Rateio de custos automático: Como aplicar na fazenda? 

O rateio de custos automático na fazenda ajuda na gestão financeira mais eficiente, contribuindo para a clareza do controle de custos gerais, como combustível, manutenção, energia e mão de obra. 

Tudo isso dá um entendimento maior sobre quais áreas estão gerando lucro, quais estão consumindo mais recursos e onde conseguir produtos com melhor custo benefício.

Com a ajuda da tecnologia, esse processo pode ser automatizado, evitando erros manuais e economizando tempo. 

Hoje em dia, alguns sistemas calculam a divisão dos custos com base em critérios como área utilizada ou insumos aplicados, garantindo uma alocação precisa.

Além de melhorar o controle financeiro, o rateio automático também facilita o cumprimento de obrigações fiscais, como o Funrural, ao gerar relatórios detalhados para a declaração correta dos impostos. 

O que é o rateio de custos automático?

O rateio de custos automático é uma função que permite distribuir automaticamente os custos de produção entre diferentes áreas, safras e patrimônios. 

Essa funcionalidade facilita o lançamento de despesas, garantindo que os custos sejam alocados corretamente, sem a necessidade de intervenções manuais complexas. 

A ferramenta também oferece opções de personalização, como a distribuição de custos por porcentagem, e a possibilidade de selecionar a apropriação de custos por máquinas e estoques, otimizando a gestão financeira e de recursos nas propriedades rurais.

Essa automação não só economiza tempo, mas também melhora o controle financeiro, contribuindo para uma gestão mais transparente e otimizada.

Como usar rateio de custos automático na fazenda?

O rateio de custos automático na fazenda, junto de processos como o balanço patrimonial, pode ser usado como uma estratégia de controle financeiro, já que aumenta a precisão dos cálculos e demonstra como está a rentabilidade da propriedade. 

Outro ponto positivo é que facilita a análise individual de cada atividade, e ainda colabora para outros pontos, como:

  1. Distribuição precisa de custos: Aloca automaticamente as despesas entre as atividades ou áreas da fazenda, como produção, manutenção e outras operações.
  2. Redução de erros: Automatiza os cálculos, eliminando falhas comuns na alocação manual.
  3. Controle financeiro aprimorado: Oferece uma visão detalhada sobre quais áreas geram mais lucro e onde estão concentrados os custos.
  4. Eficiência no planejamento: Simplifica o planejamento e a previsão de custos para safras futuras.
  5. Maior precisão: Garante informações confiáveis ao eliminar erros manuais nos cálculos.
  6. Economia de tempo: Automatiza tarefas repetitivas, permitindo que você se concentre em decisões estratégicas.
  7. Decisões mais assertivas: Identifica gargalos e oportunidades de melhoria, ajudando na gestão eficiente da propriedade.
  8. Clareza na rentabilidade: Facilita a análise comparativa entre atividades, destacando as mais lucrativas.
  9. Conformidade contábil e fiscal: Auxilia no cumprimento das obrigações legais e fiscais de forma prática.

O rateio automático pode ser feito por um software de gestão de fazendas, que cadastra as atividades, distribui os custos e integra os dados financeiros. 

Exemplo: Se você aplica 1.000 litros de defensivo em uma área de 100 hectares, o custo será rateado proporcionalmente para cada talhão ou cultura.

Com isso você  diminui falhas comuns em cálculos feitos em planilhas e se libera para focar em outras atividades na fazenda. 

Rateio Avançado | Mais facilidade na gestão financeira da sua fazenda

Vantagens de usar o rateio de custos automático 

Gerir os custos de uma fazenda nunca foi uma tarefa fácil, principalmente para quem lida com diversas atividades e áreas produtivas ao mesmo tempo. 

