6 principais doenças do algodão e como controlá-las na lavoura

Doenças do algodão: conheça os sintomas e as recomendações de manejo mais adequadas para cada uma delas 

O algodão é uma importante cultura no Brasil, com produção estimada para a safra 20/21 de 2,8 milhões de toneladas de algodão em pluma, segundo a Conab.

E, para manter essa produção, é necessário ficar atento às doenças que podem acontecer ao longo do desenvolvimento da cultura e realizar o melhor manejo.

Neste artigo, você verá 6 das principais doenças do algodoeiro, seus sintomas e como controlar para reduzir as perdas nas lavouras! Confira.

Mancha de ramulária

A mancha de ramulária é considerada a principal doença do algodoeiro, sendo causada pelo fungo Ramularia areola.

Mas nem sempre essa doença teve tanta relevância na cultura do algodoeiro. Antes, ela era considerada uma doença secundária e ocorria apenas no final de ciclo e não causava grandes perdas.

Já hoje em dia, com aumento da área cultivada com algodão principalmente nas regiões do Centro-Oeste (cerrado brasileiro), houve um ambiente favorável ao desenvolvimento do patógeno, além da utilização de mais variedades suscetíveis. Com uso de cultivares suscetíveis, a doença pode causar redução da produtividade de até 75%.

Os sintomas iniciais da doença ocorrem nas folhas mais velhas, na fase de reprodução da planta. Inicialmente, são pequenas lesões anguladas que são delimitadas pelas nervuras.

Posteriormente, você pode observar manchas angulosas de coloração branca, tendo aspecto pulverulento. Esse sintoma se inicia na fase inferior da folha e pode progredir para a superior quando as condições do ambiente forem de alta umidade.

fotos com doença da mancha da ramulária

(Fonte: Infectário departamento fitopatologia UFV)

Com o progresso da doença, você pode observar que as manchas podem se tornar necróticas. Além disso, em alta severidade, pode ocorrer a desfolha da planta, o que compromete o desenvolvimento das maçãs e a produtividade.

Essa doença inicia-se pelo baixeiro. Por isso, quando for monitorar a sua lavoura, lembre-se que é importante o monitoramento dessa região da planta.

O fungo da ramulária sobrevive em restos de cultura e em plantas voluntárias de algodão.

Medidas de manejo da ramulária

  • Uso de variedades com resistência moderada;
  • Controle químico (fungicidas).

Lembrando que para o manejo da ramulária e de outras doenças do algodoeiro, consulte um(a) agrônomo(a).

Mancha angular

A mancha angular do algodoeiro é causada pela bactéria Xanthomonas citri sp. malvacearum, que tem distribuição generalizada em todas as regiões produtoras e alto potencial destrutivo.

Você pode observar como sintoma inicial as lesões de coloração verde e aspecto oleoso. Com o progresso da doença, as lesões se tornam de coloração parda e necrosada.

As nervuras principais das folhas podem apresentar manchas angulares e, nas maçãs, lesões arredondadas.

mancha angular - doenças do algodão

(Fonte: Agrolink)

Um ponto importante relacionado à bactéria que causa a mancha angular é que ela apresenta certa resistência ao calor e radiação solar. Isso pode viabilizar a sobrevivência das bactérias em sementes e partes da planta.

A disseminação da doença na lavoura ocorre por chuvas associadas com vento, o que também favorece a infecção.

Manejo da mancha angular

  • Controle genético (variedades resistentes) – o mais recomendado;
  • Rotação de culturas;
  • Deslintamento de sementes com ácido sulfúrico (reduz inóculo inicial);
  • Controle químico.

Murcha de fusarium 

A murcha de fusarium é uma doença causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum e que necessitou da busca por variedades resistentes (manejo viável para a cultura).

Os sintomas iniciais são folhas com perda da turgescência, coloração amarelas e posterior queda. Em variedades suscetíveis, pode ocorrer a morte prematura dessas plantas.

Plantas afetadas pela doença se tornam menores, o que reduz o tamanho do capulho e afeta a produtividade da lavoura.

O causador da murcha é um fungo que vive no solo, por isso, a infecção começa pelas raízes do algodoeiro. Assim, as áreas podem ficar contaminadas por muitos anos, pois sobrevivem em esporos de resistência. 

O fungo se dissemina por sementes e partículas de terra.

São condições favoráveis para a doença: alta umidade, temperaturas moderadas de 25°C, solo com baixa fertilidade e a presença de nematoide Meloidogyne incognita, que predispõe fisiologicamente o algodoeiro ao ataque do fungo.

Medidas de manejo da murcha de fusarium

  • Variedades resistentes (medida mais eficiente);
  • Utilização de sementes sadias;
  • Limpeza de equipamentos;
  • Rotação de culturas com espécies não hospedeiras como mucuna, crotalária e amendoim.

Damping-off (mela ou tombamento)

Damping-off, mela ou tombamento é uma doença que pode ser causada por vários patógenos. Os mais comuns são Rhizoctonia solani e Colletotrichum gossypii, com ocorrência generalizada nas áreas produtoras de algodão.

Como o próprio nome diz, essa doença ataca as plântulas do algodoeiro, o que causa o tombamento pré e pós-emergência das plantas causando a morte, com falhas no estande de plantas.

Damping-off (mela ou tombamento)

(Fonte: Augusto César Pereira Goulart em Embrapa)

A doença é influenciada por alta umidade e temperatura de 18ºC a 30°C, sendo as sementes a principal fonte de inóculo.

Medidas de manejo para Damping-off

Ramulose

A ramulose é uma doença causada pelo fungo Colletotrichum gossypii, que pode infectar plantas de algodão de qualquer idade. Os danos podem chegar até 80%, dependendo das condições da área cultivada.

Os primeiros sintomas são observados primeiramente nas folhas mais novas, como manchas necróticas.

O tecido necrosado “cai” e forma perfurações nas folhas, denominadas de mancha estrelada. Também podem ser observadas lesões enrugadas nas folhas.

foto de ramulose - doenças do algodão

(Fonte: Alderi Emídio de Araújo em Embrapa)

Além disso, o fungo ainda pode afetar o meristema apical, o que provoca sua necrose e pode estimular o desenvolvimento de brotação lateral.

A principal forma de disseminação são as sementes e o fungo pode sobreviver no solo de uma safra para outra.

São condições favoráveis para o desenvolvimento da doença a alta umidade e o solo com baixa fertilidade. 

Medidas de manejo da ramulose

  • Variedades resistentes;
  • Rotação de cultura;
  • Controle químico.

Mofo-branco

O mofo-branco causado por Sclerotinia sclerotiorum está aumentando nos plantios de algodão, principalmente em áreas irrigadas após o plantio de soja e feijão.

O fungo pode atacar as folhas, hastes e maças. Inicialmente, ocorre a formação de lesões com aspecto encharcado na parte aérea das plantas. 

Com o progresso, há o sintoma bastante característico: crescimento do fungo com aspecto cotonoso (coloração branca). 

maçã de algodão atacada por mofo-branco

(Fonte: Amipa)

Os tecidos atacados pelo fungo acabam apodrecendo e o ataque prevalece na região baixeira da planta.

Após um período, ocorre a formação de escleródios (estrutura de resistência do fungo).

Condições que favorecem o desenvolvimento do fungo são temperatura amena e alta umidade. Além disso, plantios adensados podem favorecer essas condições.

Medidas de manejo para o mofo-branco no algodoeiro

  • Sementes sadias;
  • Uso de variedades com porte mais ereto o que desfavorece a formação de um microclima favorável ao fungo;
  • Aplicação de fungicida;
  • Rotação de culturas com espécies não hospedeiras.
planilha de produtividade do algodão Aegro

Conclusão

Muitas doenças podem interferir na produção do algodoeiro, causando perdas muito expressivas.

Para minimizar os danos com essas doenças na lavoura, citamos as 6 principais doenças de ocorrência da cultura do algodoeiro.

Também descrevemos os sintomas e as principais medidas de manejo. Agora que você conhece as principais doenças do algodoeiro não deixe sua lavoura ter perda com elas.

>> Leia mais:

“O que é a mancha alvo do algodoeiro e como ela pode afetar a sua lavoura”

“Guia completo de análise e manejo dos principais nematoides no algodão”

Como ter um algodoeiro resistente a doenças e mais econômico com nova cultivar transgênica

Você teve problemas com doenças na cultura do algodão? Quais afetam a sua lavoura? Como realiza o manejo? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Dicas e cuidados que você precisa seguir para o armazenamento do algodão

Armazenamento do algodão: como estocar o algodão em pluma, em caroço e sementes

O processo de armazenamento do algodão é fundamental para manter a qualidade da matéria-prima.

A presença de partículas inadequadas dificulta o beneficiamento da indústria têxtil, entre outros problemas. E isso, claro, se reflete no preço pago ao cotonicultor.

Seja em caroço, fibra, ou sementes, é preciso garantir que uma série de quesitos sejam seguidos para o armazenamento seguro. Confira as dicas a seguir!

