Georreferenciamento de imóveis rurais: o que é, para que serve e como fazer?

Georreferenciamento rural: quanto custa, quem precisa fazer, novas regras, quando deve ser feito e muito mais.

Se você atua no setor agrícola, já deve ter ouvido falar em georreferenciamento de imóveis. Esse procedimento tem como objetivo regulamentar a identificação de imóveis rurais.

Ele é obrigatório para todo e qualquer proprietário de imóveis rurais no país e necessário para emitir o CCIR (Certificado de Cadastro do Imóvel Rural). Sem ele, não é possível legalizar transferências imobiliárias, obter financiamento bancário ou ter acesso a crédito rural.

Ou seja: estamos falando de um de um processo essencial para uma boa gestão agrícola. Você sabe como esse processo é feito na prática?

Neste artigo, saiba quais são as novas regras de georreferenciamento da sua propriedade, quando é necessário fazer, quanto custa e muito mais. 

O que é georreferenciamento de imóveis rurais?

O georreferenciamento rural é um procedimento adotado pelo Incra para identificar, padronizar e regularizar os imóveis rurais no Brasil. Afinal, esse é um dos países com maior extensão territorial do mundo.

Na prática, por meio de um levantamento topográfico, o georreferenciamento coleta todos os dados necessários para a identificação dos imóveis que ocupam o território nacional. Esses dados são, por exemplo:

  • formato do terreno;
  • dimensão do terreno;
  • coordenadas geográficas (latitude e longitude) da área.

Assim, além de serem usados para fiscalização e planejamento do poder público, os dados coletados também garantem mais segurança para os proprietários dos imóveis. Afinal, eles evitam sobreposições, ocupações e desentendimentos relacionados à posse do terreno.

Além disso, o procedimento também é necessário para emissão do CCIR e para dar entrada em praticamente todos os procedimentos que envolvem o terreno de uma propriedade rural. Isso inclui desde compra e venda do imóvel até solicitações de financiamento do governo.

Quando é necessário fazer o georreferenciamento?

A Lei 10.267/2001 criou a obrigatoriedade do georreferenciamento de imóveis rurais para propriedades com mais de 100 hectares. Isso quando ocorre alteração de suas áreas ou titulares, como nos casos de:

  • Compra;
  • Venda;
  • Partilha (amigável ou judicial);
  • Desmembramento;
  • Remembramento
  • Transferência;
  • Hipoteca.

Em 2018, porém, um decreto do governo federal passou a exigir que todas as propriedades, independentemente do seu tamanho, realizem o procedimento.  A mudança trouxe consigo novos prazos para a regularização das propriedades. Veja abaixo:

  • Imóveis com área acima de 250 hectares: vigente;
  • Imóveis com área entre 100 e 250 hectares: 20/11/2018;
  • Imóveis com área entre 25 e 100 hectares: até 20/11/2023; 
  • Imóveis com área menor que 25 hectares até 20/11/2025.

Como fazer georreferenciamento de imóveis rurais

O georreferenciamento rural é realizado em duas grandes etapas.

Na primeira, são realizadas a identificação e o reconhecimento dos limites do imóvel por meio da medição da propriedade. O objetivo é garantir que não haverá erros 

nas distâncias medidas posteriormente por meio do levantamento topográfico.

Também faz parte dessa primeira etapa uma análise criteriosa da documentação do imóvel e dos terrenos vizinhos (a fim de evitar a sobreposição). Dentre eles, estão a descrição imobiliária do registro de imóveis e a documentação técnica já registrada no Incra.

O segundo passo é o levantamento no campo, que inclui a coleta e análise de dados físicos e geográficos a partir de fotogrametria. Essa técnica mede distâncias, formas e dimensões de objetos e elabora um registro fotográfico tridimensional da área.

São estes dados que precisarão ser validados pelo Incra para regularização do terreno e posterior emissão do Certificado de Cadastro do Imóvel Rural.

É importante destacar que a contratação de um profissional é essencial. Ela é fundamental tanto para a realização dos serviços de campo, quanto para o envio do material para o Sistema de Gestão Fundiária do Incra.

Quem pode fazer o georreferenciamento de imóveis rurais?

O serviço de georreferenciamento de imóveis rurais deve ser realizado por um profissional habilitado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Ele deve ser credenciado junto ao Incra (veja a lista de profissionais credenciados por estado aqui).

Tratam-se de engenheiros agrimensores, engenheiros cartógrafos, arquitetos, tecnólogos e técnicos nestas modalidades. Esses profissionais, de acordo com PL 2087/2004, devem ter cursado os seguintes conteúdos e disciplinas em suas grades curriculares: 

  • Topografia aplicadas ao georreferenciamento;
  • Cartografia;
  • Sistemas de referência;
  • Projeções cartográficas, 
  • Ajustamentos, métodos e medidas de posicionamento geodésico.

Novas regras para o georreferenciamento rural

Recentemente, o Incra divulgou novas regras para o georreferenciamento de imóveis rurais. Agora, o georreferenciamento poderá utilizar novas metodologias (como sensoriamento remoto com o uso de drones, por exemplo) durante o processo. 

Segundo o órgão, essa alteração não afetará direta e imediatamente os proprietários de imóveis rurais. Entretanto, ele deve facilitar o trabalho do profissional responsável pelo georreferenciamento.

