Veja como escolher o melhor fungicida para trigo

Fungicida para trigo: saiba quais são os principais no mercado, recomendações de uso, quando as aplicações devem ser feitas e mais!

O aumento da intensidade de doenças causadas por fungos na cultura do trigo tem sido um grande desafio para os produtores rurais. 

Em cultivares mais suscetíveis, a ocorrência de doenças no trigo pode reduzir a produtividade. Se você enfrenta problemas com fungos na plantação de trigo, precisa ficar por dentro dos melhores fungicidas do mercado.

Neste artigo, saiba mais quando iniciar a aplicação, como escolher o melhor produto e quais cuidados são necessários durante esse processo. Boa leitura!

Qual é a importância dos fungicidas em trigo?

Os fungicidas são produtos utilizados no controle de doenças causadas por fungos, bactérias e algas. Na cultura do trigo, esse grupo de defensivos agrícolas ocupa posição de destaque. 

Entre os fatores limitantes para a produção desse cereal, destacam-se as doenças causadas por fungos. Elas prejudicam o desenvolvimento das plantas, interferem na qualidade do produto final e reduzem a produtividade.  

Justamente por isso, os fungicidas são uma importante ferramenta na produção e na qualidade do trigo

Quando iniciar a aplicação?

Independente da doença, quanto antes elas forem controladas, maiores serão as chances de sucesso do manejo fitossanitário.

Na cultura do trigo, alguns fungicidas respondem melhor quando utilizados de forma preventiva. Assim, eles são aplicados quando há um ambiente favorável à infecção, o que reduz as chances de incidência da doença.

Após o estabelecimento da doença na lavoura, podem ser utilizados fungicidas com efeito erradicante. Eles possuem efeito curativo sobre as plantas doentes. No entanto, a escolha da hora certa para iniciar a aplicação dos fungicidas depende de alguns aspectos. 

Primeiramente, é preciso conhecer bem o histórico da área onde está instalada a lavoura. Fique por dentro das pragas no trigo e doenças ocorridas nas safras passadas, produtos químicos utilizados, adubações e sistema de cultivo.

Também é fundamental monitorar a lavoura regularmente. Somente assim é possível identificar focos das doenças, o modo de distribuição na área, o nível de infestação e o estágio de infecção.

É importante lembrar que sob condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento das doenças, a atenção deve ser redobrada. Além disso, é preciso considerar a suscetibilidade da cultivar de trigo.

Outro ponto importante é conhecer o comportamento dos patógenos e as condições que favorecem as doenças. Essas informações irão contribuir para a antecipação dos problemas e na tomada de decisão de quando iniciar a aplicação dos fungicidas.

Melhores fungicidas para oídio, mancha-amarela, ferrugem e outras doenças da cultura

Pesquisas indicam que para o controle da ferrugem e da mancha-amarela em trigo, a combinação entre epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina possui cerca de 85% de eficiência. Entretanto, há outras doenças fúngicas no trigo, como:

O manejo dessas doenças é baseado em dois grupos de fungicidas: estrobilurinas e triazóis. A orientação é que as estrobilurinas sejam sempre utilizadas em associação com os triazóis. A estrobilurina não deve nunca ser aplicada isoladamente. 

Já os triazóis devem ser combinados com fungicidas de mecanismos de ação diferentes (estrobilurinas e fungicidas multissítio). Essas aplicações são feitas de maneira preventiva.  Nas tabelas a seguir, confira algumas recomendações de fungicidas para trigo:

Fungicidas para controle de oídio, manchas foliares, ferrugem da folha e do colmo
Fungicidas para controle de oídio, manchas foliares, ferrugem da folha e do colmo 
(Fonte: Informações Técnicas para Trigo e Triticale)

Os fungicidas também podem ser utilizados no tratamento das sementes de trigo. Ainda, é necessário escolher cultivares de trigo resistentes a doenças fúngicas.  Abaixo, estão relacionados alguns produtos para essa finalidade.

Fungicidas indicados para o tratamento de sementes de trigo e triticale
Fungicidas indicados para o tratamento de sementes de trigo e triticale 
(Fonte: Informações Técnicas para Trigo e Triticale)

O uso de fungicidas é apenas uma das medidas recomendadas para a cultura do trigo. O controle eficiente e a garantia de uma lavoura produtiva de trigo envolve a adoção de outras práticas, como:

  • plantio na época recomendada;
  • cultivo de sementes certificadas;
  • cultivares de trigo com maior grau de resistência;
  • rotação de culturas.

É importante ressaltar que os custos com fungicidas representam grande parte do custo total de produção do trigo. Nesse sentido, é preciso aliar aspectos técnicos e econômicos para traçar as melhores estratégias.

Cuidados da aplicação na cultura do trigo

O uso de qualquer defensivo agrícola, seja fungicida, inseticida, acaricida ou herbicida, requer bastante cautela.  Ainda, na aplicação de fungicidas, é preciso seguir rigorosamente as instruções da bula do produto em relação à: 

  • dosagem;
  • intervalo de segurança;
  • número;
  • época;
  • modo de aplicação. 