Armazenamento do algodão em pluma e em caroço 

A pós-colheita do algodão é diferente para o armazenamento em pluma e caroços. A seguir, vou especificar cada um deles.

Armazenamento do algodão em caroço

Durante a colheita e o armazenamento do algodão em caroço, é importante tomar alguns cuidados para evitar o aparecimento de matérias estranhas.

A detecção de impurezas no algodão é indesejável para a indústria têxtil, pois é um fator que dificulta e onera o beneficiamento. Isso se reflete em redução no preço final do fardo, pois pode prejudicar o comprimento, a uniformidade e o índice de fibras curtas.

Contaminantes como pelos e penas de animais são difíceis de ser separados, só aparecendo no final da industrialização. Isso tem consequências graves como um tecido defeituoso, sem valor comercial.

Assim, atente-se para armazenar o algodão em caroço em local seco, limpo, arejado e protegido do acesso de animais e da umidade.

Para a armazenagem convencional do algodão em caroço, o percentual de umidade é de 12%.

Armazenamento do algodão em pluma

Para armazenar o algodão em pluma, antes você precisará pesar os fardos em balança com capacidade mínima de 200 quilos.

Alguns cuidados durante o armazenamento no galpão incluem:

  • armazenar em espaço isolado;
  • local arejado;
  • isento de umidade;
  • longe do alcance de animais.

As pilhas de fardos precisam ser todas de fácil acesso, por isso recomenda-se:

  • largura de 4,5 m para os corredores centrais;
  • largura de 1,5 m para os corredores de acesso;
  • a distância entre os fardos e as paredes do depósito deve ser de 1,3 m;
  • os lotes de algodão devem ter no máximo 4 fardos por altura, 5 por largura e 12 por comprimento;
  • distância entre o último fardo e o teto de 2 m;
  • fazer amarrações intermediárias para garantir a segurança das pessoas que transitam entre as pilhas; 
  • colocar os fardos sobre estrados de madeira;
  • depósito deve ter portas contra fogo em todas as vias de acesso;
  • não exceder 4 mil toneladas de pluma por armazém;
  • os lotes de algodão deverão ter no máximo 1.500 fardos de modo a permitir acesso fácil a todas as faces da pilha.

Não coloque os fardos em contato direto com o piso, pois isso poderá ocasionar o fenômeno conhecido por cavitomia (quando ocorre a fermentação do algodão devido à presença de água). Como a temperatura fica elevada, a fibra pode pegar fogo.

Os fardos de algodão podem ser armazenados por tempo indeterminado, desde seja mantido isento de agentes contaminantes e de umidade.

A umidade ideal de armazenamento do algodão em pluma é de 10%. A partir de 15% de umidade nos fardos, começa o processo de fermentação.

Prejuízos do armazenamento inadequado do algodão 

Para o armazenamento de fibra de algodão, tem-se verificado que o grau de amarelamento tende a aumentar e o grau de reflexão a diminuir devido ao tempo de armazenamento.

A fibra de algodão fica mais amarelada com o tempo de armazenamento, podendo reduzir o tipo do algodão depois de 9 meses.

Além disso, a umidade pode favorecer algumas espécies de fungos que atacam a pluma como:

  • Monilia sp. 
  • Aspergillus flavus
  • Aspergillus parasiticus 
  • Aspergillus niger
  • Rhizopus stolonifer
  • Colletotrichum gossypii

Para o algodão em pluma, o maior cuidado refere-se à umidade. Para isso, recomenda-se:

  • fazer a colheita do algodão com tempo seco;
  • após a colheita, o algodão deve ser secado;
  • em seguida fazer o descaroçamento, enfardamento em pluma e armazenamento.
fotos de beneficiamento e armazenagem: algodão e fardos de algodão.

Beneficiamento e armazenagem: algodão e fardos de algodão
(Fonte: SLC Agrícola)

Já, no caso de você ser um produtor de sementes de algodão, atente-se à umidade de armazenamento da semente e do ambiente.

As sementes de algodão são classificadas como “sementes ortodoxas”, isso quer dizer que o período de viabilidade é inversamente proporcional à temperatura e ao teor de umidade. 

Portanto, cuidado, pois sementes úmidas submetidas a temperaturas elevadas deterioram-se rapidamente.

Quais os cuidados na armazenagem em ambiente externo e interno?

Para as sementes de algodão, a umidade baixa (o ideal é 40%) do ambiente é o fator mais importante para a conservação. Isso porque a semente de algodão é classificada como oleaginosa.

Caso você queira armazenar sementes de algodão por mais de 2 anos, recomenda-se que a soma da umidade relativa do ar (em %) e da temperatura (graus centígrados) do ambiente de armazenamento seja, no máximo, igual a 55,5.

A umidade da semente deve ser reduzida para 3% a 5%, pois isso permitirá uma boa conservação.

Resumindo, para armazenar de forma segura as sementes de algodão por um período de 6 meses, recomenda-se:

  • ambiente com temperatura de 20°C e 50% de umidade relativa do ar;
  • teor de umidade da semente de 7,6%.

Lembrando que, durante o processo de secagem das sementes de algodão, não devemos utilizar temperatura superior a 40°C. 

Temperaturas acima de 40°C no processo de secagem reduzem o poder germinativo da semente.

Para armazenar algodão em pluma, você deve seguir algumas recomendações no depósito como:

  • não pode ter qualquer tipo de instalação elétrica;
  • nada de lâmpadas e tomadas;
  • não pode haver linha telefônica;
  • não fumar nem usar telefone celular em seu interior.
planilha de produtividade do algodão Aegro

Conclusão

Neste artigo mostramos mais sobre o armazenamento do algodão de forma adequada.

O algodão pode ser armazenado em caroço, em fibra, ou ainda as sementes, no caso de lavouras com essa finalidade.

Entre as principais maneiras de armazenar o algodão de forma segura estão garantir a umidade do ar e temperatura adequadas durante o processo de estocagem.

Você pôde ver as principais diferenças no armazenamento do algodão como fazer um estoque mais seguro.

Guia prático da adubação para algodão

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Como vender a consultoria rural: o que você precisa saber para conseguir alcançar mais clientes

Como vender a consultoria rural com sucesso: confira as dicas para melhorar sua divulgação e apresentar resultados aos clientes

A propaganda continua sendo a alma do negócio! Mais do que ser um excelente profissional, saber apresentar ideias – e depois os resultados – pode ser a diferença entre conquistar ou não um cliente.

Diante dos desafios vividos em 2020, você, consultor rural, se considera pronto para encarar 2021 e garantir excelentes resultados em seu negócio? Você sabe vender seu peixe?

Conversamos com a consultora agrícola Margareth Senne sobre algumas estratégias que garantam melhor desempenho na venda da consultoria rural. A seguir, confira algumas dicas valiosas

O que você precisa saber sobre como vender a consultoria rural

Em situações de crise, como a vivenciada por conta da pandemia de Covid-19, é necessário saber como mostrar sua consultoria a potenciais clientes, reforçar a confiança de outros e fidelizar seu público. 

As redes sociais são uma estratégia de sucesso para garantir qualidade no relacionamento com os clientes e obter bons resultados, neste momento atípico que vivenciamos desde o início da pandemia, segundo a consultora.

Nesse mercado, em que todos somos vendedores em potencial, ela explica que para vender a consultoria rural, o profissional precisa ter consciência de que é preciso ser bem relacionado e, principalmente, entender de marketing e vendas. 

Confira 4 dicas que vão te ajudar a vender a consultoria rural:

1 – Fortaleça a rede de contatos

Ter um bom networking, se relacionar com vários públicos é fundamental, comenta Margareth. Diante desse cenário de pandemia, o segredo é inovar para fazer com menos, já que as normas de distanciamento não permitem muitas ações como a visita frequente aos produtores. 

Por isso, com uma rede de contatos, você sempre pode chegar até um cliente por indicação de outro. 

2 – Esteja sempre pronto para vender 

Você nunca sabe quando encontrará um cliente pela frente! É preciso estar pronto para oferecer bons produtos e serviços. 

O produtor rural espera sempre algo que, de forma antecipada, supere suas expectativas. Por isso, prepare-se, faça pesquisas, leia sobre o tema, converse com clientes e interessados. 

Você verá que há sempre algo novo que pode ajudar a se destacar nesse mercado profissional.

>> Leia mais: “Quanto cobrar? Dicas de precificação da consultoria rural

3 – Aproveite o marketing digital

“É fundamental aprender sobre marketing digital e, como a venda está intimamente ligada ao marketing pessoal, o consultor tem que ir para as redes sociais mostrar seu trabalho”, afirma Margareth Senne.

Faça disso uma forma de alcançar sempre mais credibilidade. “Afinal, o consultor é você, o seu nome e a confiança que você transmite ao seu público”, orienta a consultora.

4 – Comprove e divulgue bem o que você faz

Saia da invisibilidade: quem não é visto, não é lembrado! Mostre e comprove o que você faz e de qual forma. 

Use seus casos de sucesso para servir de vitrine para sua consultoria e sua clientela satisfeita como ferramenta de divulgação. 

