Para proteger seus investimentos no agronegócio, invista em um seguro para máquinas agrícolas
O seguro de maquinário é uma ferramenta indispensável hoje para os agricultores e/ou proprietários de máquinas agrícolas. Diante de imprevistos e desafios enfrentados, como o desastre natural que atingiu o Rio Grande do Sul em maio de 2024, é fundamental ter a segurança de que os equipamentos utilizados nas atividades estão protegidos.
Os equipamentos agrícolas são bens essenciais e estão diretamente relacionados à eficiência das propriedades rurais. Dessa forma, nada melhor que proteger esse patrimônio também.
O que é o seguro de maquinário
O seguro de máquinas agrícolas engloba desde tratores robustos até colheitadeiras de alta tecnologia. Esses equipamentos representam investimentos significativos cuja funcionalidade é fundamental para o sucesso das operações agrícolas.
Este seguro é um salvaguarda contra uma série de riscos, como danos causados por acidentes ou fenômenos naturais (tempestades e inundações). Com o seguro, é possível cobrir reparo/substituição de equipamentos danificados.
Além disso, é possível personalizar o seguro de maquinário agrícola para incluir coberturas adicionais, como responsabilidade civil e perda de renda, garantindo que o agricultor esteja preparado para enfrentar não apenas danos físicos, mas também as consequências financeiras dos eventos.
Portanto, investir em um seguro de maquinário é uma decisão estratégica para qualquer negócio do campo. Além de proteger contra perdas significativas, ele também garante a continuidade das operações.
Quem pode contratar o seguro de máquinas agrícolas
O seguro de maquinário agrícola pode ser contratado por:
Agricultores;
Proprietários de máquinas agrícolas;
Gestores de fazendas.
Como funciona o seguro de maquinário
O seguro funciona como uma proteção financeira contra perdas ou danos às máquinas e equipamentos utilizados na agricultura, mas também pode englobar coberturas adicionais.
Se tratores de uma propriedade agrícola forem furtados, por exemplo, se o proprietário desses tratores tiver o seguro de máquinas agrícolas, basta que ele acione e siga todo o processo de sinistro conforme consta na apólice. Isso alivia a perda financeira que ele teria de arcar caso não possuísse a proteção.
Quais bens estão cobertos no seguro
O seguro de máquinas agrícolas cobre uma gama de equipamentos utilizados na agricultura, tais como tratores, colheitadeiras, plantadeiras, pulverizadores, bem como outros maquinários essenciais para o plantio, cultivo e colheita.
Além disso, o seguro pode cobrir acessórios e implementos agrícolas acoplados ou utilizados em conjunto com as máquinas principais.
As coberturas específicas e os bens cobertos pelo seguro podem variar conforme a seguradora e o plano contratado, sendo importante verificar os detalhes da apólice para entender completamente o escopo da proteção eferecida.
Por que fazer o seguro de máquinas agrícolas
Fazer o seguro de máquinas agrícolas é uma decisão estratégica e prudente para qualquer profissional do setor agrícola.
Primeiramente, o seguro garante proteção financeira contra imprevistos e acidentes que podem causar danos significativos às máquinas e equipamentos, que são, sem dúvida, os pilares da produtividade no campo.
Além disso, ao assegurar a rápida recuperação ou substituição de equipamentos danificados, o seguro ajuda a minimizar o tempo de inatividade, mantendo a operação agrícola em pleno funcionamento.
Diante dos desafios climáticos e dos riscos inerentes às atividades agrícolas, contrar com um seguro específico para máquinas agrícolas proporciona uma camada extra de segurança e tranquilidade para o agricultor.
Quais as coberturas do seguro de máquinas agrícolas
O seguro de maquinário oferece uma ampla gama de coberturas para proteger os equipamentos essenciais utilizados no agronegócio. Essas coberturas são projetadas para minimizar as perdas financeiras e operacionais em caso de eventos inesperados.
Incêndio, queda de raio, explosão e danos de causa externa;
Algumas situações e alguns eventos não são cobertos pela apólice de seguro de maquinário. Isso se dá pela natureza previsível do dando, alto risco envolvido ou por serem considerados como responsabilidade do segurado.
Desgaste natural;
Falha de manutenção;
Ação intencional;
Operação inadequada;
Desastres naturais específicos;
Guerra e conflitos;
Contaminação e poluição;
Fraude.
Dessa forma, é crucial revisar cuidadosamente a apólice de seguro para compreender completamente quais riscos estão excluídos e considerar a contratação de coberturas adicionais, se necessário, para garantir a proteção de suas máquinas agrícolas.
Conclusão
A contratação de um seguro para maquinário é crucial na gestão de riscos no setor agrícola. Ele proporciona segurança financeira, garantindo que operações agrícolas possam continuar sem interrupções significativas, mesmo diante de imprevistos como danos físicos, roubos e desastres naturais.
O seguro não é só uma medida de precaução, mas também, é um investimento estratégico na proteção e no futuro do seu negócio. Diante dos desafios e incertezas inerentes à agricultura, assegurar-se contra potenciais perdas é um passo prudente que todos no agronegócio devem considerar.
Precisando restituir o seguro de máquinas agrícolas perdidas devido a problemas ambientais? Agende já uma demonstração conosco e descubra como o Aegro pode facilitar o processo de recuperação e gestão de seguros. Não perca tempo, comece a proteger seus investimentos e garantir a continuidade das operações agrícolas agora mesmo!
Após uma enchente, o solo pode sofrer compactação, perda de nutrientes, contaminação e alteração na estrutura do solo. Para recuperar a terra, é essencial descompactar o solo, restaurar a fertilidade com adubação adequada e implementar sistemas de drenagem.
Os temporais que assolaram o Rio Grande do Sul por mais de 10 dias afetaram 425 das 497 cidades do estado, resultando em 107 mortes, 136 desaparecidos e forçando 232,1 mil pessoas a deixarem suas casas, impactando cerca de 1,476 milhão de pessoas, segundo a Defesa Civil.
As enchentes recorrentes causam destruição em lavouras e infraestruturas agrícolas, além de perdas econômicas e deslocamento de comunidades rurais, evidenciando a necessidade de estratégias de resiliência e adaptação para enfrentar os desafios climáticos e de gestão de recursos hídricos na região.
Estas inundações podem causar danos significativos às comunidades, infraestruturas e terras agrícolas. Após uma enchente, o solo sofre diversas alterações físicas, químicas e biológicas, que podem afetar a sua fertilidade e capacidade de sustentação da vegetação.
Quando as águas das enchentes recuam, a terra pode ficar compactada, com camadas de sedimentos depositados na superfície.
Além disso, a saturação prolongada de água pode levar à perda de nutrientes, à contaminação por poluentes transportados pelas águas e à erosão do solo. Recuperar a terra após uma enchente é um desafio que envolve várias etapas, desde a remoção de detritos e sedimentos até a reestruturação do solo para restaurar sua capacidade produtiva.
Para revitalizar a terra afetada por enchentes, é fundamental adotar práticas de recuperação que incluam a descompactação do solo, a reposição de nutrientes e a implementação de sistemas de drenagem eficazes.
A recuperação das terras após uma enchente exige um planejamento cuidadoso e uma abordagem integrada que considere tanto as características do solo quanto as necessidades das comunidades afetadas. Com as práticas adequadas, é possível restaurar a produtividade do solo e minimizar os impactos das enchentes.
Boa leitura!
Erosão hídrica dos solos
A erosão hídrica é um processo natural intensificado pela ação das águas superficiais que resulta na remoção e transporte de partículas do solo. Quando associado a alagamentos, este fenômeno pode causar danos significativos ao ambiente, à infraestrutura e à agricultura. Entender os mecanismos e impactos da erosão hídrica durante eventos de alagamento é crucial para desenvolver estratégias de mitigação e recuperação.
Figura 1. Enchente em área agrícola do Arroio do Meio – RS, Fotos: Fábio Fuhr (2024).
Mecanismos da erosão hídrica durante alagamentos
Os alagamentos, caracterizados pelo excesso de água em áreas normalmente secas, amplificam a erosão hídrica através de vários mecanismos:
Desagregação do solo: a força das águas em movimento desagrega as partículas do solo, facilitando seu transporte. A saturação do solo durante um alagamento reduz sua coesão, tornando-o mais suscetível à erosão;
Fluxo de superfície: a água em excesso não consegue infiltrar-se no solo completamente, resultando em fluxos superficiais intensos. Esses fluxos aumentam a capacidade erosiva, principalmente em áreas com pouca cobertura vegetal;
Sedimentação e deposição: as águas de alagamento transportam sedimentos para áreas mais baixas, depositando material erodido em novas localidades. Este processo altera o perfil do solo e a topografia local, impactando negativamente a fertilidade do solo e a capacidade agrícola.
Figura 2. Deposição de material físico em área agrícola RS após enchentes, Fotos: Fábio Fuhr (2024).
Impactos da erosão hídrica
A erosão hídrica causada por alagamentos traz uma série de consequências adversas:
Perda de solo fértil: a camada superficial do solo, rica em nutrientes, é frequentemente a mais afetada pela erosão. Sua perda compromete a produtividade agrícola e a capacidade de suporte à vegetação nativa;
Danos à infraestrutura: estradas, pontes, sistemas de drenagem e edificações podem ser seriamente danificados. A erosão sob fundações e estradas pode causar colapsos e deslizamentos;
Sedimentação de corpos hídricos: sedimentos transportados pela água podem assorear rios, lagos e reservatórios, reduzindo a capacidade de armazenamento de água e afetando a qualidade da água;
Deslocamento de comunidades: em áreas rurais, a erosão pode forçar o deslocamento de comunidades devido à perda de terras cultiváveis e à destruição de infraestruturas essenciais.
Estratégias de mitigação e recuperação
Para lidar com a erosão hídrica ocasionada por alagamentos, várias estratégias podem ser implementadas:
Controle da vegetação: plantar espécies vegetais de cobertura, que protegem o solo e aumentam a infiltração de água, reduzindo o fluxo superficial;
Construção de barreiras: instalação de terraços, muros de contenção e bacias de retenção para controlar o fluxo de água e reduzir sua velocidade, minimizando a erosão;
Melhorias na gestão de recursos hídricos: implementação de sistemas de drenagem eficientes para controlar o excesso de água e prevenir a saturação do solo;
Recuperação do solo: técnicas de recuperação do solo, como a adição de matéria orgânica e corretivos, para restaurar a estrutura e fertilidade do solo erodido;
Planejamento do uso da terra: avaliação e planejamento do uso da terra com base em mapas de risco de erosão e alagamento, para evitar construções e atividades agrícolas em áreas vulneráveis.
Figura 3. Benefícios fornecidos pela utilização de plantas de cobertura. Créditos: Bruna Emanuele Schiebelbein | ESALQ
O uso de plantas pioneiras, que são espécies capazes de se estabelecer em solos degradados e melhorar sua qualidade, é uma estratégia recomendada. Entre as culturas apropriadas para plantar após uma enchente estão leguminosas, que fixam nitrogênio no solo, gramíneas resistentes e plantas de cobertura, que ajudam a proteger o solo da erosão e melhoram a estrutura do solo.
Alterações no solo devido às enchentes
Alterações químicas
Redução do oxigênio: a saturação do solo com água reduz a disponibilidade de oxigênio, criando condições anaeróbicas. Este ambiente favorece processos de redução, como a desnitrificação, onde nitratos (NO₃⁻) são convertidos em gás nitrogênio (N₂) e outros gases, levando à perda de nutrientes essenciais.
Alterações no pH: as condições anaeróbicas podem levar à produção de ácidos orgânicos e outros compostos que alteram o pH do solo. A acidificação pode ocorrer devido à produção de ácidos graxos voláteis e ácido sulfúrico em solos com sulfetos.
Mobilização de nutrientes: a saturação pode solubilizar certos nutrientes e metais pesados, aumentando sua disponibilidade e potencial toxicidade para plantas. Por exemplo, o ferro (Fe) e o manganês (Mn) podem se mobilizar em condições redutoras.
Alterações físicas
Compactação do solo: o peso da água sobre o solo saturado pode causar compactação, diminuindo a porosidade e a capacidade de infiltração do solo. Isto resulta em uma menor capacidade de retenção de água e ar, dificultando o crescimento das raízes das plantas.
Estrutura do solo: a estrutura do solo pode ser destruída devido à ação das forças erosivas da água. A agregação do solo é prejudicada, resultando em uma menor estabilidade estrutural e maior susceptibilidade à erosão.
Sedimentação: a deposição de sedimentos transportados pela água altera a textura e a composição superficial do solo, frequentemente enriquecendo-o com partículas finas como silte e argila, que podem reduzir a permeabilidade e alterar a capacidade de retenção de água.
Figura 4. Área de produção de grãos após enchentes, Fotos: Fábio Fuhr (2024).
Alterações biológicas
Mudança na atividade microbiana: as condições anaeróbicas alteram a composição e atividade da comunidade microbiana. Bactérias anaeróbicas, como aquelas responsáveis pela metanogênese e redução de sulfato, tornam-se dominantes, enquanto organismos aeróbicos diminuem significativamente.
Decomposição da matéria orgânica: em ambientes anaeróbicos, a decomposição da matéria orgânica é mais lenta e pode produzir compostos tóxicos, como metano (CH₄) e sulfeto de hidrogênio (H₂S), que são prejudiciais às plantas e à vida do solo.
Impacto na fauna do solo: a fauna do solo, incluindo minhocas e outros invertebrados, é adversamente afetada pela falta de oxigênio e pode sofrer mortalidade em massa ou migrar para áreas menos saturadas, reduzindo a biodiversidade e a funcionalidade biológica do solo.
Figura 5. Benefícios de um solo/ambiente agrícola biologicamente saudável. Fonte: EDGA IA (2024).
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Após uma enchente, a terra sofre alterações significativas: compactação do solo, perda de nutrientes, contaminação por poluentes e mudanças na estrutura do solo. Essas alterações físicas, químicas e biológicas afetam a fertilidade e a capacidade de sustentação da vegetação.
Para recuperar o solo, é essencial descompactá-lo, restaurar a fertilidade com adubação adequada e implementar sistemas de drenagem eficazes. Plantas de cobertura, como leguminosas e gramíneas resistentes, são recomendadas para estabilizar e melhorar a qualidade do solo.
A recuperação do solo após enchentes exige um planejamento cuidadoso e uma abordagem integrada, considerando tanto as características do solo quanto as necessidades das comunidades afetadas.
Com práticas adequadas, é possível restaurar a produtividade do solo e minimizar os impactos de futuras enchentes, promovendo a resiliência das áreas agrícolas e das comunidades no Rio Grande do Sul.
Descubra como as últimas inovações agronômicas estão sendo aplicadas para lidar com o desafio das safras alagadas no Rio Grande do Sul. Explore soluções práticas, desde técnicas de drenagem até estratégias de manejo do solo, para reduzir os impactos do excesso de água nas culturas e garantir a recuperação da produtividade agrícola.
Os temporais que têm assolado o estado do Rio Grande do Sul por mais de 10 dias deixaram um rastro de destruição em sua passagem. Segundo levantamentos, 425 das 497 cidades do estado foram afetadas pelos eventos climáticos extremos. Os danos à humanos e materiais são significativos, com o registro de 107 mortes confirmadas, enquanto 136 pessoas ainda estão desaparecidas.
Além disso, cerca de 232,1 mil indivíduos foram forçados a deixar suas casas devido às inundações e deslizamentos de terra causados pelas fortes chuvas. A escala da devastação é ampla, afetando aproximadamente 1,476 milhão de pessoas, segundo estimativas da Defesa Civil.
As enchentes que periodicamente atingem o estado do Rio Grande do Sul representam não apenas eventos climáticos extremos, mas também desafios recorrentes para a produção agrícola da região.
A combinação de fatores climáticos adversos e questões relacionadas à gestão de recursos hídricos muitas vezes resulta em tragédias anunciadas, como evidenciado por uma linha do tempo dos eventos ligados à situação.
No presente contexto, analisaremos não apenas os efeitos diretos das enchentes, como a destruição das lavouras e infraestrutura agrícola, mas também os efeitos indiretos, incluindo perdas econômicas, deslocamento de comunidades rurais e impactos a longo prazo na segurança alimentar e na economia rural.
O acompanhamento dessa cronologia e a compreensão dos eventos associados fornecem insights cruciais para o desenvolvimento de estratégias de resiliência e adaptação para os agricultores e comunidades afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Boa leitura!
Enchentes no Rio Grande do Sul
As recentes enchentes que assolaram o estado do Rio Grande do Sul, resultando no maior desastre natural dos últimos 40 anos na região, foram desencadeadas pela passagem de um ciclone extratropical. Esse sistema meteorológico trouxe consigo uma série de eventos climáticos extremos, incluindo fortes chuvas, rajadas de vento e até mesmo queda de granizo.
O volume de chuvas foi excepcionalmente alto, com algumas cidades registrando toda a precipitação esperada para o mês de setembro em apenas uma semana. Esse acúmulo de água saturou o solo e fez com que os rios transbordassem, resultando em enchentes generalizadas e deslizamentos de terra em diversas áreas do estado. A situação foi agravada pela intensidade do ciclone, que se beneficiou de águas oceânicas mais quentes do que o normal, aumentando sua força e impacto.
Como resultado, muitas regiões, incluindo o Rio Taquari, enfrentaram a segunda maior enchente de sua história, com níveis de água atingindo quase 30 metros. Esse cenário de eventos extremos demonstra a importância de medidas de prevenção e adaptação para lidar com os impactos das mudanças climáticas, que estão contribuindo para a intensificação e frequência de sistemas meteorológicos como os ciclones extratropicais.
A calamidade enfrentada no Rio Grande do Sul foi resultado da conjunção de diversos fatores, conforme apontado pelos especialistas:
A presença de um cavado, que é uma corrente intensa de vento, influenciou a instabilidade atmosférica na região, contribuindo para as condições climáticas adversas;
Um corredor de umidade vindo da Amazônia se somou a esse cenário, aumentando a intensidade e frequência das chuvas na área afetada;
O bloqueio atmosférico, associado a uma onda de calor, resultou na “secura” e calor no centro do país, desviando as chuvas para as áreas extremas, como o Rio Grande do Sul, exacerbando ainda mais os efeitos das enchentes.
As chuvas e enchentes recentes no Rio Grande do Sul tiveram um impacto devastador na agricultura do estado. Esses eventos climáticos extremos causaram inundações generalizadas, resultando na perda de lavouras, danos a infraestruturas agrícolas e perdas significativas de animais.
Muitos agricultores enfrentam a difícil tarefa de recuperar suas terras cultiváveis, que foram inundadas por longos períodos. Além disso, as estradas rurais foram danificadas, dificultando o acesso às áreas afetadas e o escoamento da produção agrícola.
Essas adversidades têm um impacto direto na economia agrícola do estado, com prejuízos financeiros consideráveis para os produtores rurais e para toda a cadeia produtiva relacionada ao setor agrícola. A incerteza em relação à recuperação das terras e à próxima safra agrava ainda mais a situação, levando muitos agricultores a considerar abandonar a atividade agrícola.
Excesso de água na safra 2023/2024
Mas, o que ocorre com o excesso de água no solo e nas culturas?
Quando ocorre um excesso de água no solo ou inundação, como é o caso das enchentes, isso pode afetar significativamente o cultivo de arroz, feijão, soja e milho de várias maneiras, devido às suas diferentes características fisiológicas e exigências de crescimento.
Arroz
O arroz é uma cultura que pode tolerar condições de inundação temporária. Na verdade, o arroz alagado é uma prática comum em algumas regiões. No entanto, o excesso prolongado de água pode levar a problemas como a falta de oxigênio no solo, o que prejudica o crescimento das raízes e, consequentemente, afeta a absorção de nutrientes. Além disso, o acúmulo de água pode favorecer o desenvolvimento de doenças nessa cultura.
A produção de arroz enfrenta um desafio significativo devido às chuvas intensas, o que pode resultar em uma redução considerável na produtividade. As tempestades inundaram as lavouras, retardando ainda mais os trabalhos de campo. Essa situação pode afetar o abastecimento nacional, considerando que o estado é o principal produtor de arroz do país.
Além disso, alguns relatórios indicam que estradas estão interditadas, dificultando o transporte do cereal. Os últimos dados reportados pelo Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA) apontavam para um rendimento médio do estado esperado em 8.6 toneladas por hectare, porém, essa estimativa pode ser comprometida devido às condições adversas causadas pelas enchentes.
