Aumente a produtividade da plantação de milho (+8 materiais gratuitos)

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Plantação de milho: conheça os sistemas de cultivo, densidade, manejo da lavoura e outros pontos importantes para maior rentabilidade

A safra de milho 2021/22 deve alcançar 116,2 milhões de toneladas, um recorde de produção estimado pela Conab, o que mantém o Brasil como um dos principais produtores do grão no mundo.

Enquanto isso, os gastos totais para a próxima safra de milho nas lavouras com alta tecnologia podem chegar a R$ 5.434 por hectare, segundo dados do Imea (Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária).

Alcançar uma boa produtividade é essencial para ‘diluir’ esses custos. Assim, você corre menores riscos de prejuízo, especialmente na safrinha.

A seguir, saiba como obter melhor produção na safra verão e safrinha. Confira!

O que considerar antes de começar a plantação de milho

Antes de começar o plantio, você precisa fazer um planejamento agrícola bem feito. Isso envolve tomar decisões importantes, como época e tipo de plantio.

Qual a melhor época para plantar milho?

O primeiro passo é definir se irá plantar safra e/ou safrinha.

A época do plantio do milho safra (ou safra de verão) depende do seu Estado:

  • Centro-Oeste: até outubro ou novembro;
  • Sudeste: até outubro ou novembro;
  • Sul: final de agosto;
  • Nordeste: janeiro.

A segunda safra é chamada de safrinha por não ser plantada em um período ideal para a cultura. A melhor época de plantio, para qualquer Estado, é sempre logo após a colheita do milho safra. Isso garante maior produtividade na safrinha.

Nesse período, pode ocorrer déficit hídrico. O ciclo do milho safrinha também pode ser prolongado por haver menor insolação em algumas regiões no país.

Normalmente, não existe diferença entre o ciclo do milho safra e safrinha. O que pode ocorrer é um prolongamento do ciclo devido às condições climáticas.

plantação de milho

Fases de desenvolvimento do milho 

(Fonte: Pioneer Sementes)

Processo de irrigação

Em seu planejamento, você precisa considerar se haverá necessidade de irrigação na lavoura de milho para sua região. Também vale verificar o custo que terá com essa atividade.

Faça isso através de uma boa análise das previsões climáticas durante o período do milho na lavoura. Isso evitará, por exemplo, que você planeje irrigações demais em períodos de muita chuva.

Métodos de plantio de milho: plantio convencional ou plantio direto?

O sistema de Plantio Direto visa um menor revolvimento do solo e mantém o máximo de resíduos das culturas anteriores.  Isso deixa o solo rico em matéria orgânica.

Com isso, o solo fica coberto, há menor erosão e maior fertilidade. Mas como definir qual sistema de plantio é mais vantajoso para sua lavoura?

Se optar pelo Plantio Direto, lembre-se que a área sempre necessita estar coberta. Você precisará de culturas de cobertura. Caso opte pelo plantio convencional, precisará planejar todas as atividades de preparo do solo e ainda pensar em sua conservação.

Por isso, a escolha de qual sistema utilizar na produção de milho depende muito de quem produz e da tecnologia empregada na lavoura.

plantação de milho

Sistema de plantio direto pode ser feito na cultura do milho

(Fonte: Cerrado Rural)

Agora que falamos sobre as épocas de plantio de milho e sistemas de cultivo, veja como ter maior produção e lucro na plantação de milho.

9 passos para ter uma plantação de milho de sucesso

Para garantir um milharal de sucesso, você precisa se atentar a vários detalhes:

1. Densidade populacional

No Brasil, a densidade de plantas varia de 30 mil a 90 mil plantas por hectare. Ao elevar essa densidade, você vai observar aumento da produtividade (Kg/ha) até certo ponto.

A partir deste ponto ótimo, as plantas de milho começam a competir entre si por espaço, luz, água e nutrientes. Isso resulta na diminuição da produtividade.

Vários fatores interferem nessa densidade populacional ótima, especialmente:

  • Características dos híbridos;
  • Condições ambientais;
  • Condições de manejo.

2. Espaçamento ideal

O espaçamento convencional varia de 80 cm a 90 cm. O espaçamento reduzido, de 45 cm a 50 cm. Esse é o mais utilizado atualmente.

3. Profundidade

A profundidade de plantio das sementes de milho varia em relação ao solo.

Em solos arenosos, é recomendável profundidade de 5 cm a 8 cm. Em solos argilosos o plantio é feito em profundidade de 3 cm a 5 cm.

4. Temperatura

As temperaturas ideais do solo para a germinação adequada do milho devem estar entre 25 °C e 30 °C. Temperaturas menores que 10 °C ou maiores que 40 °C são prejudiciais à germinação.

5. Velocidade da semeadura

A semeadura do milho também tem especificidades. A velocidade ideal de semeadura é de 10 km h-1 em semeadoras a vácuo. Em semeadoras de discos, a velocidade ídeal é 4 a 6 km h-1.

6. Condições climáticas

Dependendo da época de plantio, a cultura do milho estará exposta condições climáticas diferentes.

Por exemplo, o milho safrinha pode sofrer com déficit hídrico e com a menor luminosidade. Isso estende seu ciclo de cultivo, mesmo para milho verde.

Por isso, dependendo da época de plantio e das cultivares de milho, há um manejo diferente. Fique de olho nas condições meteorológicas da sua região.

Também defina se precisará fazer o plantio de milho irrigado na safrinha.

7. Análise de solo e adubação

Você precisa fazer a análise de solo para identificar a fertilidade e as necessidades do solo local.

Assim, com a interpretação dos dados da análise, é definido o que precisa ser feito na área. Por exemplo:

  • calagem;
  • gessagem;
  • identificar qual nutriente está deficiente no solo, etc.

A adubação também depende da produtividade esperada. Ou seja, depende da exportação de cada nutriente retirado do solo para produzir o grão e do histórico das culturas anteriores.

Lembre-se que o nitrogênio é muito importante para a cultura do milho. Sua deficiência pode comprometer a produtividade.

8. Manejo fitossanitário

Monitore a sua lavoura frequentemente! Fique de olho em possíveis doenças, pragas e plantas daninhas. Isso te ajuda a definir o momento ideal de realizar a aplicação de defensivos na sua lavoura.

Várias doenças podem ocorrer na cultura do milho. Por exemplo:

Por isso, é essencial fazer o monitoramento da cultura. Fique sempre de olho nas condições ideais para a ocorrência das doenças.

Ferrugem do milho

Sintomas e condições ambientais favoráveis às principais doenças do milho

Também fique de olho nas pragas comuns na cultura do milho, como a lagarta-do-cartucho. Por isso, não deixe de considerar o Manejo Integrado de Pragas (MIP) na sua lavoura.

9. Sementes resistentes

Usar variedades resistentes pode evitar diversos problemas na lavoura. Uma estratégia válida é a utilização de híbridos de milho com a tecnologia VTPRO4. Essa variedade protege o milho contra:

  • Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda);
  • Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea);
  • Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus);
  • Larva alfinete (Diabrotica speciosa);
  • Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon);
  • Broca-do-colmo (Diatraea saccharalis).

Além disso, variedades resistentes oferecem maior flexibilidade no controle de plantas daninhas. Lembre-se que as plantas daninhas interferem muito na produtividade do milho. 

Elas podem reduzir o rendimento da cultura em até 70%, dependendo da espécie, estádio fenológico, condições meteorológicas, tipos de solo e outras.

>> Leia mais: “Como fazer o manejo de herbicida para milho

Qual o ponto ideal de colheita do milho?

Após atingir a maturidade fisiológica o milho pode ser colhido. Para reconhecer o ponto de maturidade fisiológica, você deve se atentar a dois aspectos visuais do grão de milho.

  • O avanço da linha de leite até a ponta do grão;
  • A formação de uma camada negra na inserção do grão no sabugo.

A colheita deve ser realizada quando os grãos atingirem umidade inferior a 16%. Se estiver com dúvidas quanto a umidade dos grãos, retire amostras e leve até um laboratório.

Além disso, vale lembrar que a colheita do milho da safra verão deve ser realizada o mais rápido possível.

Gestão da lavoura de milho

Ser eficiente na agricultura é muito importante para o sucesso do agronegócio. Isso te dá lucros e rendimentos com a atividade.

Quando você pensa em eficiência, pode pensar em produzir certa quantidade de grãos, por exemplo. Mas você sabe ao certo qual é essa quantidade para ser eficiente?

Para chegar a essa quantidade, primeiramente você tem de realizar a gestão da sua lavoura.

Com a gestão da sua propriedade rural, você determina quais foram os gastos com a lavoura. Também descobre o valor de venda do grão e quanto lucro pretende obter.

Dessa forma, você consegue mensurar a quantidade que precisa produzir para pagar todos os gastos e registrar lucro.

Para esse gerenciamento, você pode utilizar planilhas ou softwares agrícolas. Eles te ajudam a analisar as informações da fazenda, melhorando a tomada de decisão!

plantação de milho

Com Aegro você consegue fazer a gestão da sua fazenda e visualizar a rentabilidade da lavoura

Saiba mais sobre o software agrícola aqui

8 materiais gratuitos para te ajudar na plantação de milho

E-books

1. Guia definitivo do planejamento agrícola para milho e soja: veja sobre as principais informações para seu planejamento da safra de milho e soja.

2. Guia de manejo do milho: saiba como melhorar o manejo do milho desde o plantio até a colheita.

Planilhas

3. Estimativa de produtividade do milho: estime a produtividade antes da colheita, apenas coletando algumas plantas.

4. Controle da cigarrinha-do-milho: liste produtos para controle biológico e químico, com suas respectivas recomendações gerais.

5. Manejo Integrado de Pragas: veja o nível de controle para cada praga de soja e milho em relação à sua área, sabendo quando pulverizar.

6. Planejamento da Safra de Milho: monitore e planeje sua lavoura de milho a partir do ciclo da cultivar e da época do plantio. Você também pode obter a previsão das atividades da lavoura, como data de adubação, plantio, aplicação de fungicida e herbicida.

7. Planilha para adubação do milho: adicione os dados da análise de solo e a planilha fará o resto para você!

Webinar

8. Tudo o que você precisa saber sobre plantas daninhas na 2ª safra de Milho: nesse webinar, o Prof. Dr. Pedro Christoffoleti explica as principais boas práticas para manejar as plantas daninhas na safrinha de milho.

planilha de planejamento da safra de milho

Conclusão

Neste artigo, você viu sobre como ter uma boa produção e lucro com a lavoura de milho.

Fique sempre de olho nas etapas dos 6 passos importantes para sua plantação de milho. Fazer um bom planejamento agrícola é essencial.

Com essas informações, você certamente vai conseguir uma boa produção e rentabilidade em sua lavoura!

>> Leia mais:

Como produzir 211 sacas de milho por hectare com gestão agrícola

Principais e melhores manejos na dessecação para pré-plantio de milho

Qual a época e sistema de cultivo em sua plantação de milho? Você realiza gestão agrícola? Adoraria ver seu comentário abaixo!

redatora Denise Prevedel

Atualizado em 18 de abril de 2022 por Denise Prevedel.

Denise é engenheira-agrônoma e mestra em agronomia pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Doutoranda em agronomia pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

O guia do manejo eficiente da buva (Conyza spp.)

Atualizado em 03 de novembro de 2022.

Buva: principais características, época de controle, como realizar o manejo e quais herbicidas utilizar para evitar prejuízos na lavoura

A presença da buva na lavoura é um sinal de alerta. Essa planta invasora se alastra muito rapidamente e interfere no desenvolvimento das espécies cultivadas. 

A soja, por exemplo, é uma cultura bastante sensível à presença da buva, pois ela afeta diretamente a produtividade. Entretanto, controlar essa planta daninha não é uma tarefa simples. 