É importante deixar claro que exceder a dose recomendada pode provocar fitotoxicidade nas plantas, além de elevar os custos de produção.  Faça também a rotação de fungicidas com diferentes mecanismos de ação. Isso contribui para evitar a seleção de patógenos resistentes.

No momento da aplicação dos fungicidas, as condições meteorológicas devem ser respeitadas para evitar problemas com a deriva e para garantir a qualidade da pulverização. Os fatores climáticos que devem ser avaliados são: 

  • umidade relativa do ar; 
  • temperatura; 
  • velocidade e direção do vento.

Esses fatores influenciam no processo de chegada das gotas de pulverização até o alvo. A orientação é que as aplicações sejam feitas nas horas mais frescas do dia.  O sucesso no manejo de doenças do trigo também está relacionado à qualidade da aplicação dos fungicidas. 

Assim, é preciso utilizar técnicas e tecnologias de aplicação que irão garantir tamanho de gota ideal, boa cobertura e uniformidade de deposição.  Por se tratar de substâncias químicas perigosas, a adoção dessas medidas garante a segurança do aplicador e do meio ambiente

planilha pulverização de defensivos agrícolas

Conclusão

Os fungicidas são substâncias empregadas no manejo de doenças provocadas por fungos, bactérias e algas. Na cultura do trigo, as principais doenças fúngicas podem ser controladas com fungicidas.

O manejo eficiente dessas doenças envolve o uso de fungicidas químicos, em especial os triazóis e as estrobilurinas, associado a outras medidas.

Tendo em vista a importância desse cereal, é fundamental estabelecer um plano de manejo fitossanitário que envolva a adoção de diferentes estratégias. Na dúvida, conte sempre com ajuda de uma pessoa profissional da agronomia.

Tem alguma dúvida quanto ao uso de fungicida para trigo? Se você conhece outros produtores que enfrentam problemas com doenças fúngicas na lavoura, não deixe de compartilhar esse artigo.

Ácaro-branco na lavoura? Veja como manejar essa praga

Ácaro-branco: saiba como identificar a presença na lavoura, quais as condições ambientais favoráveis, como monitorar, qual acaricida usar e mais!

O ácaro-branco é uma praga agrícola que tem causado grandes danos em grandes culturas nas últimas safras. Essa é uma praga capaz de se alimentar de muitas espécies diferentes. Além disso, ela está presente em diversas regiões produtoras do mundo. 

Essa praga possui enorme potencial de dano, especialmente pela redução do porte das plantas. Ainda, pode ser confundida com outras pragas, doenças, fungos e vírus. Justamente por isso, é importante estar ciente das características dessa praga.

Neste artigo, entenda os sintomas causados pelo ácaro-branco e veja quais são as condições ambientais favoráveis. Aproveite a leitura!

O que é o ácaro-branco?

O ácaro-branco é uma espécie de ácaro encontrada nas mais importantes culturas agrícolas. Ele é muito semelhante ao ácaro-rajado, embora seja menor. Ainda, essa praga polífaga também pode ser reconhecido como:

  • Polyphagotarsonemus latus;    
  • Hemitarsonemus latus;
  • Neotarsonemus latus;
  • Tarsonemus latus;
  • Tarsonemus phaseoli.
acaro-rajado
Diferenças visuais entre o ácaro rajado à esquerda, e o ácaro-branco a direita 
(Fonte: Salvadori, 2007)

Embora possa parecer que o ácaro-branco seja uma das novas pragas da soja, a sua ocorrência já foi registrada em safras anteriores. Isso principalmente em função das condições ambientais favoráveis em algumas regiões do país.

No entanto, a novidade em relação à ocorrência da praga é a alta frequência e as grandes áreas em que tem sido registrada. Por isso, produtores têm estado em alerta.

Seu ciclo de vida é extremamente rápido: de ovo até a fase adulta, são entre 5 a 8 dias. A oviposição é realizada principalmente na face inferior das folhas e o ciclo de vida é composto por três fases principais: ovo, larva e adulto.

O ácaro-branco possui coloração pálida amarelada ou verde amarelada, dependendo da espécie em que é utilizada para alimentação. Ainda, o ácaro-rajado é muito pequeno. Já os ovos são alongados e transparentes, possuindo pontos brancos. 

planilha manejo integrado de pragas

Como diferenciá-lo dos outros tipos de ácaro e doenças?

Uma das características observadas no ataque do ácaro-branco, diferente das viroses, é a sua distribuição uniforme ao longo da lavoura. Ou seja, há diversas plantas próximas afetadas, distribuídas ainda em reboleiras pequenas ou grandes.

Em ataques mais severos, é possível ocorrer a queda de folíolos. Além disso, pode haver o bronzeamento das hastes, da face inferior das folhas (exceto as nervuras), dos pecíolos e das vagens. Outro diferencial do ácaro-branco é não formar teias nas folhas lesionadas.