Feijão
O feijão é mais sensível à inundação do que o arroz. O excesso de água pode resultar em falta de oxigênio nas raízes, levando à morte das plantas por asfixia radicular. Além disso, a saturação do solo pode causar o apodrecimento das sementes/grãos e o desenvolvimento de doenças fúngicas, como a podridão das raízes.
Soja
A soja é relativamente ‘tolerante’ à inundação temporária, mas o excesso de água pode reduzir a disponibilidade de oxigênio no solo, afetando o crescimento das raízes e a absorção de nutrientes.
Isso pode resultar em crescimento retardado, amarelecimento das folhas e queda de flores e vagens. “Além disso, o excesso de umidade tende a elevar a acidez do óleo de soja, o que pode reduzir a oferta de boa qualidade deste subproduto, especialmente para a indústria alimentícia”, afirma o Cepea (2024).
Figura 3. Chuvas extremas em áreas de produção de soja — Fonte: Bing AI – EDGA 2024.
Milho
O milho é mais sensível à inundação do que o arroz e a soja. O excesso de água pode causar danos significativos às raízes, levando à falta de oxigênio e à morte das plantas por asfixia radicular. Além disso, a saturação do solo pode resultar em perda de nutrientes, como nitrogênio, e aumentar o risco de doenças fúngicas.
Para o milho, a condição permanece desafiadora. As inundações interromperam a colheita, mesmo estando em estágio avançado. De acordo com informações da Emater/RS, aproximadamente 83% das áreasdestinadas ao cultivo de milho já passaram pelo processo de colheita.
Figura 4. Situação dos silos com armazenamento de grãos no RS — Fonte: G1 2024 – Foto: Carlos Cogo.
Manejo futuro da lavoura
Após um episódio de excesso de água em uma área agrícola, algumas soluções agronômicas podem ser consideradas para mitigar os impactos e permitir a recuperação da produtividade:
Drenagem: implementar ou melhorar sistemas de drenagem para remover o excesso de água do solo, ajudando a restaurar condições ideais de umidade e oxigenação para as raízes das plantas;
Manejo do solo: realizar práticas de manejo do solo, como aração e gradagem, para melhorar a estrutura do solo e promover a drenagem adequada da água (desde que a área tenha mais excesso de água no solo para evitar compactação);
Fertilização balanceada: aplicar fertilizantes de forma equilibrada para fornecer os nutrientes necessários às plantas, especialmente após eventos de inundação que podem ter lixiviado os nutrientes do solo;
Monitoramento fitossanitário: fazer um acompanhamento rigoroso das condições das plantas para detectar e tratar rapidamente quaisquer problemas fitossanitários que possam surgir devido ao estresse causado pelo excesso de água;
Rotação de culturas: praticar a rotação de culturas para melhorar a saúde do solo e reduzir o risco de problemas relacionados ao alagamento em safras futuras;
Manejo de resíduos: remover resíduos vegetais ou detritos que possam obstruir a drenagem e contribuir para o acúmulo de água nas áreas agrícolas;
Monitoramento climático: estar atento às previsões meteorológicas e tomar medidas preventivas, como a construção de barreiras de contenção de água, para proteger as plantações de eventos climáticos extremos no futuro.
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Após uma enchente, as safras que foram molhadas enfrentam diversos desafios e consequências.
Impacto direto nas lavouras e infraestrutura agrícola
As enchentes inundam os campos, sufocando as raízes das plantas e levando à morte das culturas. A destruição direta das lavouras afeta a produtividade e a renda dos agricultores;
Além disso, a infraestrutura agrícola, como galpões e equipamentos, também pode ser danificada pelas inundações, dificultando ainda mais a recuperação.
Impactos a longo prazo na segurança alimentar e economia rural
A disponibilidade local de alimentos é afetada, o que pode impactar a segurança alimentar da região;
A economia rural sofre, pois a agricultura é uma parte fundamental da economia do estado. Estratégias de resiliência e adaptação são essenciais para garantir a recuperação da produtividade agrícola no Rio Grande do Sul.
Desmistificando a Conciliação Bancária: Entenda sua Importância e Domine o Processo
A conciliação bancária é uma prática simples que pode te auxiliar no gerenciamento da sua fazenda, evitando surpresas nas finanças. Associada a outras práticas contábeis, ela pode garantir o sucesso e crescimento do seu negócio.
O que é conciliação bancária
A conciliação bancária é o processo de comparar o extrato da conta bancária com as informações do controle financeiro da fazenda.
Com ela, você compara o que recebeu e pagou com os valores que entraram e saíram da sua conta bancária. Esse processo é essencial para a boa gestão financeira da empresa.
Se você recebe de clientes ou paga os fornecedores por meio de boletos, cartão de crédito ou débito, a conciliação é importante para manter o controle do fluxo de caixa da sua empresa rural.
A importância da conciliação bancária
É a partir da conciliação que possíveis inconsistências são percebidas. Registros com erros podem levar o gestor a tomar decisões prejudiciais ao futuro do negócio.
Erros de lançamento de pagamentos e recebimentos podem atrapalhar a saúde financeira do negócio. Além disso, descontos concedidos a clientes podem passar despercebidos e trazer prejuízos.
Benefícios da conciliação bancária
Quando você faz o acompanhamento frequente do dinheiro que entra e sai das contas bancárias, isso traz diversos benefícios para o seu negócio:
Identificação de fraudes;
Mais controle das movimentações financeiras;
Saldo bancário confiável;
Melhoria do planejamento orçamentário;
Melhoria da previsão do fluxo de caixa.
Como fazer a conciliação bancária
Passo 1: Monitoramento do fluxo de caixa e extratos bancários
O fluxo de caixa é o registro de todas as receitas e despesas da empresa. Esse controle permite comparar os valores que entram e saem. Os registros podem ser por planilhas ou um software de gestão, como o Aegro, e devem ser diários.
Passo 2: Comparar informações internas com lançamentos de entrada e saída
A comparação de tudo que foi pago e recebido será bem sucedido se todos os documentos estiverem organizados. Os documentos recebidos e enviados (como os boletos de fornecedores e clientes) devem ser guardados de forma organizada.
Passo 3: Correção de falhas
Fazer o acompanhamento da movimentação financeira da empresa ajuda a identificar mais facilmente as falhas que possam existir. Ao acompanhar a movimentação de perto, você tem tempo para corrigir as falhas e até mesmo evitá-las.
A conciliação bancária pode ser feita na periodicidade que desejar, a cada 15 dias, a cada mês, a cada três meses, seis meses. Entretanto, é mais indicado que ela seja feita mensalmente.
Como otimizar a conciliação bancária pelo Aegro
O Aegro oferece uma solução eficaz para você realizar a conciliação do extrato bancário em apenas alguns minutos.
Isso porque, além de integrar o controle agrícola e financeiro, ele também possui um recurso avançado de importação das movimentações bancárias por arquivo OFX.
Tela de conciliação bancária do Aegro
Conciliação de extrato bancário por OFX
Assim, você pode optar por fazer a conciliação bancária manual ou agilizar o processo com a conciliação automatizada. Em um clique seus lançamentos são conferidos com o extrato bancário.
Conciliando suas contas com os lançamentos no sistema, o usuário tem o controle financeiro em um só lugar e garante que seu fluxo de caixa bate com suas entradas e saídas bancárias, gerando segurança na análise de dados para gestão do negócio.
Quer otimizar seus processos de conciliação bancária e economizar tempo na gestão financeira da sua produção agrícola? Agende uma demonstração conosco e descubra como o Aegro pode simplificar esse processo para você. Não adie mais, comece a economizar tempo e recursos agora mesmo!
Ela é válida em todo o país desde 2020, por meio da Nota Técnica 2018.001. A nota pode ser emitida apenas com o CPF, por meio da Sefaz (Secretaria da Fazenda) do seu estado.
A NF-e é obrigatória em diversas situações, e a partir de 1 de maio de 2024 será obrigatória em todo o Brasil.
Saiba neste artigo a importância da NF-e e como emiti-la. Boa leitura!
O que é uma nota fiscal de produtor rural?
A Nota Fiscal de Produtor Rural eletrônica é a versão digital da nota fiscal de talão. Além de prática e moderna, é ecologicamente correta.
Antes, você precisava acumular talões de notas fiscais. Hoje, essas notas ficam armazenadas em memórias do computador ou na nuvem, como qualquer arquivo eletrônico.
Com aNF-e, os processos de negociação tornam-se muito mais rápidos, gerando maior fluidez de capital na propriedade rural ou nas empresas do agronegócio.
A NF-e é um documento importante para o seu negócio. O uso pode ser obrigatório para a circulação de mercadorias em operações internas e interestaduais, conforme a legislação de cada Estado.
Caso seja exigida e não for encontrada pela fiscalização, o infrator pode ser multado e preso, enquanto a mercadoria será apreendida.
Credenciamento na NF-e
O serviço de emissão da nota fiscal de produtor rural é feito pelo seu credenciamento na Sefaz do seu estado. Os documentos básicos para você se credenciar são:
Um dos maiores benefícios da nota fiscal de produtor rural é a organização das finanças na propriedade. Por ficar armazenada em um computador, é muito mais fácil consultar as notas e ter um balanço financeiro saudável.
Outro ponto positivo, é facilitação de processos, como a eliminação de espaços físicos para armazenagem e o maior controle das operações, combatendo a sonegação de impostos e criando novas oportunidades de trabalho.
Os registros ficam mais precisos, já que tudo é contabilizado no sistema, e você não precisa mais prestar contas na prefeitura. Para quem já emitia notas fiscais, a emissão pode ser feita de qualquer computador, dispensando a retirada e devolução de talões.
Além disso, o sistema permite a emissão e aprovação de notas fiscais a qualquer momento, inclusive em fins de semana e feriados, sem depender da análise da Administração Fazendária.
Emissão de nota por CPF e por CNPJ
A nota fiscal eletrônica começou a funcionar no país há mais em 2006, substituindo a nota fiscal de papel.
A NF-e trouxe maior agilidade e eficiência fiscal, pois antes era preciso fiscalizar os blocos de notas emitidas. Agora, ela é gerada e autorizada imediatamente pela Sefaz.
No entanto, para os produtores rurais, só foi possível a emissão do documento eletrônico provisoriamente em outubro de 2018 e, definitivamente, em setembro de 2020.
Para isso, você precisa somente do CPF e do número da Inscrição Estadual. Caso você tenha CNPJ, pode fazer a emissão da nota normalmente.
A grande mudança está no modelo de emissão, que antes era l vinculado ao CPF só era possível por meio do Emissor de Nota Fiscal Avulsa, disponível no site da Sefaz de cada estado.
Agora, a nova versão permite que o Produtor Rural Pessoa Física com Inscrição Estadual (CPF-IE) emita NF-e com o próprio aplicativo.
Quando o produtor rural deve emitir nota fiscal eletrônica?
Os pequenos produtores rurais, com faturamento de até R$ 360 mil em 2023 ou 2024, ainda não são obrigados a emitir a NF-e.
O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) prorrogou os prazos, dando mais tempo para a adaptação às novas regras.
Antes, a obrigatoriedade estava prevista para 1º de julho de 2023, depois para 1º de maio de 2024. Agora, a nova data define que:
Produtores com faturamento acima de R$ 360 mil devem emitir NF-e para operações internas a partir de 3 de fevereiro de 2025;
Todos os produtores, independentemente do faturamento, serão obrigados a emitir NF-e para operações internas a partir de 5 de janeiro de 2026.
Por que a nota fiscal eletrônica de produtor rural é obrigatória?
A NF-e é um documento eletrônico que moderniza e simplifica a fiscalização realizada pela Secretaria da Fazenda (Sefaz) de cada estado.
O documento garante a segurança que todas as transações sejam registradas, mesmo sendo internas, interestaduais ou internacionais.
O processo oferece maior controle, transparência e conformidade com a legislação tributária.
Dicas para emissão da nota fiscal de produtor rural
A emissão da Nota Fiscal de Produtor Rural pode gerar dúvidas para quem está se adaptando ao sistema eletrônico. Para facilitar evitar erros, reunimos dicas práticas que vão ajudar você e garantir mais segurança. Confira!
1. Número de série
O CNPJ geralmente identifica uma única unidade da empresa no estado, com um único endereço e inscrição estadual. Porém, para produtores rurais, isso pode variar.
A chave de acesso da NF-e usa o CNPJ ou CPF, mas não inclui a Inscrição Estadual, o que pode gerar confusão entre estabelecimentos diferentes de um mesmo produtor. Por exemplo, a NF-e número 1 pode ser de um estabelecimento e a número 2 de outro.
Para resolver isso, a Nota Técnica 2018.001 determina que cada estabelecimento utilize uma série numérica específica, entre 920 e 969.
2. Inutilização de Numeração
As notas fiscais são geradas com uma numeração sequencial única, sem intervalos. Se houver falha, é preciso solicitar a inutilização das faixas de numeração da NF-e, diretamente pelo software de emissão. Isso significa que é necessário informar a numeração que não será utilizada.
Para pessoas físicas, ainda não é possível inutilizar a numeração. Por isso, durante a emissão da NF-e, tenha muito cuidado para não gerar intervalos, já que eles não poderão ser corrigidos.
3. Contingência
Problemas técnicos podem impedir a transmissão da NF-e para a Secretaria da Fazenda ou o recebimento da autorização de uso. Nesses casos, é possível operar em contingência.
Na operação em contingência, são gerados os arquivos NF-e e Danfe, com a indicação de que foram emitidos “em contingência”.
Após solucionar os problemas, você deve transmitir as notas geradas em contingência à administração tributária em até 168 horas.
4. Inclusão do Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural)
O Funrural é um imposto de contribuição previdenciária, recolhido sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, ou sobre a folha de pagamento.
Não existe campo específico na nota fiscal de produtor rural para informar o Funrural, mas deve ser destacado no campo de dados adicionais, com a informação da alíquota praticada.
Se o imposto for recolhido sobre a folha de pagamento, não é preciso destacá-lo na nota fiscal.
5. Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação)
O Fethab é uma contribuição vigente no Mato Grosso, criada pela Lei 7263/2000, com o objetivo de arrecadar recursos para obras de infraestrutura, transporte e habitação.
Esse imposto incide sobre a comercialização dentro do estado e a exportação de commodities. Embora seja facultativo, é obrigatório para manter o regime especial de apuração e recolhimento do ICMS em operações interestaduais e de exportação.
Na emissão da NF-e por produtores do Mato Grosso, é necessário informar a alíquota e o valor correspondente no campo de dados adicionais.
Para alguns produtos e operações, o recolhimento do Fethab deve ser feito pelo adquirente do produto. Nesse caso, a nota fiscal deve especificar que a contribuição será recolhida pelo adquirente.
6. Cancelamento da nota fiscal de produtor rural
O cancelamento da NF-e pode ser solicitado em até 24 horas após a autorização de uso, desde que a mercadoria não tenha circulado ou o serviço não tenha sido prestado.
Para isso, basta acessar o software de emissão de NF-e e solicitar o cancelamento. O resultado será disponibilizado por meio de um protocolo de segurança, contendo o número da NF-e, data e hora do recebimento pela administração tributária.
Após o prazo de 24 horas, será necessário apresentar uma justificativa à Administração Fazendária e aguardar autorização para realizar o cancelamento.
Vale lembrar que cada estado possui regras e penalidades específicas para o cancelamento de NF-e.
7. MDF-e para Produtor Rural
De acordo com o Confaz, OMDF-e (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais), modelo 58, deve ser O MDF-e (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais) é obrigatório para todas as operações de transporte de mercadorias realizadas por aqueles que emitem NF-e, incluindo o produtor rural.
Este documento é necessário para o transporte de bens e mercadorias, independentemente de serem realizadas dentro ou fora do estado, e vale tanto para veículos próprios quanto arrendados, ou transportadores contratados.
O uso do MDF-e facilita a fiscalização e o registro das informações do transporte, como os dados do produto, local de origem e destino, e informações do motorista e veículo.
Para emitir o MDF-e, é necessário cumprir os seguintes pré-requisitos:
Ser credenciado para emitir CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico) e/ou NF-e no Sefaz do seu estado;
Utilizar um sistema emissor de MDF-e (os estados de MT e SP não oferecem sistema gratuito, sendo responsabilidade do produtor contratar o software);
Possuir certificado digital válido (e-CNPJ ou e-CPF);
Ter acesso a um computador com internet.
Em casos de problemas técnicos, o produtor pode emitir o MDF-e em contingência e deverá indicar isso no Documento Auxiliar do MDF-e. Após resolver o problema, é necessário transmitir o MDF-e em até 7 dias, sob pena de multa se não enviado à Sefaz.
Todo MDF-e deve ser encerrado ao final do percurso ou se houver alteração nas informações do transporte.
Caso o encerramento não seja feito, não será possível emitir documentos para a mesma UF de origem e destino da carga ou para o mesmo veículo.
Produtores que emitem NFA-e (Nota Fiscal Avulsa Eletrônica, modelo 55) estão dispensados de emitir o MDF-e.
Emissão de NF-e rural nos estados
Embora a emissão de NF-e por CPF seja prevista legalmente em todo o Brasil, alguns estados ainda não exigem a nota fiscal de produtor rural.
Em outros, a obrigatoriedade é apenas para a NF-e, enquanto alguns estados mantêm a emissão de NF-e, nota fiscal de talão e nota fiscal avulsa.
Há também estados que se referem à nota emitida pelo produtor rural como NFP-e (Nota Fiscal de Produtor Rural Eletrônica). Confira os modelos de documento fiscal disponíveis para o produtor rural em cada estado:
1. Acre
De acordo com o Decreto 7668/2021, todos os estabelecimentos no Acre devem emitir NF-e, independentemente da atividade econômica.
Produtores rurais podem emitir Nota Fiscal Avulsa (NFA-e) em vendas de mercadorias, desde que não possuam nota fiscal própria, com uma taxa de R$14,28 para pessoas físicas não registradas como contribuintes do estado.
Em setembro de 2023, o Governo do Acre lançou o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), voltado para pequenos produtores de hortifrúti e agricultura familiar que fornecem para a merenda escolar. As operações realizadas por meio do NFF são isentas de ICMS.
2. Alagoas
Em Alagoas, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é obrigatória para todos os estabelecimentos agropecuários nas saídas de mercadorias.
A Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) pode ser emitida por produtores rurais pessoa física ou aqueles não registrados como contribuintes do estado.
A partir de fevereiro de 2025, a obrigatoriedade da emissão da NF-e será estendida a todos os produtores rurais em todo o território nacional
3. Amapá
No Amapá, a emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) é facultativa para produtores rurais, tanto para aqueles contribuintes do ICMS quanto para produtores pessoa física.
Para produtores pessoa física nas operações de comércio, o recolhimento do imposto é realizado por meio da emissão de Nota Fiscal Avulsa ou Documento de Arrecadação Estadual.
Além disso, na aquisição de mercadorias, esses produtores devem instruir seus fornecedores a preencher o campo de “Informações Complementares” com o seguinte texto: “Mercadoria ou Serviço destinado a contribuinte do ICMS – produtor rural ou extrator não optante de inscrição estadual: art. 412, do RICMS-AP”
4. Amazonas
Desde 1º de janeiro de 2021, o Amazonas exige que produtores agropecuários usem a NF-e (modelo 55) ou a NF-e Avulsa no lugar da antiga Nota Fiscal de Produtor (modelo 4) nas seguintes situações com gado em pé:
Saídas interestaduais;
Exportações;
Vendas para órgãos públicos (federais, estaduais ou municipais).
A emissão da Nota Fiscal modelo 4 só é permitida se não for tecnicamente possível emitir a NF-e no local da operação.
Nesse caso, ela pode ser usada apenas para o transporte dentro do estado até onde for possível emitir a nota eletrônica.
5. Bahia
Na Bahia, conforme o Decreto 18.406/2018, os produtores rurais podem emitir tanto a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) quanto a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e).
Todos os produtores inscritos como pessoa física no cadastro do ICMS têm a opção de emitir a NF-e de forma voluntária.
Para facilitar a emissão de notas fiscais, a Secretaria da Fazenda da Bahia disponibiliza o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), especialmente voltado para pequenos produtores rurais.
Além disso, a SEFAZ-BA oferece a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) para operações de circulação de mercadorias ou bens efetuadas por produtores rurais, microempreendedores individuais (MEI) e pessoas físicas ou jurídicas não inscritas no cadastro de contribuintes do ICMS.
6. Ceará
Desde fevereiro de 2025, produtores rurais com faturamento maior que R$ 360 mil em 2023 ou 2024 devem emitir a NF-e. Somente em 5 de janeiro de 2026, a emissão da NF-e será obrigatória.