Alguns casos de resistência fazem com que muitos herbicidas não sejam eficientes no manejo da buva. Por isso, conhecer a planta e as melhores táticas para controlá-la antes de sofrer grandes danos na lavoura é fundamental.

Neste artigo, saiba qual é o período ideal para controlar a buva e quais os herbicidas mais indicados. Confira a seguir!

O que é buva?

A buva (nome científico Conyza spp.) é uma planta daninha de difícil controle e que está presente nas principais áreas agrícolas do Brasil. Ela é popularmente conhecida por rabo-de-foguete, arranha-gato e voadeira. Há três espécies dessa invasora:

  • Conyza canadensis;
  • Conyza bonariensis;
  • Conyza sumatrensis.

O ciclo da Conyza canadensis pode ser anual ou bienal. Já as espécies Conyza bonariensis e Conyza sumatrensis têm ciclo anual.

tabela com diferenças entre espécies de buva
Principais diferenças morfológicas entre as plantas do gênero Conyza
(Fonte: Comitê de Ação a Resistência aos Herbicidas)

A propagação dessas espécies de buva ocorre por sementes. Uma única planta tem a capacidade de produzir 200 mil sementes. Elas são facilmente transportadas pela água e pelo vento a longas distâncias.

As sementes da buva são fotoblásticas positivas. Isso quer dizer que elas germinam na presença de luz, quando estão próximas à superfície do solo. Temperaturas próximas a 20°C favorecem a germinação das sementes. 

A emergência das sementes de buva pode ocorrer durante todo o ano. Durante o outono e inverno, entre os meses de junho a setembro, a incidência é maior. A época de germinação coincide com o período da entressafra

Fotos de buva em lavoura
Fotos de buva em lavoura
(Fonte: Blog da Aegro)

O manejo das plantas daninhas nesse período é de extrema importância.  Nesse caso, a buva pode funcionar como “ponte verde”. Ou seja, ela pode ser hospedeira de patógenos e pragas no período da entressafra. Dentre as principais pragas hospedadas pela buva, há:

Resistência da planta buva (Conyza spp.) aos herbicidas

Durante muito tempo, o herbicida glifosato foi a principal molécula utilizada na dessecação de plantas para formação de palhada no sistema de plantio direto. Ainda, a introdução comercial da soja transgênica tolerante a esse princípio ativo aumentou seu uso.

O glifosato era usado como única ferramenta para o controle das plantas invasoras em lavouras de soja RR. Por isso, acabou selecionando populações de buva resistentes a ele.

No Brasil, a primeira ocorrência de plantas de buva resistentes ao glifosato foi registrada em 2005. Hoje, a buva apresenta resistência a diferentes moléculas herbicidas. Abaixo, veja como ocorreu a evolução da resistência da buva aos herbicidas no Brasil:

  • Em 2005, a Conyza bonariensis e a Conyza canadensis foram identificadas como resistente ao glifosato;
  • Em 2010, a Conyza sumatrensis foi identificada como resistente ao glifosato. No ano seguinte, foi identificada como resistente ao clorimurom;
  • Em 2016, a Conyza sumatrensis foi identificada como resiste ao paraquate e ao saflufenacil;
  • Em 2017, a Conyza sumatrensis foi identificada como resistente ao diuron e ao herbicida 2,4-D.

Vale lembrar que não é recomendada a utilização de produtos isolados com resistência comprovada. Como você pode observar, atualmente algumas populações de buva possuem resistência a 6 moléculas herbicidas:

  • Diuron;
  • Clorimurom;
  • Glifosato;
  • Paraquate;
  • Saflufenacil;
  • 2,4-D. 

Como controlar a buva?

O manejo de plantas daninhas como a buva é um grande desafio na agricultura. 

Nesse caso, é importante adotar práticas de manejo integrado. Essas práticas pretendem eliminar as espécies invasoras, mas também podem prevenir o surgimento de novos casos de resistência aos herbicidas.

Veja a seguir algumas técnicas que podem ser adotadas no manejo da buva.

Manejo preventivo

Algumas medidas com o objetivo de evitar que sementes de buva sejam introduzidas e disseminadas na lavoura podem ser adotadas. Confira algumas abaixo:

  • Utilizar sementes certificadas;
  • Controlar as espécies invasoras presentes nas estradas, carreadores e bordaduras das lavouras. O vento pode transportar as sementes para dentro da área cultivada;
  • Realizar a limpeza de máquinas e implementos agrícolas. Isso evita que restos vegetais e torrões de terra contaminados com sementes de plantas daninhas sejam transportados de uma área para outra.

Manejo mecânico

No manejo mecânico da buva, os seguintes métodos podem ser aplicados:

  • Capina;
  • Roçagem;
  • Arranquio;
  • Preparo de solo (aração e gradagem). Essa operação promove a incorporação dos restos vegetais e sementes de ervas invasoras;
  • Cobertura morta. Atua como barreira física, evitando a passagem de luz o que atrapalha a germinação das sementes de buva.

Manejo cultural 

O manejo cultural da buva pode ser realizado pela adoção das seguintes estratégias:

  • Plantio de cultivares de rápido crescimento e adaptadas às condições da região;
  • Realizar o plantio na época, no espaçamento e na densidade recomendadas;
  • Adubação equilibrada;
  • Rotação de culturas;
  • Culturas de inverno como o trigo, o centeio e a aveia reduzem a população de plantas de buva.

Manejo químico

No manejo químico da buva, é preciso destacar a importância da rotação dos mecanismos herbicidas. Isso evita que novas populações de plantas daninhas apresentem resistência aos produtos disponíveis no mercado.

Depois da aplicação dos herbicidas, é fundamental estar atento às plantas com suspeita de resistência. As plantas de buva sobreviventes devem ser eliminadas (através de capina, arranquio, roçada) para evitar a produção e a disseminação das sementes na lavoura. 

Ainda, o emprego do controle químico requer alguns cuidados. É essencial fazer uso dos herbicidas de forma correta, respeitando as orientações quanto à:

  • dosagem;
  • estádio de desenvolvimento das plantas;
  • intervalo de aplicação;
  • época;
  • modo de aplicação dos produtos.

O manejo da buva deve ser realizado tanto na safra quanto no período de entressafra.  

Manejo da buva na entressafra do sistema soja-milho

No caso da buva, atenção especial deve ser dada ao período da entressafra. Como foi dito anteriormente, nessa época a taxa de germinação das sementes é maior.

Diante desse cenário, a entressafra é o período ideal para realizar o manejo da buva. Isso porque existem mais opções de produtos químicos a serem utilizados.

O momento da aplicação dos herbicidas é outro fator muito relevante nesse tipo de manejo.  Em geral, plantas jovens são controladas com mais facilidade que plantas mais velhas.

A aplicação de herbicidas nos estádios iniciais de desenvolvimento da buva resulta em menor rebrote das plantas. Isso garante maior sucesso no controle. Fique de olho nos produtos que você for utilizar. Você verá alguns exemplos a seguir.

Herbicidas para matar a buva na entressafra

Confira a seguir alguns princípios ativos utilizados no manejo químico da buva: 

  • Atrazina + Mesotriona: herbicida seletivo de ação sistêmica para aplicação em pós-emergência;
  • Cloransulam-meptílico: herbicida seletivo de ação sistêmica para aplicação em pós-emergência;
  • Diclosulan: herbicida seletivo aplicado no solo para o controle em pré-emergência;
  • Fluroxipir-metílico: herbicida seletivo de ação sistêmica para aplicação em pós-emergência;
  • Glufosinato – sal de amônia: herbicida não seletivo de ação não sistêmica para aplicação em pós-emergência;
  • Imazapir: herbicida de ação sistêmica para aplicação em pós-emergência;
  • Sulfentrazona: herbicida seletivo de ação sistêmica para aplicação em pré-emergência; 
  • Flumioxazina: herbicida seletivo de ação não sistêmica para aplicação em pré e pós-emergência;
  • Picloran + 2,4 – D: herbicida seletivo de ação sistêmica para aplicação em pós-emergência.

Preste atenção ao efeito residual dos herbicidas para que não ocorra fitotoxidez nas plantas cultivadas. Para saber mais sobre os produtos disponíveis com registro no Mapa, consulte o Agrofit.

Conclusão

A buva (Conyza spp.) é uma planta daninha de difícil controle e que já apresentou resistência a seis moléculas herbicidas. Ela apresenta elevada produção de sementes, facilidade de dispersão e crescimento vigoroso.

O manejo dessa invasora é complexo e deve ser realizado pela adoção de técnicas integradas.  O uso racional dos herbicidas é uma importante ferramenta para o controle satisfatório da buva.

Isso também te ajuda a evitar a seleção de plantas resistentes aos produtos químicos.  Com essas informações, tenho certeza que você irá realizar o manejo eficiente da buva na sua lavoura!

>>Leia mais:

“Como fazer um controle eficiente do capim-amargoso”

Guanxuma: 5 maneiras de livrar sua lavoura dessa planta daninha

Guia para o controle eficiente da trapoeraba

Como você controla a infestação de buva na lavoura hoje? Já enfrentou casos de resistência? Adoraria ver seu comentário abaixo!

foto da redatora Tatiza. Ela está com blusa preta, casaco jeans azul, e está sorrindo na frente de uma paisagem cheia de plantas

Atualizado em 03 de novembro de 2022 por Tatiza Barcellos.

Tatiza é engenheira-agrônoma e mestra em agronomia, com ênfase em produção vegetal, pela Universidade Federal de Goiás.

Máquinas agrícolas: conheça os principais e melhores modelos do mercado

Atualizado em 1 de setembro de 2022.

Máquinas agrícolas: confira a lista com máquinas e implementos de sucesso no mercado e as dicas para acertar na sua próxima compra.

Muitos produtores frequentam as maiores feiras de máquinas agrícolas em busca de novidades.

A Agrishow, por exemplo, alcançou em 2022 a notável marca de R$ 11,2 bilhões em negócios. Esse é um aumento de 286,2% com relação ao ano de 2019, último ano em que a feira havia sido realizada.

E isso não é à toa. O investimento no maquinário da fazenda é alto, e envolve inúmeros fatores de decisão.

Por isso, veja uma seleção das melhores máquinas e implementos agrícolas no mercado e que são fundamentais para o sucesso das atividades. Confira a seguir!

O que são máquinas agrícolas?

Máquina agrícola é todo equipamento capaz de executar tarefas que antes eram executadas exclusivamente por mão de obra humana. Elas são usadas nas mais diversas etapas, como preparo, implementação, condução, colheita e pós-colheita das culturas.

Com a necessidade de maior eficiência na atividade agrícola, o uso de máquinas é crucial e a implementação de novas tecnologias tem sido muito comum.

Dessa forma, há constantes mudanças na oferta de máquinas agrícolas pelos diversos fabricantes nacionais e estrangeiros. Quem produz precisa estar de olho nessas opções para efetuar a melhor escolha.

O que considerar para escolher seu maquinário agrícola

Evidentemente, uma máquina agrícola não consegue realizar todas as operações na fazenda. E, para o correto funcionamento, cada máquina possui suas peculiaridades e formas de utilização.

A escolha deve levar em conta fatores como: tamanho da propriedade, velocidades de operação desejadas e gasto de combustível dos equipamentos.

Também é importante considerar a facilidade de operação e tecnologias necessárias (GPS, piloto automático, fechamento automático de seções, etc). 

Existem máquinas agrícolas para grandes extensões e terrenos planos, assim como outras mais curtas e articuladas para fazendas menores.

A escolha e utilização do maquinário correto pode significar vida útil maior e melhor rendimento operacional, considerando que hoje temos janelas de colheita e plantio cada vez menores.

A Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do Brasil e uma das maiores do mundo, apresentou, em 2022, mais de 800 marcas de máquinas agrícolas. 

Aqui, apresentamos algumas máquinas e seus modelos que merecem destaque pela tecnologia no campo e aceitação de mercado.

Tratores

O trator agrícola é uma das principais máquinas, e é usado nas mais diversas atividades. No Brasil, existe um concurso nacional do trator do ano, que contempla os melhores tratores em algumas categorias. Os vencedores da edição 2021/2022 são listados abaixo:

  • Tratores pequenos (até 100cv): Massey Ferguson MF4707
  • Tratores médios (de 100 a 200cv): Massey Ferguson MF7719 Dyna-6
  • Tratores grandes (acima de 200cv): Case IH Magnum AFS Connect 400; John Deere 9620R
  • Trator especial do ano: Valtra A93F (versão cabinada)
  • Máquina mais votada por produtores: Case IH Magnum AFS Connect 400

Trator Case Magnum AFS Connect 400

Esse é o trator de grande porte mais aprovado pelos produtores. Ele é recomendado para grandes propriedades de produção de cana e grãos. 

Ele possui conectividade que permite seu uso com ferramentas tecnológicas de piloto automático, geolocalização e agricultura de precisão.

Além disso, essa máquina apresenta sistemas que aumentam sua eficiência e diminuem as emissões de gases e o uso de combustível. A telemetria e controle do trator também estão disponíveis ao usuário.

Foto de uma máquina agrícola vermelha e pequena
(Fonte: Case)

MF 4707 Massey Ferguson 

Para quem procura um trator menor e mais compacto para atividades do dia a dia, o MF 4707 atende boa parte das demandas. Considerado o trator do ano na categoria de pequeno porte, ele cumpre bem sua função.

O MF4707 apresenta as versões plataformado e cabinado, de acordo com a necessidade e preferência de quem produz. Apresenta conforto e boa ergometria, além de fácil acesso aos controles, facilitando a operação, mesmo em jornadas longas.

Foto de máquina vermelha, com rodas grandes e cabine
(Fonte: Massey Ferguson)

O MF4700 se propõe a entregar versatilidade e eficiência no campo, juntamente com alto desempenho. Além disso, ele possui respostas mais rápidas e maior torque, aliados a uma operação econômica.

Pulverizadores

Os pulverizadores agrícolas também são muito utilizados nas rotinas da lavoura. É necessário escolher o ideal, de acordo com as características da sua fazenda e da sua cultura.

Pulverizador Stara Imperador 3.0

A máquina Stara Imperador 3.0 foi eleita o melhor pulverizador do ano pelos produtores e apresenta várias características de interesse. Ele é o único que inclui, na mesma máquina, um pulverizador com barras centrais, um distribuidor autopropelido e um semeador pneumático.

Essa é uma vantagem para produtores de médio porte, pois permite a execução dessas atividades em épocas diferentes. Isso tudo é possível mantendo o mesmo rastro na lavoura e diminuindo o amassamento de plantas.

É uma máquina que reúne economia, eficiência de aplicação, adequação ao terreno e menor patinagem.

Máquina agrícola verde e laranja
(Fonte: Stara)

Pulverizador John Deere 4730

Para fazendas grandes, que produzem em extensas áreas, o pulverizador John Deere 4730 é uma excelente opção de máquina. Possui barra de 30m ou 36m em fibra de carbono, o que a torna mais leve e propicia uma maior qualidade de aplicação em altas velocidades.

É equipado com suspensão pneumática e autonivelante, além de possuir como item opcional tubulação de aço inox e sistema anti gotejo. Assim, há economia de insumos e maior durabilidade da barra.

Com tanque de combustível de 503L, tem boa autonomia no dia a dia. Ele faz menos paradas para reabastecimento.

Máquina pulverizando lavoura
(Fonte: John Deere)

A barra de pulverização possui sensores de altura que auxiliam na eficiência da operação.  Desta forma, há redução de deriva de defensivos e de falhas, além da minimização dos danos da barra tocar o solo.

A cabine do pulverizador proporciona boa visibilidade ao operador. A alavanca que controla o pulverizador se move com o assento, facilitando o trabalho nos talhões das fazendas.

Pulverizador Condor 800 AM18 Jacto

Para produtores de áreas menores, que não necessitam da aquisição de um pulverizador autopropelido, o Condor 800 AM18 da Jacto é uma excelente escolha.

Pulverizador laranja, com tanque cinza
(Fonte: Jacto)

O pulverizador Condor 800 AM18 possui abertura e fechamento das barras totalmente hidráulicas, o que possibilita ganho de tempo. Seu tanque tem capacidade para 800L de calda.

Com o tanque e 18 metros de barra, o pulverizador apresenta boa capacidade operacional, conseguindo pulverizar em velocidades de 2 km/h a 6 km/h.

Ele possui alguns opcionais como sistema de orientação por GPS, desligamento automático de seções, marcadores de linha e incorporador de defensivos. As barras têm bicos Bijet, com espaçamento de 50 cm. 

A altura de trabalho do equipamento pode variar de 0,65 m a 1,42 m. O Condor 800 AM18 também conta com tanque de 15 L de água para limpeza. As bombas têm vazão de 75 ou 100 L/min a 540 rpm, chegando a uma pressão máxima de 300 psi.

Adubadoras

No processo da adubação, também há máquinas que podem facilitar e otimizar o seu trabalho. Veja agora umas das principais:

Uniporte 3030 NPK Jacto

Outra máquina incrível para grandes áreas é a Uniporte 3030 NPK da Jacto. A adubadora automotriz é recomendada e foi desenvolvida especialmente para adubação localizada de fertilizantes na cultura da cana-de-açúcar.

O Uniporte 3030 possui reservatório de 3 mil kg e faixa de aplicação de até 15 metros.

Máquina laranja, com cabine preta
(Fonte: Jacto)

Devido a seu amplo reservatório para produtos e a aplicação de fertilizantes em 10 linhas simultâneas, o rendimento operacional dessa máquina é muito bom.

O sistema de distribuição de fertilizantes utilizando fluxo de ar proporciona alta uniformidade na aplicação. Isso resulta em baixos erros operacionais.

O motor do Uniporte é governado eletronicamente e foi ajustado para trabalhar em baixas rotações. Com isso, tem altos valores de torque e menor consumo de combustível do equipamento.

O Uniporte 3030 NPK atende às normas brasileiras de emissão de poluentes MAR-I e pode trabalhar com biodiesel B20 (até 20% na mistura).

A aplicação em 10 linhas simultâneas (1,5m x 1,5m ou 1,5m x 0,9m) pode atingir uma velocidade de até 25 km/h. Assim, proporciona rendimentos que podem chegar a 200 ha/ dia de trabalho.

A altura da barra em relação à cultura da cana permite que esse equipamento seja utilizado em várias fases de desenvolvimento da cultura.

A vazão deste equipamento pode variar de 30 kg/ha a 600 kg/ha (fertilizante sólido granulado). Ele pode ser equipado ainda com controlador de 3 seções, piloto automático e telemetria.

Semeadoras

As semeadoras podem ser pneumáticas ou mecânicas, e não podem ser escolhidas sem um critério. A escolha também depende das caraterísticas da sua lavoura.

Semeadora Valtra Momentum

Essa é mais uma máquina vencedora do concurso de melhores máquinas agrícolas do ano. A Valtra Momentum apresenta duas opções, apenas semeadora ou semeadora e aplicadora de fertilizantes.

No primeiro tipo, tem opções de 24, 30 e 40 linhas e na segunda, de 24 e 30 linhas. Ela se destaca pelo seu design, tecnologia de fábrica, eficiência e capacidade de trabalho.

Seus principais diferenciais são a facilidade de locomoção e transporte entre lavouras devido ao sistema retrátil. 

Ainda, possui precisão na aplicação de adubo por uso de sistema pneumático, homogeneidade de profundidade de semeadura e maior velocidade de operação.

Máquina em lavoura, realizando preparo do solo
(Fonte: Valtra)

Semeadora John Deere DB74 e DB50

As semeadoras da linha DB da John Deere são ótimas opções para agricultores que semeiam sem adubação na linha.

Para obter maiores rendimentos operacionais, a John Deere possui a DB74 (48 linhas) e a DB50 (31 linhas). Combinadas com o sistema VacuMeter, essas máquinas permitem maior velocidade de deslocamento na semeadura.

Semeadora em lavoura
(Fonte: John Deere)

O VacuMeter é um sistema a vácuo para distribuição de sementes. Ele é mais preciso que os sistemas mecânicos presentes no mercado, pois está menos sujeito à variação no tamanho das sementes utilizadas.

Por possuir o sistema a vácuo em vez de discos alveolados, com disco duplo na semente, permite chegar a velocidade de até 12 km/h.

O dosador em forma de tubo de perfil parabólico auxilia na condução das sementes até o sulco de plantio. Isso ajuda na manutenção do espaçamento entre plantas e linhas ideal.

Essas semeadoras foram feitas para o acoplamento em tratores John Deere. Porém, existem kits de adaptação que permitem utilizar esse sistema em outros tratores com a mesma precisão do conjunto original.

Segundo a John Deere, as semeadoras conseguem atingir um rendimento operacional de até 18 hectares por hora no plantio. O índice é excelente para a semeadura na época correta.

Com o auxílio do desligamento automático de seções RowCommand, é possível desligar até 16 seções independentes. Na Semeadora DB50 (31 linhas), podem ser agrupadas de 2 em 2 linhas. Na DB74 (48 linhas), podem ser agrupadas de 3 em 3 linhas.

Além disso, os carrinhos do tipo pantográficos auxiliam na distribuição das sementes na profundidade correta, melhorando a emergência do estande.

>> Leia mais:Semeadoras plantio direto: Como encontrar a melhor para sua fazenda”.

Colhedoras

Na etapa final do cultivo, as colhedoras podem te ajudar a otimizar esse processo, além de garantir que menos perdas aconteçam.

Colhedora New Holland TX 5.90

Eleita a melhor colhedora de grãos pelos produtores brasileiros em 2021/2022,  a colhedora TX 5.90 da New Holland é uma excelente máquina para grandes extensões de colheita. 

Suas principais características, assim como sua tecnologia paralela da fabricante (TX 4.90), são a tecnologia de fábrica, conforto, alto rendimento e baixas perdas.

Máquina agrícola amarela
(Fonte: New Holland)

O sistema de peneiras inovador e controle automático de ventiladores são novidades tecnológicas. Juntamente com um sistema de distribuição homogêneo de grãos na peneira, esse sistema reduz as perdas.

Além disso, o sistema de debulha por cilindros e duplo rotor de separação aumentam a capacidade de colheita. Eles permitem maior velocidade no campo, aumentando a eficiência.

A TX 5.90 ainda tem capacidade para sistemas extras de agricultura de precisão. Tudo isso é mapeado em um sistema de controle de fácil acesso ao operador, na cabine.

Colhedora Case Axial-Flow 5130

Outro maquinário agrícola que merece destaque no mercado é a colheitadeira da Case Axial Flow 5130.

O sistema Axial-Flow da Case IH é muito conhecido pelo seu alto desempenho. Além disso, preserva a qualidade dos grãos e propicia bons desempenhos no momento da colheita.

Esse sistema tem facilidade de adaptação das máquinas ao tipo de cultura a ser colhida. Elas possuem diversas configurações de peças e kits para cada tipo de grão, sejam eles feijão, trigo, milho, soja, sorgo ou arroz.

A versão 5130 da Case fica classificada como uma das mais produtivas colhedoras da categoria devido à sua configuração.

