Como organizar uma propriedade rural com a tecnologia

Como organizar uma propriedade rural: confira ferramentas digitais para controlar a gestão da sua fazenda de qualquer lugar. 

A cada dia temos novas tecnologias surgindo no meio rural. 

Muitas delas servem para facilitar e organizar as atividades diárias, outras para levantamento de dados, sejam por meio de satélites, sensores ou outras ferramentas.

O importante é que os produtores acompanhem a evolução da tecnologia, buscando soluções e softwares que otimizem seus processos operacionais.

Com a agricultura digital é possível otimizar e gerar mais lucros para as nossas propriedades agrícolas.

Por isso, separei algumas alternativas de controle e dicas de como organizar uma propriedade rural e otimizar o seu tempo. Aproveite!

Avaliação da gestão na propriedade rural

Durante o dia a dia do campo, existe uma infinidade de atividades agrícolas que precisam ser realizadas.

Uma propriedade sem boa gestão e organização pode entrar em colapso rapidamente.

Atualmente, com a digitalização dos processos e avanço da internet no campo, encontramos diversas tecnologias que podem auxiliar os produtores rurais em processos operacionais e gerenciais.

Problemas com imprecisão no controle de estoque da fazenda, em entradas e saídas, fluxo de caixa, registro de insumos utilizados em cada talhão e muitos outros, já podem ser resolvidos com o auxílio de tecnologia. 

Se o gestor ou o produtor rural não possui anotações e registros de custos da sua produção, uma busca por redução ou otimização desses custos se torna quase impossível, concordam comigo?

Assim, se eu não registrar os gastos de cada operação dentro da propriedade, nunca saberei  se estou gastando muito em minha fazenda.

Uma frase da qual gosto muito de Peter Drucker diz o seguinte:Se você não pode medir, você não pode gerenciar”.

O pensamento pode parecer simples, mas quanto mais simples, geralmente, melhores são os resultados.

Uma vez que temos na ponta do lápis todos os gastos das operações, controle de estoque, gastos com maquinário, reparos, manutenções e afins, as decisões serão mais assertivas.

Nosso amigo pensador Peter Drucker diz outra frase que nos remete muito à capacidade de organizar e gerir uma propriedade agrícola: “O que pode ser medido, pode ser melhorado.

Desta forma, é necessário que o empresário rural faça uma avaliação de seus processos, problemas e desafios para tomar a decisão de escolher uma tecnologia que vai auxiliá-lo nesse processo organizacional. 

Assim, certamente a sua fazenda será otimizada.

Como organizar uma propriedade rural usando tecnologia

Vamos citar algumas tecnologias que podem auxiliar os produtores na gestão e organização da propriedade rural.

Muitos destes softwares e ferramentas são gratuitos, porém podem não apresentar tudo o que os gestores desejam. Outros são pagos e podem ser personalizados para melhor atender cada necessidade.

Conheça essas opções a seguir:

AgriConnected

AgriConnected é um aplicativo para monitoramento de frota agrícola que resolve os desafios logísticos do campo. Ele ajuda a coordenar a utilização do maquinário e demais implementos na sua propriedade.

Os agricultores conseguem visualizar a localização de cada equipamento em tempo real, bem como o seu histórico de movimentação. Um relatório diário mostra qual foi o trajeto do veículo e a quilometragem percorrida.

Assim, o AgriConnected oferece aos fazendeiros um controle mais preciso sobre a atividade das máquinas e dos operadores. 

Como organizar uma propriedade rural

(Fonte: AgriConnected)

É possível calcular, por exemplo, quantas horas de trabalho foram necessárias para a realização de uma aplicação específica na lavoura. Ou por quanto tempo um trator ficou ocioso durante o dia.

Também dá para analisar se os operadores trafegaram dentro da velocidade adequada. Eles mesmos podem conferir, no velocímetro do aplicativo, se não estão passando dos limites estabelecidos.

Entre as principais vantagens dessa tecnologia está o aumento de eficiência na organização da frota, pois os produtores saberão quais veículos estão disponíveis para a operação planejada sem saírem do escritório. 

Além disso, será possível reduzir custos com combustível e manutenção, definindo os melhores itinerários para cada máquina e garantindo o aproveitamento consciente do seu patrimônio.

QGIS

O QGIS é um software livre e gratuito que permite a visualização, edição e análise de dados georreferenciados.

Com o QGIS, os produtores e gestores conseguem criar mapas com várias camadas de informações dos seus talhões e confeccionar relatórios personalizados que, certamente, auxiliarão no melhor entendimento de suas lavouras

Com o auxílio dessa ferramenta digital é possível levantar dados de todas as áreas, sendo uma possibilidade de como organizar uma propriedade rural. 

No QGIS é possível desenhar os talhões, bem como quantificar tamanho e gastos operacionais com insumos em cada pedaço da lavoura.

Como organizar uma propriedade rural

(Fonte: Canal no Youtube do LAP)

O armazenamento dos mapas ao longo dos anos é um importante aliado dos gestores no entendimento de áreas mais produtivas dentro da fazenda. 

Analisando estas informações presentes nos mapas, o processo de tomada de decisão e otimização dos processos se torna menos complexo.

Aegro

Se a ideia é levar organização para todos os cantos da propriedade rural, vale a pena apostar em um software de gestão agrícola completo como o Aegro.

Ele une as áreas operacional e financeira da fazenda em uma plataforma fácil de usar, centralizando informações que costumam ficar espalhadas em diferentes sistemas ou planilhas de Excel.

Com essa ferramenta, o agricultor planeja e acompanha cada etapa da safra: desde a semeadura até a comercialização. Dados sobre as atividades do campo, estoque e contas a pagar podem ser visualizados pelo computador ou celular.

Além disso, todos os funcionários conseguem acessar o aplicativo simultaneamente para registrar suas tarefas – trabalhando de forma mais integrada. É possível criar diferentes perfis para o proprietário, o agrônomo, o consultor financeiro e os operadores.

No final do ciclo produtivo, o Aegro oferece uma análise detalhada sobre os custos de produção e a rentabilidade de cada talhão. Desta maneira, o produtor pode entender o que deu certo ou errado no plantio e otimizar os processos da sua lavoura.

Confira as principais funcionalidades do aplicativo:

  • Gestão de patrimônio e de máquinas;
  • Operações agrícolas;
  • Gestão financeira e comercialização;
  • Monitoramento integrado de pragas;
  • Cotação de seguros agrícolas; 
  • Integração com o Climatempo, para verificar as previsões em tempo real;
  • Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR). 

É possível realizar um teste gratuito do sistema de gestão agrícola Aegro. Algumas opções grátis para começar agora:

Novo perfil de administrador rural

Com o avanço da tecnologia, muitas fazendas estão empregando um administrador rural.

Essa pessoa, que antes era responsável pelo planejamento e gerenciamento das lavouras, se transformou em um profissional mais versátil.

O perfil atual do administrador rural é mais estratégico, deixando de centralizar a maior parte das informações, aumentando a transparência e agilidade nos processos, além de diminuir a margem dos erros.

É fundamental que esse profissional do campo busque e implemente ferramentas que auxiliem na otimização dos processos.

O conceito de medir tudo que acontece na fazenda pode parecer muito complexo, mas na prática, o simples fato dos funcionários terem consciência de que estão sendo medidos os fazem trabalhar de forma melhor.

Quando os gestores afirmam que estão computando tudo o que é feito na fazenda, as pessoas acabam sendo mais eficazes em suas atividades.