“Se o seu trabalho é bem feito, seu cliente vai facilmente falar bem de seu profissionalismo e indicá-lo para outro cliente em potencial. Produtores rurais não compram produtos e serviços sem conferir primeiro com conhecidos as referências”, diz Margareth.

Como mostrar os benefícios da sua consultoria para o produtor 

Se apresente de forma cuidadosa, seja pontual, foque no que é importante: você está diante de um novo cliente, ele precisa confiar em você. 

Esses conselhos servem tanto para um trabalho presencial, quanto para obter uma presença forte nas redes sociais. Faça delas o seu cartão de visitas. 

“Acredite no que você fala, naquilo que você vende, assim terá sucesso na defesa de seus argumentos. Mas tenha resiliência, é preciso entender que o não existe e é preciso lidar com ele. Muitas vezes, de 10 clientes que se tente captar, você obtém uma taxa de conversão de 20% apenas, o que significa que terá vários “nãos”. Mas isso faz parte do negócio,” completa Senne.

É preciso focar sua apresentação em um conjunto de respostas a questionamentos do tipo: 

  • Como a consultoria pode facilitar a vida daquele cliente? 
  • Como ela irá garantir a economia de tempo e dinheiro em médio e longo prazos? 
  • Quais os principais problemas que afligem os produtores rurais? 
  • Como a consultoria pode funcionar na propriedade rural?

Encontrando as respostas, você terá condições de mostrar os benefícios para o produtor rural, como falaremos melhor a seguir:

Mostre como o problema pode ser resolvido

Ao procurar por uma consultoria, o produtor rural quer resolver os problemas que o afligem de forma rápida. Ele quer a solução do problema. 

Por isso, coloque a assertividade como meta de seu trabalho, em suas análises. Estude, pesquise, vá direto ao ponto e assim evite que seu cliente perca o foco de sua necessidade específica.

Demonstre seu conhecimento e empatia

Coloque-se no lugar do produtor rural ao avaliar o problema relatado. Exerça a empatia e demonstre que você deve merecer a atenção e confiança do agricultor, porque você tem qualidade técnica, boa comunicação, poder de análise e conhecimento sobre os produtos e serviços que oferece. 

Aproveite a tecnologia 

O mundo é uma grande conexão. E no agronegócio não é diferente. Faça de apps e softwares de gestão agrícola como o Aegro, grandes facilitadores na sua rotina e também na do produtor rural.

Com o Aegro, você pode emitir facilmente relatórios de produtividade e rentabilidade por área e por talhão, por exemplo. 

Também é possível controlar estoques e fazer o fluxo de caixa, monitorando entradas e saídas de recursos e provisionando baixas futuras. Os dados podem ser acompanhados por produtor e consultor em tempo real.

Além disso, o Aegro oferece um plano exclusivo para consultores que conta com recursos como MIP e Mapas NDVI já inclusos no plano, ferramentas necessárias para análise e acompanhamento da lavoura.

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Saiba se posicionar no mercado 

A presença nas redes sociais funciona como a vitrine do seu negócio. Ela demonstra seu trabalho, os resultados obtidos e as conquistas pela qualidade do que você realiza.

A percepção do que o cliente precisa é fundamental para garantir um bom posicionamento no mercado. Observe que temas são mais apreciados pelos seus clientes e potenciais clientes e trabalhe seu conteúdo de forma alinhada a estes anseios. 

Produtores rurais costumam frequentar feiras de agronegócio e outros eventos do setor; ouvem e assistem notícias do mercado global; estão de olho em tudo. Mas, nesse ano, foi necessário focar a atenção em perfis de redes sociais, em sites e blogs sobre os assuntos referentes ao agro.

Saiba onde encontrar seu próximo cliente 

A busca por clientes em potencial deve ser realizada nas mais diversas frentes de trabalho. 

Segundo a consultora Margareth Senne, como bom vendedor que o consultor agrícola precisa ser, ele deve trabalhar como se o cliente estivesse em todos os lugares. 

“É preciso ter a sensibilidade de entender qual é o seu nicho de atuação, qual seu público-alvo, e aí entender quais os interesses dessas pessoas. A partir daí, há condições para criar oportunidade de estar no lugar certo na hora exata e, assim, ter sucesso na captação de público,” reforça a consultora.

Como conquistar de fato o produtor rural 

Dê o seu melhor: estude, busque sempre conhecer mais do seu negócio, responda com a qualidade além da esperada, porque quem é mal atendido vai contar a péssima impressão para outra pessoa. O cliente deve se sentir especial. 

Na abordagem do cliente, nunca fale além do necessário, dê tempo para que ele explique o que deseja, que soluções está buscando com sua consultoria. 

Mas, na proposta apresentada, entregue mais do que foi pedido, mais do que foi esperado. É uma receita infalível, segundo Margareth. 

“Muitas vezes, fazer um pouco mais, ultrapassando o número de horas contratadas, superando o trabalho pelo valor proposto, é o que torna o consultor um profissional de renome, o que marca seu estilo profissional e o que vai fazer a diferença em relação aos seus concorrentes. Isso demonstra que você preza pela excelência em sua consultoria”, finaliza Margareth.

Conclusão

Dominar a tecnologia, gerar bons resultados e lucratividade são fundamentais para uma consultoria rural de qualidade.

Mas, o consultor rural precisa ir além para garantir o sucesso de seu trabalho. Ele precisa divulgar bem sua forma de atuação. Muitos profissionais se dedicam, mas não sabem “vender seu peixe”.

Neste artigo, mostramos como facilitar a venda de uma consultoria rural, dando dicas de atendimento e formas de como conquistar de fato seu cliente.

Lembre-se: a busca por excelência pode colocar você, consultor rural, em posição de destaque frente a seus concorrentes!

Margareth Senne é consultora agrícola em Minas Gerais e parceira Aegro! 

Instagram: margareth.senne

LinkedIn: Margareth Senne

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Como livrar sua lavoura dos ataques do bicudo-da-soja

Bicudo-da-soja ou tamanduá-da-soja é uma das pragas que vêm ganhando importância na cultura. Conheça suas características, hábitos e formas de controle!

A expansão da cultura da soja tem contribuído para o aumento das pragas que antes eram consideradas secundárias.

Esse é o caso do bicudo-da-soja ou tamanduá-da-soja, que tem sido observado desde a década de 1980 na cultura.

Algumas mudanças no manejo fizeram com que essa praga se tornasse algo preocupante para os sojicultores de uns tempos para cá. 

Além disso, essa é uma praga de difícil controle, principalmente, por seu hábito nas plantas.

Por isso, separei algumas informações importantes para que você proteja sua lavoura do bicudo-da-soja. Confira a seguir!

Características do bicudo-da-soja

O bicudo-da-soja tem esse e outros nomes populares como tamanduá-da-soja. É um inseto da ordem Coleoptera e família Curculionidae, a qual tem como principal característica o rostro ou o “bico”, que deu origem ao nome popular da praga.

A espécie é Sternechus subsignatus e ataca a soja durante todo o ciclo da cultura.

Embora esteja causando grande alarme, é um inseto bem pequeno. Os adultos medem cerca de 8 mm de comprimento, são escuros e têm listras amarelas na cabeça e nos élitros, e as asas mais duras. 

Adulto do bicudo-da-soja
Adulto do bicudo-da-soja
(Fonte: Insetologia)

Normalmente, os adultos ficam em lugares mais estratégicos como na parte abaxial das folhas e em estruturas como hastes. Dependendo do horário do dia, podem procurar locais como folhagens ou restos de cultura no solo. 

As larvas medem cerca de 10 mm de comprimento, sendo brancas, sem pernas e com cabeça castanho-escura. Se desenvolvem dentro da haste principal da planta, na região do anelamento, em que são colocados os ovos pelas fêmeas. 

Ao final do período larval, nos últimos ínstares, os insetos vão para o solo e passam por um período de hibernação, ou seja, se mantêm inativos. Isso gera um problema no manejo, porque elas se localizam em profundidade de 5 cm a 10 cm. 

Larva de bicudo-da-soja na haste
Larva de bicudo-da-soja na haste
(Fonte: Embrapa)

Sintomas e danos

Atualmente, é possível encontrar o bicudo-da-soja causando danos em diversos estados do Brasil, principalmente em municípios de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. 

Tanto os adultos como as larvas causam danos na cultura da soja. O período mais crítico do ataque desses insetos é a fase inicial da cultura. 

Danos causados por adultos do bicudo-da-soja
(Fonte: Embrapa)

Os adultos fazem um tipo de “raspagem” da epiderme das hastes das plantas, o que faz com que o tecido vegetal fique com aspecto desfiado. E, devido à fragilidade das plantas, por ainda não terem uma estrutura bem lignificada, pode haver perda total da lavoura se houver presença de altas populações da praga.

A oviposição dos ovos é feita no anelamento das plantas. Quando as larvas eclodem, permanecem próximas ao local consumindo todo o conteúdo do tecido das plantas. Isso leva à formação de galhas caulinares, sintomas muito típicos de ataques do bicudo-da-soja. 