A máquina traz conjunto de motorização eletrônica e rotor Small Tube. Ambos são associados a um tanque de combustível maior e sistema de limpeza com maior capacidade de processamento.

O sistema de ajuste de tensão elimina a patinação da correia, o que acarreta maior uniformidade no sistema de alimentação. Isso também confere maior durabilidade às peças.

A capacidade de armazenamento de grãos é de 10.600 L e seu tubo de descarga pode chegar a atingir até 114 L/s.

A colhedora Axial-Flow 5130 possibilita alguns opcionais tecnológicos como softwares e monitores para confecção dos mapas de produtividade das áreas. Esse é justamente um dos passos iniciais à prática da agricultura de precisão.

Máquina vermelha, realizando a colheita na lavoura
(Fonte: Case)

Arados

Essenciais para garantir uma boa qualidade do solo, os arados podem ser de vários modelos e tipos diferentes. Veja agora dois modelos muito recomendados por produtores rurais:

ARH – Arado Reversível Hidráulico Baldan

Um maquinário agrícola muito importante no preparo inicial das áreas é o arado. O Arado Reversível Hidráulico da Baldan possui versatilidade em terrenos inclinados, não sendo necessário abrir ou fechar quadros de ação.

Pode ser utilizado para a construção de curvas de nível e possui inúmeras regulagens nos discos, como altura, giro e inclinação. Desta forma, possibilita um correto ajuste para cada tipo de solo.

Foto de arados agrícolas
(Fonte: Baldan)

ASTH – Arado Subsolador Tubular Hidráulico 7/7

O arado subsolador da Baldan é capaz de descompactar camadas do solo provocadas pelo transporte de máquinas pesadas no terreno. A compactação de camadas do solo é prejudicial ao bom desenvolvimento radicular e causa  redução na produção.

Foto de arado agrícola vermelho
(Fonte: Baldan)

O rompimento dessa camada pode ser feito com um subsolador. O subsolador tubular da Baldan é um equipamento robusto e de fácil manuseio.

Vale lembrar que, quanto maior for a quantidade de hastes no subsolador, bem como seus ângulos de ataque, maior será a potência requerida pelo trator no momento de uso.

>>Leia mais:

 “Tudo o que você precisa saber sobre dimensionamento da frota agrícola”

Renagro: como funcionará o registro nacional de tratores e máquinas agrícolas

Conclusão

A indústria de máquinas agrícolas a cada dia apresenta novidades e novos pacotes tecnológicos para cada cultura e equipamento.

Existe uma infinidade de máquinas e implementos agrícolas presentes no mercado. E cada cadeia produtiva irá absorver os melhores equipamentos do ramo.

Cabe a cada produtor escolher seu maquinário agrícola de acordo com sua propriedade e sistema produtivo.

Feiras como a Agrishow, Show Rural Coopavel, Expodireto Cotrijal são ótimas oportunidades para fechamento de negócio com bons descontos!

>> Leia mais:

Moderfrota: veja o que é preciso para conseguir recursos

Como funciona o financiamento de veículo para produtor rural

Você já conhecia todas estas máquinas e implementos que apresentei? Possui outras máquinas agrícolas que também merecem destaque nessa lista? Adoraria ver seu comentário!

Foto do redator João Paulo Pennacci

Atualizado em 1 de setembro de 2022, por João Paulo Pennacchi.

João Paulo é engenheiro eletricista formado pela Unifei e engenheiro-agrônomo formado pela Ufla. Mestre e doutor em agronomia/fisiologia vegetal pela Ufla e PhD em ciências do ambiente pela Lancaster University.

As principais orientações para se livrar do percevejo barriga-verde

Percevejo barriga-verde: As principais medidas de controle, período crítico do ataque, manejo e boas práticas para controlar essa praga-chave do milho.

O percevejo barriga-verde é uma praga importante na cultura do milho – e pode comprometer em até 50% da produtividade quando mal manejado.

Seu ataque pode prejudicar todo o planejamento agrícola e levar ao replantio em casos críticos.

Atualmente controlar essa praga é uma situação desafiadora para os agricultores, que diante de poucas ferramentas eficazes e aumento nos custos de controle se veem preocupados.

Neste artigo, vamos mostrar as características do percevejo barriga-verde e como fazer um controle eficiente, segundo preceitos do MIP (Manejo Integrado de Pragas). Saiba mais a seguir.

percevejo barriga verde

Percevejo barriga-verde é uma das principais pragas do milho
(Fonte: Roundup Ready)

Percevejo barriga-verde: Conhecendo as espécies e sua importância

O percevejo barriga-verde é uma praga-chave inicial especialmente na cultura do milho safrinha, que sucede a cultura da soja.

Atualmente existem duas espécies de importância econômica: Dichelops furcatus e Dichelops melacanthus.

A primeira está mais adaptada e presente nos estados da região Sul. A segunda predomina na região Centro-Sul do Brasil, como você pode notar na imagem abaixo:

percevejo barriga verde
Distribuição geográfica do percevejo barriga-verde
(Fonte: Agronômico)

Desde o seu primeiro relato, em 1995, somente nos últimos anos o percevejo barriga-verde tornou-se uma praga-chave na cultura do milho.

Mas qual a explicação para isso? Vejamos:

  • Ampla adoção do sistema de plantio direto  (palhada fornece proteção e abrigo à praga, além do efeito “guarda-chuva” aos inseticidas);
  • Falhas na dessecação no pré-plantio do milho (trapoeraba e capim-carrapicho, quando remanescentes, servem como alimento);
  • Sucessão soja-milho ou soja-trigo (os grãos perdidos na colheita da soja também atuam como fonte de alimento);
  • Plantio de milho Bt e a redução do número de pulverizações para lagarta-do-cartucho do milho (favorecimento do percevejo barriga-verde);
  • Plantio de soja Bt e redução do número de pulverizações para complexo de lepidópteros-praga (intensificação dos problemas com percevejo que se estenderam para o milho).

percevejo barriga-verde
Planta daninha trapoeraba servindo de alimento e proteção ao percevejo barriga-verde
(Fonte: Rodolfo Bianco)

Ataque do percevejo barriga-verde: Período crítico, sintomas e danos

O período crítico concentra-se nos 30 primeiros dias após a emergência (DAE) das plantas de milho.

Esse é o momento em que a cultura se encontra mais suscetível ao ataque da praga agrícola.

Nessa fase, o milho define o seu potencial produtivo (V3-V4). Portanto, o agricultor deve estar preparado para tomar as melhores decisões e evitar frustrações.

Quanto mais nova as plantas, menos lignificado e espesso é o caule, assim como menor o seu diâmetro.

Portanto, maior é o potencial de injúrias nas plantas de milho quando atacadas pelo percevejo barriga-verde.

Após a colheita de soja e plantio do milho, o percevejo barriga-verde ataca as plantas recém-emergidas na base do caule.

percevejo barriga-verde
Local de ataque do percevejo barriga-verde nas plantas de milho recém-emergidas
(Fonte: Pioneer)

Nessa região estão os tecidos meristemáticos, que são responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento da planta.

Portanto, ao perfurar essa região, o percevejo causa danos às futuras folhas de milho, provocando alterações fisiológicas na planta.

Assim, nas folhas novas do cartucho, podemos observar pontuações escuras. E, à medida em que as folhas se desenvolvem, percebemos lesões longitudinais com os bordos amarelados.

Um outro sintoma bem típico do seu ataque é o “encharutamento” das folhas do cartucho do milho. As folhas se enrolam e não se expandem normalmente.

percevejo barriga-verde

Injúrias em folhas de milho com ataque do percevejo barriga-verde
(Fonte: Pioneer)

Além disso, como mecanismo de reação ao ataque da praga, a planta emite perfilhos improdutivos (“planta-ladrão”).

Seu vigor é reduzido e, em casos extremos, a planta pode morrer e comprometer o “estande” de plantas.

percevejo barriga-verde

Plantas de milho com perfilhos improdutivos e redução do estande de plantas após ataque do percevejo barriga-verde
(Fonte: André Shimohiro)

Amostragem e nível de controle

O período em que se deve intensificar as amostragem são os anteriores à semeadura do milho até o período crítico de ataque da praga no milho (30 DAE).

Segundo o pesquisador Rodolfo Bianco, do IAPAR, o agricultor pode utilizar iscas atrativas com soja umedecida na proporção de 10 iscas por talhão.

A mistura é feita com 300g de soja e ½ colher de sal de cozinha. Mas, para isso, os grãos devem ficar por 15 minutos em água, sendo adicionado sal somente após o escorrimento da água.

O agricultor pode avaliar a presença da praga 24 horas após a instalação.

Se o agricultor detectar 2 iscas/talhão com os percevejos, o nível é considerado baixo e não há necessidade de controle.

No entanto, se entre 3 e 5 armadilhas capturaram percevejos, o nível é considerado moderado. Assim, pode-se optar pelo tratamento de sementes (TS) ou por pulverizações foliares.

Já quando forem detectadas mais de 5 iscas com a presença do percevejo, o nível é alto. Neste caso, a recomendação é realizar o TS e a pulverização do milho em até 3 DAE.

Após a emergência das plantas e a pulverização com até 3 DAE (fases iniciais), é preciso continuar o monitoramento.

Caso o produtor detecte 1 percevejo vivo/10 plantas, é recomendável pulverizar novamente.

Na literatura, o nível de controle (NC) para o percevejo varia de 0,6 a 2,0 percevejos/m².

Vamos falar agora sobre os manejos mais efetivos para controlar o percevejo barriga-verde em sua lavoura.

Percevejo barriga-verde: como manejar

Método químico

A principal estratégia de manejo com efeito curativo é o controle químico.

O uso isolado do tratamento de sementes (TS) com inseticidas sistêmicos do grupo químico dos neonicotinóides tem dado parcial proteção às plantas na fase inicial.

Em campo, a estratégia mais efetiva tem sido combinar TS com pulverizações foliares (basicamente neonicotinóides + piretróides) logo que as plantas emergirem (até 3 DAE).

Dependendo da infestação, pulverizações após esse período não têm evitado os danos, como você pode observar na figura abaixo.

percevejo barriga-verde

Plantas de milho recém emergidas sendo atacadas
(Fonte: André Shimohiro)

Para maximizar as chances de controle durante a pulverização foliar, o agricultor pode iniciar a pulverização nos períodos de maior atividade e exposição da praga (das 7h às 13h e 16h às 19h).

Apesar de adotado por muitos agricultores, a associação de inseticidas na dessecação não possui resultados satisfatórios quando comparado à combinação do TS+pulverização foliar inicial.

Um dos fatores que desfavorecem esse método é o produto atingir a praga que se encontra protegida sobre a palhada (efeito “guarda-chuva”).

Os principais inseticidas comerciais para TS pertencem ao grupo dos neonicotinoides. Para aplicações foliares, a mistura de neonicotinóides e piretróides.

Apesar dos piretroides e neonicotinoides serem nocivos à maioria dos inimigos naturais, no momento, não existem moléculas específicas e seletivas disponíveis.

Métodos complementares

As boas práticas de manejo são consideradas tão importantes quanto o controle químico.

A escolha de cultivares com desenvolvimento vegetativo rápido, associadas a algum grau de resistência à praga, é uma alternativa.

O colmo espesso, por exemplo, dificulta a penetração do aparelho bucal do inseto na planta, auxiliando na redução das injúrias.

Além disso, a dessecação em pré-plantio bem feita, desfavorece o desenvolvimento do percevejo barriga-verde e os ataques no milho.

Ou seja, não deve haver falhas de aplicação, as áreas devem estar livres de plantas daninhas, tigueras ou guaxas de soja, assim como o mínimo de grãos perdidos durante a colheita.