As mudanças foram publicadas na segunda edição do Manual Técnico para Georreferenciamento de Imóveis Rurais, em 23 de dezembro de 2022. Elas entraram em vigor no dia 30 do mesmo mês.

Quanto custa o georreferenciamento de imóveis rurais

A média cobrada no mercado costuma oscilar entre R$ 250 e R$ 350 por hectare. Entretanto, diversos fatores podem interferir no preço cobrado pelo georreferenciamento rural.

A experiência do profissional contratado, os equipamentos utilizados, o tamanho e as especificidades da área que será georreferenciada são alguns exemplos.  Por isso, a dica é fazer uma boa pesquisa e realizar diferentes orçamentos antes de fechar o serviço.

O que acontece se o georreferenciamento não for feito?

Apesar de obrigatório e necessário para legalizar transferências imobiliárias, a não realização do georreferenciamento não implica em nenhum tipo de multa, sanção ou penalização. Entretanto, é um passo a menos no seu gerenciamento rural.

As únicas consequências sofridas pelos proprietários que não fazem o georreferenciamento  são a desvalorização do imóvel no mercado. Além disso, há a impossibilidade de legalizar a venda (ou qualquer outra transação) com suas terras.

Ou seja, quem produz não poderá fazer qualquer tipo de mudança na titularidade, na dimensão da área, na localização, no tipo de exploração feita e na classificação fundiária. Ainda, é claro, não é possível acessar benefícios governamentais como custeio agrícola.

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Conclusão

A extensão do território brasileiro é a quinta maior do planeta. Nesse contexto, manter o registro das propriedades rurais se provou muito mais do que mera burocracia.

Além de evitar sobreposições, o georreferenciamento é uma poderosa ferramenta para que proprietários de imóveis rurais tenham maior conhecimento e controle de suas terras. Assim, eles podem realizar uma gestão mais eficiente de suas fazendas.

Por isso, se você é proprietário(a) de terras rurais, atente-se ao prazo para realizar o georreferenciamento do seu terreno!

Já fez o georreferenciamento de imóveis rurais alguma vez? Se quer ver mais assuntos como esse, não deixe de assinar nossa newsletter e receber semanalmente conteúdos fresquinhos. 

Passo a passo para fazer o cálculo de semeadura de milho

Cálculo de semeadura de milho: veja como definir população de plantas, quantidade de sementes, taxa de semeadura, dicas e mais!

Um dos principais momentos na lavoura é a semeadura. No milharal, este momento é ainda mais importante por causa da fenologia do milho e outras características delicadas dessa cultura.

Não basta apenas colocar as sementes no solo, sem qualquer parâmetro. É necessário fazer alguns cálculos para que a quantidade de sementes esteja correta, garantindo assim boa produtividade do milho.

Neste artigo, veja as principais contas que você precisa fazer antes dessa etapa para obter o máximo potencial produtivo que seu híbrido pode fornecer. Assim, você consegue fazer um bom planejamento para a cultura do milho. Boa leitura!

Como fazer o cálculo de semeadura do milho?

Nessa cultura, é importante definir qual híbrido de milho irá ser semeado para aí sim calcular a semeadura do milho. Existem diversos híbridos comerciais no mercado. Antes de fazer essa escolha, considere os seguintes aspectos:

Com a definição da melhor variedade de milho a ser semeada, você precisa fazer os cálculos para saber a quantidade ideal de sementes para semear toda a área. Veja a seguir os principais cálculos de semeadura do milho a serem feitos.

Como calcular a população de plantas de milho por hectare

O primeiro passo é saber qual a recomendação do híbrido escolhido em relação a quantidade de plantas por hectare. Para todas as culturas, a população de plantas ideal já vem pré definida com o híbrido ou cultivar escolhido.

Quem faz essa predefinição são pesquisas conduzidas em diversas regiões produtoras. Assim, o material poderá expressar seu máximo potencial produtivo. Ou seja: quantos grãos de milho plantar por hectare depende da marca de híbrido escolhido por você.

A população de plantas está definida dentro de um intervalo considerado ideal. Ainda assim, é importante seguir a recomendação técnica, pois a população ideal de plantas definidas é aquela que te traz melhor aproveitamento de água, luz e nutrientes.

Como calcular a quantidade de sementes de milho por metro

Com a população de plantas definida, o próximo passo é saber a quantidade de sementes por metro. Para isso, é preciso ter os dados de população de plantas e espaçamento a ser utilizado. O espaçamento entre linhas para cultura do milho varia muito entre:

  • 0,45 m;
  • 0,50 m;
  • 0,90 m.

Segundo a Embrapa, espaçamentos mais (45 cm a 50 cm entre linhas) tem apresentado melhores resultados em comparação com espaçamentos maiores (80 cm a 90 cm). Isso acontece especialmente quando se utilizam densidades de plantio mais elevadas.

Outra vantagem destacada é a maior rapidez no fechamento de linhas quando o espaçamento é reduzido. Essa técnica é mais eficaz no controle de plantas daninhas. Sabendo estes dados, é possível definir a quantidade de plantas por metro. Veja o cálculo a seguir:

Como calcular a taxa de semeadura do milho

Feito o cálculo de sementes por metro, é preciso considerar a germinação antes de regular a semeadora. O cálculo que considera a quantidade de sementes viáveis do lote é chamado taxa de semeadura.

