividades? Duas palavras: administração rural. Para mensurar os gastos da empresa rural, características da administração precisam ser bem conhecidas por quem irá realizar essa etapa. 

Entender os custos de produção te permite tomar decisões mais seguras quanto a investimentos, tecnologias a serem empregadas. E, em especial, por quanto vender seu produto agrícola.

Neste artigo, entenda melhor o conceito de administração rural e como fazê-la bem feita. Aproveite a leitura!

O cenário econômico do setor agro

A agropecuária ocupa papel de destaque não apenas no Brasil, mas também na economia mundial. Por muitos anos, o setor foi visto como um setor familiar e tradicional.

Contudo, nas últimas décadas, a área passou por um movimento de transformação. Empresas até então familiares passaram por um processo de profissionalização, o que abriu espaço para o desenvolvimento dos empreendimentos em estruturas e práticas corporativas.

Os avanços tecnológicos nos últimos 50 anos, levaram à expansão da escala, além de aumentar a velocidade e a produtividade dos equipamentos, fazendo com que a terra seja cultivada com mais eficiência.

O PIB (Produto Interno Bruto) da agropecuária tem crescido acima de dois dígitos nos últimos anos. O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) prevê um crescimento do PIB do setor em 15,5% em 2023.

Esse crescimento reflete o crescimento acima do esperado no segundo trimestre do ano e pela revisão positiva das estimativas para a produção de soja, cana-de-açúcar, milho e bovinos.

Nesse contexto, a administração rural tem conquistado cada vez mais espaço. Investir em profissionais qualificados e na implementação de conselhos de gestão, por exemplo, é um passo essencial. 

O que é administração rural?

A administração rural trata do planejamento e controle das atividades a partir de uma visão ampla da fazenda. Essas atividades te ajudam a tomar decisões da sua empresa rural, com objetivo de aumentar os resultados, o lucro e a rentabilidade da fazenda.

Toda propriedade rural, seja pequena, média ou grande, envolve uma complexidade de atividades, custos de produção, problemas, e outros itens. Ou seja, é um negócio que para ter sucesso e prosperar, precisa de uma boa gestão rural.

A gestão de fazendas se modernizou ao longo dos anos. Assim, as propriedades passaram a ser administradas por profissionais especializados, treinados e capacitados. Isso porque o gestor rural precisa estar preparado para o mercado globalizado.

Esse mercado oscila em relação a valores dos insumos e custos de produção. Consequentemente, isso pode impactar o sucesso financeiro, a eficácia e a eficiência do negócio.

A importância da administração em agronegócio

Quando administramos bem, tomamos decisões com maior clareza e segurança. A administração é feita por uma visão ampla da fazenda, especialmente nas áreas financeira e de gestão de pessoas

Saber como administrar a sua empresa rural é essencial para atingir melhores resultados. A gestão agrícola possibilita administrar de forma segura o seu negócio, com informações mais precisas sobre a produção. 

Ainda, ela oferece controle adequado do uso de recursos e planejamento estratégico de decisões no futuro. Logo, a empresa rural bem administrada tende a se desenvolver e a crescer mais.

O que um administrador faz em uma fazenda

Já pensou em se tornar um administrador rural? A administração rural bem feita propicia ao agricultor uma lucratividade exponencial. Afinal, através dela se conhece todos os investimentos, custos e gastos agrícolas na propriedade.

Uma regra básica da administração rural, para que o gestor não se perca diante de tantos fatores que permeiam a função, é guiar-se por um planejamento. Esse planejamento pode seguir o ciclo de produção por safras, e começar com passos simples:

  • Objetivos ou o que fazer: são as metas específicas a serem alcançadas ao longo do período. No conjunto, elas vão responder pelos resultados da organização;
  • Estratégias ou como fazer: são as formas escolhidas pelo empreendimento para concretizar seus objetivos e a sua grande meta do período;
  • Cronograma ou quando fazer: aqui devem constar as atividades a serem executadas e o tempo previsto que cada uma delas seja realizada.
Como funciona uma administração rural
Como funciona a administração de uma fazenda
(Fonte: Lúcia Ramos/Administração Rural)

O cronograma permite identificar o tempo necessário para a execução e estimar o prazo em função dos recursos disponíveis. Ainda, permite analisar a possibilidade de sobrepor atividades ou realizá-las em paralelo.

  • Responsáveis ou quem vai fazer: nesta parte do planejamento, são nomeados os responsáveis ou o responsável pelas atividades;
  • Recursos disponíveis ou com o que faremos: aqui são identificados os recursos globais para a execução do planejamento.

Ou seja, o administrador rural precisa entender todos os setores que compõem o agronegócio para realizar uma melhor gestão:

  • Antes da propriedade rural: contato com os fornecedores, compra de insumos e maquinários;
  • Dentro da propriedade rural: preparo do solo, plantação e colheita, gestão de funcionários, controle das finanças;
  • Depois da propriedade rural: armazenamento, transporte e comercialização agrícola de produtos.