A preservação de inimigos naturais, como tesourinhas, joaninhas e aranhas, também contribuem na redução populacional do percevejo barriga-verde.

>>Leia mais: “Todas as formas de controle para se livrar do percevejo-castanho

banner planilha manejo integrado de pragas

Conclusão

O manejo do percevejo barriga-verde merece atenção especial do agricultor.

Seu ataque pode comprometer todo um planejamento agrícola. E, em casos críticos de ataque, é necessário o replantio.

Devido à escassez de inseticidas comerciais com diferentes mecanismos de ação, você deve se conscientizar de que as boas práticas de manejo cultural são igualmente importantes e devem ser realizadas sempre!

Você tem tido problemas com percevejo barriga-verde na sua lavoura? Restou alguma dúvida? Deixe seu comentário!

Como plantar cana-de-açúcar para altas produtividades

Como plantar cana-de-açúcar: tipos de plantio, melhor época, correção do solo e adubação para uma melhor formação de canavial.

A cultura da cana-de-açúcar tem grande importância econômica para o Brasil.

Segundo levantamento da Conab, a safra 2018/2019 deve alcançar produção de 615,84 milhões de toneladas.

Mas para se ter um canavial formado, o custo é alto: em média R$ 7.253,50 por hectare.

Por isso, saber como plantar cana-de-açúcar para obter alta produtividade é fundamental! E pode ser a diferença entre registrar lucro ou ‘empatar’ com os custos.

A seguir, vamos falar sobre a melhor época, tipo e espaçamento de plantio para sua lavoura e mais algumas dicas! Confira!

Como plantar cana-de-açúcar: sistemas e melhor época para plantio

A cana-de-açúcar pode ser plantada o ano todo. O que indicará a melhor época para plantio é o sistema que se deseja e a região em que a lavoura está.

Vou mostrar algumas divisões para a época de plantio:

Cana de ano (12 meses)

A cana de ano é plantada pouco tempo depois da última colheita e colhida no ano seguinte.

Assim, a área destinada à cana de ano sempre está cultivada com a cultura.

Normalmente, o plantio deve ocorrer entre setembro e novembro, em solos com alta fertilidade.

Trata-se de um ciclo rápido, por isso é necessária alta fertilidade do solo.

Cana de ano e meio (18 meses)

Após a última colheita do canavial, o solo fica vários meses descansando ou recebe uma cultura de rotação (soja e amendoim são os mais utilizados).

O plantio da cana de ano e meio acontece, normalmente, entre janeiro e março.

A cana inicia seu desenvolvimento nos primeiros três meses após o plantio.

Mas, com a chegada da seca e do inverno, esse processo se torna mais lento por cinco meses (de abril a agosto).

A planta então vegeta nos sete meses subsequentes (setembro a abril), para amadurecer nos meses seguintes. Para cortar a cana, espera-se entre 16 e 18 meses.

Cana de inverno

O plantio ocorre nos meses de inverno (junho a agosto).

Mas o produtor deve ter cautela com esta época de plantio, dependendo da região da lavoura, por ser um período de pouca chuva em vários locais do Brasil.

Uma estratégia é utilizar torta de filtro no sulco de plantio, pois contém cerca de 70% a 80% de umidade.

Pode-se também utilizar fertirrigação com vinhaça ou irrigação na área para melhor produtividade da cultura. Sobre isso, falarei mais adiante!

Agora vou mostrar os tipos de plantio e as recomendações para cada um deles!

planilha ponto otimo de renovacao canavial

Como plantar cana-de-açúcar: Tipos de plantio

Alguns tipos de plantio da cana-de-açúcar realizados no Brasil são:

Plantio manual:

Neste plantio, os colmos da cana-de-açúcar (muda) são colocados em uma carreta ou caminhão e são, manualmente, jogados no sulco de plantio.

O colmo dentro do sulco é fragmentado, e depois disso, o produtor deve cobrir o sulco. Ou seja, o trabalho manual é colocar os colmos no sulco e a sua fragmentação.

A quantidade de colmo utilizado no plantio é de 10 a 15 toneladas/hectare.

Plantio mecanizado:

Ocorre a colheita mecanizada da cana-de-açúcar por colhedoras, em que se obtém fragmentos de cana (rebolo – popularmente chamado de tolete).

Com um distribuidor mecanizado, há abertura do sulco de plantio, distribuição dos fragmentos de cana e, por fim, o fechamento do sulco.

como plantar cana-de-açúcar


(Fonte: Cana Online)

Plantio com mudas pré-brotadas (MPB) no sistema Meiosi:

A MPB é uma muda originada a partir de gemas individualizadas da cana-de-açúcar.

como plantar cana-de-açúcar


(Fonte: Fernanda Testa/G1)

Veja as etapas descritas pelo IAC para a produção de MPB:

como plantar cana-de-açúcar


A-Corte do minirebolo; B-Tratamento químico; C-Caixa de brotação;
D e E-Aclimatação; F-Obtenção do MPB.
(Fonte: IAC)

Um tipo de plantio realizado com a MPB é o Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente, mais conhecido por Meiosi.

A Meiosi visa a implantação de um sistema de viveiro na área da lavoura comercial que se deseja originar.

Fala-se em viveiro por utilizar MPB, que apresenta alta qualidade fitossanitária e vigor.

O método consiste em plantar com MPB de forma a intercalar um percentual da área de reforma.

Sua própria produção será utilizada como muda para o restante da área.

Assim, realiza-se o plantio com MPB de uma ou duas linhas, com espaço para o posterior plantio de 8 a 10 linhas.

como plantar cana-de-açúcar

(Fonte: Notícias agrícolas)

Do período de crescimento das MPB até a colheita para plantio das linhas vizinhas, pode-se realizar o cultivo na área sem MPB com culturas de ciclo curto.

Inicialmente, o plantio das linhas seguintes do plantio da MPB era realizado de forma manual. Hoje já ocorre plantio mecanizado.

Depois de escolhidos a época e o tipo de plantio da cana-de-açúcar, você pode ficar em dúvida sobre qual espaçamento deve utilizar.

Vou falar sobre isso agora!

Como plantar cana-de-açúcar: Espaçamento do canavial

O espaçamento do seu canavial depende do solo, dos maquinários, da tecnologia empregada na sua propriedade e de outros aspectos.

O espaçamento adequado contribui para aumento da produção, já que interfere na oferta de luz, temperatura e água.

Por isso, você tem que conhecer os tipos de espaçamento e determinar qual é o melhor para a sua propriedade, levando em conta a relação custo/benefício. Veja como plantar cana-de-açúcar com:

Espaçamento simples:

O espaçamento simples ou tradicional apresenta distância entre as linhas de cultivo variando de 1,10 metro a 1,50 metro.

Espaçamento duplo:

No espaçamento duplo, as linhas de plantio se alternam, tendo uma distância maior e outra menor.

Os espaçamentos duplos mais comuns são: 1,50 m x 0,90 m; 1,40 m x 0,45 m; 1,60 m x 0,90 metro.

Lembrando que, para o espaçamento duplo, é realizado o corte (rente ao solo) mecânico simultâneo de dois sulcos (linhas).

Por isso, é importante ter maquinários adaptados a este cultivo, como colhedora de duas linhas, por exemplo, entre outros maquinários.

A profundidade do sulco, em ambos os casos, deve variar entre 20 cm e 30 centímetros.

Definidos época, tipo e espaçamento de como plantar cana-de-açúcar, você não pode se esquecer da adubação adequada e da correção do solo.

Como plantar cana-de-açúcar: Análise de solo e correção

Como plantar cana-de-açúcar sem considerar a fertilidade do solo em que estará a lavoura?

Por isso é essencial realizar a análise de solo. Assim, você conseguirá identificar a fertilidade e as necessidades do solo local.

E, como a cana-de açúcar é uma cultura semi-perene, permanecendo de 4 anos a 6 anos na área, a análise de solo deve ser feita na profundidade de até 40 cm a 50 cm.

Outro ponto importante é que ela deve ser realizada 3 meses antes do início do plantio.

Esse período é importante para que haja tempo suficiente de fazer calagem e gessagem, se necessárias.

Após a análise de solo, deve-se interpretar os dados para determinar o que precisa ser colocado na área.

Lembrando que verificar o pH do seu solo é extremamente importante.

Em solos com pH ácidos, os nutrientes podem ficar indisponíveis para as plantas.

como plantar cana-de-açúcar


(Fonte: Malavolta, 1979 em Agronomia com Gismonti)

O ideal é que o pH do solo esteja entre 5,5 e 6,5. Caso contrário, deve ser corrigido.

Para reduzir a acidez, você pode utilizar a calagem, que também fornece cálcio e magnésio para as plantas.

Neste post do blog falamos “Tudo o que você precisa saber sobre cálculo de calagem (+calcário líquido)”. Confira!

Outra atividade agrícola que pode ser muito importante antes do plantio é a gessagem.

A gessagem é realizada com gesso agrícola, que é um condicionador de solo.

Ele neutraliza o alumínio, que é tóxico para as plantas, possibilitando aumento do sistema radicular.

Além disso, disponibiliza cálcio e enxofre para o solo.

Esse aumento do sistema radicular em profundidade é importante para a cana, pois a cultura fica por vários anos na área antes da reforma do canavial.

O que vai determinar a necessidade da gessagem é a análise de solo.

Adubação da cana-de-açúcar: Torta de filtro e vinhaça

Após as correções do solo, no plantio da cana-de-açúcar deve ser realizada a adubação.

Para determinar qual o adubo utilizar, também é importante verificar sua análise de solo.

Como já falamos recentemente aqui no Blog do Aegro, um nutriente muito importante para o cana-de-açúcar é o fósforo.

Neste post você pode conferir Como fazer manejo de fósforo para aumentar a produção de cana”.

Para o plantio da cana-de-açúcar você também pode utilizar a torta de filtro e a vinhaça.

(Fonte: Gurgel)

Torta de filtro

A torta de filtro é um resíduo proveniente da filtração do caldo extraído das moendas no filtro rotativo.

Sua constituição é de 1,2% a 1,8% de fósforo e de cerca de 70% de umidade quando sai do processo.

A torta de filtro pode ser usada no sulco de plantio da cana-de-açúcar, utilizando normalmente de 20t a 30 toneladas/hectare.

Vinhaça

A vinhaça é um resíduo da destilação do caldo para a obtenção de etanol. Ela possui grandes quantidades de matéria orgânica e potássio.

É possível e utilizar vinhaça como fertilizante (fertirrigação).

Ela pode promover melhoria na fertilidade do solo, mas a quantidade não deve ultrapassar sua capacidade de retenção de íons.

Isso significa que as dosagens dependem das características do solo.

A vinhaça pode ser utilizada no sulco de plantio da cana-de-açúcar.

Veja como calcular a quantidade de vinhaça para utilizar na sua área.

como plantar cana-de-açúcar


(Fonte: Unica – Estado da arte da Vinhaça)

Com a análise de solo, você determina o que deve ser realizado.

Caso opte por utilizar vinhaça e torta de filtro, verifique as concentrações desses resíduos e a quantidade que seu solo necessita.

Uma boa adubação no plantio é essencial para o desenvolvimento da cana-de-açúcar.

Por isso, veja quais as limitações do seu solo para a escolha do adubo, torta de filtro e/ou vinhaça necessários para adubação da área de plantio.

E não se esqueça da calagem e da gessagem!

Além disso, para ter mais produtividade na sua plantação de cana-de-açúcar, você também pode contar com a agricultura de precisão!

Agricultura de Precisão no seu canavial

Você deve ter notado que a sua propriedade não é uniforme. Pode haver vários tipos de solo, por exemplo.

Então, você não pode realizar todas as atividades, como aplicar fertilizantes ou agroquímicos, de forma uniforme na lavoura.

