Fertilidade do solo e adubação: dicas de como melhorar seu manejo

Fertilidade do solo e adubação: confira como se relacionam e entenda por que nem sempre há resposta da adubação.

A maioria dos solos brasileiros tem baixa fertilidade natural. Então, como foi possível ganharmos o cerrado e produzirmos tanto?

Bem, graças a muito estudo sobre fertilidade do solo, correção e adubação, além é claro, da coragem do produtor em meter o peito e desbravar o Brasil, hoje sabemos o resultado! 

Mas se engana aquele que acha que está tudo resolvido neste assunto. 

Ainda existe muito para ser feito quanto à eficiência do uso de nutrientes e nunca é demais falar sobre boas práticas que às vezes são esquecidas.

Confira neste artigo dicas sobre fertilidade do solo e adubação e entenda como podem influenciar na sua produção. Vem comigo!

O que determina a fertilidade do solo?

A fertilidade do solo se refere à capacidade do mesmo em fornecer os nutrientes para que as plantas se desenvolvam e cumpram seu ciclo. 

Dessa forma, não se pode esquecer dos elementos tóxicos que devem estar em níveis que não comprometam o desenvolvimento vegetal.

Dessa definição conseguimos extrair três informações importantes sobre a fertilidade do solo:

  1. A fertilidade do solo depende da sua disponibilidade de nutrientes;
  2. A fertilidade do solo é relativa às exigências nutricionais das plantas;
  3. Ao analisar quimicamente um solo, pode-se inferir sobre sua fertilidade.

Isso quer dizer que um solo considerado fértil para uma espécie menos exigente pode não ser capaz de fornecer os nutrientes necessários para uma espécie mais exigente.

Se as exigências de uma espécie vegetal para cumprir seu ciclo são menores, teoricamente ela necessita de menor fertilidade. 

Logo, se a espécie for mais exigente, mais nutrientes serão necessários. 

É importante ressaltar que um solo fértil não, necessariamente, é sinônimo de solo produtivo. Outros fatores além da química como o clima, a física e a biologia de solo influenciam nisso.

Qual a relação entre fertilidade do solo e adubação?

Bem, a adubação é (ou pelo menos deveria ser) feita com base no balanço entre as exigências nutricionais da planta e a disponibilidade de nutrientes no solo (fertilidade). 

Veja de maneira simplificada na fórmula abaixo:

Adubação = (exigência da planta – disponibilidade no solo)

fertilidade do solo e adubação

(Fonte: Blog Unicamp)

Assim, fica claro que existe uma relação íntima entre três disciplinas:

  • Nutrição de plantas
  • Fertilidade de solo
  • Adubos e adubação

Quanto maior a disponibilidade de nutrientes ou a fertilidade do solo, menor será, proporcionalmente, a necessidade de adubação. E isso é relativo às exigências da cultura em questão como já abordamos no tópico anterior.

3 dicas para melhorar a fertilidade do solo com adubação

1. Pergunte ao solo

Não podemos falar de fertilidade sem antes fazer uma análise de solo

O padrão de comparação é a camada de 0 a 20 cm do solo, na qual se baseiam as recomendações de adubação.

Com base em ensaios que correlacionam a produção relativa das plantas aos teores dos elementos do solo, diversas instituições de pesquisas definiram classes de teores de nutrientes no solo.

As classificações podem mudar de acordo com a instituição de pesquisa, mas em linhas gerais, se o teor de determinado nutriente no solo é considerado baixo, este será limitante à produção. 

Por isso é fundamental elevar esses teores até níveis adequados (adubação de correção), além de fornecer a quantidade exportada pela planta (adubação de manutenção)

Por outro lado, se o nutriente está na faixa adequada, teoricamente não há resposta à adubação. Sendo necessária apenas a adubação de manutenção para manter esses níveis.

interpretação de teores de potássio e de fósforo em solos

Limites de interpretação de teores de potássio e de fósforo em solos
(Fonte: adaptado IAC)

Toda essa conversa de teores no solo é válida para P, K, Ca, Mg, S (fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre) e os micronutrientes. Mas e o N (nitrogênio)?

Não existe ainda um teste padrão para inferir quanto de N há disponível no solo, por isso: pergunte às plantas!

2. Pergunte às plantas

As plantas não mentem. O excesso ou falta de nutrientes aparece na forma de sintomas característicos nas folhas e no crescimento da planta, isso seria a diagnose visual da fertilidade do solo.

Essa avaliação requer conhecimento e treino, o que muitas vezes gera problemas e a torna subjetiva. Por isso, um método mais certeiro de inferir sobre a fertilidade via planta é pela análise foliar.

Para cada espécie existe uma época correta de coleta, folhas específicas e um número de amostras mínimos. Você pode encontrar essas informações aqui, disponibilizadas pelo Departamento de Ciência do Solo – Esalq/USP. 

A partir disso, podemos comparar os resultados com uma base de dados de plantas da mesma espécie e verificar se está tudo bem. 

A diagnose foliar  pode servir como um complemento à análise de solo, revelando se o que está no solo realmente está suprindo a exigência da planta ou se devemos intervir com adubações, por exemplo.  

Além disso, a produtividade esperada e a exportação de nutrientes pela planta ajudam a definir a demanda de nutrientes e a adubação de manutenção da cultura. 

Isso é importante, principalmente, no caso do N que não sai na análise de solo.

Concentração de nutrientes nas partes exportadas das culturas

Concentração de nutrientes nas partes exportadas das culturas
(Fonte: Informações Agronômicas Nº130 – IPNI)

3. A adubação

Como já dissemos, existem basicamente dois tipos de adubação.

A adubação de correção deve ser feita com base na análise de solo, a fim de elevar os teores de nutrientes que podem não estar adequados para a cultura. Esses nutrientes devem estar disponíveis desde antes do plantio.

Adubação = (Exigência da planta – disponibilidade no solo) x f

É importante lembrar que a eficiência de uma adubação de correção não é 100%. 

Portanto, devemos sempre utilizar um fator (f) para corrigir o cálculo que geralmente é maior para solos argilosos devido à reatividade maior desses solos.

Já a adubação de manutenção é feita visando repor os nutrientes exportados pela cultura. 

Deve ser ressaltado que a demanda da planta não é uniforme durante seu ciclo. Cada cultura tem estádios de maior demanda e nesses estádios o nutriente já deve estar disponível para absorção.

fertilidade do solo e adubação

Porcentagem do N total na planta, absorvido antes e após o florescimento; e porcentagem do N no grão absorvido pós-florescimento (VT-R1) e remobilizado de outras partes da planta
(Fonte: Pioneer)

Assim, de modo simplificado, fornecemos uma pequena quantidade de nutrientes no plantio e o restante em cobertura, sempre pensando na marcha de absorção de nutrientes. 

Dessa maneira, consegue-se aumentar a eficiência da adubação.

Conclusão

Observamos que existe uma relação íntima entre fertilidade do solo, adubação e nutrição de plantas.

Ressaltamos também que a fertilidade do solo depende da disponibilidade de nutrientes, baixos teores de elementos tóxicos e da planta utilizada como referência, a sua cultura.

Além da importância de adubações feitas corretamente para garantir a eficiência do uso de fertilizantes.

>> Leia mais:

Como fazer o manejo e a correção do solo alcalino

“Conheça os 9 indicadores de fertilidade do solo e saiba usá-los ao favor da sua lavoura”

Restou alguma dúvida sobre fertilidade do solo e adubação? Conte pra gente nos comentários abaixo. Grande abraço!

Safra e safrinha: veja as diferenças, dicas e cuidados para o produtor

Safra e safrinha: entenda as principais diferenças, os riscos e como fazer a programação da sua lavoura.

Se você tem contato com a agricultura, com certeza já ouviu muito os termos “safra” e “safrinha”. Mas você sabe o que significam ou qual a implicação sobre as culturas?

Geralmente, esses termos são associados às culturas anuais e se referem tanto à época de plantio quanto à expectativa de produção em si.

Confira neste artigo, o que muda entre essas duas épocas de cultivo e como extrair o máximo potencial de sua lavoura. Vem comigo!

Qual a diferença entre safra e safrinha (e entressafra)?

Safra, safrinha e entressafra. Confuso, né? Bem, esses termos estão associados às culturas anuais, principalmente à dobradinha soja-milho em plantio direto, como você já deve saber. 

Assim, eles se referem à época do ano agrícola em que será feito o plantio das culturas e, ainda, refere-se à produtividade esperada. 

Na safra, o plantio é feito quando as chuvas voltam e vai de outubro a dezembro, como no caso do milho. Nessa época, as condições climáticas –  temperatura, luminosidade e umidade – são as melhores para o desenvolvimento das culturas. 

Por isso, em geral o produtor investe mais na safra, pois há um potencial produtivo e de retorno financeiro maior.

A safrinha vem logo após a safra e foi assim apelidada, no diminutivo, porque a produtividade era geralmente menor, devido a condições sub-ótimas de luminosidade, além dos riscos de veranico, por exemplo.

Hoje, devido ao aumento de área e produtividade do milho safrinha, por exemplo – o qual se tornou maior que a safra –  já podemos chamar a safrinha de 2ª safra.  Pois esse termo dá a ideia da importância dessa época de plantio para o agro. Mas, e a entressafra?

A entressafra é o período entre o fim da colheita da(s) principal(is) e o início da próxima colheita. Esse período pode e deve ser aproveitado para colocar a fazenda em ordem e se preparar para a próxima safra.