É possível diferenciar danos causados por ácaro-branco de outras viroses ou doenças causadas por fungos cortando a haste da folha. Faça isso no sentido longitudinal e analise o aspecto visual interno. 

Quando o ataque está sendo causado pelo ácaro-branco, diferentemente das doenças, a coloração interna será normal. Já nas doenças que afetam a haste principal, pode ser observado o escurecimento interno dos tecidos.

Dada a preferência por tecidos jovens, a época de maior infestação do ácaro-branco é a época de crescimento intenso das culturas. Isso acontece principalmente na fase vegetativa.

Quais as condições ambientais favoráveis para a praga?

Para a maioria dos ácaros, as condições ambientais favoráveis para ocorrência são períodos secos. Por outro lado, para o ácaro-branco, as condições ambientais favoráveis são opostas.

Períodos de alta nebulosidade, com chuvas associadas a temperaturas elevadas favorecem a explosão da infestação em áreas de produção.

Para a cultura da soja, essas condições climáticas ocorreram especialmente em parte da Região Central do Brasil. O mesmo vale para os estados do Sul do Brasil. É importante ressaltar que o ácaro-branco pode causar problemas em estufas de produção.

Afinal, ele é sensível a baixas temperaturas, não resistindo ao frio.

Danos do ácaro-branco na soja, no café e no algodão

O ácaro-branco é uma praga de grande potencial de dano. Em outros países, por exemplo, já foi relatado causando redução de 50% da produção de feijão. Para a cultura do algodão, é considerada uma praga importante na África tropical e em regiões produtoras do Brasil.

Segundo dados da Cabi (Centro Internacional de Biociência Agrícola), o ácaro-branco está amplamente distribuído no mundo, e é capaz de afetar as seguintes culturas de interesse:

Esse ácaro na soja também reduz a distância entre os entrenós, diminuindo assim a estatura da leguminosa. Como consequência, as plantas próximas acabam por sombrear as plantas afetadas, reduzindo ainda mais o seu potencial produtivo

acaro-branco
Sintomas do ácaro-branco em infestação severa, com bronzeamento da haste principal e redução da estatura da planta
(Fonte: Roggia, 2023)

No algodão, o ácaro-branco é considerado uma praga importante em anos chuvosos e de altas temperaturas. O ataque ocorre principalmente após as adubações foliares ou nitrogenadas, desde que coincidam com as condições ambientais favoráveis. 

Os danos provocados pela alimentação do ácaro resultam em aspecto brilhante da face inferior das folhas e retorcimento das folhas para cima.

Em decorrência do desenvolvimento anormal das folhas, há redução do número de maçãs. Isso impacta negativamente a qualidade das fibras produzidas. 

acaro-branco
Aspecto das folhas de algodoeiro após o ataque do ácaro-branco
(Fonte: Tomquelski, 2020)

No ácaro-branco provoca a formação de rugosidades sobre a superfície da folha, além de distorção das folhas e brotos novos. As folhas também podem apresentar aspecto bronzeado, assim como os ramos.

Na imagem abaixo, você pode conferir o aspecto visual da presença dessa praga nas folhas de café.

acaro-branco
Danos causados pelo ácaro-branco em café
(Fonte: Nelson, 2023)

Como se livrar do ácaro em plantas?

O controle do ácaro-branco deve ser feito quando 20% das folhas apresentarem sintomas característicos da sua presença até o período em que a floração se inicia.  Por isso, um bom monitoramento da praga deve ser feito.

Para isso, você pode amostrar 10 plantas aleatórias em diferentes pontos da lavoura. Não se esqueça de investigar ainda aquelas plantas com crescimento anormal, principalmente presentes em reboleiras. Vale lembrar que a visualização do ácaro, mesmo com lupa, é difícil.

Existem poucos produtos registrados para controle do ácaro-branco. Entretanto, a praga ataca principalmente os pontos de crescimento da planta, o que pode ser um ponto a se considerar.

Quando a planta estiver em estádios de desenvolvimento mais avançados, o controle já não é mais tão necessário. Nesses estádios, as folhas estão expandidas e as estruturas reprodutivas já estão formadas. 

Nessa situação, com ausência de tecidos novos presentes na planta, a população da praga tende a reduzir significativamente de forma natural. No Agrofit, podem ser consultados diversos acaricidas para diferentes culturas

Além disso, fazer o MIP (Manejo Integrado de Pragas) é fundamental para garantir um bom controle na lavoura.

Consulte sempre um(a) agrônomo(a) para recomendação do melhor controle. Faça isso especialmente quando outras pragas estiverem ocorrendo, otimizando assim as aplicações. 

planilha pulverização de defensivos agrícolas

Conclusão

O ácaro-branco é uma praga de ampla distribuição mundial e potencial de danos.