Essas galhas caulinares vão aumentando de tamanho conforme as larvas vão se desenvolvendo e, muitas vezes, ultrapassam o diâmetro das hastes ou dos ramos. 

Galha caulinar formada em haste da planta de soja devido ao ataque de larvas do bicudo-da-soja
Galha caulinar formada em haste da planta de soja devido ao ataque de larvas do bicudo-da-soja 
(Fonte: Embrapa)

Por serem canibais, é muito difícil encontrar mais de uma larva por galha. Por isso, as galhas ficam espalhadas pela planta dando proteção e condições para esses insetos se desenvolverem até o momento da hibernação. 

Além disso, os ataques normalmente acontecem em reboleiras e são mais intensos em áreas com plantio direto, justamente por dar condições ideais para os insetos se manterem na área. 

Como fazer o manejo do bicudo-da-soja

Como é possível perceber, o manejo do bicudo-da-soja não é tão simples devido aos hábitos dessa praga tanto na fase jovem quanto na fase adulta. 

A melhor recomendação é utilizar o Manejo Integrado de Pragas (MIP) para aplicar várias táticas que irão contribuir para a redução da população. 

É importante conhecer o histórico da região e entrar, desde antes do início do cultivo, com o monitoramento.

Monitoramento

O comportamento dessa praga é bastante característico, mas deve ser muito bem observado para que não ocorram surtos da população na fase mais crítica.

É muito recomendado que se faça amostragens na entressafra para observar se ainda existem insetos nas antigas fileiras de soja.

O ideal é que a cada 10 hectares sejam feitas 4 amostragens. O nível de controle para essa praga é de 0,4 adultos por metro de fileira de soja, quando as plantas de soja apresentarem entre duas (V2) e cinco (V5) folhas trifolioladas. 

Época de semeadura

Estudos realizados pela Embrapa Soja mostraram que, após o período pupal, os adultos costumam emergir no começo de novembro. Assim, ocorre um aumento populacional na segunda quinzena de dezembro.

Por isso, no momento da semeadura, é importante pensar no tratamento de sementes como aliado e a época em que se pode fazer o plantio. 

O tempo residual dos inseticidas utilizados para o controle do bicudo-da-soja deve ter eficiência para aguentar essa fase de maior população. 

Métodos de controle

Como existem algumas plantas não-hospedeiras do bicudo-da-soja, a rotação de culturas com plantas como milho, crotalária, sorgo, girassol e algodão é uma boa tática para evitar o aumento populacional na soja. 

Para melhorar a eficiência da rotação, as plantas não-hospedeiras podem ser rodeadas de plantas hospedeiras de preferência do bicudo. Essas plantas irão agir como cultura-armadilha

Essas culturas podem ser semeadas na bordadura da soja, cerca de 20 m e 30 m. 

Dessa maneira, ao atrair os insetos, pode-se utilizar dos inseticidas recomendados para o controle da praga. 

E o controle químico também poderá ser utilizado quando, após monitoramento, forem encontrados uma média de 0,4 adultos/m de fileira, como indicador para uso de inseticidas via aplicação foliar.

Existem 56 produtos registrados no Agrofit, site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o controle químico do bicudo-da-soja.

captura da tela da página da Agrofit mostrando os produtos registrados para controle químico do bicudo-da-soja

O controle químico com inseticidas de contato costuma ser difícil devido ao hábito da praga. Por isso, os ingredientes ativos mais utilizados são dos grupos químicos dos organofosforados, neonicotinoides e pirazóis.  

Manejo de pragas por aplicativo

Por fim, vale destacar que você pode recorrer à tecnologia para operacionalizar com maior praticidade as estratégias de controle que mostrei neste artigo.

Um aplicativo como o Aegro permite que o monitoramento da lavoura seja planejado e registrado pelo celular, mesmo sem conexão com a internet. Desta forma, o histórico de pragas dos seus talhões fica seguro e organizado.

Após o registro das amostragens, o Aegro gera um mapa de calor que mostra a gravidade da infestação em cada ponto analisado.

Assim, você tem uma visão mais clara sobre a incidência do bicudo e consegue os aplicar diferentes métodos de controle apenas onde é realmente necessário.

Em suma, o uso desta tecnologia se reflete em menores custos com defensivos agrícolas e um manejo de pragas mais eficaz na sua plantação. Conheça agora a solução Aegro para MIP!

planilha de monitoramento integrado de pragras mip Aegro, baixe grátis

Conclusão

Alguns insetos que antes eram pragas secundárias estão se tornando mais preocupantes para o sojicultor. 

Esse é o caso do bicudo-da-soja, que nos últimos anos se tornou uma praga recorrente em diversas lavouras brasileiras.

Os hábitos desse inseto facilitam sua entrada na lavoura e dificultam o manejo.

Mas existem algumas formas de controle seguindo as táticas do MIP que poderão te ajudar a proteger sua lavoura do bicudo, como o monitoramento acurado.

Espero que, com essas dicas, você possa ter eficiência no controle dessa praga em suas propriedades!

Você tem enfrentado problemas com o bicudo-da-soja nas últimas safras? Como tem feito o manejo? 

5 formas de aproveitar a Internet das Coisas na agricultura e tornar sua fazenda mais rentável

Internet das Coisas na agricultura: como ela pode te ajudar a otimizar a produção e, consequentemente, alcançar mais lucro com a lavoura

A internet trouxe grandes avanços em termos de facilidade e agilidade para nossas vidas – e na agricultura não é diferente.

Máquinas conectadas com sensores e computadores já conseguem prever quebras de peças, locais que demandam de mais insumos e regiões com problemas de pragas e doenças.

A Internet das Coisas (IoT) permite uma comunicação direta entre os equipamentos por meio de sensores e conexões sem fio. 

Por meio dela, você pode ganhar agilidade nas tomadas de decisão, aumentando a eficiência operacional e produtiva do sistema de produção.

Quer saber mais sobre as aplicações da Internet das Coisas e como ela beneficia sua fazenda? Confira a seguir!

O que é e para que serve a Internet das Coisas?

Internet das Coisas ou apenas IoT (abreviação do termo em inglês Internet of Things) refere-se à tecnologia de conectar equipamentos, objetos ou itens usados no dia a dia a uma rede mundial de computadores.

E essa transformação do mundo físico em digital está cada vez mais presente no campo.

As máquinas, que antigamente eram apenas pedaços de ferro pesados, frios e sujos, estão se transformando em verdadeiros computadores, cada vez mais tecnológicos e eficientes. 

A palavra Internet das Coisas tem sido muito utilizada para objetos que estão conectados à internet e são também chamados de inteligentes.

Para que um equipamento possa ser considerado inteligente ele deve:

  1. ter um nome ou endereço na internet;
  2. ter a capacidade de enviar ou receber informações de outros dispositivos;
  3. ser capaz de interagir e responder, de alguma forma, às informações recebidas;
  4. possuir alguma capacidade de processar os dados;
  5. possuir algum sensor (físicos, químicos, como velocidade, luz, umidade, temperatura etc.). 

Como aplicar a Internet das coisas na agricultura

A Internet das Coisas pode ser aplicada de diversas formas na agricultura, desde sistemas de telemetria, softwares computacionais, levantamento de dados e controle de automação de maneira eficiente. 

A IoT é, certamente, uma grande tendência no agronegócio, possibilitando que dados sejam gerados e analisados com intuito de melhorias nas atividades realizadas na fazenda.

As máquinas e os sistemas empregados no campo geram muitos dados detalhados e de forma contínua. Estes dados podem ser armazenados e combinados com outras fontes de informações para otimizar as aplicações e operações nas fazendas.

1 – Irrigação Inteligente

No Brasil, a cada dia que passa, temos um apelo maior pela sustentabilidade e uso racional da água no campo.

Tecnologias de IoT já possibilitam a irrigação inteligente nas fazendas.

Sensores podem ser instalados para medir a umidade dos solos, podendo estar acoplados a sistemas que indicam a textura daquele solo. Assim, de maneira automática, conseguem controlar a irrigação em taxas variadas em cada seção ou bico do pivô central.

sistema de gerenciamento de pivô por meio de internet das coisas na agricultura

(Fonte: Precision Farmer Dealer)

Além do uso mais eficiente da água, é possível selecionar a melhor hora do dia para realizar a irrigação. E, dependendo do horário do dia, o custo da energia pode até ser mais barato, já que ele pode variar ao longo do dia.

Saber exatamente a necessidade de água em cada metro quadrado da lavoura, bem como a hora mais barata para a irrigação, auxiliam na redução de custos na fazenda e ganhos em eficiência.

2 – Controle de pragas e doenças

Sensores portáteis ou acoplados a drones e satélites conseguem levantar mapas diversos das lavouras. 

Tais mapas podem estar integrados a sistemas ou plataformas computacionais que auxiliam na identificação de pragas e doenças nas lavouras. 

Após sua identificação, os mapas de biomassa como NDVI, NDRE, RGB ou outros índices levantados podem ser enviados às máquinas para atuação apenas nos locais selecionados.

