Como restituir o seguro do maquinário perdido em desastres ambientais?

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Para proteger seus investimentos no agronegócio, invista em um seguro para máquinas agrícolas

O seguro de maquinário é uma ferramenta indispensável hoje para os agricultores e/ou proprietários de máquinas agrícolas. Diante de imprevistos e desafios enfrentados, como o desastre natural que atingiu o Rio Grande do Sul em maio de 2024, é fundamental ter a segurança de que os equipamentos utilizados nas atividades estão protegidos.

Os equipamentos agrícolas são bens essenciais e estão diretamente relacionados à eficiência das propriedades rurais. Dessa forma, nada melhor que proteger esse patrimônio também.

O que é o seguro de maquinário

O seguro de máquinas agrícolas engloba desde tratores robustos até colheitadeiras de alta tecnologia. Esses equipamentos representam investimentos significativos cuja funcionalidade é fundamental para o sucesso das operações agrícolas.

Este seguro é um salvaguarda contra uma série de riscos, como danos causados por acidentes ou fenômenos naturais (tempestades e inundações). Com o seguro, é possível cobrir reparo/substituição de equipamentos danificados.

Além disso, é possível personalizar o seguro de maquinário agrícola para incluir coberturas adicionais, como responsabilidade civil e perda de renda, garantindo que o agricultor esteja preparado para enfrentar não apenas danos físicos, mas também as consequências financeiras dos eventos.

Portanto, investir em um seguro de maquinário é uma decisão estratégica para qualquer negócio do campo. Além de proteger contra perdas significativas, ele também garante a continuidade das operações.  

Quem pode contratar o seguro de máquinas agrícolas

O seguro de maquinário agrícola pode ser contratado por:

  • Agricultores;
  • Proprietários de máquinas agrícolas;
  • Gestores de fazendas.

Como funciona o seguro de maquinário

O seguro funciona como uma proteção financeira contra perdas ou danos às máquinas e equipamentos utilizados na agricultura, mas também pode englobar coberturas adicionais.

Se tratores de uma propriedade agrícola forem furtados, por exemplo, se o proprietário desses tratores tiver o seguro de máquinas agrícolas, basta que ele acione e siga todo o processo de sinistro conforme consta na apólice. Isso alivia a perda financeira que ele teria de arcar caso não possuísse a proteção.

Quais bens estão cobertos no seguro

O seguro de máquinas agrícolas cobre uma gama de equipamentos utilizados na agricultura, tais como tratores, colheitadeiras, plantadeiras, pulverizadores, bem como outros maquinários essenciais para o plantio, cultivo e colheita.

Além disso, o seguro pode cobrir acessórios e implementos agrícolas acoplados ou utilizados em conjunto com as máquinas principais.

As coberturas específicas e os bens cobertos pelo seguro podem variar conforme a seguradora e o plano contratado, sendo importante verificar os detalhes da apólice para entender completamente o escopo da proteção eferecida.

Por que fazer o seguro de máquinas agrícolas

Fazer o seguro de máquinas agrícolas é uma decisão estratégica e prudente para qualquer profissional do setor agrícola.

Primeiramente, o seguro garante proteção financeira contra imprevistos e acidentes que podem causar danos significativos às máquinas e equipamentos, que são, sem dúvida, os pilares da produtividade no campo.

Além disso, ao assegurar a rápida recuperação ou substituição de equipamentos danificados, o seguro ajuda a minimizar o tempo de inatividade, mantendo a operação agrícola em pleno funcionamento.

Diante dos desafios climáticos e dos riscos inerentes às atividades agrícolas, contrar com um seguro específico para máquinas agrícolas proporciona uma camada extra de segurança e tranquilidade para o agricultor.

Quais as coberturas do seguro de máquinas agrícolas

O seguro de maquinário oferece uma ampla gama de coberturas para proteger os equipamentos essenciais utilizados no agronegócio. Essas coberturas são projetadas para minimizar as perdas financeiras e operacionais em caso de eventos inesperados.

  • Incêndio, queda de raio, explosão e danos de causa externa;
  • Perda de aluguel;
  • Pagamento de aluguel a terceiros;
  • Operação de equipamentos em proximidade de água;
  • Danos elétricos;
  • Roubo e/ou furto;
  • Acidentes para viagens de entrega;
  • Responsabilidade civil (para equipamentos móveis);
  • Acidentes pessoais do operador;
  • Quebra de vidros;
  • Colisão, capotamento e tombamento;
  • Despesas de salvamento;
  • Lucros cessantes.

Quais os riscos excluídos do seguro

Algumas situações e alguns eventos não são cobertos pela apólice de seguro de maquinário. Isso se dá pela natureza previsível do dando, alto risco envolvido ou por serem considerados como responsabilidade do segurado.

  • Desgaste natural;
  • Falha de manutenção;
  • Ação intencional;
  • Operação inadequada;
  • Desastres naturais específicos;
  • Guerra e conflitos;
  • Contaminação e poluição;
  • Fraude.

Dessa forma, é crucial revisar cuidadosamente a apólice de seguro para compreender completamente quais riscos estão excluídos e considerar a contratação de coberturas adicionais, se necessário, para garantir a proteção de suas máquinas agrícolas.

Conclusão

A contratação de um seguro para maquinário é crucial na gestão de riscos no setor agrícola. Ele proporciona segurança financeira, garantindo que operações agrícolas possam continuar sem interrupções significativas, mesmo diante de imprevistos como danos físicos, roubos e desastres naturais.

O seguro não é só uma medida de precaução, mas também, é um investimento estratégico na proteção e no futuro do seu negócio. Diante dos desafios e incertezas inerentes à agricultura, assegurar-se contra potenciais perdas é um passo prudente que todos no agronegócio devem considerar.

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Como fica a terra após uma enchente?

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Após uma enchente, o solo pode sofrer compactação, perda de nutrientes, contaminação e alteração na estrutura do solo. Para recuperar a terra, é essencial descompactar o solo, restaurar a fertilidade com adubação adequada e implementar sistemas de drenagem. 


Os temporais que assolaram o Rio Grande do Sul por mais de 10 dias afetaram 425 das 497 cidades do estado, resultando em 107 mortes, 136 desaparecidos e forçando 232,1 mil pessoas a deixarem suas casas, impactando cerca de 1,476 milhão de pessoas, segundo a Defesa Civil. 

As enchentes recorrentes causam destruição em lavouras e infraestruturas agrícolas, além de perdas econômicas e deslocamento de comunidades rurais, evidenciando a necessidade de estratégias de resiliência e adaptação para enfrentar os desafios climáticos e de gestão de recursos hídricos na região. 

Estas inundações podem causar danos significativos às comunidades, infraestruturas e terras agrícolas. Após uma enchente, o solo sofre diversas alterações físicas, químicas e biológicas, que podem afetar a sua fertilidade e capacidade de sustentação da vegetação.

Quando as águas das enchentes recuam, a terra pode ficar compactada, com camadas de sedimentos depositados na superfície. 

Além disso, a saturação prolongada de água pode levar à perda de nutrientes, à contaminação por poluentes transportados pelas águas e à erosão do solo. Recuperar a terra após uma enchente é um desafio que envolve várias etapas, desde a remoção de detritos e sedimentos até a reestruturação do solo para restaurar sua capacidade produtiva.

Para revitalizar a terra afetada por enchentes, é fundamental adotar práticas de recuperação que incluam a descompactação do solo, a reposição de nutrientes e a implementação de sistemas de drenagem eficazes. 

A recuperação das terras após uma enchente exige um planejamento cuidadoso e uma abordagem integrada que considere tanto as características do solo quanto as necessidades das comunidades afetadas. Com as práticas adequadas, é possível restaurar a produtividade do solo e minimizar os impactos das enchentes.

Boa leitura!

Erosão hídrica dos solos 

A erosão hídrica é um processo natural intensificado pela ação das águas superficiais que resulta na remoção e transporte de partículas do solo. Quando associado a alagamentos, este fenômeno pode causar danos significativos ao ambiente, à infraestrutura e à agricultura. Entender os mecanismos e impactos da erosão hídrica durante eventos de alagamento é crucial para desenvolver estratégias de mitigação e recuperação.

Figura 1. Enchente em área agrícola do Arroio do Meio – RS, Fotos: Fábio Fuhr (2024).

Mecanismos da erosão hídrica durante alagamentos

Os alagamentos, caracterizados pelo excesso de água em áreas normalmente secas, amplificam a erosão hídrica através de vários mecanismos:

  • Desagregação do solo: a força das águas em movimento desagrega as partículas do solo, facilitando seu transporte. A saturação do solo durante um alagamento reduz sua coesão, tornando-o mais suscetível à erosão;
  • Fluxo de superfície: a água em excesso não consegue infiltrar-se no solo completamente, resultando em fluxos superficiais intensos. Esses fluxos aumentam a capacidade erosiva, principalmente em áreas com pouca cobertura vegetal;
  • Sedimentação e deposição: as águas de alagamento transportam sedimentos para áreas mais baixas, depositando material erodido em novas localidades. Este processo altera o perfil do solo e a topografia local, impactando negativamente a fertilidade do solo e a capacidade agrícola.

Figura 2. Deposição de material físico em área agrícola RS após enchentes, Fotos: Fábio Fuhr (2024).

Impactos da erosão hídrica

A erosão hídrica causada por alagamentos traz uma série de consequências adversas:

  • Perda de solo fértil: a camada superficial do solo, rica em nutrientes, é frequentemente a mais afetada pela erosão. Sua perda compromete a produtividade agrícola e a capacidade de suporte à vegetação nativa;
  • Danos à infraestrutura: estradas, pontes, sistemas de drenagem e edificações podem ser seriamente danificados. A erosão sob fundações e estradas pode causar colapsos e deslizamentos;
  • Sedimentação de corpos hídricos: sedimentos transportados pela água podem assorear rios, lagos e reservatórios, reduzindo a capacidade de armazenamento de água e afetando a qualidade da água;
  • Deslocamento de comunidades: em áreas rurais, a erosão pode forçar o deslocamento de comunidades devido à perda de terras cultiváveis e à destruição de infraestruturas essenciais.

Estratégias de mitigação e recuperação

Para lidar com a erosão hídrica ocasionada por alagamentos, várias estratégias podem ser implementadas:

  • Controle da vegetação: plantar espécies vegetais de cobertura, que protegem o solo e aumentam a infiltração de água, reduzindo o fluxo superficial;
  • Construção de barreiras: instalação de terraços, muros de contenção e bacias de retenção para controlar o fluxo de água e reduzir sua velocidade, minimizando a erosão;
  • Melhorias na gestão de recursos hídricos: implementação de sistemas de drenagem eficientes para controlar o excesso de água e prevenir a saturação do solo;
  • Recuperação do solo: técnicas de recuperação do solo, como a adição de matéria orgânica e corretivos, para restaurar a estrutura e fertilidade do solo erodido;
  • Planejamento do uso da terra: avaliação e planejamento do uso da terra com base em mapas de risco de erosão e alagamento, para evitar construções e atividades agrícolas em áreas vulneráveis.

Figura 3. Benefícios fornecidos pela utilização de plantas de cobertura. Créditos: Bruna Emanuele Schiebelbein | ESALQ

O uso de plantas pioneiras, que são espécies capazes de se estabelecer em solos degradados e melhorar sua qualidade, é uma estratégia recomendada. Entre as culturas apropriadas para plantar após uma enchente estão leguminosas, que fixam nitrogênio no solo, gramíneas resistentes e plantas de cobertura, que ajudam a proteger o solo da erosão e melhoram a estrutura do solo.

Alterações no solo devido às enchentes

Alterações químicas

  1. Redução do oxigênio: a saturação do solo com água reduz a disponibilidade de oxigênio, criando condições anaeróbicas. Este ambiente favorece processos de redução, como a desnitrificação, onde nitratos (NO₃⁻) são convertidos em gás nitrogênio (N₂) e outros gases, levando à perda de nutrientes essenciais.
  2. Alterações no pH: as condições anaeróbicas podem levar à produção de ácidos orgânicos e outros compostos que alteram o pH do solo. A acidificação pode ocorrer devido à produção de ácidos graxos voláteis e ácido sulfúrico em solos com sulfetos.
  3. Mobilização de nutrientes: a saturação pode solubilizar certos nutrientes e metais pesados, aumentando sua disponibilidade e potencial toxicidade para plantas. Por exemplo, o ferro (Fe) e o manganês (Mn) podem se mobilizar em condições redutoras.

Alterações físicas

  1. Compactação do solo: o peso da água sobre o solo saturado pode causar compactação, diminuindo a porosidade e a capacidade de infiltração do solo. Isto resulta em uma menor capacidade de retenção de água e ar, dificultando o crescimento das raízes das plantas.
  2. Estrutura do solo: a estrutura do solo pode ser destruída devido à ação das forças erosivas da água. A agregação do solo é prejudicada, resultando em uma menor estabilidade estrutural e maior susceptibilidade à erosão.
  3. Sedimentação: a deposição de sedimentos transportados pela água altera a textura e a composição superficial do solo, frequentemente enriquecendo-o com partículas finas como silte e argila, que podem reduzir a permeabilidade e alterar a capacidade de retenção de água.
Campo de terra

Descrição gerada automaticamente
Caminhão na terra

Descrição gerada automaticamente com confiança média

Figura 4. Área de produção de grãos após enchentes, Fotos: Fábio Fuhr (2024).

Alterações biológicas

  1. Mudança na atividade microbiana: as condições anaeróbicas alteram a composição e atividade da comunidade microbiana. Bactérias anaeróbicas, como aquelas responsáveis pela metanogênese e redução de sulfato, tornam-se dominantes, enquanto organismos aeróbicos diminuem significativamente.
  2. Decomposição da matéria orgânica: em ambientes anaeróbicos, a decomposição da matéria orgânica é mais lenta e pode produzir compostos tóxicos, como metano (CH₄) e sulfeto de hidrogênio (H₂S), que são prejudiciais às plantas e à vida do solo.
  3. Impacto na fauna do solo: a fauna do solo, incluindo minhocas e outros invertebrados, é adversamente afetada pela falta de oxigênio e pode sofrer mortalidade em massa ou migrar para áreas menos saturadas, reduzindo a biodiversidade e a funcionalidade biológica do solo. 

Figura 5. Benefícios de um solo/ambiente agrícola biologicamente saudável. Fonte: EDGA IA (2024).

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Conclusão

Após uma enchente, a terra sofre alterações significativas: compactação do solo, perda de nutrientes, contaminação por poluentes e mudanças na estrutura do solo. Essas alterações físicas, químicas e biológicas afetam a fertilidade e a capacidade de sustentação da vegetação. 

Para recuperar o solo, é essencial descompactá-lo, restaurar a fertilidade com adubação adequada e implementar sistemas de drenagem eficazes. Plantas de cobertura, como leguminosas e gramíneas resistentes, são recomendadas para estabilizar e melhorar a qualidade do solo.

A recuperação do solo após enchentes exige um planejamento cuidadoso e uma abordagem integrada, considerando tanto as características do solo quanto as necessidades das comunidades afetadas. 

Com práticas adequadas, é possível restaurar a produtividade do solo e minimizar os impactos de futuras enchentes, promovendo a resiliência das áreas agrícolas e das comunidades no Rio Grande do Sul.

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O que acontece com a safra que molhou após uma enchente?

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Descubra como as últimas inovações agronômicas estão sendo aplicadas para lidar com o desafio das safras alagadas no Rio Grande do Sul. Explore soluções práticas, desde técnicas de drenagem até estratégias de manejo do solo, para reduzir os impactos do excesso de água nas culturas e garantir a recuperação da produtividade agrícola.


Os temporais que têm assolado o estado do Rio Grande do Sul por mais de 10 dias deixaram um rastro de destruição em sua passagem. Segundo levantamentos, 425 das 497 cidades do estado foram afetadas pelos eventos climáticos extremos. Os danos à humanos e materiais são significativos, com o registro de 107 mortes confirmadas, enquanto 136 pessoas ainda estão desaparecidas. 

Além disso, cerca de 232,1 mil indivíduos foram forçados a deixar suas casas devido às inundações e deslizamentos de terra causados pelas fortes chuvas. A escala da devastação é ampla, afetando aproximadamente 1,476 milhão de pessoas, segundo estimativas da Defesa Civil. 

As enchentes que periodicamente atingem o estado do Rio Grande do Sul representam não apenas eventos climáticos extremos, mas também desafios recorrentes para a produção agrícola da região. 

A combinação de fatores climáticos adversos e questões relacionadas à gestão de recursos hídricos muitas vezes resulta em tragédias anunciadas, como evidenciado por uma linha do tempo dos eventos ligados à situação. 

No presente contexto, analisaremos não apenas os efeitos diretos das enchentes, como a destruição das lavouras e infraestrutura agrícola, mas também os efeitos indiretos, incluindo perdas econômicas, deslocamento de comunidades rurais e impactos a longo prazo na segurança alimentar e na economia rural

O acompanhamento dessa cronologia e a compreensão dos eventos associados fornecem insights cruciais para o desenvolvimento de estratégias de resiliência e adaptação para os agricultores e comunidades afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Boa leitura!

Enchentes no Rio Grande do Sul  

As recentes enchentes que assolaram o estado do Rio Grande do Sul, resultando no maior desastre natural dos últimos 40 anos na região, foram desencadeadas pela passagem de um ciclone extratropical. Esse sistema meteorológico trouxe consigo uma série de eventos climáticos extremos, incluindo fortes chuvas, rajadas de vento e até mesmo queda de granizo. 

O volume de chuvas foi excepcionalmente alto, com algumas cidades registrando toda a precipitação esperada para o mês de setembro em apenas uma semana. Esse acúmulo de água saturou o solo e fez com que os rios transbordassem, resultando em enchentes generalizadas e deslizamentos de terra em diversas áreas do estado. A situação foi agravada pela intensidade do ciclone, que se beneficiou de águas oceânicas mais quentes do que o normal, aumentando sua força e impacto. 

Figura 1. Rio Taquari no Rio Grande do Sul— Foto: Diego Vara/Reuters (2024)

Como resultado, muitas regiões, incluindo o Rio Taquari, enfrentaram a segunda maior enchente de sua história, com níveis de água atingindo quase 30 metros. Esse cenário de eventos extremos demonstra a importância de medidas de prevenção e adaptação para lidar com os impactos das mudanças climáticas, que estão contribuindo para a intensificação e frequência de sistemas meteorológicos como os ciclones extratropicais

A calamidade enfrentada no Rio Grande do Sul foi resultado da conjunção de diversos fatores, conforme apontado pelos especialistas:

  • A presença de um cavado, que é uma corrente intensa de vento, influenciou a instabilidade atmosférica na região, contribuindo para as condições climáticas adversas;
  • Um corredor de umidade vindo da Amazônia se somou a esse cenário, aumentando a intensidade e frequência das chuvas na área afetada;
  • O bloqueio atmosférico, associado a uma onda de calor, resultou na “secura” e calor no centro do país, desviando as chuvas para as áreas extremas, como o Rio Grande do Sul, exacerbando ainda mais os efeitos das enchentes.

Figura 2. Chuvas extremas no Rio Grande do Sul — Foto: Ighor Jesus/Arte g1 (2024)

Impacto na agricultura

As chuvas e enchentes recentes no Rio Grande do Sul tiveram um impacto devastador na agricultura do estado. Esses eventos climáticos extremos causaram inundações generalizadas, resultando na perda de lavouras, danos a infraestruturas agrícolas e perdas significativas de animais

Muitos agricultores enfrentam a difícil tarefa de recuperar suas terras cultiváveis, que foram inundadas por longos períodos. Além disso, as estradas rurais foram danificadas, dificultando o acesso às áreas afetadas e o escoamento da produção agrícola

Essas adversidades têm um impacto direto na economia agrícola do estado, com prejuízos financeiros consideráveis para os produtores rurais e para toda a cadeia produtiva relacionada ao setor agrícola. A incerteza em relação à recuperação das terras e à próxima safra agrava ainda mais a situação, levando muitos agricultores a considerar abandonar a atividade agrícola. 