Os negócios agropecuários podem sofrer muitas oscilações. O sucesso, muitas vezes, depende das condições climáticas. Diante disso, o administrador rural deve cuidar de todos os recursos para que, em uma eventual crise, a empresa consiga prosperar.

Por exemplo, com apoio de tecnologias como os softwares de gestão rural, é possível ter uma visão completa da situação do negócio rural. Dessa forma, é possível prever crises e evitá-las a tempo.

Atividades realizadas numa administração rural
Com softwares como o Aegro, é possível ter uma visão completa de todas as áreas do negócio rural

Como ser um administrador rural?

Para ser um bom administrador rural, é preciso entender de:

  • Custo de produção: para realizar a avaliação e definição de economia rural da atividade;
  • Análise de resultado: para definir as atitudes a serem tomadas;
  • Preocupar-se com agroqualidade: menos desperdício e maior eficiência;
  • Conhecer informática: para processar um grande volume de informações;
  • Contemporaneidade: conhecer o mundo que te cerca e o reflexo disso no negócio;
  • Políticas governamentais: para saber em qual cenário ele vai produzir;
  • Meio ambiente: premissas básicas e reflexos na atividade.

Existem diversos cursos de graduação e pós-graduação na área de administração rural. Eles capacitam o profissional a administrar e gerir diferentes setores rurais. A Embrapa e o Senar oferecem cursos de capacitação para melhorar a administração do seu negócio rural.

Quais as principais competências da administração rural

Para ser um bom profissional de administração rural, é preciso desenvolver três competências:

  • Competência técnica: saber fazer o que deve ser feito, na prática. Essa competência é diferente da competência acadêmica. Nesse caso, não é necessário que o produtor rural possua um diploma ou certificado técnico, mas é preciso que ele tenha um conhecimento atualizado e abrangente, de ordem prática.
  • Competência interpessoal: saber se relacionar bem com a equipe de trabalho. Essa competência exige que a pessoa saiba lidar com o outro, em uma relação de parceria, trazendo ao trabalho qualidade de vida, saúde, prazer e felicidade.
  • Competência cultural: o saber é mais abrangente, mais amplo. Essa condição não é obrigatória, mas é recomendada para ajudar no desenvolvimento de uma equipe de trabalho. Ela facilita o contato mais qualificado e competitivo com os concorrentes no mercado nacional e internacional.

Salário de quem cuida da administração de pequenas e grandes propriedades rurais

O salário de um administrador rural é de 4 salários mínimos. Entretanto, esse valor pode variar conforme o porte da empresa e a experiência do profissional. 

Em uma pequena empresa rural, o salário pode variar de 2 salários mínimos para um candidato júnior, e até 4 salários para um profissional sênior.

Em uma grande empresa, o salário médio de um profissional no nível júnior é de 4 salários mínimos. Para um profissional mais experiente, esse valor pode chegar a até 7 salários.

Tecnologias que auxiliam na administração rural

Existe um novo paradigma para o administrador de fazendas: “Não mais buscar a máxima produção a qualquer custo, mas sim buscar a máxima relação custo x benefícios nas atividades desenvolvidas”.

É por isso que hoje, para você se adequar às necessidades de sua lavoura, é fundamental usar a tecnologia como facilitadora de tempo e administração de custos. A tecnologia também te auxilia a conhecer o mercado e os processos de produção a fundo, no detalhe.

  1. Software para administração

Atualmente, existem diversos softwares para administração de fazendas, como a Aegro. A tecnologia permite que os registros sejam realizados de forma informatizada, dinâmica e com fácil integração das informações.  Além disso, garante maior segurança e qualidade aos dados, facilitando a verificação do gestor.

Com uso de ferramentas tecnológicas, é possível lidar melhor com os principais desafios da administração rural, como:

  • Ter uma visão completa dos resultados;
  • Delegar tarefas propriamente;
  • Criar processos efetivos;
  • Entender e usar os indicadores agrícolas e financeiros;
  • Ter maior controle da produção;
  • Otimizar a logística dos processos;
  • Gerenciar o financeiro e identificar pontos de melhoria.

Se você não tem certeza de como um aplicativo de gestão pode te apoiar na administração rural, temos um material que pode te ajudar. Clique na imagem abaixo para acessar o guia de software rural, um e-book gratuito e completo que te explica tudo sobre essa ferramenta:

Pilhas de papeis ilustrando as dificuldades da administração rural para quem não usa software de gestão
  1. Máquinas e equipamentos agrícolas

Máquinas e equipamentos são precisos e permitem o ajuste de detalhes do solo, adubação, plantio e colheita, resultando em maior eficiência.

Os tratores e colheitadeiras também auxiliam na maximização da produção, garantindo uniformidade, reduzindo custos e erros.

  1. Sensores

Na agricultura os sensores podem auxiliar em informações sobre a vegetação, solo, clima e qualidade sobre o cultivo. Eles também estão presentes em tratores para alinhar melhor o plantio de sementes, no controle de estoque dos silos e no armazenamento de sementes.

  1. Drones

Os drones podem auxiliar na fiscalização das terras, permitindo a localização e o controle mais rápido das pragas. As imagens também são utilizadas para o cálculo da administração de fertilizantes e agrotóxicos. 