O rateio de custos é uma solução que simplifica essa gestão, trazendo mais precisão e economia de tempo. Confira mais algumas vantagens:

1. Facilidade no controle financeiro

Com o rateio automático, você não precisa gastar horas calculando manualmente os custos de cada atividade ou lavoura

O processo é feito de forma prática e sem complicações, a partir do cadastro das informações da propriedade, eliminando o uso excessivo de planilhas e reduzindo erros nos cálculos.

2. Maior clareza sobre os custos reais

Saber exatamente quanto custa cada talhão ou cultura faz toda a diferença para tomar decisões estratégicas. 

Com a automatização, os custos são distribuídos proporcionalmente, garantindo que você tenha uma visão realista da rentabilidade de cada atividade.

3. Redução de erros e retrabalho

Erros em planilhas ou na distribuição manual de custos podem causar grandes prejuízos. Ao automatizar o rateio, você elimina essas falhas e pode confiar nos resultados, tendo mais segurança na sua gestão financeira.

4. Otimização do tempo

Processos financeiros podem tomar um bom tempo da rotina, especialmente se forem feitos à mão. 

Ao optar por automatizar o rateio, você pode dedicar mais tempo ao planejamento estratégico ou à gestão operacional, por exemplo, em vez de se preocupar com cálculos complicados.

5. Integração com todas as operações

Ao usar um sistema de controle financeiro para fazendas, o rateio de custos automático se conecta às suas operações, como controle de insumos, maquinário e mão de obra. 

Isso permite uma gestão centralizada, onde tudo está interligado e atualizado em tempo real. Com dados claros e confiáveis, você pode decidir com mais confiança onde investir, quais culturas são mais lucrativas e como reduzir despesas sem comprometer a produtividade.

O rateio de custos automático não é apenas uma ferramenta financeira, mas um aliado para facilitar a gestão da sua fazenda, ajudando você a superar as dificuldades do dia a dia e a focar no que realmente importa: produzir mais e melhor.

3 plataformas de rateio de custos automático 

A complexidade da gestão de custos na agricultura exige soluções eficientes. Plataformas de controle financeiro de fazendas surgem como aliadas, automatizando o rateio de custos e simplificando a tarefa. 

Para ajudar você a escolher a melhor ferramenta, separamos abaixo algumas das opções encontradas no mercado. Confira a seguir: 

1. Ag Leader

A Ag Leader permite uma análise detalhada dos dados agrícolas, facilitando a distribuição precisa dos custos entre diferentes atividades e culturas.

Com recursos como processamento em lote, mapeamento e análises em NDVI, é possível controlar os custos operacionais claramente, otimizando a rentabilidade da fazenda.

Os sistemas integrados, como orientadores de máquinas e colheitadeiras, proporcionam maior eficiência operacional e um controle mais preciso das operações agrícolas. 

2. AgFiniti

Oferece análise e gerenciamento de dados agrícolas, como  mapeamento, relatórios e análise de informações permitindo detalhados sobre as operações. 

Esses recursos ajudam na distribuição e alocação de custos entre diferentes atividades e culturas, fornecendo dados para embasar decisões financeiras.

O sistema é um pouco complexo, mas oferece um bom resultado e pontos de melhoria financeira para as propriedades rurais. 

3. Aegro 

O Rateio Avançado do Aegro facilita a alocação precisa de custos, permitindo dividir cada nota fiscal entre múltiplos itens sem duplicar registros, reduzindo o retrabalho, melhorando o controle financeiro e otimizando seu tempo. 

A ferramenta também possibilita distribuir custos de máquinas, áreas e safras em um único lançamento, de acordo com as necessidades específicas.

Além disso, a plataforma está trazendo melhorias como a gestão de despesas para múltiplas máquinas, simplificando o lançamento de custos de serviços e peças. 