O manejo localizado garante otimização dos insumos aplicados, pois não há aplicação em área total se não houver necessidade. Isso gera economia e aumenta a lucratividade das fazendas.

Sensores acoplados às máquinas conectadas também podem levantar informações e tomar decisões de maneira automática, em tempo real, da dosagem e da necessidade de aplicação dos produtos nas lavouras.

Sistemas de IoT estarão cada vez mais presentes no campo para identificação de pragas e doenças nas lavouras. E, se identificados e combatidos em tempo ideal, tais fatores podem ser a diferença entre o sucesso ou o fracasso das lavouras.

>> Leia mais:

Sensores no manejo integrado de pragas: por que você deve começar a usar

3 – Telemetria

A telemetria possibilita que os dados dos equipamentos que estão realizando as atividades em campo sejam coletados e compartilhados de forma remota.

Muito utilizada na Fórmula 1, a telemetria chegou ao campo agregando muito valor às tomadas de decisões.

Os equipamentos conectados à central podem ser visualizados em tempo real, desde que estejam com sinal de internet, e as operações podem ser corrigidas, se necessário.

sistema de telemetria John Deere conectado no maquinário no campo - internet das coisas na agricultura

(Fonte: John Deere)

Por meio da telemetria é possível checar se as máquinas estão trabalhando na rotação e velocidade ideais, com temperaturas e pressões corretas, a fim de gerar economias de combustível e realização corretas das operações.

Os relatórios gerados podem ser analisados para otimizar as máquinas e as operações em campo, reduzindo custos na propriedade.

4 – Robótica

Os avanços em robótica, impressoras 3D e automações no campo estão facilitando a criação e implantação de tecnologias, como por exemplo, estufas inteligentes.

Dotada de sensores e luzes artificiais, já existem estufas automatizadas produzindo alimentos, baseando seus manejos no conceito de agricultura vertical.

As estufas protegidas e os cultivos inteligentes possuem melhores controles sobre pragas e doenças, melhor utilização da água, energia elétrica e insumos aplicados.

Tratores e máquinas autônomas já estão presentes. Futuramente, é possível que haja redução e substituição da mão de obra no campo com a inserção deste tipo de tecnologia.

robô de precisão digital desenvolvido pela ecoRobotix que identifica plantas daninha e aplica o herbicida correspondente

(Fonte: Dinheiro Rural)

5 – Rastreabilidade e monitoramento

Mais comuns nas fazendas agropecuárias, as ferramentas e tecnologias de IoT como chips RFID e QRcode têm auxiliado o produtor rural com os dados coletados de localização, peso, consumo de ração e bem-estar dos animais.

As informações coletadas são enviadas a uma central que consegue monitorar animais doentes, animais em período fértil para inseminação, entre outros, auxiliando no manejo do gado e reduzindo custos com mão de obra.

As origens e rastreabilidade dos alimentos devem ser cada vez mais presentes no nosso dia a dia – e cobradas pelo consumidor final. Oferecer essa rastreabilidade desde já pode agregar valor ao preço dos produtos da fazenda.

>> Leia mais: “Blockchain na agricultura: conheça as 3 principais funções e seus benefícios”

guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Conclusão

Com o avanço da conectividade no campo, no futuro teremos muitas máquinas conectadas e enviando dados pela internet a todo momento.

Por meio da internet das coisas na agricultura será possível avançar com as análises de big data e ser ainda mais eficiente na fazenda.

Como você conferiu, a internet das coisas possibilita que otimizações sejam executadas em tempo real no dia a dia das operações agrícolas. Isso, é claro, impacta e pode trazer o aumento da produtividade agrícola e redução dos custos no campo.

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5 tecnologias que vão deixar sua fazenda mais inteligente e rentável

Big data no agronegócio: a revolução dos dados

“Primeira antena 5G em área rural: entenda como essa tecnologia vai beneficiar sua fazenda”

Quais os avanços da Internet das Coisas na agricultura são mais impactantes para você? Restou alguma dúvida? Deixe seu comentário!

Recomendações de adubação para o arroz: como fazer em diferentes sistemas de cultivo

Adubação para o arroz: confira as recomendações nutricionais para lavoura de sequeiro e irrigada e os impactos para sua produtividade.  

A área cultivada com arroz poderá apresentar um aumento de 1,6% nesta safra, segundo dados da Conab. Entretanto, a produtividade pode ser menor em relação à última safra. A previsão da produção nacional é de 10,9 milhões de toneladas

Diferentes técnicas de manejo do solo e adubação da lavoura podem mudar o cenário esperado para a safra atual e auxiliar no aumento da produtividade. 

Uma das formas de se aumentar a produtividade da lavoura de arroz é realizar um manejo adequado da adubação nos diferentes sistemas de cultivo utilizados. 

Confira neste artigo as exigências nutricionais do arroz, épocas de adubação e algumas recomendações gerais!

Sistemas de cultivo do arroz

No Brasil, o arroz é cultivado em diferentes sistemas: sequeiro (também denominado arroz de terras altas) e irrigado (em sistema pré-germinado e/ou com transplante de mudas). 

Veja mais detalhes sobre esses sistemas no artigo “Plantio de arroz irrigado ou sequeiro: 7 dicas para produzir mais e melhor!

Além dos sistemas, é importante saber sobre a fenologia do arroz, que é basicamente composta pela fase vegetativa (V1 a Vn) e fase reprodutiva (R0 a R9). 

Manejo da adubação no cultivo do arroz

Para um bom manejo da adubação, algumas dicas devem ser seguidas: 

Como cada sistema e regiões têm recomendações de adubação diferentes, apresentarei a seguir as principais.

Recomendação da adubação para arroz no Cerrado

A recomendação da adubação do arroz para a região do Cerrado apresentada a seguir é baseada em uma produtividade de 2,5 a 3,0 ton ha-1, conforme o boletim 5ª aproximação

Arroz de sequeiro 

A necessidade de calagem deverá ser calculada pelo método do Al3+ e do Ca2+ and Mg2+, considerando: 

NC = Y [Al3+ – (mt . t/100)] + [X – (Ca2+ + Mg2+)]

sendo: 

Y = capacidade tampão da acidez do solo

X = 2,0 cmolc dm³ (valor variável conforme o requerimento de Ca e Mg pela cultura)

mt = máxima saturação por Al3+ tolerada pela cultura (para o arroz é de 25%) 

Al3+ = acidez trocável, em cmolc dm³ 

t = CTC efetiva, em cmolc dm³ 

Se for utilizar o método da saturação por bases, o V% deverá ser elevado para cerca de 40%

Nitrogênio (N)

Aplicar 50 a 60 kg ha-1 de N. Um quinto da dose pode ser aplicada no plantio e em cobertura (na diferenciação do primórdio floral, entre 50 e 55 dias após a emergência). 

Fósforo (P)

Na adubação fosfatada corretiva para solos do Cerrado, recomenda-se aplicar no 1º ano de cultivo: 

  • 240 kg ha-1 de P2O5 (solos argilosos);
  • 150 kg ha-1 de P2O5 (solos de textura média);
  • 120 kg ha-1 de P2O5  (solos arenosos). 

Na adubação fosfatada corretiva, aplicar a quantidade recomendada de P2O5 de uma só vez, com fosfatos parcialmente solubilizados ou termofosfatos magnesianos. 

Na correção também podem ser utilizados adubos como o MAP, DAP, superfosfato simples ou superfosfato triplo de forma gradativa e parcelada. 

Além da adubação corretiva também deve ser realizada a adubação de manutenção do fósforo

A adubação de manutenção deve ser realizada no sulco de plantio com o objetivo de disponibilizar o nutriente próximo ao sistema radicular. Fontes solúveis de fósforo são recomendadas nesta etapa. 

Potássio (K)

A recomendação é que o nutriente seja aplicado no plantio, com o N e o P. 

tabela com adubação de manutenção, dependendo da não-limitação de água para a cultura. Com disponibilidade de P e de K.

Dose de adubação recomendada para o arroz de sequeiro de acordo com os teores dos nutrientes no solo
(Fonte: boletim 5ª aproximação – Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais)

Arroz irrigado 

A correção do solo pode ser dispensada no sistema por inundação com sementes pré-germinadas, desde que a saturação por bases (V%) no solo seja um mínimo de 50%

Na semeadura em solo seco, que é caracterizado pelo início da inundação após a emergência, a correção da acidez deve ser realizada para aumentar (V%) em 50%, cerca de quatro meses antes da semeadura. Isso auxilia no desenvolvimento inicial da cultura. 

Nitrogênio, fósforo e potássio

Aplicar 90 kg ha-1 de N de forma parcelada com 20 kg no plantio e 70 kg em cobertura (metade no perfilhamento e a outra parte no início da diferenciação da panícula). 

O N no plantio deve ser aplicado no sulco. Em cobertura pode ser realizada após retirada da água (a lanço ou em filete entre fileira de plantas) e a lanço sobre a lâmina de água. 

Para o fósforo e potássio devem ser aplicados entre 30 a 90 kg de P2O5 ha-1 e 20 a 70 kg de K2O ha-1, a depender da disponibilidade desses nutrientes no solo. 