Excesso de água na safra 2023/2024

Mas, o que ocorre com o excesso de água no solo e nas culturas?

Quando ocorre um excesso de água no solo ou inundação, como é o caso das enchentes, isso pode afetar significativamente o cultivo de arroz, feijão, soja e milho de várias maneiras, devido às suas diferentes características fisiológicas e exigências de crescimento.

Arroz

O arroz é uma cultura que pode tolerar condições de inundação temporária. Na verdade, o arroz alagado é uma prática comum em algumas regiões. No entanto, o excesso prolongado de água pode levar a problemas como a falta de oxigênio no solo, o que prejudica o crescimento das raízes e, consequentemente, afeta a absorção de nutrientes. Além disso, o acúmulo de água pode favorecer o desenvolvimento de doenças nessa cultura.

A produção de arroz enfrenta um desafio significativo devido às chuvas intensas, o que pode resultar em uma redução considerável na produtividade. As tempestades inundaram as lavouras, retardando ainda mais os trabalhos de campo. Essa situação pode afetar o abastecimento nacional, considerando que o estado é o principal produtor de arroz do país. 

Além disso, alguns relatórios indicam que estradas estão interditadas, dificultando o transporte do cereal. Os últimos dados reportados pelo Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA) apontavam para um rendimento médio do estado esperado em 8.6 toneladas por hectare, porém, essa estimativa pode ser comprometida devido às condições adversas causadas pelas enchentes.

Feijão

 O feijão é mais sensível à inundação do que o arroz. O excesso de água pode resultar em falta de oxigênio nas raízes, levando à morte das plantas por asfixia radicular. Além disso, a saturação do solo pode causar o apodrecimento das sementes/grãos e o desenvolvimento de doenças fúngicas, como a podridão das raízes.

Soja

A soja é relativamente ‘tolerante’ à inundação temporária, mas o excesso de água pode reduzir a disponibilidade de oxigênio no solo, afetando o crescimento das raízes e a absorção de nutrientes. 

Isso pode resultar em crescimento retardado, amarelecimento das folhas e queda de flores e vagens. “Além disso, o excesso de umidade tende a elevar a acidez do óleo de soja, o que pode reduzir a oferta de boa qualidade deste subproduto, especialmente para a indústria alimentícia”, afirma o Cepea (2024).

Figura 3. Chuvas extremas em áreas de produção de soja — Fonte: Bing AI – EDGA 2024. 

Milho

O milho é mais sensível à inundação do que o arroz e a soja. O excesso de água pode causar danos significativos às raízes, levando à falta de oxigênio e à morte das plantas por asfixia radicular. Além disso, a saturação do solo pode resultar em perda de nutrientes, como nitrogênio, e aumentar o risco de doenças fúngicas

Para o milho, a condição permanece desafiadora. As inundações interromperam a colheita, mesmo estando em estágio avançado. De acordo com informações da Emater/RS, aproximadamente 83% das áreasdestinadas ao cultivo de milho já passaram pelo processo de colheita.

Figura 4. Situação dos silos com armazenamento de grãos no RS — Fonte: G1 2024 – Foto: Carlos Cogo.

Manejo futuro da lavoura

Após um episódio de excesso de água em uma área agrícola, algumas soluções agronômicas podem ser consideradas para mitigar os impactos e permitir a recuperação da produtividade:

  • Drenagem: implementar ou melhorar sistemas de drenagem para remover o excesso de água do solo, ajudando a restaurar condições ideais de umidade e oxigenação para as raízes das plantas;
  • Manejo do solo: realizar práticas de manejo do solo, como aração e gradagem, para melhorar a estrutura do solo e promover a drenagem adequada da água (desde que a área tenha mais excesso de água no solo para evitar compactação);
  • Fertilização balanceada: aplicar fertilizantes de forma equilibrada para fornecer os nutrientes necessários às plantas, especialmente após eventos de inundação que podem ter lixiviado os nutrientes do solo;
  • Monitoramento fitossanitário: fazer um acompanhamento rigoroso das condições das plantas para detectar e tratar rapidamente quaisquer problemas fitossanitários que possam surgir devido ao estresse causado pelo excesso de água;
  • Rotação de culturas: praticar a rotação de culturas para melhorar a saúde do solo e reduzir o risco de problemas relacionados ao alagamento em safras futuras;
  • Manejo de resíduos: remover resíduos vegetais ou detritos que possam obstruir a drenagem e contribuir para o acúmulo de água nas áreas agrícolas;
  • Monitoramento climático: estar atento às previsões meteorológicas e tomar medidas preventivas, como a construção de barreiras de contenção de água, para proteger as plantações de eventos climáticos extremos no futuro.

Sofreu com a quebra de safra devido às enchentes? 

Agende já uma demonstração conosco e descubra como o Aegro pode ajudar a gerenciar a recuperação da sua produção. Não perca tempo, comece a revitalizar sua colheita e garantir a continuidade do seu negócio agora mesmo! 

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Conclusão

Após uma enchente, as safras que foram molhadas enfrentam diversos desafios e consequências. 

Impacto direto nas lavouras e infraestrutura agrícola

  • As enchentes inundam os campos, sufocando as raízes das plantas e levando à morte das culturas. A destruição direta das lavouras afeta a produtividade e a renda dos agricultores;
  • Além disso, a infraestrutura agrícola, como galpões e equipamentos, também pode ser danificada pelas inundações, dificultando ainda mais a recuperação.

Impactos a longo prazo na segurança alimentar e economia rural

  • A disponibilidade local de alimentos é afetada, o que pode impactar a segurança alimentar da região;
  • A economia rural sofre, pois a agricultura é uma parte fundamental da economia do estado. Estratégias de resiliência e adaptação são essenciais para garantir a recuperação da produtividade agrícola no Rio Grande do Sul.

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Conciliação Bancária: o que é, importância e como fazer

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Desmistificando a Conciliação Bancária: Entenda sua Importância e Domine o Processo

A conciliação bancária é uma prática simples que pode te auxiliar no gerenciamento da sua fazenda, evitando surpresas nas finanças. Associada a outras práticas contábeis, ela pode garantir o sucesso e crescimento do seu negócio.

O que é conciliação bancária

A conciliação bancária é o processo de comparar o extrato da conta bancária com as informações do controle financeiro da fazenda.

Com ela, você compara o que recebeu e pagou com os valores que entraram e saíram da sua conta bancária. Esse processo é essencial para a boa gestão financeira da empresa.

Se você recebe de clientes ou paga os fornecedores por meio de boletos, cartão de crédito ou débito, a conciliação é importante para manter o controle do fluxo de caixa da sua empresa rural.

A importância da conciliação bancária

É a partir da conciliação que possíveis inconsistências são percebidas. Registros com erros podem levar o gestor a tomar decisões prejudiciais ao futuro do negócio. 

Erros de lançamento de pagamentos e recebimentos podem atrapalhar a saúde financeira do negócio. Além disso, descontos concedidos a clientes podem passar despercebidos e trazer prejuízos.

Benefícios da conciliação bancária

Quando você faz o acompanhamento frequente do dinheiro que entra e sai das contas bancárias, isso traz diversos benefícios para o seu negócio:

  • Identificação de fraudes;
  • Mais controle das movimentações financeiras;
  • Saldo bancário confiável;
  • Melhoria do planejamento orçamentário;
  • Melhoria da previsão do fluxo de caixa.

Como fazer a conciliação bancária

  • Passo 1: Monitoramento do fluxo de caixa e extratos bancários

O fluxo de caixa é o registro de todas as receitas e despesas da empresa. Esse controle permite comparar os valores que entram e saem. Os registros podem ser por planilhas ou um software de gestão, como o Aegro, e devem ser diários.

  • Passo 2: Comparar informações internas com lançamentos de entrada e saída

A comparação de tudo que foi pago e recebido será bem sucedido se todos os documentos estiverem organizados. Os documentos recebidos e enviados (como os boletos de fornecedores e clientes) devem ser guardados de forma organizada.

  • Passo 3: Correção de falhas

Fazer o acompanhamento da movimentação financeira da empresa ajuda a identificar mais facilmente as falhas que possam existir. Ao acompanhar a movimentação de perto, você tem tempo para corrigir as falhas e até mesmo evitá-las.

Conciliação bancária na fazenda: o que é e como fazer

Como que frequência fazer a conciliação bancária

A conciliação bancária pode ser feita na periodicidade que desejar, a cada 15 dias, a cada mês, a cada três meses, seis meses. Entretanto, é mais indicado que ela seja feita mensalmente.

Como otimizar a conciliação bancária pelo Aegro

O Aegro oferece uma solução eficaz para você realizar a conciliação do extrato bancário em apenas alguns minutos.

Isso porque, além de integrar o controle agrícola e financeiro, ele também possui um recurso avançado de importação das movimentações bancárias por arquivo OFX. 

Tela de conciliação bancária do Aegro

Conciliação de extrato bancário por OFX

Assim, você pode optar por fazer a conciliação bancária manual ou agilizar o processo com a conciliação automatizada. Em um clique seus lançamentos são conferidos com o extrato bancário.

Conciliando suas contas com os lançamentos no sistema, o usuário tem o controle financeiro em um só lugar e garante que seu fluxo de caixa bate com suas entradas e saídas bancárias, gerando segurança na análise de dados para gestão do negócio.

Aegro é pioneira ao usar Inteligência Artificial para identificar e conferir automaticamente seus lançamentos financeiros com o extrato bancário

Quer otimizar seus processos de conciliação bancária e economizar tempo na gestão financeira da sua produção agrícola? Agende uma demonstração conosco e descubra como o Aegro pode simplificar esse processo para você. Não adie mais, comece a economizar tempo e recursos agora mesmo!

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Software para produtor rural: entenda por que você precisa de um”

“Conheça o software de gestão feito para o agro”

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Nota fiscal eletrônica de produtor rural: Principais informações

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Nota fiscal eletrônica de produtor rural: saiba quais são os benefícios, quem é obrigado a emitir, prazos e o que cada Estado brasileiro exige

A emitir nota fiscal produtor rural é uma importante ferramenta para modernização e aperfeiçoamento da gestão da sua fazenda.

Ela é válida em todo o país desde 2020, por meio da Nota Técnica 2018.001. A nota pode ser emitida apenas com o CPF, por meio da Sefaz (Secretaria da Fazenda) do seu estado.

A NF-e é obrigatória em diversas situações, e a partir de 1 de maio de 2024 será obrigatória em todo o Brasil.

Saiba neste artigo a importância da NF-e e como emiti-la. Boa leitura!

O que é uma nota fiscal de produtor rural?

A Nota Fiscal de Produtor Rural eletrônica é a versão digital da nota fiscal de talão. Além de prática e moderna, é ecologicamente correta.

Antes, você precisava acumular talões de notas fiscais. Hoje, essas notas ficam armazenadas em memórias do computador ou na nuvem, como qualquer arquivo eletrônico.

Com a NF-e, os processos de negociação tornam-se muito mais rápidos, gerando maior fluidez de capital na propriedade rural ou nas empresas do agronegócio. 

A NF-e é um documento importante para o seu negócio. O uso pode ser obrigatório para a circulação de mercadorias em operações internas e interestaduais, conforme a legislação de cada Estado.

Caso seja exigida e não for encontrada pela fiscalização, o infrator pode ser multado e preso, enquanto a mercadoria será apreendida.

Credenciamento na NF-e

O serviço de emissão da nota fiscal de produtor rural é feito pelo seu credenciamento na Sefaz do seu estado. Os documentos básicos para você se credenciar são:

  • Documentos pessoais;
  • Requerimento;
  • Ficha de atualização cadastral.

A emissão da NF-e pode ser feita por aplicativo ou por um software. É necessário ter o certificado digital para produtor rural, o que garante confidencialidade de dados e segurança das informações.

Notebook representando o certificado A1

Benefícios da Nota fiscal de Produtor Rural

Um dos maiores benefícios da nota fiscal de produtor rural é a organização das finanças na propriedade. Por ficar armazenada em um computador, é muito mais fácil consultar as notas e ter um balanço financeiro saudável.

Outro ponto positivo, é facilitação de processos, como a eliminação de espaços físicos para armazenagem e o maior controle das operações, combatendo a sonegação de impostos e criando novas oportunidades de trabalho.

Os registros ficam mais precisos, já que tudo é contabilizado no sistema, e você não precisa mais prestar contas na prefeitura. Para quem já emitia notas fiscais, a emissão pode ser feita de qualquer computador, dispensando a retirada e devolução de talões.

Além disso, o sistema permite a emissão e aprovação de notas fiscais a qualquer momento, inclusive em fins de semana e feriados, sem depender da análise da Administração Fazendária.

Emissão de nota por CPF e por CNPJ

A nota fiscal eletrônica começou a funcionar no país há mais em 2006, substituindo a nota fiscal de papel.

A NF-e trouxe maior agilidade e eficiência fiscal, pois antes era preciso fiscalizar os blocos de notas emitidas. Agora, ela é gerada e autorizada imediatamente pela Sefaz.

No entanto, para os produtores rurais, só foi possível a emissão do documento eletrônico provisoriamente em outubro de 2018 e, definitivamente, em setembro de 2020.

Para isso, você precisa somente do CPF e do número da Inscrição Estadual. Caso você tenha CNPJ, pode fazer a emissão da nota normalmente.

A grande mudança está no modelo de emissão, que antes era l vinculado ao CPF só era possível por meio do Emissor de Nota Fiscal Avulsa, disponível no site da Sefaz de cada estado.

Agora, a nova versão permite que o Produtor Rural Pessoa Física com Inscrição Estadual (CPF-IE) emita NF-e com o próprio aplicativo.

Quando o produtor rural deve emitir nota fiscal eletrônica?

Os pequenos produtores rurais, com faturamento de até R$ 200 mil, ainda não são obrigados a emitir a NF-e. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) prorrogou a obrigatoriedade e o prazo foi estendido para janeiro de 2026, permitindo mais tempo para adequação às novas exigências.

Anteriormente, a obrigatoriedade da emissão da NF-e estava prevista para 1º de julho de 2023 e, depois, foi prorrogada para 1º de maio de 2024.

A nova data estabelece que produtores com faturamento bruto anual de até R$ 360 mil têm até janeiro de 2026 para aderir à NF-e, enquanto produtores com faturamento acima desse limite devem iniciar a emissão obrigatória em 3 de fevereiro de 2025.

Por que a nota fiscal eletrônica de produtor rural é obrigatória?

A NF-e é um documento eletrônico que moderniza e simplifica a fiscalização realizada pela Secretaria da Fazenda (Sefaz) de cada estado.

O documento garante a segurança que todas as transações sejam registradas, mesmo sendo internas, interestaduais ou internacionais.

O processo oferece maior controle, transparência e conformidade com a legislação tributária.

Dicas para emissão da nota fiscal de produtor rural

A emissão da Nota Fiscal de Produtor Rural pode gerar dúvidas para quem está se adaptando ao sistema eletrônico. Para facilitar evitar erros, reunimos dicas práticas que vão ajudar você e garantir mais segurança. Confira!

1. Número de série 

O CNPJ geralmente identifica uma única unidade da empresa no estado, com um único endereço e inscrição estadual. Porém, para produtores rurais, isso pode variar.

A chave de acesso da NF-e usa o CNPJ ou CPF, mas não inclui a Inscrição Estadual, o que pode gerar confusão entre estabelecimentos diferentes de um mesmo produtor. Por exemplo, a NF-e número 1 pode ser de um estabelecimento e a número 2 de outro.

Para resolver isso, a Nota Técnica 2018.001 determina que cada estabelecimento utilize uma série numérica específica, entre 920 e 969.

2. Inutilização de Numeração 

As notas fiscais são geradas com uma numeração sequencial única, sem intervalos. Se houver falha, é preciso solicitar a inutilização das faixas de numeração da NF-e, diretamente pelo software de emissão. Isso significa que é necessário informar a numeração que não será utilizada.

Para pessoas físicas, ainda não é possível inutilizar a numeração. Por isso, durante a emissão da NF-e, tenha muito cuidado para não gerar intervalos, já que eles não poderão ser corrigidos.

3. Contingência

Problemas técnicos podem impedir a transmissão da NF-e para a Secretaria da Fazenda ou o recebimento da autorização de uso. Nesses casos, é possível operar em contingência.

Na operação em contingência, são gerados os arquivos NF-e e Danfe, com a indicação de que foram emitidos “em contingência”.

Após solucionar os problemas, você deve transmitir as notas geradas em contingência à administração tributária em até 168 horas.

Leia também:

4. Inclusão do Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural)

O Funrural é um imposto de contribuição previdenciária, recolhido sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, ou sobre a folha de pagamento.

Não existe campo específico na nota fiscal de produtor rural para informar o Funrural, mas deve ser destacado no campo de dados adicionais, com a informação  da alíquota praticada.

Se o imposto for recolhido sobre a folha de pagamento, não é preciso destacá-lo na nota fiscal.

5. Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação)

O Fethab é uma contribuição vigente no Mato Grosso, criada pela Lei 7263/2000, com o objetivo de arrecadar recursos para obras de infraestrutura, transporte e habitação.

Esse imposto incide sobre a comercialização dentro do estado e a exportação de commodities. Embora seja facultativo, é obrigatório para manter o regime especial de apuração e recolhimento do ICMS em operações interestaduais e de exportação.

Na emissão da NF-e por produtores do Mato Grosso, é necessário informar a alíquota e o valor correspondente no campo de dados adicionais.

Para alguns produtos e operações, o recolhimento do Fethab deve ser feito pelo adquirente do produto. Nesse caso, a nota fiscal deve especificar que a contribuição será recolhida pelo adquirente.

6. Cancelamento da nota fiscal de produtor rural

O cancelamento da NF-e pode ser solicitado em até 24 horas após a autorização de uso, desde que a mercadoria não tenha circulado ou o serviço não tenha sido prestado.

Para isso, basta acessar o software de emissão de NF-e e solicitar o cancelamento. O resultado será disponibilizado por meio de um protocolo de segurança, contendo o número da NF-e, data e hora do recebimento pela administração tributária.

Após o prazo de 24 horas, será necessário apresentar uma justificativa à Administração Fazendária e aguardar autorização para realizar o cancelamento.

Vale lembrar que cada estado possui regras e penalidades específicas para o cancelamento de NF-e.

7. MDF-e para Produtor Rural

De acordo com o Confaz, O MDF-e (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais), modelo 58, deve ser O MDF-e (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais) é obrigatório para todas as operações de transporte de mercadorias realizadas por aqueles que emitem NF-e, incluindo o produtor rural.

Este documento é necessário para o transporte de bens e mercadorias, independentemente de serem realizadas dentro ou fora do estado, e vale tanto para veículos próprios quanto arrendados, ou transportadores contratados.

O uso do MDF-e facilita a fiscalização e o registro das informações do transporte, como os dados do produto, local de origem e destino, e informações do motorista e veículo.

Para emitir o MDF-e, é necessário cumprir os seguintes pré-requisitos:

  • Ser credenciado para emitir CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico) e/ou NF-e no Sefaz do seu estado;
  • Utilizar um sistema emissor de MDF-e (os estados de MT e SP não oferecem sistema gratuito, sendo responsabilidade do produtor contratar o software);
  • Possuir certificado digital válido (e-CNPJ ou e-CPF);
  • Ter acesso a um computador com internet.

Em casos de problemas técnicos, o produtor pode emitir o MDF-e em contingência e deverá indicar isso no Documento Auxiliar do MDF-e. Após resolver o problema, é necessário transmitir o MDF-e em até 7 dias, sob pena de multa se não enviado à Sefaz.

Todo MDF-e deve ser encerrado ao final do percurso ou se houver alteração nas informações do transporte. Caso o encerramento não seja feito, não será possível emitir documentos para a mesma UF de origem e destino da carga ou para o mesmo veículo.

Produtores que emitem NFA-e (Nota Fiscal Avulsa Eletrônica, modelo 55) estão dispensados de emitir o MDF-e.

homem segurando celular e usando o computador para entender a diferença de lucro real e lucro presumido na fazenda

Emissão de NF-e rural nos estados

Embora a emissão de NF-e por CPF seja prevista legalmente em todo o Brasil, alguns estados ainda não exigem a nota fiscal de produtor rural.