O administrador rural deve ser capaz de anotar e armazenar o máximo de informações, basicamente o que todos  sabem que é importante, mas poucos fazem corretamente.

Com a organização e gestão da fazenda em dia, os resultados positivos são iminentes, uma vez que com as medições estamos analisando tudo que ocorre na propriedade.

No final de todo mês, o ideal é comparar os resultados atuais com o mês anterior e se tiver gastado mais, um certo desconforto será gerado e, se isso ocorrer no mês seguinte, ficará ainda pior. 

Consequentemente, a atitude imediata é a busca por soluções para reduzir custos e melhorar os processos operacionais.

Com o levantamento dos dados é possível ter visões mensais, semestrais e anuais dos fluxos, sejam eles financeiros, gerenciais ou operacionais.

No início, as análises com números negativos acabam criando um senso de querer melhorar e, convenhamos, por mais difícil que seja é melhor saber que os negócios estão indo mal e corrigir, antes que seja tarde demais.

Confira como o produtor de soja Fernando economizou pelo menos 5% em custos da safra com gestão tecnológica da fazenda, acesse aqui.

Conclusão

Os empreendedores de qualquer área, inclusive a agrícola, devem ficar atentos às mudanças que ocorrem nos processos gerenciais das propriedades rurais.

Saber escolher qual o melhor pacote tecnológico para sua fazenda é essencial.

Vimos neste texto que com o auxílio da tecnologia, a agilidade e registro das atividades na propriedade ficam otimizadas e de fácil acesso a todos os envolvidos. 

Assim, com as tecnologias cada vez mais presentes no agronegócio e o surgimento de novos produtos e softwares, cabe ao produtor e administrador escolher qual se encaixa melhor no seu modelo para ter melhores resultados!

Você possui algum software ou programa computacional para gestão da fazenda? Conhece outros benefícios que a tecnologia pode agregar em como organizar uma propriedade rural? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Descubra como eliminar o besouro castanho

Como eliminar o besouro castanho com maneiras eficazes de controle dessa praga e, ainda, evitar prejuízos no armazenamento de grãos.

Na produção de grãos, os desafios não param após a colheita e você, como produtor, deve ficar de olho nas pragas de armazenamento.

De modo geral, as pragas secundárias não costumam ser vistas como problemas, mas as de armazenamento podem fazer um estrago e tanto. 

O besouro castanho é um desses insetos que podem causar sérios prejuízos no armazenamento de culturas como arroz, milho, soja e trigo.  

E é realmente possível acabar com essa praga? Vamos entender como eliminar o besouro castanho. Confira a seguir! 

Características do besouro castanho

A espécie é Tribolium castaneum que pertence à família Tenebrionidae, da ordem Coleoptera. O besouro castanho é popularmente conhecido como ‘caruncho’.

São besouros bastante diminutos, medindo cerca de 2 a 4 mm de comprimento, possuem coloração castanho-avermelhada e corpo achatado. 

As fêmeas ovipositam, em média, 500 ovos em locais como frestas, fendas de parede, sacarias e sobre os grãos. 

Como eliminar o besouro castanho

Adulto de besouro castanho
(Fonte: AgroBase)

Já as larvas, branco-amareladas, têm corpo alongado e cilíndrico e são do tipo elateriforme. 

Todo o ciclo de uma geração desta praga dura cerca de 20 dias em ambientes quentes com umidade alta.

Assim, o besouro castanho é tido como uma praga secundária por não ter a capacidade de romper o tegumento dos grãos. Devido a isso, ataca grãos armazenados que já haviam sido atacados por pragas primárias.

Além de causar sérios prejuízos em estoques de produtos moídos, farináceos e em grãos que não permanecem totalmente íntegros, o grande problema está no ataque do embrião dos grãos.

Como eliminar o besouro castanho

Besouro castanho – Tribolium castaneum. Larva (a, b), pupa (c) e adulto (d)
(Fotos: Adriana de Marques Freitas/Embrapa)

Manejo do besouro castanho

Para manter o controle do besouro castanho nos armazéns é essencial o Manejo Integrado de Pragas de Grãos e Sementes Armazenadas (MIPGRÃOS/ MIPSEMENTES).

E o controle dele não se dá de forma individual. 

Por isso, quando se trata de grãos armazenados existe todo um complexo de pragas em que se deve ter atenção.

No MIP, a integração de diferentes métodos e um bom sistema de monitoramento é o que vai garantir a supressão e, até mesmo, a eliminação desta praga. 

Antes de tudo, tenha em mente 6 etapas essenciais como prevenção e para manter a fitossanidade do armazém:

1. Mudança de comportamento dos armazenadores

É imprescindível que produtores e operadores estejam cientes da importância das pragas de grãos armazenados.

Não adianta você somente se preocupar com a praga quando ela já estiver lhe causando danos. 

2. Conhecimento da unidade armazenadora de grãos

Saiba qual o histórico de pragas do local nos anos anteriores e identifique problemas passados. 

A unidade deve ser conhecida por todos que estiverem envolvidos com o armazenamento, desde a colheita até o momento em que o produto será retirado do local. 

3. Limpeza e higienização local

A limpeza do local vai contribuir para que possíveis focos de infestações sejam eliminados e não prejudiquem um armazenamento adequado. 

Como mencionado, o besouro castanho tem hábito de oviposição em substrato inerte, ou seja, em fendas de parede e outros locais em que há necessidade da higienização. 

4. Fazer uma correta identificação das pragas 

As medidas de controle somente serão corretas se a identificação das pragas também estiver sido feita corretamente. 

Uma vez que tiver uso incorreto de alguma medida, o resultado só será visto quando já houver prejuízo final. 

5. Potencial de destruição das pragas 

Entender a capacidade de destruição de cada praga para que se determine a viabilidade de comercialização dos grãos armazenados. 

6. Gerenciamento da unidade armazenadora

Todas as atitudes devem ser realizadas por meio de um gerenciamento, desde a chegada dos grãos, a permanência no armazém até a saída para comercialização e consumo. 

Tudo isso garantirá diminuição de perdas e aumento da qualidade dos grãos.

E como deve ser o monitoramento?

O monitoramento do besouro castanho deve estar atrelado ao das demais pragas de grãos armazenados. Isso porque, como você viu, esta praga é secundária e sua ação será facilitada com a presença de pragas primárias no armazém.

Assim, os grãos devem ser monitorados durante todo o período de armazenamento. Isso vai garantir a detecção de possíveis focos das pragas. 

Desta forma, você deve utilizar armadilhas fixas ou fazer a coleta de grãos em vários pontos do armazém.  

As armadilhas fixas são para a captura dos insetos em pontos pré-determinados no local de armazenamento. 

E, ao optar pela coleta das amostras, você pode utilizar uma peneira de 20 x 20 cm, com malha de 2 mm com coletor para posterior identificação da praga.

Além disso, fique de olho na temperatura e umidade do local. 

Se ficar muito quente e úmido, você corre um sério risco de aumentar a população da praga caso seja detectada.

Controle de pragas em grãos armazenados

No MIP, o ideal é que não seja feito apenas o controle químico. Por isso, utilize de vários métodos ao mesmo tempo.

Como eliminar o besouro castanho: Métodos físicos

Você deve manipular os fatores físicos do ambiente de armazenamento como temperatura, umidade relativa do ar, controlar a atmosfera do ar (CO2, O2 e N2), utilizar pós-inertes, remoção física, radiação, luz e som. 

Ao ajustar todos ou apenas um dos métodos citados acima, a eliminação do besouro castanho e das demais pragas ficarão em níveis mais toleráveis ou poderão ser totalmente eliminadas.