Dose de adubação recomendada para o arroz irrigado de acordo com os teores dos nutrientes no solo

Dose de adubação recomendada para o arroz irrigado de acordo com os teores dos nutrientes no solo
(Fonte: boletim 5ª aproximação – Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais)

Recomendação da adubação para arroz na região Sul

O Manual de adubação e calagem para os estados do RS e SC recomenda a adubação para uma produtividade estimada em 2 ton ha-1 para o arroz de sequeiro da seguinte forma: 

Arroz de sequeiro 

A correção do solo em Sistema de Plantio Direto (SPD) deve ser realizada para ajustar o pH em 5,5. No arroz cultivado em Sistema Convencional, deverá ser adicionada quantidade de calcário para que o solo atinja pH 6,0 pelo índice SMP. 

Nitrogênio, fósforo e potássio

A recomendação da adubação de N varia de acordo com as porcentagens de matéria orgânica do solo (quando for ≤ 2,5%: aplicar 50 kg ha-1 de N; entre 2,6% e 5,0%: 40 kg ha-1 de N e > 5,0%: ≤10 kg ha-1 de N). 

Aplicar 10 kg ha-1 de N na semeadura e o restante em cobertura no início do afilhamento. 

Para cada tonelada de grãos adicional, acrescentar aos valores acima 15 kg ha-1 de N.

Na adubação de manutenção com fósforo e potássio devem ser utilizados 20 kg ha-1 de P2O5 e 20 kg  ha-1 de K2O. 

Para cada tonelada de grãos adicional, acrescentar 10 kg ha-1 de P2O5 e 10 kg ha-1 de K2O

Arroz irrigado

O boletim do Irga apresenta diversas recomendações para cultivo do arroz irrigado

Para o cultivo do arroz irrigado intercalado com culturas de sequeiro recomenda-se a correção da acidez para que o solo atinja pH 6,0. 

No cultivo do arroz semeado em solo seco, a irrigação é iniciada após a emergência e as condições favoráveis ao crescimento das plantas ocorrem de 2 a 5 semanas, o que poderá afetar o desenvolvimento das cultivares de ciclo precoce a médio. 

A recomendação de calagem ocorre em valores de pH em água < 5,5  e o V% abaixo de 65%. 

No cultivo do arroz pré-germinado e transplante de mudas a calagem não é recomendada para a correção da acidez. 

No sistema inundado, a elevação do pH acontece devido ao processo de redução do solo, denominado de “autocalagem”.

A deficiência geralmente é constatada com V% = 40% e, neste caso, a calagem pode ser recomendada para correção da deficiência de Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg). A exceção ocorre quando o teor de Ca for maior que 4,0 cmolc dm-3 e de Mg 1,0 cmolc dm-3

A necessidade de calagem é baseada no índice SMP e informações mais detalhadas podem ser obtidas nos boletins do IRGA e no Manual de adubação e calagem para os estados do RS e SC

Solos com baixo poder tampão

Em casos de solos com baixo poder tampão, o índice SMP não é recomendado. A necessidade de calagem (NC) pode ser calculada pela equação:

NCpH 5,5 = – 0,653 + 0,480MO + 1,937Al

NC = necessidade de calcário (PRNT de 100%) em ton ha-1; MO = quantidade de matéria orgânica no solo em % e Al é o Alumínio trocável em cmolc dm3

tabela com critérios para definição da NC e a quantidade de corretivo

Critérios para definição da NC e a quantidade de corretivo
(Fonte: Instituto Rio Grandense do Arroz)

Nitrogênio, fósforo e potássio 

As recomendações para o N, P e K para o arroz irrigado são baseadas nos teores de matéria orgânica do solo (para o N) e P e K presentes no solo (verificar a análise de solo). 

Interpretação do teor de P do solo pelo Método Mehlich-1
Interpretação do teor de K do solo pelo Método Mehlich-1

Interpretação do teor de P e K do solo pelo Método Mehlich-1
(Fonte: Instituto Rio Grandense do Arroz)

Na adubação nitrogenada recomenda-se para o sistema de semeadura em solo seco, entre 10 e 20 kg ha-1 de N e o restante em cobertura. 

Para recomendações de até 100 kg ha-1de N em cobertura, ⅔ da dose total deverá ser aplicada no estádio V3/V4 e ⅓ da dose na iniciação da panícula.

No sistema pré-germinado não deve ser realizada a adubação de N em semeadura, pois há risco de perdas. Para cultivares de ciclo curto e médio, devem ser aplicados ⅔ da dose total no estádio V3/V4 e ⅓ da dose na iniciação da panícula. 

Já para as cultivares de ciclo tardio, a cobertura pode ser fracionada da seguinte forma: ⅓ em V3/V4, ⅓ no perfilhamento pleno e ⅓ na iniciação da panícula. 

Adubação nitrogenada de acordo com o teor de matéria orgânica do solo e expectativa de resposta à adubação

Adubação nitrogenada de acordo com o teor de matéria orgânica do solo e expectativa de resposta à adubação
(Fonte: Instituto Rio Grandense do Arroz)

No sistema semeadura em solo seco, os fertilizantes fosfatados e os potássicos devem ser aplicados e incorporados ao solo na semeadura. 

No sistema pré-germinado, o P e K podem ser aplicados e incorporados antes da semeadura. 

Adubação fosfatada e expectativa de resposta à adubação
Adubação potássica e expectativa de resposta à adubação

Adubação fosfatada (acima) e potássica e expectativa de resposta à adubação
(Fonte: Instituto Rio Grandense do Arroz)

Resposta de cultivares de arroz à adubação

Estudos atuais desenvolvidos no sul do Brasil mostram a resposta de cultivares de arroz ao manejo da adubação, como é o caso da IRGA 431 CL. 

Em experimentos realizados na safra 2018/2019 e 2019/2020, a cultivar foi responsiva à adubação. 

As lavouras produziram acima de 9 ton ha-1 quando foram adubadas, em média, com 147 kg ha-1 de N, 71 kg ha-1 de P e 105 kg ha-1 de K

gráfico de barras laranjas e verdes com Faixas de produtividade da cultivar IRGA 431 CL na safra 2019/2020 em função da adubação com N, P e K

Faixas de produtividade da cultivar IRGA 431 CL na safra 2019/2020 em função da adubação com N, P e K
(Fonte: Circular técnica – Irga 2020)

Na safra 2019/2020 também foram realizados experimentos de resposta à adubação nitrogenada para a IRGA 431 CL. Foi encontrada, em média, uma dose máxima de eficiência técnica (DMET) de 169 kg ha-1 de N e produtividade de 11,98 ton ha-1

gráfico com resposta da cultivar IRGA 431 CL ao Nitrogênio

Resposta da cultivar IRGA 431 CL ao Nitrogênio 
(Fonte: Circular técnica – Irga 2020)

Conclusão 

Neste artigo mostramos diferentes recomendações de adubação para o cultivo do arroz. 

O manejo da adubação do arroz deve acontecer com base no tipo de sistema utilizado (sequeiro ou irrigado), análise e correção do solo, produtividade esperada e potencial produtivo da cultura. 

Foi observado que em diferentes regiões do país, como no caso do Cerrado e Sul, ocorrem modificações nas recomendações de adubação. 

Todo o manejo nutricional também vai depender de outros fatores como: cultivar utilizada, rotação com culturas de sequeiro, potencial produtivo da região e condições de clima e solo. 

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Como você realiza o manejo da adubação para o arroz? Quais foram os resultados? Ajude outros produtores deixando sua experiência nos comentários!

Principais doenças do café: como identificar os sintomas e fazer o melhor manejo

Atualizado em 19 de julho de 2021.
Doenças do café: conheça melhor os danos e como controlar a ferrugem, manchas, cercosporiose, seca dos ponteiros e nematoides de galhas

Várias doenças afetam a cafeicultura. Muitas delas causam danos sérios, reduzindo ou anulando a produtividade do cafezal se mal controladas.

Um bom manejo passa, primeiramente, pelo conhecimento dos sintomas que elas provocam nas plantas e das condições que as favorecem. Assim, você pode estabelecer os métodos de controle viáveis.

Conheça as principais doenças do café, o que observar na lavoura e como fazer um controle mais eficiente. Confira!

O que favorece a ocorrência das doenças do café?

Quando se fala em doenças, um conceito é fundamental: o do triângulo da doença. 

Esse conceito mostra que para a ocorrência de determinada doença é necessário que se tenha:

  • ambiente favorável a seu desenvolvimento; 
  • hospedeiros para o agente causal; 
  • patógeno, o responsável por causar aquela doença.

Há oportunidades de manejar os três lados desse triângulo.

Você pode alterar o ambiente escolhendo o local de plantio, os sistemas de cultivo (sombreado ou pleno sol), o espaçamento da lavoura e o manejo. 

Com isso, você altera principalmente a umidade, a temperatura, luminosidade e estado nutricional da planta.

Quanto ao hospedeiro, é possível manejar a escolha de variedades resistentes a determinadas doenças, a remoção de restos culturais e controle de invasoras que possam ser hospedeiras.