No Ceará, produtores rurais não inscritos no Cadastro Geral da Fazenda (CGF) podem emitir a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e). Produtores rurais pj sem nota fiscal própria também têm essa opção.
A emissão da NFA-e pode ser realizada através do portal da Secretaria da Fazenda do Ceará, mas antes disso, é necessário pagar a Taxa de Fiscalização e Prestação de Serviço no valor de R$12,00.
7. Distrito Federal
No Distrito Federal, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é obrigatória desde 2011, com a possibilidade de produtores rurais pessoa física emitirem a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e), modelo 1 ou 1-A, nas operações de entrada de mercadorias na unidade da federação.
Em maio de 2023, o Governo do Distrito Federal lançou o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), destinado a pequenos produtores rurais, que permite a emissão por produtores pessoa física que comercializam produtos hortifrutícolas dentro do Distrito Federal.
O NFF pode ser acessado pelo portal gov.br, eliminando a necessidade de adquirir um certificado digital, e permite a emissão offline.
8. Espírito Santo
A partir de 2 de janeiro de 2025, todos os produtores rurais e pescadores artesanais do Espírito Santo deverão emitir nota fiscal eletrônica, conforme o Decreto nº 5.704-R/2024.
Essa obrigatoriedade segue a mesma linha adotada em outros estados, conforme definido pelo Confaz.
No Espírito Santo, os produtores pessoa física podem emitir Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) desde 2017. Também é permitido o uso da Nota Fiscal de Produtor, modelo 4, enquanto ainda vigente.
Para facilitar o processo, o estado disponibiliza o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), que permite a emissão de notas diretamente pelo celular.
9. Goiás
Desde o dia 3 de fevereiro de 2025, produtores com receita bruta superior a R$ 360.000,00 nos anos de 2023 ou 2024 precisam emitir NF-e em operações internas em Goiás.
Assim como em outros estados, partir de 5 de janeiro de 2026, todos os produtores rurais estarão obrigados a utilizar a NF-e.
Além disso, a emissão de notas fiscais para produtores rurais está disponível por meio da Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) e da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).
Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e):
Destinatários: Produtores rurais pessoa física e jurídica que não estão enquadrados no regime do Simples Nacional.
Emissão: A NFA-e pode ser emitida através do portal da Secretaria da Economia de Goiás, utilizando certificado digital.
Observação: A partir de 10 de maio de 2023, é obrigatório informar a placa do veículo transportador no momento da emissão da NFA-e.
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e):
Destinatários: Produtores rurais pessoa jurídica credenciados na Secretaria da Economia de Goiás.
Emissão: A NF-e deve ser emitida por meio de sistema emissor autorizado, utilizando certificado digital.
Observação: A partir de 1º de junho de 2024, produtores ou extratores que realizarem transferência interestadual de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo contribuinte devem emitir sua própria NF-e para acobertar a operação. Portal Goiás
Para facilitar a emissão de notas fiscais, o Governo de Goiás lançou o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), destinado a produtores rurais pessoa física que comercializam produtos hortifrutigranjeiros internamente.
O aplicativo permite a emissão de notas fiscais de forma prática e sem a necessidade de certificado digital.
10. Maranhão
No Maranhão, todos os contribuintes do ICMS são obrigados a emitir aNF-e, modelo 55, sob pena de perderem o credenciamento.
Os produtores rurais pessoa física com inscrição no ICMS podem emitir a NFA-e, que é destinada a operações de venda ou transferência de mercadorias.
11. Mato Grosso
A emissão da NF-e por produtores pessoa física é obrigatória desde julho de 2019, conforme o Decreto 1709/2018.
Desde março de 2022, a Sefaz/MT não permite mais a emissão da NF-e modelo 1 ou 1-A ou NFA-e pelos produtores rurais.
Para emitir a NF-e, o produtor rural pessoa física deve utilizar um programa emissor próprio e adquirir o certificado digital e-CPF.
O estado adota um tipo diferente de nota fiscal, a Nota Fiscal do Produtor, Série Especial (NFP/SE), que pode ser utilizada quando a NFP-e não puder ser emitida.
A emissão da NF-e para produtores rurais já é obrigatória desde 1º de março de 2022, conforme
13. Minas Gerais
Produtores sem inscrição estadual (no cadastro de contribuintes do ICMS) podem emitir a NFA-e (Nota Fiscal Avulsa eletrônica) em operações com mercadorias.
O mesmo é possível para emitir NF-e como pessoa física, desde que atendidos os requisitos da legislação estadual. Já para pessoas jurídicas, a emissãoé obrigatória desde 2010, conforme o Decreto 45.477/2010.
Com base no Ajuste SINIEF 27/2024, a obrigatoriedade da NF-e para produtores ruraisem Minhas Gerais segue os seguintes prazos:
A partir de 5 de janeiro de 2026, todos os produtores rurais, independentemente do faturamento, deverão emitir NF-e;
A partir de 3 de fevereiro de 2025: Produtores com receita bruta superior a R$ 360 mil em 2023 ou 2024 deverão emitir NF-e em operações internas (dentro do estado);
Até 30 de junho de 2025, ainda será permitido o uso do modelo 4 (nota fiscal em papel).
A partir de 1º de julho de 2025, o modelo 4 será vedado para esses produtores.
14. Pará
Desde 2019, os produtores rurais no Pará podem emitir a NF-e, também sendo é possível emitir a NFP-e, modelo 4, para os contribuintes de ICMS.
Já os produtores inscritos como pessoa física podem solicitar a emissão da Nota Fiscal Avulsa.
15. Paraíba
A emissão de NF-e para produtores rurais pessoa física foi liberada em agosto de 2019, ampliando as opções desses produtores, que também podem solicitar a emissão da NFA-e e o talão.
Em março de 2021, a Sefaz da Paraíba disponibilizou a emissão de Nota Fiscal de Agricultura Familiar Eletrônica, voltada para pequenos produtores.
Essa nota fiscal tem formato semelhante à NFA-e, mas o contribuinte não precisa de um sistema emissor próprio.
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): Obrigatória em operações interestaduais e de exportação, para todos os produtores, independentemente do faturamento;
Operações internas (dentro do estado): A obrigatoriedade da NF-e foi prorrogada para:
1º de julho de 2025: para produtores que tiveram receita bruta superior a R$ 360 mil em 2023 ou 2024;
5 de janeiro de 2026: para todos os demais produtores, inclusive os de menor porte.
Saber como preencher corretamente a NF-e no Paraná é essencial para manter a conformidade fiscal e evitar problemas com o fisco estadual.
17. Pernambuco
Em Pernambuco, a partir de 3 de fevereiro de 2025, produtores rurais com receita bruta superior a R$ 360 mil em 2023 ou 2024 devem emitir NF-e também nas operações internas.
A partir de 5 de janeiro de 2026, a emissão da NF-e se torna obrigatória para produtores de todos os portes, independentemente do faturamento.
Todos os produtores rurais podem solicitar a emissão da NF-e, incluindo aqueles cadastrados como contribuintes de ICMS com CPF.
A emissão é obrigatória para aqueles que realizam operações de venda de mercadorias e para transações interestaduais ou de exportação.
Para a emissão da NF-e, é precisao estar cadastrados no Sistema de Administração Tributária de Pernambuco (SAT-PE) e obter um certificado digital (e-CPF ou e-CNPJ), conforme a categoria tributária.
Além disso, os produtores pessoa física que não são contribuintes de ICMS podem solicitar a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) para formalizar suas transações.
18. Piauí
O Decreto 21558/2022 proibiu a emissão da Nota Fiscal de Produtor Rural modelo 4 e, desde 1º de julho de 2023, todos os produtores rurais são obrigados a emitir a NF-e.
A Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) também pode ser emitida pelos produtores rurais, mas para isso, é necessário pagar a taxa de Documento de Arrecadação para liberar a nota fiscal.
A emissão da NF-e, conforme as regras estabelecidas, deve ser feita por meio de um sistema autorizado pela Secretaria da Fazenda do Estado do Piauí (SEFAZ-PI) e com a utilização de certificado digital (e-CPF ou e-CNPJ).
19. Rio de Janeiro
O produtores rurais com com receita bruta superior a R$ 360 mil em 2023 ou 2024, são obrigados a emitir NF-e também nas vendas dentro do estado do Rio de Janeiro. A partir de 5 de janeiro de 2026, a obrigatoriedade vale para todos.
Desde 2020, com a publicação do Decreto 46928/2020, os produtores rurais no estado do Rio de Janeiro estão proibidos de emitir a NFA-e.
A NF-e é obrigatória para os produtores rurais pessoa jurídica. Já para os produtores rurais pessoa física, a emissão de NF-e é facultativa. Eles podem optar por continuar utilizando a Nota Fiscal de Produtor, modelo 4, em vez de adotar a NF-e.
Contudo, para quem optar pela NF-e, é necessário que o produtor esteja credenciado na Secretaria da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro (SEFAZ-RJ) e possua certificado digital (e-CPF ou e-CNPJ).
20. Rio Grande do Norte
No Rio Grande do Norte, os produtores rurais devem observar as seguintes orientações fiscais:
Produtores com CNPJ: Estão obrigados a emitir a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para documentar as operações de venda de produtos agrícolas.
Produtores sem CNPJ: Podem solicitar a emissão da Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) para registrar suas vendas.
A NFA-e é uma alternativa para produtores que não possuem inscrição estadual ou CNPJ, permitindo a formalização das transações comerciais.
Para ter a NFA-e, é preciso acessar o site da Secretaria da Tributação do Estado do Rio Grande do Norte (SET-RN) e seguir as instruções fornecidas.
É importante ressaltar que a emissão de notas fiscais é uma obrigação legal que contribui para a formalização das atividades rurais e o cumprimento das normas fiscais vigentes.
21. Rio Grande do Sul
Atualmente, os produtores rurais do Rio Grande do Sul podem emitir notas fiscais por meio das seguintes modalidades:
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): Obrigatória em operações interestaduais para todos os produtores. A partir de 3 de fevereiro de 2025, também passa a ser exigida em operações internas para quem teve receita bruta acima de R$ 360 mil em 2023 ou 2024;
Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e): Disponível para produtores sem inscrição estadual ou CNPJ, permitindo a emissão eventual de notas fiscais.
Nota Fiscal de Produtor (modelo 4 – talão): Ainda permitida em operações internas até 30 de junho de 2025 para quem não se enquadra nas obrigatoriedades anteriores. A partir de 1º de julho de 2025, seu uso será vedado.
Em Rondônia, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é exigida em operações interestaduais e para casos em que a receita bruta nos anos de 2023 ou 2024 seja superior a R$ 360 mil.
Os produtores podem optar pela emissão da Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) caso não tenham a inscrição estadual ou CNPJ, permitindo a formalização de transações comerciais.
O Estado também disponibiliza o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), especialmente voltado para produtores de frutas, legumes e verduras, permitindo a emissão de notas fiscais diretamente pelo celular, sem a necessidade de intermediários.
23. Roraima
Em Roraima, os produtores rurais têm a possibilidade de emitir a Nota Fiscal de Produtor (NFP), modelo 4, em determinadas situações.
A Instrução Normativa nº 9, de 26 de maio de 2021, revogou a obrigatoriedade da emissão da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para operações com gado bovino, suíno, caprino, ovino e bufalino destinados ao abate nos frigoríficos dentro do estado.
24. Santa Catarina
Em Santa Catarina, os produtores rurais podem emitir a Nota Fiscal de Produtor Eletrônica (NFP-e) e, no caso de produtores pessoa física, também é possível a emissão da Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e).
As notas fiscais podem ser geradas por meio do Sistema de Administração Tributária (SAT) da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina (SEF/SC).
Em situações onde há problemas técnicos no SAT, a NFP emitida em papel continua válida. Além disso, os produtores rurais pessoa física inscritos no Cadastro de Produtores Primários (CPP) têm a opção de emitir a nota fiscal por meio do aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF).
25. São Paulo
No estado de São Paulo, os produtores rurais as seguintes regras devem ser consideradas para a emissão de NFP-e.
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): É obrigatória para todos os produtores em caso de operações interestaduais desde 1º de julho de 2023. Para operações internas, está em vigor desde 3 de fevereiro de 2025, para quem teve receita bruta superior a R$ 360 mil em 2023 ou 2024.
Cadastro obrigatório no CNPJ: Desde 1º de julho de 2007, produtores rurais paulistas devem ter CNPJ vinculado à sua Inscrição Estadual de Produtor para emitir a NF-e como pessoa física.
26. Sergipe
Em Sergipe, a Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (NFA-e) deve ser emitida exclusivamente por produtores rurais não inscritos no Cadastro de Contribuintes do Estado de Sergipe (CACSE).
Já os produtores inscritos com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) devem emitir a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para operações com mercadorias interestaduais.
27. Tocantins
Em Tocantins, a emissão da Nota Fiscal de Produtor, modelo 4, está vedada. Os produtores cadastrados como contribuintes com Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) podem emitir a NFA-e, enquanto os produtores rurais inscritos com CNPJ devem emitir a NF-e.
É sempre preciso verificar a legislação vigente do seu estado para assegurar que o modelo de documento fiscal utilizado esteja em conformidade com as operações realizadas.
Como faço para emitir nota fiscal de produtor rural?
1° Passo: Cadastro
O primeiro passo para emitir a nota fiscal é se cadastrar na Secretaria da Fazenda do seu estado, que pode exigir informações específicas. A autorização para emissão costuma ser rápida, muitas vezes em poucas horas.
Em alguns estados, o cadastro é feito diretamente no sistema da secretaria, permitindo o controle e a emissão de notas. Já em outros, o controle e a emissãopodem ser feitos por meio de um software de emissão de NF-e.
O segundo passo é adquirir o certificado digital e-CPF para formalizar o processo.
2° Passo: Certificados digitais
É necessário um e-CPF (certificado digital para pessoa física) para garantir validade jurídica, que deve seguir as regras do ICP-Brasil, sendo os tipos A1 e A3 os mais utilizados.
O certificado A1 armazena as informações no computador do gestor, funcionando como um par de chaves (pública e privada). O A3, por sua vez, é emitido e armazenado em mídia criptográfica, como cartão ou token.
Vantagens e desvantagens dos certificados A1 e A3
Certificado A1: É um opção flexível, podendo ser usado em várias máquinas e permite monitorar as notas recebidas. Sua maior desvantagem é não permitir a emissão de segunda via, e a validade é de apenas um ano, exigindo renovação anual.
Certificado A3: É mais seguro, pois usa hardware separado e tem validade de 3 anos, porém é um aparelho física, o que limita o uso a um único computador e exige senhas a cada emissão. Não permite monitoramento de notas e apresenta risco de perda ou dano.
3º Passo: Adquirir programa para emissão da NF-e
Em alguns estados, o produtor pode emitir a nota pelo próprio sistema da Secretaria da Fazenda da região.
Com o programa, você digita as notas fiscais e as transmite para a Secretaria da Fazenda. Quando a nota é autorizada, o programa gera um arquivo XML com a assinatura digital, que deve ser guardado por 5 anos, conforme orientação do governo.
Esse arquivo também deve ser disponibilizado ao destinatário ou transportador, podendo enviar a nota eletronicamente ou impressa por meio do DANFE, que é uma representação das principais informações da nota, não sendo a nota fiscal em si.
Conclusão
A obrigatoriedade da emissão de nota fiscal eletrônica de produtor rural já está válida em todo o território brasileiro.
Se você ainda não emite a NF-e, é importante se organizar. Adquira um certificado digital e procure programas de emissão de notas fiscais seguros e eficazes.
Com essas principais dicas, emitir a NF-e pode ser uma tarefa mais fácil. Então não deixe para depois!
Veja como fazer a colheita do café e a reconhecer qual é a época correta, diferentes métodos, custo e muito mais!
A época de colheita do café é um dos fatores que mais interferem no sabor da bebida. Saber o momento correto de realizá-la é primordial.
Os tipos de colheita de café também precisam ser analisadas de acordo com a realidade da sua propriedade. Essa é outra forma de evitar perdas de qualidade dos grãos.
Neste artigo, separamos informações valiosas sobre a colheita de café, tipos e dicas que podem te ajudar. Boa leitura!
Época de colheita do café
A colheita de café deve ser feita com os frutos em maturação fisiológica, parecidos com cerejas. Esse estado ocorre entre março e abril até setembro, no período da seca. Nesse momento, a cor da casca do café fica entre o vermelho e o amarelo, e os grãos precisam ter entre 55% e 70% de umidade.
O tempo de colheita após a floração do café é de aproximadamente 7 meses. Há mais de uma floração por ano. Por isso, a colheita se estende por vários meses. No Brasil, o pico de colheita acontece entre junho e agosto.
Em países próximos à linha do Equador, pode ocorrer florada todos os meses, devido aos fatores climáticos serem favoráveis. Nesses locais, a colheita é feita durante o ano todo.
Diversos fatores interferem na qualidade dos grãos colhidos. Por exemplo, o manejo da lavoura, clima, momento de colheita, beneficiamento, secagem e armazenamento.
Colher o café no momento ideal é fundamental porque os grãos influenciam diretamente na qualidade da bebida.
Se a colheita ocorrer antes do tempo, a maioria dos frutos estão verdes e há alta concentração de fenóis, como taninos e ligninas. Essas substâncias interferem negativamente no sabor do café.
Quando são colhidos muitos secos, também sofrem alterações de sabor. Isso acontece devido a fermentação negativa, reduzindo sua qualidade.
Como a floração não ocorre somente uma vez, existem grãos em todos os estádios de maturação na mesma planta.
Assim, se a colheita do café não for manual, de grão a grão, o ideal é realizar quando estiver com maior uniformidade de maturação. Isso representa de 80% a 90% dos frutos já maduros, com menos de 20% dos frutos verdes.
Para a produção de cafés especiais, são utilizados grãos do tipo cereja. Isso tem gerado maior valor agregado para os produtores que buscam produzir este tipo de café.
Classificação dos grãos de café
A coloração é um importante sinal da maturidade fisiológica dos frutos. A cor cereja dos grãos indica esse ponto.
Os grãos começam com coloração verde. Com o avanço do processo de maturação, eles vão adquirindo a cor do cultivar, que pode ser vermelho ou amarelo.
Com o avanço do processo, os grãos vão adquirindo uma coloração escura. Eles perdem teor de água até estarem secos, no estádio conhecido como coco.
Os grãos podem ser classificados conforme seu ponto de maturidade:
Café verde, ou grãos verdes(teor de água de 60 a 70 %): é quando ocorre a granação dos frutos, ou seja, o endosperma fica duro, e os frutos estão com coloração verde;
Grãos verde cana (teor de água de 55 a 60 %): os grãos vão mudando a coloração, se tornando mais maduros, passando a assumir a coloração do cultivar;
Grãos cereja (teor de água de 45 a 55 %): quando os frutos já estão totalmente com a coloração do cultivar, este é o momento ideal de colheita;
Grãos passa (teor de água de 30 a 45 %): quando os grãos já passaram do momento correto de colheita. O tegumento dos grãos, ou casca, começa a adquirir uma coloração escura.
Grãos secos/coco (menor que 25%): os frutos de café neste ponto já estão secos, com umidade baixa.
Grãos bóia: são grãos que flutuam na água devido ao menor peso, que pode ocorrer devido a má formação do grãos, por estar imaturo ou com ataque de pragas como da broca do café.
Escala para determinação de estádios fenológicos do café arábica (Fonte: Ciiagro)
Como é feita a colheita de café
Existem três tipos de colheita de café: manual (com trabalhadores que fazem a poda e retiram os frutos), semimecanizada (com trabalhadores e uso de máquinas em alguns processos) e mecanizada (totalmente feita através de máquinas).
Veja mais sobre eles a seguir:
Colheita de café manual
A colheita manual ainda é bastante utilizada em áreas declivosas, em que a entrada de colhedoras é inviável. Pequenas propriedades também costumam adotar esse método.
Esse tipo de colheita consiste em retirar manualmente os grãos dos ramos. Ele exige muita mão de obra e é mais demorada.
Primeiro é feita a arruação, que consiste em limpar embaixo das plantas e nas entrelinhas. Essa operação é feita para facilitar a varrição depois da colheita e evitar mistura dos grãos com restos vegetais.
Para realizar a colheita manual de café são estendidas lonas ou panos na saia do cafezal, ou o colhedor carrega uma peneira. A colheita por este método pode ser feita de dois modos.
Os colhedores fazem a derriça total dos grãos nos panos ou peneiras, que são coletados e abanados. Isso os separa dos restos vegetais, como folhas e ramos. Em seguida, são levados para secagem.