Caso o uso dos métodos físicos não seja suficiente, você pode utilizar o método químico em conjunto.

Como eliminar o besouro castanho: Métodos químicos

O método químico é bastante empregado, mas lembre-se que não deve ser o único. Se utilizado de maneira incorreta e demasiada pode comprometer o controle e provocar resistência das pragas aos inseticidas

Podem ser feitos dois tipos de tratamentos:

1. Tratamento preventivo de grãos e sementes

Se o período de armazenamento for acima de 90 dias, os grãos e sementes devem ser secos, limpos e expurgados antes da entrada no armazém. 

Neste tratamento, aplica-se inseticidas líquidos sobre os grãos, na correia transportadora, no momento de carregar o armazém ou no momento de ensaque das sementes. 

É importante que os grãos e as sementes estejam descansados e recebam a aplicação de forma homogênea. 

2. Tratamento curativo (expurgo) de grãos e sementes 

Caso você já esteja tendo problemas com as pragas com os grãos já armazenados, é o momento de fazer um tratamento curativo com inseticidas. 

Os produtos à base de fosfeto de alumínio, precursores das fosfinas são os mais utilizados. A temperatura ideal para realizar o expurgo é cerca de 25°C. 

O local deve ficar vedado para que seja feita a fumigação do produto. 

Veja na tabela abaixo os inseticidas indicados tanto para tratamento preventivo como para curativo. Lembre-se sempre de consultar o(a) engenheiro(a) agrônomo(a).

Inseticidas indicados Embrapa

Inseticidas indicados para tratamento preventivo e/ou curativo de pragas de grãos e sementes armazenadas
(Fonte: Embrapa)

Conclusão

O besouro castanho é uma praga secundária de grãos armazenados, mas pode causar grandes perdas na produção se não for controlado. 

Portanto, algumas medidas podem ser tomadas para evitar surtos e também existem maneiras de controlar este inseto para suprimir ou eliminá-lo do armazém.

Vimos então que as medidas de controle devem ser feitas de acordo com MIP.

Quais medidas de como eliminar o besouro castanho você utiliza? Deixe seu comentário abaixo!

5 dicas para uma lavoura de trigo mais produtiva

Lavoura de trigo: confira algumas recomendações para garantir mais produtividade nesta cultura.

A lavoura de trigo, quando próxima à colheita, é algo bonito de se ver! Nos remete aos campos da Toscana e às belas paisagens europeias que vemos nos filmes.

Bem, no Brasil também plantamos muito trigo! Principalmente na região Sul onde a cultura se desenvolve melhor.

Mas você sabe quais os principais cuidados para garantir a produção da lavoura de trigo?

Confira comigo como podemos atuar no manejo da lavoura de trigo para garantir uma boa produção e obter sucesso na atividade.

Como obter sucesso na lavoura de trigo

O sucesso da lavoura de trigo – tanto em volume, como em sustentabilidade da produção – depende de diversos fatores. 

Podemos citar os relacionados ao:

  • Clima e solo da região de cultivo;
  • Cultivar e fenologia da planta; 
  • Manejo da lavoura de acordo com o sistema de produção.

Os cuidados para o sucesso da produção vão desde o plantio até a colheita e pós-colheita. 

Existem fatores que podem maximizar sua produção e outros que jogam contra o produtor. Confira a seguir 5 dicas de como obter sucesso com sua lavoura de trigo.

1. Não esqueça do clima

Antes mesmo do plantio devemos considerar o clima e o solo da região

Isso porque chuvas fora de hora e temperaturas inadequadas podem pôr em risco a lavoura de trigo e, dependendo do tipo de solo, a retenção e disponibilidade de água será distinta.

Por exemplo, o excesso de chuvas na maturidade fisiológica do trigo, característico do clima subtropical, é prejudicial. Nessas regiões também podemos ter problemas com geadas. 

Por outro lado, em regiões tropicais, o problema passa ser as altas temperaturas e a umidade relativa no florescimento.

Assim, começar com o pé direito é avaliar o clima e acertar na janela de plantio. Mas como fazer isso?

Para isso existe o zoneamento agroclimático para cultura do trigo, que leva em conta o clima e classifica a janela de plantio de acordo com o tipo de solo (arenoso, textura média ou argiloso).

Abaixo você pode conferir o Rio Grande do Sul como exemplo, mas isso varia de acordo com o estado. Com base no zoneamento, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) define as janelas de plantio adequadas.

lavoura de trigo

Períodos de semeadura para a cultura de trigo de sequeiro no RS
(Fonte: Embrapa Trigo)

2. Acerte no plantio

Bom, já sabemos que a semeadura da lavoura de trigo deve ocorrer de acordo com as definições do zoneamento para cada localidade. Agora, vamos definir qual cultivar semear.

A lista de cultivares de trigo é extensa e para cada região a melhor cultivar pode ser diferente. Aqui você pode encontrar informações detalhadas sobre as cultivares e escolher a que melhor lhe sirva.

cultivares de triticale Mapa

Cultivares de Triticale registradas no Mapa com indicação de cultivo em 2019
(Fonte: Informações Técnicas para Trigo e Triticale)

De qualquer maneira, algumas coisas não mudam. O espaçamento indicado para o trigo, por exemplo, é de 17 cm, no máximo 20 cm entre linhas. 

Já a densidade de semeadura (sementes viáveis/m2) varia de acordo com a localidade e a cultivar escolhida.

É importante lembrar que o plantio do trigo deve ser feito com o mínimo de mobilização do solo e sempre no contexto do sistema de plantio direto: com rotação de culturas e manutenção de cobertura sobre o solo, garantindo conservação do solo e maior sustentabilidade de produção.

3. Adubação e correção da lavoura de trigo

Antes de semear a lavoura de trigo, como está o seu solo?

A partir de uma análise de solo da área, devemos realizar as correções e adubações corretivas, caso necessário.

No cálculo da calagem, o ideal é que se eleve a saturação de bases até 70% e conforme os teores de nutrientes do solo, deve-se fazer a adubação corretiva. 

Existem várias recomendações, veja como exemplo abaixo a do estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As demais você pode encontrar nesta publicação.

lavoura de trigo
lavoura de trigo

(Fonte: Informações Técnicas para Trigo e Triticale)

4. Cuidados com a lavoura de trigo

Com a lavoura de trigo no campo surgem então novos desafios. Além das condições climáticas, as quais não controlamos, surgem as daninhas, pragas e doenças. 

Por isso, aqui vamos dar algumas diretrizes para que fique claro a importância do manejo.

Daninhas

As daninhas são mais problemáticas no ínicio da fase de desenvolvimento da cultura. 

O período crítico de competição é de 45 a 50 dias após emergência. Dessa forma, a lavoura de trigo precisa ficar livre de competição nesse período.  

Ao fim do ciclo do trigo, as daninhas podem contaminar o cereal colhido e aumentar sua umidade, por isso, tenha cuidado.

Doenças

Duas doenças que merecem atenção especial são: giberela e brusone.

Elas atacam diretamente a espiga do trigo e causam danos significativos ao rendimento da lavoura.  

Ambas são favorecidas em situações onde o período de molhamento é elevado e as temperaturas superiores a 20 ºC. São doenças de difícil controle e de alto potencial de dano, principalmente pela baixa resistência/tolerância da maioria das cultivares a elas. 

Para ajudar os produtores, foi criado um simulador de risco de ocorrência dessas doenças, o Sisalert. Afinal, toda ajuda é bem-vinda!