Seu controle é realizado principalmente com acaricidas. No entanto, deve ser realizado assim que a praga foi identificada em porcentagem que justifique o seu controle

Ainda, observe em que estádio de desenvolvimento da cultura a praga está ocorrendo. Assim, você consegue acertar na tomada de decisão sobre quando aplicar o acaricida ideal.

Restou alguma dúvida sobre o ácaro-branco? Se você conhece outros produtores com essa praga na lavoura, não deixe de compartilhar esse artigo com eles. 

O que fazer em caso de deficiência de fósforo em milho?

Deficiência de fósforo em milho: quais são os sintomas da deficiência na cultura, como funciona o nutriente no solo e como acertar na adubação fosfatada no milho

O fósforo é um macro nutriente indispensável para o desenvolvimento da lavoura de milho.  Apesar de não ser exigido em grandes quantidades pela cultura do milho, a deficiência de fósforo compromete a qualidade do produto final e o rendimento de grãos.

Justamente por isso, saber identificar quando suas plantas precisam desse nutriente e como fazer uma boa adubação fosfatada é essencial.

Neste artigo, saiba como uma boa adubação do milho garante mais produtividade na sua lavoura e como agir corretamente em casos de carência de fósforo nas plantas. Boa leitura!

Sintomas de deficiência de fósforo nas plantas de milho

O principal sintoma de deficiência de fósforo no milho é a cor roxa ou avermelhada nas folhas. Além disso, os colmos do milho ficam improdutivos, finos e frágeis, e as espigas ficam pequenas e retorcidas. Esses sintomas aparecem quando as plantas são bem jovens.

O fósforo no milho é um nutriente essencial para a formação do sistema radicular. Além disso, ele participa da maturação das plantas e dos processos de formação das espigas e dos grãos. Ele está envolvido em vários processo metabólicos como a respiração e a fotossíntese

Esse elemento ainda contribui para conferir rigidez ao caule da planta. Isso reduz casos de tombamento das plantas e aumenta a resistência ao ataque de pragas no milho.  A carência de fósforo altera o crescimento das plantas, o que causa queda da produtividade.

Na cultura do milho, os sintomas de carência de fósforo nas plantas costumam se manifestar logo no início, quando as plantas ainda são jovens. Além disso, eles aparecem primeiro nas folhas mais velhas. Afinal, o fósforo se desloca das folhas mais velhas para as mais novas. 

Assim, as folhas mais velhas adquirem coloração verde intensa e arroxeada. As plantas deficientes em fósforo apresentam folhas mal formadas e de tamanho reduzido. A redução da área foliar interfere no rendimento final de grãos

Sintoma de deficiência de fósforo na folha do milho
Sintoma de deficiência de fósforo na folha do milho 
(Fonte: Plantwise Plus)

Em lavouras com deficiência nutricional do milho, ocorre atraso no crescimento e redução do porte das plantas. Além disso, a maturidade do milho fica atrasada, os colmos se tornam finos e frágeis, e em alguns casos, as plantas podem não apresentar espiga

Já as espigas têm grãos pouco desenvolvidos, são pequenas e retorcidas. Por fim, as plantas tendem a apresentar um sistema radicular mais superficial. Isso ocorre pois a deficiência de fósforo prejudica o desenvolvimento das raízes.

Plantas de milho com sintomas de deficiência de fósforo
Plantas de milho com sintomas de deficiência de fósforo
(Fonte: Universidade de Minnesota)

Como funciona a disponibilidade do fósforo no solo?

Os solos brasileiros possuem baixo teor de fósforo disponível para as plantas. A deficiência  nutricional do milho está relacionada ao pH ácido e à presença de minerais como o ferro e o alumínio.

Diante disso, a correção da acidez do solo favorece o desenvolvimento das raízes, a absorção de nutrientes e o crescimento do milho. A calagem é uma prática que neutraliza o alumínio do solo e fornece cálcio e magnésio para as plantas. 

No entanto, ela também contribui para aumentar a disponibilidade e a absorção de fósforo e outros nutrientes. Além de aumentar a eficiência dos adubos fosfatados, a calagem contribui para a economia de fósforo. 

Outro fator que também influencia na disponibilidade do fósforo é o teor de matéria orgânica do solo. A matéria orgânica fornece fósforo para as plantas e também reduz a adsorção desse elemento.

Quando e como aplicar os adubos fosfatados?

Geralmente, o fósforo é fornecido apenas na adubação de semeadura do milho, pois a maior demanda por esse nutriente ocorre na fase vegetativa. Nessa fase, o fósforo é fundamental para a formação e para o crescimento do sistema radicular nas plantas

A adubação fosfatada pode ser realizada de duas formas: em área total a lanço ou durante a semeadura no sulco de plantio. A escolha do método para a aplicação dos adubos depende de uma série de fatores e deve considerar a realidade de cada lavoura.

Do ponto de vista operacional, a adubação em área total garante maior eficiência no momento da semeadura. Isso é um fator muito importante quando se trabalha com estreitas janelas de plantio.