A nova forma de aprovação permite incluir várias máquinas e estoques distintos, agilizando a análise financeira e ainda inclui outros benefícios, como:

  • Integração completa entre gestão de finanças, estoque e operações agrícolas, proporcionando uma visão holística da fazenda.
  • Relatórios financeiros detalhados que ajudam a acompanhar a rentabilidade e tomar decisões mais assertivas.
  • Automação de processos financeiros e de controle de custos, economizando tempo e aumentando a precisão das informações.
  • Facilidade de uso com uma interface intuitiva, tornando a gestão financeira acessível mesmo para quem não tem experiência em tecnologia.

As plataformas oferecem soluções personalizadas para a gestão de custos da sua propriedade, características únicas para atender às necessidades específicas de diferentes produtores. 

Independentemente da escolha, recomendamos optar pela plataforma que melhor se adapta às necessidades da sua fazenda e que ofereça a melhor usabilidade para o seu dia a dia.

Funrural: o que é, como funciona e as alíquotas

Funrural: confira as principais questões sobre o tema, as novidades, as alíquotas e os prazos

Funrural é a sigla para Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural. Trata-se de um fundo rural destinado à contribuição social, com recolhimento obrigatório para que o empregado rural possa se aposentar.

Ficar sempre em dia com as obrigações fiscais é muito importante, porque os tributos costumam sofrer alterações com o tempo.

Então, para te manter por dentro do Funrural, veja algumas das respostas para as principais dúvidas que envolvem o tema. Aproveite!

O que é o Funrural?

O Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural) é uma contribuição previdenciária que financia a seguridade social dos trabalhadores rurais. Dessa forma, ele é uma contribuição recolhida para o INSS, RAT (Risco Ambiental do Trabalho) e Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

A contribuição funciona como uma espécie de INSS para a categoria e é cobrado sobre a receita bruta da comercialização da produção rural ou sobre a folha de pagamento.

Ou seja, quando um produtor rural vende sua produção, uma parte do valor arrecadado deve ser destinada ao Funrural. Esse recolhimento garante benefícios previdenciários aos trabalhadores do setor, como aposentadoria e auxílio-doença.

A obrigatoriedade do Funrural se aplica tanto a produtores rurais pessoa física quanto a pessoa jurídica. No entanto, a forma de recolhimento pode variar.

Fique por dentro:

Quem deve pagar o Funrural?

A responsabilidade pelo recolhimento do Funrural depende da categoria do contribuinte:

  • Produtor rural pessoa física: A responsabilidade é do próprio produtor, seja ele com ou sem empregados. Se houver empregados, o produtor também deve recolher o INSS patronal sobre a folha de pagamento.
  • Produtor rural pessoa jurídica: A responsabilidade é da empresa, que deve recolher o Funrural sobre a receita bruta de comercialização, além do INSS patronal sobre a folha de pagamento de seus empregados.
  • Adquirentes de produção rural (como frigoríficos, laticínios e cooperativas): Quando a comercialização for realizada por esses adquirentes, eles são responsáveis por reter e recolher a contribuição do Funrural, conforme o percentual aplicado à receita bruta da produção adquirida.

Dentro disso, o recolhimento ainda pode ser feito de duas formas, sendo elas:

  • Sobre a folha de pagamento – opção disponível para produtores pessoa jurídica que preferem calcular a contribuição com base nos salários pagos aos funcionários.
  • Sobre a receita bruta da comercialização da produção rural – o valor é descontado diretamente no momento da venda do produto.

Qual é a alíquota do Funrural em 2025?

As alíquotas do Funrural variam conforme o tipo de produtor rural e a base de cálculo escolhida. A última atualização da legislação estabeleceu os seguintes percentuais:

  • Produtor Rural Pessoa Física
    • 1,2% sobre a receita bruta da comercialização
    • 0,1% para o RAT (Risco Ambiental do Trabalho)
    • 0,2% para o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural)
    • Total: 1,5% sobre a receita bruta
  • Produtor Rural Pessoa Jurídica
    • 2,5% sobre a receita bruta da comercialização
    • 0,1% para o RAT
    • 0,2% para o Senar
    • Total: 2,8% sobre a receita bruta

Caso o produtor rural opte por recolher sobre a folha de pagamento, a alíquota será de 20% sobre os salários pagos aos funcionários.