Para saber a porcentagem de germinação do híbrido escolhido, basta olhar no rótulo da embalagem. Se você ainda não recebeu as sementes, pergunte para o vendedor. Feito isso, você pode realizar o teste a seguir:

Pelo cálculo, é preciso ter 3 sementes/metro para obter a população de plantas definida.

Como calcular a quantidade de sementes de milho para um hectare 

Definindo a taxa de semeadura, basta saber a quantidade de sementes que você irá utilizar em um hectare e depois na área total. Há dois modos de fazer este cálculo. Veja:

Normalmente, para fazer a compra, é colocado 10% a mais de sementes a serem semeadas por causa de problemas com as máquinas ou perdas durante o abastecimento ou transporte. Por isso há na fórmula acima a multiplicação de 1,1.

O milho, atualmente, é comercializado em número de sementes. As empresas colocam 60 mil sementes em cada saco, geralmente. Com nosso exemplo, é preciso ter 1,22 sacos para semear um hectare de milho. 

Caso a área total semeada seja 100 hectares, seriam necessários 122 sacos. Caso em alguma revenda ainda seja comercializado o milho em kg, o cálculo feito é diferente. Com a conta a seguir, você consegue saber quantos quilos de milho por hectare você deve plantar.

Dicas para melhorar a semeadura do milho

Dicas para melhorar a semeadura do milho  

Após fazer os cálculos necessários de semeadura de milho e fazer a compra das sementes, o próximo passo é o momento de semear. Nessa etapa, é importante ter alguns cuidados para que a semeadora consiga colocar as sementes com espaçamento correto entre plantas.

Regulagem correta da semeadora

Antes de tudo, faça uma boa regulagem da semeadora. Faça as revisões necessárias e, antes de começar o plantio, coloque o disco de tamanho ideal para seu híbrido. Feito isso, confira se está caindo a quantidade correta de sementes por metro linear.

Para isto, ande com a semeadora por cerca de 10 metros em local limpo. Depois disso, confira em pelo menos 2 metros se está caindo a quantidade desejada de sementes. Confira também se não estão caindo duas sementes no mesmo local.

Além disso, é sempre bom saber qual é a melhor semeadora para milho no mercado. Tendo os equipamentos corretos, a produtividade do milho é ainda mais preservada. 

Quer uma ajuda para controlar melhor o status da manutenção das máquinas da sua fazenda? Separamos uma planilha ideal para esse momento, totalmente gratuita. Basta clicar na imagem abaixo e acessar.

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Velocidade de plantio

A velocidade de plantio é outro ponto de atenção. Com a velocidade correta, você garante que as sementes sejam depositadas no solo de modo correto, evitando falhas e duplas. A velocidade ideal da semeadora é entre 4 km/h a 6 km/h.

Na imagem abaixo, veja como é o efeito da velocidade do plantio da densidade final da sua plantação. Além disso, você confere que a velocidade correta afeta também na produtividade da sua cultura.

Efeito da velocidade do plantio na densidade final e na produtividade do milho
Efeito da velocidade do plantio na densidade final e na produtividade do milho
(Fonte: Embrapa)

Profundidade de plantio

A profundidade é outro fator que interfere no estabelecimento das plântulas em campo. Para isso, é importante garantir que as sementes fiquem entre no máximo de 3 cm a 5 cm de profundidade.

Garantir uma profundidade uniforme no plantio de milho pode parecer trabalhoso, mas é uma das etapas mais fundamentais e que não podem ser ignoradas. Afinal, uma boa profundidade também evita alguns dos principais danos em grãos de milho.

Depois de ter semeado corretamente o milho, você precisará começar a pensar e planejar a adubação. Para te ajudar nesse processo, separamos uma planilha gratuita para facilitar o cálculo de adubação e controle dessa tarefa. Clique na imagem abaixo para acessar:

planilha calculo fertilizante milho e soja

Conclusão

Neste texto, você viu que é importante fazer os cálculos de semeadura do milho já no planejamento da cultura. Ainda, lembre-se que fazer os principais cálculos é uma etapa um tanto quanto trabalhosa, mas fundamental.

Não deixe de considerar o que influencia nos cálculos e de onde vem cada valor a ser utilizado. Feito isso, você garante ainda mais assertividade no processo.

Não deixe de relembrar as dicas importantes que demos aqui para que seus cálculos não sejam em vão. Assim, você obterá o melhor aproveitamento na operação de semeadura.

>> Leia mais:

“Previsão do preço do milho: o que esperar para 2023”

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Como controlar pragas com ajuda da Beauveria bassiana?

Beauveria bassiana: saiba o que é, como fazer as aplicações, custos, vantagens do uso, onde encontrar e muito mais!

O fungo Beauveria bassiana pode ser encontrado nos solos de todo mundo.

É classificado como fungo entomopatogênico, porque causa doenças em insetos. Para a produção agrícola, especialmente no caso das pragas, é um grande benefício. 

Depois da sua descoberta como um aliado no controle de pragas, ele passou a ser multiplicado em massa. Posteriormente, foi liberado nas lavouras das mais diversas culturas.

Para ter o maior benefício possível no uso desse fungo, é importante entender como fazer uma aplicação mais eficiente. Neste artigo, saiba esses e outros detalhes importantes sobre o Beauveria bassiana. Boa leitura!

O que é o fungo Beauveria bassiana?