Em outros, a obrigatoriedade é apenas para a NF-e, enquanto alguns estados mantêm a emissão de NF-e, nota fiscal de talão e nota fiscal avulsa.

Há também estados que se referem à nota emitida pelo produtor rural como NFP-e (Nota Fiscal de Produtor Rural Eletrônica). Confira os modelos de documento fiscal disponíveis para o produtor rural em cada estado:

Acre

De acordo com o Decreto 7668/2021, todos os estabelecimentos no Acre devem emitir NF-e, independentemente da atividade econômica.

Produtores rurais podem emitir Nota Fiscal Avulsa (NFA-e) em vendas de mercadorias, desde que não possuam nota fiscal própria, com uma taxa de R$14,28 para pessoas físicas não registradas como contribuintes do estado.

Em setembro de 2023, o Governo do Acre lançou o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), voltado para pequenos produtores de hortifrúti e agricultura familiar que fornecem para a merenda escolar. As operações realizadas por meio do NFF são isentas de ICMS.

Alagoas

Em Alagoas, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é obrigatória para todos os estabelecimentos agropecuários nas saídas de mercadorias.

A Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) pode ser emitida por produtores rurais pessoa física ou aqueles não registrados como contribuintes do estado.

A partir de fevereiro de 2025, a obrigatoriedade da emissão da NF-e será estendida a todos os produtores rurais em todo o território nacional

Amapá

No Amapá, a emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) é facultativa para produtores rurais, tanto para aqueles contribuintes do ICMS quanto para produtores pessoa física.

Para produtores pessoa física nas operações de comércio, o recolhimento do imposto é realizado por meio da emissão de Nota Fiscal Avulsa ou Documento de Arrecadação Estadual.

Além disso, na aquisição de mercadorias, esses produtores devem instruir seus fornecedores a preencher o campo de “Informações Complementares” com o seguinte texto: “Mercadoria ou Serviço destinado a contribuinte do ICMS – produtor rural ou extrator não optante de inscrição estadual: art. 412, do RICMS-AP” 

Amazonas

A emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), modelo 55, também obrigatória para produtores rurais contribuintes do ICMS, substituindo a Nota Fiscal de Produtor, modelo 4.

Essa medida visa aprimorar o controle das operações interestaduais com gado em pé. Assim, os pecuaristas devem informar a chave da NF-e na Guia de Trânsito Animal (GTA) durante o comércio interestadual de gado.

Para produtores pessoa física, a emissão da NF-e é voluntária, mas os produtores que tem o Cartão do Produtor Primário são isentos de ICMS na aquisição de equipamentos para uso na produção agropecuária.

Nesses casos, é permitida a emissão da Nota Fiscal de Produtor, modelo 4, sem o destaque do ICMS.

Bahia

Na Bahia, conforme o Decreto 18.406/2018, os produtores rurais podem emitir tanto a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) quanto a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e).

Todos os produtores inscritos como pessoa física no cadastro do ICMS têm a opção de emitir a NF-e de forma voluntária.

Para facilitar a emissão de notas fiscais, a Secretaria da Fazenda da Bahia disponibiliza o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), especialmente voltado para pequenos produtores rurais.

Além disso, a SEFAZ-BA oferece a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) para operações de circulação de mercadorias ou bens efetuadas por produtores rurais, microempreendedores individuais (MEI) e pessoas físicas ou jurídicas não inscritas no cadastro de contribuintes do ICMS.

Ceará

No Ceará, produtores rurais não inscritos no Cadastro Geral da Fazenda (CGF) podem emitir a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e). Produtores rurais pj sem nota fiscal própria também têm essa opção.

A emissão da NFA-e pode ser realizada através do portal da Secretaria da Fazenda do Ceará, mas antes disso, é necessário pagar a Taxa de Fiscalização e Prestação de Serviço no valor de R$12,00.

Distrito Federal

No Distrito Federal, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é obrigatória desde 2011, com a possibilidade de produtores rurais pessoa física emitirem a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e), modelo 1 ou 1-A, nas operações de entrada de mercadorias na unidade da federação.

Em maio de 2023, o Governo do Distrito Federal lançou o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), destinado a pequenos produtores rurais, que permite a emissão por produtores pessoa física que comercializam produtos hortifrutícolas dentro do Distrito Federal.

O NFF pode ser acessado pelo portal gov.br, eliminando a necessidade de adquirir um certificado digital, e permite a emissão offline.

Espírito Santo

No Espírito Santo, a emissão de Nota Fiscal Avulsa por produtores rurais pessoa física está disponível desde 2017. Além disso, é permitida a emissão da Nota Fiscal de Produtor, modelo 4.

Os produtores podem utilizar o aplicativo Nota Fiscal Fácil para emitir a nota fiscal e comercializar seus produtos.

Goiás

Em Goiás, a emissão de notas fiscais para produtores rurais está disponível por meio da Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) e da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).

Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e):

  • Destinatários: Produtores rurais pessoa física e jurídica que não estão enquadrados no regime do Simples Nacional.
  • Emissão: A NFA-e pode ser emitida através do portal da Secretaria da Economia de Goiás, utilizando certificado digital.
  • Observação: A partir de 10 de maio de 2023, é obrigatório informar a placa do veículo transportador no momento da emissão da NFA-e.

Nota Fiscal Eletrônica (NF-e):

  • Destinatários: Produtores rurais pessoa jurídica credenciados na Secretaria da Economia de Goiás.
  • Emissão: A NF-e deve ser emitida por meio de sistema emissor autorizado, utilizando certificado digital.
  • Observação: A partir de 1º de junho de 2024, produtores ou extratores que realizarem transferência interestadual de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo contribuinte devem emitir sua própria NF-e para acobertar a operação. Portal Goiás

Para facilitar a emissão de notas fiscais, o Governo de Goiás lançou o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), destinado a produtores rurais pessoa física que comercializam produtos hortifrutigranjeiros internamente.

O aplicativo permite a emissão de notas fiscais de forma prática e sem a necessidade de certificado digital.

Maranhão

No Maranhão, todos os contribuintes do ICMS são obrigados a emitir a NF-e, modelo 55, sob pena de perderem o credenciamento.

Os produtores rurais pessoa física com inscrição no ICMS podem emitir a NFA-e, que é destinada a operações de venda ou transferência de mercadorias.

Mato Grosso

A emissão da NF-e por produtores pessoa física é obrigatória desde julho de 2019, conforme o Decreto 1709/2018.

Desde março de 2022, a Sefaz/MT não permite mais a emissão da NF-e modelo 1 ou 1-A ou NFA-e pelos produtores rurais.

Para emitir a NF-e, o produtor rural pessoa física deve utilizar um programa emissor próprio e adquirir o certificado digital e-CPF.

Mato Grosso do Sul

Para emitir a nota fiscal eletrônica de produtor rural no MS, você o deve estar inscrito como pessoa física ou jurídica no Cadastro da Agropecuária do estado.

O estado adota um tipo diferente de nota fiscal, a Nota Fiscal do Produtor, Série Especial (NFP/SE), que pode ser utilizada quando a NFP-e não puder ser emitida.

Minas Gerais

Produtores sem inscrição no cadastro de contribuintes de ICMS podem emitir a NFA-e nas operações com mercadorias. Também é possível emitir a NF-e como pessoa física.

Para pessoas jurídicas, a emissão da NF-e é obrigatória desde 2010, conforme o Decreto 45477/2010.

Pará

Desde 2019, os produtores rurais no Pará podem emitir a NF-e, também sendo é possível emitir a NFP-e, modelo 4, para os contribuintes de ICMS.

Já os produtores inscritos como pessoa física podem solicitar a emissão da Nota Fiscal Avulsa.

Paraíba

A emissão de NF-e para produtores rurais pessoa física foi liberada em agosto de 2019, ampliando as opções desses produtores, que também podem solicitar a emissão da NFA-e e o talão.

Em março de 2021, a Sefaz da Paraíba disponibilizou a emissão de Nota Fiscal de Agricultura Familiar Eletrônica, voltada para pequenos produtores.

Essa nota fiscal tem formato semelhante à NFA-e, mas o contribuinte não precisa de um sistema emissor próprio.

Paraná

A emissão de nota fiscal eletrônica no Paraná é obrigatória em todas as operações interestaduais e de exportação.

A obrigatoriedade se aplica a todos os produtores rurais, incluindo aqueles com faturamento anual inferior a R$ 200 mil.

Portanto, saber como preencher a nota de produtor rural PR é necessária para garantir a conformidade fiscal no estado.

Pernambuco

Todos os produtores rurais podem solicitar a emissão da NF-e, incluindo aqueles cadastrados como contribuintes de ICMS com CPF.

A emissão é obrigatória para aqueles que realizam operações de venda de mercadorias e para transações interestaduais ou de exportação.

Para a emissão da NF-e, é precisao estar cadastrados no Sistema de Administração Tributária de Pernambuco (SAT-PE) e obter um certificado digital (e-CPF ou e-CNPJ), conforme a categoria tributária.

Além disso, os produtores pessoa física que não são contribuintes de ICMS podem solicitar a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) para formalizar suas transações.

Piauí

O Decreto 21558/2022 proibiu a emissão da Nota Fiscal de Produtor Rural modelo 4 e, desde 1º de julho de 2023, todos os produtores rurais são obrigados a emitir a NF-e.

A Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) também pode ser emitida pelos produtores rurais, mas para isso, é necessário pagar a taxa de Documento de Arrecadação para liberar a nota fiscal.

A emissão da NF-e, conforme as regras estabelecidas, deve ser feita por meio de um sistema autorizado pela Secretaria da Fazenda do Estado do Piauí (SEFAZ-PI) e com a utilização de certificado digital (e-CPF ou e-CNPJ).

Rio de Janeiro

Desde 2020, com a publicação do Decreto 46928/2020, os produtores rurais no estado do Rio de Janeiro estão proibidos de emitir a NFA-e.

A NF-e é obrigatória para os produtores rurais pessoa jurídica. Já para os produtores rurais pessoa física, a emissão de NF-e é facultativa. Eles podem optar por continuar utilizando a Nota Fiscal de Produtor, modelo 4, em vez de adotar a NF-e.

Contudo, para quem optar pela NF-e, é necessário que o produtor esteja credenciado na Secretaria da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro (SEFAZ-RJ) e possua certificado digital (e-CPF ou e-CNPJ).

Rio Grande do Norte

No Rio Grande do Norte, os produtores rurais devem observar as seguintes orientações fiscais:

  • Produtores com CNPJ: Estão obrigados a emitir a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para documentar as operações de venda de produtos agrícolas.
  • Produtores sem CNPJ: Podem solicitar a emissão da Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) para registrar suas vendas.

A NFA-e é uma alternativa para produtores que não possuem inscrição estadual ou CNPJ, permitindo a formalização das transações comerciais.

Para ter a NFA-e, é preciso acessar o site da Secretaria da Tributação do Estado do Rio Grande do Norte (SET-RN) e seguir as instruções fornecidas.

É importante ressaltar que a emissão de notas fiscais é uma obrigação legal que contribui para a formalização das atividades rurais e o cumprimento das normas fiscais vigentes.

Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, os produtores rurais têm as seguintes opções para emissão de notas fiscais:

  • Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): Obrigatória para operações interestaduais e, a partir de fevereiro de 2025, para produtores com receita bruta superior a R$ 360 mil nos anos de 2023 ou 2024.
  • Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e): Disponível para produtores sem inscrição estadual ou CNPJ, permitindo a formalização das transações comerciais.
  • Nota Fiscal de Produtor (talão): Ainda válida para operações internas até 30 de junho de 2025 para produtores que não se enquadram na obrigatoriedade da NF-e.

Para facilitar a emissão, especialmente para produtores de frutas, legumes e verduras, o Estado disponibiliza o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), que simplifica o processo e elimina a necessidade de intermediários.

Rondônia

Em Rondônia, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é exigida em operações interestaduais e para casos em que a receita bruta nos anos de 2023 ou 2024 seja superior a R$ 360 mil.

Os produtores podem optar pela emissão da Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) caso não tenham a inscrição estadual ou CNPJ, permitindo a formalização de transações comerciais.

O Estado também disponibiliza o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), especialmente voltado para produtores de frutas, legumes e verduras, permitindo a emissão de notas fiscais diretamente pelo celular, sem a necessidade de intermediários.

Roraima

Em Roraima, os produtores rurais têm a possibilidade de emitir a Nota Fiscal de Produtor (NFP), modelo 4, em determinadas situações.

A Instrução Normativa nº 9, de 26 de maio de 2021, revogou a obrigatoriedade da emissão da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para operações com gado bovino, suíno, caprino, ovino e bufalino destinados ao abate nos frigoríficos dentro do estado.

Santa Catarina

Em Santa Catarina, os produtores rurais podem emitir a Nota Fiscal de Produtor Eletrônica (NFP-e) e, no caso de produtores pessoa física, também é possível a emissão da Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e).

As notas fiscais podem ser geradas por meio do Sistema de Administração Tributária (SAT) da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina (SEF/SC).

Em situações onde há problemas técnicos no SAT, a NFP emitida em papel continua válida. Além disso, os produtores rurais pessoa física inscritos no Cadastro de Produtores Primários (CPP) têm a opção de emitir a nota fiscal por meio do aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF).

São Paulo

Em São Paulo, desde 1º de julho de 2023, todos os produtores rurais estão obrigados a emitir a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para operações interestaduais e, a partir de 1º de janeiro de 2025, para operações internas, independentemente de estarem ou não inscritos no E-CredRural.

Para a emissão da NF-e, o produtor rural pessoa física deve utilizar o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) Rural vinculado à sua Inscrição Estadual de Produtor.

A partir de 1º de julho de 2007, é obrigatória a inscrição no CNPJ para todos os produtores rurais paulistas.

Sergipe

Em Sergipe, a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) deve ser emitida exclusivamente por produtores rurais não inscritos no Cadastro de Contribuintes do Estado de Sergipe (CACSE).

Já os produtores inscritos com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) devem emitir a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para operações com mercadorias interestaduais.

Tocantins

Em Tocantins, a emissão da Nota Fiscal de Produtor, modelo 4, está vedada. Os produtores cadastrados como contribuintes com Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) podem emitir a NFA-e, enquanto os produtores rurais inscritos com CNPJ devem emitir a NF-e.

É sempre preciso verificar a legislação vigente do seu estado para assegurar que o modelo de documento fiscal utilizado esteja em conformidade com as operações realizadas.

Como faço para emitir nota fiscal de produtor rural?

O que você precisa para emitir a NFe de produtor rural

1° Passo: Cadastro

O primeiro passo para emitir a nota fiscal é se cadastrar na Secretaria da Fazenda do seu estado, que pode exigir informações específicas. A autorização para emissão costuma ser rápida, muitas vezes em poucas horas.

Em alguns estados, o cadastro é feito diretamente no sistema da secretaria, permitindo o controle e a emissão de notas. Já em outros, o controle e a emissão podem ser feitos por meio de um software de emissão de NF-e.

O segundo passo é adquirir o certificado digital e-CPF para formalizar o processo.

2° Passo: Certificados digitais

É necessário um e-CPF (certificado digital para pessoa física) para garantir validade jurídica, que deve seguir as regras do ICP-Brasil, sendo os tipos A1 e A3 os mais utilizados.

O certificado A1 armazena as informações no computador do gestor, funcionando como um par de chaves (pública e privada). O A3, por sua vez, é emitido e armazenado em mídia criptográfica, como cartão ou token.

Vantagens e desvantagens dos certificados A1 e A3

Certificado A1: É um opção flexível, podendo ser usado em várias máquinas e permite monitorar as notas recebidas. Sua maior desvantagem é não permitir a emissão de segunda via, e a validade é de apenas um ano, exigindo renovação anual.

Certificado A3: É mais seguro, pois usa hardware separado e tem validade de 3 anos, porém é um aparelho física, o que limita o uso a um único computador e exige senhas a cada emissão. Não permite monitoramento de notas e apresenta risco de perda ou dano.

Como emitir o certificado digital para produtor rural

3º Passo: Adquirir programa para emissão da NF-e

Em alguns estados, o produtor pode emitir a nota pelo próprio sistema da Secretaria da Fazenda da região.

No entanto, na maioria das vezes, um software de emissão de nota fiscal é necessário, para facilitar e agilizar o processo.

Com o programa, você digita as notas fiscais e as transmite para a Secretaria da Fazenda. Quando a nota é autorizada, o programa gera um arquivo XML com a assinatura digital, que deve ser guardado por 5 anos, conforme orientação do governo.

Esse arquivo também deve ser disponibilizado ao destinatário ou transportador, podendo enviar a nota eletronicamente ou impressa por meio do DANFE, que é uma representação das principais informações da nota, não sendo a nota fiscal em si.

Conclusão

A obrigatoriedade da emissão de nota fiscal eletrônica de produtor rural já está válida em todo o território brasileiro.

Se você ainda não emite a NF-e, é importante se organizar. Adquira um certificado digital e procure programas de emissão de notas fiscais seguros e eficazes.

Com essas principais dicas, emitir a NF-e pode ser uma tarefa mais fácil. Então não deixe para depois!

A Nota Fiscal de Produtor Rural serve para formalizar a venda de produtos agropecuários, registrar e comprovar transações comerciais feita pelo produtor rural.

A partir da emissão, é comprovada a legalidade da operação, possibilitando o recolhimento correto dos tributos.

Além disso, a NFP é importante para o controle da produção, transporte de mercadorias, acesso a benefícios fiscais e financiamentos agrícolas.

Sem esse documento, você pode enfrentar dificuldades para vender sua produção para empresas, cooperativas e até mesmo para obter créditos rurais.

 

O produtor rural pode emitir diferentes tipos de notas fiscais, dependendo da operação e das exigências do estado. As principais são:

  • Nota Fiscal de Produtor Eletrônica (NFP-e – Modelo 55): Substitui a nota fiscal de produtor em papel e já é obrigatória em muitos estados. Usada na venda de produtos agropecuários.
  • Nota Fiscal de Produtor em papel (Modelo 4): Ainda permitida em alguns estados para pequenos produtores ou situações específicas.
  • Nota Fiscal Avulsa (NFA-e): Emitida diretamente no portal da Secretaria da Fazenda (SEFAZ) para produtores sem inscrição estadual ou que não emitem notas com frequência.

Quem está dispensado de emitir Nota Fiscal Eletrônica são os produtores rurais que se encaixam em algum dos modelos abaixo:

  1. Produtores de Pequeno Porte: Agricultores com receita bruta anual inferior ao limite estabelecido pela legislação do Simples Nacional podem estar dispensados da emissão da nota fiscal. A isenção depende da faixa de receita bruta, que varia por estado.

  2. Produtos para Consumo Pessoal ou Familiar: Se o produtor rural destinar a produção para consumo próprio ou da sua família, sem intermediação de venda, a emissão da nota fiscal pode não ser necessária.

  3. Vendas com Valor Inferior a um Limite Específico: Alguns estados isentam a emissão de NFP para transações de pequeno valor, geralmente em transações realizadas diretamente entre o produtor e o consumidor final, como em feiras e mercados locais.

  4. Transações Isentas por Regime de Apuração: Alguns regimes fiscais, como o Simples Nacional, podem permitir que o produtor rural se enquadre em um regime simplificado e, em determinados casos, fique dispensado de emitir nota fiscal em algumas condições específicas.

É importante verificar com o fisco estadual ou o contador de confiança, pois as regras variam de acordo com o estado e o porte da propriedade ou da empresa rural.

A série da Nota Fiscal de Produtor Rural (NFP) é estabelecida pelo produtor rural ou pela Secretaria da Fazenda do estado em que ele está registrado.

Em alguns estados, a série pode ser pré-determinada pela autoridade fiscal, enquanto em outros, o próprio produtor pode escolher a série, desde que esteja dentro das normas estabelecidas pela legislação local.