Pragas

Na lavoura de trigo, as pragas mais comuns são as lagartas (desfolha), pulgões (transmitem viroses), corós (causadores de danos no sistema radicular, sementes e plântulas do trigo) e percevejos (que atacam durante todo o ciclo, causando danos variados).

Cabe ressaltar que esses insetos só devem ser controlados quando atingirem a população que causem dano econômico. Antes disso não é economicamente viável.

Escala fenológica do trigo

Escala fenológica do trigo segundo Feekes-Large
(Fonte: Embrapa)

5. Lavoura de Trigo: colheita 

Na colheita, colhemos os “frutos” do nosso trabalho e alguns fatores são determinantes para o sucesso dessa prática na lavoura de trigo.

Deve-se evitar chuvas no período de maturidade fisiológica do trigo, pois isso reduz a qualidade final do cereal. 

Por isso, se possível antecipe a colheita, mas tenha em mente que a umidade de grão ideal é próxima a 13%.

Colher na umidade correta e com o maquinário regulado adequadamente reduz perdas quantitativas e qualitativas, obtendo assim, o máximo da sua lavoura de trigo. Ou seja, seu objetivo desde o início.

e-book culturas de inverno Aegro

Conclusão

Ao longo do texto, observamos que existem diversos detalhes para serem levados em conta para o sucesso de uma lavoura de trigo.

Devemos estar atentos ao clima da região e se ele é favorável ao cultivo do trigo e qual a cultivar mais adequada para um bom desenvolvimento. 

A partir disso, olhamos para o solo e as necessidades de correção.

O plantio deve sempre respeitar a época recomendada e o espaçamento. Além disso, o controle de pragas, doenças e daninhas deve ser realizado de forma sustentável, minimizando perdas e maximizando os rendimentos.

Também vimos as melhores condições para colheita a fim de evitar perdas, conseguindo as melhores produções e um produto de qualidade.

>> Leia mais:

O que você precisa saber para fazer a melhor aplicação de 2,4 D em trigo

“Como garantir a qualidade durante os processos de secagem e armazenamento de trigo”

“Melhores práticas para fazer o tratamento de sementes de trigo na fazenda”

Restou alguma dúvida sobre a lavoura de trigo? Deixe sua dúvida ou comentário abaixo. Grande abraço e até a próxima!

Secagem do arroz: tudo sobre esse processo

Secagem do arroz: Veja a umidade ideal para a colheita, qual secador utilizar e como realizar o processo de secagem para melhor produtividade.

Sabemos de todos os cuidados que o produtor rural precisa ter desde o plantio de sua safra e sua busca constante por aprimoramento para melhorar a produtividade da sua lavoura de arroz

E na hora dos processos de pós-colheita não é diferente.

A armazenagem dos grãos tem um papel importante na produtividade e, uma das etapas mais importantes nesse processo, é a secagem dos grãos de arroz. Confira!

Qual o teor de umidade ideal para a colheita?

Para uma boa colheita de arroz, o produtor deve acompanhar o ponto de maturidade fisiológica, que está principalmente ligado ao teor de umidade nos grãos.

Na prática o produtor pode se basear na coloração da casca do arroz, sendo o ponto ideal quando dois terços dos grãos da panícula apresentarem cascas (glumelas) com coloração amarelo dourado.

Além disso, é possível apertar os grãos e sentir sua textura: caso o grão fique amassado ele é considerado imaturo, já se o grão quebrar provavelmente estará no ponto de colheita.

Como o teor de umidade tem influência direta sobre a qualidade industrial dos grãos, é fundamental aferir a umidade constantemente. 

Sendo assim, o ideal é que a colheita seja realizada na faixa de 18% a 23% de umidade.

Além disso, o produtor deve acompanhar a previsão do tempo para evitar que os grãos fiquem expostos no campo a condições adversas como alta umidade relativa do ar, presença de orvalho e alternância entre chuvas e dias quentes.

Caso os grãos sejam colhidos acima da faixa ideal de umidade, ocorrerá maior presença de grãos imaturos e mal formados na colheita, aumentando o índice de quebra durante o beneficiamento do arroz.

Já se o arroz for colhido com umidade abaixo da faixa ideal, especialmente se for menor de 15%, ocorrerá maior incidência de perdas pelo desprendimento natural dos grãos e dano mecânico na colheita, o que diminuirá sua qualidade.

Como é feita a secagem do arroz?

Para que estejam adequados para o armazenamento, os grãos devem ter a sua umidade reduzida para uma faixa de 12% a 13%, o que é fundamental para a preservação de sua qualidade e para evitar o crescimento de fungos.

Esse processo de secagem pode ser realizado de duas maneiras: secagem artificial e secagem natural.

A secagem natural é um processo bastante simples, que consiste na utilização da radiação solar e temperatura do ar ambiente para redução do teor de água dos grãos.

Na prática, os grãos são espalhados sobre uma superfície de lona, cimento ou asfalto e revolvidos constantemente para facilitar a perda de umidade.

Esse método tem baixo custo e é bastante utilizado por produtores que não possuem orçamento para realizar a secagem artificial.

Contudo, vale lembrar que esse método depende muito das condições climáticas e pode ser bastante demorado!

Além disso, é um processo de maior exposição dos grãos, o que aumenta a ocorrência de microrganismos e pragas agrícolas.

secagem do arroz

Secagem natural de arroz
(Fonte: Planeta Arroz)

Já a secagem artificial é um processo um pouco mais elaborado, que consiste no emprego de técnicas para uma secagem rápida e uniforme com a utilização de silos secadores.

As principais vantagens dos secadores artificiais são a praticidade, melhor qualidade do produto final e maior capacidade de secagem. 

Ainda que tenha um custo maior, é a prática mais utilizada no mercado justamente pelos seus benefícios. 

Um dos fatores mais importantes na hora de escolher um sistema de secagem, é estimar com precisão os custos envolvidos. 

Se você não sabe quanto gasta com a secagem ou pretende implantar um novo sistema em sua fazenda e quer saber mais sobre os custos, aqui no blog já explicamos como fazer esse cálculo. 

Confira em: “Secagem e armazenamento de grãos: diferentes tipos e seus custos”.

Secadores de arroz: qual utilizar

Para a cultura do arroz, tanto para sementes quanto para os grãos, os secadores mais indicados são do tipo intermitentes.

A secagem intermitente consiste na passagem dos grãos diversas vezes pelo secador, evitando assim choques térmicos e perda acelerada de água dos grãos.

Nesses secadores intermitentes, os grãos passam pela ação do fluxo de ar aquecido na câmara de secagem a intervalos de tempo definidos.

Assim, ocorre a homogeneização da umidade e resfriamento (quando não estão passando pelas áreas de aquecimento).

secador de fluxo intermitente

Exemplo de secador de fluxo intermitente
(Fonte: Nunes)

Contudo, antes de utilizar os secadores, é necessário efetuar a pré-limpeza dos grãos e saber qual o teor de água deles.

Secagem do arroz: Armazenamento de grãos

Logo após a secagem, o próximo passo é o armazenamento de seus grãos.

Essa etapa deve ser planejada desde a semeadura, evitando assim problemas na pós-colheita e garantindo sucesso em sua comercialização.

Se você tem dúvidas sobre essa etapa, não deixe de conferir nosso artigo sobre armazenagem de grãos e este mais específico sobre armazenagem do arroz.

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Conclusão

Entender sobre os cuidados durante a secagem de grãos de arroz é fundamental para a manutenção da qualidade da safra, então esperamos ter ajudado você a entender melhor esse processo.