Para este modo de colheita manual, é preciso que a lavoura esteja com a maior quantidade dos grãos cereja possível. Afinal, a colheita só ocorre uma vez por ano.
Em locais onde a colheita é feita o ano todo, ou para fabricação de cafés especiais, os colhedores retiram da planta de café somente os grãos cereja. Eles deixam os verdes para a próxima colheita.
Neste caso, os grãos apresentam maior qualidade, apesar do maior gasto com mão de obra.
Após a colheita, é feita a varrição. Nela, os grãos que caíram no chão devem ser coletados para não servirem de local viável parabroca-do-café. Essa praga pode prejudicar a próxima safra.
São utilizados rastelo e peneira para catar estes grãos e separá-los dos restos vegetais. Posteriormente, eles são comercializados por um preço menor em relação ao café colhido.
Colheita de café semimecanizada
Na colheita semimecanizada, parte das operações são feitas manualmente e a outra parte de forma mecanizada.
Devido a falta de mão de obra para colheita do café, este método tem sido adotado por muitos produtores. Ele reduz a quantidade de mão de obra, otimiza o tempo e gera maior rendimento na operação.
Todas estas etapas podem ser feitas de modo manual ou mecanizado, gerando várias combinações de máquinas e mão de obra são possíveis como:
Derriça: manual ou com uso de derriçadeiras elétricas.
Recolhimento: no pano ou com uso de máquina que recolhe a lona.
Na colheita semimecanizada, um ou mais processos destes citados são feitos com uso de máquinas, o que agiliza o trabalho.
Para o café conilon ou robusta, o uso de máquina que recolhe e trilha os grãos já é uma opção de uso dos produtores.
Colheita de café mecanizada
A colheita mecanizada do café vem sendo empregada em diversas regiões, principalmente nas que apresentam topografia adequada para este método. Ela pode ser realizada em grandes, médias e pequenas propriedades.
Todas as etapas de colheita citadas acima são realizadas por uma máquina, seja automotriz ou de arrasto.
Com o uso de mecanização, há aumento do rendimento operacional e redução do custo de mão de obra.
Se você vai instalar sua lavoura de café e pretende colher mecanicamente, é recomendável ajustar o espaçamento do cafezal entre linhas de 3-4 metros. Isso vai facilitar a locomoção da máquina.
Outro ponto importante neste método é a regulagem da colheitadeira, para evitar perdas de grãos ou danos nas plantas.
Com a colheita realizada, outro ponto que afeta a qualidade da bebida é a pós-colheita do café, feita em várias etapas. Após a retirada dos grãos do campo, o teor de água é elevado nos grãos. O próximo passo é a secagem.
Ela pode ser feita em terreirões ou em terreiros suspensos, utilizados principalmente para fabricação de cafés especiais.
O café precisa estar entre 10,5% a 11,5% de umidade para ser beneficiado. O cuidado com a temperatura é importante, por isso é preciso de tempo em tempo revolver o café durante a secagem.
Após a secagem, o próximo passo é o beneficiamento. A máquina que realiza esse processo pode ser móvel ou fixa.
Exemplo de máquina de beneficiamento de café móvel (Fonte: Campo e Negócio)
No beneficiamento, ocorre a separação de impurezas como pedras, restos vegetais, entre outros, e a separação dos grãos da casca seca.
Depois de beneficiados, os grãos são colocados em sacarias ou big-bags. Eles devem ser armazenados em local arejado, piso impermeável, limpo e sem iluminação solar direta.
Os sacos ou big-bags devem ser colocados sobre paletes para evitar contato direto com o chão ou paredes.
Quanto vale uma colheita de café
Em maio, o preço do café arábica tem apresentado forte oscilação, pressionados por movimentos técnicos, incertezas relacionadas às demandas globais e pelo início da colheita 2022/23, principalmente. No dia 17, o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, no posto da capital paulista, chegou a atingir R$ 1.308,24/sc, o maior patamar nominal desde 9 de março.
Quanto aos custos de produção do café, a mão de obra na colheita é um dos principais – e também um dos entraves da produção. Muitos produtores realizam a colheita fora do momento ideal devido à falta de trabalhadores.
Mesmo em áreas declivosas, onde a colheita não pode ser totalmente mecanizada, fazer parte da operação com uma máquina já gera economia.
No custo de produção, tanto do café arábica quanto do café conilon, a mão de obra utilizada na colheita fica em média 20% do valor total da produção.
Pela informação fornecida pela Embrapa, a colheita manual necessita de aproximadamente 20 trabalhadores. Eles demoram mais tempo para colher em comparação com a semimecanizada.
Na colheita semimecanizada, somente 4 ou 5 trabalhadores são necessários. Na colheita mecanizada do café, esse número cai para 1 ou 2.
Isto geraria uma grande redução no custo de produção do café por mão de obra, além de colher os grãos próximos do momento ideal. Isso melhora a qualidade do produto final, resultando em maior lucro.
Mesmo havendo gasto com aluguel ou aquisição de maquinário, o investimento é pago ao longo das safras. Muitos produtores estão investindo em maquinários para colheita e prestando serviços para outros produtores, gerando mais renda.
Conclusão
A colheita de café é um fator que interfere na qualidade da bebida.
Saber o momento ideal de colher é fundamental para obtenção de grãos desejados e evitar perdas de produção.
Além disso, a colheita pode ser realizada de três métodos: manual, semimecanizada e mecanizada. Escolha o método ideal de acordo com as necessidades e a realidade da sua fazenda. Boa colheita!
Está se preparando para a colheita de café? As dicas desse artigo te ajudaram? Deixe seu comentário abaixo!
Plantação de milho: conheça os sistemas de cultivo, densidade, manejo da lavoura e outros pontos importantes para maior rentabilidade
A safra de milho 2021/22 deve alcançar 116,2 milhões de toneladas, um recorde de produção estimado pela Conab, o que mantém o Brasil como um dos principais produtores do grão no mundo.
Enquanto isso, os gastos totais para a próxima safra de milho nas lavouras com alta tecnologia podem chegar a R$ 5.434 por hectare, segundo dados do Imea (Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária).
Alcançar uma boa produtividade é essencial para ‘diluir’ esses custos. Assim, você corre menores riscos de prejuízo, especialmente na safrinha.
A seguir, saiba como obter melhor produção na safra verão e safrinha. Confira!
O que considerar antes de começar a plantação de milho
Antes de começar o plantio, você precisa fazer um planejamento agrícola bem feito. Isso envolve tomar decisões importantes, como época e tipo de plantio.
Qual a melhor época para plantar milho?
O primeiro passo é definir se irá plantar safra e/ou safrinha.
A época do plantio do milho safra (ou safra de verão) depende do seu Estado:
Centro-Oeste: até outubro ou novembro;
Sudeste: até outubro ou novembro;
Sul: final de agosto;
Nordeste: janeiro.
A segunda safra é chamada de safrinha por não ser plantada em um período ideal para a cultura. A melhor época de plantio, para qualquer Estado, é sempre logo após a colheita do milho safra. Isso garante maior produtividade na safrinha.
Nesse período, pode ocorrer déficit hídrico. O ciclo do milho safrinha também pode ser prolongado por haver menor insolação em algumas regiões no país.
Normalmente, não existe diferença entre o ciclo do milhosafra e safrinha. O que pode ocorrer é um prolongamento do ciclo devido às condições climáticas.
Em seu planejamento, você precisa considerar se haverá necessidade de irrigação na lavoura de milho para sua região. Também vale verificar o custo que terá com essa atividade.
Faça isso através de uma boa análise das previsões climáticas durante o período do milho na lavoura. Isso evitará, por exemplo, que você planeje irrigações demais em períodos de muita chuva.
Métodos de plantio de milho: plantio convencional ou plantio direto?
O sistema de Plantio Direto visa um menor revolvimento do solo e mantém o máximo de resíduos das culturas anteriores. Isso deixa o solo rico em matéria orgânica.
Com isso, o solo fica coberto, há menor erosão e maior fertilidade. Mas como definir qual sistema de plantio é mais vantajoso para sua lavoura?
Se optar pelo Plantio Direto, lembre-se que a área sempre necessita estar coberta. Você precisará de culturas de cobertura. Caso opte pelo plantio convencional, precisará planejar todas as atividades de preparo do solo e ainda pensar em sua conservação.
Por isso, a escolha de qual sistema utilizar na produção de milho depende muito de quem produz e da tecnologia empregada na lavoura.
Sistema de plantio direto pode ser feito na cultura do milho
(Fonte: Cerrado Rural)
Agora que falamos sobre as épocas deplantio de milho e sistemas de cultivo, veja como ter maior produção e lucro na plantação de milho.
9 passos parater uma plantação de milhode sucesso
Para garantir um milharal de sucesso, você precisa se atentar a vários detalhes:
1. Densidade populacional
No Brasil, a densidade de plantas varia de 30 mil a 90 mil plantas por hectare. Ao elevar essa densidade, você vai observar aumento da produtividade (Kg/ha) até certo ponto.
A partir deste ponto ótimo, as plantas de milho começam a competir entre si por espaço, luz, água e nutrientes. Isso resulta na diminuição da produtividade.
Vários fatores interferem nessa densidade populacional ótima, especialmente:
Características dos híbridos;
Condições ambientais;
Condições de manejo.
2. Espaçamento ideal
O espaçamento convencional varia de 80 cm a 90 cm. O espaçamento reduzido, de 45 cm a 50 cm. Esse é o mais utilizado atualmente.
3. Profundidade
A profundidade de plantio das sementes de milho varia em relação ao solo.
Em solos arenosos, é recomendável profundidade de 5 cm a 8 cm. Em solos argilosos o plantio é feito em profundidade de 3 cm a 5 cm.
4. Temperatura
As temperaturas ideais do solo para a germinação adequada do milho devem estar entre 25 °C e 30 °C. Temperaturas menores que 10 °C ou maiores que 40 °C são prejudiciais à germinação.
5. Velocidade da semeadura
A semeadura do milho também tem especificidades. A velocidade ideal de semeadura é de 10 km h-1em semeadoras a vácuo. Em semeadoras de discos, a velocidade ídeal é 4 a 6 km h-1.
6. Condições climáticas
Dependendo da época de plantio, a cultura do milho estará exposta condições climáticas diferentes.
Por exemplo, o milho safrinha pode sofrer com déficit hídrico e com a menor luminosidade. Isso estende seu ciclo de cultivo, mesmo para milho verde.
Por isso, dependendo da época de plantio e das cultivares de milho, há um manejo diferente. Fique de olho nas condições meteorológicas da sua região.
identificar qual nutriente está deficiente no solo, etc.
A adubação também depende da produtividade esperada. Ou seja, depende da exportação de cada nutriente retirado do solo para produzir o grão e do histórico das culturas anteriores.
Lembre-se que o nitrogênio é muito importante para a cultura do milho. Sua deficiência pode comprometer a produtividade.
Usar variedades resistentes pode evitar diversos problemas na lavoura. Uma estratégia válida é a utilização de híbridos de milho com a tecnologia VTPRO4. Essa variedade protege o milho contra:
Além disso, variedades resistentes oferecem maior flexibilidade no controle de plantas daninhas. Lembre-se que as plantas daninhas interferem muito na produtividade do milho.
Elas podem reduzir o rendimento da cultura em até 70%, dependendo da espécie, estádio fenológico, condições meteorológicas, tipos de solo e outras.
Após atingir a maturidade fisiológica o milho pode ser colhido. Para reconhecer o ponto de maturidade fisiológica, você deve se atentar a dois aspectos visuais do grão de milho.
O avanço da linha de leite até a ponta do grão;
A formação de uma camada negra na inserção do grão no sabugo.
A colheita deve ser realizada quando os grãos atingirem umidade inferior a 16%. Se estiver com dúvidas quanto a umidade dos grãos, retire amostras e leve até um laboratório.
Além disso, vale lembrar que a colheita do milho da safra verão deve ser realizada o mais rápido possível.
Gestão da lavourade milho
Ser eficiente na agricultura é muito importante para o sucesso do agronegócio. Isso te dá lucros e rendimentos com a atividade.
Quando você pensa em eficiência, pode pensar em produzir certa quantidade de grãos, por exemplo. Mas você sabe ao certo qual é essa quantidade para ser eficiente?
Para chegar a essa quantidade, primeiramente você tem de realizar a gestão da sua lavoura.
Com a gestão da sua propriedade rural, você determina quais foram os gastos com a lavoura. Também descobre o valor de venda do grão e quanto lucro pretende obter.
Dessa forma, você consegue mensurar a quantidade que precisa produzir para pagar todos os gastos e registrar lucro.
Para esse gerenciamento, você pode utilizar planilhas ou softwares agrícolas. Eles te ajudam a analisar as informações da fazenda, melhorando a tomada de decisão!
Com Aegro você consegue fazer a gestão da sua fazenda e visualizar a rentabilidade da lavoura
4. Controle da cigarrinha-do-milho: liste produtos para controle biológico e químico, com suas respectivas recomendações gerais.
5. Manejo Integrado de Pragas: veja o nível de controle para cada praga de soja e milho em relação à sua área, sabendo quando pulverizar.
6. Planejamento da Safra de Milho: monitore e planeje sua lavoura de milho a partir do ciclo da cultivar e da época do plantio. Você também pode obter a previsão das atividades da lavoura, como data de adubação, plantio, aplicação de fungicida e herbicida.
Qual a época e sistema de cultivo em sua plantação de milho? Você realiza gestão agrícola? Adoraria ver seu comentário abaixo!
Atualizado em 18 de abril de 2022 por Denise Prevedel.
Denise é engenheira-agrônoma e mestra em agronomia pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Doutoranda em agronomia pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Imposto de renda para produtor rural: saiba as principais leis, normas, prazos e multas para ficar atento e não sair prejudicado!
Todo ano o governo cobra o imposto de renda daqueles que ganham acima de uma certa quantia anual. Isto não é diferente para o produtor rural, que deve declarar o imposto se auferir rendimentos no ano passado.
Sempre surgem dúvidas sobre qual categoria o produtor ou a propriedade se encaixam, como declarar o imposto e muitas outras. Este ano, a declaração do imposto deve ser feita entre os dias 15 de março e 31 de maio.
Neste artigo, veja as principais informações para ficar de acordo com a lei e não sair no prejuízo. Boa leitura!
Produtor rural precisa declarar imposto de renda?
Sim, produtor rural precisa declarar o IR. Toda atividade de plantio, colheita, criação de gado, extração e exploração vegetal e animal é considerada atividade rural. A transformação de produtos dessa atividade também é considerada atividade rural.
Isso, é claro, desde que as características do produto in natura não sejam alteradas. Para facilitar, veja quais são as atividades consideradas em atividade rural:
o beneficiamento de grãos e produtos agrícolas, como: descasque de arroz, debulha de milho e conservas de frutas;
transformação de produtos agrícolas, como: moagem de trigo, milho e cana para produção de açúcar mascavo, melado e rapadura, grãos em farinha ou farelo;
transformação de produtos zootécnicos, como: produção de mel, laticínio, produção de sucos de frutas, produção de adubos orgânicos;
transformação de produtos florestais, como: produção de carvão vegetal, lenha com árvores da propriedade e venda de pinheiros e madeira de árvores plantadas na propriedade;
produção de embriões de rebanho em geral, alevinos e girinos.
Além disso, existem duas categorias de enquadramento na declaração de imposto de renda: o IRPF (declaração para pessoas físicas) e o IRPJ (declaração para pessoas com CNPJ rural).
Essa é uma declaração anual e não inclui todas as pessoas. Por isso, é normal ter dúvidas na hora do preenchimento da declaração do imposto de renda. Veja quais são as regras para quem é pessoa física a seguir.
Como funciona o IRPF produtor rural?
A declaração do imposto de renda é obrigatória para quem se enquadra nos requisitos definidos pela Receita Federal. No caso de pessoas físicas, os requisitos são todos os brasileiros que se enquadrem em qualquer um dos perfis citados abaixo:
Pessoa física portadora de CPF residente no Brasil, com rendimento tributável superior a R$ 28.559,70 no ano base;
Contribuinte com ganho de capital, direitos e bens alienados sujeito a incidência de imposto, que realizou operações de mercadorias, bolsa de valores ou de mercados futuros;
Contribuintes com rendimentos isentos, tributáveis ou não tributáveis na fonte, cujo total seja superior a R$ 40 mil;
Contribuinte com receita bruta superior a R$ 142.798,50, vinda de atividade rural;
Propriedade ou posse de bens e direitos, incluindo terreno ou valor superior a R$ 300 mil reais;
Passou à condição de residente no Brasil, em qualquer mês do último ano.
Podem declarar como pessoa física aqueles que atuam com agricultura, pecuária, extração e exploração vegetal e animal. Se você optar por declarar como pessoa física, deverá ser apurado pelo Livro Caixa Digital de Produtor Rural e pelas receitas.
Como compensar prejuízos no IR?
Mesmo que você não se encaixe nos perfis anteriores, deve declarar caso queira compensar prejuízos de anos anteriores. Por exemplo, se você teve um faturamento de R$120 mil em 2022, não é obrigado a entregar o IR.
Entretanto, se em 2022 houve algum prejuízo por conta de uma seca, estiagem, pandemia ou por qualquer outro fator, você deve fazer a declaração se que abater esse valor no IRPF devido.
Outra forma de calcular o imposto de renda na modalidade pessoa física é a forma simplificada, que você verá no tópico a seguir.
Forma simples de declaração para pessoa física
Neste caso, não há a necessidade da escrituração do livro caixa. Será necessário apenas aplicar o percentual de 20% sobre a receita bruta da atividade rural. Com esse resultado, você chegará à base de cálculo do imposto.
Mas fique de olho: se você não possui renda de R$142.798,50 pode ser que ainda sim precise declarar. Isso acontecerá se você se encaixar nas outras características, como propriedade avaliada em mais de R$300 mil.
Também é preciso cadastrar a ficha de atividade rural, independente do valor apurado como produtor.
Despesas do IR para quem produz
Todas as despesas da atividade rural devem ser declaradas ao preencher o imposto de renda. Você deve inserir as receitas anuais da atividade agrícola, salários dos funcionários, aluguéis pagos a terceiros, aposentadoria e afins.
O resultado da atividade rural, quando positivo, irá integrar a base de cálculo do valor a ser pago no imposto. Quando negativo, constitui prejuízo compensável, desde que escrituradas em Livro Caixa.
Passo a passo para declarar renda de produtor rural
Atualmente, a declaração do imposto de renda pode ser realizada de duas formas. Os contribuintes podem realizar o preenchimento via aplicativo de celular (Android ou IOS) ou por meio de um computador.
Para baixar e instalar o programa de computador, basta entrar neste site da Receita Federal, e selecionar “IRPF”. O arquivo deve ser baixado e instalado em seu computador, e é gratuito.
Para declarar o imposto de renda pelo celular, os contribuintes devem baixar na Google Play (para dispositivos Android) ou na AppleStore (para dispositivos IOS) o aplicativo “Meu imposto de renda”. Certifique-se de baixar o aplicativo da Receita Federal do Brasil.
(Fonte: Meu Imposto de Renda)
Após preencher os dados solicitados, inicie a declaração para pessoa física do IRPF 2023. Para o preenchimento correto dos dados, alguns documentos serão essenciais. São eles:
Salários e vencimentos;
Benefícios, aposentadorias e pensões;
Documentos de bens e direitos, dívidas e ônus;
Recibos de pagamentos e doações efetuadas;
CPF, RG, dados da conta bancária e outros dados pessoais.
Como funciona a declaração de IRPJ
Todas as regras que você viu até agora valem para pessoas físicas. No caso de pessoas jurídicas, as regras são bem diferentes: impostos recolhidos podem ser declarados a cada três meses ou ano.
As pessoas jurídicas obrigadas a declarar o IRPJ, se não o fizerem, podem sofrer consequências. Alguns exemplos são:
ficam impossibilitadas de tirar passaporte;
não podem abrir contas em bancos;
não conseguem tirar outros documentos oficiais;
podem sofrer multas.
Declaração de MEI — Simples Nacional
Os empresários MEI (microempreendedores individuais) não precisam declarar IRPJ. Essa categoria é isenta pela Receita Federal. Nessa modalidade, é preciso analisar o regime da sua empresa rural. Verifique se ela é uma microempresa ou empresa de pequeno porte.
Receita bruta igual ou inferior a R$360 mil — microempresa.
Receita superior a R$360 mil e inferior a R$4,8 milhões — empresa de pequeno porte.