É fundamental verificar as alíquotas vigentes, pois podem sofrer atualizações anuais conforme determinações da Receita Federal.

Como funciona o Funrural?

O recolhimento do Funrural varia de acordo com quem realiza a operação de venda ou compra.

Quando um produtor rural pessoa física vende sua produção para uma empresa (pessoa jurídica), como cooperativas, agroindústrias ou grandes redes varejistas, a responsabilidade pelo recolhimento do tributo é da empresa compradora.

Nesse caso, o valor do Funrural é retido na fonte e repassado diretamente ao governo pelo adquirente da mercadoria. 

Já quando um produtor rural pessoa jurídica comercializa sua produção, seja para outra empresa ou para consumidores finais, ele mesmo é o responsável pelo recolhimento e pelo pagamento do tributo.

Nesse cenário, o produtor deve calcular o valor devido, emitir a guia de pagamento e garantir que o recolhimento ocorra dentro do prazo estipulado pela Receita Federal.

O pagamento do Funrural deve ser realizado por meio da Guia da Previdência Social (GPS), que pode ser gerada no site da Receita Federal.

Além disso, é essencial que a contribuição seja devidamente informada na GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social), garantindo que os valores pagos sejam registrados corretamente no sistema previdenciário.

Para manter a regularidade fiscal da fazenda e evitar problemas futuros, é fundamental que o produtor esteja atento às datas de vencimento e ao correto preenchimento das guias.

A ausência de pagamento ou erros no recolhimento podem resultar em multas, restrições financeiras e até dificuldades para acessar financiamentos rurais e benefícios governamentais.

Contar com um sistema de gestão financeira e um acompanhamento contábil especializado pode facilitar esse processo, garantindo que todas as obrigações sejam cumpridas sem atrasos ou inconsistências.

É importante que você saiba o que é empregado rural, produtor rural pessoa física e produtor rural pessoa jurídica para entender como irá recolher o imposto:

  • Produtor Rural Pessoa Jurídica: empresa rural;
  • Empregado Rural: aquele que trabalha para um produtor rural; 
  • Produtor Rural Pessoa Física: é a pessoa física da área rural que produz e comercializa produtos.

O que acontece se o Produtor Rural não recolher o Funrural?

Não pagar o Funrural corretamente pode trazer diversos problemas para o produtor rural. O primeiro impacto é o risco de multas e juros, já que o não recolhimento é considerado inadimplência com a Receita Federal.

Outro problema grave é a impossibilidade de emitir a Certidão Negativa de Débitos (CND), documento essencial para acessar financiamentos agrícolas, participar de programas de incentivos e formalizar negócios com grandes compradores.

Além disso, a falta de pagamento pode resultar em dívidas ativas e até processos judiciais, caso a Receita Federal cobre os valores retroativos com penalidades adicionais.

Para evitar problemas, é fundamental manter o recolhimento do Funrural em dia e acompanhar possíveis mudanças na legislação.

Mudanças e atualizações na legislação do Funrural

A legislação do Funrural já passou por várias mudanças ao longo dos anos. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a declarar a cobrança inconstitucional, o que gerou incertezas no setor.

No entanto, em 2017, o STF voltou atrás e considerou a contribuição obrigatória novamente. Desde então, os produtores rurais devem seguir as regras vigentes, recolhendo a contribuição conforme as alíquotas estabelecidas.

É essencial que o produtor rural acompanhe as atualizações fiscais e consulte um contador para garantir que está cumprindo todas as obrigações corretamente.