Além disso, não se esqueça: mapear os custos de secagem e armazenamento são essenciais para a saúde financeira da fazenda e precisam estar previstos no custo de safra.

E você, tem alguma dica sobre secagem do arroz? Restou alguma dúvida? Deixe o seu comentário abaixo!

Big Data no agronegócio: a revolução dos dados

Big Data no agronegócio: entenda mais sobre a definição e como é utilizada na agricultura para otimizar os processos.

Cada vez mais a tecnologia está dentro das nossa lavouras, mas você sabe como utilizá-la para otimizar os processos?

A coleta de dados sempre foi feita na rotina da lavoura, mas é preciso aprender a analisar os dados corretamente para utilizá-los da forma certa.

Até porque, não adianta sair coletando uma enorme quantidade de dados se depois não saber interpretá-los, não é mesmo?

Por isso, no texto de hoje, vamos entender mais sobre como utilizar Big Data na agricultura, além das vantagens e onde ela está sendo aplicada no agro. Confira!

O que é Big Data?

Primeiro, é necessário definirmos o conceito de Big Data para entendermos como ele pode ser aplicado na agricultura.

Podemos definir Big Data como a interpretação de grandes volumes de dados.

big data no agronegócio

Big Data e a agricultura na era do conhecimento
(Fonte: Fundação Shunji Hishimura de Tecnologia)

Com as ferramentas disponíveis hoje é possível aumentar a produtividade, reduzir custos e tomar decisões mais assertivas.

Os principais aspectos do Big Data são definidos pelos 5 Vs: Volume, Variedade, Velocidade, Veracidade e Valor. 

Os aspectos de Volume, Variedade e Velocidade, referem-se à grande quantidade de dados não-estruturados. Estes dados precisam ser analisados com as soluções de Big Data em grande velocidade e, em sua maioria, em tempo real.

A Veracidade nos diz que as fontes e a qualidade dos dados precisam ser confiáveis. 

O V de Valor se refere aos benefícios que essas soluções de Big Data vão trazer para sua empresa. 

Agora que abordamos o conceito de Big Data, vamos ver como podemos utilizá-lo na agricultura.

Como a análise de dados otimiza a lavoura?

Como vimos, o Big Data é um conjunto de dados que precisa ser analisado. Agora vamos trazer o conceito para o campo. 

Você sabe como ele pode ser útil e quais as vantagens que traz?

Entre as tecnologias mais conhecidas de análise de dados no campo podemos citar o entendimento e análise de dados meteorológicos.

Com a interpretação correta de dados sobre a previsão meteorológica, o agricultor consegue administrar outras operações como a semeadura, a colheita, a irrigação e as aplicações de defensivos agrícolas.

Outro exemplo que podemos citar da agricultura digital são as tecnologias que garantem o ajuste das doses de fertilizantes que são aplicados, o que reduz custos e perdas.

Além disso, outra importante ferramenta que pode ser utilizada é o cruzamento dos dados de produtividade com os dados dos manejos adotadas em cada área, como por exemplo: adubação, análise de solo, deficiência de nutrientes, precipitação e aplicações.

(Fonte: Boas Práticas Agronômicas)

Agora que vimos alguns exemplos de como o Big Data pode ser utilizado na agricultura, vamos ver quais as vantagens para a gestão agrícola e financeira.

Big Data no agronegócio: vantagens para a gestão agrícola

Além das vantagens que já citamos em relação ao uso do Big Data no agronegócio, veja abaixo uma lista com outros benefícios em utilizá-lo na sua lavoura.

  • Dados sobre a fertilidade química do solo, por meio das análises de solo;
  • Redução de desperdícios, reduzindo os custos de produção;
  • Estande de plantas, gasto de sementes e velocidade de semeadura;
  • Ações mais assertivas após interpretação dos dados;
  • Pluviosidade, temperatura e dias nublados, que ajudam na tomada de decisão para aplicação de defensivos, fertilizantes e corretivos;
  • Possibilidade de controlar tudo isso do escritório;
  • Informações sobre monitoramento de pragas, doenças e plantas daninhas;
  • Informações sobre consumo, aplicações de defensivos agrícolas, dados de produtividade, velocidade e perdas na colheita;
  • Aumento de produtividade com tomadas de decisão mais assertivas.
big data no agronegócio
(Fonte: GeoAgri)

Vantagens para a gestão financeira

O uso do Big Data na agricultura pode nos auxiliar em diversas ações na lavoura.

Assim, na gestão financeira podemos utilizar softwares que nos ajudam a manejar estes dados e informações relevantes, a fim de otimizar os processos.

Com o uso de um aplicativo como o Aegro, por exemplo, é possível otimizar a gestão agrícola da sua fazenda. 

Desta forma, você consegue fazer o fluxo de caixa, estoque, financeiro e agrícola integrados e automatizados, reduzindo custos.

Curso de Big Data no agronegócio

Uma busca rápida na internet e você já consegue encontrar diversos cursos sobre Big Data.

Em um curso de Big Data para o agronegócio, você vai ser capacitado para manusear grandes volumes de dados de maneira rápida e eficiente. 

Também vai aprender a como interpretar os dados para ser desenvolvido no agronegócio.

Esses cursos, geralmente, abordam as disciplinas de: algoritmos avançados, arquiteturas cloud, banco de dados, cálculo, estatística, fundamentos de administração geral, geometria analítica, inglês, Internet das Coisas, matemática discreta, manejos agrícolas de solo e semeadura, monitoramento de pragas e doenças e sociedade, tecnologia e inovação.

De acordo com o Canal Rural, a demanda por um profissionais capacitados nesta área são:

  • Empresas de infraestrutura de TI (tecnologia da informação);
  • Desenvolvimento e revenda de softwares para web;
  • Empresas de desenvolvimento e revenda de softwares para dispositivos móveis;
  • Fabricantes e revendedores de equipamentos de agricultura de precisão;
  • Fabricantes e revendedores de tratores e implementos agrícolas;
  • Empresas de produção agrícola e propriedades rurais;
  • Usinas de açúcar e etanol;
  • Indústria de insumos agrícolas;
  • Prestação de serviços na área de TI;
  • Prestação de serviços na área agrícola.

Conclusão

Neste texto você viu como podemos utilizar Big Data no agronegócio, sua definição, alguns conceitos e as vantagens que as análises trazem para as lavouras.

Com a correta interpretação dos dados levantados é possível otimizar processos na lavoura, reduzir custos e tomar decisões mais assertivas sobre os manejos.

Também vimos que com o aplicativo de controle e gestão agrícola, consegue-se gerenciar diversos dados coletados do campo.

Agora que você compreendeu mais sobre como utilizar Big Data na sua empresa rural, que tal colocar em prática? 

>> Leia mais:

“Primeira antena 5G em área rural: entenda como essa tecnologia vai beneficiar sua fazenda”

“Blockchain na agricultura: conheça as 3 principais funções e seus benefícios”

“Como a agricultura preditiva e autônoma pode impulsionar sua lucratividade”

Gostou do texto? Tem mais dicas e informações sobre Big Data no Agronegócio? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

Solo arenoso: como fazer o melhor plantio nesse tipo de terra

O que é solo arenoso, suas características, alternativas para melhor resultado produtivo e como recuperar a fertilidade. 

Quando tratamos de produção, uma das primeiras coisas que se vem à mente é o solo. Existem diversos tipos de solo, com diferentes texturas, estruturas, profundidades e riquezas

Mas como a produção é demandada, temos que aprender a lidar com as peculiaridades de cada um e, dentre esses, vamos destacar aqui os solos arenosos. Eles constituem cerca de 8% do território nacional e podem obter produções satisfatórias.