Nesses casos, a tributação é feita pelo Simples Nacional, conforme critérios da Lei Complementar 123/2006.
Essas empresas podem optar pela contabilidade rural simplificada para fazer os registros das operações realizadas. Caso haja atividade rural, devem ter o Livro Caixa e o Livro de Registro de Inventário.
IRPJ com base em Lucro Real, Presumido ou Arbitrado
As empresas rurais podem apurar trimestralmente o IRPJ com base no lucro real, presumido ou lucro arbitrado. No caso do Lucro Real, o cálculo do IRPJ é o resultado líquido apurado na escrituração contábil completa.
No livro de apuração, devem ser demonstrados separadamente o lucro ou prejuízo contábil e o lucro ou prejuízo fiscal dessas atividades. Os Lucros Presumido e Arbitrado se tratam de uma forma simplificada e voltada às pessoas jurídicas.
Eles se aplicam quando a pessoa jurídica cuja receita bruta for:
igual ou inferior a R$78 milhões;
até R$6,5 milhões ao mês de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses.
Pessoas Jurídicas Inativas e Ativas
As categorias de Pessoas Jurídicas Inativas e Ativas também precisam declarar o imposto de renda. Pessoas Jurídicas Inativas são os casos de empresas que não tiveram operação efetiva financeira ou patrimonial.
Pessoas Jurídicas Ativas são aquelas que efetuaram transações com outras empresas.
Propriedade agrícola como pessoa jurídica
A mudança da propriedade agrícola de Pessoa Física para Pessoa Jurídica tem a vantagem de menor tributação. Em algumas situações, você poderá ser enquadrado no Simples Nacional.
Esse é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização dos tributos. Para tornar a propriedade uma pessoa jurídica, você irá fazer o CNPJ Rural. Ele é o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, realizado por pessoa física na Junta Comercial do Estado.
Isso acontece de acordo com a classificação em empresa rural. Somente no estado de São Paulo quem produz é obrigado a retirar o CNPJ Rural. Nos outros Estados, esse registro é optativo.
O CNPJ Rural é emitido pela Receita Federal e pode ser obtido online. Para obtenção do CNPJ Rural, são necessários os seguintes documentos:
Ficha cadastral de pessoa jurídica;
Documento básico de entrada no CNPJ;
Estatuto Social da empresa registrado na Junta Comercial;
Cópia autenticada da Carteira de Identidade e do Cadastro de Pessoa Física do dono do negócio;
Caso seja arrendatário, é necessário ter o contrato com todos os dados do arrendamento rural.
Quanto e o que pode ser deduzido no imposto de renda para produtores rurais 2023
As deduções podem reduzir o valor a ser pago no recolhimento do imposto ou aumentar o valor da restituição. Podemos citar como exemplos:
Dependentes: o valor máximo é de R$2.275,08 por dependente (filhos, cônjuges, enteados e pais);
Educação: gastos com ensino infantil, fundamental, médio, técnico e superior R$3.561,50 por dependente;
Despesas médicas: não há limite, podendo ser incluídos exames, consultas, procedimentos cirúrgicos, serviços médicos.
No programa da declaração, o cidadão pode verificar se terá direito à restituição do IRPF 2023. Se sim, o valor será creditado na conta que foi informada durante o envio do documento.
Tabela para produtores rurais
Por envolver muitos números, os valores do imposto de renda para quem produz pode gerar muita dúvida. Confira as alíquotas na tabela de imposto de renda do ano de 2023, divulgadas pela Receita Federal.
Renda anual até R$22.847,76: essas pessoas são isentas de alíquotas;
Renda anual até R$33.919,80: alíquota de 7,5%, com dedução de R$1.713,58;
Renda anual até R$45.012,60: alíquota de 15%, com dedução de R$4.257,57;
Renda anual até R$55.976,16: alíquota de 22,5%, com dedução de R$7.633,51;
Renda anual acima de R$55.976,16: alíquota de 27,5%, com dedução de R$10.432,32
Vantagens de antecipara declaração
O prazo de entrega do imposto de renda é um importante fator a ser considerado. Uma vez que você deixar o imposto de renda atrasado, a multa é de 1% ao mês sobre o valor do imposto de renda devido, calculado na declaração.
O valor mínimo é de R$165,74, podendo chegar a até 20% do valor do imposto de renda. Além de maior tempo para possíveis retificações no documento, a restituição do imposto segue a ordem de entrega.
Assim, se você entregou seu imposto de renda primeiro, será restituído antes dos demais. Você pode utilizar o dinheiro da restituição para pagamento de contas, quitação de dívidas, dentre outras finalidades. A data limite para o envio da declaração à Receita Federal será no dia 31 de maio.
Como a gestão agrícola pode te ajudar no IR
Os constantes avanços da tecnologia permitiram aos órgãos fiscalizadores cruzar as diversas informações geradas por nós. Assim, a cada ano o Estado está mais exigente na correta declaração de rendimentos.
Além disso, a Receita Federal tem por direito o prazo de 5 anos para fiscalização das declarações dos contribuintes. O prazo é o mesmo para busca por eventuais irregularidades no caso de pessoa física.
Com a quantidade de atividades envolvidas no processo de produção agrícola, não é nada fácil juntar todos os dados e informações. Por isso, a gestão agrícola bem realizada facilita a declaração do imposto de renda dos produtores.
Com uma boa gestão, você terá tudo o que foi gasto e recebido nas últimas safras. Essas informações darão o custo de produção, investimentos e demais valores que integram a atividade agrícola e sua gestão.
O software de gestão agrícola Aegro mantém seus dados seguros e fáceis de serem visualizados.
Visualização de dados da fazenda no aplicativo Aegro
Assim, fica fácil encontrar os comprovantes fiscais de todas as movimentações financeiras para declarar o imposto de renda. Além disso, um planejamento tributário bem realizado pode ajudar na redução dos impostos sobre a renda.
Também é importante estruturar a empresa conforme regras e normas da legislação. Para isso, consulte um profissional competente da contabilidade rural. Essa pessoa irá assessorar a constituição da empresa e te ajudará a justificar suas operações no IR.
Conclusão
Você deve sempre lembrar das normas, leis e prazos do imposto de renda para não sair no prejuízo. Aqui, você viu todos os detalhes de cada situação para te ajudar a reunir documentos e informações.
Faça uma boa gestão para facilitar a visualização desses dados, além dos inúmeros benefícios do controle da propriedade.
Em casos específicos, busque auxílio de pessoas especializadas. Contadores e advogados podem ser fundamentais para a correta formulação e estruturação da empresa rural. Além disso, é claro, conte sempre com o apoio da tecnologia nesse momento.
“DME declaração: veja quem precisa fazer e saiba como funciona“
Você já conhecia todas as regras e normas para preencher a declaração de imposto de renda para produtor rural? Não deixe de conferir nossa página de materiais gratuitos para acessar planilhas que facilitam a apuração do IR.
Os insumos agrícolas são parte fundamental dos sistemas produtivos de qualquer cultivo, seja ele anual ou perene. Eles servem para garantir a produtividade da cultura produzida por você.
Alguns exemplos de insumos agrícolas são sementes, adubos orgânicos e inorgânicos, inoculantes e agroquímicos. A compra deles é um passo essencial para o sucesso da sua safra e da sua empresa agrícola.
Neste artigo, saiba o que são insumos agrícolas e por que a compra e correta gestão deles é tão importante.
O que são insumos agrícolas?
Os insumos agrícolas são todos os recursos e materiais que você utiliza na sua produção agrícola, desde o preparo do solo até a colheita e o beneficiamento.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), insumos agrícolas são todos os elementos usados no processo produtivo para nutrir, proteger e desenvolver as plantas.
A matéria-prima é o material usado para fabricar um produto, como o milho na produção de ração ou o algodão na indústria têxtil.
Já o insumo é tudo que entra no processo produtivo, podendo ser um bem ou um serviço. Com isso, os insumos agrícolas podem ser classificados em três tipos:
Naturais (relacionados à matéria-prima);
De trabalho (mão de obra);
De capital (investimentos em bens e serviços).
Esses insumos geralmente se dividem em três grandes grupos, conforme sua origem e função: Biológicos, químicos/minerais e mecânicos.
Entender essas categorias facilita o planejamento, a escolha de tecnologias e o controle de custos, além de alinhar as decisões produtivas às demandas do mercado.
Tipos de insumos agrícolas
Os insumos agrícolas podem ser mecânicos, biológicos e químicos, que são usados em momento diferentes no ciclo produtivo. Veja a seguir:
1. Insumos mecânicos
Os insumos mecânicos envolvem todo o maquinário, implementos agrícolas, ferramentas e equipamentos utilizados na produção. Alguns exemplos desse tipo de insumo são:
Implementos: Arados, grades, subsoladores e roçadeiras;
Sistemas de irrigação: Pivôs centrais, gotejamento e aspersão.
2. Insumos biológicos
Os insumos biológicos são produtos derivados de fontes naturais, como microrganismos, plantas, animais ou seus subprodutos, como:
Sementes e mudas:
Adubos orgânicos;
Agentes de controle biológico.
Os inoculantes de sementes e os biofertilizantes são mais exemplos desse tipo de insumo que tem ganhado mais destaque nos últimos anos.
3. Insumos químicos/minerais
Os insumos químicos/minerais são os produtos industrializados ou provenientes de material mineral. Historicamente, são a base de muitos sistemas de produção modernos.
O calcário e os fertilizantes inorgânicos, como o cloreto de potássio e o superfosfato triplo também são exemplos de insumos químicos/minerais.
Como planejar a compra de insumos agrícolas?
Para não comprometer a lucratividade da fazenda, é preciso planejar bem a compra de insumos agrícolas.
Isso porque os preços variam bastante a cada ano, influenciados por fatores como reajustes de mercado e flutuações do dólar.
A melhor forma de se proteger é antecipar a compra. Com planejamento, você define as quantidades necessárias, estabelece um teto de preços e aproveita melhores condições de negociação.
Além disso, pesquisar diferentes fornecedores e fazer cotações com antecedência também ajuda a economizar.
Outra boa prática é participar de grupos de compras ou cooperativas, que conseguem descontos por volume e centralizam negociações.
Muitos produtores vêm adotando o barter, uma estratégia que permite trocar parte da produção futura (como soja ou milho) pelos insumos da próxima safra.
Essa é uma forma de garantir os produtos mesmo sem ter capital disponível no momento da compra.
Ficar de olho no mercado financeiro e nas tendências de preços é fundamental para aproveitar o melhor momento de fechar negócio.
Importância dos insumos agrícolas para o agronegócio
Sem determinados insumos é impossível produzir. Por isso, conhecer o que será necessário para o bom desenvolvimento da sua lavoura é fundamental para disponibilizar os insumos no momento certo.
De modo geral, os insumos agrícolas garantem o bom desenvolvimento das plantas. Também auxiliam no controle de pragas, doenças e plantas daninhas, reduzindo perdas na lavoura.
Eles são empregados tanto no sistema de produção agrícola convencional quanto no orgânico, de acordo com as características de cada um.
A utilização dos insumos corretos e de forma racional está diretamente relacionada ao crescimento da produção agrícola.
Projeções de custo para a safra 2025: O que esperar?
Os custos de insumos agrícolas devem seguir altos na safra 2025/26, exigindo ainda mais atenção e planejamento.
Mesmo com a previsão de crescimento do PIB do agronegócio, a rentabilidade pode ser afetada por fatores como câmbio, juros altos e preços internacionais.
Os fertilizantes continuam com preços altos, principalmente dos fosfatados. Apesar de quedas pontuais nos custos em março de 2025 para soja (-0,18%) e milho (-0,55%) no Mato Grosso, os valores ainda pesam no orçamento.
Os defensivos agrícolas também estão com aumento nos custos, mesmo com uma desaceleração do mercado. Em março, os gastos subiram para soja (+2,12%), milho (+0,86%) e algodão (+1,22%) no Mato Grosso.
Já as sementes têm variações. Para o milho de alta tecnologia, por exemplo, houve queda de quase 5% nos preços, ajudando a reduzir o custo total da cultura.
Diante de tudo isso, é preciso acompanhar o mercado e usar estratégias de compras antecipadas, barter e negociações coletivas para manter a competitividade da lavoura.
A média do mercado nem sempre reflete a realidade da sua fazenda, mas cada cultura e região tem suas particularidades.
O que influencia os preços dos insumos em 2025?
Diversos fatores influenciam os custos dos insumos agrícolas. Para a safra 2025, a taxa de câmbio (Real vs. Dólar) é um dos mais relevantes, já que um boa parcela dos insumos agrícolas é importada ou tem seu preço dolarizado.
O acesso ao crédito rural também vai ter desafios desafios, mas com os juros altos previstos para 2025, o que encarece o financiamento da safra e a compra de insumos.
A situação se agrava com o aumento da inadimplência e dos pedidos de recuperação judicial no setor.
Além disso, o orçamento destinado a programas de apoio, como oseguro rural, é considerado insuficiente para atender à demanda.
O clima continua sendo uma variável de grande impacto, especialmente com La Niña ou El Niño impactando nas chuvas e as temperaturas, influenciando as janelas de plantio e colheita.
Eventos climáticos extremos, como excesso de chuvas ou secas prolongadas, podem não só prejudicar a produção, mas também complicar a logística de aplicação de insumos e escoamento da safra.
Neste caso, o melhor a se fazer, é acompanhar de perto as previsões climáticas para ajustar o planejamento .
Insumos agrícolas: Cenário global
O cenário global e a logística interna também pesam. As tensões geopolíticas atuais, principalmente entre Estados Unidos e China, podem trazer volatilidade aospreços das commodities, com possíveis benefícios indiretos para o Brasil, mas também riscos.
A demanda da China, principal comprador do agro brasileiro, e regulamentações internacionais, como a Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), são fatores de atenção.
Com a expectativa de safras volumosas, os custos de frete podem aumentar nos períodos de pico, a capacidade de armazenamento e dos portos pode ficar sobrecarregada, impactando a eficiência e os custos do produtor .
Bioinsumos: Um oportunidade da agricultura sustentável
Uma das tendências mais fortes e consolidadas para a safra 2025 é o crescimento dos bioinsumos.
O Brasil se destaca nesse cenário, com projeções indicando um aumento de cerca de 13% na área potencial tratada com produtos biológicos na safra 2024/2025, ultrapassando a marca de 155 milhões de hectares.
Esse avanço reflete a busca por alternativas mais sustentáveis e, em muitos casos, economicamente vantajosas, que complementam os insumos químicos tradicionais, reduzindo custos de produção.
O crescimento do mercado brasileiro de bioinsumos se destacado, especialmente pela variedade disponíveis para diversas finalidades, como:
Biofertilizantes: Melhoram a absorção de nutrientes, agentes de bionutrição, produtos para controle biológico de pragas e doenças.
Bioestimulantes: Ajudam as plantas a resistir a estresses e a melhorar a eficiência no uso de nutrientes.
A inovação contínua nesse setor e a exploração do manejo sinérgico, que combina estrategicamente o uso de produtos biológicos e químicos, são vistas como oportunidades para potencializar o controle de problemas fitossanitários
Como um software de gestão agrícola ajuda com os insumos agrícolas?
A melhor forma de planejar a compra de insumos agrícolas é analisando dados das safras anteriores, relacionando o uso de fertilizantes e agroquímicos com a produtividade obtida.
A partir disso, você consegue entender se houve falta, excesso ou uso adequado dos produtos.
Os softwares de gestão rural, como o Aegro, são tecnologias que ajudam nisso, oferecendo uma visão clara dos estoques, planejamentos e resultados.
Com poucos dados inseridos, é possível gerar relatórios por área cultivada, acompanhar metas, controlar fornecedores, locais de armazenamento e histórico de movimentações.
Ferramentas desse tipo, são capazes de diminuir a carga de trabalho na administração na fazenda e ajudam a economizar com mais eficiência na gestão dos insumos.
Engenheiro Agrônomo (UFRGS, Kansas State) e especialista de Novos Negócios na Aegro. Reconhecido como referência em Agricultura Digital, especialização em administração, gestão rural, plantas de lavoura.
O arroz segue entre os grãos mais cultivados no Brasil, com grande peso na alimentação e na economia.
Para a safra 2024/25, a Conab projeta produção recorde de 12,1 milhões de toneladas, impulsionada pelo avanço de 11,1% na área plantada.
Com maior oferta prevista, o mercado aponta para possível queda nos preços ao produtor, exigindo atenção redobrada ao planejamento financeiro e à gestão da lavoura.
Neste artigo, você vai conferir as principais projeções de produção, exportação e preços do arroz em 2025 e como esses fatores devem impactar sua comercialização.
Preço do arroz: Importância econômica
Perdendo apenas para o milho, o arroz é o segundo cereal mais cultivado no mundo. Historicamente, a plantação do arroz com papel importante ao redor do globo.
Com impacto além da economia, a cultura movimenta o comércio nacional e internacional, sendo um dos principais alimentos no combate à fome.
Rico em carboidratos, fibras e proteínas, é consumido em todos os continentes e alimenta mais de 3 bilhões de pessoas diariamente.
O Brasil é o maior produtor e consumidor de arroz fora da Ásia, responsável por cerca de 90% da produção e do consumo global do grão.
Segundo a Conab, a área de cultivo no Brasil vem crescendo, mas o principal destaque é o sistema irrigado, o mais utilizado no mundo,com lavouras mantidas em áreas alagadas.
No Brasil, o Sul lidera a produção com esse modelo, enquanto o arroz de sequeiro predomina nas outras regiões.
O que pode influenciar na cotação do arroz?
O Brasil é o maior produtor de arroz fora do continente asiático. Cerca de 90% de todo arroz do mundo é cultivado na Ásia, de acordo com dados da Food and Agriculture Organization.
O arroz pode ser irrigado ou em sequeiro. Por aqui, o sistema de cultivo mais utilizado é irrigado, presente em cerca de 80% da produção nacional e em praticamente 100% das lavouras da região sul.
No Sul, é onde se concentra a maior parte da produção de arroz do território brasileiro. Nesse sistema, as plantas ficam em um terreno alagado durante praticamente todo o ciclo.
Justamente por isso, os solos úmidos da região subtropical do país são favoráveis ao cultivo.
Esses solos estão presentes nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, responsáveis por 70% e 10% da produção nacional, respectivamente.
Anualmente, cerca de 10 milhões de toneladas do grão são produzidas no Brasil. A maior parte é destinada ao consumo interno e o restante à exportação direta ou indireta.
Segundo a Conab, as exportações brasileiras de arroz atingiram 1,8 milhão de toneladas em 2023. Esse número representa uma redução de 14,7% em relação ao mesmo período de 2022.
Para a safra 2023/24, é esperada uma recuperação das exportações de arroz, com crescimento de 11,1%, para 2 milhões de toneladas. Entre os principais importadores do arroz brasileiro estão:
Guatemala;
Peru;
Venezuela;
Bolívia;
Estados Unidos.
Qual foi o preço do arroz em 2024?
O mercado do arroz em 2024 foi marcado por fortes oscilações de preços, segundo dados da Epagri e do Observatório Agro Catarinense.
No início do ano, o valor da saca de 50 kg ultrapassou os R$ 120,00, refletindo a quebra da safra 2022/23 e a baixa nos estoques brasileiros e do Mercosul.
Com a entrada da nova safra 2023/24, os preços recuaram temporariamente, mas voltaram a subir entre abril e novembro, impulsionados pelas chuvas excessivas no Rio Grande do Sul e pelas perdas em Santa Catarina.
No último trimestre, a expectativa de produção 10% maior para a safra 2024/25 levou a nova retração dos preços.
Em dezembro de 2024, a queda foi de 14% em relação ao mesmo período de 2023, especialmente nas regiões do Litoral Sul e Grande Florianópolis, fortemente influenciadas pelo mercado gaúcho.
Apesar dessas variações, o preço médio de venda do arroz aumentou R$ 29,00 por saca em comparação com 2023, superando o aumento médio dos custos de produção (R$ 9,76 por saca), o que garantiu margem positiva para os produtores.
Projeções da safra de arroz em 2025
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a previsão para a safra de grãos em 2025 foi elevada para 327,6 milhões de toneladas, conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado em abril.
Isso representa um aumento de 11,9% em relação a 2024, com 34,9 milhões de toneladas a mais.
A estimativa para a área a ser colhida também subiu, chegando a 81 milhões de hectares, alta de 2,5% frente à safra anterior.
No caso do arroz, a expectativa é de que a produção nacional acompanhe esse movimento positivo,com maior área cultivada.