Beauveria bassiana é um fungo entomopatogênico capaz de parasitar insetos, causando uma doença fatal em vários deles. Ele está presente naturalmente em solos do mundo inteiro, e por isso diversos estudos foram feitos para compreender seu potencial no controle de insetos

Atualmente, já são conhecidas mais de 200 espécies de insetos que são afetadas pelo fungo. A Beauveria bassiana atua da seguinte maneira em contato com as pragas e com as plantas:

  • capacidade de causar doenças;
  • produção de substâncias tóxicas às pragas;
  • estimula sinais químicos na planta antes do ataque dos insetos, ativando suas defesas.

O fungo afeta os insetos de forma contínua, como resultado cumulativo da produção de toxinas. Ele entope importantes canais de absorção de água e nutrientes das pragas. Como consequência desse e de outros efeitos, as pragas morrem.

O fungo também pode permanecer sob raízes, solo e água, criando oportunidade para disseminação rápida. Este fato requer atenção de quem produz, porque o fungo pode causar danos aos inimigos naturais de pragas presentes na lavoura.

Quais pragas o  inseticida biológico Beauveria bassiana controla?

As pragas controladas pelo Beauveria bassiana dependem do produto em questão. Entretanto, as principais pragas controladas pelo produto são:

Vale ressaltar novamente que a indicação de controle para determinada praga deve ser conferida na bula do produto, pois há variação entre fabricantes. Essa variação depende do isolado utilizado na formulação.

Sintomas e sinais da infecção por Beauveria bassiana
Sintomas e sinais da infecção por Beauveria bassiana em lagarta (A), fungo cultivado em meio de cultura (B e C), conídios do fungo em detalhes (D, E e F)
(Fonte: Castro)

Como aplicar Beauveria bassiana (dose, custo e bula)

Se você pretende usar o Beauveria bassiana na sua lavoura, é necessário tomar alguns cuidados na aplicação. Por exemplo:

  • Prepare a calda e aplique nas horas mais frescas do dia, com alta umidade do ar;
  • Fins de tarde e dias nublados são ideais para aplicação do fungo Beauveria bassiana;
  • Evite misturas ou resíduos de outros produtos no tanque de pulverização, assim como nas demais estruturas do equipamento. Assim, você evita contaminação e redução da eficiência do produto;
  • Dissolva o produto em um primeiro momento em menor quantidade de água (20 litros). Em seguida, dissolva o conteúdo no pulverizador contendo 2/3 da água necessária para a calda.
  • As recomendações de aplicação variam conforme a bula, então sempre leia antes de começar o preparo da calda.

Também é importante ficar por dentro do custo de aplicação desse fungo na lavoura. O custo depende da praga alvo a ser controlada e da cultura, o que determinará a melhor tecnologia de aplicação e tipo de formulação. No entanto, em geral, o custo é baixo.

Se você pretende usar o fungo na sua lavoura, é preciso ficar de olho no preço da Beauveria bassiana. Embalagens com cerca de 1kg do produto costumam custar cerca de R$ 160, valor que pode variar bastante conforme o fabricante.

planilha - calcule seus custos

Limitações do uso desse fungo no controle de pragas

Esse fungo pode causar danos em inimigos naturais presentes na lavoura, que ajudam no controle de pragas agrícolas.

Ainda, no caso de inseticidas sintéticos e outros defensivos, há uma forma específica de preparo das caldas. Além disso, é necessário fazer um monitoramento constante das condições ambientais para sua aplicação.

Para isso, indica-se o preparo da calda no máximo uma hora antes da aplicação. Você também deve manter os equipamentos sem a presença de outros produtos, especialmente em função da incompatibilidade

Além disso, a adição de adjuvantes agrícolas pode reduzir a população de fungos viáveis. Ou seja, fique de olho também nesse aspecto.

Outra limitação do uso da Beauveria bassiana é a lentidão do seu funcionamento. Enquanto inseticidas sintéticos matam as pragas em até algumas horas, esse fungo pode levar entre 6 a 14 dias. 

O fungo também depende de condições ambientais favoráveis para a germinação dos esporos no hospedeiro. São ideais as temperaturas entre 23°C a 28°C, além de alta umidade relativa do ar.

Por fim, a fabricação desse fungo na fazenda não é indicada. Por isso, é necessário adquiri-lo através de fabricantes do mercado, devidamente regulamentados.

Vantagens no uso do fungo na lavoura

Uma grande vantagem é que esse fungo pode ser usado independentemente da cultura. Para os produtos sintéticos, isso não ocorre. Geralmente, no caso dos sintéticos, há indicações para algumas culturas específicas.

Ainda, ele pode ser usado na produção orgânica por possuir autorização para esse fim.

Outra vantagem é que a Beauveria bassiana pode continuar a se reproduzir na praga que foi controlada, disseminando outros esporos na área. Mas atenção, essa característica não anula a necessidade de outras aplicações.

O fungo pode também ser utilizado no manejo integrado de pragas, especialmente no manejo anti-resistência. Afinal, muitos insetos são resistentes aos inseticidas químicos disponíveis no mercado, caso de diversos insetos alvo do fungo, como a mosca-branca

Como conseguir Beauveria bassiana?

Alguns produtores relatam dificuldades em conseguir Beauveria bassiana para aplicação em suas lavouras. Ainda, muito se pergunta sobre como produzir o Beauveria bassiana ou como multiplicar o Beauveria bassiana.