Principais dúvidas sobre o Funrural

O Funrural é um dos tributos mais importantes para o setor rural, mas ainda gera diversas dúvidas, especialmente depois das mudanças da Lei nº 13.606/2018. Para resolver tudo isso, separamos algumas dúvidas frequentes sobre a obrigação. Confira:

1. Quem precisa recolher o Funrural?

O recolhimento do Funrural depende da categoria que você se encaixa como produtor rural. As principais situações são:

  • Produtor rural pessoa física sem empregados: Não é obrigado a recolher o Funrural, a não ser que sua receita bruta anual ultrapasse R$ 4,8 milhões.
  • Produtor rural pessoa física com empregados: Tem a obrigação de recolher o Funrural tanto sobre a receita bruta da comercialização de sua produção quanto sobre a folha de pagamento de seus empregados.
  • Produtor rural pessoa jurídica com empregados: Deve recolher o Funrural sobre a receita bruta da comercialização da produção e sobre a folha de pagamento dos empregados.

2. Quais produtos são isentos do Funrural em 2025?

A isenção do Funrural se aplica a alguns produtos e situações específicas. Em 2025, os seguintes produtos estão isentos do pagamento:

  • Produtos da agricultura familiar: Pequenos produtores rurais, desde que a receita bruta anual não ultrapasse R$ 4,8 milhões, incluindo como grãos, hortaliças e frutas produzidas em pequena escala.
  • Leite de vaca: Para produtores que sejam pessoa física e sem empregados ou que a produção seja voltada para consumo interno e de pequeno porte.
  • Produtos de pequena produção: Pescadores e agricultores familiares com receita bruta inferior a R$ 4,8 milhões por ano também podem ser isentos, com base em sua receita anual.
  • Produtos agrícolas destinados à alimentação: Em casos em que os alimentos sejam produzidos em pequena escala e o produtor atenda às exigências da legislação vigente.

A isenção do Funral dependente da natureza do produto, da atividade do produtor e do volume de receita anual.

Vale ressaltar que os pequenos produtores devem comprovar sua condição perante a Receita Federal para obter a isenção.

3. Quais as formas de pagamento para recolher o Funrural?

O recolhimento do Funrural pode ser feito de duas formas: sobre o faturamento da produção ou sobre a folha de pagamento.

  • Sobre o faturamento da produção:
    • Produtor rural pessoa física deve pagar 1,2% do Funrural, 0,1% do RAT e 0,2% do Senar. Ou seja, a alíquota total é de 1,5%.
    • Produtor rural pessoa jurídica deve pagar 1,7% do Funrural, 0,1% do RAT e 0,25% do Senar. A alíquota total é de 2,8%.
  • Sobre a folha de pagamento:
    • A alíquota é de 20% para o INSS patronal (Funrural) e 3% para o RAT. O total da alíquota é de 23%, além das alíquotas de terceiros (como o SENAR, que permanece em 0,2% sobre a receita bruta da produção).

O Senar incide apenas sobre a receita bruta da comercialização da produção. O produtor rural, seja pessoa física ou pessoa jurídica, pode escolher entre o recolhimento sobre a comercialização da produção ou sobre a folha de pagamento.

A escolha deve ser feita até 31 de janeiro de cada ano e será válida para todo o ano, não podendo ser alterada até o ano seguinte.

4. Funrural e aposentadoria

O pagamento do Funrural não garante ao produtor rural a aposentadoria. Para receber o benefício, quem produz deve contribuir também com o INSS.

Ou seja, é preciso contribuir para o INSS individualmente para adquirir o direito de se aposentar.  O Funrural é uma contribuição para a previdência como um todo.

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5. O Funrural é declarado?

O Funrural não é uma declaração, mas uma contribuição recolhida para o INSS (previdência), RAT (seguro de acidente de trabalho) e Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

Essa contribuição deve ser declarada por meio da GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social), ou seja, da Sefip/GFIP (Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social).

6. Existem multas para quem não paga o Funrural?

Sim, as multas do Funrural existem e variam de 75% a 225% do tributo devido. De acordo com a Receita Federal, a dívida acumulada dessa contribuição está em torno de R$ 11 bilhões.