Para resumir: a safra é a primeira safra; safrinha, a segunda. A entressafra fica entre o fim do último cultivo (da segunda safra, por exemplo) e o início da próxima safra.

Ciclo do milho safrinha

Devido à força e participação no agronegócio nacional, geralmente associamos safra e safrinha à soja e milho. Por essa razão, será o foco deste texto também.

Mas para outras culturas, as nomenclaturas podem ser diferentes. Por exemplo, no feijão, temos até uma terceira safra; e nas culturas adaptadas a condições mais frias, temos o chamado cultivo de inverno.

Mas vamos à cultura do milho… O milho safrinha deixou de ser coadjuvante no cenário nacional porque a produtividade média hoje é semelhante à da safra, mas a produção e a área plantada são bem maiores.

Pra você ter noção, tanto a produção de milho safrinha quanto a área plantada são o dobro do que se tem na safra, como podemos ver na figura abaixo.

(Fonte: IBGE – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola)

Isso é fruto da preferência pela soja na safra principal devido às condições de mercado, por exemplo. E onde é possível o cultivo, faz-se milho na safrinha.  Além disso, os estádios fenológicos são os mesmos do milho plantado na safra. 

Mas, em geral, os estádios podem durar mais tempo, pois devido à luminosidade que não é a mais adequada e ao menor acúmulo de graus dia, o ciclo do milho é maior na safrinha.

Quando se planta o milho safrinha?

O plantio do milho safrinha ocorre entre janeiro e abril para as maiores regiões produtoras, mas isso pode variar um pouquinho nos vários cantos desse Brasilzão. Como mostra o calendário de plantio da Conab que eu trouxe pra você observar abaixo:

milho safrinha

(Fonte: adaptado de Conab)

O que é safrinha de soja?

Este é um assunto que gera polêmica!  Pode parecer interessante cultivar a soja na safrinha, principalmente quando o preço do milho está baixo e o mercado da soja está aquecido. Mas calma, “pisa no freio Zé”… pois existem mais contras que prós nesse caso.

Primeiro, as condições de fotoperíodo, pluviosidade e temperatura não são as melhores e poucas cultivares seriam adaptadas – o que por si só já é um problema. 

Ainda mais se o cultivo for feito após a safra da própria soja.

Desta maneira, pragas, plantas daninhas, doenças e até questões de conservação e cobertura do solo seriam problemáticos.

Outro argumento que coloca a soja safrinha como uma atividade de alto risco é o fato de não termos informações sólidas sobre população de plantas, pragas e adubação da cultura nessa época.

Portanto, soja safrinha é ainda um cultivo arriscado e que necessita de mais informações e análises para se mostrar uma boa opção.

Planejamento de safra e safrinha

Um bom planejamento conta muito no sucesso das atividades que você realiza em sua fazenda. 

Nem seria preciso dizer que como cada cultura tem um ciclo e em determinados casos você pode plantá-las na safra e na safrinha, é preciso organização.

Como estamos falando em sistemas de produção, a escolha da cultura para a safra determina ou limita as opções para safrinha, principalmente por questões fitossanitárias, do cronograma e da janela de cultivo. 

Veja na figura abaixo os exemplos dos ciclos das culturas e das épocas de plantio e colheita

safra e safrinha

(Fonte: adaptado de Heringer)

Uma ideia é utilizar o período de entressafra para realizar esse planejamento.

Geralmente é o período “mais tranquilo” da fazenda e, portanto, podemos usá-lo de maneira proveitosa para planejamento e manutenção do maquinário, por exemplo.

Se precisar de uma mãozinha para se programar e colocar a casa em ordem, o Aegro pode te ajudar. 

Assim, suas informações ficam organizadas e de fácil visualização, para você não se perder no planejamento.

Banner de chamada para o download da planilha de controle de custos de safra

Conclusão

Como acompanhamos, os termos safra e safrinha são relacionados a épocas de cultivo de culturas anuais dentro do ano agrícola. 

De modo geral e em anos normais, a safra significa melhores condições para a cultura e maiores produtividades. 

Por sua vez, a safrinha apresenta condições marginais de cultivo e, portanto, limitações que se traduzem em menores produtividades ou produção total.

Mas vimos que nem sempre é assim. No caso da cultura mais associada à safrinha, o milho, é clara a importância dessa época de plantio para a agricultura nacional, já para a soja precisamos tomar cuidado.

Por isso, o produtor deve estar atento a esses detalhes na hora de planejar seu plantio, pois assim terá pensado nos riscos de cultivar determinada cultura na safra ou na safrinha. 

Além de que, um bom planejamento pode ajudar bastante em um plantio e condução de lavoura bem-feitos.

>>Leia mais:

“Por que o crambe pode ser uma ótima opção para a safrinha”

Manejos pré-plantio: o que você precisa para começar bem a próxima safra

E você? Já sabia das diferenças entre safra e safrinha? Restou alguma dúvida? Conte pra gente nos comentários abaixo. Grande abraço!

Principais doenças dos citros e como tratá-las

Doenças dos citros: prevenção e correto diagnóstico são as chaves para um pomar saudável. Confira e saiba mais!

A citricultura é um setor de grande importância para o agronegócio brasileiro e principalmente para o cinturão citrícola de São Paulo, Triângulo/Sudoeste Mineiro.

Dados do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) mostram o fechamento da safra de laranja 2019/20 da região em 386,79 milhões de caixas de 40,8 kg.

Essa safra foi 35% maior que a anterior (2018/19) e com uma produtividade recorde, de 1.045 caixas por hectare.

Apesar de ser uma cultura altamente produtiva, baixas produtividades podem ser observadas quando o manejo nutricional e/ou fitossanitário não estão adequados.

Assim, as doenças dos citros afetam não somente na produção das plantas, mas também na qualidade dos frutos.

Ficou interessado? Confira a seguir sobre as principais doenças dos citros e como tratá-las!

Quais são as principais doenças dos citros?

As doenças de plantas, não só as doenças dos citros, são atividades fisiológicas anormais e injuriosas resultantes da interação dos agentes patogênicos com as plantas e o ambiente.

Portanto, é essencial saber identificá-las para que as medidas necessárias de controle sejam tomadas corretamente.

Como existem muitos agentes patogênicos que atacam as plantas cítricas, abordarei as principais, dividindo-as em quatro grupos de acordo com seus agentes patogênicos.

1. Doenças causadas por fungos

Gomose 

A gomose, ou gomose de Phytophthora, é causada pelos fungos Phytophthora parasitica e P. citrophthora.

Estes são microorganismos que habitam naturalmente o solo e penetram nas plantas através das raízes ou pela base do tronco (colo).

Em campo os principais sintomas são lesões na base do tronco com exsudação de goma. 

Desta forma, a copa apresenta um amarelecimento (clorose) intenso nas folhas podendo levar à seca completa das plantas. 

doenças dos citros

Lesão de gomose na base do tronco (A) e seca completa da parte aérea (B)
(Fonte: Citrus Diseases)

O controle da gomose deve ser preventivo, para isso é recomendado o uso de porta-enxertos resistentes como a tangerina Cleópatra, o Poncirus trifoliata e o Citrumelo swingle.

Além disso, evitar o plantio em áreas com drenagem deficitária e o acúmulo de solo ou esterco no colo das plantas são alguns cuidados que devem ser tomados.

Melanose

A melanose em citros é uma doença de grande importância para pomares em que a produção é destinada para mesa, ou seja, consumo in natura.

Causada pelo fungo Phomopsis citri leva ao aparecimento de pequenas lesões escuras na superfície dos frutos que podem evoluir formando pústulas.

As folhas também podem ser afetadas com pequenos pontos marrons, formando pústulas com halo amarelado ao redor.

melanose

Sintomas de melanose em folhas (A) e em frutos de laranjas (B)
(Fonte: Citrus Diseases)

O controle pode ser realizado com hidróxido de cobre associado com a poda e retirada de ramos secos do pomar, que podem atuar como fonte de inóculo.

Pinta preta dos citros

Causada pelo fungo Guignardia citricarpa, gerando problemas em folhas e principalmente nos frutos.

Esse patógeno pode causar manchas de diferentes tipos e isso varia de acordo com a cultivar plantada, as condições ambientais e a época de infecção.

Para o controle da pinta preta são recomendados fungicidas do grupo das estrobilurinas e cúpricos pertencentes à lista PIC (Produção Integrada de Citros).

A poda de limpeza e realização da roçagem ecológica são manejos que também podem auxiliar na redução da quantidade de inóculo nos pomares.

doenças dos citros

Diferentes sintomas de pinta preta: mancha preta (ou dura) (A), mancha sardenta (B), mancha virulenta (C), falsa melanose (D), mancha trincada (E) e mancha rendilhada (F)
(Fonte: Fundecitrus)

Podridão floral dos citros (“estrelinha”)

A podridão floral, popularmente conhecida por estrelinha, é causada pelo fungo Colletotrichum acutatum que afeta os tecidos das flores e de frutos jovens.

Assim, ao atingir esses tecidos provoca a queda dos frutos deixando apenas os cálices que tem aparência de estrelas.

Os sintomas aparecem de forma alaranjada nas pétalas das flores e dos frutos jovens, enquanto no estigma e estilete são formadas manchas enegrecidas.

Podridão floral dos citros

Podridão floral dos citros, lesões alaranjadas (A), lesões enegrecidas (B) e cálices após queda dos frutos (C)
(Fonte: Fundecitrus)

O período mais crítico para ocorrência deste patógeno é o florescimento, principalmente quando coincide com o período chuvoso que pode levar a surtos de infecção.