Confira a seguir as principais estratégias de utilização e de manejo do solo arenoso!

O que é um solo arenoso?

Solo arenoso, também chamado de solo de textura leve, é caracterizado pelo alto teor de areia (superior a 70%) e menor teor de argila (inferior a 70%) em sua composição. É um tipo de solo normalmente granuloso, pobre em nutrientes e com baixo teor de matéria orgânica.

gerador de triângulo textural

(Fonte: Gerador de Triângulo Textural)

A grande parte dos solos arenosos está presente na região Nordeste, sendo um dos maiores problemas para agricultura. 

Entretanto, esses solos também podem ser encontrados em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Pará, Maranhão, Piauí e Pernambuco, ocorrendo ainda no Norte de Minas Gerais, Alagoas, Ceará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Tocantins e Goiás.

Características do solo arenoso

  1. Consistência granulosa (grãos grossos, médios e finos);
  2. Alta porosidade e permeabilidade, devido ao arranjo das partículas;
  3. Pouca umidade;
  4. Pobreza em nutriente;
  5. Baixo teor de matéria orgânica;
  6. pH ácido;
  7. Alta possibilidade de erosão.

Por que o solo arenoso é pobre em nutrientes: dificuldades no cultivo

Os solos arenosos são constituídos quase que exclusivamente por grãos de areia, ou seja, quartzo, desta maneira são pobres em nutrientes.  Além disso, esses solos se esgotam rapidamente com poucos anos de uso, necessitando de manejo planejado para continuar oferecendo condições à produção. Os baixos teores de matéria orgânica (menor que 1%) agravam essa situação. 

A deficiência de água em solo arenoso é um fator agravante para a produção agrícola, pois apresenta uma drenagem excessiva devido à sua constituição de areia e pequena retenção de água, favorecendo a lixiviação de nutrientes.

Outra dificuldade é sua baixa capacidade de retenção de cátions, assim como também é comum encontrar saturação acima de 50% de alumínio tóxico, o que pode resultar em produções baixas. 

Mas uma das maiores limitações dos solos arenosos quanto à utilização agrícola é que são propensos à erosão, ainda mais quando comparados aos solos argilosos e, principalmente, em relevo suave-ondulado ou ondulado. 

O processo erosivo inicia no momento em que esses solos são desmatados ou utilizados pelo gado. 

Se ocorrer nas cabeceiras de vertentes ou margeando os mananciais, a erosão tende a desenvolver voçorocas. 

Em solos arenosos a mecanização só é viável em áreas de relevo plano, devido a esta propensão à erosão. Assim, recomenda-se restringir operações mecanizadas com grande potência.

Como recuperar a fertilidade?

Solos arenosos não são sinônimos de solos inférteis ou improdutivos, eles apenas são mais sujeitos à deficiência nutricional e reduzida quantidade de MO, uma vez que este fator está relacionado à rocha de sua formação e à ação de fatores climáticos, como o intemperismo. 

Devido a isso, é indicado a aplicação de resíduos vegetais e adubos orgânicos (bagaço de cana, bagaço de coco e estercos de animais) com fosfato e potássio.

Sobre a acidez, recomenda-se adição de calcário com objetivo de aumentar o pH, neutralizar o alumínio tóxico e também auxiliar na disponibilização de cálcio e magnésio. 

O indicado é que a adubação seja feita de forma constante, parcelada e equilibrada, sendo necessário coordenação e análise de solo das condições locais, da cultura, da cultivar e dos resultados esperados.

Como e o que plantar em solos arenosos 

Com a utilização de novas práticas de manejo sustentável e por meio da tecnologia, as áreas de solos arenosos estão entrando no sistema produtivo e conseguindo mostrar o seu potencial. 

A seguir elenco algumas estratégias de manejo que vão melhorar e facilitar o sucesso em solos arenosos:

Sistema de Plantio direto (SPD)

Com objetivo de preservar o solo, o plantio direto vem sendo uma ferramenta necessária para a utilização produtiva de solos arenosos. 

Este sistema permite a conservação do solo e da água por meio de práticas que:

  • Minimizam a erosão; 
  • Aumentam a retenção de água e nutrientes no solo; 
  • Melhoram os atributos biológicos do solo; 
  • Reduzem os picos de temperatura no solo; 
  • Diminuem a infestação de plantas daninhas
  • Permitem maior agilidade operacional nas atividades agropecuárias. 

Além disso, nesse sistema se consegue elevar os teores de matéria orgânica do solo, aumentando assim sua capacidade de troca catiônica e retenção de água – características correlacionadas ao sucesso produtivo. 

solo arenoso

Cultivo de soja em plantio direto

Adubação verde 

A utilização de adubos verdes e/ou plantas de cobertura em solos arenosos faz toda a diferença quando se quer resultados produtivos. 

A adubação verde consiste no uso de plantas, podendo ser gramíneas ou leguminosas, visando a proteção superficial dos solos bem como a melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo. 

As plantas que estão sendo bastante empregadas em solos arenosos são as gramíneas milheto, brachiaria e panicum, por conta do grande aporte de palhada e por terem um sistema radicular bem agressivo. 

Mas ainda é utilizado as crotalárias e o feijão guandu, pois da mesma forma apresentam um bom aporte de palhada e, além disso, fixação biológica de nitrogênio. 

Fazendo a utilização da adubação verde, os solos arenosos ficam menos propensos à erosão, com aumento do teor de matéria orgânica e de nutrientes. 

Sucessão e consórcio de cultura

Sendo que a decomposição dos materiais vegetais ocorrem de maneira distinta por causa da composição dos mesmos, a sucessão e rotação de culturas aparece como uma estratégia essencial na manutenção de palhada em solo arenoso. 

Palhas de leguminosas tendem a decompor mais rapidamente devido à baixa relação carbono/nitrogênio, mas por outro lado são ricas em nitrogênio. 

Já as gramíneas, apresentam uma palha que fica por um longo período sob o solo, porém são mais carentes em nitrogênios, ou seja, possuem grande quantidade de carbono em sua constituição. 

Assim, vêm sendo empregado as seguintes sucessões:

  1. Soja na safra, seguida de milho + braquiária na safrinha (consórcio). A soja fornece o aporte de nitrogênio para as duas culturas posteriores. Em seguida, o milho é colhido e a braquiária pode se desenvolver melhor sendo aporte de cobertura do solo para a próxima safra. 
  2. Soja na safra, seguida de pastagem + guandu (consórcio). Nesse sistema, a pastagem consorciada com guandu favorece sua qualidade nutricional e física do solo promovidas pela leguminosa.

Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF)

Pensando em manejo sustentável, muitos produtores vêm utilizando o sistema ILPF para garantir uma produção de sucesso.

Diferente do que ocorre em monocultura, a interação de atividade agrícola e pecuária na mesma área resulta em aumento de produtividade, pois existe uma sinergia entre ambas. 

Nesse sistema, as principais vantagens são: 

  • Manter a fertilidade
  • Contribuir para evitar o aquecimento excessivo do solo; 
  • Reduzir as perdas de água por evaporação;
  • Servir de barreira física para evitar a entrada de fungos causadores de doenças; 
  • Conforto animal. 

A manutenção desse sistema em solo arenoso consiste basicamente em mantê-lo permanentemente vegetado, com ciclagem de nutrientes e de raízes ao longo do ano para promover a construção física e química do solo.