Entretanto, vale ressaltar que produtos formulados a partir do fungo entomopatogênico podem ser adquiridos diretamente em revendas ou em empresas de controle biológico. A produção desse fungo na fazenda não é recomendada.

No Agrofit, podem ser encontradas 93 diferentes formulações registradas. No entanto, é importante conferir atentamente a bula do produto. Afinal, para diferentes fabricantes, há indicações específicas quanto às pragas controladas e modos de aplicação.

O fungo pode ainda ser formulado em mistura com outros fungos utilizados no controle de pragas, como Metarhizium anisopliae e Isaria javanicaDesta forma, as recomendações variam de acordo com a formulação do produto e do fabricante.

planilha manejo integrado de pragas

Conclusão

É gigante o potencial da Beauveria bassiana no controle de importantes pragas nas lavouras. Além disso, vimos aqui inúmeras vantagens do uso desse fungo.

A possibilidade de aplicação sem restrição de culturas e custo baixo de aplicação são as principais delas. 

Para máxima eficiência das formulações de Beauveria bassiana é indispensável que as recomendações da bula sejam seguidas. Tome cuidado quanto às doses do produto e, na dúvida, consulte um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a)

Você já conhecia o fungo Beauveria bassiana? Está pensando em utilizá-lo na sua lavoura? Inscreva-se na nossa newsletter para não perder mais conteúdos como esse.

Veja como adotar práticas de tecnologia e sustentabilidade no campo na sua fazenda

Agricultura sustentável: qual a sua importância, quais são as práticas que devem ser implementadas e como a tecnologia te ajuda nesse processo.

Nos últimos anos, o modelo convencional de agricultura tem sido alvo de duras críticas em razão dos danos ambientais e sociais. Diante disso, tem crescido a busca por modelos de exploração agrícola mais sustentáveis. 

É fundamental usar recursos naturais de forma mais racional, mantendo a capacidade produtiva a longo prazo. 

Para conseguir dar conta da produção de alimentos e sustentabilidade no campo, ao mesmo tempo, é preciso ficar por dentro das melhores práticas.

Neste artigo, saiba mais sobre o que é e como implementar práticas de sustentabilidade na agricultura na sua fazenda. Confira a seguir. Boa leitura!

O que é sustentabilidade no agronegócio?

A sustentabilidade no campo é um conceito que precisa estar sempre presente no cotidiano de quem produz. Assim, é possível unir produtividade das culturas com conservação ambiental. Isso garante que as empresas rurais atendam a demanda de alimentos sem danos à natureza. 

Afinal, um dos grandes desafios das próximas décadas se refere à produção de alimentos, fibras e energia em quantidade suficiente para a população. Esta, por sua vez, cresce de forma exponencial. 

Tendo em vista a finitude dos recursos naturais, é urgente a necessidade de repensar o modo de consumo e o modelo de agricultura atual. Somente assim será possível propor soluções que garantam a sustentabilidade no campo. 

Na agricultura, a sustentabilidade é fundamentada na valorização dos recursos internos dos sistemas agrícolas produtivos. 

A sustentabilidade se baseia em três pilares: econômico, social e ambiental. Em outras palavras, uma atividade sustentável deve ser economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente correta.

Portanto, o desenvolvimento sustentável pode ser entendido como a busca por atender as necessidades do presente. Tudo isso, é claro, sem comprometer as necessidades das futuras gerações.

Tripé da sustentabilidade
(Fonte: Adaptação dos três pilares de Elkington, 1997)

Agricultura convencional x agricultura sustentável

A diferença básica entre o modelo de agricultura convencional e a sustentável é o fato de a agricultura sustentável se aproximar da realidade. Afinal, ela é multidisciplinar.

Enquanto isso, o modo de produção convencional valoriza a universalidade e a transferência de pacotes tecnológicos. Como resultado, tem-se maior desperdício de água, poluição do ambiente, degradação do solo, além de acentuar as desigualdades sociais.

Assim, fica claro que a agricultura sustentável é o único caminho viável para o futuro. É bom lembrar que ela também tem o objetivo de atender a demanda de alimentos, fibras, biocombustíveis, produtos madeireiros e não-madeireiros.

Ao mesmo tempo, na agricultura sustentável tem-se o uso racional dos recursos, o que contribui para a preservação do meio ambiente

Além da preocupação ambiental, a agricultura sustentável busca proporcionar boas condições de trabalho para todos os envolvidos no processo e aumentar a produtividade.

Importância da sustentabilidade no agronegócio

A palavra “sustentabilidade” tem sido bastante utilizada em diferentes setores. Na agricultura, a adoção de práticas sustentáveis garante a manutenção dos recursos naturais e da produtividade agrícola a longo prazo. 

Além disso, reduz os impactos adversos no meio ambiente e favorece a biodiversidade. A agricultura sustentável promove a conservação do solo, da água e dos recursos genéticos animais e vegetais.

O uso de ações sustentáveis também pode agregar valor aos produtos agropecuários brasileiros no mercado interno e externo. E assim, remunerar adequadamente os trabalhadores rurais. Essas práticas otimizam a produção agrícola com o mínimo de insumos químicos.

diagnostico de gestao

Quais são as práticas sustentáveis no campo?