Como solução, o controle pode ser realizado com base em fungicidas do grupo dos triazóis e estrobilurinas, associado à manutenção da adubação e retirada de plantas debilitadas.

2. Doenças causadas por bactérias

Cancro cítrico

Causador de grandes prejuízos nos pomares cítricos por levar a desfolha das plantas, queda prematura e depreciação dos frutos.

Causado pela bactéria Xanthomonas citri subsp. citri, seus sintomas podem ser encontrados em folhas, ramos e frutos.

doenças dos citros

Sintomas de cancro cítrico em ramos (A), folhas e frutos (B e C)
(Fonte: Citrus Diseases & Fundecitrus)

As lesões salientes e marrons de cancro cítrico são características nas diferentes partes da planta e normalmente são acompanhadas de um halo amarelado.

Além de fácil disseminada em maquinário, vestuário e materiais de colheita, existe uma relação do cancro cítrico com a lagarta minadora.

Entretanto, a lagarta minadora não é vetor do cancro cítrico, mas ao se alimentar – abrindo galerias nas folhas das plantas, torna-se um agente facilitador à contaminação pela bactéria.

A principal estratégia para o controle do cancro cítrico é a erradicação.

Quando não eliminadas, as principais recomendações são quebra-ventos, pulverizações com cobre, cultivares mais resistentes e, principalmente, o controle da lagarta minadora.

danos lagarta minadora

Galerias abertas pela lagarta minadora dos citros (Phyllocnistis citrella)
(Fonte: acervo pessoal do autor)

Clorose variegada dos citros (CVC)

A CVC, ou “amarelinho”, é causada pela bactéria Xylella fastidiosa e pode afetar todas as cultivares comerciais de citros.

A bactéria causadora da CVC é transmitida por cigarrinhas e se aloja no tecido xilemático das plantas causando interrupção do fluxo de água e nutrientes.

Essa interrupção causa uma clorose foliar, similar à deficiência de Zn, mas cuja parte de trás tem pontuações marrons.

clorose variegada dos citros (CVC)

Sintomas de clorose variegada dos citros (CVC) causada pela bactéria Xylella fastidiosa
(Fonte: Citrus Diseases)

Com o avanço da clorose, os frutos passam a apresentar um desenvolvimento irregular, tamanho reduzido e alguns casos rachaduras.

Não existe controle para este patógeno, mas são recomendadas três práticas de manejo que reduzem os danos e evitam a disseminação:

  • Obtenção de mudas sadias
  • Poda dos ramos afetados;
  • Controle das cigarrinhas (vetores).

Greening ou Huanglongbing (HLB)

O greening é hoje a doença de maior importância para a citricultura, com incidência e severidade acompanhada de perto por todos os produtores e órgãos reguladores.

A doença é causada pela bactéria Candidatus liberibacter que é transmitida através do inseto psilídeo (Diaphorina citri).

Uma vez na planta não há cura, a bactéria se aloja no floema e rapidamente se espalha.

Desta forma, as folhas apresentam um amarelecimento mosqueado, ou seja, irregular e sem simetria.

Os frutos ficam com o amadurecimento irregular e apresentam deformações e assimetria em relação à columela.

O manejo do greening é realizado por meio do controle do psilídeo, inspeção e monitoramento constante além da erradicação de plantas contaminadas.

doenças dos citros

Clorose assimétrica em folhas de citros (A) e formação de frutos assimétricos (B) decorrentes do greening
(Fonte: Citrus Diseases)

3. Doenças causadas por vírus

Morte súbita dos citros (MSC)

Apesar de não ser totalmente confirmada, suspeita-se que variantes do vírus da tristeza dos citros (CTV) sejam o agente causador dessa doença.

Este vírus é transmitido para, e entre, as plantas através de insetos vetores: os pulgões, especificamente o Toxoptera citricidus.

A MSC é especialmente importante para os pomares em que plantas são enxertadas sobre porta-enxertos intolerantes: os limoeiros Cravo e Volkameriano e Rugoso.

Como o próprio nome diz, a morte ocorre de maneira súbita. Mas em alguns casos causa definhamento, reduzindo porte da planta e dos frutos produzidos.

Para controlar a incidência da doença é essencial o controle do vetor, ou ainda, a técnica da subenxertia para substituição dos porta-enxertos.

Planta atingida pela morte súbita dos citros

Planta atingida pela morte súbita dos citros
(Fonte: Fundecitrus)

Leprose dos citros

É uma doença causada pelo vírus da leprose dos citros (CiLV), transmitida pelo ácaro da leprose (Brevipalpus phoenicis).

O vírus não se espalha pela planta, ficando restrito apenas às regiões atacadas pelo ácaro. 

Os sintomas são similares aos do cancro cítrico e as lesões conforme se desenvolvem podem ocasionar a queda dos frutos e das folhas e, até mesmo, a morte de ramos.

Mas as lesões podem ser diferenciadas, pois as da leprose são deprimidas enquanto as do cancro são salientes.

doenças dos citros

Lesões deprimidas em frutos (A) e nos ramos (B) decorrentes da leprose
(Fonte: Citrus Diseases)

4. Doenças de causas desconhecidas

Declínio dos citros

É uma anormalidade observada nas plantas cítricas, em que as plantas afetadas cessam o crescimento e apresentam um definhamento seguido de murcha e morte.

Acredita-se que isto acontece devido à interrupção do fluxo de seiva das plantas, mas ainda não se sabe qual a causa.

Planta atingida pelo declínio dos citros

Planta atingida pelo declínio dos citros
(Fonte: Bossanezi e Jesus Júnior)

A principal recomendação é o arranquio e destruição das plantas afetadas. Outra alternativa é o uso de variedades mais resistentes (laranja Caipira e as tangerinas Sunki e Cleópatra).

Conclusão

Conhecer, monitorar e fazer a correta identificação são os pontos-chave do controle das doenças dos citros.

Lembre-se que muitas delas dependem do manejo regional! Converse com seus vizinhos para programar e alinhar suas pulverizações.

As doenças dos citros são muitas e podem levar a prejuízos muito significativos, por isso a prevenção é a melhor solução!

E você, qual destas doenças tem maior incidência em seus pomares? Como faz o controle? Conte pra gente nos comentários!

Qual o teor de umidade de armazenamento da soja?

Umidade de armazenamento da soja: entenda ainda mais sobre umidade e temperatura na hora de armazenar o grão de soja.

Quando se colhe a soja, pode ser necessário armazená-la por um determinado período. 

E para manter as boas condições do grão, precisa-se fazer o armazenamento em umidade e temperatura adequadas.

Seja qual for o seu objetivo, grão ou semente, atente-se ao teor de umidade para armazenar este produto e a quais condições de temperatura e umidade relativa do ar que vai colocá-lo.

Assim, para preservar a qualidade do grão é essencial que a colheita seja realizada com a umidade do grão adequada. Isso porque é muito comum que após a colheita da soja ocorra o processo de secagem.

Vamos ver agora como a umidade de armazenamento da soja pode afetar a qualidade do grão.

Como a umidade afeta a qualidade do grão de soja

Muitos fatores interferem na qualidade do grão de soja, entre eles podemos citar:

  • condições genéticas;
  • estrutura da semente;
  • fatores de pré e pós-colheita;
  • umidade e temperatura ambiente.

A umidade pode interferir tanto no campo, durante o processo de maturação das sementes, como também durante o armazenamento, pois a umidade do ar interfere no grau de umidade da semente. 

umidade de armazenamento da soja

Lavoura de soja no MS praticamente perdida em função de chuvas intensas
(Fonte: Ciência e Agricultura – Carlos Bortoletto)

No campo, durante a etapa final do ciclo de soja, a ocorrência de chuvas intensas e frequentes antes da colheita podem causar a deterioração da semente.

Observe pela figura abaixo que, quando ocorre chuvas antes da colheita, acontece uma oscilação no teor de água da semente.

Isso causa alterações físicas que podem ser observadas pelo aparecimento de rugas nas sementes.

umidade de armazenamento da soja

(Fonte: adaptado de França-Neto e Henning (1984))

Sementes de soja com sintomas de deterioração por umidade

À esquerda: sementes secas com enrugamento devido a esse tipo de dano; no centro: sintoma de deterioração por umidade, caracterizado no teste de tetrazólio; à direita, sementes de soja com rupturas no tegumento.
(Fonte: Embrapa Soja; França-Neto et al. (2016))

Já durante o armazenamento das sementes de soja ocorre o equilíbrio higroscópico entre a semente e a umidade relativa do ar do local armazenado, ou seja, do silo.

Por isso que pode considerar que a umidade relativa do ar é a medida do grau de umidade das sementes. 

Além disso, lembre-se que após colher a soja, os grãos começam a entrar no processo de deterioração, principalmente devido à taxa respiratória. 

Assim, a secagem tem um papel fundamental! Pois com a umidade de até 13%, a taxa respiratória é baixa, não causando problemas. 

Agora que você viu como a umidade interfere no grão de soja, vamos falar sobre a umidade ideal para armazená-lo.

Qual a umidade ideal para armazenar soja?

Quando se armazena as sementes de soja, deve-se lembrar que vai acontecer uma troca de umidade entre a semente e o ambiente em que ela está armazenada. 

Esse fenômeno, como dito anteriormente, é denominado de equilíbrio higroscópico.