Para ter um melhor aproveitamento de cada porção da sua propriedade, você pode utilizar a Agricultura de Precisão (AP).

Assim, você consegue melhorar o aproveitamento da sua área e dos insumos aplicados, otimizando a gestão da lavoura, possibilitando mais lucro.

Conclusão

Neste artigo, falamos sobre como plantar cana-de-açúcar para ter melhor produtividade.

Abordamos época, tipos e espaçamento de plantio da cultura, além da importância de se fazer a correção, gessagem e adubação do solo para o plantio.

Você pôde conferir como alguns resíduos da produção de etanol e açúcar, como a vinhaça e a torta de filtro, podem ser aproveitados no plantio da cana.

Com essas informações, espero que você realize um bom plantio da cana-de-açúcar e obtenha uma ótima produtividade!

>>Leia mais:

5 passos para cultivar o consórcio cana e milho

Nematoides na cana-de-açúcar: como reconhecer e manejar

Como fazer o melhor manejo da broca da cana-de-açúcar

Você ainda tem dúvidas relacionadas a como plantar cana-de-açúcar? Hoje em dia, como você realiza o planejamento para as atividades de plantio? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Agricultura 4.0: conceito, vantagens e como ela impacta a gestão agrícola

Agricultura 4.0: entenda as vantagens, os pilares, as ferramentas e como você pode implementá-la na sua fazenda

A agricultura 4.0 (ou agricultura digital) é um conjunto de tecnologias digitais de ponta desenvolvidas para integração da produção agrícola.

A nova revolução do agro passa pela tecnologia da informação. E isso contribui com a inovação na produção de alimentos e segurança alimentar – antes e depois da “porteira”.

Neste artigo, conheça as soluções da agricultura digital que facilitam as rotinas da atividade agrícola e como utilizá-las. Veja a seguir!

O que é agricultura 4.0?

Agricultura 4.0, também conhecida como agricultura digital, é um conjunto de tendências tecnológicas no agronegócio. Nela, a Agricultura de Precisão, a Big Data e a Internet das Coisas juntas otimizam as demandas do campo, tornando as tarefas mais eficientes.

A Agricultura 4.0 é um conjunto de tecnologias digitais integradas e conectadas através de softwares, sistemas e equipamentos. É ela quem permite que produtores coloquem a agricultura de precisão em prática.

Essa integração é capaz de otimizar a produção agrícola em todas as suas etapas, desde o plantio até a colheita. As ferramentas certas geram e analisam grande quantidade de dados para você, facilitando seu dia a dia na fazenda. 

Importância da tecnologia na agricultura 4.0

A agricultura 4.0 nada mais é do que o uso de tecnologias que facilitam a junção de todos os processos e fases de produção. Portanto, a tecnologia na agricultura é uma forma de garantir melhor aproveitamento de insumos, recursos e de controle de todas as etapas do processo produtivo, seja ele no campo e fora dele.

As tecnologias na agricultura digital funcionam por meio do uso conjunto de sistemas, máquinas e aplicativos. Todas juntas, essas ferramentas contribuem para que a sua gestão e produção sejam o mais otimizadas possível.

Elas funcionam desde a análise do solo, no plantio, no controle de pragas, doenças e plantas daninhas, colheita até venda do produto. Porém, essas tecnologias também estão presentes no seu escritório.

Afinal, o papel da tecnologia na agricultura é ajudar na gestão, nos processos administrativos, na comercialização, na definição dos preços das suas sacas, e muito mais. Maior lucratividade, integração de processos de gestão e de produção, facilidade nas tomadas de decisões são o que fazem a agricultura digital ser tão importante.

Ela é indispensável porque te ajuda a reduzir custos, aproveitar melhor os insumos e, como consequência, aumentar a produtividade. 

Por tomar decisões de forma mais rápida e objetiva, você ganha mais tempo na lavoura. E além disso, seu trabalho é constantemente facilitado e simplificado.

Características da agricultura 4.0

A Agricultura 4.0 é baseada na gestão de dados no campo, na produção acelerada de ferramentas e técnicas, na profissionalização e na sustentabilidade da produção. 

Esses elementos juntos formam os quatro preceitos da agricultura 4.0, e baseiam todas as atividades e manejos do campo. Eles garantem:

  • gestão a partir da obtenção e coleta de dados primários e secundários;
  • produção em massa de novas ferramentas e técnicas;
  • sustentabilidade nos processos produtivos;
  • profissionalização das atividades do campo.

Essas inovações são possíveis devido às tecnologias voltadas para a agricultura, as quais são possíveis conectar dispositivos e integrá-los, permitindo a automação dos processos. 

Todos esses processos começam antes da semeadura, em plataformas que auxiliam no planejamento e execução de uma boa safra. Eles ajudam durante o desenvolvimento da cultura, no monitoramento de clima, pragas e doenças. 

Também vão além da colheita, nas informações de comercialização do produto colhido.

Os 4 pilares da agricultura 4.0
(Fonte: Adaptado de Gptad

Um exemplo de integração e automação que ocorrem na agricultura, que só é possível pela evolução da tecnologia no campo, é o sistema de zero amassamento desenvolvido pela Stara.

No zero amassamento ocorre uma integração do sistema da semeadora, com o pulverizador e distribuidor, no qual ocorre o desligamento automático das linhas de plantio no local exato onde acontece o tráfego de pulverizadores e distribuidores, gerando economia de até 4% de sementes.

Sistema de zero amassamento
(Fonte: Stara) 

Isto é possível por meio da evolução da tecnologia de GPS, telemetria e sensores equipados nas máquinas que permitem uma “conversar” com a outra. Mais à frente no artigo serão abordadas as principais tecnologias utilizadas no campo atualmente.

6 vantagens da agricultura digital

A agricultura 4.0 ou agricultura digital aumenta a produtividade da lavoura, ajuda no monitoramento climático e de pragas, otimiza processos, aumenta a produtividade, reduz desperdícios e custos, além de ajudar no acompanhamento de compras e vendas. 

Ela também reduz custos e o impacto das práticas agrícolas. Veja mais detalhes a seguir:

1. Aumento da produtividade

A agricultura 4.0 inseriu mais tecnologia no campo. Aplicativos foram desenvolvidos para te dar suporte em todas as fases do planejamento, desde a escolha da cultivar até o preço do produto final. A consequência disso é produzir mais com menos!

O suporte da agricultura digital para o planejamento agrícola começa antes da semeadura e passa por todas as fases de produção.

2.  Monitoramento climático

A agricultura é uma empresa a céu aberto. A maioria das culturas é produzida fora de ambientes protegidos, à mercê do clima. Esse é um dos fatores decisivos na produção. 

Na agricultura 4.0, existem sensores que monitoram em tempo real a:

  • velocidade do vento;
  • temperatura;
  • umidade relativa do ar;
  • temperatura e umidade do solo.

Esses sensores fornecem gráficos e planilhas que auxiliam na irrigação, na época ideal de semear, de aplicação de defensivos, dentre outras atividades. Estar por dentro das adversidades climáticas traz mais segurança ao produzir.

3. Monitoramento de pragas e doenças

As pragas e doenças afetam principalmente a área foliar das plantas. Isso causa redução da fotossíntese, e consequentemente, reduz a produtividade.

O uso de drones auxilia no momento do monitoramento das culturas. Eles verificam a presença de manchas na área, o que te ajuda a ir diretamente no problema.

Com a evolução da tecnologia, é possível obter informações das pragas ou doenças que estão presentes na sua área com apenas uma foto.

Você também pode ver informações de produtos registrados no controle de problemas na cultura que você está produzindo. Esses dados ficam disponíveis no seu celular, através da internet!

4. Redução de desperdícios

O controle de gastos com combustível não é mais um problema! Mesmo que você esteja viajando, é possível ter acesso a muitas informações. Por exemplo, a quantidade de diesel gasto nas operações ou a quantidade de produto que está sendo aplicada.

Com o uso de sensores inseridos nas máquinas e equipamentos, as informações são ligadas aos dispositivos presentes nas cabines, nos celulares e computadores.

Esse acompanhamento oferece mais segurança a quem está aplicando e fazendo a gestão do processo. Com esse grau de autonomia, é possível evitar desperdícios.

5. Diminuição dos custos

Evitar desperdícios também reduz seus custos. Mas além disso, ao ficar sempre conectado ao que está acontecendo na lavoura pode trazer outras vantagens.

Por exemplo, ao verificar que determinada máquina já passou por um talhão específico, você evita que ela passe por lá novamente. Isso não só evita gastos desnecessários como também reduz custos por atividades duplicadas.

O suporte da agricultura digital para o planejamento agrícola começa antes da semeadura e passa por todas as fases de produção.

6. Acompanhamento de compra e venda 

Além de produzir, você também é responsável por estar sempre por dentro dos preços de compra de insumos e de vendas do produto. E você sabe que estes preços podem ter grandes volatilidades.

Por isso, utilizar aplicativos que te forneçam essas informações atualizadas apenas com um clique economiza seu tempo. Esses aplicativos podem te ajudar a saber qual preço mínimo você necessita comercializar em sua safra. 

Também te ajudam em tarefas fundamentais, como fluxo de caixa, manejo, estoque e máquinas agrícolas. Todas estas vantagens em conjunto geram um resultado em comum: o aumento de produtividade e rentabilidade. 

Desafios do uso da tecnologia na agricultura 4.0

O custo-benefício da tecnologia da informação é um dos principais desafios da agricultura digital. Além disso, a falta de conectividade também pode diminuir o ritmo desses avanços. Afinal, a conexão é fundamental para alavancar esses processos.

Para garantir conectividade para todas as fazendas, aproximadamente 16 mil antenas de transmissão deverão ser instaladas, segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Tecnologias muito inovadoras também tendem a ser de difícil aplicação no campo, o que afasta muitos produtores. Ainda, para garantir o pleno funcionamento da agricultura 4.0, as regulamentações devem proteger ainda melhor os dados das empresas rurais.

Tecnologias na agricultura 4.0 que te ajudam na fazenda

A agricultura digital conta com uma série de tecnologias que facilitam seu trabalho na fazenda. Além disso, essas ferramentas te ajudam no controle de custos e na produtividade. Você sabe quais são as tecnologias usadas na agricultura? Veja abaixo as principais.

Drones

Os drones podem ser empregados em diversos tipos de análises na área. Desde a verificação de reboleiras por ataque de pragas ou doenças até a verificação de falhas de plantio e problemas variados na área.

Os dados compilados com apoio dos drones te auxiliam em uma tomada de decisão mais assertiva!

Telemetria

A telemetria é uma tecnologia que permite a coleta e o compartilhamento de informações sobre equipamentos, veículos e máquinas de forma remota. 

Por meio dela, é possível coletar dados utilizando sensores acoplados nas máquinas. Também é possível georreferenciar de acordo com o interesse de cada propriedade agrícola. 

Você pode monitorar o consumo de combustível e trajeto realizado pelos equipamentos. Além disso, analisa o tempo de parada do equipamento por falta de insumos ou para reabastecimento, por exemplo. 

Esses indicadores são muito úteis para reduções de custos e otimizações na fazenda! 

Sensores

Os sensores permitem que você tenha informações de qualidade sobre o cultivo, clima local e o solo. Eles potencializam e agilizam a coleta de dados, realizam comandos de forma automática ou remota, e executam tarefas e ações a distância em tempo real.

Os sensores de altura, por exemplo, podem avaliar a topografia da propriedade e ir ajustando as barras de pulverização ao longo da aplicação. Dessa forma, a operação fica mais autônoma, com o mínimo de intervenção humana.

Há ganhos cada vez maiores também no monitoramento de infestações de insetos e plantas daninhas nas lavouras.