Exemplos de séries:

  • Série 1: Geralmente, é utilizada para notas fiscais de produtor rural.
  • Série 2: Em algumas situações, pode ser usada para notas fiscais de venda dentro do comércio, se o produtor estiver registrado em outros sistemas fiscais, como o Simples Nacional.

A série é importante para fins de controle, pois permite distinguir e organizar as notas fiscais conforme o tipo de transação ou categoria do produtor.

Em resumo, a série da NFP é determinada pelo estado e pelo tipo de operação fiscal do produtor rural. Se estiver com dúvidas específicas sobre o estado em que você está, posso ajudar a buscar as regras detalhadas!

Colheita de café: quando realizar e como evitar perda de qualidade

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Veja como fazer a colheita do café e a reconhecer qual é a época correta, diferentes métodos, custo e muito mais!

A época de colheita do café é um dos fatores que mais interferem no sabor da bebida. Saber o momento correto de realizá-la é primordial.

Os tipos de colheita de café também precisam ser analisadas de acordo com a realidade da sua propriedade. Essa é outra forma de evitar perdas de qualidade dos grãos.

Neste artigo, separamos informações valiosas sobre a colheita de café, tipos e dicas que podem te ajudar. Boa leitura!

Época de colheita do café

A colheita de café deve ser feita com os frutos em maturação fisiológica, parecidos com cerejas. Esse estado ocorre entre março e abril até setembro, no período da seca. Nesse momento, a cor da casca do café fica entre o vermelho e o amarelo, e os grãos precisam ter entre 55% e 70% de umidade.

O tempo de colheita após a floração do café é de aproximadamente 7 meses. Há mais de uma floração por ano. Por isso, a colheita se estende por vários meses. No Brasil, o pico de colheita acontece entre junho e agosto.

Em países próximos à linha do Equador, pode ocorrer florada todos os meses, devido aos fatores climáticos serem favoráveis. Nesses locais, a colheita é feita durante o ano todo.

Diversos fatores interferem na qualidade dos grãos colhidos. Por exemplo, o manejo da lavoura, clima, momento de colheita, beneficiamento, secagem e armazenamento.

Colher o café no momento ideal é fundamental porque os grãos influenciam diretamente na qualidade da bebida.

Se a colheita ocorrer antes do tempo, a maioria dos frutos estão verdes e há alta concentração de fenóis, como taninos e ligninas. Essas substâncias interferem negativamente no sabor do café.

Quando são colhidos muitos secos, também sofrem alterações de sabor. Isso acontece devido a fermentação negativa, reduzindo sua qualidade.

Como a floração não ocorre somente uma vez, existem grãos em todos os estádios de maturação na mesma planta.

Assim, se a colheita do café não for manual, de grão a grão, o ideal é realizar quando estiver com maior uniformidade de maturação. Isso representa de 80%  a 90% dos frutos já maduros, com menos de 20% dos frutos verdes.

Para a  produção de cafés especiais, são utilizados grãos do tipo cereja. Isso tem gerado maior valor agregado para os produtores que buscam produzir este tipo de café.

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Classificação dos grãos de café

A coloração é um importante sinal da maturidade fisiológica dos frutos. A cor cereja dos grãos indica esse ponto. 

Os grãos começam com coloração verde. Com o avanço do processo de maturação,  eles vão adquirindo a cor do cultivar, que pode ser vermelho ou amarelo

Com o avanço do processo, os grãos vão adquirindo uma coloração escura. Eles perdem teor de água até estarem secos, no estádio conhecido como coco.

Os grãos podem ser classificados conforme seu ponto de maturidade:

  • Café verde, ou grãos verdes (teor de água de 60 a 70 %): é quando ocorre a granação dos frutos, ou seja, o endosperma fica duro, e os frutos estão com coloração verde; 
  • Grãos verde cana (teor de água de 55 a 60 %): os grãos vão mudando a coloração, se tornando mais maduros, passando a assumir a coloração do cultivar;
  • Grãos cereja (teor de água de 45 a 55 %): quando os frutos já estão totalmente com a coloração do cultivar, este é o momento ideal de colheita;
  • Grãos passa (teor de água de 30 a 45 %): quando os grãos já passaram do momento correto de colheita. O tegumento dos grãos, ou casca, começa a adquirir uma coloração escura.
  • Grãos secos/coco (menor que 25%): os frutos de café neste ponto já estão secos, com umidade baixa.
  • Grãos bóia: são grãos que flutuam na água devido ao menor peso, que pode ocorrer devido a má formação do grãos, por estar imaturo ou com ataque de pragas como da broca do café.
Estagios do café, desde gema dormente até seco
Escala para determinação de estádios fenológicos do café arábica 
(Fonte: Ciiagro)

Como é feita a colheita de café

Existem três tipos de colheita de café: manual (com trabalhadores que fazem a poda e retiram os frutos), semimecanizada (com trabalhadores e uso de máquinas em alguns processos) e mecanizada (totalmente feita através de máquinas). 

Veja mais sobre eles a seguir:

Colheita de café manual

A colheita manual ainda é bastante utilizada em áreas declivosas, em que a entrada de colhedoras é inviável. Pequenas propriedades também costumam adotar esse método.

Esse tipo de colheita consiste em retirar manualmente os grãos dos ramos. Ele exige muita mão de obra e é mais demorada.

Primeiro é feita a arruação, que consiste em limpar embaixo das plantas e nas entrelinhas. Essa operação é feita para facilitar a varrição depois da colheita e evitar mistura dos grãos com restos vegetais.

Para realizar a colheita manual de café são estendidas lonas ou panos na saia do cafezal, ou o colhedor carrega uma peneira. A colheita por este método pode ser feita de dois modos.

Os colhedores fazem a derriça total dos grãos nos panos ou peneiras, que são coletados e abanados. Isso os separa dos restos vegetais, como folhas e ramos. Em seguida, são levados para secagem.

Para este modo de colheita manual, é preciso que a lavoura esteja com a maior quantidade dos grãos cereja possível. Afinal, a colheita só ocorre uma vez por ano.

Em locais onde a colheita é feita o ano todo, ou para fabricação de cafés especiais, os colhedores retiram da planta de café somente os grãos cereja. Eles deixam os verdes para a próxima colheita.

Neste caso, os grãos apresentam maior qualidade, apesar do maior gasto com mão de obra.

Trabalhadores rurais colhendo café no campo. Todos usam boné verde e estão com braços erguidos na frente do cafezal.
Derriça manual sobre o pano 
(Fonte: Helton)

Após a colheita, é feita a varrição. Nela, os grãos que caíram no chão devem ser coletados para não servirem de local viável para broca-do-café. Essa praga pode prejudicar a próxima safra.

São utilizados rastelo e peneira para catar estes grãos e separá-los dos restos vegetais. Posteriormente, eles são comercializados por um preço menor em relação ao café colhido. 

Colheita de café semimecanizada

Na colheita semimecanizada, parte das operações são feitas manualmente e a outra parte de forma mecanizada.

Devido a falta de mão de obra para colheita do café, este método tem sido adotado por muitos produtores. Ele reduz a quantidade de mão de obra, otimiza o tempo e gera maior rendimento na operação.

Todas estas etapas podem ser feitas de modo manual ou mecanizado, gerando várias combinações de máquinas e mão de obra são possíveis como:

  • Derriça: manual ou com uso de derriçadeiras elétricas.
  • Recolhimento: no pano ou com uso de máquina que recolhe a lona.
  • Abanação: feita em peneiras ou abanador mecânico.
Trabalhadores em cafezal, realizando a colheita do café com um grande arado. Todos usam equipamentos de proteção cinza e laranja.
Derriça mecânica sobre o pano 
(Fonte: Stihl)

Na colheita semimecanizada, um ou mais processos destes citados são feitos com uso de máquinas, o que agiliza o trabalho.

Para o café conilon ou robusta, o uso de máquina que recolhe e trilha os grãos já é uma opção de uso dos produtores.

Colheita de café mecanizada

A colheita mecanizada do café vem sendo empregada em diversas regiões, principalmente nas que apresentam topografia adequada para este método. Ela pode ser realizada em grandes, médias e pequenas propriedades.

Todas as etapas de colheita citadas acima são realizadas por uma máquina, seja automotriz ou de arrasto.

Com o uso de mecanização, há aumento do rendimento operacional e redução do custo de mão de obra.

Se você vai instalar sua lavoura de café e pretende colher mecanicamente, é recomendável ajustar o espaçamento do cafezal entre linhas de 3-4 metros. Isso vai facilitar a locomoção da máquina.

Outro ponto importante neste método é a regulagem da colheitadeira, para evitar perdas de grãos ou danos nas plantas.

Máquina agrícola em cafezal, realizando a colheita.
Exemplo de colhedora de café
(Fonte: Jacto)

Pós-colheita de café

Com a colheita realizada, outro ponto que afeta a qualidade da bebida é a pós-colheita do café, feita em várias etapas. Após a retirada dos grãos do campo, o teor de água é elevado nos grãos. O próximo passo é a secagem.

Ela pode ser feita em terreirões ou em terreiros suspensos, utilizados principalmente para fabricação de cafés especiais.

O café precisa estar entre 10,5% a 11,5% de umidade para ser beneficiado. O cuidado com a temperatura é importante, por isso é preciso de tempo em tempo revolver o café durante a secagem.

Após a secagem, o próximo passo é o beneficiamento. A máquina que realiza esse processo pode ser móvel ou fixa.

Máquina amarela em campo, realizando o beneficiamento após a colheita de café
Exemplo de máquina de beneficiamento de café móvel
(Fonte: Campo e Negócio)

No beneficiamento, ocorre a separação de impurezas como pedras, restos vegetais, entre outros, e a separação dos grãos da casca seca.

Depois de beneficiados, os grãos são colocados em sacarias ou big-bags. Eles devem ser armazenados em local arejado, piso impermeável, limpo e sem iluminação solar direta.

Os sacos ou big-bags devem ser colocados sobre paletes para evitar contato direto com o chão ou paredes.

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Quanto vale uma colheita de café

Em maio, o preço do café arábica tem apresentado forte oscilação, pressionados por movimentos técnicos, incertezas relacionadas às demandas globais e pelo início da colheita 2022/23, principalmente. No dia 17, o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, no posto da capital paulista, chegou a atingir R$ 1.308,24/sc, o maior patamar nominal desde 9 de março.

Quanto aos custos de produção do café, a mão de obra na colheita é um dos principais – e também um dos entraves da produção. Muitos produtores realizam a colheita fora do momento ideal devido à falta de trabalhadores.

Mesmo em áreas declivosas, onde a colheita não pode ser totalmente mecanizada, fazer parte da operação com uma máquina já gera economia. 

No custo de produção, tanto do café arábica quanto do café conilon, a mão de obra utilizada na colheita fica em média 20% do valor total da produção.

Pela informação fornecida pela Embrapa, a colheita manual necessita de aproximadamente 20 trabalhadores. Eles demoram mais tempo para colher em comparação com a semimecanizada.

Na colheita semimecanizada, somente 4 ou 5 trabalhadores são necessários. Na colheita mecanizada do café, esse número cai para 1 ou 2.

Isto geraria uma grande redução no custo de produção do café por mão de obra, além de colher os grãos próximos do momento ideal. Isso melhora a qualidade do produto final, resultando em maior lucro.

Mesmo havendo gasto com aluguel ou aquisição de maquinário, o investimento é pago ao longo das safras. Muitos produtores estão investindo em maquinários para colheita e prestando serviços para outros produtores, gerando mais renda.

Conclusão

A colheita de café é um fator que interfere na qualidade da bebida.

Saber o momento ideal de colher é fundamental para obtenção de grãos desejados e evitar perdas de produção.

Além disso, a colheita pode ser realizada de três métodos: manual, semimecanizada e mecanizada. Escolha o método ideal de acordo com as necessidades e a realidade da sua fazenda. Boa colheita!

Está se preparando para a colheita de café? As dicas desse artigo te ajudaram? Deixe seu comentário abaixo!

Aumente a produtividade da plantação de milho (+8 materiais gratuitos)

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Plantação de milho: conheça os sistemas de cultivo, densidade, manejo da lavoura e outros pontos importantes para maior rentabilidade

A safra de milho 2021/22 deve alcançar 116,2 milhões de toneladas, um recorde de produção estimado pela Conab, o que mantém o Brasil como um dos principais produtores do grão no mundo.

Enquanto isso, os gastos totais para a próxima safra de milho nas lavouras com alta tecnologia podem chegar a R$ 5.434 por hectare, segundo dados do Imea (Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária).

Alcançar uma boa produtividade é essencial para ‘diluir’ esses custos. Assim, você corre menores riscos de prejuízo, especialmente na safrinha.

A seguir, saiba como obter melhor produção na safra verão e safrinha. Confira!

O que considerar antes de começar a plantação de milho

Antes de começar o plantio, você precisa fazer um planejamento agrícola bem feito. Isso envolve tomar decisões importantes, como época e tipo de plantio.

Qual a melhor época para plantar milho?

O primeiro passo é definir se irá plantar safra e/ou safrinha.

A época do plantio do milho safra (ou safra de verão) depende do seu Estado:

  • Centro-Oeste: até outubro ou novembro;
  • Sudeste: até outubro ou novembro;
  • Sul: final de agosto;
  • Nordeste: janeiro.

A segunda safra é chamada de safrinha por não ser plantada em um período ideal para a cultura. A melhor época de plantio, para qualquer Estado, é sempre logo após a colheita do milho safra. Isso garante maior produtividade na safrinha.

Nesse período, pode ocorrer déficit hídrico. O ciclo do milho safrinha também pode ser prolongado por haver menor insolação em algumas regiões no país.

Normalmente, não existe diferença entre o ciclo do milho safra e safrinha. O que pode ocorrer é um prolongamento do ciclo devido às condições climáticas.

plantação de milho

Fases de desenvolvimento do milho 

(Fonte: Pioneer Sementes)

Processo de irrigação

Em seu planejamento, você precisa considerar se haverá necessidade de irrigação na lavoura de milho para sua região. Também vale verificar o custo que terá com essa atividade.

Faça isso através de uma boa análise das previsões climáticas durante o período do milho na lavoura. Isso evitará, por exemplo, que você planeje irrigações demais em períodos de muita chuva.

Métodos de plantio de milho: plantio convencional ou plantio direto?

O sistema de Plantio Direto visa um menor revolvimento do solo e mantém o máximo de resíduos das culturas anteriores.  Isso deixa o solo rico em matéria orgânica.

Com isso, o solo fica coberto, há menor erosão e maior fertilidade. Mas como definir qual sistema de plantio é mais vantajoso para sua lavoura?

Se optar pelo Plantio Direto, lembre-se que a área sempre necessita estar coberta. Você precisará de culturas de cobertura. Caso opte pelo plantio convencional, precisará planejar todas as atividades de preparo do solo e ainda pensar em sua conservação.

Por isso, a escolha de qual sistema utilizar na produção de milho depende muito de quem produz e da tecnologia empregada na lavoura.

plantação de milho

Sistema de plantio direto pode ser feito na cultura do milho

(Fonte: Cerrado Rural)

Agora que falamos sobre as épocas de plantio de milho e sistemas de cultivo, veja como ter maior produção e lucro na plantação de milho.

9 passos para ter uma plantação de milho de sucesso

Para garantir um milharal de sucesso, você precisa se atentar a vários detalhes:

1. Densidade populacional

No Brasil, a densidade de plantas varia de 30 mil a 90 mil plantas por hectare. Ao elevar essa densidade, você vai observar aumento da produtividade (Kg/ha) até certo ponto.

A partir deste ponto ótimo, as plantas de milho começam a competir entre si por espaço, luz, água e nutrientes. Isso resulta na diminuição da produtividade.

Vários fatores interferem nessa densidade populacional ótima, especialmente:

  • Características dos híbridos;
  • Condições ambientais;
  • Condições de manejo.

2. Espaçamento ideal

O espaçamento convencional varia de 80 cm a 90 cm. O espaçamento reduzido, de 45 cm a 50 cm. Esse é o mais utilizado atualmente.

3. Profundidade

A profundidade de plantio das sementes de milho varia em relação ao solo.

Em solos arenosos, é recomendável profundidade de 5 cm a 8 cm. Em solos argilosos o plantio é feito em profundidade de 3 cm a 5 cm.

4. Temperatura

As temperaturas ideais do solo para a germinação adequada do milho devem estar entre 25 °C e 30 °C. Temperaturas menores que 10 °C ou maiores que 40 °C são prejudiciais à germinação.

5. Velocidade da semeadura

A semeadura do milho também tem especificidades. A velocidade ideal de semeadura é de 10 km h-1 em semeadoras a vácuo. Em semeadoras de discos, a velocidade ídeal é 4 a 6 km h-1.

6. Condições climáticas

Dependendo da época de plantio, a cultura do milho estará exposta condições climáticas diferentes.

Por exemplo, o milho safrinha pode sofrer com déficit hídrico e com a menor luminosidade. Isso estende seu ciclo de cultivo, mesmo para milho verde.

Por isso, dependendo da época de plantio e das cultivares de milho, há um manejo diferente. Fique de olho nas condições meteorológicas da sua região.

Também defina se precisará fazer o plantio de milho irrigado na safrinha.

7. Análise de solo e adubação

Você precisa fazer a análise de solo para identificar a fertilidade e as necessidades do solo local.

Assim, com a interpretação dos dados da análise, é definido o que precisa ser feito na área. Por exemplo:

  • calagem;
  • gessagem;
  • identificar qual nutriente está deficiente no solo, etc.

A adubação também depende da produtividade esperada. Ou seja, depende da exportação de cada nutriente retirado do solo para produzir o grão e do histórico das culturas anteriores.

Lembre-se que o nitrogênio é muito importante para a cultura do milho. Sua deficiência pode comprometer a produtividade.

8. Manejo fitossanitário

Monitore a sua lavoura frequentemente! Fique de olho em possíveis doenças, pragas e plantas daninhas. Isso te ajuda a definir o momento ideal de realizar a aplicação de defensivos na sua lavoura.

Várias doenças podem ocorrer na cultura do milho. Por exemplo:

Por isso, é essencial fazer o monitoramento da cultura. Fique sempre de olho nas condições ideais para a ocorrência das doenças.

Ferrugem do milho

Sintomas e condições ambientais favoráveis às principais doenças do milho

Também fique de olho nas pragas comuns na cultura do milho, como a lagarta-do-cartucho. Por isso, não deixe de considerar o Manejo Integrado de Pragas (MIP) na sua lavoura.

9. Sementes resistentes

Usar variedades resistentes pode evitar diversos problemas na lavoura. Uma estratégia válida é a utilização de híbridos de milho com a tecnologia VTPRO4. Essa variedade protege o milho contra:

  • Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda);
  • Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea);
  • Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus);
  • Larva alfinete (Diabrotica speciosa);
  • Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon);
  • Broca-do-colmo (Diatraea saccharalis).

Além disso, variedades resistentes oferecem maior flexibilidade no controle de plantas daninhas. Lembre-se que as plantas daninhas interferem muito na produtividade do milho. 

Elas podem reduzir o rendimento da cultura em até 70%, dependendo da espécie, estádio fenológico, condições meteorológicas, tipos de solo e outras.

>> Leia mais: “Como fazer o manejo de herbicida para milho

Qual o ponto ideal de colheita do milho?

Após atingir a maturidade fisiológica o milho pode ser colhido. Para reconhecer o ponto de maturidade fisiológica, você deve se atentar a dois aspectos visuais do grão de milho.

  • O avanço da linha de leite até a ponta do grão;
  • A formação de uma camada negra na inserção do grão no sabugo.

A colheita deve ser realizada quando os grãos atingirem umidade inferior a 16%. Se estiver com dúvidas quanto a umidade dos grãos, retire amostras e leve até um laboratório.

Além disso, vale lembrar que a colheita do milho da safra verão deve ser realizada o mais rápido possível.

Gestão da lavoura de milho

Ser eficiente na agricultura é muito importante para o sucesso do agronegócio. Isso te dá lucros e rendimentos com a atividade.