Esse método favorece as plantas daninhas no milho, justamente pela distribuição uniforme do fertilizante na área. A adubação em área total também limita a distribuição vertical do fósforo no perfil do solo, por causa da baixa mobilidade desse elemento.

Já na adubação localizada no momento da semeadura, o fertilizante é depositado abaixo e um pouco ao lado da semente da cultura. Isso favorece o desenvolvimento das raízes das plantas de milho e diminui a competição pelo fósforo com as espécies invasoras. 

calcule a adubação da cultura do milho

Quanto de fósforo aplicar em casos de deficiência no milho?

De modo geral, para a cultura do milho, devem ser aplicados de 100 kg a 120 kg de fósforo. No entanto, vale lembrar que a quantidade exata depende do tipo de solo da sua fazenda e da produtividade esperada para sua lavoura.

Quando comparado a macro nutrientes como nitrogênio e potássio no milho, o fósforo não é exigido em grandes quantidades pelo milho. Apesar disso, é comum a recomendação de altas doses de adubos fosfatados. 

As doses de fósforo aplicadas devem ser superiores àquelas exigidas pelas plantas. Afinal, uma fração do fósforo é fixada pelas argilas e não fica disponível para as plantas, reduzindo a eficiência da adubação.

A quantidade de adubo fosfatado a ser aplicada é determinada pelas características do solo e pela produtividade esperada. Por isso, é preciso que seja feita a análise físico-química do solo.  Somente a partir dela é possível definir a quantidade adequada de nutrientes. 

Na posse do resultado da análise do solo e com a ajuda da tabela abaixo, é possível determinar a classe de disponibilidade do fósforo, que varia em função do teor de argila.

Nas tabelas a seguir, você pode conferir a recomendação de adubação a ser realizada na linha de plantio para milho grão. Essa recomendação tem como referência a disponibilidade de fósforo e o rendimento esperado. Veja também como interpretar as classes de disponibilidade:

Identificação das classes de disponibilidade de fósforo e recomendação de adubação para milho destinado à produção de grãos com base nos resultados das análises de solo e na produtividade esperada
(Fonte: Embrapa)

Conclusão

A deficiência nutricional do milho é um fator de atenção, sobretudo se o nutriente for o fósforo. O fornecimento desse nutriente via adubação é indispensável, considerando a baixa fertilidade natural dos solos brasileiros.

Os sintomas da deficiência de fósforo na cultura do milho são visíveis em plantas jovens e nas folhas mais velhas. Atraso no crescimento do milho e colmos finos são apenas alguns dos sintomas da falta de fósforo

A calagem e a adubação fosfatada são importantes ferramentas na manutenção da produtividade a longo prazo. Em caso de dúvidas sobre a adubação com esse nutriente, não deixe de consultar um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a).

Você já teve problemas com a deficiência de fósforo no milho? Se você conhece outros produtores de milho que estão em momento de adubação, não deixe de compartilhar esse artigo com eles.

Saiba como manejar a cercosporiose no milho

Cercosporiose no milho: o que causa, quais são os sintomas, como ocorre a disseminação e quais são as estratégias de controle dessa doença

A cercosporiose, causada pelo fungo Cercospora zeae-maydis, é uma das principais doenças da cultura do milho. Ela também é conhecida como mancha foliar de cercospora e mancha cinzenta, e causa tantos danos quanto a helmintosporiose e a mancha-branca no milho.

Além de estar presente em todas as regiões produtoras do grão no país, essa doença interfere na produtividade do milho por hectare. Quando a infecção acontece muito cedo, há formação de grande quantidade de lesões foliares, o que aumenta ainda mais os danos.

Geralmente, as lesões causadas pela cercosporiose cobrem a parte aérea da planta, responsável pela fotossíntese. Nesses casos, há perda de água pela planta e também a deterioração do colmo, além de acamamento da cultura. 

Neste artigo, saiba como identificar a cercosporiose do milho e como se prevenir dos danos causados. Além disso, veja como manejar a doença para garantir menos perdas. Confira!

Quais são os sintomas da cercosporiose do milho?

A cercosporiose no milho possui vários sintomas fáceis de identificar. Os primeiros aparecem nas folhas inferiores. Conforme a doença avança, eles também são visíveis na parte superior das plantas. Geralmente, eles aparecem próximo ao período do florescimento.

Os sintomas dessa doença são lesões estreitas, retangulares e delimitadas pelas nervuras das folhas. Isso quer dizer que essas manchas se desenvolvem paralelas às nervuras.  Dependendo da situação, essas manchas podem apresentar bordas irregulares e indefinidas.

Lesões de cercosporiose (Cercospora zeae-maydis) em folhas de milho
Lesões de cercosporiose (Cercospora zeae-maydis) em folhas de milho  
(Fonte: Crop Protection)

As lesões jovens de cercosporiose tem cor amarelada e podem estar circundadas por um halo aquoso. Esse halo pode ser observado colocando a folha contra a luz. Com o desenvolvimento da doença, essas lesões tornam-se necróticas, com cor marrom, e aumentam de tamanho.