GPS

O uso do GPS agrícola ganha cada vez mais espaço na agricultura. Ele permite realizar navegação, medições de áreas, determinar pontos (coordenadas), armazenar dados e muito mais. Assim, é possível fazer as atividades com maior exatidão e eficiência.

Isso otimiza os processos e facilita a comunicação entre os envolvidos (produtor, operador, agrônomo, administrador). Além disso, reduz os riscos de algumas perdas agrícolas.

Internet das coisas 

A Internet das Coisas é a tecnologia de conectar equipamentos a uma grande rede de computadores. Por sua causa, as máquinas têm se tornado cada vez mais eficientes e tecnológicas.

Máquinas e equipamentos conectados geram dados detalhados e frequentes. Você pode usar esses dados para tomar decisões com mais facilidade, e com menos necessidade de análises profundas.

Big data

A Big Data é a interpretação de muitos dados. A análise desses dados permite que você, por exemplo, cruze dados de produtividade com dados de manejo da sua fazenda.

Dessa forma, você entende quais manejos têm dado certo e quais não estão funcionando na sua cultura. 

Blockchain

A blockchain na agricultura permite e facilita a rastreabilidade de produtos agrícolas. Muito além disso, essa tecnologia permite mais segurança nas negociações digitais. Essas negociações estão cada vez mais presentes na vida de quem produz. 

Biotecnologia

A biotecnologia desenvolve culturas com maior resistência a ataques de pragas e doenças que necessitam de pulverizações constantes para controle.

Além disso, desenvolve plantas com genes que toleram alguns herbicidas, como a soja RR. Isso possibilitou um aumento expressivo de produtividade para esta cultura. 

Análise do Clima

O clima interfere em todas as etapas de desenvolvimento de uma cultura. A coleta organizada e frequente de dados meteorológicos é muito valiosa para qualquer atividade no campo. 

Como opções de ferramentas de agricultura digital temos:

  • Agritempo: sistema que fornece os dados para o Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático). Pelo sistema, é possível identificar o melhor período para plantar as culturas, conforme os tipos de solo e o ciclo dos cultivares.
  • Climatempo: sistema que possui previsão horária, diária e futura (para os próximos 14 dias), com imagens de satélite para todo Brasil e análises de meteorologistas. 

Enciclopédias de informações

A informação é extremamente importante. Por isso, existem alguns aplicativos que fazem muita diferença quando o negócio é obter informação de forma rápida:

  • Plantix: sistema que detecta doenças, pragas e deficiências nutricionais, com auxílio de uma simples foto de celular. 
  • Agrobase: sistema que identifica plantas daninhas, doenças, insetos ou pragas agrícolas. Também facilita na hora de verificar qual produto de proteção de culturas irá ajudar a resolver seus problemas agrícolas.
  • Qual a importância das inovações tecnológicas no campo?

Qual a importância das inovações tecnológicas no campo?

Organizar a propriedade rural com tecnologia é tão importante quanto ter informações de qualidade. Assim você pode ter uma visão detalhada da produção e melhorar o controle do seu negócio, integrando gerenciamento técnico, operacional e financeiro.

O controle da safra na palma da mão facilita muito a vida! Isso melhora o controle de custos, investimentos, estoque e mão de obra. Todas essas facilidades fazem diferença na tomada de decisão estratégica.

Como implementar a agricultura digital na fazenda?

Além de usar ferramentas como drones, sistemas de telemetria, GPS e todas as outras tecnologias citadas no artigo, você pode apostar em um software de gestão rural. 

Softwares como o Aegro te ajudam a planejar e controlar sua safra, inclusive com a produtividade/rentabilidade por talhão. O Aegro está presente desde o planejamento até a colheita, no campo e no escritório.

Assim, você economiza tempo no planejamento da sua safra e armazena com segurança todo seu histórico financeiro e de produção. Os dados podem ser acessados de qualquer lugar, a partir de um smartphone, computador ou tablet.

Com Aegro você consegue visualizar os custos por categoria de modo fácil e automatizado

Você pode começar a usar o software pelo aplicativo grátis disponível em:

  • Computador (tempo limitado)
  • Celular Android (clique aqui)
  • Celular iOS (clique aqui)
  • Utilize seus Pontos Bayer para contratar a versão completa do Aegro (clique aqui)

Conclusão

A agricultura digital é uma realidade! Muito mais do que “moda”, as novas ferramentas digitais modificam e otimizam todas as etapas do ciclo produtivo.

As tecnologias na agricultura irão incorporar cada vez mais às práticas e processos de produção com precisão, através da transformação digital. 

Há muitas ferramentas e informações disponíveis. E a gestão faz toda a diferença nesse momento, pois ela será o diferencial na análise de sua propriedade, da sua lavoura ao mercado.

Por fim, as tecnologias avançam a cada dia, com novas ferramentas que auxiliam o produtor a ter mais automação, assertividade e economia no processo produtivo.

>> Leia mais:

“Primeira antena 5G em área rural: entenda como essa tecnologia vai beneficiar sua fazenda”

Como a agricultura 5.0 vai impulsionar seu trabalho na lavoura

“Como a irrigação de precisão pode otimizar o uso da água e gerar economia na fazenda”

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Carina Oliveira Redatora

Atualizado em 07 de novembro de 2023 por Carina Oliveira.
Engenheira-agrônoma formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), mestra em Sistemas de Produção (Unesp) e doutora em Fitotecnia pela Esalq-USP.

Planta tiguera: quais os manejos mais eficientes para sua lavoura

Planta tiguera: As principais recomendações para acabar de uma vez por todas com essas invasoras que atrapalham a produção.

Plantas de uma cultura anterior que persistem na nova lavoura são conhecidas como plantas tigueras, guaxas ou voluntárias.

Nada mais é do que a presença de plantas de milho em uma lavoura de soja, por exemplo.

Longe de ser inofensiva, essa situação pode causar muitos prejuízos.

A alta densidade de plantas de milho em meio à soja, originárias de espiga, podem diminuir em 70% a produtividade da lavoura de soja.

Neste artigo, vamos entender melhor a ocorrência de plantas tiguera e como fazer seu manejo eficiente. Confira a seguir!

Planta tiguera: O problema das plantas transgênicas

Antes do surgimento de plantas tolerantes aos herbicidas, o manejo de plantas tigueras era realizado principalmente pelo uso de glifosato.

Porém, logo após o surgimento de cultivos resistentes a glifosato, os problemas com essas plantas aumentaram, já que tal manejo não pôde ser mais utilizado.

Como você sabe, atualmente os cultivos de soja, milho e algodão possuem eventos de resistência a herbicidas:

  • Soja: Roundup ready (glifosato) e Cultivance (imazapique e imazapir)
  • Milho: Roundup ready (glifosato) e Libert link (glufosinato de amônio)
  • Algodão: Roundup ready (glifosato), Libert link (glufosinato de amônio) e Glytol (glifosato e glufosinato de amônio)

Além das cultivares transgênicas, existem no mercado cultivares tolerantes a herbicidas, obtidas por melhoramento convencional, como:

  • Soja: STS (Chlorimuron)
  • Arroz: (Imidazolinonas ex: imazapir e imazapique)

Para os próximos anos, também existem previsões de lançamento de novas tecnologias na área de resistência a herbicidas. Veja:  

  • Soja: Enlist (2,4D colina, glyphosate e glufosinato de amônio) e Xtend (Dicamba, glyphosate)
  • Milho: Enlist (2,4D colina, glyphosate, glufosinato de amônio e haloxyfop)

Além das plantas voluntárias destes cultivos transgênicos, nosso país já possui 28 espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas.

Com isso, vão diminuindo as opções de herbicidas que podemos utilizar para controlar as tigueras.

Este somatório exigirá do agricultor um ótimo planejamento para manter sua lavoura no limpo e atingir alta produtividade!  

planta tiguera
(Fonte: Embrapa)

Como controlar a planta tiguera de milho safrinha na soja

Devido às características climáticas, o Brasil é um dos poucos países onde é possível produzir mais de uma cultura no mesmo ano agrícola.

Um dos sistemas mais difundidos é o cultivo em sucessão da soja primeira safra seguida pelo milho safrinha.

Desta forma, pode haver interferência de soja tiguera nos cultivos de milho e do milho tiguera na lavoura de soja.

Cada planta de milho por metro quadrado na lavoura de soja pode causar 17% de redução na produtividade da cultura.

Mas você pode se perguntar: como as plantas de milho podem interferir na soja mesmo após o manejo outonal (manejo de entressafra)?

Após a colheita, a máquina eventualmente espalha as sementes de milho, segmentos de espiga e espigas inteiras (com e sem palha) na área. 

Assim, podem ocorrer vários fluxos de emergência de milho na área, o que dificulta posicionamento de herbicidas para seu controle.

planta tiguera
Indicação de manejo de milho tiguera na cultura da soja
(Fonte: Monsanto)

Se o controle não for efetivo na entressafra, a soja pode emergir competindo com milho grande, podendo aumentar perdas por interferência.

Caso o milho seja tolerante a glifosato e glufosinato, os herbicidas mais eficientes para controle em pós-emergência são os graminicidas (herbicidas inibidores da ACCase).

Para milho em estádio inicial até V2-V3, pode-se utilizar clethodim (0,40 L ha-1), sethoxydim (1,25 L ha-1), fluazifop (0,60 L ha-1) e haloxyfop (0,40 L ha-1).

Lembre-se de adicionar adjuvantes conforme recomendação de bula.

Já em plantas de milho com estádio mais avançado (V6-V8) os herbicidas fluazifop e haloxyfop são mais eficientes.

No manejo outonal é comum que o produtor aplique a mistura de 2,4D com graminicidas, porém, essa mistura tem caráter antagônico.

Assim, para garantir a eficiência do graminicida, é necessário um aumento de 20% da dose normalmente utilizada.

Como controlar planta tiguera de soja no milho safrinha

No caso da soja tiguera no meio da lavoura de milho, 8 plantas por m2 podem reduzir 14% da produção da cultura.

O grande problema é que a semeadura de milho é feita simultânea à colheita de soja.

Deste modo, o manejo da soja tiguera deve ser feito antes que ela comece a competir com o milho.  

planta tiguera
Controle da soja RR voluntária na safrinha do milho
(Foto: Fernando Storniolo Adegas em USP/Esalq)

Outra questão importante é que as plantas tiguera podem servir de hospedeiras de insetos-pragas e doenças.

No caso do milho safrinha, as plantas de soja tiguera obrigatoriamente devem ser controladas para prevenção da ferrugem asiática da soja, respeitando o período de vazio sanitário.

O controle de soja tiguera é mais eficiente em plantas com até 2 trifólios.

Para manejo dentro da cultura do milho, recomenda-se o uso de Atrazina (3,0 L ha-1), Mesotrione (0,25 L ha-1)+Atrazina (3,0 L ha-1) ou Nicosulfuron (0,40 L ha-1)+Atrazina (3,0 L ha-1).

Lembre-se de adicionar adjuvantes conforme recomendação de bula.

planta tiguera
Período de vazio sanitário da soja
(Fonte: Embrapa)

Como manejar plantas tiguera de soja no algodão

Uma das principais culturas em sucessão da soja é o algodão.

Pesquisas apontam que uma planta de soja tiguera por metro quadrado pode reduzir a produtividade do algodoeiro em até 14%, pois a planta de algodão possui lento crescimento inicial.

Geralmente, as sementes de soja que encontram-se um pouco enterradas no solo tem apenas um fluxo de emergência, o que facilita seu controle.

No caso da soja RR, pesquisas demonstram um bom manejo com glufosinato de amônio (0,67 L ha-1) isolado ou associado a pyrithiobac-sodium (0,06 L ha-1).