A renegociação das dívidas do Funrural pode ser feita por meio do PRR (Programa de Regularização Tributária Rural), criado para possibilitar o parcelamento de débitos tributários de produtores rurais e adquirentes de produção rural (como frigoríficos, laticínios e cooperativas). Podem participar do PRR:

  • Produtores rurais pessoa física;
  • Adquirentes de produção rural, como frigoríficos, laticínios e cooperativas.

Como garantia, débitos iguais ou superiores a R$ 15 milhões exigem a carta de fiança ou o seguro garantia judicial.

No guia GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social), é possível encontrar as orientações detalhadas para cada situação, incluindo a possibilidade de utilizar o depósito judicial como forma de quitação dos débitos.

7. Qual o prazo de escolha do Funrural em 2025?

A escolha do regime de recolhimento do Funrural para 2025 deve ser feita até 31 de janeiro de 2025.

A contribuição vai ser vinculada ao mês de janeiro, sendo que, se o produtor optar por pagar o boleto relacionado à folha de salários, vai estar automaticamente desvinculado do Funrural sobre a receita e pagará com base na folha de pagamento.

Se o pagamento da contribuição de janeiro não for feito, o produtor será automaticamente incluído no regime do Funrural sobre a produção e precisará pagar o percentual sobre a receita bruta de comercialização durante o ano. Esse valor será retido pela empresa que compra o produto.

Lembre-se de que essa escolha será válida para todo o ano de 2025 e só poderá ser alterada no ano seguinte.

Para mais detalhes sobre o tema, consulte a Lei nº 13.606, de 9 de janeiro de 2018 e a Instrução Normativa RFB nº 1.867, de 25 de janeiro de 2019.

Planilha de cálculo do funrural ao fundo uma foto com uma mão segurando moedas

Como softwares de gestão rural podem ajudar gerenciar obrigações fiscais?

Hoje em dias existem softwares de gestão financeira do agronegócio que facilitam o gerenciamento de obrigações fiscais no agronegócio.

Essas plataformas permitem centralizar todas as informações financeiras, planejar safras, monitorar a produtividade e, claro, controlar contribuições fiscais, como o Funrural.

Com o uso de tecnologia, é possível ter uma visão mais clara das finanças da sua propriedade, garantindo que você cumpra todas as suas obrigações sem surpresas.

Se você está buscando uma solução completa para a gestão da sua fazenda, vale a pena explorar as opções disponíveis e como elas podem otimizar o seu dia a dia.

Como restituir seguro da colheita perdida em desastres ambientais?

O seguro de colheita pode ser o melhor aliado para reduzir o impacto dos desastres naturais na sua fazenda

As atividades humanas estão alterando a atmosfera e causando mudanças climáticas no planeta. Essas mudanças podem, em um futuro próximo, provocar modificações no cenário agrícola brasileiro.

A agricultura é uma atividade altamente dependente de fatores climáticos, por isso a mudança no clima pode afetar a produção agrícola de várias formas: mudança na severidade de eventos extremos, no número de ondas de calor, modificação na ocorrência e na severidade de pragas e doenças.

Nos últimos anos, o Brasil tem sofrido intensamente com eventos climáticos extremos representados por fortes chuvas e calor intenso que deixam um rastro de destruição em diversos pontos do país.

O seguro da colheita pode ser o melhor aliado do agricultor para que ele não perca sua safra por conta de eventos climáticos e de outros perigos, garantindo a continuidade e o desenvolvimento sustentável da produção.

O que é o seguro de colheita?

O seguro da colheita protege contra prejuízos financeiros devido a adversidades climáticas. Ele garante segurança financeira para o produtor rural, mantendo a estabilidade mesmo diante de eventos climáticos inesperados.

A contratação é flexível e adaptável às necessidades de cada produtor. Planos personalizados levam em conta o tipo de cultura, área cultivada e riscos regionais. Isso torna o seguro efetivamente útil para cada agricultor.