Sob alta umidade do ar, as manchas foliares adquirem coloração acinzentada

A cercosporiose reduz a área fotossintetizante das plantas de milho. Isso limita a produtividade da cultura por prejudicar a produção e o enchimento de grãos. Em severas infestações, as plantas de milho enfraquecem e têm seu desenvolvimento prejudicado. 

Como consequência, elas ficam vulneráveis ao ataque de outros fungos, como aqueles causadores de podridões do colmo. O ataque desses patógenos resulta no tombamento precoce das plantas da lavoura, além da morte prematura do milho. 

Sintomas de cercosporiose na palha da espiga
Sintomas de cercosporiose na palha da espiga 
(Fonte: Crop Protection Network)

Condições favoráveis para o fungo Cercospora zeae-maydis

A severidade da cercosporiose depende da suscetibilidade do milho híbrido e das condições ambientais. Tendo em vista os aspectos ambientais, a gravidade dessa doença é maior sob condições de elevada temperatura, alta umidade relativa do ar e pela presença de orvalho.

Temperaturas entre 25°C e 30°C e umidade acima de 90% contribuem para que a cercosporiose se estabeleça. Em condições favoráveis, o fungo presente nos restos culturais produz esporos. 

Esses esporos são transportados pelo vento e respingos da chuva e infectam novas plantas. Até o momento, não há informações de que ele seja transmitido por sementes. 

Ciclo da cercosporiose na cultura do milho
(Fonte: Traduzido de Universidade Estadual de Ohio)

Como manejar essa e outras doenças foliares do milho?

No manejo de qualquer doença é importante adotar um conjunto de práticas que irão prevenir e reduzir o desenvolvimento de doenças na área. Essas práticas são conhecidas como MID (Manejo Integrado de Doenças).

Abaixo, veja quais medidas são recomendadas para o controle da cercosporiose e de outras doenças foliares do milho. Confira:

Controle genético

O principal método utilizado no manejo da cercosporiose é o plantio de híbridos de milho resistentes. A resistência genética é uma técnica eficiente, econômica e segura no controle dessa doença.

Ou seja, é uma medida de controle que começa no planejamento de safra, antes mesmo do plantio. Se a sua lavoura já teve incidência dessa doença, a escolha de um híbrido resistente é ainda mais necessária.

Controle cultural

A rotação de cultura é um recurso indicado para o controle da cercosporiose, tendo em vista que o milho é o único hospedeiro do fungo Cercospora zeae-maydis. Assim, a rotação com girassol e com soja são muito recomendadas. 

Além disso, como o fungo sobrevive nos restos culturais, é importante evitar o plantio sucessivo de milho em um mesmo local. Em áreas onde a doença se manifestou de forma severa, a destruição dos restos culturais é uma alternativa para evitar o aumento do fungo. 

Também é interessante diversificar o material genético cultivado. Isso é realizado pelo plantio de híbridos de milho diferentes, ou seja, com níveis de resistência distintos, que irão dificultar a adaptação do fungo. 

Em lavouras com histórico da doença, a recomendação é evitar altas densidades de plantio. Espaçamentos entre plantas e linhas adensados criam um microclima favorável ao desenvolvimento do fungo.

A adubação do milho é outro ponto que deve ser considerado no manejo de doenças. Em caso de desequilíbrio nutricional, seja por carência ou excesso de algum elemento, as plantas ficam mais sensíveis ao ataque de pragas e doenças.

Fornecer os nutrientes na quantidade e no momento certo garante plantas saudáveis. Para isso, é importante que as adubações sejam sempre orientadas pela análise de solo

banner para baixar a planilha de cálculo de fertilizantes para milho e soja

Controle químico: qual o melhor fungicida para cercospora?

O controle químico também é uma alternativa para o manejo da cercosporiose em lavouras de milho. No entanto, é preciso avaliar os custos envolvidos na aplicação dos fungicidas. Uma boa estratégia de controle deve ser viável do ponto de vista técnico e econômico.

No manejo químico é importante sempre seguir as orientações da bula do produto quanto a dosagem, modo e época de aplicação. A seguir, você pode conferir todos as moléculas fungicidas com registro no Mapa para o controle da cercosporiose na cultura do milho