A perspectiva é de recuperação em estados impactados por eventos climáticos em 2024, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A previsão de maior oferta, tanto no Brasil quanto globalmente, tende a influenciar diretamente a precificação do grão ao longo do ano.
No cenário internacional, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que a produção de arroz mundial também deve continuar crescendo.
Para 2024, o USDA já havia apontado uma expansão de 345 mil toneladas, tendência que pode se manter em 2025 com a normalização climática em alguns países asiáticos.
Por outro lado, caso se repitam perdas climáticasem regiões produtoras da Ásia e da África, as exportações brasileiras podem ganhar impulso, reduzindo o volume disponível no mercado interno e pressionando os preços para cima.
Qual é a previsão do preço do arroz em 2025?
A previsão para 2025 indica uma tendência de queda nos preços ao produtor, puxada pela safra recorde de arroz, estimada em 12,1 milhões de toneladas pela Conab — aumento de 14,3% frente a 2024.
A área plantada também deve ser a maior dos últimos sete anos, com 1,7 milhão de hectares.
Com maior oferta e clima mais favorável, o mercado projeta estabilidade ou recuo nos preços, ao menos no primeiro semestre.
Em dezembro de 2024, a saca de arroz caiu 14%, antecipando esse movimento de mercado.
Apesar disso, a média de preços em 2024 foi superior à de 2023, e os produtores conseguiram margens positivas mesmo com os custos em alta.
Como saber se o preço de venda do arroz compensa?
Definir o preço ideal para vender sua safra de arroz começa com um bom conhecimento do seu custo de produção.
Se o objetivo é melhorar a rentabilidade, é preciso registrar todos os gastos, tanto os diretos quanto os indiretos.
Nesse processo, a tecnologia é uma grande aliada. Com softwares de gestão agrícola como o Aegro, você acompanha cada etapa da produção, desde o planejamento até o controle financeiro.
Faça uma demonstração gratuita e veja como é possível acompanhar toda a produção com mais agilidade e precisão.
Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).
Começar bem a lavoura faz toda a diferença para o andamento da safra e a água é um dos principais fatores nesse início.
Garantir que as plantas recebam a quantidade certa, na hora certa, é o que vai fazer a diferença no desenvolvimento do plantio.
Muitos produtores só se preocupam com a irrigação quando a planta já está desenvolvida, mas os primeiros dias são os mais sensíveis.
Um manejo eficiente da água nesse momento define grande parte do potencial produtivo da cultura.
Entender as necessidades hídricas desde o começo é o primeiro passo para uma lavoura mais saudável, produtiva e eficiente.
Por que os primeiros dias da planta pedem atenção especial com a água?
Plantas recém-germinadas ou mudas que acabaram de ser transplantadas, ainda estão formando seu sistema de raízes.
Com raízes pequenas e concentradas na superfície, elas exploram um volume muito limitado de solo.
Isso as torna vulneráveis à falta de umidade justamente nessa camada mais superficial, onde as alterações climáticas podem mudar rapidamente com o sol e o vento.
A água é a forma como as plantas absorvam os nutrientes do solo e realizem a fotossíntese, processos que impulsionam todo o crescimento inicial.
Ou seja, a falta de água, mesmo que por períodos curtos nesses primeiros dias, pode causar um estresse severo, diminuindo o vigor ou levar à morte das plântulas.
Além disso, cada cultura reage de uma forma diferente à disponibilidade de água nos estágios iniciais.
Água nas fases iniciais de culturas
1. Soja
Tanto o excesso quanto a falta de água durante a germinação e emergência podem desuniformizar o nascimento das plantas.
A semente precisa absorver uma quantidade significativa de água, no mínimo 50% do seu peso, para germinar bem.
Para o preparo do solo ideal na cultura, é preciso manter o teor de água no solo entre 50% e 85% da água disponível máxima nessa fase crítica da soja.
2. Milho
No milho, durante a pré-emergência (antes da planta sair do solo), é preciso que a camada superficial do solo, onde a semente foi depositada, esteja sempre úmida.
Embora as fases onde a falta de água causa maiores perdas de produtividade venham depois, um bom estabelecimento inicial, que depende dessa umidade na germinação, é a base para todo o ciclo.
3. Culturas perenes
Em culturas perenes como os citros, os períodos de brotação, emissão de botões florais e o início do desenvolvimento dos frutos são mais sensíveis.
A falta de água nessas fases pode provocar a queda de flores e frutos jovens, impactando diretamente a produção.
A demanda de água aumenta conforme a planta cresce, passando de uma média de 4,7 L/dia no segundo ano para 46,5 L/dia no quinto ano após o plantio.
Além dessas informações, é importante lembrar que o estresse hídrico inicial, mesmo que não mate a planta, pode deixar marcas ocultas.
Ao comprometer o desenvolvimento das raízes ou o vigor, a planta pode ter dificuldades em absorver água e nutrientes mais tarde, limitando seu potencial produtivo final. Isso mostra o quanto o manejo da água é importante.
Como saber a hora certa e a quantidade ideal de água para as mudas?
A resposta varia conforme o tipo de solo, a cultura, as condições climáticas e o estágio de desenvolvimento da planta.
O objetivo do manejo da água é manter a umidade do solo, na zona onde as raízes estão ativas, dentro de uma faixa ideal, que é acima do Ponto de Murcha Permanente e abaixo da saturação.
O ideal é sempre manter a umidade próxima da capacidade de campo. Para isso, você pode usar alguns métodos, como:
1. Teste do tato-aparência
Uma forma bastante simples, rápida e praticamente sem custo para ter uma ideia da umidade do solo, é usar as próprias mãos.
Basta coletar uma pequena amostra de solo na profundidade onde as raízes das suas mudas estão (geralmente nos primeiros 15-20 cm) e apertá-la na mão.
A forma como o solo se comporta e sua aparência dãopistas sobre a necessidade de irrigação.
Se o solo estiver solto, esfarelando ao ser apertado e com uma coloração mais clara, é sinal de que está seco e precisa irrigar.
Mas se mantiver a forma ao ser apertado, sem ficar totalmente firme ou liberar água, com uma cor mais escura que o solo seco, ele está úmido. Neste caso, a irrigação pode ser necessária em breve.
Ou se formar uma bola bem firme, brilhante, e talvez até soltar um pouco de água ao ser apertado com força, o solo está muito molhado. Se isso acontecer, você não se deve irrigar, pois água em excesso pode prejudicar as raízes.
2. Sensores e monitoramento preciso
Para quem busca mais controle e dados objetivos, a tecnologia os sensores de umidade do solo podem ajudar no manejo da água.
Instalados em pontos estratégicos da lavoura, os sensores medem o conteúdo de água no solo e podem ser conectados a sistemas de irrigação inteligentes.
Além dos sensores de solo, outras tecnologias podem compor a irrigação otimizada, como:
Estações meteorológicas: Fornecem dados climáticos para estimar a perda de água do solo e da planta para a atmosfera;
Telemetria: São sistemas que monitorar os sensores e até acionar a irrigação remotamente, usando celular ou computador;
Drones com câmeras especiais (térmicas/multiespectrais): Sobrevoam a lavoura e identificam, pela temperatura das folhas ou por índices de vegetação, áreas que estão começando a sofrer com estresse hídrico.
3. Estimando a quantidade
Saber quando irrigar é importante, mas também é preciso estimar quanto irrigar. Algumas fontes técnicas oferecem orientações práticas.
Uma cartilha da Embrapa sobre irrigação de baixo custo, por exemplo, traz tabelas com tempos diários de irrigação para culturas como feijão-caupi, milho, mandioca, melancia, banana e mamão.
Esses tempos variam conforme a idade da planta, o mês do ano e o tipo de sistema usado.
As tabelas servem como referência inicial, mas os tempos devem ser ajustados conforme as condições específicas da sua lavoura.
Em sistemas como a produção de MPB de cana-de-açúcar, a irrigação pode ser calculada com precisão a partir da ETo medida por estações meteorológicas e ajustada ao ambiente do viveiro.
Qual o melhor sistema de irrigação para o início da lavoura?
A escolha do sistema deirrigação otimizada é um passo determinante para a eficiência do manejo da água, e isso é ainda mais verdadeiro quando falamos de mudas e plantas jovens.
Nessa fase, o ideal é conseguir aplicar a água de forma precisa, direto na zona onde as pequenas raízes estão se desenvolvendo, em quantidades menores e, se necessário, com maior frequência. Entenda:
Sistemas de irrigação localizada
Os sistemas deirrigação localizada são os mais indicados para os estágios iniciais, pois atendem bem a esses requisitos.
A principal característica, definida pela Embrapa, é molhar apenas uma parte da área, concentrando a água onde é mais necessária e economizando o recurso. Neste sentido, os tipos mais comuns são:
Gotejamento: Aplica água em gotas diretamente no solo, próximo às plantas. É um método com mais de 90% de aproveitamento, economizando água e energia, por molhar apenas uma faixa estreita e reduz ervas daninhas entre as linhas.
É ideal para hortaliças, fruteiras e culturas em linha, além de ser ótimo para fertirrigação, exigindo água limpa e boa filtragem para evitar entupimentos.
Microaspersão: Parecido com o gotejamento, o sistema de microaspersão usa emissores que espalham a água em forma de uma chuva fina e localizada.
Tem boa eficiência (80% a 90%) e é comum em fruteiras, hortaliças e viveiros. Sua principal vantagem é ser menos propenso a entupimentos, exigindo filtragem menos rigorosa.
Opções de baixo custo para irrigação localizada
Pensando na agricultura familiar ou em situações onde o investimento inicial precisa ser menor, existem alternativas mais acessíveis dentro da irrigação localizada, como:
Mangueiras perfuradas (tipo “santeno” ou similar): São mangueiras flexíveis com pequenos furos feitos a laser ou mecanicamente, que liberam a água ao longo da linha.
São mais baratas que o gotejamento convencional, mas com menor eficiência e uniformidade.
Ainda assim, oferecem irrigação localizada e são uma opção prática para pequenos produtores. A Embrapa, inclusive, traz sugestões de tempo de irrigação para esse sistema
Sistema “Xique-xique”: É uma versão ainda mais simples e artesanal, onde o próprio agricultor faz pequenos furos (1 a 2 mm) na tubulação lateral.
O custo é mínimo, mas a eficiência e a uniformidade são baixas (em torno de 67%), e o risco de entupimento dos furos é alto.
Irrigação por sulcos: Usa canais abertos ao lado das plantas, com água correndo por gravidade. É um método de baixo custo e simples, mas com menor eficiência, devido a perdas por infiltração e evaporação.
Também é mais difícil controlar a quantidade exata de água, o que pode ser um risco nas fases iniciais da lavoura.
Como economizar água no começo do cultivo?
O manejo sustentável da água na agricultura não se resume apenas a escolher o sistema de irrigação certo e aplicar no momento correto.
Tão importante quanto isso, é adotar práticas que ajudem a conservar a água que já está presente no solo ou que chega através da chuva.
Essas práticas reduzem a evaporação, melhoram a infiltração e aumentam a capacidade do solo de armazenar água.
Tudo isso contribui para diminuição da dependência da irrigação e tornando todo o manejo da água e o sistema produtivo mais resiliente, especialmente em períodos de seca.
Cobertura do solo
Manter o solo coberto é uma das formas mais eficazes de conservar a água. Isso pode ser feito com palhada da safra anterior ou materiais como capim seco e serragem. A prática, conhecida como mulching, traz vários benefícios:
Reduz a evaporação, protegendo o solo do sol e do vento;
Melhora a infiltração, evitando a crosta superficial que dificulta a entrada da água;
Controla a temperatura do solo, mantendo-o mais estável;
Suprime ervas daninhas, que competem por água e nutrientes;
Melhora o solo ao longo do tempo, aumentando a matéria orgânica e a capacidade de retenção de água.
A cobertura do soloé um princípios da Agricultura Conservacionista, recomendada para regiões como o Cerrado, mas com bons resultados em todo o Brasil.
Plantio direto e preparo reduzido
Evitar o revolvimento excessivo do solo é uma das práticas para conservar e ter uma melhor manejo da água.
Ações como arações e gradagens frequentes destroem a estrutura do solo, comprometem os canais naturais de infiltração e aceleram a perda de matéria orgânica, reduzindo a saúde do solo e a retenção água.
Solo sem revolvimento (o plantio é feito sobre a palhada);
Cobertura permanente do solo;
Rotação de culturas.
É um dos sistemas mais eficientes para conservar água e solo, com benefícios também ambientais e econômicos.
Mesmo que não seja possível adotar o SPD completo, reduzir o preparo já ajuda a preservar a umidade e a qualidade do solo.
Outras práticas que ajudam a conservar água
Plantio em nível (ou em contorno): Seguir as curvas de nível do terreno ajuda a frear o escoamento da água, favorecendo a infiltração e reduzindo a erosão;
Terraceamento: Terraços funcionam como barreiras físicas que retêm a água da chuva, permitindo que ela infiltre aos poucos no solo;
Rotação de culturas: Alternar culturas com diferentes tipos de raízes melhora a estrutura do solo em várias camadas, tornando mais poroso;
Controle de tráfego: Restringir o tráfego de máquinas evita a compactação, facilitando a entrada e retenção de água.
Combinação que potencializa os resultados
A escolha do sistema de irrigação e as práticas de conservação de água no solo se complementam.
Um solo bem manejado, coberto com palhada e com boa estrutura, absorve e retém melhor a água da irrigação, aumentando a eficiência do sistema e economizando em volume e frequência de aplicação.
Essas práticas também geram economia além da água: menos plantas daninhas reduzem o uso de herbicidas, menor erosão e lixiviação evitam perdas de fertilizantes, e solos mais saudáveis tendem a ser mais produtivos.
No Aegro, você pode registrar e acompanhar essas práticas, facilitando a análise dos impactos no rendimento da lavoura e no uso dos recursos.
Isso ajuda a planejar melhor, fazer escolhas mais estratégicas sobre o manejo de água e o futuro da propriedade.
Engenheiro Agrônomo (UFRGS, Kansas State) e especialista de Novos Negócios na Aegro. Reconhecido como referência em Agricultura Digital, especialização em administração, gestão rural, plantas de lavoura.
A inteligência artificial no agronegócio não é mais uma promessa: é realidade no campo.
Em um cenário em que as demandas por alimento aumentam e os recursos naturais precisam ser usados com mais responsabilidade, a IA surge como uma aliada para facilitar o dia a dia do produtor.
Seu uso está presente em diferentes etapas da produção agrícola, do planejamento até a comercialização, promovendo precisão nas decisões e otimizando o uso de insumos.
Combinando algoritmos avançados, sensores inteligentes,big data e conectividade, a IA tem redesenhado o jeito deproduzir no campo. A transformação já está em curso.
O que é inteligência artificial?
A inteligência artificial (IA) é o conjunto de tecnologias que permitem que máquinas simulem o raciocínio humano.
No agronegócio, é aplicada em tarefas como diagnóstico de pragas, previsão de safra e gestão de operações, com base em dados e padrões extraídos do próprio campo.
A IA combina aprendizado, adaptação e tomada de decisão, facilitando a resolução de problemas mais complexos.
Essa tecnologia é uma combinação de machine learning, deep learning, visão computacional e big data, usada para recomendar manejos agronômicos, identificar problemas na lavoura e melhorar o uso de recursos.
Como a inteligência artificial no agronegócio é usada?
A IA é utilizada no agronegócio em diversas frentes, como no sensoriamento remoto, NDVI, NDRE e GNDVI, por exemplo.
Os softwares de previsão climática também fazem parte disso, mas aplicam modelos baseados em séries históricas e aprendizado de máquina para antecipar eventos como geadas e chuvas intensas.
Já as plataformas de gestão agrícola, como o Aegro, integram dados de produtividade, fertilidade, clima e manejo para sugerir ajustes em tempo real.
A IA ainda está embarcada em tratores e pulverizadores que usam visão computacional e algoritmos como Random Forest e SVM para tomada de decisões em campo.
Além disso, robôs e sensores conectados via IoT automatizam tarefas como irrigação, adubação e colheita, com monitoramento climático remoto e contínuo.
O impulso da agricultura com inteligência artificial
O agronegócio representou 27% do PIB brasileiro em 2024 e segue passando por mudanças com o uso de máquinas autônomas, sensores IoT e algoritmos preditivos
Essas ferramentas aumentam a produtividade em até 20% e reduzem perdas por clima e pragasem até 30%, segundo a Embrapa.
Porém, essa revolução traz novos desafios. Segundo a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), apenas 32% das empresas superaram o déficit de habilidades para operar essas tecnologias.
Profissões como pilotos de drones e operadores remotos de sensores estão em alta, exigindo conhecimento técnico específico e domínio de ferramentas digitais.
Além da capacitação, plataformas de gestão de talentos com aplicação de IA podem ajudar no mapeamento de lacunas e na formação de equipes mais preparadas.
O retorno desse investimento é concreto: empresas que usam IA de forma integrada relatam reduções de 15% a 25% nos custos operacionais.
O futuro do agro depende da integração entre tecnologia, pessoas e propósito, com diagnósticos personalizados e planos de carreira alinhados às novas demandas.
De previsões climáticas mais confiáveis a aplicações precisas, a tecnologia tem mudado o jeito de produzir.
A integração com sensores, drones, tratores autônomos e sistemas de IoT permite uma atuação automatizada, com coleta e análise de dados em tempo real (Jorge et al., 2024).
E este é um cenário em evolução constante: segundo a Markets and Markets (2024), o mercado global de IA na agricultura deve movimentar cerca de US$ 4,7 bilhões até 2028.
Como usar a inteligência artificial no campo?
A inteligência artificial no agronegócio pode ser aplicada desde o planejamento até a comercialização.
No planejamento agrícola, é responsável por analisar os dados históricos da área para identificar zonas de manejo, prever cenários climáticos e otimizar o uso de insumos.
Durante a produção, permite a automação do plantio, adubação, pulverização e colheita, gerando mapas de variabilidade espacial que guiam o manejo.
Na comercialização, a IA contribui com a previsão de tendências de preço, auxiliando o produtor a definir o melhor momento para vender ou estocar sua produção (Bernardi et al., 2024).
Aplicações da inteligência artificial na agricultura
As principais aplicações da inteligência artificial na agricultura vão do monitoramento da lavoura até a agricultura de precisão.
1. Monitoramento da lavoura
Os drones na agricultura são as principais ferramentas na coleta de dados para os sistemas de inteligência artificial.
Nos últimos anos, eles ganharam muito espaço e vêm sendo utilizados para identificação de uma série de pontos da lavoura, como:
Devido às imagens obtidas por eles, as ferramentas de aprendizado de máquina identificam as alterações existentes nas lavouras. Isso permite uma tomada de decisão mais precisa.
2. Clima, tempo e previsibilidade
Os sistemas de previsão do tempo já são velhos conhecidos dos meteorologistas. A inteligência artificial tem refinado ainda mais essas predições.
Os algoritmos de aprendizado de máquina trabalham nos bancos de dados históricos climáticos. Isso aumentaa confiabilidade das previsões.
Associado ao monitoramento de chuvas das fazendas, você pode saber quais talhões precisarão de irrigação suplementare quais não, por exemplo.
3. Agricultura de precisão e veículos autônomos
O GPS agrícola já faz parte da rotina de muitos trabalhadores do campo. Por isso, o uso de veículos autônomos pode parecer algo comum.
Mas quando esses veículos se conectam a sistemas de inteligência artificial, o impacto na agricultura se torna ainda maior.
Com IA, eles ajustam com precisão suas atividades, como a aplicação automática de fertilizantes com base em mapas de produtividade e análise de solo, além da pulverização direcionada de herbicidas.
Tudo isso é controlado por um sistema central de inteligência artificial, que integra e gerencia as operações no campo.
Tendências e desafios da inteligência artificial na agricultura
Os tipos de inteligência artificial aplicados no agronegócio variam com o nível de complexidade. A IA reativa, mais simples, atua apenas no momento, sem memória ou capacidade de aprendizado.
A IA de memória, a mais comum no setor agrícola, armazena informações e aprende com elas, sendo usada em tratores autônomos e na robótica agrícola.
Já a IA da mente, ainda em desenvolvimento, busca reconhecer emoções, intenções e estados mentais humanos, com aplicações em robôs sociais.
Por fim, a IA autônoma representa um estágio avançado, com alta capacidade de processamento e independência, sendo voltada para áreas como pesquisa científica e missões espaciais.
As bases dessas tecnologias incluem machine learning, deep learning, redes neurais e visão computacional, que permitem reconhecer padrões de solo, doenças e produtividade (Bernardi et al., 2024).