Com relação ao patógeno, você pode utilizar métodos de controle – como os defensivos agrícolas – que atuam na redução de sua população. É o controle químico, propriamente dito.

Conhecer como atuar no sistema é importante no controle de doenças do cafeeiro, como você verá a seguir.

Principais doenças do café

A importância das doenças do café pode variar de região para região, bem como a época de sua ocorrência devido às variações nas condições ambientais.

Por isso, existem inúmeras doenças que podem causar problemas. As principais são:

A ocorrência de determinadas doenças do café se relaciona com determinadas épocas do ano ou estádio fenológico do cafeeiro, pois coincide com as condições ambientais que a favorecem.

Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix Berk. & Br)

A ferrugem do cafeeiro é favorecida por condições de:

  • alta umidade relativa;
  • temperaturas entre 20 ℃ e 24 ℃;
  • baixa luminosidade;
  • desbalanços nutricionais.

Ela causa desfolha da planta e até seca de ramos, comprometendo a produção. O monitoramento da ferrugem é feito com a coleta de 100 folhas do terço médio para cada talhão. 

Comumente, são utilizados agentes químicos para o controle de ferrugem. 

Eles podem ser aplicados de forma preventiva durante o período chuvoso ou quando constatada a doença e os danos atingirem o nível de dano econômico. Nesse caso, 5% das folhas infectadas.

Detalhe numa folha do sintoma de ferrugem do cafeeiro
Detalhe do sintoma de ferrugem do cafeeiro
(Fonte: Agrolink)

Uma alternativa para evitar os danos por ferrugem é o uso de variedades resistentes, como exemplifica a tabela abaixo. Além disso, espaçamentos maiores e nutrição adequada desfavorecem a ferrugem.

Mancha de phoma ou de ascochyta (Phoma spp.)

Também conhecida por requeima, a mancha de phoma é uma doença causada por algumas espécies de fungo do gênero Phoma

As espécies de maior importância para a cultura do café são: Phoma tarda e Phoma costarricensis.

A doença tem maior incidência em regiões com ventos fortes e altitude elevada (acima de 1000 m), alta umidade e temperaturas próximas a 20 ºC.

O florescimento do cafezal é o período mais suscetível para a ocorrência da doença.  

Os sintomas são observados em toda parte aérea da planta. São visíveis primeiro nas folhas mais novas. 

A doença causa desfolha da planta e seca dos ramos. Além disso, a mancha de phoma causa deformações e lesões necróticas nas folhas, flores e frutos.

A mancha de phoma provoca a morte de brotações novas, botões florais e a mumificação dos chumbinhos. Isso compromete diretamente a produtividade.

O controle da doença envolve a adoção de práticas culturais e o controle químico

Algumas medidas podem ser adotadas no manejo da mancha de phoma no cafeeiro:

  • uso de mudas certificadas;
  • maior espaçamento de plantio;
  • adubação balanceada;
  • instalação de quebra-ventos.
Sintomas de mancha de phoma em ramos e frutos de café (imagens A e B) e nas folhas (imagens C e D)
Sintomas de mancha de phoma em ramos e frutos de café (A e B) e nas folhas (C e D)
(Fonte: Revista Cafeicultura)

Mancha aureolada do cafeeiro (Pseudomonas syringae pv. garcae)

A doença mancha aureolada do cafeeiro também é conhecida por crestamento bacteriano ou mancha bacteriana. 

O patógeno da doença é a bactéria Pseudomonas syringae pv. garcae

A doença tem maior ocorrência em lavouras:

  • com até 4 anos de idade;
  • instaladas em áreas de elevada altitude;
  • sujeitas a ventos frios;
  • temperaturas amenas e alta umidade. 

Nas folhas, os sintomas são manchas necróticas que podem ou não serem circundadas por um halo amarelado. Ramos, flores e frutos também apresentam lesões necróticas. 

A mancha aureolada causa a queda de flores e frutos. Em estado avançado, a doença pode levar à desfolha, além de comprometer a produção.

O manejo da mancha aureolada no café consiste na aplicação de fungicidas cúpricos, no plantio de mudas sadias e na instalação de quebra-ventos.

primeira imagem com lesões de mancha aureolada em folhas de café; segunda imagem com ramo de café atacado pela mancha aureolada e terceira imagem com lavoura em primeira produção com incidência de mancha aureolada em ramos novos
Lesões de mancha aureolada em folhas de café (a); ramo de café atacado pela mancha aureolada (b) e lavoura em primeira produção com incidência de mancha aureolada em ramos novos (c).
(Fonte: Revista Visão Agrícola)

Mancha anular do cafeeiro (Coffee ringspot virus – CoRSV)

A mancha anular do cafeeiro é uma doença causada pelo vírus CoRSV. Ela pode se desenvolver em qualquer fase fenológica da cultura.

A transmissão e disseminação do vírus é feita pelo ácaro plano Brevipalpus phoenicis. Esse ácaro também é o vetor da doença conhecida como leprose nas culturas de citros.

Os sintomas da mancha anular são visíveis nas folhas e frutos do café

Nas folhas, os sintomas são manchas cloróticas circulares com a presença de anéis concêntricos.

Os sintomas são observados tanto em frutos verdes quanto maduros. Frutos maduros afetados pelo vírus apresentam manchas amareladas em baixo relevo.

Plantas infectadas podem apresentar desfolha, queda e maturação irregular dos frutos. A desfolha tem a característica de acontecer de dentro para fora, conferindo uma aparência oca à copa da planta

Como o vetor da doença é um ácaro, a principal medida de controle é o manejo com o uso de acaricidas.

primeira imagem com frutos sadios de café; outras imagens com sintomas de mancha anular: depressão na casca e maturação irregular dos frutos
Frutos sadios de café (a); sintomas de mancha anular: depressão na casca e maturação irregular dos frutos (b,c,d)
(Fonte: Boari, A. de J.; Embrapa Amazônia Oriental)

Cercosporiose (Cercospora coffeicola)

Também conhecida como mancha-olho-de-pomba, a cercosporiose é favorecida por condições quentes, úmidas e situações de déficit hídrico e/ou nutricional.

Os danos são causados em mudas e plantas adultas. Vão desde a desfolha da planta até danos diretos aos frutos. É potencializada por desbalanços nutricionais e alta carga de frutos.

Danos por cercosporiose nas folhas de café
Danos por cercosporiose nas folhas de café
(Fonte: Coopercam)
doença Cercosporiose em frutos
Cercosporiose em frutos
(Fonte: Vicente Luiz de Carvalho/Epamig)

O controle se dá pelo manejo de irrigação e aplicação de fungicidas via foliar, com acompanhamento visual dos sintomas. 

Além disso, adubações adequadas em nitrogênio e boa aclimatação das mudas antes do plantio ajudam a evitar essa doença. 

A planilha abaixo pode te ajudar a realizar uma boa adubação de café. Baixe gratuitamente clicando na imagem!

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Seca dos ponteiros

A seca dos ponteiros é causada por um complexo de agentes como Colletotrichum spp.; Phoma spp., Hemileia spp., Cercospora spp., Ascochyta spp.  

O ataque é fruto de desbalanceamento nutricional e condições úmidas. Pode causar perda de produção, pois causa a morte dos ramos.

Recomenda-se o manejo com fungicidas cúpricos, logo após a colheita em áreas com histórico da doença. Quebra-ventos e nutrição equilibrada ajudam a reduzir os problemas também.

Confira mais informações no vídeo:

Seca de Ponteiros | No Pé do Café

Nematoides das galhas (Meloidogyne spp.)

O gênero de nematoides com maior importância econômica para a cultura do café é o Meloidogyne.

Três espécies de nematoides das galhas se destacam pela patogenicidade e ocorrência nas áreas produtoras de café: 

  • Meloidogyne exigua;
  • Meloidogyne incognita;
  • Meloidogyne paranaensis. 

Na tabela abaixo, você pode conferir a distribuição geográfica das principais espécies de Meloidogyne que causam prejuízos às lavouras de café no Brasil.

tabela com principais espécies de Meloidogyne associadas ao cafeeiro no Brasil e sua distribuição geográfica
Principais espécies de Meloidogyne associadas ao cafeeiro no Brasil e sua distribuição geográfica
(Fonte: Boletim Técnico – Nematoides Parasitos do Cafeeiro

 A ocorrência dos nematoides de galhas é maior em solos arenosos e com pouca matéria orgânica.

Esses nematoides causam a formação de galhas no sistema radicular das plantas. Isso prejudica a absorção de água e nutrientes

Dependendo do nível de infestação e da susceptibilidade da cultivar, pode haver clorose, murcha e queda das folhas. Em casos de severas infestações, as plantas podem morrer.

Os sintomas do ataque por nematoides são mais evidentes em períodos de seca.

tabela de espécies de Meloidoginoses em cafeeiros no Brasil
Meloidoginoses em cafeeiros no Brasil
(Fonte: Boletim Técnico – Nematoides Parasitos do Cafeeiro)

O ideal é evitar a entrada dos nematoides na área. Para isso é essencial usar mudas de café certificadas e também limpar o maquinário agrícola ao mudar de talhão. 