Divulgação do kit de 5 planilhas para controle da gestão da fazenda

Conclusão

Neste artigo abordamos o que são solos arenosos e quais as suas limitações quanto à utilização agrícola. 

Vimos como lidar com com suas deficiências nutricionais e quais cuidados devemos ter quanto ao cultivo nesse tipo de solo. 

Ainda demos dicas de como manejá-lo com o enfoque no manejo sustentável e integrado. 

>> Leia Mais:

Solo humífero: vantagens e desvantagens de utilizar para plantio

“Como melhorar a qualidade do solo com o terraceamento”

Rochagem: como essa prática pode beneficiar sua lavoura

Como evitar e corrigir a compactação do solo na sua propriedade

Como fazer o manejo e a correção do solo alcalino

Você tem solo arenoso em sua propriedade? Como faz o manejo para um cultivo sustentável? Se restou alguma dúvida, deixe nos comentários abaixo. 

Tudo que você precisa saber sobre o ciclo da soja

Ciclo da soja: confira como e quanto dura o ciclo da soja em dias, quais as principais etapas do desenvolvimento desse cultivo e muito mais.

A safra de soja 2022 deve chegar a 144,7 milhões de toneladas, mantendo o Brasil como um dos maiores produtores de soja do mundo. Mas como conseguimos atingir esse patamar tão privilegiado?

Esse sucesso se deve aos anos de pesquisa e dedicação do ciclo da soja, das técnicas de manejo eficiente e da gestão agrícola de sucesso.

E você, sabe tudo sobre o ciclo da soja e seus principais estágios? Veja mais a seguir!

Como se desenvolve uma planta de soja?

Os componentes da planta

Para compreender o ciclo da soja, precisamos antes conhecer as partes que compõem uma planta de soja.

A soja (Glycine max) é uma planta herbácea pertencente à família Fabaceae, a mesma do feijão.

Suas sementes apresentam uma germinação epígea e o sistema radicular pivotante, com uma raíz principal e muitas ramificações (raízes secundárias).

Apesar das raízes alcançarem até 1,8 m de profundidade e 50 cm em crescimento lateral, a maior parte delas permanece concentrada nos primeiros 30 cm de profundidade.

ciclo da soja

Detalhe dos componentes de uma plântula de soja (Glycine max)
(Fonte: International Plant Nutrition Institute – IPNI)

O caule é híspido e em haste única, mas durante o ciclo pode emitir ramos laterais. Sua altura varia de acordo com as cultivares e as regiões de cultivo.

Durante o ciclo da soja, podemos observar diferentes tipos de folhas na planta:

  • Cotiledonares
  • Unifolioladas (simples) 
  • Trifolioladas (compostas)

Cada uma em uma etapa diferente do ciclo de desenvolvimento da planta.

As flores apresentam fecundação autógama (autofecundação) e podem apresentar diferentes colorações, desde brancas, roxas até cores intermediárias.

Delas se desenvolvem as vagens que passam de verdes para amarelo-pálido, conforme os grãos aumentam de tamanho e amadurecem.

De modo geral, existem dois tipos de plantas de soja: aquelas cujo crescimento é determinado e as de crescimento indeterminado.

ciclo da soja

Detalhe de racemo terminal em soja BRS Sambaíba RR
(Fonte: Embrapa)

Quando o crescimento é determinado, a planta apresenta um racemo terminal e quando inicia-se o florescimento, o crescimento vegetativo cessa.

Já as de crescimento indeterminado, não tem racemo terminal e o crescimento vegetativo continua após o florescimento.

Ciclo da soja: Estágios de desenvolvimento

Agora que já sabemos sobre as características da planta, vamos nos aprofundar nos estágios de desenvolvimento do ciclo da soja.

O modelo mais utilizado nos dias de hoje, salvo algumas modificações, foi idealizado pelos pesquisadores Fehr e Caviness em 1977.

Esse sistema propõe a divisão do ciclo da soja nos estágios vegetativos (V), reprodutivos (R) e suas subdivisões.

Destas, apenas nos dois primeiros estágios as letras não são seguidas de números, todas as demais são designadas por números após as letras.

estágios vegetativos e reprodutivos

Descrição dos estágios vegetativos e reprodutivos da soja (Glycine max)
(Fonte: Adaptado de IPNI)

É importante ressaltar que uma lavoura de soja é classificada nesses estágios quando pelo menos 50% ou mais das plantas do campo estão nele.

Isso é feito pois pode ocorrer variação na velocidade de crescimento das plantas dentro das áreas.

fenologia da soja. Fonte: Coopertradição

Esquema das plantas de soja nos diferentes estágios de desenvolvimento
(Fonte: Coopertradição)

A divisão e padronização do ciclo da soja e sua nomenclatura facilita e muito a comunicação entre os produtores rurais, engenheiros agrônomos e outros profissionais da área.

Agora que temos isso em mente, vamos abordar as principais dúvidas que surgem em relação ao ciclo da soja.

Quanto tempo dura o ciclo da soja em dias?

O ciclo da soja em dias vai variar de 100 a 160 dias, dependendo da cultivar. Porém, os ciclos comerciais mais comuns costumam ter de 115 a 125 dias, característico da época de semeadura de cultivares precoces a médias.

Antes, as cultivares costumavam ser chamadas de superprecoces, precoces, semiprecoces, médias e tardias com base na duração do ciclo.

Nos últimos anos, as nomenclaturas relacionadas à duração do ciclo da soja passou por algumas reestruturações, que explicarei a seguir.

Muitas vezes, a mesma cultivar plantada em diferentes regiões apresentava variações na duração do seu ciclo.

Isso acabava por confundir os produtores e os consultores, causando dores de cabeça desnecessárias.

Para contornar essa situação surgiram os chamados grupos de maturação ou grupos de maturidade relativa.

grupo de maturidade relativa

Distribuição dos grupos de maturação (maturidade relativa) das cultivares no Brasil
(Fonte: Alliprandini et al. (2009))

Esses grupos de maturação levam em consideração cada região de cultivo e classificam as cultivares com valores que variam de 0 a 10.

Ainda separam as cultivares de acordo com a melhor adaptação para cada região, onde poderão atingir o máximo de seu potencial produtivo.

Assim, classificados em grupos, sabemos quais cultivares são mais aptas nas regiões do país.

Quais são as etapas do cultivo de soja?

Agora com tudo padronizado, alinhar as etapas do cultivo ao ciclo da soja será bem mais fácil.

Certamente a primeira etapa é o plantio, assim como a última será a colheita.

Como conhecemos os grupos de maturação, a escolha da cultivar ideal para nossas lavouras não será um problema.

Outros cuidados como a amostragem para correção e adubação do solo têm de ser realizados muito antes do plantio, não podemos deixar para última hora.

O controle de plantas daninhas também tem que ser bem planejado, lembre-se que alguns pré-emergentes podem afetar a emergência da soja.

Durante o desenvolvimento da lavoura, precisamos de atenção com as pragas e doenças ocorrendo na lavoura.

Por sua vez, o monitoramento de pragas bem como das doenças deve ser realizado em cada estágio de desenvolvimento da cultura.

Dessa forma podemos elaborar estratégias de manejo integrado, o que nos garante ações rápidas e certeiras para reduzir as perdas!

Todas essas etapas podem ser alocadas num único local: os softwares de gestão agrícola.

Esses aplicativos podem auxiliar na organização de calendários, entradas e saídas de insumos, controle de estoques e muito mais.

planejamento de safra de soja Aegro

Conclusão

Conhecer a nomenclatura do ciclo da soja facilita a vida de todos, desde os produtores aos profissionais da área.