Com o aumento da preocupação ambiental, tem crescido também o interesse por práticas agrícolas que atendam os requisitos de sustentabilidade. Isso pode ser feito de forma total ou parcial. Confira algumas práticas que garantem maior sustentabilidade das atividades:

Para garantir a sustentabilidade do agronegócio, é fundamental adotar diferentes técnicas de manejo, aliadas às inovações tecnológicas. Somente assim é possível minimizar impactos ambientais e sociais, além de melhorar a eficiência de uso dos insumos e evitar o desperdício.

As inovações tecnológicas voltadas para o agronegócio têm contribuído muito para o desenvolvimento sustentável no campo. A transformação digital da agricultura possibilitou melhorar a gestão dos recursos e aumentar a produtividade. 

A transformação digital engloba uma série de tecnologias e conceitos que devem ser postos em prática. Confira algumas delas a seguir. 

Digitalização, internet das coisas e computação em nuvem

A internet das coisas e a computação em nuvem possibilitam o acesso de informações, arquivos e serviços pela internet. De qualquer lugar, é possível acessar dados e ferramentas sem a necessidade de instalação de programas e com atualização em tempo real.

A computação em nuvem promove a redução de custos e economia de espaço, uma vez que o armazenamento é todo virtual. Além disso, o armazenamento de dados na nuvem facilita o acesso por toda a equipe de trabalho envolvida. 

O uso dessas ferramentas, pouco a pouco, ajuda a construir uma agricultura cada vez mais digital. Uma agricultura mais moderna possui inúmeras vantagens, como diminuição dos seus custos e também da sua carga de trabalho. 

Ainda tem dúvidas de como a tecnologia pode te ajudar a tornar seu negócio rural mais sustentável? Separamos para você um guia completo e gratuito, com todas as informações necessárias.

Biotecnologia e bioinformática 

São duas importantes tecnologias que garantem diversos avanços na produção animal e vegetal.  A partir delas, é possível integrar e analisar um grande volume de informações. 

Assim, é possível compreender os mecanismos biológicos e realizar análises em diferentes níveis de complexidade, criando uma extensa rede de informações.

Zoneamento agrícola de risco climático (Zarc)

O zoneamento agrícola é uma ferramenta de gestão de riscos na agricultura. Ele fornece os períodos de semeadura com menor risco climático e também os municípios com condições climáticas favoráveis para o cultivo de determinada cultura.

As informações do Zarc podem ser acessadas de três modos: aplicativo Zarc – Plantio Certo; Painel de Indicação de Riscos e Portarias de Zarc por Estado.

Agricultura de precisão e tecnologia de aplicação

Trata-se de um conjunto de tecnologias que possibilita a coleta e análise de dados, como o teor de umidade do solo, clima e características das plantas.

No meio rural, a digitalização dos dados tem contribuído para assegurar maior controle em todas as etapas da cadeia produtiva. Assim, a agricultura de precisão aumenta a eficiência no uso dos recursos e na redução dos custos.

A tecnologia de aplicação em taxa variável é uma ferramenta da agricultura de precisão que possibilita variar a taxa de insumos em diferentes pontos da área. Dessa forma, os insumos são aplicados somente quando necessário, na dosagem requerida e no momento adequado. 

Inteligência artificial

Hoje em dia, é cada vez mais comum o uso de inteligência artificial, softwares, drones e VANTs (os veículos aéreos não tripulados). Eles são usados no monitoramento de áreas e até mesmo na aplicação de defensivos agrícolas.

Nesse sentido, os benefícios da tecnologia na agricultura e no desenvolvimento sustentável no campo são indiscutíveis. No entanto, é preciso deixar claro que a adoção de determinadas tecnologias exige significativos investimentos. 

Isso acaba não sendo acessível para uma grande parcela de produtores rurais, principalmente, os pequenos. Assim, a adoção de tecnologias pode variar conforme o contexto geográfico e socioeconômico.

Conclusão

A sustentabilidade garante que as necessidades do presente e das gerações futuras sejam atendidas. Ela se baseia em três pilares: ambiental, econômico e social.

Uma atividade sustentável se preocupa com as condições de trabalho e a remuneração dos colaboradores, além de preservar o meio ambiente. Ainda, é claro, a sustentabilidade no campo ajuda a reduzir os impactos ambientais e agregar valor aos produtos agropecuários.

A inovação e a tecnologia têm contribuído muito para o desenvolvimento sustentável no campo. Porém, aderir às inovações tecnológicas demanda significativos investimentos, então procure organizar as suas finanças e avaliar quais das tecnologias se aplicam à sua realidade.

Você já conhecia essas práticas de sustentabilidade no campo? Se quer ficar sempre por dentro das novidades do agronegócio, não deixe de assinar nossa newsletter.

Saiba o que é e para que serve o superfosfato simples

Superfosfato simples: conheça os principais fertilizantes do mercado, como utilizar, custo-benefício e muito mais.

O superfosfato simples é uma fonte de fósforo para as plantas. Ele é obtido através do tratamento de rochas fosfatos naturais, como a fosforita e a apatita. As reservas de fósforo disponíveis no mundo para exploração econômica são suficientes apenas até 2050.

Justamente por isso, compreender quais fontes deste elemento são melhor aproveitadas pelas plantas é fundamental. Ainda, possibilitar as melhores condições do solo para aumentar a absorção do nutriente também é uma prática importante. 