Para quem é o seguro de colheita

O seguro de colheita atende diretamente os agricultores, produtores rurais e fazendeiros, independentemente do porte – pequeno, médio ou grande. Ele é ideal para quem tem como principal atividade a plantação e busca segurança contra imprevistos climáticos.

Adicionalmente, este seguro é adaptável a diferentes culturas e regiões. Isso significa que existe uma cobertura adequada para cada tipo de cultivo ou localização da fazenda. Ou seja, ele é projetado para atender às necessidades específicas de cada produtor, garantindo que a cobertura seja a mais eficiente possível.

Quais as coberturas do seguro de colheita

O seguro proporciona uma ampla variedade de coberturas, essenciais para proteger os agricultores contra as adversidades climáticas.

  • Incêndio e raio;
  • Tromba d’água;
  • Ventos fortes e ventos frios;
  • Geada;
  • Granizo;
  • Seca;
  • Chuvas excessivas.

O que o seguro não cobre

O seguro de colheita oferece uma ampla proteção, mas há situações que não estão cobertas, como:

  • Danos intencionais;
  • Má gestão agrícola;
  • Doenças e pragas;
  • Poluição e contaminação;
  • Conflitos e atos de guerra.

Como acionar o seguro em caso de sinistro

Ao enfrentar um sinistro coberto pelo seguro de colheita é crucial agir de forma rápida e organizada para assegurar a compensação adequada.

Seguir corretamente o processo faclita o processo de indenização, além de garantir que você receba o suporte necessário para recuperar-se das perdas.

  • Notificação imediata do sinistro: assim que identificar um sinistro, o primeiro passo é notificar a seguradora;
  • Documentação do sinistro: proceda com a coleta de todas as evidências relacionadas ao sinistro.;
  • Avaliação da seguradora: a seguradora, por sua vez, irá designar um perito ou uma equipe para avaliar os danos no local;
  • Processamento da indenização: com base na avaliação dos danos e na apólice contratada, a seguradora determina o valor da indenização;
  • Recebimento da indenização: uma vez aprovada, a indenização será procesada conforme os termos da apólice;
  • Reinício das atividades: com a indenizaão recebida, você poderá dar início às atividades de recuperação e planejamento para a próxima safra.

Conclusão

A contratação de um seguro de colheita é uma salvaguarda para os agricultores contra os desastres ambientais, como visto no Rio Grande do Sul em 2024.

Esse tipo de seguro oferece uma certa tranquilidade para que os agricultores possam planejar suas safras, investir em inovaçã e tecnologia e trabalhar para aumentar a produtividade, sem o temor constante de perdas devastadoras.

Guia: Análise de Balanço Patrimonial em Fazendas

Para o sucesso de qualquer fazenda, o acompanhamento da saúde financeira é o centro de toda a operação. E um dos melhores instrumentos para isso é o balanço patrimonial, que oferece uma visão clara do patrimônio da propriedade em determinado período. 

Saber analisar essa ferramenta pode ajudar a identificar oportunidades de crescimento, corrigir gargalos e tomar decisões estratégicas.

Neste artigo, vamos explicar melhor o que é um balanço patrimonial, trazer exemplos e dicas para aplicar essa análise na sua propriedade rural. Confira abaixo!

O que é balanço patrimonial?

O balanço patrimonial é um relatório contábil que apresenta os ativos, passivos e o patrimônio líquido de um negócio em uma data específica.

Basicamente, funciona como uma fotografia contábil do negócio, neste caso, da propriedade rural, que vai dividido e detalhado em: 

  1. Ativos: Tudo que a fazenda tem e que gera valor, como máquinas, terrenos, estoque de insumos e contas a receber.
  2. Passivos: Valores que a fazenda deve, como financiamentos, dívidas com fornecedores e impostos a pagar.
  3. Patrimônio líquido: Representa o que sobra quando subtraímos os passivos dos ativos. É, basicamente, o valor que pertence de fato ao proprietário.