  • azoxistrobina
  • azoxistrobina + benzovindiflupyr + difenoconazol
  • azoxistrobina + ciproconazol
  • azoxistrobina + ciproconazol + mancozebe
  • azoxistrobina + difenoconazol
  • azoxistrobina + epoxiconazol
  • azoxistrobina + flutriafol
  • azoxistrobina + flutriafol
  • azoxistrobina + mancozebe
  • azoxistrobina + mancozebe + tebuconazol
  • azoxistrobina + tebuconazol
  • azoxistrobina + tetraconazol
  • bixafem + protioconazol + trifloxistrobina
  • ciproconazol + picoxistrobina
  • ciproconazol + trifloxistrobina
  • clorotalonil + tebuconazol
  • difenoconazol + impirfluxam + picoxistrobina
  • difenoconazol + pidiflumetofen
  • difenoconazol
  • epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina
  • epoxiconazol + piraclostrobina
  • fluazinam + tiofanato-metílico
  • fluxapiroxade + mefentrifluconazol + piraclostrobina
  • mancozebe + picoxistrobina + tebuconazol
  • mefentrifluconazol + piraclostrobina
  • metominostrobin + tebuconazol
  • pidiflumetofen
  • protioconazol + trifloxistrobina
  • protioconazol + trifloxistrobina
  • tebuconazol + trifloxistrobina
  • tebuconazol
  • tetraconazol.

Conclusão

A cercosporiose causa uma série de danos na cultura do milho, e em muitos casos pode reduzir drasticamente a produtividade. Altas temperaturas e umidade relativa do ar elevada favorecem o desenvolvimento da cercosporiose.

Por isso, se você desconfia da presença da doença na lavoura, não pense duas vezes antes de começar o manejo integrado.  Você pode utilizar híbridos resistentes, rotação de culturas, evitar plantios adensados, adubação equilibrada e a aplicação de fungicidas. 

Na dúvida de qual método utilizar, não deixe de consultar um(a) profissional da agronomia.

Você já teve problemas com a cercosporiose no milho? Se você conhece outros produtores que também lidam com a doença na lavoura, compartilhe esse artigo com eles.

Como livrar a lavoura da mancha-púrpura na soja (crestamento foliar de cercospora)?

Mancha púrpura na soja: saiba como identificar a doença, entenda os danos causados, como prevenir a lavoura e como fazer o controle tardio

Anualmente os prejuízos causados pela mancha púrpura são consideráveis. Causada pelo fungo Cercospora kikuchii, é uma das principais doenças de final de ciclo da soja

Também conhecida como cercosporiose ou crestamento foliar de cercospora, essa doença deve ser controlada muito antes do final do ciclo. Para isso, é necessário saber como identificar os sintomas e como reduzir os fungos causadores.

Neste artigo, saiba mais sobre como a mancha-púrpura reduz a qualidade dos grãos e das sementes e como fazer o manejo efetivo. Boa leitura!

O que é mancha-púrpura em soja (Cercospora Kikuchii)?

A mancha-púrpura, também conhecida como crestamento-foliar de cercospora, é uma doença de final de ciclo (ou DFC) da soja. Causada pelo fungo Cercospora kikuchii, ela reduz a produtividade e qualidade dos grãos, além de também poder afetar a germinação da soja. 

Apesar de ser uma doença conhecida por ser de final de ciclo, ela pode iniciar ainda no período vegetativo. Nessa fase, ela causa danos pouco significativos por causa da capacidade de compensação da cultura e não interfere de imediato no potencial produtivo.

Entretanto, é importante frisar que quando a doença inicia ainda no período vegetativo. Sem um controle eficiente, tende a atingir maior severidade no período reprodutivo. Além disso, sementes e grãos em contato com a doença possuem menor potencial de armazenamento.

Danos causados na cultura e no armazenamento da soja

A redução da produtividade da soja devido ao ataque da mancha-púrpura pode ser de até 50%. Isso, é claro, em condições favoráveis à doença e em cultivares suscetíveis. O fungo é causador de três problemas principais na cultura da soja:

  • Crestamento foliar, que se manifesta por meio de sintomas na parte aérea da planta;
  • Morte de plântulas durante a emergência da cultura, o que pode interferir no potencial produtivo da área em função da redução do estande inicial da cultura;
  • Danos causados em grãos e sementes, visíveis pela presença de manchas arroxeadas em sementes e grãos. Como consequência, há prejuízos na germinação e vigor da soja.

Os danos causados pelo fungo estão relacionados à fase de desenvolvimento da cultura em que a doença ocorre. No início do enchimento dos grãos de soja, os danos são mais severos. Ao final do deste período, os danos são menos acentuados e por vezes mínimos.

Foto do agente causador da mancha púrpura, também conhecida como crestamento-foliar de cercospora
Foto do agente causador da mancha púrpura, também conhecida como crestamento-foliar de cercospora
(Fonte: Chanda, 2012)

O controle deve priorizar as fases antes do período de enchimento de grãos, principalmente após o fechamento de entrelinhas, o que evita o estabelecimento do patógeno. O controle no baixeiro é mais difícil devido à dificuldade de alcance das aplicações de fungicidas.

A soja é armazenada no máximo até a próxima safra, e possui rápida deterioração quando armazenada em teor de água inadequado. A presença de fungos pode interferir na capacidade de armazenamento do produto colhido.

Durante o armazenamento, a infecção pelo fungo serve ainda como porta de entrada para outros patógenos e pode favorecer a infestação por insetos.