Quando você pensa em eficiência, pode pensar em produzir certa quantidade de grãos, por exemplo. Mas você sabe ao certo qual é essa quantidade para ser eficiente?

Para chegar a essa quantidade, primeiramente você tem de realizar a gestão da sua lavoura.

Com a gestão da sua propriedade rural, você determina quais foram os gastos com a lavoura. Também descobre o valor de venda do grão e quanto lucro pretende obter.

Dessa forma, você consegue mensurar a quantidade que precisa produzir para pagar todos os gastos e registrar lucro.

Para esse gerenciamento, você pode utilizar planilhas ou softwares agrícolas. Eles te ajudam a analisar as informações da fazenda, melhorando a tomada de decisão!

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Com Aegro você consegue fazer a gestão da sua fazenda e visualizar a rentabilidade da lavoura

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E-books

1. Guia definitivo do planejamento agrícola para milho e soja: veja sobre as principais informações para seu planejamento da safra de milho e soja.

2. Guia de manejo do milho: saiba como melhorar o manejo do milho desde o plantio até a colheita.

Planilhas

3. Estimativa de produtividade do milho: estime a produtividade antes da colheita, apenas coletando algumas plantas.

4. Controle da cigarrinha-do-milho: liste produtos para controle biológico e químico, com suas respectivas recomendações gerais.

5. Manejo Integrado de Pragas: veja o nível de controle para cada praga de soja e milho em relação à sua área, sabendo quando pulverizar.

6. Planejamento da Safra de Milho: monitore e planeje sua lavoura de milho a partir do ciclo da cultivar e da época do plantio. Você também pode obter a previsão das atividades da lavoura, como data de adubação, plantio, aplicação de fungicida e herbicida.

7. Planilha para adubação do milho: adicione os dados da análise de solo e a planilha fará o resto para você!

Webinar

8. Tudo o que você precisa saber sobre plantas daninhas na 2ª safra de Milho: nesse webinar, o Prof. Dr. Pedro Christoffoleti explica as principais boas práticas para manejar as plantas daninhas na safrinha de milho.

planilha de planejamento da safra de milho

Conclusão

Neste artigo, você viu sobre como ter uma boa produção e lucro com a lavoura de milho.

Fique sempre de olho nas etapas dos 6 passos importantes para sua plantação de milho. Fazer um bom planejamento agrícola é essencial.

Com essas informações, você certamente vai conseguir uma boa produção e rentabilidade em sua lavoura!

>> Leia mais:

Como produzir 211 sacas de milho por hectare com gestão agrícola

Principais e melhores manejos na dessecação para pré-plantio de milho

Qual a época e sistema de cultivo em sua plantação de milho? Você realiza gestão agrícola? Adoraria ver seu comentário abaixo!

redatora Denise Prevedel

Atualizado em 18 de abril de 2022 por Denise Prevedel.

Denise é engenheira-agrônoma e mestra em agronomia pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Doutoranda em agronomia pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

Imposto de renda para produtor rural: leis e normas em que você deve ter atenção

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Imposto de renda para produtor rural: saiba as principais leis, normas, prazos e multas para ficar atento e não sair prejudicado!

Todo ano o governo cobra o imposto de renda daqueles que ganham acima de uma certa quantia anual. Isto não é diferente para o produtor rural, que deve declarar o imposto se auferir rendimentos no ano passado.

Sempre surgem dúvidas sobre qual categoria o produtor ou a propriedade se encaixam, como declarar o imposto e muitas outras. Este ano, a declaração do imposto deve ser feita entre os dias 15 de março e 31 de maio

Neste artigo, veja as principais informações para ficar de acordo com a lei e não sair no prejuízo. Boa leitura!

Produtor rural precisa declarar imposto de renda?

Sim, produtor rural precisa declarar o IR. Toda atividade de plantio, colheita, criação de gado, extração e exploração vegetal e animal é considerada atividade rural. A transformação de produtos dessa atividade também é considerada atividade rural. 

Isso, é claro, desde que as características do produto in natura não sejam alteradas. Para facilitar, veja quais são as atividades consideradas em atividade rural:

  • o beneficiamento de grãos e produtos agrícolas, como: descasque de arroz, debulha de milho e conservas de frutas; 
  • transformação de produtos agrícolas, como: moagem de trigo, milho e cana para produção de açúcar mascavo, melado e rapadura, grãos em farinha ou farelo; 
  • transformação de produtos zootécnicos, como: produção de mel, laticínio, produção de sucos de frutas, produção de adubos orgânicos;
  • transformação de produtos florestais, como: produção de carvão vegetal, lenha com árvores da propriedade e venda de pinheiros e madeira de árvores plantadas na propriedade;
  • produção de embriões de rebanho em geral, alevinos e girinos.

Além disso, existem duas categorias de enquadramento na declaração de imposto de renda: o IRPF (declaração para pessoas físicas) e o IRPJ (declaração para pessoas com CNPJ rural).

Essa é  uma declaração anual e não inclui todas as pessoas. Por isso, é normal ter dúvidas na hora do preenchimento da declaração do imposto de renda. Veja quais são as regras para quem é pessoa física a seguir.

Como funciona o IRPF produtor rural?

A declaração do imposto de renda é obrigatória para quem se enquadra nos requisitos definidos pela Receita Federal. No caso de pessoas físicas, os requisitos são todos os brasileiros que se enquadrem em qualquer um dos perfis citados abaixo:

  • Pessoa física portadora de CPF residente no Brasil, com rendimento tributável superior a R$ 28.559,70 no ano base;
  • Contribuinte com ganho de capital, direitos e bens alienados sujeito a incidência de imposto, que realizou operações de mercadorias, bolsa de valores ou de mercados futuros;
  • Contribuintes com rendimentos isentos, tributáveis ou não tributáveis na fonte, cujo total seja superior a R$ 40 mil;
  • Contribuinte com receita bruta superior a R$ 142.798,50, vinda de atividade rural;
  • Propriedade ou posse de bens e direitos, incluindo terreno ou valor superior a R$ 300 mil reais;
  • Passou à condição de residente no Brasil, em qualquer mês do último ano.

Podem declarar como pessoa física aqueles que atuam com agricultura, pecuária, extração e exploração vegetal e animal. Se você optar por declarar como pessoa física, deverá ser apurado pelo Livro Caixa Digital de Produtor Rural e pelas receitas.

Como compensar prejuízos no IR?

Mesmo que você não se encaixe nos perfis anteriores, deve declarar caso queira compensar prejuízos de anos anteriores. Por exemplo, se você teve um faturamento de R$120 mil em 2022, não é obrigado a entregar o IR. 

Entretanto, se em 2022 houve algum prejuízo por conta de uma seca, estiagem, pandemia ou por qualquer outro fator, você deve fazer a declaração se que abater esse valor no IRPF devido.

Outra forma de calcular o imposto de renda na modalidade pessoa física é a forma simplificada, que você verá no tópico a seguir.

Forma simples de declaração para pessoa física

Neste caso, não há a necessidade da escrituração do livro caixa. Será necessário apenas aplicar o percentual de 20% sobre a receita bruta da atividade rural. Com esse resultado, você chegará à base de cálculo do imposto.

Mas fique de olho: se você não possui renda de R$142.798,50 pode ser que ainda sim precise declarar. Isso acontecerá se você se encaixar nas outras características, como propriedade avaliada em mais de R$300 mil.

Também é preciso cadastrar a ficha de atividade rural, independente do valor apurado como produtor.

Despesas do IR para quem produz

Todas as despesas da atividade rural devem ser declaradas ao preencher o imposto de renda. Você deve inserir as receitas anuais da atividade agrícola, salários dos funcionários, aluguéis pagos a terceiros, aposentadoria e afins.

O resultado da atividade rural, quando positivo, irá integrar a base de cálculo do valor a ser pago no imposto. Quando negativo, constitui prejuízo compensável, desde que escrituradas em Livro Caixa.

Passo a passo para declarar renda de produtor rural

Atualmente, a declaração do imposto de renda pode ser realizada de duas formas. Os contribuintes podem realizar o preenchimento via aplicativo de celular (Android ou IOS) ou por meio de um computador.

Para baixar e instalar o programa de computador, basta entrar neste site da Receita Federal, e selecionar “IRPF”. O arquivo deve ser baixado e instalado em seu computador, e é gratuito.

Para declarar o imposto de renda pelo celular, os contribuintes devem baixar na Google Play (para dispositivos Android) ou na AppleStore (para dispositivos IOS) o aplicativo “Meu imposto de renda”. Certifique-se de baixar o aplicativo da Receita Federal do Brasil.

(Fonte: Meu Imposto de Renda)

Após preencher os dados solicitados, inicie a declaração para pessoa física do IRPF 2023. Para o preenchimento correto dos dados, alguns documentos serão essenciais. São eles:

  • Salários e vencimentos;
  • Benefícios, aposentadorias e pensões;
  • Documentos de bens e direitos, dívidas e ônus;
  • Recibos de pagamentos e doações efetuadas;
  • CPF, RG, dados da conta bancária e outros dados pessoais.
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Como funciona a declaração de IRPJ

Todas as regras que você viu até agora valem para pessoas físicas. No caso de pessoas jurídicas, as regras são bem diferentes: impostos recolhidos podem ser declarados a cada três meses ou ano.

As pessoas jurídicas obrigadas a declarar o IRPJ, se não o fizerem, podem sofrer consequências. Alguns exemplos são:

  • ficam impossibilitadas de tirar passaporte;
  • não podem abrir contas em bancos;
  • não conseguem tirar outros documentos oficiais;
  • podem sofrer multas.

Declaração de MEI — Simples Nacional

Os empresários MEI  (microempreendedores individuais) não precisam declarar IRPJ. Essa categoria é isenta pela Receita Federal. Nessa modalidade, é preciso analisar o regime da sua empresa rural. Verifique se ela é uma microempresa ou empresa de pequeno porte

  • Receita bruta igual ou inferior a R$360 mil —  microempresa. 
  • Receita superior a R$360 mil e inferior a R$4,8 milhões — empresa de pequeno porte.

Nesses casos, a tributação é feita pelo Simples Nacional, conforme critérios da Lei Complementar 123/2006.

Essas empresas podem optar pela contabilidade rural simplificada para fazer os registros das operações realizadas. Caso haja atividade rural, devem ter o Livro Caixa e o Livro de Registro de Inventário.

IRPJ com base em Lucro Real, Presumido ou Arbitrado

As empresas rurais podem apurar trimestralmente o IRPJ com base no lucro real, presumido ou lucro arbitrado. No caso do Lucro Real, o cálculo do IRPJ é o resultado líquido apurado na escrituração contábil completa.  

No livro de apuração, devem ser demonstrados separadamente o lucro ou prejuízo contábil e o lucro ou prejuízo fiscal dessas atividades. Os Lucros Presumido e Arbitrado se tratam de uma forma simplificada e voltada às pessoas jurídicas.

Eles se aplicam quando a pessoa jurídica cuja receita bruta for:

  • igual ou inferior a R$78 milhões;
  • até R$6,5 milhões ao mês de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses.

Pessoas Jurídicas Inativas e Ativas

As categorias de Pessoas Jurídicas Inativas e Ativas também precisam declarar o imposto de renda. Pessoas Jurídicas Inativas são os casos de empresas que não tiveram operação efetiva financeira ou patrimonial. 

Pessoas Jurídicas Ativas são aquelas que efetuaram transações com outras empresas.

Propriedade agrícola como pessoa jurídica

A mudança da propriedade agrícola de Pessoa Física para Pessoa Jurídica tem a vantagem de menor tributação. Em algumas situações, você poderá ser enquadrado no Simples Nacional. 

Esse é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização dos tributos. Para tornar a propriedade uma pessoa jurídica, você irá fazer o CNPJ Rural. Ele é o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, realizado por pessoa física na Junta Comercial do Estado. 

Isso acontece de acordo com a classificação em empresa rural. Somente no estado de São Paulo quem produz é obrigado a retirar o CNPJ Rural. Nos outros Estados, esse registro é optativo.

O CNPJ Rural é emitido pela Receita Federal e pode ser obtido online. Para obtenção do CNPJ Rural, são necessários os seguintes documentos:

  • Ficha cadastral de pessoa jurídica;
  • Documento básico de entrada no CNPJ;
  • Estatuto Social da empresa registrado na Junta Comercial;
  • Cópia autenticada da Carteira de Identidade e do Cadastro de Pessoa Física do dono do negócio;
  • Documento de posse da propriedade (a regularização fundiária), além do ITR (o Imposto Territorial Rural), CCIR (Cadastro de Certificado de Imóvel Rural), comprovante de endereço e matrícula do imóvel atualizada;
  • Caso seja arrendatário, é necessário ter o contrato com todos os dados do arrendamento rural.

Quanto e o que pode ser deduzido no imposto de renda para produtores rurais 2023

As deduções podem reduzir o valor a ser pago no recolhimento do imposto ou aumentar o valor da restituição. Podemos citar como exemplos:

  • Dependentes: o valor máximo é de R$2.275,08 por dependente (filhos, cônjuges, enteados e pais);
  • Educação: gastos com ensino infantil, fundamental, médio, técnico e superior R$3.561,50 por dependente;
  • Despesas médicas: não há limite, podendo ser incluídos exames, consultas, procedimentos cirúrgicos, serviços médicos.

No programa da declaração, o cidadão pode verificar se terá direito à restituição do IRPF 2023. Se sim, o valor será creditado na conta que foi informada durante o envio do documento.

Tabela para produtores rurais

Por envolver muitos números, os valores do imposto de renda para quem produz pode gerar muita dúvida. Confira as alíquotas na tabela de imposto de renda do ano de 2023, divulgadas pela Receita Federal.

  • Renda anual até R$22.847,76: essas pessoas são isentas de alíquotas;
  • Renda anual até R$33.919,80: alíquota de 7,5%, com dedução de R$1.713,58;
  • Renda anual até  R$45.012,60: alíquota de 15%, com dedução de R$4.257,57;
  • Renda anual até R$55.976,16: alíquota de 22,5%, com dedução de R$7.633,51;
  • Renda anual acima de R$55.976,16: alíquota de 27,5%, com dedução de R$10.432,32

Vantagens de antecipar a declaração

O prazo de entrega do imposto de renda é um importante fator a ser considerado. Uma vez que você deixar o imposto de renda atrasado, a multa é de 1% ao mês sobre o valor do imposto de renda devido, calculado na declaração. 

O valor mínimo é de R$165,74, podendo chegar a até 20% do valor do imposto de renda. Além de maior tempo para possíveis retificações no documento, a restituição do imposto segue a ordem de entrega.

Assim, se você entregou seu imposto de renda primeiro, será restituído antes dos demais. Você pode utilizar o dinheiro da restituição para pagamento de contas, quitação de dívidas, dentre outras finalidades. A data limite para o envio da declaração à Receita Federal será no  dia 31 de maio

Como a gestão agrícola pode te ajudar no IR

Os constantes avanços da  tecnologia permitiram aos órgãos fiscalizadores cruzar as diversas informações geradas por nós. Assim, a cada ano o Estado está mais exigente na correta declaração de rendimentos.

Além disso, a Receita Federal tem por direito o prazo de 5 anos para fiscalização das declarações dos contribuintes. O prazo é o mesmo para busca por eventuais irregularidades no caso de pessoa física.

Com a quantidade de atividades envolvidas no processo de produção agrícola, não é nada fácil juntar todos os dados e informações. Por isso, a gestão agrícola bem realizada facilita a declaração do imposto de renda dos produtores.

Com uma boa gestão, você terá tudo o que foi gasto e recebido nas últimas safras.  Essas informações darão o custo de produção, investimentos e demais valores que integram a atividade agrícola e sua gestão.

O software de gestão agrícola Aegro mantém seus dados seguros e fáceis de serem visualizados.

Visualização de dados da fazenda no aplicativo Aegro

Assim, fica fácil encontrar os comprovantes fiscais de todas as movimentações financeiras para declarar o imposto de renda. Além disso, um planejamento tributário bem realizado pode ajudar na redução dos impostos sobre a renda.

Também é importante estruturar a empresa conforme regras e normas da legislação. Para isso, consulte um profissional competente da contabilidade rural. Essa pessoa irá assessorar a constituição da empresa e te ajudará a justificar suas operações no IR.

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Conclusão

Você deve sempre lembrar das normas, leis e prazos do imposto de renda para não sair no prejuízo. Aqui, você viu todos os detalhes de cada situação para te ajudar a reunir documentos e informações.

Faça uma boa gestão para facilitar a visualização desses dados, além dos inúmeros benefícios do controle da propriedade.

Em casos específicos, busque auxílio de pessoas especializadas. Contadores e advogados podem ser fundamentais para a correta formulação e estruturação da empresa rural. Além disso, é claro, conte sempre com o apoio da tecnologia nesse momento.

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Você já conhecia todas as regras e normas para preencher a declaração de imposto de renda para produtor rural? Não deixe de conferir nossa página de materiais gratuitos para acessar planilhas que facilitam a apuração do IR.

Perspectivas para o Mercado de Commodities Agrícolas em 2025

O ano de 2025 se apresenta como um período de atenção para quem acompanha o mercado de commodities agrícolas.

As dinâmicas globais de oferta e demanda, as condições climáticas e as políticas econômicas traçam um panorama com tendências e expectativas distintas para culturas como soja, milho, café e cana-de-açúcar.

O comportamento dos principais importadores, como China e União Europeia, e o crescimento da demanda por biocombustíveis, também tem influenciado o mercado de commodities.

Entender esses fatores são importante para quem trabalha diretamente no campo ou atua como investidor dentro do setor.

Soja: Oferta robusta e pressão nos preços

O mercado de soja em 2025 deve ser marcado por uma oferta global abundante, impulsionada principalmente por uma safra recorde esperada no Brasil.

Esse aumento na disponibilidade da oleaginosa tende a ter pressão sobre os preços, mesmo diante de uma expectativa de demanda elevada para processamento e exportações.

A competitividade da soja brasileira, favorecida pela taxa de câmbio, pode intensificar esse cenário, influenciando as decisões de plantio em outras regiões, como nos Estados Unidos, onde se projeta uma menor área cultivada.

Apesar da pressão nos preços, a demanda consistente por farelo e óleo de soja pode atenuar quedas mais acentuadas, mantendo um volume significativo no mercado de commodities.

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Como funciona o mercado de commodities?

O mercado de commodities é onde se compram e vendem produtos básicos, que servem de matéria-prima para outros produtos, como soja, milho e café.

Esses produtos são padronizados, ou seja, não importa quem os produziu, o objetivo é que tenham as mesmas características técnicas.

A partir disso, os negócios são realizados por meio de bolsas de mercadorias, que organizam e garantem as negociações.

Essas negociações ainda podem ser divididas em dois tipos: Spot (à vista), compra e venda imediata, com entrega rápida; ou futuros, que você negocia hoje o preço de um produto que será entregue no futuro.

Café: Volatilidade climática e preços sustentados

O setor de café em 2025 enfrenta um cenário de volatilidade após um pico de preços no início do ano.

Por conta der problemas climáticos em regiões produtoras, como Brasil e Vietnã, a expectativa é de uma menor produção brasileira na safra 2025/26.

Essa redução na oferta, combinada com uma demanda global que segue em crescimento, pode manter os preços em patamares elevados.

Contudo, é importante notar que previsões de uma possível correção nos preços no final do ano também existem, à medida que o mercado se ajusta às novas perspectivas de produção.

Quais as principais commodities brasileiras?

O Brasil é um dos maiores exportadores do mercado de commodities do mundo, e suas principais estão ligadas, principalmente, ao agronegócio e à mineração. Veja:

Commodities AgrícolasCommodities Minerais
1. Soja;
2. Milho;
3. Café;
4. Açúcar;
5. Algodão;
6. Carnes (bovina, suína e de frango).
1. Minério de ferro;
2. Ouro;
3. Alumínio (bauxita).

Cana-de-açúcar: Balança entre etanol e açúcar

A perspectiva para a cana-de-açúcar em 2025 é fortemente influenciada pela crescente demanda por etanol, especialmente no Brasil.