Para armazenar a semente com a umidade ideal, é necessário realizar a secagem dos grãos pois este processo vai retirar a água, o que possibilitará armazenar a soja por um período maior de tempo.

A umidade de armazenamento da soja ideal vai depender do tempo que você deseja armazenar os grãos, da umidade relativa do ar e da temperatura do ambiente no qual será armazenada.

Para entender melhor, vamos observar a tabela abaixo que relaciona a umidade da soja (%) com a temperatura (°C) e apresenta o período de tempo que é possível armazenar o grão.

Por exemplo, se você armazenar o grão por um período de um ano a 32°C, a umidade da soja deverá ser de 10% ou 11%.

Observe que com o aumento da % de umidade do grão, reduzimos o tempo de armazenamento. 

Outro ponto a ser visto é que com a redução da temperatura do ambiente é possível armazenar o grão com até 16% de umidade, caso seja de 2°C.

armazenamento seguro para soja

Gráfico de armazenamento seguro para soja
(Fonte: Science of Sensing)

Como deve ser feito o armazenamento da soja

Após a colheita da soja, algumas práticas podem e devem ser utilizadas como:

  • limpeza e preparo da unidade que armazenará os grãos;
  • avaliação dos grãos na recepção, para verificar se há necessidade das etapas de pré-limpeza e limpeza;
  • manutenção dos equipamentos;
  • manejo das pragas de grãos armazenados;
  • controle das condições do ambiente de armazenamento (temperatura e umidade relativa do ar);
  • cuidados na secagem, carregamentos de silos e dos armazéns.

Como vimos, o ideal é que a porcentagem de umidade do grão seja a mais baixa possível. Entretanto, sabemos que isso não é facilmente alcançado em campo.

A maturação fisiológica da soja ocorre quando o grão está com umidade entre 45% e 50%, mas a colheita só é realizada quando a umidade atinge entre 14% e 20%.

Para armazenar por um período de até um ano, você vai precisar secar esses grãos até atingirem 11% de umidade.

Mas, caso o armazenamento seja maior que um ano, essa umidade deverá chegar entre 9% e 10%, a depender da temperatura ambiente e da umidade relativa do ar.

Processo de secagem dos grãos de soja

Já vimos que o processo de secagem dos grãos é uma etapa importante a ser realizada para o armazenamento dos grãos de soja.

Para isso, você pode optar pelos métodos:

  • naturais;
  • adaptados;
  • tecnificados.

Os métodos mais utilizados para a secagem da soja são os tecnificados, como o sistema contínuo e o seca-aeração.

Secagem contínua

Neste caso, podem ser utilizadas temperaturas do ar de 70 a 130°C na entrada do secador.

Para isso é necessário que os grãos não tenham muitas impurezas, além disso, deve ser realizada a remoção diária de poeira para evitar incêndios.

Assim, na secagem contínua deve ser feito o acompanhamento da temperatura dos grãos, para que não ultrapasse os 43°C.

Secador de fluxo contínuo

Secador de fluxo contínuo
(Fonte: Agrolink)

Seca-aeração

Neste sistema, os grãos passam por uma secagem preliminar com o objetivo de chegar a dois ou três pontos percentuais acima da umidade que se deseja. 

Na secagem por este método são utilizadas temperaturas entre 60 e 90°C.

Após esta etapa, ocorre uma secagem estacionária que acontece com ar, porém sem aquecimento.

Secador estacionário

Secador estacionário
(Fonte: Agrolink)

planilha controle de custos por safra

Conclusão

No texto de hoje você soube mais sobre a umidade de armazenamento da soja.

Vimos a importância de realizar a secagem dos grãos para armazenar, pois isso influencia diretamente no tempo de armazenamento, junto com outros fatores como: temperatura e umidade relativa do ar.

Assim, também mostramos a importância de se atentar ao período de colheita, à secagem e ao armazenamento dos grãos para garantir e manter a qualidade do seu produto.

>>Leia mais:

“Entenda melhor a classificação da soja e saiba usá-la para aumentar sua lucratividade

Gostou do texto? Tem mais dicas sobre a umidade de armazenamento da soja? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

Como fazer a gestão de pessoas no agronegócio?

Gestão de pessoas no agronegócio: o que é, quais são os desafios, dicas para profissionalizar colaboradores e como ser um bom gestor.

Não adianta ter bons maquinários, insumos, tecnologia e uma boa área agrícola se as pessoas não estão preparadas e gerenciadas para as atividades.

Por isso, é importante ter uma boa gestão de pessoas na sua empresa. 

Você pode achar que é difícil empregar gestão de pessoas no agro, mas vamos mostrar que isso é essencial para o sucesso do seu negócio.

Essa pode ser uma gestão esquecida no meio rural, mas isso não pode acontecer. 

Assim, preparamos este texto de como você pode fazer a gestão das pessoas no agronegócio. Confira!

O que é gestão de pessoas?

Gestão de pessoas é um conjunto de estratégias que visa o desenvolvimento do capital humano nas organizações.

Esta deve ser realizada para qualquer funcionário da fazenda e em qualquer nível hierárquico.

Assim, a gestão de pessoas envolve atrair e manter bons profissionais com atividades como: seleção de funcionários, programas de treinamentos, desenvolvimento do capital humano, entre outras.

gestão de pessoas no agronegócio

(Fonte: Blog Luz)

Uma boa gestão de pessoas no agronegócio deve ter estratégias para estimular o desenvolvimento profissional. 

Dessa forma, um profissional motivado, satisfeito e com habilidades é muito importante para a empresa rural, podendo aumentar a produção da fazenda.

É o que relata uma importante fazenda produtora de leite no Brasil, a Fazenda Colorado, que 70% do sucesso de qualquer negócio está intimamente ligado à maneira como as pessoas encaram o desafio que desempenham dentro do negócio. 

Assim, se o profissional tem interesse da fazenda prosperar é para que junto ele também possa crescer profissionalmente.

Por isso, é importante que os profissionais sejam motivados diariamente.

Além disso, deve-se valorizar e reconhecer esses profissionais, ter respeito no ambiente de trabalho, além de manter um local adequado e com segurança.

Lembre-se que profissionais satisfeitos trabalham com mais entusiasmo e isso é importante para o sucesso e lucratividade das atividades rurais

Mas não podemos esquecer que para uma boa gestão de pessoas se faz necessário um bom gestor. 

Esse profissional precisa estar atento às estratégias de gestão, sempre buscando se profissionalizar e modernizar a gestão da empresa.

No entanto, a gestão de pessoas pode não ser tarefa fácil, como relata o Prof. Dr. Gilberto Shinyashiki da área de Recursos Humanos e Comportamento Organizacional da USP: “Gestão de pessoas é a parte mais difícil do trabalho gerencial”.

Por isso, vamos falar dos desafios da gestão de pessoas no agronegócio no próximo tópico.

Desafios da gestão de pessoas no agronegócio

Ter uma boa gestão de pessoas pode não ser fácil por conta de alguns desafios. Dessa forma, é importante conhecê-los para tentar minimizá-los.

Alguns desafios da gestão de pessoas no agronegócio são:

Comunicação entre colabores e gestores

gestão de pessoas no agronegócio
A gestão de pessoas no agronegócio é fundamental para o sucesso da fazenda

Se a comunicação não ocorrer ou for mal feita entre os envolvidos nas atividades agrícolas pode gerar muitos problemas na empresa como a não execução de trabalho ou realização de forma incorreta, o que traz prejuízos.

Um estudo feito pelo Project Management Institute Brasil (PMI) constatou que, para 76% das empresas, o principal motivo para seus projetos fracassarem são falhas na comunicação.

Isso não deve ser diferente para as empresas rurais, por isso, é um fator muito importante na gestão de pessoas.

Assim, para te auxiliar e melhorar a comunicação interna da sua empresa rural você pode utilizar da tecnologia, com programas e softwares.

Atrair e manter bons profissionais

Uma das funções da gestão de pessoas é a contratação de bons profissionais, a fim de mantê-los na atividade.

Para minimizar esse desafio é necessário realizar uma boa seleção, com recrutamento que explique todas as atividades a desenvolver na empresa, remuneração e se há plano de carreira.

Outro ponto importante a ser observado é que, muitas vezes, é difícil encontrar trabalhadores no campo.

Por isso, quando for selecionar um profissional para as atividades da fazenda é recomendável a capacitação constante para mantê-lo motivado e conservá-lo na empresa.

Mas além de atrair bons profissionais, é necessário mantê-los na sua empresa. Para isso, é importante dar feedbacks e ter metas claras.

Capacitação e treinamento dos profissionais

Como falamos, a capacitação dos profissionais é importante para a retenção deles na empresa rural.

Mas, a capacitação pode ser um desafio para o gestor no quesito de escolher quais os cursos e treinamentos ideais e identificar o momento certo de realizá-los.

Entretanto, este é um fator extremamente necessário por conta das novas tecnologias cada vez mais inseridas na agricultura. 

Pois, não adianta nada ter tantas tecnologias disponíveis se o profissional não consegue utilizá-las adequadamente para melhorar as atividades agrícolas. Então, tenha sempre em mente que profissionais do futuro no agro precisam se capacitar.

Liderança

Outro desafio que a gestão de pessoas no agronegócio pode enfrentar é a falta de liderança. 

O gestor precisa ser um líder que orienta, incentiva, ajuda, motiva e elogia, ou seja, ele deve dar exemplo com as suas ações na empresa rural (praticando o que fala).  