Casos recentes e aplicações no campo
A IA tem sido usada no mercado financeiro do agro para analisar preços e planejar estratégias de venda.
A Embrapa, em 2024, desenvolveu um sistema com IA para identificar ferrugem asiáticavia drones.
No mesmo ano, a John Deere lançou tratores autônomos capazes de pulverizar com precisão. Startups como Agrosmart e Solinftec criaram plataformas que integram clima, solo e economia para orientar decisões em tempo real.
A Aegro desenvolveu uma leitura de romaneios por inteligência artificial que economiza tempo e reduz erros no registro da colheita.
Com apenas uma foto, a plataforma preenche automaticamente os campos do formulário. Marque uma demonstração e veja tudo que a Aegro pode fazer por você.
Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).
A aveia é um cereal de inverno que se destaca por sua rusticidade e tolerância a solos ácidos e de baixa fertilidade, características que a tornam uma opção atrativa para os produtores brasileiros.
Além de ser utilizada na alimentação humana e animal, a aveia ajuda na cobertura do solo e na rotação de culturas, especialmente em sistemas de plantio direto.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção nacional de aveia em grão para a safra de 2025 está estimada em 1,1 milhão de toneladas, representando um crescimento de 8,3% em relação à safra anterior.
Os principais estados produtores são o Rio Grande do Sul, com uma estimativa de 851,1 mil toneladas, e o Paraná, com 233,6 mil toneladas.
Panorama da produção de aveia no Brasil – Safra 2024/25
A aveia se consolida cada vez mais como uma cultura estratégica nas lavouras de inverno do Sul do Brasil.
Na safra 2024/25, a produção nacional foi liderada pelo Rio Grande do Sul, que se destacou com 581 mil toneladas colhidas, representando 64% do total produzido no país.
O cultivo no estado ocupou uma área de 361.036 hectares, ou seja, mais de dois terços da área nacional, gerando um valor estimado de R$ 461 milhões.
O Paraná ocupa a segunda posição no ranking nacional, com 240.548 toneladas produzidas, equivalentes a 26,52% da produção brasileira.
A área dedicada ao cereal no estado alcançou 104.013 hectares, com valor de produção de R$ 145 milhões.
Na sequência, o Mato Grosso do Sul aparece com 31.980 toneladas, cerca de 3,53% do volume nacional. A cultura ocupou 26.810 hectares no estado, com valor de produção estimado em R$ 21,5 milhões.
Outras regiões também contribuem para o cultivo da aveia, ainda que em menor escala. Santa Catarina produziu 26.626 toneladas, São Paulo17.165 toneladas, e Minas Gerais, 9.781 toneladas.
Esses estados representam, respectivamente, 2,94%, 1,89% e 1,08% da produção nacional em 2024/25.
Figura 1. Rendimento da aveia no Brasil. Créditos: USDA, 2025.
Quais os tipos de plantação de aveia?
Existem várias espécies no gênero da aveia (Avena spp.), mas são duas as que se destacam na produção de grãos mundial: a Avena sativa ou aveia branca (80% da área mundial) e a Avena byzantina ou aveia amarela (20% da área).
Mas, principalmente aqui na América do Sul, outra espécie se destaca: a Avena strigosa ou aveia preta, como é popularmente conhecida.
Essa espécie de aveia é bem mais rústica que as comumente utilizadas para grão e seu uso é basicamente como cultura de cobertura ou forragem para a alimentação animal.
A aveia teve sua origem lá no Oriente Médio, em locais muito próximos de outros cereais de inverno como o trigo.
Mas seu cultivo só passou a ser explorado muitos anos depois, já que no início, esse vegetal era apenas uma planta daninha da cultura do trigo.
A aveia é uma planta anual, sendo que algumas cultivares podem apresentar rebrota (duplo propósito) e têm um crescimento ereto, variando entre 0,7 e 2 metros de altura.
Além disso, ela tem raízes profundas e fasciculadas, ou seja, não apresenta uma raiz pivotante ou principal.
Como fazer a plantação de aveia?
A aveia é cultivada ao longo do outono e inverno aqui no Brasil por se tratar de uma planta de clima temperado.
Apesar de ser extremamente tolerante quanto ao solo (pH 4,5 a 6 e menor exigência de nutrientes que trigo), o plantio de aveia é bem mais exigente quanto às condições climáticas.
Assim, a temperatura ideal para a semeadura é acima dos 7º C, sendo abaixo de 4º C diminui drasticamente a germinação das sementes.
A época de semeadura varia de 15 de março (para o MS) até 15 de julho (em SC), e a quantidade de sementes entre 200 e 300 por metro quadrado.
No Brasil é recorrente o uso de sementes piratasna semeadura da aveia e essa prática apresenta altos riscos que, muitas vezes, não são contabilizados pelo produtor.
Entre esses perigos estão a contaminação das sementes por patógenos e pragas, sem contar possíveis sementes de daninhas que podem infestar a área e a baixa germinação que podem apresentar, afetando diretamente a produção.
O perfilhamento está diretamente relacionado com a produtividade da aveia, sendo que ao final do ciclo, os perfilhos mais jovens auxiliam no enchimento de grãos dos mais velhos.
Dessa forma, regiões mais quentes e semeaduras tardias requerem uma quantidade maior de sementes.
A recomendação de espaçamento é entre os 17 e 20 cm entre linhas com uma profundidade de deposição da semente entre 2 e 4 cm.
Manejo da cultura de aveia
A duração do ciclo da cultura de aveia varia entre 120 e 130 dias aqui no Brasil, mas podem chegar de 90 a 180 dias no mundo todo.
O desenvolvimento da aveia é dividido basicamente em quatro etapas: a fase vegetativa, a fase de transição, a fase reprodutiva e a fase de formação dos grãos.
Sendo que após a fase vegetativa (3 a 4 folhas e início do perfilhamento), é quando se inicia o controle químico em pós-emergência das plantas daninhas.
Os principais herbicidas registrados para a cultura da aveia são o 2,4 D e o metasulfuron, ambos recomendados para o controle de folhas largas.
O controle químico de azevém em campos de aveia ainda não é possível por meio dos herbicidas registrados disponíveis no Brasil.
Já para o manejo de pragas, o mais indicado é o tratamento de sementes (Imidacloprido e Tiodicarbe), que combate duas das principais pragas da aveia, os corós e os afídeos (ou pulgões).
Agora, as principais doenças que afetam a plantação de aveia são a ferrugem das folhas, a qual a aveia branca é mais susceptível, e a ferrugem dos colmos, que não tem grande incidência na região Sul, mas pode ter grande gravidade em condições de alta umidade e temperatura.
Como fazer a colheita de grãos de aveia?
Na maturação, a plantação de aveia tolera altas temperaturas diurnas, baixas temperaturas noturnas e baixa umidade, permitindo a colheita e evitando a perda de grãos.
Para a produção de sementes, baixas temperaturas durante o desenvolvimento elevam os níveis de dormência das sementes.
Assim, a colheita da aveia deve ser realizada quando os grãos estão em condições de debulha (teor de água abaixo dos 20%) e a planta ainda está de pé.
A regulagem da colhedora é essencial, já que quando descascado, o grão ativa enzimas que causam a rancificação do produto.
Para o fornecimento industrial, os grãos não devem receber chuvas após a maturação, a fim de evitar que eles adquiram coloração escura.
Vantagens da produção de forragem
A aveia forrageira é uma excelente opção para sistemas de produção que buscam manter a oferta de alimento para o gado durante o outono e o inverno, além de oferecer vantagens como:
Tolerância ao frio e geadas;
Resistência ao pisoteio;
Boa produção de massa verde (alta qualidade);
Boa rusticidade;
Existência de cultivares com diferentes ciclos de produção.
A cultura pode ser usada para corte verde, feno, silagem ou ainda pastejo, sendo a altura de entrada entre 25 e 30 cm e a altura de saída dos animais em torno dos 10 cm.
Para produção de silagem, o ideal é realizar o corte das plantas inteiras com a matéria seca dos grãos entre 30% e 40% (ou seja 60% a 70% de umidade nos grãos).
Para implantar um pasto de aveia forrageira, o indicado é utilizar espaçamento de 17 cm entre linhas e populações com 350 plantas por metro quadrado.
Além de produzir forragem, esse sistema de plantio também pode ser utilizado para a produção de palha para o plantio direto. Sendo que a produção de matéria seca varia entre 3 e 6 toneladas.
Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).
O último ano agrícola trouxe uma série de desafios para o produtor rural brasileiro, que apenas uma boa estratégia de plantio é capaz de ajudar.
Houve a presença de um clima mais imprevisível, marcado por eventos extremos, como as inundações no RS, períodos de seca e calor intenso em outras regiões.
Somado a isso, as flutuações do mercado e a pressão crescente nos custos de produção, exigem ainda mais atenção.
Não por acaso, a produção agrícola geral no Brasil em 2024 apresentou uma queda em comparação com 2023.
Diante de tudo isso, desenhar uma estratégia de plantio eficiente não é apenas uma opção, mas uma necessidade.
Como fazer um bom planejamento de plantio?
Um bom planejamento de plantio começa antes da semeadora entrar no campo. O primeiro passo é analisar os sucessos, os erros e os problemas que aconteceram nas últimas safras.
Questionar quais áreas tiveram melhor desempenho, onde a produtividade ficou abaixo do esperado ou quais pragas ou doenças causaram mais dor de cabeça, também devem entrar na análise.
Busque conhecer o histórico detalhado da área de plantio, como as correções de solo feitas, sistemas de cultivo anteriores e defensivos aplicados. Tudo isso ajuda a antecipar desafios e otimizar o manejo.
Com base nisso, você pode começar a montar uma estratégia de plantio com dados confiáveis, envolvendo:
Uso de dados históricos, como relatórios e mapas de produtividade.
Estratégias de plantio: Planejamento financeiro
Dentro das estratégias de plantio, o planejamento financeiro não pode ficar de fora, já que é importante avaliar a saúde financeira da fazenda (investimentos, dívidas, fluxo de caixa).
Junto disso, é preciso analisar as perspectivas do mercado para as culturas que você pretende plantar, bem como os preços esperados para os insumos.
A tendência de racionalização de custos, impulsionada por margens mais apertadas, torna essa análise ainda mais relevante.
Com base nesse diagnóstico, crie um orçamento detalhado, especificando como os recursos serão alocados em cada etapa do manejo, desde a compra de sementes até a colheita.
Apenas com isso feito, o planejamento de plantio pode entrar em ação, mas acompanhado do plano operacional e o cronograma agrícola.
O plano operacional detalha cada atividade, especificando os insumos necessários e a mão de obra envolvida.
Já o cronograma agrícola estabelece as datas ou janelas ideais para cada etapa: preparo do solo, plantio, adubação, pulverizações e colheita.
O planejamento de plantio é uma maneira de aumentar a produtividade em condições ideais, sendo usado como uma ferramenta de gestão de riscos.
Diante da crescente volatilidade climática e das pressões de custos, cada etapa funciona como uma medida proativa para mitigar incertezas.
Checklist da Estratégia de Plantio
Etapa do Planejamento
Descrição
Análise da Safra Anterior
Identificar erros, problemas e sucessos para aprender e ajustar.
Histórico da Área
Conhecer manejo passado, pragas/doenças comuns, correções de solo.
Planejamento com Dados
Basear decisões em análise de solo, dados climáticos, mapas, relatórios.
Avaliar saúde financeira da fazenda e perspectivas de mercado/custos.
Orçamento Detalhado
Especificar gastos previstos para cada etapa do manejo.
Plano Operacional
Detalhar o quê, como, quando fazer cada operação, incluindo insumos e mão de obra.
Cronograma Agrícola
Definir datas/janelas para as principais atividades da lavoura.
Avaliação Tecnológica
Verificar quais tecnologias podem otimizar o planejamento e a execução.
Quais tecnologias ajudam na estratégia de plantio?
O uso da tecnologia é uma estratégia de plantio que pode fazer muita diferença, permitindo uma uma forma de agir mais precisa.
A agricultura de precisão, por exemplo, deixou de ser uma tendência e virou uma realidade em muitas propriedades, melhorando cada etapa do cultivo.
Entre essas tecnologias que estão ganhando espaço, podemos destacar:
Drones: Usados para monitoramento das lavouras, identificação de falhas de plantio, áreas com estresse hídrico ou ataque de pragas;
Sensores de solo e clima: Coletam dados em tempo real sobre umidade, temperatura, níveis de nutrientes, ajudando a tomar decisões mais assertivas sobre irrigação e adubação;
Sistemas de navegação por satélite (GPS): Ajudam no piloto automático de máquinas, plantio em linhas precisas e aplicação localizada de insumos;
Inteligência Artificial (IA): Analisa grandes volumes de dados (climáticos, de solo, de imagens) para gerar recomendações, prever riscos e otimizar o manejo;
Plataformas de gestão agrícola:Softwares de gestão rural e aplicativos, como o Climate FieldView™ ou soluções baseadas em satélite , integram dados de fontes diferentes, geram mapas de produtividade, diagnósticos da saúde da lavoura e até prescrições para aplicação de sementes e fertilizantes em taxa variável.
Os benefícios dessas tecnologias estão relacionados ao aumento da produtividade, uso mais eficiente de recursos como água e fertilizantes e melhoria na qualidade final da colheita.
Como aplicar uma estratégia de recuperação no plantio?
Os desafios climáticos são uma realidade cada vez mais presente na agricultura brasileira.
Eventos como as enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul em 2024, os longos períodos de estiagem e ondas de calor reforçam a necessidade de construir lavouras mais resilientes.
Uma estratégia de plantio para recuperação eficaz combina ações emergenciais com práticas de manejo de longo prazo. Veja:
Após eventos extremos: Enchentes
Quando as águas baixam ou a seca severa passa, a recuperação do solo exige algumas cuidados e técnicas específicas, como:
Avaliação detalhada: Para avaliar a extensão dos danos, mapear as áreas afetadas por erosão ou deposição de sedimentos, além de verificar a presença de restos vegetais, lixo ou entulho;
Limpeza e manejo de sedimentos: Remova os detritos que não puderem ser misturados ao solo. Sedimentos com menos de 10 cm podem ser incorporados com aração ou gradagem. Já camadas mais espessas devem ser espalhadas para reduzir a espessura ou descartadas em locais adequados. Evite máquinas pesadas em solo úmido para não causar compactação;
Análise química do solo pós-evento: Após a limpeza inicial, colete amostras de solo para cada área com diferentes níveis de impacto. A análise química vai indicar a necessidade de correção da acidez (pH) e a disponibilidade de nutrientes;
Correção da fertilidade: As recomendações de calagem e adubação devem ser baseadas nos resultados da análise de solo. Aplicar insumos sem essa base pode ser ineficaz e gerar custos desnecessários;
Reparo da Erosão: Sulcos rasos podem ser corrigidos com preparo do solo conservacionista (em nível). Grandes sulcos e voçorocas podem exigir terraplanagem e revegetação com espécies adequadas para estabilizar a área;
Atenção à compactação: O movimento da água pode causar compactação superficial, dificultando a infiltração e o desenvolvimento das raízes. Em casos leves, o preparo do solo e a atividade biológica podem ajudar na recuperação.
Construindo resiliência a longo prazo
Tão importante quanto a recuperação imediata é a adoção de práticas que tornem a lavoura menos vulnerável a futuros eventos climáticos, como:
Sistema plantio direto: Ao evitar o revolvimento e manter o solo coberto com palhada, o sistema de plantio direto protege contra a erosão, melhora a infiltração de água, aumenta a matéria orgânica e pode reduzir custos a longo prazo;
Agricultura regenerativa: Um conjunto de práticas focadas na saúde do solo, incluindo rotação de culturas e uso de plantas de cobertura, que aumenta a resistência e recuperação de estresse do solo;
Plantas de cobertura: Espécies como leguminosas e gramíneas que protegem o solo do impacto da chuva, suprimem plantas daninhas, adicionam matéria orgânica e melhoram a estrutura do solo;
Manejo eficiente da água: Investir em técnicas de captação e armazenamento de água da chuva, sistemas de irrigação eficientes e sistemas de drenagem adequados são aliados para lidar com excesso e falta de água;
Sistemas Integrados (SAF/ILPF): A integração de árvores com lavouras e/ou pastagens (Sistemas Agroflorestais ou Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) cria sistemas mais complexos e resilientes, que regulam o microclima, protegem o solo, sequestram carbono e diversificam a renda;
Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC): Use as informações do ZARC para definir as culturas e datas de plantio mais seguras, reduzindo os riscos climáticos na sua região.
Crises como grandes enchentes podem acelerar mudanças positivas. A recuperação de áreas degradadas é uma chance de revisar o manejo e adotar sistemas mais resilientes e sustentáveis.
Em vez de apenas restaurar o que foi perdido, é possível avançar para uma agricultura mais preparada, com foco na saúde do solo e na resiliência a longo prazo.
Como avaliar novas terras para a estratégia de plantio?
Expandir a área de cultivo ou iniciar uma nova estratégia de plantio exige mais do que encontrar um terreno disponível.
A metodologia para prospecção estratégica de terras para plantio deve ir além da simples análise de preço, já que faz parte da estratégia de plantio. Veja os critérios de avaliação:
1. Análise de solo completa
Realizar análises químicas e físicas detalhadas revela o potencial produtivo, as necessidades de correção, adubação, textura, estrutura e a capacidade de retenção de água do solo.
Alguns programas, como o PronaSolos, buscam fornecer informações mais detalhadas sobre os solos brasileiros.
2. Logística e Infraestrutura
Avaliar a localização em relação a vias de acesso, facilidade de transporte da produção, proximidade de mercados consumidores ou unidades de processamento/armazenamento.
Também é importante considerar a qualidade das estradas, a disponibilidade de serviços logísticos na região, a presença de energia elétrica, conectividade e acesso à assistência técnica.
Esses fatores influenciam nos custos operacionais, a eficiência na distribuição e a competitividade do negócio.
3. Aspectos legais e ambientais
Avalie se a área está de acordo com o zoneamento agrícola (ZARC) e o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE).
Verifique a regularidade da documentação, a existência de passivos ambientais e o cumprimento das legislações vigentes, como a manutenção da Reserva Legal (RL) e das Áreas de Proteção Permanente (APPs).
Também é importante analisar a disponibilidade hídrica e, se for o caso, a necessidade de uma autorização legal para uso de água na irrigação.
4. Histórico de uso
Investigar o uso anterior da terra pode revelar informações sobre possíveis contaminações, compactação preexistente ou problemas de manejo anteriores.
Em um cenário de mudanças climáticas, a avaliação estratégica de terras assume uma nova dimensão: de avaliar o potencial de resiliência futura.
O agronegócio representa cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, demonstrando a imensa força e importância do campo para a economia nacional.
Além de alimentar o Brasil, o setor é um gigante na exportação mundial de produtos como soja, café, açúcar e suco de laranja. Neste sentido, montar uma estratégia de plantio vai muito além da sua fazenda.
Engenheiro Agrônomo (UFRGS, Kansas State) e especialista de Novos Negócios na Aegro. Reconhecido como referência em Agricultura Digital, especialização em administração, gestão rural, plantas de lavoura.
A cada nova safra, o produtor rural se depara com uma decisão importante: a escolha da semente.
Essa escolha pode ser determinante para a lavoura, já que impacta o potencial produtivo, a sanidade e rentabilidade da propriedade.
O cenário regulatório brasileiro para sementes é complexo e está em constante evolução e entender essas regras evita problemas legais e garante a qualidade do insumo.
Nesse contexto, as sementes certificadas surgem como um elemento principal, oferecendo garantias e origem.
Existem várias opções disponíveis no mercado, como as sementes S1/S2, as crioulas e, infelizmente, as ilegais (piratas), cada uma com suas próprias regras e implicações.
O que são sementes certificadas?
As sementes certificadas são aquelas que passaram por um processo de produção, controle e certificação oficial garantindo a sua alta qualidade genética, física, fisiológica e sanitária.
Segundo a definição oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a certificação de uma semente é um processo longo, que inclui conhecer a origem genética do material e controlar as gerações de multiplicação.
O processo de certificação envolve inspeções rigorosas nos campos onde as sementes são produzidas, seguindo normas técnicas detalhadas pelo MAPA.
Essas inspeções verificam o isolamento da área, a pureza varietal, a sanidade das plantas, entre outros aspectos.
Dentro da classe certificada, existem categorias como Básica, Certificada de Primeira Geração (C1) e Certificada de Segunda Geração (C2), que indicam a linhagem e o número de multiplicações a partir da semente genética original.