Caso o algodão não seja resistente ao glufosinato de amônio, o controle pode ser feito via jato dirigido com herbicidas não seletivos como paraquat, paraquat+diuron e MSMA.  

>> Leia mais: “Últimas notícias sobre ervas daninhas: Dicamba e Amaranthus palmeri

>> Leia mais: “O guia completo para o controle do capim-pé-de-galinha

Manejo de algodoeiro voluntário na cultura da soja

O algodão pode interferir na cultura subsequente por rebrota da soqueira ou por sementes perdidas no momento da colheita.

Por isso, deve-se realizar um bom manejo de destruição de soqueira  

Para controle de planta tiguera de algodão proveniente de semente na cultura da soja recomenda-se o uso dos herbicidas imazethapyr, cloransulam, chlorimuron ou fomesafen.

planta tiguera
Planta de algodoeiro pela rebrota na lavoura da soja próximo ao período de colheita
(Foto: Alexandre Ferreira em Embrapa)

Perspectivas para os próximos anos

Mesmo com um número maior de eventos de resistência a herbicidas nos cultivos brasileiros, novas ferramentas ajudarão no controle de planta tiguera!

Princípios ativos usados nos Estados Unidos serão registrados no Brasil (ex: halauxifen e florpyrauxifen)

Algumas moléculas utilizadas no país serão relançadas com novas formulações, visando assim aumentar sua eficiência!

Além disso, o que vem gerando expectativas no mercado de herbicidas é divulgação de produtos que serão lançados na próxima década com novo mecanismo de ação!

>> Leia mais: “Guanxuma: 5 maneiras de livrar sua lavoura dessa planta daninha”
>> Leia mais: “Guia para o controle eficiente da trapoeraba

Conclusão

Neste artigo, vimos como planta tiguera pode prejudicar a produção dos cultivos e porque ganharam tanta importância nos últimos anos.

Também abordamos os tipos de herbicidas mais recomendados para manejo de tiguera em diferentes sistemas de produção do Brasil.

Novas ferramentas para manejo de tiguera surgirão no mercado!

Mas lembre-se: uma colheita eficiente, com menor percentual de perdas de grãos (perdas na colheita em geral) é o primeiro passo para reduzir a ocorrência de planta tigueira.

Assim, mantenha atenção à regulagem da colhedora e faça a operação no momento certo.

Espero que com as recomendações passadas aqui você consiga evitar a ocorrência de tiguera na sua lavoura!

>> Leia mais: “Os 5 melhores aplicativos de identificação de plantas daninhas
>>Leia mais: “O guia do manejo eficiente da buva”
>>Leia mais: “Como fazer o manejo eficiente do capim-amargoso”

Você já conhecia o impacto da planta tiguera na produtividade da lavoura? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Entenda o ciclo do milho safrinha e melhore sua produtividade

Ciclo do milho safrinha: Tire suas dúvidas sobre cronograma de plantio, desenvolvimento da cultura e ponto certo da colheita.

Logo após a colheita principal, o plantio de milho safrinha se torna uma boa oportunidade para o produtor rural.

Mas seu cultivo envolve riscos devido às condições climáticas, que não são as mais favoráveis.

Por isso, é fundamental entender o ciclo do milho safrinha para alcançar o potencial produtivo da cultura.

Atrasar o plantio em uma semana, por exemplo, pode significar um ciclo de desenvolvimento até 20 dias mais longo. E isso, é claro, impacta a rentabilidade.

Neste artigo, vamos falar sobre o ciclo do milho safrinha, o ponto ideal de colheita e outros fatores estratégicos para sua lavoura!

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Ciclo do milho safrinha em dias

Atrasar o plantio do milho pode prolongar muito seu desenvolvimento. Isso acontece porque há adversidades climáticas. O período da safrinha é de menos luminosidade, menos chuvas e temperaturas mais baixas em relação à primeira safra.

E a redução na quantidade de luz influencia significamente o desenvolvimento do milho, fazendo com que seu ciclo seja estendido.

Portanto, ao atrasarmos em uma semana a semeadura, o ciclo do milho safrinha pode se prolongar em até 20 dias!

Lembrando que, quanto mais próximo do inverno, mais condições adversas para completar o final do ciclo, o que afeta os valores produzidos.

O ciclo dos híbridos para milho safrinha podem variar bastante. Híbridos superprecoces completam o ciclo entre 105 e 125 dias, enquanto o ciclo dos precoces varia de 115 a 130, e normais entre 125 e 140 dias. Veja a diferença dos ciclos de acordo com a época de plantio na tabela que eu separei:

ciclo do milho safrinha

(Fonte: Cruz et al. A Cultura do Milho, 2008)

Note que as cultivares de milho tendem a prolongar seu ciclo quanto mais tarde é o semeio, mesmo levando em consideração sua precocidade.

Por isso, nos casos em que a safra de verão teve sua colheita atrasada, é interessante a utilização de milho 2ª safra mais precoce.

Assim, a planta sairá do campo antes e sofrerá menos os déficit ambientais (água, luz e temperatura).

Quando falamos sobre ciclo, isso está completamente associado à fenologia da planta.

Então vou explicar melhor essa relação para que possamos fazer o cronograma em seguida.

Fenologia é o estudo dos estágios de desenvolvimento da planta, relacionando ainda as condições ambientais.

E porque é importante conhecer os estágios de desenvolvimento? Porque é através deste conhecimento que vamos agir de forma certeira no manejo da cultura do milho.

A seguir apresento a fenologia do milho, que é diferente do milho safrinha só pelos dias em cada fase. Veja:

ciclo do milho safrinha ciclo do milho safrinha
(Fontes: DuPont Pioneer Corn Growth and Development)

Cronograma do milho safrinha

Como já conhecemos o ciclo da cultura, vamos elaborar nosso cronograma.

Um cronograma eficiente é aquele que consegue aliar as atividades de manejo com o ciclo do milho safrinha.

Vou listar as atividades que precisam ser realizadas no ciclo do milho safrinha. Veja a seguir.

1. Análise de solo

A análise de solo deve ser feita sempre, pois o milho safrinha também demanda solos balanceados quimicamente.

Além disso, deve-se realizar a correção do solo com a calagem quando necessário.

Aqui no blog, nós falamos Tudo o que você precisa saber sobre calagem e Como fazer calagem e gessagem nas culturas de soja, milho e pastagem.

2. Preparo e adubação de plantio

Depois da análise e correção, ocorre o preparo do solo, quando o plantio da safrinha do milho for em sistema convencional.

Quando ocorrer em sistema de plantio direto (SPD), faz-se o plantio e adubação após a colheita de soja. Recomenda-se que o plantio do milho segunda safra seja feito em solos com boa fertilidade e que apresente teor de nutrientes em nível adequado a alto.

Isso por que é uma cultura que normalmente instiga certo receio em investimento.

Quanto à adubação de plantio, faz-se o fósforo e o potássio total, visto que os dois serão em pequenas quantidades.

Caso a recomendação exija muito desses dois, vale refletir se é viável o plantio do milho safrinha!

Se houver recurso disponível, pode-se utilizar o tratamento de sementes.

Essa prática ajuda a reduzir o ataque de nematoides e de insetos que atacam a lavoura em seu estágio inicial.

planilha de planejamento da safra de milho

3. Controle de plantas daninhas

Normalmente, quando se utiliza SPD (Sistema Plantio Direto), as plantas daninhas têm certa dificuldade de estabelecimento, pois estão cobertas de palha.

Mas, mesmo nessa condição, recomenda-se a utilização de herbicidas até o estágio V4.

Estudos mostraram que, até essa fase, ocorre competição desfavorável, o que afeta diretamente a produtividade do milho safrinha.

E diante de tantos herbicidas, qual utilizar na sua lavoura?

O herbicida mais recomendado no cultivo do milho safrinha é a atrazina, que controla principalmente plantas de folhas largas.

No caso de milho RR (resistente a  roundup), também ocorre uma grande utilização de herbicidas com o glifosato.

Mas tenha cautela quanto à seleção de indivíduos que apresentem resistência. Conviver com essas plantas daninhas é muito difícil e pode ser um inconveniente nos próximos tratos culturais.

Utilize produtos que sejam registrados para a  cultura do milho e na dosagem recomendada! Consulte sempre um engenheiro(a) agrônomo(a).

4. Adubação de cobertura

A época mais recomendada para fazer a adubação de cobertura é entre os estádios V6 e V8.

É neste momento que as plantas demandam nitrogênio (N) para o crescimento vegetativo.

A aplicação de N é feita na cobertura quando as quantidades recomendadas excedem 50 kg/ha. Esse é o valor limite para a aplicação no sulco de plantio.

Quando a quantidade a aplicar supera esse valor limite, mas o produtor insiste na ação tentando reduzir uma operação, pode ter problemas de produtividade.

Isso porque essa aplicação incorreta promove redução do estande de planta e, por consequência, redução da produtividade.

Desta forma, a recomendação é parcelar a operação, ainda que se tenha mais um gasto operacional.

Já com relação aos micronutrientes, o mais indicado é a aplicação via solo e/ou foliar do nutriente que está em deficiência.

5. Monitoramento de pragas e doenças

Deve ser realizado desde o plantio até a colheita, pois o milho apresenta pragas e doenças durante toda fase de desenvolvimento.

Mas, nesse quesito, a safrinha leva certa vantagem em relação à safra normal.

Na segunda safra, a pressão de pragas é menor devido à diminuição de temperatura e umidade, condições desfavoráveis também aos insetos.

6. Colheita

A última etapa do ciclo do milho safrinha é a colheita, que deve ser realizada em R6.

Mas, sobre ela, vou falar especificamente no próximo tópico.

Abaixo, apresento um calendário das atividades de manejo do milho safrinha.

ciclo do milho safrinha
(Fonte: Rouxinol)

Ciclo do milho safrinha: ponto certo de colheita

A colheita deve ser realizada quando houver o ponto de maturidade fisiológica (PMF).

Esse ponto é determinado quando o grão se “separa” fisiologicamente da planta mãe.

Na prática, podemos notar isso quando a semente apresenta uma pequena mancha preta na inserção do sabugo.

É importante que a colheita seja feita nesse momento, pois o grão já teve o seu máximo desenvolvimento.

A partir daí, para se manter vivo, este grão estará utilizando suas próprias reservas, ou seja, gastando seu amido para se manter.

Então, colher antes pode ser uma boa ideia?

Infelizmente não, pois você estará colhendo um grão com muita umidade.

Isso implicará um processo de secagem posterior para que, só então, o milho possa ser armazenado.

Para uma boa colheita, é super importante associar esse PMF com a umidade, pois facilita o armazenamento e diminui as perdas por deterioração.

A umidade adequada está entre 18% e 20%, porém, para ser armazenado, o milho deve estar com um teor de 13% de umidade.

Desta forma, planejar a colheita é crucial, visto que tomando atitudes certas pode-se evitar perdas e ainda redução com gastos operacionais.

Planilha de Planejamento da Safra de Milho

Conclusão

Conhecer bem a cultura e o ciclo do milho safrinha é uma das melhores estratégias para alcançar o potencial produtivo.

Neste artigo, vimos que a melhor ferramenta para isso é o cronograma. E quando ele está associado ao ciclo da cultura, as decisões quanto ao manejo são mais certeiras!

Também vimos a importância de planejar a colheita da safrinha. Afinal de contas, de nada adianta plantar e conduzir a lavoura de maneira correta para colher com umidade inadequada.

Portanto, agora que já estamos afiados com o ciclo do milho safrinha, espero que você alcance ótimos resultados!

Como você faz o seu cronograma de plantio? Restou alguma dúvida sobre o ciclo do milho safrinha? Deixe seu comentário abaixo!