Para te auxiliar ainda mais nisto, veja algumas dicas de como profissionalizar a gestão de pessoas.

5 dicas para profissionalizar a gestão de pessoas no agronegócio

1. Planejamento e levantamento de dados

Como sempre gosto de enfatizar, o planejamento é importante em toda atividade e isso não é diferente para a gestão de pessoas.

Primeiro, realize um planejamento de sua empresa, observando como está a situação atual, qual seu recurso financeiro, suas atividades e profissionais envolvidos nessas rotinas.

Com isso, você já pode realizar o levantamento de dados dos funcionários da fazenda: quais atividades desempenham, em qual setor, suas qualificações, entre outras informações importantes. 

Também tente levantar informações sobre o perfil de cada funcionário, com isso, o gestor pode realocar colaboradores de acordo com suas qualificações e perfis.

2. Boa comunicação com a equipe de trabalho 

A comunicação é fundamental na gestão de pessoas, como já vimos neste texto. 

Por isso, esteja sempre conversando com seus colaboradores para entender suas dificuldades e desafios durante o dia a dia. 

Uma alternativa é realizar reuniões específicas em grupo e de forma individual, ao menos uma vez por mês.

3. Avaliação dos profissionais

Para o desenvolvimento de pessoas, deve-se realizar a avaliação de desempenho de cada profissional (feedback), mostrando os pontos positivos e os que precisam ser melhorados.

Isto vai melhorar o processo produtivo, garantir maior eficiência e bons resultados. 

Para ajudar neste processo, conte com um aplicativo de gestão que tenha toda a equipe, com possibilidade de relatório de suas atividades. 

No Aegro, por exemplo, é possível adicionar todas as pessoas que trabalham na fazenda e estabelecer o perfil de usuário dentro do software. 

O aplicativo disponibiliza seis perfis diferentes, cada um com responsabilidades e acessos diferentes.

Gif mostra a gestão de pessoas no agronegócio por meio do Aegro

Menu do perfil dos usuários no aplicativo Aegro

4. Capacitação das pessoas da propriedade rural

Como comentamos no tópico acima, este é um desafio para a gestão de pessoas no agronegócio, mas também é uma dica de como melhorar essa gestão.

Para te auxiliar com a escolha de capacitação e treinamentos dos colaboradores, você pode realizar um pequeno questionário com os profissionais perguntando qual(is) curso(s) eles gostariam de realizar para melhorar sua atuação.

E com essas respostas, você determina qual treinamento será realizado e qual o cronograma para isso.

Lembrando que a capacitação deve ser realizada independente do tamanho da propriedade.

5. Metas e plano de carreira

Tenha metas com sua equipe de trabalho. É importante destacar sempre quais são os objetivos da empresa e quais as metas que se pretende alcançar. 

Se as metas forem atingidas, pense em bonificação ou até mesmo um aumento no salário, além de reconhecer e valorizar esses profissionais.

Assim, é importante também determinar se a empresa apresenta um plano de carreira e quais as condições para alcançar níveis mais altos, ou seja, o que a empresa espera do profissional para determinado cargo.

Depois dessas dicas de como melhorar a gestão de pessoas no agronegócio, veja como melhorar e ser um bom gestor.

Como fazer uma boa gestão de pessoas no agronegócio?

Muitas pessoas que estão à frente de um negócio não se posicionam como líder, mas sim como apenas um chefe que demanda os trabalhos. Mas, lembre sempre que um gestor deve ser um bom líder.

diferença entre líder e chefe
gestão de pessoas no agronegócio

(Fonte: aec)

Além da liderança, a comunicação é essencial para um gestor, escutando os colaboradores para entender o que esperam do local de trabalho e como podem melhorar as atividades na fazenda. 

O gestor também tem como responsabilidade definir o que cada profissional realizará de acordo com o seu cargo, quais suas funções e atividades dentro da empresa rural.

E mais, deve proporcionar trabalho em equipe e motivar seus colaboradores. Então pense e reflita: Qual a motivação dos colaboradores da sua empresa rural?

Portanto, o gestor deve estar presente, sempre que possível, nas atividades e observando como essas tarefas diárias são executadas, o que pode ser melhorado, como os profissionais estão atuando nos locais de trabalho, entre outras funções que considere importante.

Divulgação do kit de 5 planilhas para controle da gestão da fazenda

Conclusão

Vimos neste texto o que é e qual a importância da gestão de pessoas na empresa rural e, ainda, algumas dicas para profissionalizar essa gestão.

Também discutimos alguns desafios que podem acontecer na gestão de pessoas no agronegócio e como ser um bom gestor.

Agora que você sabe mais sobre gestão de pessoas, realize um bom gerenciamento dos seus colaboradores e, com isso, obtenha sucesso e melhores resultados na sua empresa rural.

Você realiza gestão de pessoas na sua empresa rural? Quais os desafios que você enfrenta com essa atividade? Adoraria ver seu comentário abaixo!

O que são mapas NDVI e como utilizá-los na fazenda

NDVI: entenda esse e outros índices de vegetação, saiba como utilizá-los na fazenda e veja opções de ferramentas.

Compreender o estado de saúde das nossas culturas é a melhor coisa a fazer no planejamento de safra.  Você pode apenas observar, fazer algumas análises de solo por amostras e outras técnicas de medição direta. 

E se houvesse uma maneira fácil, rápida e eficiente de ver a saúde da sua lavoura? E ainda conferir o seu desenvolvimento ao longo do tempo?  É exatamente o que fazem os índices de vegetação, como o NDVI.  Isso faz a diferença na gestão da fazenda.

Neste artigo, veja como conseguir esses mapas e como eles te ajudam a garantir mais produtividade e saúde da lavoura. Boa leitura!

O que são mapas NDVI ?

O NDVI é a sigla em inglês para Normalized Difference Vegetation Index. Ou seja, é o índice de vegetação por diferença normalizada. O NDVI é uma medida da saúde das plantas com base em como uma planta reflete a luz (geralmente a luz solar) em frequências específicas. 

Quando a luz solar atinge uma planta, certos comprimentos de onda são absorvidos enquanto outros são refletidos.  Em uma planta saudável, a clorofila absorve fortemente a luz visível, enquanto a estrutura celular das folhas reflete fortemente a luz do infravermelho próximo (NIR)

Quando uma planta se torna desidratada, doente, afetada por pragas agrícolas, etc., a planta absorve mais dessa luz infravermelha.  Portanto, observar como o NIR varia em comparação com a luz vermelha fornece uma relação com a saúde das plantas.

Para ser mais específico, o NDVI é uma medida da refletividade das plantas. É uma tecnologia na agricultura que veio nos auxiliar no manejo da lavoura.

Essa refletividade é expressa pela equação que considera a refletividade do infravermelho próximo (NIR) menos a refletividade vermelha (VIS), dividido pelo NIR mais o VIS: 

Fórmula NDVI

ndvi

(Fonte: Sentera)

A partir dessa equação temos valores de NDVI que variam entre 0 e 1, os quais significam:

  • -1 – 0: Planta morta ou objetivo inanimado
  • 0 – 0,33: Planta não saudável
  • 0.33 – 0.66: Planta moderadamente saudável 
  • 0.66 – 1: Planta muito saudável 

Lembrando que esses números são apenas noções gerais e variam de acordo com o tipo de planta e outras condições.  A partir dos valores de fitossanidade do NDVI entre -1,0 e +1,0 é possível obter os mapas NDVI.

Dessa forma, para cada faixa de valores é atribuída uma cor.  Por exemplo na figura abaixo, as áreas com NDVI de -1 a 0 são exibidos em vermelho, de 0,0 a 0,33 são laranjas a amarelos, 0,33 a 0,66 alguma variação de verde e acima de 0,66 são verdes.

exemplo de mapa ndvi

(Fonte: Sentera)

Como o NDVI funciona? 

O NDVI funciona medindo a diferença entre a reflexão da luz em dois comprimentos de onda: luz vermelha (visível) e infravermelho próximo (NIR), ajudando a avaliar a saúde e o vigor da vegetação.

  • Plantas saudáveis: Absorvem muita luz vermelha (usada na fotossíntese) e refletem bastante luz no infravermelho próximo.
  • Plantas estressadas ou áreas sem vegetação: Refletem menos infravermelho próximo e mais luz vermelha.

Para entender como as imagens e índices podem ajudar, é importante que alguns conceitos sejam comentados.

O sol é a principal fonte de energia do planeta. Parte dessa energia é absorvida pela terra e utilizada pelas plantas na fotossíntese, enquanto outra parte é refletida de volta ao espaço.

A energia refletida varia conforme a composição dos objetos. Nas plantas, ela interage com os pigmentos fotossintéticos (como clorofilas e carotenos) e a estrutura celular.

Quando a energia atinge um objeto, pode ser absorvida, refletida, transmitida ou espalhada. Entenda melhor abaixo:

1. Absorção da planta 

A absorção da energia eletromagnética depende do estado nutricional da planta e do estádio vegetativo. Ocorre quando o pulso de radiação eletromagnética é completamente absorvido pelo alvo, convertendo-se em calor.

Em plantas saudáveis, pode-se observar que na região visível ocorre maior absorção da energia eletromagnética. Consequentemente, menor quantidade de  energia é refletida.

Além disso, também é possível observar os picos de absorção, que ocorrem nos comprimentos de onda do visível na região do azul e do vermelho.  