Neste artigo, saiba mais sobre o superfosfato simples e entenda como escolher a mais adequada da fonte de fósforo para a lavoura. Saiba também sobre a diferença entre superfosfato triplo e simples. Boa leitura!

Qual é a composição do superfosfato simples?

O super simples, também conhecido como superfosfato simples ou SSP, é um fertilizante obtido através da adição de ácidos em rochas. Como resultado deste processo, a composição do superfosfato simples é próxima de 18% de fósforo, 16% de cálcio e 10% de enxofre

A fórmula do superfosfato simples é Ca(H2PO4)2 + CaSO4 2H2O. Ainda, além de disponibilizar fósforo quando aplicado, também é fonte de outros nutrientes importantes. O enxofre, por exemplo, é importante para as plantas por participar de processos importantes.

O nutriente ajuda na síntese de proteínas e aminoácidos essenciais. Ainda, é indispensável para o desenvolvimento das raízes e para a fotossíntese. Além disso, na maioria das áreas de produção, o enxofre é encontrado em quantidades abaixo das necessárias para as plantas.

Também é bom lembrar que os efeitos do superfosfato simples sobre o pH do solo são praticamente nulos. Esse parâmetro é fundamental para que os nutrientes sejam disponibilizados para as plantas. O oposto acontece no uso de outros fertilizantes, como:

  • termofosfato;
  • fosforita de olinda.

Importância do fósforo para as plantas

Dentre os macronutrientes essenciais (nitrogênio, fósforo e potássio), o fósforo exerce papel fundamental para as plantas. Isso sobretudo nos processos de armazenamento e utilização da energia captada pela luz solar, pelo processo de fotossíntese. Ainda, o fósforo:

  • é exigido em grandes quantidades pelas plantas;
  • participa do crescimento das raízes, da formação de grãos, frutos e fibras;
  • está diretamente envolvido na maturação dos grãos e frutos.

O fósforo é o elemento que possui maior dificuldade de absorção pelas plantas. Afinal, ele é considerado imóvel no solo. Além disso, a depender das características físicas e do tipo de solo, pode estar presente em quantidades adequadas, mas  indisponível para absorção. 

Mobilidade de diferentes nutrientes no solo. Da parte superior esquerda para para direita: água, nitrato, amônio, fósforo, potássio, cálcio, enxofre e cloro. 
(Fonte: Manual de Fertirrigação Yara)

Essa indisponibilidade está ligada ao pH do solo. Em solos ácidos, o fósforo pode estar presente no solo, mas indisponível para plantas. Além da fonte de fósforo adequada, condições do cultivo e características do solo são importantes para seu melhor aproveitamento.

Uma das alternativas disponíveis e mais utilizadas como fonte de fósforo no mercado são os fertilizantes fosfatados.

Quais as vantagens do uso do fertilizante super simples?

O superfosfato é altamente solúvel no solo. Isso acontece em função do método de fabricação do fertilizante fonte de fósforo, como a adição de ácidos para a sua solubilização. Ainda, a purificação e concentração da rocha fosfática também auxilia nesse processo.

Desta forma, os superfosfatos possuem alta eficiência devido à liberação rápida e de forma prontamente disponível. Após a aplicação no solo, o superfosfato simples libera fósforo rapidamente no solo, o que contribui para a absorção das plantas.  

Qual a desvantagem do superfosfato simples?

Como desvantagem principal do superfosfato simples, podemos destacar o fato deste fertilizante ser importado. Desta forma, ele fica suscetível a alterações abruptas de preços e também da disponibilidade.

Isso acontece especialmente em cenários conturbados, como os conflitos vivenciados no Oriente Médio. Por esse motivo, é necessário um enorme planejamento para compra de insumos para evitar ficar sem estoques de fósforo na lavoura.

Outra desvantagem é que a alta solubilidade pode causar perdas por lixiviação na sua cultura agrícola, especialmente em solos de pH ácido. Isso também acontece em épocas de alta incidência de chuvas, que podem levar o nutriente para camadas mais profundas do solo.

Diferença entre o adubo superfosfato simples e triplo? 

A principal diferença entre superfosfato simples e superfosfato triplo é a disponibilidade para as plantas. No caso dos superfosfatos, como o superfosfato triplo, o efeito da sua adição à lavoura pode ser observado tanto no primeiro ano, como em anos posteriores.

Entretanto, é necessário se manter atento, pois uma única aplicação não é garantia de que as plantas poderão absorver o nutriente. Além disso, após a extração pelos cultivos, é necessário que adubações de manutenção e correção sejam realizadas.

Outra diferença encontra-se nas quantidades de fósforo disponíveis. No caso do superfosfato triplo, segundo as garantias mínimas legais impostas pelo Mapa, a quantidade mínima de fósforo solúvel em água deve ser de 41%

Ainda, o superfosfato triplo possui 10% de cálcio, além da ausência de enxofre em sua composição. Por conter maiores quantidades de fósforo e exigir menor quantidade para aplicação na lavoura, pode ser encontrado com preços mais atrativos.

Quanto a qual dessas opções é a melhor para se utilizar na área de cultivo, depende da disponibilidade de enxofre. Se a área apresentar baixa disponibilidade de enxofre, a opção mais acertada pode ser o superfosfato simples

Cabe salientar que existem fontes mais baratas para reposição deste nutriente, como o enxofre elementar. Além disso, é importante observar as características da área, pois o superfosfato simples é mais suscetível à lixiviação.