Dessa forma, você evita que torrões de solo contaminados entrem em áreas isentas.

Em áreas em que os nematoides já são um problema fitossanitário, o manejo é realizado pela aplicação de nematicidas químicos e pelo plantio de cultivares de café resistentes.

Importante ressaltar que o controle de nematoides é difícil e caro. É fundamental adotar um conjunto de práticas de manejo, visando a reduzir o nível populacional de nematoides na área

Conclusão

Várias doenças podem afetar a produção de café. Para manejá-las é fundamental conhecer cada uma delas, seus sintomas, quando ocorrem normalmente e as condições que as favorecem. 

Um bom manejo das doenças do café começa pelo monitoramento, para que se possa agir na hora certa. Existem vários métodos para manejo, embora o mais comumente aplicado seja o químico.

Além disso, a prevenção ainda é o melhor remédio. Portanto, evitar condições favoráveis aos patógenos, quando possível, é sempre uma boa estratégia. 

E, na possibilidade de utilizar variedades resistentes – como no caso da ferrugem -, opte por isso.

Assim, aliando diversas técnicas de manejo, é possível tornar o sistema produtivo mais resiliente e sustentável.

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Tudo o que você precisa saber sobre a mancha de mirotécio no café

“Como o uso de drones na pulverização do cafeeiro pode trazer economia e eficiência nas aplicações”

E você, conhecia as principais doenças do café? Já precisou lidar com alguma delas? Adoraria ler sua experiência aqui nos comentários!

redatora Tatiza Barcellos

Atualizado em 19 de julho de 2021 por Tatiza Barcellos.
Engenheira-agrônoma e mestra em agronomia, com ênfase em produção vegetal, pela Universidade Federal de Goiás.

Como divulgar sua consultoria rural nas redes sociais e atrair mais negócios

Consultoria rural e redes sociais: entenda como tirar o melhor proveito dessa ferramenta para atingir o público certo e impulsionar seus negócios!

O agronegócio tem ampliado cada vez mais sua presença digital. Hoje, ao menos 42% dos produtores rurais usam a internet para se comunicar e buscar informações, segundo dados da ABMRA (Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio).

Diante deste cenário, é fácil perceber que o marketing digital no agronegócio é uma estratégia fundamental para alcançar novos clientes e alavancar os negócios, não é verdade?

Mas para não deixar essa oportunidade passar e se destacar da concorrência é preciso ter uma estratégia de marketing digital de sucesso. 

Por isso, trouxemos algumas dicas que vão te ajudar a divulgar sua consultoria rural nas redes socais. Confira! 

O marketing digital para o consultor

Uma nova forma de relacionamento com os clientes e também de atração de novos consumidores para o seu produto ou serviço, o marketing digital vai garantir visibilidade para o seu trabalho.

Para conhecer estratégias de sucesso, conversamos com o consultor agrícola Douglas Rouchez Rathke, que usa Instagram, LinkedIn e WhatsApp como suas ferramentas diárias de trabalho.

“Por meio deles eu consigo divulgar o que faço, mostrando as ações nas lavouras de clientes, novidades em maquinários, além de repassar orientações sobre o cotidiano do produtor rural,” explica.

Confira alguns passos para entrar de vez no mundo digital:

5 passos para divulgar melhor sua consultoria rural nas redes sociais

1 – Defina seu público-alvo

Assim, você saberá que tipo de recursos tecnológicos poderá usar para se relacionar com ele. Qual rede social tem mais a ver com quem você quer se conectar? 

Saiba como seu público se comporta, quais são suas características, motivações, desafios e objetivos. 

Para fazer isso, comece tendo como base sua carteira de clientes e possíveis clientes. Ali você terá uma lista de pessoas que podem lhe render boas informações. 

Anote as particularidades, observe as redes sociais destas pessoas, estejam elas satisfeitas ou não com os seus serviços ou com aqueles que você pensa em prestar. Observe o conteúdo de interesse que elas costumam compartilhar e curtir.

2 – Gere visibilidade 

Se você não contar, quem saberá? Esteja presente regularmente em suas redes sociais. 

Como no agronegócio geralmente se tem uma carteira de clientes fechada, se você não mostrar para todo mundo o que faz e como melhora a vida de outras pessoas, perde a chance de se destacar no mercado. 

A meta é ampliar a visibilidade do seu negócio, destacando tendências e inovações do segmento. Você pode passar informações que ajudem o produtor a aumentar sua produtividade, ajudar a solucionar problemas, esclarecer dúvidas. 

Foque na postagem de conteúdo qualificado via redes sociais. 

Use também hastags que gerem visibilidade. Replique informações de parceiros e empresas que podem aumentar a importância do que você aborda em suas redes. 

A dica aqui é: não pense na venda direta do seu serviço, mas na visibilidade que o seu trabalho terá nessas plataformas. Com o tempo, a venda tende a se tornar uma consequência natural dessa visibilidade.

3 – Impacte interessados 

Produza conteúdo relevante focado no que o seu público está buscando. Seja educativo, oriente, ajude a resolver problemas comuns a muitos que estão na lida diária no meio rural. 

Uma boa alternativa é criar material sobre temas que você trabalha, abordando técnicas ou casos de sucesso, por exemplo, que possam mostrar resultados importantes. 

Não se esqueça também dos vídeos com depoimento sobre os temas de interesse do público-alvo da sua consultoria.

4 – Engaje potenciais clientes

Mostre como seus clientes resolveram suas dificuldades com apoio da sua consultoria. 

Apresente ao seu público formas assertivas para a melhor tomada de decisão, de que modo você pode ajudar

Faça vídeos, ouça especialistas que possam ajudar a reforçar o que você fala nas redes sociais. 

5 – Venda soluções 

Abra possibilidades de interação com seu público.

Os stories (disponíveis no Instagram, Facebook e status do WhatsApp) divulgam sua postagem por 24 horas e são uma boa oportunidade. Eles atraem a atenção na hora de mostrar o que se tem para vender, mesmo que não sejam usadas as palavra “vende-se” ou “compre”. 

Ao citar o uso de um aplicativo de gestão rural com o Aegro, mostrando exemplos de como ele beneficia sua rotina, você pode atrair a atenção para a sua forma de trabalho e, dessa forma, agregar valor à sua consultoria.

Se você se organizou para chegar até aqui, a procura pelo seus serviços vai acontecer de forma espontânea. Acredite!

>>Leia mais: “Como vender a consultoria rural: o que você precisa saber para conseguir alcançar mais clientes

Como planejar o conteúdo para as redes sociais 

Foque no conteúdo e produza material com informações que possam interessar ao seu público nas mais diversas formas. Faça boas fotos, pense nas legendas, vídeos e tudo mais que agregar valor à mensagem que você quer passar.

Crie enquetes para saber o que mais agrada. Preste atenção em que tipo de informações eles querem ter. Fique atento às novidades do agronegócio.

Douglas Rathke explica que seu planejamento de conteúdo é constante, porque é preciso estar sempre atualizado. 

“Posso começar na época do início do plantio, depois trazer orientações sobre como fazer a semeadura em situações adequadas, abordar maquinários e sua eficiência, o que há de novo no mercado, por exemplo”, complementa.

O aplicativo WhatsApp pode garantir o reforço das informações para aquele público que não é tão frequente nas redes sociais.

“Pelo WhatsApp eu mostro meu conteúdo, apresento soluções e chego rápido também aos meus clientes ou possíveis clientes”, comenta. 

Ele cita que, se há ainda quem não fique conectado ao Instagram e Facebook, no WhatsApp todo mundo está. “É também um recurso para quem não tem frequência de sempre acessar as outras redes sociais e serve também para aqueles que não têm tanta facilidade no uso”, orienta Douglas.

Ele aponta que o fato de visitar alguma propriedade e pedir para fazer fotos ou usar o espaço como fundo para um vídeo também facilita o início de uma parceria que pode ser de grande sucesso. 

“Ainda que demonstrem não ter tanta intimidade com esse universo, os produtores se sentem valorizados quando têm seu trabalho mostrado, exposto, usado como exemplo. E isso cativa”, diz o consultor.

Conclusão

Em um tempo não muito distante, o relacionamento com o público-alvo era feito da empresa para o cliente. Hoje, essa relação se faz de forma bilateral: o cliente vem até a empresa pelas redes sociais, pelo site, via WhatsApp.

As campanhas de publicidade de um produto ou serviço eram focadas na venda, agora são na formação de autoridade, no reforço da marca. 

Se antes as vendas ocorriam, em sua maioria, por insistência do vendedor, nos dias atuais ocorrem por geração de interesse no produto ou serviço.

Quem ainda não faz da internet uma grande aliada perde inúmeras oportunidades de alavancar seus negócios e se destacar no mercado.

Aproveite as dicas passadas aqui, impulsione suas redes sociais e alcance mais clientes!

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Quais estratégias você tem adotado para expor seus serviços? Restou alguma dúvida sobre como divulgar sua consultoria rural nas redes sociais? Participe da discussão deixando seu comentário!