Embora a produção global deva apresentar um aumento, o Brasil, como principal exportador mundial, enfrenta desafios relacionados ao clima e à destinação da cana para a produção de biocombustíveis.

Estoques globais mais apertados e uma demanda firme por etanol deverão sustentar os preços do açúcar em níveis razoáveis.

A decisão dos produtores brasileiros em alocar a cana para açúcar ou etanol, impactada por políticas governamentais e pela rentabilidade de cada produto, será um fator determinante para o mercado global.

Como se preparar para as mudanças do mercado de commodities?

O mercado de commodities está cada vez mais imprevisível, seja pelo clima, câmbio, conflitos internacionais ou demanda global.

Para quem é produtor rural, isso representa um grande necessidade de estar preparado. Se você quer proteger sua margem de lucro e tomar decisões mais seguras.

A melhor forma de fazer isso é acompanhar o mercado de perto, controlar seus custos e agir com estratégia, além de seguir as dicas abaixo:

  • Acompanhe cotações em tempo real (soja, milho, café, etc.).
  • Utilize hedge para proteger seus preços;
  • Tenha controle de custos e margem;
  • Planeje a safra com antecedência;
  • Procure atualizações sobre o mercado e economia.

O mercado de commodities é imprevisível, mas suas decisões não precisam ser. No aplicativo Aegro Negócios, você acompanha cotações em tempo real e analisa tendências com mais segurança. Baixa o app gratuitamente.

ITR 2025: Veja como fazer declaração, prazos e multas

ITR 2025: o que é, prazos, valores, como fazer sua declaração. Saiba tudo sobre esse imposto federal.

O ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) é um tributo anual que deve ser pago por todos os proprietários de terras, incluindo titular ou possuidor do título. O pagamento desse imposto é essencial para se ter acesso às linhas de crédito e ao seguro rural

O valor a ser pago está diretamente relacionado à atividade desenvolvida e ao tamanho do estabelecimento rural. Dessa forma, quanto mais você investe em sua propriedade, menor é o valor pago pelo tributo.

Neste artigo, vamos explicar tudo sobre o ITR 2025, o que é, prazos e valores. Boa leitura!

ITR 2025: o que é o imposto e para que serve?

O ITR 2025 é um imposto federal para pessoas físicas ou jurídicas proprietárias de estabelecimentos rurais, que funciona como um regulador estatal sobre áreas improdutivas.

Quanto maior o investimento na propriedade, menor o valor do ITR e mais regressivas são as alíquotas. 

Sendo assim, propriedades ociosas podem pagar um percentual maior do que outras propriedades de mesmo tamanho, mas que são altamente produtivas.

O ITR deve ser declarado todo ano junto à Receita Federal, dentro do prazo estabelecido, que ainda não foi divulgado.

Quem precisa declarar o ITR 2025?

De acordo com a Instrução Normativa (IN) da Receita Federal Nº 2151 de 10/07/2023, está obrigado a pagar o ITR referente ao exercício de 2025:

  • Proprietários de Imóveis Rurais: Qualquer pessoa física ou jurídica que possua propriedade rural registrada em seu nome.
  • Titulares do Domínio Útil: Quem detém o direito de usufruto ou exploração econômica do imóvel rural.
  • Possuidores a Qualquer Título: Inclui quem ocupa ou utiliza o imóvel rural, mesmo sem ser proprietário (como arrendatários ou posseiros).
  • Imóveis Isentos ou Imunes: Mesmo quem está isento do pagamento (ex.: áreas menores que 30 hectares exploradas por agricultores familiares ou imóveis em área de preservação permanente) precisa declarar para manter o cadastro atualizado.

Quem possui imóvel rural com área menor que o limite para isenção e que seja explorado exclusivamente como pequena propriedade familiar, está dispensado da declaração,  conforme definido na legislação.

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Quem não precisa pagar ITR?

Os arrendatários, comodatários e parceiros não são responsáveis pelo pagamento do ITR, pois essa obrigação recai sobre o proprietário, titular do domínio útil ou possuidor a qualquer título.

A Receita Federal isenta do pagamento do ITR os donos de propriedades rurais que atendam a critérios de área e uso. A isenção de pagamento é válida para os seguintes casos:

  1. Imóveis rurais com até 30 hectares (ha), desde que sejam explorados como pequena propriedade rural por agricultores familiares e o proprietário não possua outro imóvel rural ou urbano.
  2. Imóveis rurais com até 50 hectares localizados na Amazônia Oriental ou no Polígono das Secas, explorados sob as mesmas condições citadas acima.
  3. Imóveis rurais com até 100 hectares, localizados no Pantanal ou na Amazônia Ocidental, explorados por agricultores familiares.
  4. Imóveis de domínio público ou de interesse social, incluindo:
    • Áreas pertencentes ao Governo Federal;
    • Assentamentos de reforma agrária;
    • Territórios de comunidades quilombolas;
    • Áreas de Organizações Não Governamentais (ONGs) e partidos políticos, quando utilizadas para fins institucionais, sem fins lucrativos.

A isenção do pagamento do imposto por alguns proprietários de estabelecimentos rurais não exclui a obrigação de fazer a declaração do ITR.

A declaração ITR é fundamental para garantir a posse do imóvel e estar regularizado junto à Receita Federal. O documento ainda é essencial para o produtor ter acesso ao Plano Safra, Seguro Rural e outros tipos de crédito rural.

Quando começa a Declaração do ITR 2025?

O período para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) referente ao exercício de 2025 ainda não foi oficialmente divulgado pela Receita Federal. 

Historicamente, o prazo para a entrega da DITR tem início em meados de agosto e se estende até o final de setembro. Por exemplo, em 2024, o prazo começou em 12 de agosto e terminou em 30 de setembro. 

É recomendável que os proprietários de imóveis rurais fiquem atentos às publicações oficiais da Receita Federal para obter informações atualizadas sobre os prazos e procedimentos para a declaração do ITR 2025.

Documentos necessários para declarar o ITR 2025

Para declarar o ITR 2025, é preciso apresentar os seguintes documentos:

  • Ato Declaratório Ambiental (ADA): Caso o imóvel possua áreas não tributáveis (como reservas legais ou áreas de preservação permanente), é necessário entregar o ADA ao Ibama para comprovação.
  • Documento de Informação e Atualização Cadastral (DIAC): Contém as informações cadastrais de cada imóvel rural e de seu titular.
  • Documento de Informação e Apuração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DIAT):
    Contém as informações necessárias para a apuração do valor do imposto devido para cada imóvel rural.

Como consultar o ITR 2025?

Todos os procedimentos da Receita Federal são feitos totalmente de forma virtual. Para fazer a Declaração do ITR, é preciso baixar o programa no site da Receita Federal

Tenha todas as documentações já separadas em uma pasta em seu computador para não perder tempo. 

“Após emitir a declaração é possível acompanhar o processamento da declaração de IR e verificar a situação da entrega. Se a declaração estiver retida na malha, consulte as inconsistências e, se for o caso, retifique as informações enviando uma nova declaração retificadora.

Qual o valor do ITR 2025?

O valor do ITR 2025 é calculado com base no Valor da Terra Nua Tributável (VTNT) e na alíquota correspondente, que varia conforme o tamanho da propriedade e seu grau de utilização.

Fórmula Básica do Cálculo: ITR = VTNT × Alíquota

Componentes do Cálculo:

  1. Valor da Terra Nua Tributável (VTNT):
    • Corresponde ao valor de mercado da terra sem quaisquer benfeitorias, culturas ou florestas plantadas.
    • São excluídas do cálculo áreas de preservação permanente, reserva legal e outras protegidas por legislação ambiental.
  2. Alíquota:
    • Determina o percentual aplicado sobre o VTNT para calcular o imposto devido.
    • As alíquotas variam conforme o tamanho da propriedade e seu grau de utilização, conforme demonstrado na tabela abaixo:

Tabela de Alíquotas do ITR:

Tamanho da Propriedade (em hectares)Grau de Utilização (%)Alíquota (%)
Até 5080% ou mais0,03
Até 50Menos de 30%1,00
Mais de 5.00080% ou mais0,45
Mais de 5.000Menos de 30%20,00

Nota: O grau de utilização é calculado pela relação entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável do imóvel.

Exemplo de Cálculo:

  • Propriedade: 100 hectares
  • VTNT: R$ 1.000.000,00
  • Grau de Utilização: 50%
  • Alíquota Aplicável: 0,30%

Cálculo: ITR = R$ 1.000.000,00 × 0,30% = R$ 3.000,00

É importante ressaltar que, conforme a Lei nº 14.932/2024, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) pode ser utilizado para apurar a área tributável das propriedades rurais, auxiliando no cálculo do ITR.

Como pagar a declaração ITR 2025?

Após finalizar a declaração ITR, é gerado um Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais), que pode ser pago por meio do código de barras pelo aplicativo do banco ou em uma agência. 

A Receita também autoriza que metade da dívida seja paga por meio do Título da Dívida Agrária Escritural (TDA) em instituição financeira que seja autorizada.

Retificação da declaração ITR 2025

Depois de feita e emitida a declaração, você pode pedir uma retificação, caso tenha deixado passar algo ou tenha errado alguma informação.

Para fazer a retificação, basta acessar o sistema com seus dados, incluir ou excluir as informações. Essa retificação pode interferir no valor final a ser pago do ITR.

Para não gerar multa, esse procedimento deve ser feito dentro do prazo para não gerar multa, já que a última versão é a que será considerada como válida pela Receita.

Plantação de trigo: Conheça as etapas fundamentais

A safra 2025/26 promete ser histórica para a triticultura brasileira, com estimativa de 10 milhões de toneladas de trigo.

Este é um marco que reflete o avanço tecnológico, o esforço de produtores em investir em planejamento e manejo adequado desde o início do cultivo.

Com o aumento da demanda e da área plantada, cultivar trigo no Brasil tem se tornado uma atividade cada vez mais estratégica.

Mas, para ter bons resultados, é indispensável seguir cada etapa do processo com atenção — da escolha da cultivar ao manejo das pragas no início da lavoura.

Você sabe qual é o melhor momento para semear o trigo na sua região? E como preparar o solo, ajustar o espaçamento e definir a quantidade de sementes? Esses detalhes fazem toda a diferença e você confere tudo neste conteúdo.

Como está o mercado de trigo hoje no Brasil?

A produção de trigo no Brasil deve alcançar 10 milhões de toneladas na safra 2025/26, o que representa um aumento de 29,9% em relação ao ciclo anterior. O avanço expressivo se deve, principalmente, à base comparativa baixa do ano anterior.

A área plantada também deve crescer, com estimativa de 3,1 milhões de hectares, um acréscimo de 6,2% em relação à safra 2024/25.

No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, projeta-se um crescimento de 11,7% na área cultivada e de 11,9% na produção, chegando a 4,4 milhões de toneladas.

Já o Paraná, mesmo com leve redução de 0,7% na área, deve ter um salto de 57,6% na produção, totalizando 3,7 milhões de toneladas.

Em relação ao comércio internacional, a Argentina ainda possui um saldo exportável de 4,3 milhões de toneladas de trigo, o equivalente a 33% dos 13 milhões produzidos

No ciclo anterior, esse percentual era de apenas 18%. Esse cenário indica que, nos próximos meses, o Brasil deve encontrar espaço para importar o volume necessário sem grandes pressões no mercado.

e-book culturas de inverno Aegro

Qual a importância do cultivo do trigo?

O trigo é uma das culturas mais antigas cultivadas no mundo. Por ser fonte de carboidratos, proteínas, gordura, fibra, cálcio, ferro e ácido fólico, tem um grande papel na alimentação humana.

Podendo ser consumido de diversas formas, há plantações de trigo em diversas localidades, como China, União Europeia, Índia, Rússia, EUA, Canadá, Austrália, Paquistão, Ucrânia e Turquia.

A plantação de trigo no Brasil assume apenas a 15ª posição de produção. Porém, há espaço para crescimento tanto em área quanto em produtividade.

Para a cultura se desenvolver, é necessário planejamento adequado e utilizar técnicas para o plantio do trigo corretas.

Tabela

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

Figura 1. Maiores produtores mundiais de trigo. (Fonte: Atlas Big, 2025).

Como plantar trigo: passo a passo 

Saber como é plantado o trigo é o primeiro passo que você deve seguir para ter altas produtividades.

Em cada uma das etapas, há uma série de especificidades que devem ser seguidas com o máximo de cuidado possível. Confira a seguir.

1. Escolha do cultivar

No Brasil, a produção de trigo está concentrada na região Sul, mas também há produção na Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás.

O que muda na plantação de trigo nas regiões brasileiras é o tipo de cultivar escolhido. Cada uma delas é desenvolvida para ser adaptada ao clima de cada região.

Para que você faça uma boa escolha, fique de olho em alguns pontos, como:

  • Indicação de produção;
  • Alto desempenho no campo e produtividade;
  • Resistência à doenças; 
  • Indicação da cultivar de acordo com o sistema de produção; 
  • Fertilidade do solo; 
  • Época de semeadura;
  • Entre outros fatores.

2. Época de plantio de trigo

Na região do Cerrado a época de plantio é de janeiro a fevereiro (sequeiro) e abril a maio (trigo irrigado). Já o plantio de trigo na região Sul, a janela de semeadura é entre março e junho.

A época de plantio do trigo depende de cada região de cultivo da cultura. Para te auxiliar nessa escolha, você pode seguir as recomendações do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático).

O Zarc disponibiliza uma lista de cultivares recomendadas para cada região, além da relação de municípios com seus respectivos calendários de plantio.

Com isso, você tem acesso aos dados específicos do estado, incluindo a lista de municípios indicados, os períodos de plantio (início e fim) por cidade, além de informações sobre o tipo de solo e o grupo de cultivares recomendado.

3. Condições ideais de plantio

O trigo é uma cultura que pode ser produzida em regiões tropicais e subtropicais, mas para alcançar altas produtividades, a umidade do ar ideal para cultivar o trigo é de 70%.

Umidades muito elevadas podem causar danos fitossanitários, influenciando diretamente no rendimento dos grãos. A alta umidade também não é bem-vinda durante o plantio do trigo, então fique de olho. 

Para a emergência do trigo, temperaturas do solo entre 15 °C e 20 °C são favoráveis. Mas as temperaturas acima de 26 °C podem ser prejudiciais para o estabelecimento desta cultura de inverno.

Por isso, realize o planejamento de sua semeadura, acompanhando as previsões climáticas, para evitar semear em períodos com temperaturas baixas ou altas demais. 

Condições como umidade, temperatura e chuva durante todo o ciclo da cultura também refletem diretamente na qualidade do grão.

4. Preparo do solo para plantio de trigo

Após fazer o planejamento e ter definido todos os parâmetros citados acima, comprado suas sementes, está na hora de preparar o solo para o plantio de trigo.

Primeiro, determine qual o tipo de sistema de cultivo será ou é utilizado na área, sendo convencional ou plantio direto, e realizar as práticas de acordo com ele. Outros fatores importantes para o estabelecimento da lavoura de trigo são: 

  • Semear no limpo; 
  • Fazer um bom manejo de cobertura do solo até a semeadura;
  • Análise de solo (adubação equilibrada);
  • Semeadura de qualidade; 
  • Cuidados com velocidade de semeadura e profundidade (2 cm a 5 cm); 
  • Escolha da semente de qualidade;
  • População de planta adequada.

Para o preparo do solo, saiba qual a quantidade de fertilizantes e corretivos a serem aplicados no solo. Esse é um fator importante quando se pensa no custo com a cultura.

Isso porque os fertilizantes têm maior participação nos custos de produção do trigo, representando aproximadamente 25% do investimento na lavoura. Por isso, é importante realizar a análise de solo.  

Passo a passo representando como fazer a preparação do solo para a plantação de trigo.

5. Análise do solo

Para determinar se o solo precisa de correção ou de fertilizantes é necessário realizar a análise. As amostras devem ser representativas da área. 

Para plantio direto, é recomendada a amostragem de 0 cm – 10 cm e ocasionalmente de 0 cm – 20 cm de profundidade.

Para o plantio convencional, a amostragem recomendada é de 0 cm – 20 cm. A interpretação da análise de solo é realizada de acordo com o nível de cada elemento.

Já para determinar a necessidade de calagem e adubação para a área amostrada, devem ser utilizados manuais ou indicações técnicas para cada região do país. 

6. Correção com calcário

Determinar se a área precisa de calagem e qual quantidade utilizar é extremamente importante. Você deve ter a interpretação da análise de solo com as recomendações para cada região de cultivo do trigo.

7. Adubação

A adubação com fertilizantes NPK e micronutrientes para o trigo costuma ser feita no sulco de semeadura.

O nitrogênio é o nutriente mais exigido pela planta, e sua quantidade varia conforme alguns fatores, como: matéria orgânica do solo, cultura anterior, clima da região e expectativa de produção.

No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, por exemplo, a dose de nitrogênio depende principalmente da matéria orgânica, da cultura precedente e da expectativa de rendimento.

O nitrogênio costuma ser aplicado em cobertura, entre o perfilhamento e o alongamento do colmo, enquanto no Paraná, essa adubação é feita com base na cultura anterior.

Cada estado tem uma recomendação específica, por isso o indicado é consultar os estudos da Embrapa ou procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a).

Adubação nitrogenada: um guia rápido de manejo para altas produtividades na lavoura

8. Semeadura, espaçamento e densidade

A maior parte do plantio de trigo no Brasil é realizado com semeadoras. As sementes serão plantadas seguindo estas indicações:

  • Espaçamento entre linhas de 17 cm a 20 cm;
  • Densidade média de 200 a 400 sementes viáveis por ;
  • Profundidade de semeadura de 2 cm a 5 cm.

Também há quem faça a semeadura a lanço, onde é possível distribuir as sementes de maneira manual ou mecanicamente. Entretanto, dessa forma, você terá um espaçamento irregular e desuniformidade em sua área.

Para saber a quantidade de sementes que você irá utilizar por metro e por hectare, você utilizará a seguinte conta:

Fórmula:

L = (100 × S × E) / PG
D = (L / E × L × M) / 100
L = (100 × S × E) / PG
D = (L / E × L × M) / 100
S = número de sementes por m² (estande de plantas/m²)
E = espaçamento em metros
PG (%) = poder germinativo
L = número de sementes por metro
M = massa de 1.000 sementes em gramas

Quanto tempo o trigo demora para crescer?

O tempo que o trigo demora para crescer varia de acordo com o tipo de trigo (trigo de inverno ou trigo de primavera), clima e manejo, mas em geral:

  • Trigo de inverno: Leva de 6 a 8 meses do plantio à colheita, com semeadura no outono, passando pelo inverno em dormência. É colhido no final da primavera ou começo do verão;
  • Trigo de primavera: Cresce mais rápido, levando de 4 a 5 meses do plantio à colheita. É semeado na primavera e colhido no verão.

No Brasil, onde o cultivo é mais comum entre maio e setembro, o ciclo do trigo costuma durar em torno de 110 a 150 dias, dependendo da variedade e das condições climáticas.

Fases de crescimento do trigo
  • Germinação e emergência: 5 a 15 dias;
  • Perfilhamento: 20 a 40 dias;
  • Alongamento do colmo: 30 a 50 dias;
  • Emborrachamento e espigamento: 15 a 30 dias;
  • Floração e enchimento de grãos: 20 a 40 dias;
  • Maturação e colheita: 20 a 30 dias.

Manejo inicial da lavoura de trigo

Os cuidados com as plantas de trigo devem ser tomados antes e durante a instalação da lavoura. O  manejo de doenças, pragas e plantas daninhas da cultura é fundamental.

As plantas daninhas devem ser controladas para que você semeie o trigo no limpo. O trigo deve permanecer, por no mínimo 12 dias, sem a interferência de plantas invasoras.

A atenção deve ser principalmente para gramíneas como o azevém, capim-amargoso e aveia. 

Doenças e pragas devem ser controladas antes que causem danos econômicos na sua lavoura. Entre as principais doenças do trigo que podem aparecer no início do ciclo da cultura, há:

  • Oídio;
  • Ferrugem;
  • Mancha amarela da folha;
  • Mancha-marrom;
  • Nanismo-amarelo;
  • Mal-do-pé.