A menor absorção na região do verde está relacionada ao fato de uma folha verde conter pigmentos que absorvem o azul e o vermelho. Elas refletem a luz verde, sendo possível visualizar as culturas nessa coloração.

2. Transmissão

Ocorre quando o material é relativamente transparente para esta radiação, de forma que a radiação eletromagnética atravessará de uma extremidade à outra. 

Este fato explica a transparência da água pura e de um vidro, por exemplo. Nas plantas, a transmissão é responsável pela incidência da energia eletromagnética para as demais camadas do dossel vegetativo.

3. Reflexão

É responsável pela visualização dos objetos. Dependendo da composição química, parte da energia eletromagnética será absorvida e parte será refletida. 

No caso dos tecidos vegetais, uma folha verde e sadia reflete grandes quantidades de energia eletromagnética na faixa do infravermelho. 

Isso acontece devido às suas estruturas vegetais, especialmente a configuração e proporção de água contida nas folhas.

Por isso, folhas secas, com restrição hídrica ou atacadas por pragas e doenças, tem menor reflectância na região do infravermelho próximo. 

Além disso, a rugosidade ou relevo dos objetos também terá influência na energia refletida.

4. NDVI e a energia eletromagnética

Quando a luz ou radiação eletromagnética incide nos objetos, ela pode ser absorvida, refletida, transmitida ou espalhada em diferentes regiões do espectro eletromagnético. 

Posteriormente, você pode realizar cálculos como o NDVI para ter informações sobre o seu estado.

Os cálculos dos índices de vegetação, devem ser cruzados com informações reais da lavoura, considerando eventos climáticos e manejos adotados, para melhorar os resultados econômicos.

Esse esforço serve como indicativo de problemas localizados e podem ser usados na estimativa da biomassa e produção das culturas, sendo importante para que não podem ser detectadas a olho nu em fotografias. 

Como os mapas NDVI ajudam na lavoura?

Os mapas NDVI oferecem informações detalhadas sobre a saúde e o vigor das plantas, permitindo decisões mais assertivas no manejo das lavouras.

Por conta disso, ajudam a otimizar recursos e aumentar a produtividade, oferecendo uma visão abrangente do desempenho da lavoura ao longo do ciclo produtivo. Confira como podem ainda mais contribuir:

1. Monitoramento da saúde das plantas

  • Identificação de áreas com estresse, como deficiência nutricional, pragas, doenças ou falta de água;
  • Diagnóstico precoce, permitindo intervenções rápidas e direcionadas, evitando perdas e reduzindo o uso de insumos;
  • Avaliação da eficiência de tratamentos, como aplicação de fertilizantes, irrigação e controle de pragas.

2. Otimização do uso de insumos

  • Aplicação variável de fertilizantes em taxas variáveis, de acordo com a necessidade de cada zona;
  • Irrigação precisa de áreas com diferentes necessidades de água, otimizando o uso da irrigação e evitando o desperdício.

3. Estimativa de produtividade

  • Previsão de safras, ajudando os agricultores a planejar a colheita e a comercialização.
  • Identificação de áreas com potencial produtivo, auxiliando na tomada de decisões sobre o manejo da lavoura.

4. Planejamento e gestão da lavoura

  • Zoneamento da lavoura com características semelhantes, permitindo a aplicação de práticas de manejo específicas para cada zona;
  • Melhoria da tomada de decisão, otimizando o uso de recursos e aumentando a produtividade da lavoura.

Em resumo, os mapas NDVI são ferramentas que fazem parte da agricultura de precisão e ajudam no monitoramento preciso da saúde das plantas, uso inteligente de insumos, estimativa de produtividade e a gestão eficiente da lavoura.

guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Por que usar NDVI no dia a dia? 

O uso do NDVI no dia a dia da gestão agrícola permite um monitoramento constante e em tempo real da saúde da lavoura, identificando problemas como estresse hídrico, deficiências nutricionais, pragas e doenças antes que causem prejuízos significativos.

Essa ferramenta facilita o planejamento e a execução de práticas agrícolas mais eficientes, como adubação localizada, irrigação direcionada e pulverização estratégica, otimizando o uso de recursos e reduzindo custos e desperdícios.

Além disso, o NDVI fornece dados confiáveis que ajudam na tomada de decisões mais assertivas, como o planejamento da colheita e a estimativa de produtividade, promovendo uma agricultura sustentável e ambientalmente responsável.

Integrado a tecnologias de agricultura de precisão, como drones e sistemas de gestão, ele potencializa a eficiência das operações agrícolas, garantindo maior produtividade e rentabilidade para o produtor.

Imagens de satélite integradas à gestão da fazenda

Para os usuários do aplicativo de gestão rural Aegro, que já estão acostumados a monitorar suas lavouras através de tecnologia, acrescentar análises NDVI à rotina da fazenda é muito simples.

Basta contratar a integração Aegro Imagens para ter acesso ao mapeamento por satélite da sua propriedade rural.

Com essa integração, você recebe imagens atualizadas do satélite Sentinel-2 em uma frequência de 3 a 5 dias. É possível visualizar os índices de vegetação de cada talhão, juntamente com as operações agrícolas que foram realizadas no local.

Afinal, o Aegro funciona como um caderno de campo onde você e sua equipe mantêm o registro detalhado das atividades de manejo. 

Princípios físicos e padrões de cores das imagens NDVI

A diferença entre os sensores utilizados na agricultura são as faixas do espectro eletromagnético que estes sensores imageadores são capazes de capturar. 

O NDVI utiliza em seu cálculo a refletividade da região do visível e do infravermelho próximo. Dessa forma, os sensores para utilização nesses cálculos precisam obrigatoriamente ser capazes de cobrir esta faixa espectral.

Sensores RGB (que capturam na região do visível), como os presentes em câmeras fotográficas comuns e aparelhos celulares, não podem ser empregados para este fim.

Além disso, a qualidade das informações obtidas por estes sensores está relacionada ainda a diferentes resoluções, como a resolução espacial, espectral, radiométrica e temporal.

1. Resolução espacial

Auxilia na identificação das formas, tamanhos e texturas. Quanto maior a resolução espacial, menor o tamanho dos pixels (área imageada).

Uma imagem é formada por um conjunto de pixels (por exemplo, de 50 por 50 metros, variável de acordo com o sensor e resolução).

2. Resolução espectral

Corresponde às bandas ou faixas do espectro eletromagnético em que o sensor é capaz de adquirir uma imagem. Por exemplo, um sensor é capaz de realizar o imageamento de uma área com resolução de 11 faixas do espectro. 

Na região do visível, os valores oscilam de 400 a 732 nm. Logo, nesta faixa, para cada intervalo existem inúmeras bandas espectrais (intervalo de valores).

Quanto maior o número de bandas, maior é a resolução espectral. É relacionado à capacidade de distinção da composição química dos tecidos.

3. Resolução radiométrica

Capacidade do sensor em registrar níveis de cinza. Esta quantidade é normalmente medida em número de bits (2n. N corresponde ao número de bits da imagem).

Quando (n) assume o valor de 6, por exemplo, teremos 64 bits ou níveis de cinza, onde o branco corresponde ao valor máximo e 0 à coloração preta.

Quanto maiores os níveis de cinza ou intervalos de bits, maior o detalhamento das imagens.

4. Resolução temporal

Diz respeito ao número de imagens que podem ser adquiridas ao longo do tempo. Quando falamos de VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) ou aeronaves, e até mesmo sensores portáteis, essa resolução pode ser no momento em que o técnico considerar necessário, se as condições ambientais forem favoráveis. 

Já os sensores orbitais possuem resolução temporal fixa. Ou seja, o tempo de nova passagem e imageamento de uma área é fixo, podendo sofrer interferências de condições ambientais, como grande presença de nuvens.

5. Padrões de cores do NDVI

O NDVI não possui uma paleta de cores fixa, embora a maioria dos programas assuma coloração vermelha para áreas com pouca vegetação ou de solo exposto, e coloração verde para áreas de intensa vegetação.

Cores verdes intensas representam maior NDVI, ou seja, plantas mais vigorosas, porém podem diminuir, e adquir coloração verde-claro, amarelo, bege, laranja e por fim vermelho, indicando falta de vegetação ou solo exposto.

Como interpretar imagens NDVI?

Para interpretar imagens NDVI é preciso entender a escala de cores e os valores que representam, além de usar uma ferramenta que apresente esses elementos claramente. Confira abaixo: 

Escala de Cores

  • Verde Escuro: Áreas com alta densidade de vegetação saudável e vigorosa. Geralmente, indica locais com maior biomassa vegetal; 
  • Verde Claro: Indica áreas com vegetação moderada ou em estágios iniciais de crescimento;
  • Amarelo/Laranja: Sugere áreas com pouca vegetação, solo exposto ou vegetação sob estresse;
  • Vermelho: Representa áreas sem vegetação, como solo nu, água ou áreas urbanas.

Valores NDVI

  • Valores Negativos (-1 a 0): Indicam água, neve, nuvens ou áreas com pouca ou nenhuma vegetação;
  • Valores Próximos a Zero (0 a 0,2): Áreas com solo exposto, rochas ou vegetação muito esparsa;
  • Valores Positivos (0,2 a 1): Presença de vegetação. Quanto maior o valor, maior a densidade e o vigor da vegetação.