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Como identificar o crestamento foliar de cercospora na soja?

Os sintomas da mancha púrpura podem ser observados desde o período vegetativo. Afinal, o fungo pode sobreviver em restos culturais da soja ou no solo até o próximo cultivo. 

Os sintomas da doença ocorrem em todas as partes da planta e em qualquer estádio de desenvolvimento da soja, exceto nas raízes. Confira os principais sinais que te ajudam a identificar a doença na lavoura:

  • aspecto arroxeado nas folhas, que lembra um couro;
  • severa desfolha, principalmente no estádio reprodutivo;
  • coloração arroxeada com variações mais claras e escuras;
  • rachadura do tegumento das sementes e grãos;
  • surgimento inicial dos sintomas na haste, com escurecimento e necrose do tecido;
  • pontuações escuras castanho-avermelhadas nas folhas;
  • na haste, podem ser visualizadas lesões vermelhas-arroxeadas.

Você pode identificar a doença apenas observando os sintomas. Apesar disso, se você fez aplicações anteriores na lavoura, saiba que os sintomas da mancha-púrpura podem ser confundidos com fitotoxidez. 

A diferença entre ambos encontra-se no fato de no caso em excesso de uso de adjuvante, as características iniciais da folha de superfície lisa são mantidas. No crestamento, além da mancha de cor arroxeada, as folhas ficam enrugadas na direção das bordas para o interior.

Bronzeamento de folhas de soja em função da aplicação de adjuvantes à base de óleo. Na direita, sintomas de crestamento-foliar.
(Fonte: Forcelini, 2014)

Como controlar a mancha na soja e outras doenças de final de ciclo da soja?

Antes de tudo, é necessário ficar de olho nas condições favoráveis à doença. Temperaturas entre 23°C e 27°C associadas à alta umidade favorecem o fungo causador. Estudos já comprovaram que menores precipitações (menor molhamento foliar) também são favoráveis.  

Assim como para as demais doenças de plantas, o MID (Manejo Integrado de Doenças) deve ser priorizado. Ele consiste no uso de diferentes métodos de controle, o que reduz a população do patógeno da área de cultivo.

Isso também diminui as possibilidades de seleção de populações resistentes. Além disso, confira as mais eficientes formas de controlar a mancha-púrpura:

  • Uso de sementes certificadas: além de prevenir a mancha-púrpura, evite usar sementes piratas para afastar outras doenças disseminadas por sementes;
  • Tratamento de sementes: isso protege as plântulas do ataque inicial do patógeno que sobrevive nos restos culturais;
  • Uso de variedades resistentes ou tolerantes: opte por variedades precoces, que permanecem expostas aos patógenos por menor  tempo;
  • Rotação de culturas com milho: quando possível, essa técnica também reduz o inóculo do patógeno na área de cultivo;
  • Densidade adequada: se possível, opte por maior espaçamento entre linhas;
  • Adubação equilibrada: faça uma boa adubação principalmente potássica e de cálcio, nutrientes que tornam a planta mais rígida e resistente;
  • Aplicações de fungicidas na parte aérea da cultura: essas aplicações devem iniciar ainda no período vegetativo, estendendo-se até o enchimento dos grãos;
  • Controle químico: ele deve ser utilizado como ferramenta adicional e não de forma isolada. O uso de misturas duplas (dois mecanismos de ação) ou triplas, são recomendadas, combinadas com fungicidas multissítios.  

Além disso, vale lembrar que o controle do crestamento-foliar ou mancha-púrpura não exige controle separado das demais doenças. Afinal, as moléculas usadas para o controle da ferrugem, por exemplo, são efetivas para o controle das outras doenças de fim de ciclo.

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Quando fazer aplicações tardias para controlar manchas foliares na soja?

A aplicação tardia para controlar a mancha-púrpura é interessante para prolongar o período de enchimento de grãos em até duas semanas. O  mesmo vale para as demais manchas foliares na soja.Isso, é claro, diante das seguintes condições:

  • possuir vasta área foliar;
  • estiver em contato com baixa temperatura noturna;
  • boa incidência de sol;
  • umidade do solo elevada. 

Quando a cultura está em fase de senescência, com folhas amareladas e em fase de queda da planta, as aplicações já não são mais necessárias.

Conclusão

A mancha-púrpura da soja não provoca danos diretos aos tecidos foliares, e também aos grãos e sementes. Isso influencia o seu armazenamento e reduz a qualidade dos grãos destinados à indústria.

Além disso, é importante lembrar que o controle da doença deve ser sempre planejado em conjunto com demais patógenos presentes na área.

Conheça o histórico de doenças que ocorrem na área de cultivo, bem como épocas e condições ambientais que as favorecem. Assim, você poderá fazer um manejo mais assertivo e economicamente viável, reduzindo custos e aumentando as receitas.

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“Cercosporiose no milho: saiba como manejar a doença”

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