Por que as sementes certificadas são importantes?
A semente é o primeiro passo de qualquer safra. Se ela não for de qualidade, todo o resto pode ficar comprometido.
É neste momento entra a importância das sementes com certificados, garantindo bom desempenho, segurança e previsibilidade.
Por mais sejam mais caras, as sementes certificadas são um investimento mais que necessário para alcançar melhores resultados no campo. Entenda:
Maior potencial produtivo: Devido ao alto poder de germinação, vigor e pureza, as sementes formam lavouras mais uniformes e com maior teto produtivo;
Melhor qualidade e lucratividade: Lavouras mais uniformes e saudáveis geram grãos de melhor qualidade, que podem ser vendidos por um preço maior;
Garantia genética e pureza varietal: A certificação garante que o produtor está plantando exatamente a cultivar escolhida, com todas as suas características preservadas;
Rastreabilidade e suporte técnico: Conhecer a origem da semente e quem a certificou dá segurança de a quem recorrer em caso de dúvidas ou problemas;
Segurança fitossanitária: O controle rigoroso na produção reduz o risco de introduzir pragas, doenças ou sementes de plantas daninhas na sua área;
O investimento que nas sementes certificadas retorna, em parte, para as empresas demelhoramento genético.
Isso financia a pesquisa e o desenvolvimento de novas cultivares, mais produtivas, resistentes a doenças e adaptadas às condições locais.
Ou seja, além de gerar mais lucro, esses insumos contribuem para a evolução tecnológica da agricultura.
O que são sementes piratas? Por que não devem ser usadas?
Em contraste direto com os benefícios das certificadas, estão as chamadas sementes piratas.
Estas são produzidas e comercializadas ilegalmente, sem qualquer controle ou certificação, geralmente no mercado informal.
O uso dessas sementes é um grande risco para a qualidade da lavoura e para a parte financeira da fazenda, além de causar outros problemas, como:
Mistura de cultivares: É comum que lotes piratas tenham misturas de diferentes variedades, resultando em lavouras desuniformes, com plantas de ciclos e portes diferentes, dificultando o manejo e a colheita.
Disseminação de plantas daninhas: Podem carregam sementes de plantas daninhas de difícil controle, infestando a área e aumentando os custos com herbicidas.
Contaminação por doenças e pragas: Podem introduzir doenças e pragas, transmitidas pelas próprias sementes ou por partículas de solo aderidas;
Baixa germinação e vigor: A qualidade fisiológica é incerta. Baixa germinação e baixo vigor levam a falhas no estabelecimento da lavoura, impactando a produtividade final;
Falta de garantia e problemas legais: Os insumos sem certificação não oferecem garantia de qualidade de semente ou identidade varietal.
Prejuízo à Inovação: A pirataria desestimula o investimento em pesquisa, pois as empresas não recebem o retorno devido pelo desenvolvimento de novas tecnologias.
Ao avaliar o custo inicial de uma semente pirata, que pode parecer menor, considere os múltiplos riscos associados, como a disseminação de doenças ou a baixa germinação, que resultam em perdas de produtividade ou aumento nos custos de manejo.
Por outro lado, as sementes certificadas, mesmo com um preço maior, vêm com garantias de qualidade e sanidade que minimizam esses riscos e atingem o potencial produtivo da cultivar.
Além disso, o combate à pirataria e a preferência por sementes certificadas são importantes mas para a sustentabilidade de todo o sistema de inovação agrícola no Brasil.
Quais as novas regras afetam o uso de sementes certificadas?
A base legal que organiza todo o setor de sementes e mudas no Brasil é a Lei nº 10.711, de 2003, conhecida como Lei de Sementes, regulamentada pelo Decreto nº 10.586, de 2020.
Juntos, estabelecem o Sistema Nacional de Sementes e Mudas (SNSM), que define as regras para registros obrigatórios, produção, certificação, análise, comercialização e fiscalização.
É um sistema complexo, mas fundamental para garantir a identidade e a qualidade do material que chega ao campo.
Recentemente, algumas atualizações trouxeram mudanças práticas para o dia a dia. A Portaria MAPA nº 538, de 20 de dezembro de 2022 consolidou e alterou algumas normas.
Em vigor desde 1º de março de 2023, as mudanças trazidas pela Portaria 538, incluem:
1. Simplificações burocráticas
Houve uma simplificação na documentação exigida para o registro dos campos de produção de sementes.
Além disso, foi eliminada a necessidade de autorização prévia do MAPA para o transporte de sementes entre diferentes estados, desde que a carga esteja acompanhada do comprovante de inscrição do campo no MAPA e a nota fiscal detalhada.
2. Novas regras para Semente Salva
A prática de guardar parte da colheita para usar como semente na safra seguinte (“salvar semente”) é um direito do produtor, mas a Portaria 538/2022 trouxe regras mais claras e exigências adicionais:
Declaração obrigatória no Sigef: A “Declaração de Uso Próprio” deve ser feita pelo Sistema de Gestão da Fiscalização (Sigef), plataforma online do MAPA, no momento do plantio, informando a área que cultivada com a semente salva;
Comunicação pós-colheita: É a obrigatoriedade de informar no Sigef o peso final das sementes que foram reservadas (salvas) para o plantio seguinte. Isso deve ser feito em até 90 dias após o fim da colheita;
Definição da reserva técnica: O produtor pode ter uma reserva técnica de sementes salvas de até 10% da quantidade total necessária para o plantio da área declarada, para cobrir necessidades de replantio.
Transporte entre propriedades: A solicitação para transportar sementes salvas entre diferentes propriedades rurais do mesmo titular agora é feita na Declaração de Uso Próprio no Sigef;
Royalties e biotecnologia: Se a cultivar tiver tecnologia protegida, como transgênicos, o pagamento de royalties à empresa detentora é obrigatório;
Impacto no seguro rural: A Declaração de Uso Próprio é exigida para contratar o seguro agrícola. Nem todas as seguradoras cobrem lavouras com sementes salvas.
3. Análise de sementes (RAS)
O MAPA atualizou as Regras para Análise de Sementes (RAS), que definem os métodos oficiais usados por laboratórios credenciados para avaliar a qualidade física e fisiológica das sementes.
Essa atualização modernizou os métodos, se alinhando aos padrões internacionais, como ISTA e AOSA, adaptando à realidade da agricultura tropical.
Além disso, trouxe mais clareza em pontos que geravam dúvidas nos laboratórios, incluindo mudanças como:
Atualização dos nomes científicos;
Inclusão de culturas como quinoa e chia;
Regras mais claras para misturas de sementes;
Revisões nos procedimentos de amostragem.
Apesar de voltadas aos laboratórios, essas mudanças garantem resultados mais confiáveis no Boletim de Análise de Sementes — documento que comprova a qualidade dos lotes.
Fonte: Brasil de fato
4. Avanço no controle e formalização
Essas atualizações fazem parte de um movimento maior do MAPA para reforçar o controle e a rastreabilidade do sistema de sementes.
A Portaria 538, por exemplo, detalha as exigências para o uso de semente salva e a obrigatoriedade do registro no Sigef.
Já a atualização das RAS melhora a padronização e confiabilidade das análises. Com isso, o MAPA fortalece o mercado formal, especialmente o de sementes certificadas.
Como as regras se aplicam aos diferentes tipos de sementes?
A legislação brasileira classifica as sementes em diferentes categorias, como sementes certificadas, sementes fiscalizadas, sementes S1/S2 e sementes salvas.
Cada uma delas segue regras específicas quanto à produção, comercialização e uso. Veja os detalhes abaixo:
Sementes crioulas
São variedades desenvolvidas e mantidas por agricultores familiares, assentados, indígenas e comunidades tradicionais.
Essas sementes são reconhecidas pela Lei 10.711/2003 e não podem ser transgênicas ou resultado de hibridação industrial.
A lei isenta agricultores familiares, assentados e indígenas para multiplicar, trocar ou vender sementes crioulas entre si, mas proíbe que programas públicos restrinjam o seu uso.
Mesmo com as isenções, quem cultiva sementes crioulas pode enfrentar barreiras, como a falta de acesso ao seguro agrícola, que exige cultivares registradas no RNC e no Zoneamento Agrícola.
Para resolver esse problema, o Projeto de Lei 2190/2023 propõe liberar a troca, comercialização e envio dessas sementes entre comunidades rurais e indígenas, fortalecendo a agrobiodiversidade e a autonomia desses grupos.
Sementes transgênicas
Antes de qualquer uso comercial, sementes geneticamente modificadas (transgênicas), passam por uma avaliação de biossegurança feita pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
A CTNBio analisa os potenciais riscos à saúde humana, animal e ao meio ambiente, emitindo um visto técnico sobre sua segurança.
Somente após a liberação pela CTNBio é que a cultivar transgênica pode ser registrada no RNC pelo MAPA. A partir daí, sua produção e comercialização seguem as mesmas regras gerais da Lei 10.711 e as regulamentações.
Muitas sementes certificadas tem biotecnologias com resistência apragas ou tolerância a herbicidas, sendo ferramentas importantes naagricultura moderna.
Sementes inoculadas
A Instrução Normativa 13/2011 do MAPA regula o inoculante, produto com microrganismos benéficos, como o Rhizobium.
A norma define especificações de qualidade, concentração mínima de microrganismos, garantias, regras para registro do produto no MAPA, embalagem e rotulagem.
A lei não regula diretamente a “semente inoculada”, mas sim o insumo que aplicado a ela, que é o responsável pela saúde da safra.
Sementes selecionadas (Categorias S1 e S2)
As sementes S1 e S2 são da classe não certificada, conhecidas informalmente como “semente fiscalizada” antes da legislação atual.
A S1 pode ser obtida pela multiplicação de sementes da classe certificada (Genética, Básica, C1 ou C2). Já a S2 pode vir da multiplicação da S1 ou de qualquer categoria certificada.
A duas podem ser produzidas por produtores inscritos no Renasem e atender a padrões mínimos de qualidade, que são verificados por análises em laboratório.
As sementes S1 e S2 não passam pelo mesmo processo rigoroso de controle de qualidade em todas as etapas que caracteriza a semente certificada.
Na prática, isso significa que oferecem uma garantia inferior à das certificadas, especialmente em relação à pureza varietal e ao potencial genético.
Por conta disso, podem ter um custo inicial menor, mas o produtor assume um risco maior em relação ao desempenho da lavoura.
Tipos de sementes no Brasil
Característica
Semente Certificada (C1/C2)
Semente Não Certificada (S1/S2)
Semente Crioula
Semente Pirata
Garantia de Qualidade
Alta (MAPA/Certificadora)
Média (Padrões mínimos)
Variável (Conhecimento local)
Nenhuma
Pureza Genética/Varietal
Alta (Controlada)
Média (Menor controle)
Variável (Adaptada localmente)
Baixa / Mistura
Rastreabilidade
Sim (Obrigatória)
Limitada
Geralmente Não (Comunitária)
Não
Controle de Produção
Rigoroso (Todas as etapas)
Básico (Foco no produto final)
Tradicional / Comunitário
Nenhum / Ilegal
Risco Fitossanitário
Baixo
Médio
Variável
Alto
Legalidade (Comércio)
Sim
Sim (Dentro das regras)
Restrita (Entre grupos isentos)
Não (Ilegal)
Potencial Produtivo
Alto
Médio / Alto
Variável (Adaptado ao local)
Baixo / Incerto
Custo Inicial (Médio)
Mais alto
Intermediário
Baixo / Troca
Mais baixo (aparente)
O Brasil é considerado um dos líderes globais em tecnologia de sementes, especialmente em adaptações para condições tropicais e resistência a pragas.
Grande parte desse avanço é resultado dos investimentos em pesquisa e melhoramento genético, graças ao sistema formal de produção e comercialização de sementes certificadas.
Ao optar por sementes legais e de qualidade, você não só protege sua lavoura, mas também contribui para a continuidade dessa inovação.
Engenheiro Agrônomo (UFRGS, Kansas State) e especialista de Novos Negócios na Aegro. Reconhecido como referência em Agricultura Digital, especialização em administração, gestão rural, plantas de lavoura.
O crédito rural é a principal demanda dos produtores rurais do Brasil. Mas acessá-lo não é uma tarefa simples, por vários motivos.
O principal deles é a falta de conhecimento sobre as normas do MCR (Manual do Crédito Rural). Recentemente, o Banco Central reduziu em mais da metade a quantidade de regras do MCR.
A tendência é ocorrer redução da burocracia no acesso ao crédito, juros menores e liberação de recursos em menor tempo.
Veja neste artigo as mudanças no MCR e do que você precisa para acessar o crédito rural de forma direta (bancos oficiais) ou indireta (bancos privados, cooperativas, agfintechs, etc.).
O que é o crédito rural?
O crédito rural é um financiamento para produtores rurais, cooperativas e associações, com o objetivo de custear atividades agropecuárias, investimentos em infraestrutura, comercialização e industrialização de produtos agrícolas.
Sua função é garantir a produção de alimentos, modernizar o campo e promover o desenvolvimento sustentável no meio rural.
A partir disso, são oferecidas diferentes modalidades de crédito rural, cada uma voltada para uma finalidade específica:
Custeio: Financia despesas relacionadas à produção agrícola ou pecuária;
Investimento: Destinado à aquisição de máquinas, equipamentos e melhorias na propriedade.;
Industrialização: Voltado para o processamento de produtos agropecuários.
Como o crédito rural funciona?
O crédito rural faz parte do Plano Safra e visa o desenvolvimento econômico e social do setor rural.
Existe verba para custeio do ciclo produtivo, investimento na propriedade, comercialização ou industrialização de produtos.
Em outras palavras: disponibiliza recursos para custear e investir na lavoura em si, mas também em bens e serviços relacionados.
Os recursos vêm do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de fundos constitucionais, entre outros, como você vê na imagem abaixo:
O crédito rural está disponível para diferentes perfis de produtores, desde os pequenos agricultores até os grandes empreendimentos rurais. Veja como funciona o enquadramento:
Agricultores familiares: Com renda bruta anual de até R$ 360 mil, enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).;
Médios produtores: Com renda bruta anual entre R$ 360 mil e R$ 1,76 milhão, atendidos pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).
Grandes produtores: Com renda bruta anual acima de R$ 1,76 milhão.
Para acessar o crédito, é precisar apresentar documentos como CPF, comprovante de residência, inscrição estadual, projeto técnico (quando exigido) e, no caso do Pronaf, a Declaração de Aptidão (DAP) ou o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF).
Qual é o principal objetivo do crédito rural?
O principal objetivo do crédito rural é impulsionar o desenvolvimento sustentável da agropecuária brasileira.
Por meio do acesso facilitado a recursos financeiros, o crédito permite que o produtor rural invista em sua propriedade, aumente a produtividade, modernize seus equipamentos e melhore as condições de trabalho no campo.
Mas o impacto vai além da porteira. O crédito também contribui para a geração de emprego e renda nas comunidades rurais, promovendo inclusão social e movimentando a economia local.
Com esses recursos, é possível planejar melhor a produção, enfrentar períodos de entressafra, implementar inovações tecnológicas e até investir em práticas de preservação ambiental.
Além de financiar a produção, o crédito rural ajuda a garantir a segurança alimentar no país. Mais que um recurso financeiro, é uma política estratégica para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do campo.
Quais são os tipos de crédito rural disponíveis em 2025?
Em 2025, diversas linhas de crédito rural estão disponíveis para atender às necessidades dos produtores:
Proirriga: Voltado para projetos de irrigaçãoe uso eficiente da água;
Pronaf Custeio: Financia despesas com insumos, sementes, fertilizantes e outros custos de produção;
Pronaf Investimento: Apoia a aquisição de máquinas, equipamentos e melhorias na propriedade;
Pronaf Mais Alimentos: Voltado para a modernização da agricultura familiar, com foco em sustentabilidade;
Pronamp: Atende médios produtores, financiando custeio e investimento;
Moderfrota: Financia a aquisição de tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas;
Inovagro: Apoia a adoção de tecnologias inovadoras no campo;
PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns): Financia a construção e ampliação de estruturas de armazenamento.
Tabela comparativa de linhas de crédito rural em 2025
Linha de Crédito
Finalidade
Taxa de Juros Anual
Limite de Financiamento
Pronaf Custeio
Despesas de produção
2% a 3%
Até R$ 250 mil
Pronaf Investimento
Aquisição de bens e melhorias
3% a 4%
Até R$ 420 mil
Pronaf Mais Alimentos
Modernização e sustentabilidade
2,5% a 5%
Até R$ 450 mil
Pronamp
Custeio e investimento para médios produtores
8%
Até R$ 600 mil
Moderfrota
Aquisição de máquinas e equipamentos
10,5% a 11,5%
Conforme projeto
Inovagro
Tecnologias inovadoras no campo
10,5%
Até R$ 2 milhões (individual) / R$ 6 milhões (coletivo)
Quem concede o crédito rural?
O crédito rural é disponibilizado por instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central a operar com recursos do setor agropecuário.
As mais conhecidas e acessadas pelos produtores são o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de cooperativas de crédito como a Sicredi, Cresol e outras instituições regionais e privadas.
Cada uma dessas entidades pode trabalhar com linhas específicas de financiamento, de acordo com as regras estabelecidas pelo Plano Safra, que é divulgado anualmente pelo governo federal.
Essas regras definem o limite de financiamento, as taxas de juros e os prazos de pagamento para cada tipo de crédito.
É preciso que você avalie com atenção as opções de crédito, considerando a cultura financiada, o ciclo produtivo, a renda esperada, os riscos e o retorno do investimento.
Contar com uma cooperativa ou consultor técnico ajuda na escolha da linha de crédito ideal e da instituição mais confiável, garantindo mais segurança e eficiência no uso dos recursos na propriedade.
Benefícios do crédito rural
O principal benefício que o crédito rural proporciona é que você não vai precisar fazer grandes investimentos com seu próprio dinheiro, ao menos inicialmente.
Com carência de até três ou quatro safras (dependendo da cultura), você ganha tempo para se estruturar antes de começar a pagar.
O valor disponível varia conforme o seu perfil: pequeno, médio ou grande produtor, com cada categoria tendo acesso a linhas específicas, com limites, prazos e taxas de juros definidos.
Realização de obras de infraestrutura (armazéns, por exemplo).
Como solicitar o crédito rural?
A solicitação do crédito rural é por meio de um agente financeiro, que pode ser público ou privado, cooperativas de crédito e agfintechs.
Se você é pequeno produtor, deve ir primeiro a uma instituição credenciada pelo Governo Federal para emitir a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf), e depois ao banco.
Documentos necessários para solicitação do crédito rural
A liberação do crédito também exige algumas garantias por parte dos bancos. São exemplos o penhor agrícola, alienação fiduciária, hipoteca e aval.
Mudanças nas normas do MCR
Em 1º de abril de 2025, o Banco Central do Brasil publicou a Atualização MCR nº 741, que consolida as normas do Manual de Crédito Rural (MCR) em 779 atos normativos, reduzindo o número de 1.692 comandos anteriores.
Além disso, 376 normas foram revogadas, simplificando o arcabouço regulatório. Essa iniciativa faz parte de uma política do governo federal para racionalizar e simplificar a regulação infralegal.
Com a consolidação e revogação de normas em desuso, o MCR agora organiza as diretrizes em cinco grandes macrotemas:
Princípios, Conceitos Básicos e Operações Aplicáveis ao Crédito Rural Resolução CMN nº 4.883, de 23 de dezembro de 2020
Regras dos Financiamentos do Pronaf, Pronamp, Funcafé e Programas com Recursos do BNDES Resolução nº 4.889, de 26 de fevereiro de 2021
Linhas para Atendimento de Finalidades Especiais da Política Agrícola Resolução CMN nº 4.900, de 25 de março de 2021
Taxas de Juros e Limites de Crédito do Crédito Rural, Exigibilidades do Crédito Rural e Condições Específicas Aplicáveis às Operações Financiadas com Recursos dos Direcionamentos dos Depósitos à Vista, da Poupança Rural e das Letras de Crédito do Agronegócio Resoluções CMN nº 4.899 e nº 4.901, ambas de 25 de março de 2021
Regras Referentes ao Proagro Resolução CMN nº 4.902, de 25 de março de 2021
Essas atualizações foram feitas proporcionar maior clareza e eficiência na concessão de crédito rural, facilitando o acesso dos produtores às linhas de financiamento disponíveis.
Segundo o Banco Central, a ação faz parte de uma política que vale para toda a Administração Pública.