Dicas para Interpretação

  • Contexto: Considere o tipo de vegetação, época do ano e condições climáticas ao analisar as imagens;
  • Comparação: Compare imagens NDVI ao longo do tempo para monitorar mudanças na vegetação, como crescimento, estresse hídrico ou desmatamento;
  • Combinação com outras informações: Utilize as imagens NDVI em conjunto com outros dados, como mapas de solo, dados meteorológicos e imagens de satélite de alta resolução, para obter uma análise mais completa.

A interpretação de imagens NDVI requer prática e conhecimento. Comece com o básico e explore as diferentes ferramentas e recursos disponíveis para aprimorar suas habilidades.

Comportamento do NDVI durante o ciclo de cultivo da soja

O NDVI apresenta valores próximos 0,4 no início de novembro, coincidindo com o período em que são realizados manejos de preparo de solo e pré-plantio, com dessecação das áreas.

Posteriormente, há um aumento no período que compreende o final do mês de novembro (0,4) até o final do mês de fevereiro (0,8), período em que a cultura está em desenvolvimento vegetativo. 

Os valores máximos de NDVI são encontrados geralmente na fase de floração (0,823), que se inicia entre final de janeiro e final de fevereiro, período de  máxima biomassa vegetal da cultura. Nessa fase ocorre saturação do NDVI.

Após a floração, começa o decréscimo acentuado do NDVI, relacionado ao enchimento de grãos. 

O estádio de maturidade fisiológica da cultura ocorre após o final do enchimento de grãos (final de março e início de abril), com leve decréscimo do NDVI após a maturação, pela perda das folhas e senescência total das plantas. 

Após a maturação, começa novamente o aumento do NDVI pelo crescimento vegetativo de outras plantas e até mesmo de plantas de soja, oriundas dos grãos perdidos durante a colheita.

Quais problemas na lavoura as imagens NDVI conseguem identificar?

Diversos estudos já identificaram as alterações das respostas dos índices de vegetação ao longo do ciclo de diferentes culturas, incluindo soja e milho.

Essas ferramentas podem dar informações acerca das condições fenológicas da cultura. Desta forma, você pode planejar tratos culturais mais assertivos, como aplicação de fertilizantes, irrigação e tratos fitossanitários.

Os índices, especialmente imagens NDVI, podem fornecer informações sobre o ciclo total das culturas, além de poder estimar a produção e rendimento delas.

Além disso,  são eficazes na identificação precoce de problemas relacionados a nutrição, pragas e erosão do solo. 

Essas informações permitem que você estabeleça estratégias de comercialização e regulação de suprimentos. 

Ter uma ferramenta de gestão de fazendas que integre imagens NDVI faz toda a diferença para elevar a eficiência e a sustentabilidade das operações agrícolas. 

Essa combinação permite que você tome decisões cada vez mais assertivas em todas as etapas do cultivo. 

Benefícios do trigo mourisco para o solo da lavoura

Trigo mourisco: veja quais características tornam esta cultura uma excelente opção para inserir no seu sistema de rotação de culturas. 

A maior parte dos produtores brasileiros concordam que realizar uma boa rotação de culturas e construir um bom perfil de solo pode solucionar muitos problemas da agricultura atual.

Porém, muitos agricultores relatam que ainda existem barreiras regionais ou operacionais que os impedem de implementar um sistema de rotação em sua propriedade. 

Entretanto, algumas culturas têm se mostrado promissoras para rotação em diferentes contextos, como o trigo mourisco. 

Esta planta possibilita realizar três safras em uma mesma área, em que sua produção pode ser utilizada na alimentação humana e animal. 

Também pode ser utilizada como cobertura verde solteira ou consorciada com outras coberturas ou milho. 

Ficou interessado em saber mais sobre as características e benefícios do trigo mourisco? Confira!

Histórico do trigo mourisco

O trigo mourisco, tartara ou trigo sarraceno é uma cultura da família das Poligonáceas com nome científico de Fagopyrum esculentum Moench.

Apesar do nome comum, não tem nenhuma semelhança botânica com o trigo convencional e recebe este nome devido ao uso para produção de farinha. 

Proveniente das regiões centrais da Ásia, o trigo mourisco é uma planta muito cultivada na Polônia e Ucrânia compondo vários pratos da culinária típica desses países.  

Sendo introduzida no Brasil no século 20, por imigrantes na região sul. 

Desta forma, inicialmente o trigo mourisco foi produzido por estes imigrantes para consumo próprio por ser uma opção mais barata de alimento em relação a outros cultivos, como arroz e trigo que demandam mais insumos.

Atualmente, o maior produtor nacional desta cultura é o estado do Paraná com cerca de 2.640 ton ao ano de trigo mourisco.

Sendo a maioria desta produção de grãos destinada ao mercado internacional (Japão e França) e o restante ao mercado nacional de produtos saudáveis, como a fabricação de soba (macarrão japonês).

trigo mourisco

Sementes de trigo mourisco
(Fonte: Beleza da terra)

Por que usar trigo mourisco na rotação de culturas?

Um dos diferenciais do trigo mourisco é o bom desenvolvimento em solos pobres com presença de metais pesados, sem necessidade de adubação e com rusticidade a pragas e doenças. 

Além disso, possui um bom fechamento de rua, o que contribui com o manejo de plantas daninhas e suprime nematoides

Esta cultura é de uma família diferente da maioria das culturas utilizadas no Brasil, possuindo características com efeitos benéficos que se encaixam em vários contextos produtivos do país, como veremos a seguir.  

Lavoura de Trigo Mourisco

Lavoura de trigo mourisco
(Fonte: Sementes com vigor)

Ciclo curto do trigo mourisco

O trigo mourisco é uma cultura de ciclo curto, de aproximadamente 75 dias, o que possibilita a realização de três safras na mesma área, implantação como cultura de cobertura ou consórcio com outras culturas. 

Além disso, pode ser utilizado na alimentação animal, seja pelo fornecimento dos grãos ou como feno ou silagem. 

Porém existem restrições quanto ao fornecimento diário (dependendo do animal), que se não forem levadas em consideração podem ocasionar algumas doenças. 

Com isso, em regiões mais frias o produtor deve realizar o planejamento de seu ciclo para não cair em épocas de geadas – em que esta cultura é muito suscetível.

Bom aproveitamento da fertilidade natural do solo

Este cultivo tem ótimo desenvolvimento em solos pobres, pois seu sistema radicular tem maior facilidade de absorver fósforo e potássio de maiores profundidades, o que é muito benéfico para ciclagem de nutrientes no solo.  

Mas quando utilizada como cultura, o uso de formulados (NPK) pode melhorar muito sua performance.  

Além disso, esta cultura tem alta tolerância a metais pesados, podendo ser cultivada, por exemplo, em áreas com alto teor de alumínio ou cobre. 

Na região Sul vem sendo muito estudada como opção para ser cultivada na entrelinha da cultura da uva, devido ao alto teor de cobre presente nestas áreas.

Facilidade no manejo de plantas daninhas

Esta cultura possui um bom fechamento de linha que inibe a germinação de plantas que dependem de luz para germinar (por exemplo buva), além delas terem alta competitividade por seu bom aproveitamento de nutrientes. 

Como essas são plantas daninhas de folha larga, permite o uso de graminicidas para controle de gramíneas em pós-emergência.

Portanto, essa pode ser uma ótima estratégia para áreas com alta infestação de capim-amargoso, alternativamente ao uso de aveia ou brachiaria que também são gramíneas.

Rusticidade a pragas e doenças

Como o trigo mourisco é de uma família diferente da maioria das culturas do país, pode ser utilizado para interromper o ciclo das principais pragas e doenças que atacam as culturas brasileiras. 

Estudos também comprovam que o trigo mourisco pode ser uma excelente ferramenta no combate aos nematoides, inibindo a reprodução de Pratylenchus e suprimindo o desenvolvimento em 90% de formas juvenis de Meloidogyne e Incógnita. 

Além disso, a cultura atrai abelhas que são muito importantes para a polinização de várias culturas.

Principais desafios do trigo mourisco no Brasil

Atualmente esta cultura não tem produção de sementes em todo o Brasil, tendo maiores iniciativas na região Sul, principalmente com parcerias entre instituições de pesquisa e extensão (IAPAR, EPAGRI e EMATER) e produtores. 

Outra característica é que quando este trigo é destinado para a produção de farinha, deve ter uma estrutura própria de beneficiamento (moinho) para não ser contaminado com glúten, sendo um dos seus maiores diferenciais de mercado. 

Seus subprodutos também podem ser utilizados para confecção de travesseiros e tatames. 

Farinha de Trigo Mourisco

Farinha de Trigo Mourisco
(Fonte: Sabor em grãos)

Divulgação do kit de 5 planilhas para controle da gestão da fazenda

Conclusão

Vimos neste artigo a importância da rotação de culturas e as principais barreiras que dificultam sua implantação em algumas propriedades. 

Falamos sobre o potencial de utilização do trigo mourisco na rotação de culturas, adubação verde e consórcio com outras culturas. 

Além disso, citamos algumas características como bom aproveitamento da fertilidade do solo, bom desenvolvimento em áreas com metais pesados, rusticidade a pragas e doenças e bom fechamento de entrelinha. 

Você conhecia esta cultura? Já cultivou trigo mourisco? Ficou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo! 

Conheça as melhores práticas de adubo para feijão

Adubo para Feijão: veja que adubar de forma correta, com estratégias certeiras, pode permitir as produções esperadas.

Todo sucesso na produção está vinculado ao estado nutricional da planta e no feijão isso não é diferente! 

