O arroz segue entre os grãos mais cultivados no Brasil, com grande peso na alimentação e na economia.
Para a safra 2024/25, a Conab projeta produção recorde de 12,1 milhões de toneladas, impulsionada pelo avanço de 11,1% na área plantada.
Com maior oferta prevista, o mercado aponta para possível queda nos preços ao produtor, exigindo atenção redobrada ao planejamento financeiro e à gestão da lavoura.
Neste artigo, você vai conferir as principais projeções de produção, exportação e preços do arroz em 2025 e como esses fatores devem impactar sua comercialização.
Preço do arroz: Importância econômica
Perdendo apenas para o milho, o arroz é o segundo cereal mais cultivado no mundo. Historicamente, a plantação do arroz com papel importante ao redor do globo.
Com impacto além da economia, a cultura movimenta o comércio nacional e internacional, sendo um dos principais alimentos no combate à fome.
Rico em carboidratos, fibras e proteínas, é consumido em todos os continentes e alimenta mais de 3 bilhões de pessoas diariamente.
O Brasil é o maior produtor e consumidor de arroz fora da Ásia, responsável por cerca de 90% da produção e do consumo global do grão.
Segundo a Conab, a área de cultivo no Brasil vem crescendo, mas o principal destaque é o sistema irrigado, o mais utilizado no mundo,com lavouras mantidas em áreas alagadas.
No Brasil, o Sul lidera a produção com esse modelo, enquanto o arroz de sequeiro predomina nas outras regiões.

O que pode influenciar na cotação do arroz?
O Brasil é o maior produtor de arroz fora do continente asiático. Cerca de 90% de todo arroz do mundo é cultivado na Ásia, de acordo com dados da Food and Agriculture Organization.
O arroz pode ser irrigado ou em sequeiro. Por aqui, o sistema de cultivo mais utilizado é irrigado, presente em cerca de 80% da produção nacional e em praticamente 100% das lavouras da região sul.
No Sul, é onde se concentra a maior parte da produção de arroz do território brasileiro. Nesse sistema, as plantas ficam em um terreno alagado durante praticamente todo o ciclo.
Justamente por isso, os solos úmidos da região subtropical do país são favoráveis ao cultivo.
Esses solos estão presentes nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, responsáveis por 70% e 10% da produção nacional, respectivamente.
Anualmente, cerca de 10 milhões de toneladas do grão são produzidas no Brasil. A maior parte é destinada ao consumo interno e o restante à exportação direta ou indireta.
Segundo a Conab, as exportações brasileiras de arroz atingiram 1,8 milhão de toneladas em 2023. Esse número representa uma redução de 14,7% em relação ao mesmo período de 2022.
Para a safra 2023/24, é esperada uma recuperação das exportações de arroz, com crescimento de 11,1%, para 2 milhões de toneladas. Entre os principais importadores do arroz brasileiro estão:
- Guatemala;
- Peru;
- Venezuela;
- Bolívia;
- Estados Unidos.
Qual foi o preço do arroz em 2024?
O mercado do arroz em 2024 foi marcado por fortes oscilações de preços, segundo dados da Epagri e do Observatório Agro Catarinense.
No início do ano, o valor da saca de 50 kg ultrapassou os R$ 120,00, refletindo a quebra da safra 2022/23 e a baixa nos estoques brasileiros e do Mercosul.
Com a entrada da nova safra 2023/24, os preços recuaram temporariamente, mas voltaram a subir entre abril e novembro, impulsionados pelas chuvas excessivas no Rio Grande do Sul e pelas perdas em Santa Catarina.
No último trimestre, a expectativa de produção 10% maior para a safra 2024/25 levou a nova retração dos preços.
Em dezembro de 2024, a queda foi de 14% em relação ao mesmo período de 2023, especialmente nas regiões do Litoral Sul e Grande Florianópolis, fortemente influenciadas pelo mercado gaúcho.
Apesar dessas variações, o preço médio de venda do arroz aumentou R$ 29,00 por saca em comparação com 2023, superando o aumento médio dos custos de produção (R$ 9,76 por saca), o que garantiu margem positiva para os produtores.
Projeções da safra de arroz em 2025
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a previsão para a safra de grãos em 2025 foi elevada para 327,6 milhões de toneladas, conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado em abril.
Isso representa um aumento de 11,9% em relação a 2024, com 34,9 milhões de toneladas a mais.
A estimativa para a área a ser colhida também subiu, chegando a 81 milhões de hectares, alta de 2,5% frente à safra anterior.
No caso do arroz, a expectativa é de que a produção nacional acompanhe esse movimento positivo, com maior área cultivada.
A perspectiva é de recuperação em estados impactados por eventos climáticos em 2024, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A previsão de maior oferta, tanto no Brasil quanto globalmente, tende a influenciar diretamente a precificação do grão ao longo do ano.
No cenário internacional, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que a produção de arroz mundial também deve continuar crescendo.
Para 2024, o USDA já havia apontado uma expansão de 345 mil toneladas, tendência que pode se manter em 2025 com a normalização climática em alguns países asiáticos.
Por outro lado, caso se repitam perdas climáticas em regiões produtoras da Ásia e da África, as exportações brasileiras podem ganhar impulso, reduzindo o volume disponível no mercado interno e pressionando os preços para cima.
Qual é a previsão do preço do arroz em 2025?
A previsão para 2025 indica uma tendência de queda nos preços ao produtor, puxada pela safra recorde de arroz, estimada em 12,1 milhões de toneladas pela Conab — aumento de 14,3% frente a 2024.
A área plantada também deve ser a maior dos últimos sete anos, com 1,7 milhão de hectares.
Com maior oferta e clima mais favorável, o mercado projeta estabilidade ou recuo nos preços, ao menos no primeiro semestre.
Em dezembro de 2024, a saca de arroz caiu 14%, antecipando esse movimento de mercado.
Apesar disso, a média de preços em 2024 foi superior à de 2023, e os produtores conseguiram margens positivas mesmo com os custos em alta.
Como saber se o preço de venda do arroz compensa?
Definir o preço ideal para vender sua safra de arroz começa com um bom conhecimento do seu custo de produção.
Se o objetivo é melhorar a rentabilidade, é preciso registrar todos os gastos, tanto os diretos quanto os indiretos.
Nesse processo, a tecnologia é uma grande aliada. Com softwares de gestão agrícola como o Aegro, você acompanha cada etapa da produção, desde o planejamento até o controle financeiro.
Faça uma demonstração gratuita e veja como é possível acompanhar toda a produção com mais agilidade e precisão.


Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).