Estas são apenas algumas doenças que causam impacto desde a germinação e perfilamento. Independente do tipo, o MID (Manejo Integrado de Doenças) precisa ser realizado. Elas podem variar entre as regiões de cultivo e condições climáticas.

Os pulgões, assim como os corós, percevejo-barriga-verde e lagartas, são pragas do trigo que podem ocorrer durante todo o ciclo da cultura. Elas devem ser monitoradas desde a germinação.

Para controle, o MIP (Manejo Integrado de Pragas) é fundamental. Ele irá reduzir os danos e a incidência destas pragas nas plantações de trigo.

Existem várias outras ferramentas essenciais para se ter uma lavoura sadia. O conhecimento do histórico da área, o monitoramento climático, a rotação de culturas, o controle químico no momento correto são as principais.

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Preparo do solo ideal: O segredo para uma safra abundante

O sucesso de qualquer safra começa muito antes da semeadura. O preparo do solo, muitas vezes subestimado, é a base para um cultivo saudável e produtivo.

Você já parou para pensar em como as técnicas de preparo do solo podem influenciar diretamente a qualidade e a quantidade da sua colheita?

Entender qual é a importância do solo e como otimizá-lo se torna é necessário para garantir o máximo potencial da sua lavoura. Neste conteúdo você vai entender tudo isso.

Quais os cuidados essenciais com o solo?

O solo exige atenção e cuidado para que possa nutrir as culturas da melhor forma. Para isso, a análise do solo surge como uma forma de orientar manejos mais eficientes.

Com isso, são identificadas as necessidades específicas da sua terra, permitindo uma correção precisa do pH através da calagem e um aprimoramento das camadas subsuperficiais com a gessagem.

Essa correção, ajustada para cada cultura, como para preparar o solo para o plantio de soja, impacta diretamente a disponibilidade de nutrientes essenciais. Além disso, a adubação deve ser planejada com precisão.

Nutrientes como fósforo, potássio e nitrogênio também são importes, e sua aplicação deve ser baseada nas particularidades do solo e da cultura.

No caso da soja, a fixação biológica de nitrogênio, feita por bactérias simbióticas, reduz a necessidade de adubação nitrogenada.

Banner da planilha de calagem

Por que o preparo do solo é tão importante?

O preparo do solo é importante porque é responsável pelo desenvolvimento saudável das culturas e, consequentemente, aumentara produtividade.

Um solo bem estruturado facilita a penetração das raízes, melhora a absorção de água, nutrientes e reduz a compactação, permitindo que as plantas cresçam com mais vigor.

As práticas ainda ajudam a controlar erosão, manter a microbiota do solo ativa e otimizar o uso de insumos, resultando em maior eficiência produtiva e sustentabilidade na lavoura.

Quais são as etapas do preparo do solo?

Um bom preparo do solo facilita a penetração das raízes, melhora a absorção de água e nutrientes, garantindo um desenvolvimento mais saudável e produtivo para as plantas.

Estudos indicam que práticas adequadas de preparo podem aumentar a produtividade de culturas, como o milho, em até 29%.

Investir no preparo do solo impacta diretamente o rendimento das culturas, além da eficiência das operações agrícolas.​ Mas para isso é necessário seguir algumas etapas, como:

  1. Análise do solo: Identifica a fertilidade, o pH e a necessidade de correções, orientando as práticas de manejo;
  2. Correção da acidez (calagem e gessagem): Aplicação de calcário regula o pH do solo, enquanto o gesso agrícola melhora a estrutura e corrige a camada subsuperficial;
  3. Adubação e fertilização: Reposição de nutrientes essenciais, conforme a necessidade da cultura, com fertilizantes químicos ou orgânicos;
  4. Descompactação do solo: Técnicas como escarificação ou subsolagem evitam camadas compactadas que dificultam o crescimento das raízes;
  5. Preparo mecânico ou cultivo mínimo: Uso de aração e gradagem para revolver o solo (preparo convencional) ou técnicas conservacionistas, como o plantio direto;
  6. Manejo da matéria orgânica: Uso de palhada e rotação de culturas para melhorar a fertilidade e a retenção de umidade;
  7. Controle de ervas daninhas, pragas e doenças: Aplicação de herbicidas seletivos e práticas de manejo integrado para evitar perdas na lavoura.
Guia para manejo de plantas daninhas

Solo, manejo integrado e sustentabilidade

O manejo de plantas daninhas, pragas e doenças contribui para a proteção da lavoura e melhora o desenvolvimento das culturas.

No preparo do solo, mesmo no plantio direto, o controle inicial das invasoras evita a competição por água, luz e nutrientes, reduzindo perdas na produtividade.

Enquanto isso, a rotação de culturas diversifica o ambiente agrícola, ajudando a quebrar ciclos de pragas e melhorar a fertilidade do solo.

O uso de coberturas vegetais também pode ser um aliado, favorecendo a retenção de umidade e fazendo a proteção contra a erosão.

Por fim, o controle químico, quando necessário, deve ser feito com herbicidas seletivos e na dose correta, reduzindo impactos ambientais e evitando a resistência de plantas daninhas.

Ao integrar diferentes estratégias, o manejo se torna mais eficiente, diminuindo custos e preservando a saúde do solo para as próximas safras.

Como preparar a terra para o plantio?

Cada cultura tem suas particularidades quando se trata de etapas de preparação do solo para o plantio.

Para a soja, por exemplo, o sistema de plantio direto (SPD) se destaca múltiplos benefícios, como proteção contra erosão, retenção de umidade e enriquecimento da matéria orgânica.

Entretanto, em alguns casos, um preparo inicial do solo pode ser necessário para corrigir problemas de compactação ou fertilidade, garantindo assim um ambiente ideal para o desenvolvimento da cultura.

Já para o milho, o preparo do solo pode variar desde sistemas convencionais até o plantio direto, dependendo das condições da sua propriedade.

A rotação de culturas, uma prática sábia e sustentável, surge como um aliado importante em ambas as culturas.

Ao alternar soja e milho, não apenas diversificamos a produção, mas também melhoramos a saúde do solo, reduzindo a incidência de pragas e doenças e otimizando o aproveitamento de nutrientes.

A complexidade na coordenação de múltiplas atividades simultâneas, somada à imprevisibilidade do clima, pode desafiar o planejamento do preparo do solo.

As ferramentas de planejamento detalhado e acompanhamento em tempo real da Aegro permitem ajustes rápidos e eficientes, otimizando o uso de maquinário e insumos, permitindo uma melhor organização das atividades de campo.

banner com fundo, com um notebook no lado direito e texto no lado esquerdo, convidando para uma demonstração no software Aegro

Dicas de como otimizar as operações da fazenda

A otimizar operações da fazenda é um dos fatores que determinam sua rentabilidade e sustentabilidade. No Brasil, a agricultura representa 24,8% do PIB e emprega milhões de trabalhadores, conforme dados do IBGE

No entanto, os desafios da administração rural exigem cada vez mais atenção à redução de custos, aumento da produtividade e decisão baseada em dados.

Nos últimos anos, avanços na tecnologia agropecuária têm possibilitado uma gestão mais precisa e integrada das propriedades.

Ferramentas como softwares de gestão rural, sensores remotos e integração de dados são alguns facilitadores para o acompanhamento das atividades em tempo real. 

Com a adoção de soluções inovadoras é possível planejar melhor o plantio e a colheita, reduzir perdas e aumentar a eficiência operacional

Neste artigo, você confere um pouco mais sobre as estratégias para otimizar as operações da fazenda. Aproveite o conteúdo!

Como otimizar as operações da fazenda?

Otimizar as operações da fazenda exige planejamento e o uso de tecnologias que aumentam a produtividade enquanto reduzem custos.

Em um cenário de desafios constantes, como oscilações de mercado, mudanças climáticas e aumento dos custos de produção, encontrar formas de otimizar as operações garante a rentabilidade e a sustentabilidade do negócio.

A adoção de boas práticas, aliada ao uso de ferramentas de gestão e inovação tecnológica, vai mudar a forma como as atividades agrícolas são conduzidas. Veja abaixo algumas formas de fazer isso acontecer:

  • Gestão financeira eficiente: Monitoramento rigoroso dos custos e análise do retorno sobre os investimentos;
  • Uso de tecnologia: Ferramentas de gestão agrícola, sensores e monitoramento remoto ajudam a reduzir desperdícios e otimizar insumos;
  • Planejamento da produção: Diversificação de culturas e crédito rural podem melhorar a rentabilidade;
  • Capacitação da equipe: Profissionais bem treinados evitam erros operacionais e maximizam o uso de recursos;
  • Manutenção de máquinas e equipamentos: Evita paradas inesperadas, melhorando a eficiência operacional e reduzindo custos com reparos emergenciais;
  • Logística otimizada: Um bom planejamento de transporte e armazenagem reduz perdas na colheita e melhora o escoamento da produção;
  • Uso de dados na tomada de decisão: Analisar métricas de produtividade e eficiência operacional ajuda a identificar gargalos e oportunidades de melhoria.
diagnostico de gestao

O que faz aumentar a produtividade agrícola?

A produtividade agrícola é influenciada por diversos fatores, desde a escolha das sementes até a adoção de tecnologias.

Com margens cada vez mais apertadas, desafios como mudanças climáticas e custos elevados, buscar estratégias eficientes virou necessidade.

O agricultura no Brasil é responsável quase 25 do PIB e para que esse crescimento continue, recomendamos:

  • Uso de sementes de qualidade: Variedades híbridas e geneticamente modificadas tem maior resistência a pragas, doenças e condições climáticas adversas, podendo aumentar a produtividade de até 20%;
  • Correção e manejo do solo: A análise de solo e a adubação equilibrada garantem que as plantas tenham os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável. O uso de práticas como a calagem, por exemplo, é capaz de aumentar a produtividade em até 30%;
  • Tecnologia na agricultura: Ferramentas, como softwares de gestão, otimizam o uso de insumos e identificar falhas rapidamente. Estudos indicam que a agricultura digital reduz desperdícios e aumentam a produção em até 25%.
  • Manejo integrado de pragas e doenças: O monitoramento constante e o controle biológico, aliados ao uso consciente de defensivos agrícolas, evitam perdas;
  • Irrigação eficiente: Sistemas modernos como gotejamento e pivô central garantem que a água seja utilizada de forma que aumente a produtividade das culturas em até 50% em regiões com baixa pluviosidade;
  • Planejamento e rotação de culturas: Alternar os cultivos mantém a fertilidade do solo, reduz o risco de pragas e melhora a rentabilidade, resultando em uma fazendo com aumente de produção.

Ao integrar todas essas técnicas e atividades, você consegue aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, otimizar as operações da fazenda. Ou seja, é possível produzir mais com menos desperdício.

10 estratégias para fortalecer a gestão econômica e financeira da fazenda

Uma administração financeira estruturada é responsável pela sustentabilidade do negócio rural. Diante de custos variáveis e margens de lucro muitas vezes estreitas, um controle eficiente dos recursos pode determinar o sucesso da produção.

Para ajudar nisso, separamos 10 estratégias fundamentais para aprimorar sua gestão e vão fazer toda a diferença. Confira:

  1. Planejamento financeiro: Projete receitas e despesas considerando histórico e variações de mercado;
  2. Controle de custos: Classifique e monitore despesas fixas e variáveis para otimizar recursos;
  3. Gestão do fluxo de caixa: Registre entradas e saídas para evitar falta de liquidez;
  4. Investimento em tecnologia: Utilize softwares para registros financeiros e melhorar decisões;
  5. Acompanhamento contábil: Mantenha documentos organizados para planejamento tributário e acesso a crédito;
  6. Educação financeira: Aprimore conhecimentos para tomar decisões estratégicas e seguras;
  7. Análise de investimentos: Avalie a viabilidade antes de ampliar ou adquirir novos ativos;
  8. Diversificação de renda: Explore novas culturas ou atividades para reduzir riscos financeiros;
  9. Gestão de dívidas: Monitore financiamentos e renegocie condições para equilíbrio financeiro;
  10. Parcerias estratégicas: Estabeleça colaborações para ampliar oportunidades e garantir segurança econômica.

Como a Fazenda Retiro substituiu 30 planilhas por um software?

Fundada pela família Gusatti, a Fazenda Retiro, de Nova Ubiratã, Mato Grosso, sempre esteve em constante evolução.

A propriedade, de 1.200 hectares dedicados ao cultivo de soja e milho, nasceu do desejo de melhorar a qualidade de vida e aumentar a produtividade.

Com o crescimento dos negócios, Matheus Gusatti, gestor financeiro, percebeu que a complexidade do controle operacional aumentava cada vez mais.

O uso de mais de 30 planilhas no Excel tornava a análise de dados e a tomada de decisões desafiadoras. Diante da necessidade de centralizar informações e aprimorar a comunicação com seu irmão, Matheus buscou uma solução mais eficiente.

Foi assim que ele adotou o Aegro, o software de gestão agrícola que monitora todas as operações da fazenda de forma integrada e estratégica.

Além da praticidade, o software tem suporte presencial em uma agência exclusiva, onde são realizadas reuniões mensais para ajustes na estratégia de gestão. 

Com uma interface intuitiva, Matheus e sua equipe conseguiram eliminar as dificuldades de uso enfrentadas com sistemas anteriores. “Hoje, faço o controle de estoque e lanço dados diretamente pelo celular. A gestão da Fazenda Retiro nunca foi tão clara e acessível”, conclui.

Como a fazenda Retiro substituiu 30 planilhas pelas informações integradas com o Aegro

Software para otimizar as operações da fazenda

Para produtores rurais que querem otimizar as operações da fazenda com uma plataforma eficiente e simples de usar, o Aegro é a escolha certa.

A solução centraliza informações, facilita o controle das atividades no campo e no escritório, e oferece uma visão completa do negócio rural.​

Integre as operações agrícolas e financeiras em uma única plataforma, facilitando as atividades operacionais e contribuindo para a sustentabilidade e lucratividade da fazenda.​ No Aegro a sua fazenda tem:

  • Gestão financeira: Controle detalhado de contas bancárias, pagamentos, estoque e fluxo de caixa, permitindo uma administração financeira mais eficiente e organizada;
  • Planejamento e controle de safra: Possibilita o planejamento das operações agrícolas, desde o plantio até a colheita, monitorando custos e otimizando o uso de insumos para aumentar a rentabilidade;
  • Emissão de Nota Fiscal Eletrônica do Produtor Rural: Emissão gratuita, rápida e ilimitada de NFP-e, com preenchimento automático e cálculos de impostos;
  • Monitoramento de pragas e doenças: Monitoramento da lavoura com relatórios sobre pragas e indicação do o momento ideal para pulverizações, reduzindo custos com defensivos;
  • Integração com máquinas agrícolas: Importe dados de operações realizadas com maquinário da fazenda, conectando a plataformas como Climate FieldView™, John Deere Operations Center™ e Stara, para uma visão completa das operações.

Seja para melhorar o planejamento da safra, controlar custos ou monitorar a lavoura em tempo real, o Aegro é a ferramenta certa para quem busca melhorar a administração da fazenda e alcançar melhores resultados no campo.

Plantio de Milho Safrinha 2025: Análise e Expectativas

O plantio de milho safrinha no Brasil em 2025 promete marcar um capítulo importante na história agrícola do país.

Conhecido como segunda safra, o milho safrinha já representa uma parcela significativa da produção total de milho, muitas vezes superando a primeira safra em volume.

Diante dessa relevância, o monitoramento e o planejamento é ainda mais importante para garantir uma colheita bem-sucedida.

Com expectativas de aumento na área plantada e na produtividade, a segunda safra do milho se destaca como pelo alto desempenho agrícola nacional. Mas, quais são as projeções exatas e os desafios que os produtores enfrentarão?

Cenário da Produção de Grãos no Brasil em 2025

As estimativas de órgãos oficiais como IBGE e Conab apontam para um crescimento na produção agrícola brasileira em 2025.

Projeções indicam uma safra total de grãos de 323,8 milhões de toneladas, um aumento de 10,2% em relação a 2024.

A produção de milho, especialmente a safrinha, é o componente principal desse crescimento, com estimativas de produção superando as expectativas iniciais.

Projeções e Estimativas para o Plantio de Milho Safrinha

A área plantada de milho safrinha em 2025 deve apresentar um crescimento modesto em comparação com a safra anterior.

A Conab estima uma área total de 16,78 milhões de hectares, um aumento de 1,3%. As projeções de volume de produção também são positivas, com estimativas variando de 94,6 a 114,07 milhões de toneladas.

Em relação a produtividade média, é previsto um aumento de 5,4% pela Conab, representando 6.798 kg/ha.

Progresso e Status Atual do Plantio no Brasil

O plantio de milho safrinha em 2025 está avançando significativamente, com 97,9% da área planejada já plantada até 30 de março.

Alguns estados, como Goiás, Piauí e Mato Grosso, já concluíram o plantio. No entanto, ainda há áreas a serem plantadas em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná.

O progresso supera a média dos últimos cinco anos, sinalizando condições favoráveis para a safra 2024/2025. Confira o avanço em cada estado:

EstadoÁrea Estimada (ha)Plantio Concluído (%)
Mato Grosso7.156.00026,6%
Paraná2.293.00038,7%
Mato Grosso do Sul2.212.00018,3%
Goiás2.401.0006,1%
São Paulo533.0002,4%
Minas GeraisN/D0%

Fatores Influenciando o Plantio do Milho Safrinha

As condições climáticas são decisivas, com a transição do El Niño para o La Niña, trazendo expectativas de chuvas mais intensas no Cerrado.

Os avanços tecnológicos, como o uso de sementes certificadas e híbridos adaptados, também contribuem para o progresso.

A demanda interna e a estabilidade dos preços do milho são fatores econômicos que incentivam os produtores.

Banner de chamada para baixar o kit safrinha

Perspectivas e Desafios para a Safra

As condições climáticas durante o desenvolvimento da safra, especialmente em abril, serão determinantes.

Os maiores inimigos serão as pragas e doenças, influenciados pelos padrões climáticos, além da volatilidade do mercado de milho, que pode afetar a rentabilidade da safra. É neste cenário de desafios que soluções tecnológicas como o Aegro se destacam.

Por meio do monitoramento climático integrado à plataforma, você pode acompanhar em tempo real as variações climáticas, permitindo tomadas de decisão mais assertivas, otimizando o momento certo para o plantio e aplicação de insumos.

Além disso, a gestão eficiente dos insumos, contribui para reduzir os impactos da volatilidade do mercado, auxiliando no controle de custos e na maximização da rentabilidade da safra.

Outro ponto que exige muita atenção, é a crescente preocupação com pragas e doenças, que podem ser influenciadas diretamente pelos padrões climáticos.

Nesse aspecto, a ferramenta de monitoramento de pragas e doenças do Aegro, oferece uma visão completa da lavoura, identificando precocemente possíveis focos de infestação. Com isso, é possível agir preventivamente, evitando grandes perdas na produção.

As estimativas variam de 94,6 a 114,07 milhões de toneladas.

Goiás, Piauí, Tocantins, São Paulo, Maranhão e Mato Grosso.

A transição do El Niño para o La Niña, que pode resultar em mais chuvas no Cerrado.

  • O clima afeta diretamente o desenvolvimento e a produtividade do milho, tornando o monitoramento essencial para o sucesso da safra.

Plantio de Soja 2025: Guia Essencial para Máxima Safra

A época de plantio de soja varia nas diferentes regiões produtoras. No entanto, no estado do Mato Grosso, o plantio geralmente ocorre entre setembro e dezembro, dependendo das condições climáticas. 

Em anos como 2024, caracterizados por instabilidades climáticas intensas, é preciso acompanhar de perto as previsões meteorológicas para otimizar suas janelas de plantio.

Os cuidados durante esse período são essenciais para assegurar uma lavoura produtiva e saudável. 

Para garantir esse sucesso, práticas de manejo do solo, controle de pragas e a seleção de cultivares de soja que se adaptam bem às condições locais, são estratégias excelentes. 