Como fazer a administração rural 

A administração rural, tanto na teoria quanto na prática, envolve processos que ajudam na gestão de riscos e mitigam as incertezas. 

Para aplicar a administração rural na sua propriedade, é importante seguir quatro etapas: planejamento, organização, direção e controle.

A partir dessas etapas, é possível administrar a propriedade rural com mais segurança e impactar positivamente os resultados da lavoura.

1. Planejamento

A primeira etapa é o planejamento, onde o administrador vai avaliar a situação atual do negócio e definir quais metas e objetivos pretende alcançar.

Ou seja, o planejamento consiste em um trabalho de preparação, em que o agricultor analisa o cenário da empresa rural e calcula possíveis lucros da safra.

2. Organização

Após a etapa de planejamento, será necessário organizar os processos. Neste momento, começamos a colocar em prática o planejamento.

Para auxiliar essa etapa, podemos levantar alguns questionamentos:

  • Qual será a mão de obra necessária para iniciar a produção
  • Quem trabalhará com o quê? Quais objetivos deverão atingir?
  • Quais recursos devemos utilizar?
  • Qual a quantidade de matéria-prima?

Respondendo essas perguntas, o produtor estará mais bem preparado e seguro para seguir com as demais etapas, além de economizar tempo e dinheiro.

3. Direção

A etapa de direção consiste no ato de comandar, gerir ou dirigir a propriedade rural.

Neste sentido, ela está relacionada à supervisão do uso dos recursos da propriedade rural. 

O objetivo é auxiliar na execução do planejamento, motivar os trabalhadores, dar apoio e orientação, colocar em prática as tarefas e operações planejadas.

4. Controle

O controle consiste no registro e avaliação do desempenho de todas as atividades da propriedade rural. Sendo assim, o controle deve ser contínuo, com o intuito de propor correções necessárias no tempo apropriado.

Portanto, nesta etapa, é o momento de comparar dados, analisar resultados e caso necessário, adotar medidas corretivas.

Dessa forma, se os resultados forem alcançados, há o registro das boas práticas e inicia-se um novo ciclo para identificar oportunidade de melhoria.

No caso das metas não alcançadas, será preciso diagnosticar qual é a raiz do problema para evitar a reprodução dos resultados não esperados.

Adicionalmente, existem alguns princípios para uma boa administração rural. Conhecê-los muito bem é essencial. São eles:

  • Saber utilizar princípios, técnicas e ferramentas administrativas;
  • Utilizar alguma tecnologia facilitadora dos processos;
  • Saber decidir e solucionar problemas;
  • Saber lidar com pessoas: comunicar eficientemente, negociar, conduzir mudanças, obter cooperação e solucionar conflitos;
  • Ter uma visão sistêmica e global da estrutura da organização;
  • Ser proativo, ousado e criativo;
  • Ser um bom líder;
  • Gerir com responsabilidade e profissionalismo; e
  • Ter visão de futuro.

Simplificando a administração rural

Realizar todas as funções de um administrador rural demanda tempo e organização, mas pode ficar muito mais simples com um software de gestão como o Aegro.

É possível planejar as etapas e custos do plantio, controlar as despesas e uso de insumos, planejar e delegar atividades, além de fazer a gestão financeira, identificando no processo oportunidades para reduzir custos, mantendo a qualidade da produção.

Ainda é possível acompanhar de onde estiver com a versão do Aegro para o celular, assim é possível ficar sempre atento ao que está acontecendo no campo.

Tela do Aegro para a administração rural

No painel de controle do Aegro, o administrador pode comparar o planejado x realizado.

O que esperar do setor agropecuário em 2024

Para o ano de 2024, é esperado que o setor agropecuário apresenta um resultado mais modesto em relação à 2023. 

Este resultado é esperado devido à incidência do El Niño na região, que deve se estender até o 1º semestre de 2024. Com isso, espera-se tempo mais seco no norte e nordeste do Brasil, mais chuvoso no Sul e mais quente no centro do país.

Se a intensidade do fenômeno for de fraca a moderada, os impactos na produção local não serão de grande intensidade.

Mas se o El Niño se intensificar no final deste ano, podem ocorrer prejuízos nas safras de milho, feijão, arroz e açúcar.

O que pode reduzir a safra 2023/24 e pressionar os preços dos alimentos. 

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Conclusão

Atingir altas produtividades em lavouras vai muito além do que conduzir todo o passo a passo da “receita de bolo”.

É necessário saber administrar, conhecer as particularidades da sua fazenda, tudo o que foi gasto, e quais são os lucros.

Quando administramos bem, tomamos decisões com maior clareza. E aqui você viu o conceito de administração rural, como fazer isso e toda sua importância! Mantenha esses conceitos sempre atualizados e procure aplicá-los sempre nas propriedades.

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Foto da autora Mariana, sorrindo com uma parede vermelha no fundo

Atualizado em 28 de novembro de 2023 por Mariana Rezende.

Mariana é formada em economia e mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Economia e graduanda de Ciências Contábeis na mesma instituição.