Principais fertilizantes fosfatados do mercado

Existem diversas opções de fertilizantes fosfatados do mercado, obtidos a partir de diferentes métodos. Dentre os principais, estão:

  • os fosfatos acidulados, como superfosfato simples e superfosfato triplo; 
  • os fosfatos de amônio, como o monoamônio fosfato e o diamônio fosfato;
  • os termofosfatos, como os termofosfatos magnesianos;
  • os fosfatos naturais, como os importados de Arad, Gafsa, Carolina do Norte, e os nacionais, como os Fosfatos de Araxá e Patos de Minas.

Os fosfatos acidulados são obtidos através do uso de ácidos. Os fosfatos de amônio se formam na reação de amoníaco com ácido fosfórico. 

Os termofosfatos, em contrapartida, são obtidos através do tratamento térmico de rochas fosfatadas. Podem ainda ser obtidos por meio da adição de outros materiais, como o silicato de magnésio.

Cada uma das fontes apresenta particularidades quanto ao benefício ao sistema. Dentre todas as fontes listadas, os superfosfatos acidulados solúveis em água são os mais utilizados na agricultura mundial.

Como usar o superfosfato simples? 

A forma mais eficiente para que o fósforo seja adicionado ao solo é por meio da aplicação a lanço e posterior incorporação. Desta forma, são fornecidas as melhores condições para que as plantas possam absorver não somente o fósforo, mas também a água e outros nutrientes.

Por isso, a análise do sistema de cultivo de forma geral é fundamental para o melhor aproveitamento deste macronutriente de difícil absorção pelas plantas. 

Dadas as diferentes fontes de fósforo disponíveis no mercado, é comum a dúvida de qual a melhor opção para aplicação na lavoura. Esta resposta depende de diversos fatores, e a tomada de decisão sobre qual fonte utilizar dependerá:

  • da espécie a ser cultivada;
  • do sistema de preparo do solo;
  • do clima da região de cultivo;
  • da forma como o fósforo é adicionado no solo (a lanço, na superfície, com ou sem incorporação ao solo);
  • e das características do solo. 

Ou seja, esta resposta não é tão simples. Mas não se preocupe, pois agora você verá mais detalhes sobre as características de cada uma das fontes disponíveis.

planilha calculo fertilizante milho e soja

Tipos de fontes de fósforo para o solo

Como você viu, existem diversas fontes desse nutriente no mercado. Conhecer os detalhes de cada uma delas é fundamental, visto que elas possuem características diferentes e que podem impactar na sua propriedade. 

Confira algumas considerações importantes sobre as diferentes fontes de fósforo antes de considerar o super simples como adubo na sua lavoura.

Fosfatos acidulados

Devido a boa solubilidade em água, os superfosfatos acidulados são ótimas fontes de fósforo em solos com baixa disponibilidade deste nutriente. Eles são a fonte de fósforo mais utilizada no mundo. 

No entanto, os fosfatos acidulados podem apresentar limitação no uso devido ao seu custo ser mais elevado. Isso, é claro, quando comparados aos fosfatos naturais (menos eficientes).

O principal benefício dos fosfatos acidulados é a facilidade de aplicação localizada, por serem produtos granulados. No entanto, a mesma característica que configura um benefício, em solos muito intemperizados e ácidos, pode configurar uma desvantagem. 

A alta solubilidade dos superfosfatos em água pode torná-los indisponíveis neste tipo de solo. Desta forma, ao se ligarem a outros compostos, parte do fósforo adicionado ao solo não pode ser utilizado pelas plantas. 

Considerando esses detalhes, a adição de fósforo ao sistema do solo precisa estar em harmonia com a correção de outras características, como a acidez.

Fosfatos de amônio

Os fosfatos de amônio possuem alta concentração de nitrogênio e pentóxido de difósforo. Entretanto, eles não possuem cálcio e enxofre na sua composição. Por isso, caso você precise também desses micronutrientes, reconsidere o uso do fosfato de amônio.

Termofosfato

Os termofosfatos podem promover aumentos expressivos no pH, reduzindo a acidez potencial do solo. Esse fenômeno acontece quando aplicados antes do cultivo da cultura principal.

O termofosfato pode ainda proporcionar aumentos nos teores de cálcio e magnésio no solo. Esses nutrientes são importantes para o crescimento e desenvolvimento das plantas.

Fosfatos naturais

Os fosfatos naturais possuem boa reatividade em solos tropicais. No entanto, a sua aplicação exige maiores quantidades, em função da menor disponibilidade de fósforo

Dentre as opções, embora não seja a mais eficiente, é a que geralmente possui preço mais baixo. Isso também em comparação às demais fontes de fósforo.

Conclusão

Muitas fontes de fósforo podem ser utilizadas na agricultura. Por isso, a escolha da mais apropriada envolve uma série de análises. A primeira delas é a análise de solo, para entender quais são as quantidades de nutrientes disponíveis e possíveis deficiências.

Após isso, o direcionamento de custos, da espécie que está sendo cultivada e das condições ambientais vigentes da safra  poderão ajudar na escolha. Assim, é possível ter mais assertividade, tanto financeira quanto na produtividade da cultura.

Ficou com alguma dúvida sobre o superfosfato simples? Já utilizou esse adubo na sua lavoura? Adoraria ler seu comentário sobre o assunto.