O feijão é uma cultura de ciclo rápido, por isso fazer uma adubação assertiva é o caminho para boas produtividades. 

Assim, aqui vamos relatar a importância do adubo para feijão e como o cultivo pode se tornar mais produtivo quando essa adubação é fornecida no momento certo e de forma exata.

O que devo fazer antes de adubar?

Sabemos que não adianta adubar sem que haja condições ideais, desta forma, a seguir demonstro os passos que devem ser feito antes da adubação.

1- Amostragem do solo

Conhecer a real situação do solo é um fator importante para quem busca respostas produtivas. 

Mas como se consegue averiguar isso? Por meio de amostras de solo que serão submetidas à análise. 

Assim, a amostra enviada ao laboratório (amostra composta) pesando 500 gramas deve ser provinda da mistura de 15 sub-amostras.

Recomenda-se também que sejam coletadas de áreas consideradas homogêneas quanto ao tipo de solo, vegetação, topografia e histórico da área e que não ultrapasse de 10 a 20 hectares

Além disso, aconselha-se realizar a amostragem com dois meses de antecedência à adubação, com a possibilidade de fazer possíveis correções necessárias.

2- Calagem 

Se com o resultado da análise de solo em mãos, você notar que apresenta elevada acidez, altos teores de alumínio trocável e deficiência de cálcio, magnésio e fósforo, será necessário calagem

Entre os benefícios da calagem estão: 

  • Aumento da eficiência dos fertilizantes;
  • Aumento da atividade microbiana (liberação de nutrientes);
  • Melhora das propriedades físicas do solo; 
  • Aumento da produtividade;
  • Elevação do pH; 
  • Fornecimento de Ca e Mg como nutrientes; 
  • Diminuição ou eliminação dos efeitos tóxicos do Al, Mn e Fe; 
  • Diminuição da “fixação” de P;
  • Aumento da disponibilidade do N, P, K, Ca, Mg, S e Mo do solo.

Quando aplicar? Em qualquer época do ano, com 3 meses de antecedência à semeadura.

Quando esse tempo é inferior, recomenda-se a utilização de calcário com maior PRNT para que reaja mais rápido. 

E sua distribuição? Deve ser a mais uniforme possível e incorporada a maior profundidade que conseguir. 

Em sistemas de plantio direto já estabelecido, o calcário é distribuído na superfície do solo sem que haja incorporação, acarretando em efeito mais lento.  

Como determinar a necessidade de calcário (NC)? A NC pode ser calculada por dois métodos: da neutralização da acidez trocável e elevação dos teores de cálcio e magnésio trocáveis e, pelo método da saturação por bases. 

Confira a equação do método da neutralização da acidez trocável e elevação de Ca e Mg:

NC=Y[Al3+– (mt . t/100)] + [X – (Ca2++Mg2+)]

E a equação do método da soma de bases: 

NC= T(Ve – Va)/100

Então, qual quantidade aplicar de calcário (QC)? Calculando a NC, não levamos em consideração a porcentagem da superfície do terreno a ser coberta (SC), qual a profundidade de incorporação (PF) e o poder relativo de neutralização total do calcário (PRNT). Dessa forma, a quantidade de aplicação será feita pela seguinte fórmula:

QC= NC x (SC/100) x (PF/100) x (100/PRNT)

3- Gessagem 

O gesso é um sulfato de cálcio di-hidratado responsável por condicionar a subsuperfície do solo. 

As vantagens em sua utilização são: 

  • Diminuição do alumínio trocável nas camadas mais profundas, aumentando assim o cálcio;
  • Fornecimento de enxofre a baixo custo;
  • Propicia condições para o crescimento radicular em subsuperfície, permitindo que a planta explore maior volume de solo, acessando mais água e nutrientes. 

Quando aplicar? No momento em que o solo apresentar em análise de 20 a 40 cm, valores de cálcio menor que 4,0 mmol/dm-3  e/ou saturação por alumínio (m%) maior que 30%. 

E quanto aplicar? A quantidade a aplicar pode ser feita com base na textura do solo, no teor de fósforo remanescente e no NC calculado pelo método de neutralização da acidez (equações contidas na 5ª aproximação – recomendações para uso de corretivos fertilizantes em MG).

Qual o melhor adubo para feijão?

É fundamental que os adubos sejam colocados à disposição para as plantas em local e tempo certo. 

No feijão isso é bem pontual devido ao seu ciclo curto e por seu sistema radicular ser pouco profundo. 

Relata-se que a cada 1000 kg de grãos de feijão são exportados:

  • 35,5 kg de N
  • 4,0 kg de P
  • 15,3 kg de K
  • 3,1 kg de Ca
  • 2,6 kg de Mg 
  • 5,4 kg de S
adubo para feijão

Marcha de absorção do feijoeiro 
(Fonte: Haag et al. (1967))

Nitrogênio 

O nitrogênio é absorvido durante todo o ciclo do feijoeiro, mas em maior quantidade entre o 35º e 50º dia após emergência (DAE). 

Diferente da soja, no feijão somente a fixação biológica de nitrogênio não é suficiente – demandando assim adubação. 

Desta forma, normalmente a adubação é feita com ⅓ na semeadura e ⅔ na cobertura de 25 a 30 DAE

As doses de N variam de 40 a 120 kg/ha, dependendo do nível de tecnologia e produtividade esperada.

Fósforo

A época de maior velocidade de absorção de fósforo vai desde aproximadamente 30 dias até os 55 dias da emergência, acentuando-se no final do florescimento e no início de formação das vagens. 

Por isso, recomenda-se que sua aplicação seja toda na semeadura, ao lado e abaixo das sementes. 

Suas dosagens variam de 30 a 110 kg/ha a depender da produtividade esperada, do nível de tecnologia empregado e dos teores desse nutriente no solo.

Potássio 

O potássio tem comportamento de absorção diferente dos nutrientes anteriores. 

Desta maneira, existem dois picos de absorção: um marcado pela diferenciação dos botões florais (25 a 35 DAE) e outro no florescimento e formação das vagens (45 a 55 DAE).

A recomendação desse nutriente varia de 20 a 50 kg/ha, de acordo com a produtividade, tecnologia e teor presente no solo. 

Em solos arenosos, por exemplo, existem recomendações de parcelamento, sendo feito metade da dose na semeadura e a outra metade na cobertura de 25 a 30 DAE. 

Para outros solos, a dosagem pode ser fornecida toda no plantio

Cálcio e Magnésio 

Ambos são fornecidos pela aplicação de calcário, que além de corrigir o pH disponibiliza esses dois nutrientes.

Enxofre 

O feijoeiro responde bem a adubações de enxofre quando o solo apresenta baixos teores, por isso, recomenda-se aplicar 20 kg/ha desse nutriente, podendo ser fornecido por adubos nitrogenados ou fosfatados que o contém. 

Esse elemento também é disponibilizado pelo gesso, enfatizando mais uma vez a importância de fazer a gessagem.

Zinco e Boro 

Constatando baixo teores de boro no solo, deve-se realizar a aplicação de 1 kg/ha

E, se notar a de zinco, também deve-se aplicar de 2 a 4 kg/ha, preferencialmente junto com a adubação de plantio.

Condições do solo e Fórmula de adubo para feijão

Quando o solo apresenta condições nutricionais adequadas, outra estratégia é a adubação trabalhada em valores de extração e exportação, como mostra a tabela a seguir. 

nutrientes feijão

Extrações e exportações de nutrientes segundo diferentes autores
(Fonte: Brasil IPNI)

No mercado é possível encontrar inúmeras formulações de adubo e diferentes fontes de adubos. 

A escolha deve ser baseada no nível de tecnificação adotada, na produção esperada, nos teores de nutrientes no solo e, além disso, no valor que o produtor pretende investir. 

A seguir elenco algumas formulações de NPK utilizadas no feijoeiro: 

08-24-12
06-26-12
08-20-15

Adubação orgânica para feijão

A cultura do feijão responde bem à adubação orgânica.

Com adubações de 15 a 20 t/ha de esterco de curral e até 4 a 8 t de esterco de galinha ou cama de frango de corte, percebe-se o efeito residual dessa adubação em até o 3º ano. 

Adubos orgânicos devem ser aplicados a lanço e, em seguida, serem incorporados com o auxílio da grade.

Adubo foliar para feijão

A adubação foliar é importante no diagnóstico de qualquer deficiência, principalmente de micronutrientes.

Porém, não pode ser tratada como substituta da adubação via solo e nem é muito recomendada para culturas anuais, como é o caso do feijão.

Mas em casos pontuais e para respostas rápidas, essa pode ser uma estratégia que não provoca efeito algum sobre a cultura subsequente. 

Atente-se à dosagem dessas aplicações, pois podem provocar fitotoxicidade severas quando muito altas. 

Na cultura do feijão, pode ser efetuada aplicação via foliar de 60 g/ha de molibdênio (154 g/ha de molibdato de sódio ou 111 g/ha de molibdato de amônio) entre 15 e 25 DAE.

Conclusão

Vimos que antes de adubar deve ter atenção a várias práticas, tudo para aumentar a eficiência dos fertilizantes. 

Além disso, destacamos a importância das dosagens e aplicações dos nutrientes no feijoeiro e informamos algumas formulações utilizadas. 

Citamos também a importância da adubação orgânica e da adubação via foliar para o sucesso produtivo do feijoeiro. 

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E você, como realiza a adubação do seu feijoeiro? Tem alguma dica? Deixe nos comentários abaixo.