Por isso é importante estar antenado para as mudanças e novidades, assim como o surgimento dos grupos de maturação.

No mundo globalizado que vivemos, a tecnologia vem ao nosso encontro e no campo não deve ser diferente.

A correta gestão dos manejos durante o ciclo da soja fará com que a cada ano possamos garantir novas safras recordes.

>> Leia mais:

Como controlar a lagarta enroladeira das folhas na sua lavoura

“Como livrar sua lavoura dos ataques do bicudo-da-soja”

“Tudo sobre tombamento da soja e como fazer o melhor manejo”

E você, já conhecia tudo sobre o ciclo da soja? Utiliza algum software de gestão agrícola para te auxiliar no campo? Conta pra gente nos comentários!

Tudo que você precisa saber sobre armazenagem do arroz

Armazenagem do arroz: a importância dessa atividade, umidade e temperatura ideais, silos para armazenamento e controle de pragas.

Podendo ser cultivado em todo o país com destaque para os estados do Sul (81% da produção safra 2020), Norte (9%) e Centro-Oeste (6%), o arroz é uma cultura importante que precisa ser armazenado para que possa ser comercializado e consumido o ano inteiro. 

Assim, o produtor também pode aumentar a sua renda com um preço melhor de comercialização.

Essa atividade precisa ser bem planejada e executada e ter os seus custos mapeados em caso de armazenagem própria. Assim, a qualidade do grão e a lucratividade da safra são preservadas.

Preparamos este texto com tudo que é preciso entender sobre armazenagem do arroz. Confira!

A importância de uma boa armazenagem do arroz

Todas as atividades do plantio à colheita da cultura do arroz são importantes para ter uma boa produção do grão e a colheita é um momento muito esperado na rotina na fazenda. 

Mas, todo esse trabalho precisa ser preservado por uma boa armazenagem.

armazenagem do arroz

Do plantio à colheita do arroz
(Fonte: Arquivo pessoal da autora)

Lembrando que a qualidade dos grãos não pode ser melhorada, apenas preservada durante um bom armazenamento.

Pode haver uma variação de 1,5% a 4% de perdas na armazenagem em silos nos estados de maior produção nacional do arroz como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.

Mas se ocorrer um armazenamento incorreto, esses valores podem ser ainda mais elevados.

Para não ter complicação, é importante ter todas as atividades planejadas antes do plantio: transporte, secagem e armazenamento.

Transporte e secagem dos grãos de arroz

Após a colheita do arroz, este precisa ser transportado para o armazenamento ou para a venda do grão, caso o agricultor opte por vender a produção ou parte dela logo após a colheita.

Essa decisão de armazenar ou vender o produto após a colheita depende da situação atual de cada propriedade, da parte econômica da empresa rural e de qual decisão irá compensar.

armazenagem do arroz

(Fonte: Arquivo pessoal da autora)

O arroz deve ser transportado até a unidade de armazenamento e neste processo deve-se evitar as perdas.  

Ao chegar à unidade de armazenamento, há o processo de recepção do grão, em que ocorrem a pesagem, a identificação da carga e a coleta de amostras para a avaliação de sua qualidade inicial.

Após o arroz ser descarregado na moega, são removidas as impurezas e materiais estranhos em relação ao grão de arroz no processo de pré-limpeza.

Depois da limpeza acontece a secagem dos grãos, que pode ser realizada de diversas formas desde a natural até a secagem forçada. 

Vamos falar um pouco mais sobre esta etapa no próximo tópico sobre a umidade do grão.

Armazenagem do arroz: Temperatura e Umidade ideais

Fatores que são importantes na armazenagem do arroz para manter sua qualidade são temperatura e umidade.

Para a colheita, recomenda-se que o teor de umidade do grão esteja entre 18% a 22%. Mas para armazenar o grão, deve-se reduzir essa umidade.

Para isso, existem secadores para realizar essa operação de conservação do grão.

Alguns desses secadores podem ser

  • Estacionário (com ar em fluxo radial ou axial); 
  • Convencional (contínuo ou intermitente); 
  • Misto (seca-aeração).

O grão é considerado seco com teor de umidade entre 12% e 13%. Assim, para armazenar deve ter essa faixa de umidade com mínimas impurezas, reduzida população de pragas e baixa temperatura.

Temperatura baixa é uma medida de manejo para o armazenamento que evita o desenvolvimento de pragas, o recomendado é 18°C. 

Ter esses parâmetros de umidade e temperatura nos silos é importante para que o ambiente seja desfavorável ao surgimento de pragas, que podem gerar perdas muito significativas de grãos.

Após a secagem, antes de colocar o grão no silo para armazenamento, é importante ter uma etapa de resfriamento dos grãos para evitar perdas, como as trincas.

E antes do grão chegar ao armazém, também é necessário limpar a unidade armazenadora para eliminar qualquer possível praga presente no ambiente.

Silos para armazenagem do arroz

Os grãos de arroz podem ser armazenados em silos na própria propriedade ou em silos de vizinhos, cooperativas e armazéns conjuntos com outros produtores ou de empresas. 

Por isso, é importante realizar o planejamento para determinar se é viável armazenar o arroz e onde armazenar, caso você não tenha silos na propriedade.

Mais de 90% do arroz armazenado nas principais microrregiões produtoras nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso são armazenados em silos a granel.

Capacidade dos tipos de armazéns das principais microrregiões produtoras de arroz nos estados: RS, SC, TO, MA e MG
(Fonte: Conab)

Um tipo de silo que é bastante indicado para a armazenagem do arroz para pequeno produtor é a unidade armazenadora com silo secador. No entanto, existem outros que você pode utilizar para a sua propriedade.

Determinar onde armazenar o grão e qual tipo de unidade de armazenamento depende da sua propriedade, região, custo e dos benefícios de cada opção.

Controle de pragas em grãos armazenados

Como vimos até aqui, é fundamental o controle das pragas de armazenamento, veja algumas mais comuns:

  • Oryzaephilus surinamensis
  • Cryptolestes ferrugineus
  • Ephestia kuehniella
  • Sitophilus oryzae
pragas da armazenagem do arroz

Sitophilus oryzae
(Fonte: Pacific Pests and Pathogens)

Para o controle das pragas no armazenamento do arroz, você pode utilizar algumas dessas medidas de manejo:

  • Controle químico indicado para armazenamento (exemplo: inseticidas à base de fosfeto de alumínio);
  • Manipulação da umidade relativa e da temperatura nos locais de armazenamento;
  • Utilização de pó inerte à base de terra de diatomáceas (atua por contato nos insetos e remove as camadas de cera da cutícula, o que causa a morte do inseto);
  • Controle físico: radiação e outros;
  • Armadilhas para monitorar as pragas nos silos de armazenamento.
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Conclusão

Após a colheita do arroz, você pode optar por vender o grão imediatamente ou armazenar.

Se optar por armazenar o arroz, esta é uma etapa muito importante para ter o grão durante todo o ano e possibilitar que o produto seja comercializado com um melhor preço.

Por isso, para ter um bom armazenamento do arroz e manter a qualidade do produto, realize um planejamento desta operação. 

Além disso, conheça os processos realizados desde a saída do grão da fazenda até o seu armazenamento. E não se esqueça de controlar as pragas durante esse período.

E você, realiza armazenagem do arroz em sua propriedade? Quais cuidados você tem com esse processo? Deixe o seu comentário abaixo!