A agricultura e o clima estão interligados, e qualquer variação climática tem um impacto direto no processo. Continue acompanhando o conteúdo e saiba mais sobre o plantio de soja neste momento:

Calendário para o Plantio de Soja 2025

A janela de plantio da soja é o período em que as condições climáticas, principalmente chuva e temperatura, são mais favoráveis para a germinação e desenvolvimento inicial da cultura. 

Plantar dentro dessa janela, que varia entre as regiões do Brasil, é necessária para minimizar riscos e otimizar o potencial produtivo.

O calendário plantio de soja oficial é associado ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 

O ZARC indica os períodos de menor risco climático para o cultivo em cada município, considerando tipo de solo e ciclos das cultivares

Para 2025, consulte as portarias atualizadas do ZARC para sua localidade específica. Geralmente, a janela se concentra entre setembro e dezembro na maioria das regiões produtoras, mas variações são comuns.

A abertura nacional do plantio de soja, é marcada por eventos simbólicos, que ocorre em meados de setembro, após o fim do vazio sanitário.

Durante este período é proibido manter plantas vivas de soja no campo para controle de pragas e doenças, como a ferrugem asiática. 

Estratégias para o Cultivo de Soja no Brasil

O sucesso do cultivo de soja vai muito além de apenas acertar a data de plantio. Um manejo eficiente envolve uma série de práticas integradas que começam bem antes das máquinas entrarem no campo. 

O plantio de soja no Brasil, dada a diversidade de solos, climas e sistemas de produção, exige uma abordagem adaptável e tecnificada, como:

  • Preparo do solo: Seja no sistema de plantio direto (amplamente adotado) ou convencional, garante a boa estrutura física, química e biológica do solo.
  • Análises de solo periódicas: Orientam a calagem e a adubação, corrigindo deficiências e proporcionando os nutrientes necessários para a cultura. 
  • Cultivar correta: Opte pela cultivar adaptada à sua região, tipo de solo, regime de chuvas e resistência a pragas e doenças locais.

Durante o desenvolvimento da lavoura, o manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas (MIP/MID/MIPD) também é indispensável. 

Monitorar a lavoura constantemente permite tomar decisões de controle mais assertivas e no momento certo, utilizando métodos químicos, biológicos ou culturais de forma racional. 

A nutrição de plantas, especialmente em fases críticas, e a atenção às condições hídricas complementam as práticas essenciais para que cada planta expresse seu máximo potencial produtivo no vasto território brasileiro.

Gerenciar todas essas variáveis, desde a análise de solo e escolha de insumos até o monitoramento constante de pragas e a nutrição precisa, pode ser um desafio complexo. 

Ferramentas de gestão agrícola digital, como o Aegro, auxiliam o produtor a centralizar essas informações vitais. 

Um software especializado permite planejar o cultivo, registrar atividades, controlar custos por talhão e visualizar dados para decisões mais eficientes e rentáveis.

Soja no Brasil e no mundo: Como está o cenário?

Atualmente, a soja se destaca como o principal produto de exportação do Brasil

Desde de 2021, o país tem sido reconhecido como maior produtor mundial do grão, respondendo por 42% da produção global

Na safra 2022/2023, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab, 2023), o Brasil alcançou uma produção de alta produtividade, alcançando: 

  • Mais de 154  milhões de tonelada; 
  • Cultivo em 44 milhões de hectares;
  • Produtividade média de 3.508 kg por hectare.

Para atingir esses números, é fundamental ter conhecimento técnico e um planejamento cuidadoso para cada safra. 

A produção de soja demanda atenção a diversos fatores, incluindo as condições climáticas e a qualidade do solo nas cinco regiões produtoras do país. 

Um exemplo da complexidade dessa cultura é que mais de 2 mil cultivares de soja estão registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). 

Cada uma delas foi desenvolvida com características específicas para se adaptar a diferentes tipos de solo, necessidades de maturação e fatores bióticos e abióticos

Ou seja, nem todos os tipos de soja têm o mesmo tipo de necessidade, impactando em cuidados e estratégias de manejo diferentes.

Lavoura de soja representando a relação do plantio de soja e o clima
Figura 1. A importância das chuvas para a Safra 2024/2025. Créditos: CenárioMT (2024).

Preço da soja: alta ou queda?

A saca de 60 quilos de soja está sendo negociada a R$ 138,02, registrando uma baixa de 0,42% em relação ao último fechamento em várias regiões do interior do Paraná. 

No litoral paranaense, a tendência de queda de preços também é observada, com a saca sendo vendida a R$ 140,06 em Paranaguá.

Em relação ao trigo, no Paraná, houve uma ligeira redução de 0,1% no último fechamento, com o preço alcançando R$ 1.464,69 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a commodity apresentou uma leve queda de 0,8%, sendo comercializada a R$ 1.347,20 por tonelada. Os valores são provenientes do Cepea (Setembro/2024).

Representação de fatores que podem influenciar a rentabilidade do plantio de soja
Figura 2. Fatores determinantes da rentabilidade da soja no Brasil. Créditos: AgroAdvance Brasil (2024).

Qual o clima ideal para o cultivo da soja?

O clima ideal para o cultivo da soja envolve temperaturas entre 20°C e 30°C, que favorecem o crescimento do grão. 

Temperaturas abaixo de 10°C podem atrasar o desenvolvimento da planta, enquanto valores acima de 40°C prejudicam a floração e a formação de vagens. 

Para garantir um ciclo adequado, é fundamental que o cultivo ocorra em períodos livres de geadas

Já para a semeadura, a recomendação é de setembro a dezembro, dependendo da região, com crescimento variando de 75 a 150 dias, de acordo com a maturação desejada.

Quais os impactos das mudanças climáticas no plantio de soja?

As mudanças climáticas trazem preocupações para a produtividade e a qualidade do grão

No plantio de soja, temperaturas constantes, acima de 20°C, são necessárias para uma boa germinação

Porém, o aumento das temperaturas pode antecipar a semeadura, exigindo ajustes no manejo e nas etapas de desenvolvimento do grão. Confira: 

Semeadura da soja x clima

Durante o crescimento vegetativo, a planta precisa de água suficiente; a alternância entre secas e chuvas intensas pode afetar a absorção de nutrientes.

Na fase de floração e formação das vagens, o estresse climático pode reduzir a fertilidade e favorecer doenças. 

Já na maturação e colheita, altas temperaturas aceleram o processo, comprometendo a qualidade dos grãos.

A semeadura da soja em Mato Grosso, por exemplo, está enfrentando desafios devido a eventos climáticos extremos associados às mudanças climáticas. 

As chuvas irregulares e a falta de umidade no solo estão dificultando o plantio, gerando incertezas sobre a produtividade da safra. 

Embora algumas regiões tenham avançado lentamente com a semeadura, a maioria dos agricultores aguarda melhores condições climáticas para iniciar o trabalho. 

Além dos impactos diretos na agricultura, a situação reflete um cenário mais amplo de desequilíbrio climático no Brasil

Essa situação já afeta a segurança hídrica e pode comprometer setores essenciais para o desenvolvimento econômico do país. 

Assim, a adaptação e a inovação nas práticas agrícolas tornam-se cada vez mais fundamentais para garantir uma boa produção de soja.

Impactos das diversidades climáticas na semeadura de soja
Figura 3 – Impactos nas vidas humanas e na biodiversidade do planeta. (Fonte: InfoEscola, 2024).

Produção agrícola em Mato Grosso

A produção agrícola em Mato Grosso, especialmente o plantio de soja, enfrenta desafios devido às condições climáticas, com chuvas irregulares e falta de umidade no solo

Este ano, a situação se repete, dificultando o avanço da semeadura. Especialistas alertam que a umidade é fundamental para a germinação adequada das sementes.

Na médio-norte, 0,55% da área destinada à soja já foi plantada, enquanto a sudeste registra 0,37%

Apesar desses avanços, muitas regiões esperam por melhores condições climáticas, gerando preocupação entre os agricultores quanto ao cumprimento do calendário de plantio e colheita, essencial para não comprometer a segunda safra de milho.

É importante ressaltar que o clima da região é composto por uma estação chuvosa bem definida e uma seca, dita o ritmo da agricultura local. A janela de plantio costuma ser uma das primeiras a se abrir no país, frequentemente em setembro, aproveitando as primeiras chuvas.

Os solos do Cerrado, predominantes no estado, exigem manejo específico, como a correção da acidez e a atenção à fertilidade, especialmente com fósforo e potássio. 

O uso intensivo da terra, muitas vezes com a safrinha de milho ou algodão após a soja, demanda um planejamento nutricional ainda mais cuidadoso para evitar o esgotamento do solo. 

Além disso, desafios como a pressão de pragas, doenças, e a necessidade de cultivares adaptadas a altas temperaturas, são importantes para os preparativos para o plantio de soja 2025. 

A tecnologia, incluindo agricultura de precisão e biotecnologia, desempenha um papel importante na superação desses desafios regionais.

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Arrendamento de Terra: Uma Opção Viável?

Expandir a área de cultivo ou iniciar na atividade agrícola nem sempre requer a compra de terras. O arrendamento rural é uma alternativa comum e viável para muitos produtores. 

Basicamente, trata-se de um “aluguel” da terra, onde o arrendatário (quem planta) paga um valor pré-determinado (em dinheiro ou produto) ao arrendador (dono da terra) pelo direito de uso por um período específico.

Para o arrendatário, as vantagens incluem a possibilidade de aumentar a escala de produção sem o alto investimento inicial da compra de terras, diluindo custos fixos com maquinário e mão de obra. 

Permite também testar a viabilidade da cultura em uma nova área antes de um compromisso financeiro maior. 

Por outro lado, o arrendatário não se beneficia da valorização do imóvel e pode ter menos autonomia para investimentos de longo prazo na terra.

Para o arrendador, o arrendamento garante uma renda da terra sem a necessidade de envolvimento direto na produção e seus riscos. É fundamental que o contrato de arrendamento seja bem elaborado, especificando claramente:

  • Duração: O prazo do contrato;
  • Valor e Forma de Pagamento: Quantidade fixa, percentual da produção e etc.;
  • Responsabilidades: Quem arca com custos de manutenção, impostos (como o ITR);
  • Condições de Uso: Práticas de manejo permitidas ou exigidas (ex: plantio direto).

Avaliar os custos, os riscos e as cláusulas contratuais são determinantes para entender se o arrendamento é a melhor estratégia para viabilizar ou expandir o plantio de soja 2025.

Como garantir o sucesso do plantio de soja?

Para garantir o sucesso do plantio de soja, é recomendado adotar algumas estratégias, especialmente em um ano desafiador como 2024. Aqui estão algumas dicas:

  • Escolha de cultivares adequadas: Opte por variedades de soja que sejam adaptadas às condições climáticas locais para aumentar a resistência da lavoura.
  • Práticas de manejo sustentável: Implementar técnicas de manejo que promovam a resiliência das plantas, como rotação de culturas e o manejo adequado do solo.
  • Monitoramento contínuo: Acompanhar as condições climáticas e as previsões meteorológicas para mitigar riscos, como irrigação em períodos de seca ou drenagem em caso de excesso de chuvas.
  • Estratégias de irrigação e drenagem: Ambas as práticas ajudam a enfrentar a variabilidade climática, garantindo um solo saudável para o cultivo.
  • Uso de tecnologia: Utilizar softwares de gestão agrícola, como o Aegro, auxilia na tomada de decisões, facilitando o acompanhamento das condições da lavoura, a gestão de insumos e a análise de dados climáticos.

Faça um teste grátis do Aegro e veja o quanto a sua lavoura pode ter um rendimento ainda maior. Clique no botão mais informações! 

Plantar fora da janela recomendada aumenta os riscos climáticos (falta ou excesso de chuva), a incidência de pragas e doenças (quebrando ciclos de controle), pode resultar em menor desenvolvimento das plantas e, consequentemente, em menor produtividade e rentabilidade. Além disso, pode haver restrições de crédito e seguro rural.

Depende dos objetivos e perfil de risco das partes. No arrendamento, o arrendatário assume todo o risco da produção e paga um valor fixo (ou pré-definido) ao dono da terra. Na parceria, os riscos e os lucros (ou prejuízos) da atividade são compartilhados entre o parceiro-outorgante (dono da terra) e o parceiro-outorgado (quem produz), conforme percentuais definidos em contrato.

Tecnologias como GPS em máquinas (piloto automático, taxa variável), drones para monitoramento, sensores de campo, softwares de gestão agrícola (como o Aegro), biotecnologia (sementes geneticamente modificadas resistentes a herbicidas e/ou pragas) e agricultura de precisão como um todo são cada vez mais importantes para otimizar o uso de insumos, reduzir custos e aumentar a produtividade.

Alimentos transgênicos: Segurança, produção e impacto na agricultura

Os alimentos transgênicos são cultivados em mais de 70 países e representando uma parcela significativa da produção agrícola global. 

No Brasil, segundo maior produtor de transgênicos do mundo, essas culturas cobrem milhões de hectares e impulsionam o setor agrícola, garantindo produtividade e competitividade no mercado internacional. 

Segundo dados do Ministério da Saúde, a regulamentação e fiscalização desses alimentos são rigorosas, com testes que avaliam sua segurança antes da comercialização.

Apesar dos avanços tecnológicos e dos benefícios produtivos, os transgênicos ainda geram debates.

Questões como os impactos na biodiversidade, a dependência de sementes patenteadas e os riscos econômicos para pequenos produtores são amplamente discutidos. 

Além disso, na segurança alimentar divide opiniões, pois enquanto alguns defendem que essas culturas são essenciais para combater a fome, outros argumentam que a desigualdade na distribuição de alimentos é o verdadeiro problema.

O que são alimentos transgênicos?

Os alimentos transgênicos são aqueles que passaram por modificações genéticas em laboratório com a introdução de genes de outros organismos. 

Essas alterações conferem características específicas, como resistência a pragas, tolerância a herbicidas e maior valor nutricional

A modificação do alimento é feita inserindo genes de outras espécies (bactérias, vírus ou mesmo outras plantas) no DNA do organismo original.

Um exemplo comum é a soja transgênica, modificada para resistir a herbicidas, permitindo um controle melhor de plantas daninhas sem prejudicar a cultura. Outro exemplo é o milho Bt, que contém um gene de bactéria que o torna resistente a algumas pragas.

Pessoa vestindo jaleco branco aplicando uma substância com uma seringa em uma maçã verde, ilustrando os alimentos trangênicos.
Figura 1. Produção de alimentos transgênicos. Créditos: UOL (2023).

Como são produzidos os alimentos transgênicos?

A produção de transgênicos envolve técnicas de engenharia genética que permitem a inserção de genes específicos em plantas e microrganismos. O processo costuma incluir:

  • Identificação do gene de interesse: Seleção de características desejadas, como resistência a doenças;
  • Transferência do gene: Inserção do material genético na planta, por meio de vetores biológicos ou técnicas como biobalística;
  • Multiplicação das células modificadas: Desenvolvimento de novas plantas a partir das células modificadas;
  • Testes e regulamentação: Avaliação da segurança alimentar e ambiental antes da comercialização.

Alimentos transgênicos no mundo e no Brasil

Os transgênicos são cultivados em mais de 70 países. O Brasil é o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. 

No país, as culturas geneticamente modificadas mais comuns incluem:

  • Soja transgênica: Principal produto agrícola exportado pelo Brasil.
  • Milho transgênico: Cultivado para ração animal e produção de alimentos industrializados.
  • Algodão transgênico: Além da fibra têxtil, a semente é usada na fabricação de óleo comestível.
  • Cana-de-açúcar transgênica: Modificada para resistir a pragas e melhorar a produtividade.

Alimentos transgênicos fazem mal?

Estudos conduzidos por organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) indicam que os alimentos transgênicos comercializados são seguros para o consumo humano. 

A ingestão de DNA modificado não representa risco, pois o material genético é degradado no processo digestivo, assim como acontece com alimentos convencionais.

Segurança alimentar e os alimentos transgênicos

A segurança alimentar envolve dois aspectos principais: food safety, relacionado à ausência de contaminantes químicos, biológicos ou físicos nos alimentos, e food security, que trata da garantia de acesso à alimentação adequada. 

Os transgênicos são frequentemente mencionados como uma solução para o problema da fome global, pois permitem maior produtividade e resistência das lavouras. 

No entanto, alguns especialistas argumentam que o problema da fome está mais ligado à desigualdade na distribuição dos alimentos e ao poder aquisitivo das populações vulneráveis do que à produção em si.

Além disso, as modificações genéticas podem trazer benefícios como o Arroz Dourado, enriquecido com vitamina A para reduzir a deficiência nutricional em países subdesenvolvidos. 

No entanto, há questionamentos sobre a dependência de grandes corporações e os impactos ambientais da disseminação dessas culturas.

Grande plantação sendo colhida por várias colheitadeiras vermelhas alinhadas em formato de "V", envolvendo o cultivo de alimentos transgênicos.
Figura 2. Produção nacional de soja transgênica. Créditos: UOL (2023).

Vantagens e desvantagens dos alimentos transgênicos

Os alimentos transgênicos fazem parte da alimentação global há décadas. Segundo o ISAAA (Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações de Agrobiotecnologia), mais de 190 milhões de hectares de lavouras geneticamente modificadas foram cultivados em 29 países em 2022.

No Brasil, por exemplo, mais de 90% da soja e do milho cultivados são transgênicos. Com isso, surgem debates sobre o quanto esses alimentos contribuem para a saúde, o meio ambiente e a economia.

Abaixo separamos algumas das principais vantagens e desvantagens dos alimentos transgênicos. Confira:

Vantagens dos alimentos transgênicos

  • Maior resistência a pragas e doenças, reduzindo o uso de pesticidas;
  • Aumento da produtividade agrícola;
  • Melhoria na qualidade nutricional de alguns alimentos;
  • Possibilidade de cultivo em condições adversas, como solos ácidos e regiões de seca;
  • Redução do custo final dos alimentos.

Desvantagens dos alimentos transgênicos

  • Possível impacto ambiental, como a polinização cruzada com espécies não modificadas;
  • Dependência de grandes empresas para aquisição de sementes;
  • Desenvolvimento de pragas e ervas daninhas mais resistentes a herbicidas;
  • Questões éticas e socioeconômicas envolvendo o monopólio de grandes corporações.
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Segurança e regulamentação dos transgênicos

Os alimentos transgênicos passam por rigorosos testes antes de serem liberados para consumo.

No Brasil, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) avalia a segurança dos OGMs e aprova sua comercialização apenas quando há equivalência substancial com produtos convencionais. 

A regulamentação segue padrões internacionais estabelecidos por órgãos como a OCDE, FAO e OMS.

Além disso, a legislação brasileira exige que produtos contendo transgênicos sejam identificados com um triângulo amarelo com a letra “T”, garantindo ao consumidor o direito de escolha.

Qual o impacto dos alimentos transgênicos na economia rural e na agricultura familiar?

A adoção de transgênicos transformou a produtividade agrícola global, aumentando a produção e reduzindo perdas causadas por pragas e doenças.

Mesmo gerando um bom rendimento, seus efeitos na economia rural e na agricultura familiar são complexos e dependem de diversos fatores, como o custo das sementes, o acesso a tecnologia e a estrutura de mercado local.

Para pequenos produtores, os transgênicos aumentam a eficiência e reduzem o uso de defensivos, tornando a lavoura mais rentável, diminuindo custos.

Por outro lado, o alto custo das sementes transgênicas e contratos de uso restritivos, pode dificultar o acesso dos pequenos produtores a essas tecnologias.

Além disso, a concentração do mercado de biotecnologia nas mãos de poucas empresas levanta preocupações sobre a autonomia dos agricultores e a diversidade agrícola.

Já na agricultura familiar, o impacto econômico dos transgênicos varia conforme o contexto regional.

Em países com apoio técnico e acesso a crédito rural, é possível se beneficiar da tecnologia. Já em regiões com menor suporte, a adoção pode ser mais difícil, ampliando a desigualdade no setor agrícola.