Exemplo de balanço patrimonial: Se sua fazenda tem R$ 500 mil em ativos e R$ 200 mil em passivos, o patrimônio líquido será de R$ 300 mil. Esse número é o reflexo da riqueza acumulada pela propriedade.

Por que o balanço patrimonial é importante para uma propriedade rural?

Porque o balanço patrimonial permite avaliar o desempenho financeiro da fazenda, ajudando a entender o que a propriedade possui (ativos) e o que deve (passivos), além de mostrar o patrimônio líquido, ou seja, o valor efetivamente pertencente ao proprietário.

Além disso, facilita o planejamento financeiro, permitindo o ajuste do fluxo de caixa e a análise de crescimento sustentável, contribuindo para: 

  • Avaliar a saúde financeira: Um balanço equilibrado, onde os ativos superam os passivos, indica estabilidade. Já um balanço negativo pode sinalizar a necessidade de ajustes urgentes.
  • Facilitar financiamentos: Instituições financeiras analisam o balanço patrimonial para liberar crédito. Um relatório organizado e positivo aumenta as chances de aprovação.
  • Tomar decisões estratégicas: Com um balanço detalhado, você sabe exatamente onde investir, como cortar custos ou renegociar dívidas.
  • Atender obrigações legais: Para propriedades maiores, a legislação pode exigir o envio de balanços contábeis, especialmente em processos tributários como o Imposto de Renda.
Divulgação do kit de gestão financeira da fazenda. na lateral direita, uma foto com cédulas de real, calculadora e caneta

Como fazer a análise do balanço patrimonial da fazenda?

Para fazer a análise do balanço patrimonial da fazenda é necessário reunir alguns dados sobre bens fixos, como estoques, contas a receber e dívidas. 

Com tudo isso em mãos, é preciso fazer o cálculo de indicadores, como liquidez corrente, liquidez geral e grau de endividamento. Confira o passo passo completo abaixo:  

1. Classifique os ativos e passivos

Os ativos podem ser divididos em circulantes (recursos de curto prazo, como dinheiro em caixa e estoques) e não circulantes (bens de longo prazo, como terras e máquinas). 

Já os passivos seguem a mesma lógica, sendo separados em circulantes (dívidas de curto prazo) e não circulantes (financiamentos de longo prazo).

Exemplo: Um trator financiado com parcelas mensais seria um passivo circulante; o saldo final da dívida a ser quitada em 5 anos, um passivo não circulante.

2. Avalie o patrimônio líquido

O patrimônio líquido deve ser positivo e preferencialmente crescente ao longo do tempo. Se o valor está diminuindo, isso pode indicar que as dívidas estão crescendo mais rápido que os ativos, o que é um alerta para problemas financeiros.

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3. Calcule índices financeiros

Alguns indicadores ajudam vão ajudar você interpretar melhor o balanço, indicando o que deve ser corrigido e o que pode seguir da mesma maneira. Aqui estão os mais importantes:

  • Índice de liquidez corrente: Mostra se a fazenda tem recursos suficientes para pagar dívidas de curto prazo. Um índice maior que 1 é ideal. A fórmula é: 

Liquidez corrente = Ativos circulantes / Passivos circulantes

  • Índice de endividamento: Indica o quanto da fazenda é financiado por terceiros. Quanto menor o percentual, melhor.

Endividamento = Passivos totais / Ativos totais x 100

  • Rentabilidade do patrimônio líquido (ROE): Mede o retorno obtido sobre o patrimônio da fazenda. Um ROE crescente é sinal de eficiência.

ROE = Lucro líquido / Patrimônio líquido x 100

3. Análise tendências

Compare os balanços patrimoniais de períodos anteriores para identificar padrões. Um crescimento nos ativos pode indicar expansão da fazenda, enquanto um aumento nos passivos pode ser um sinal de alerta para renegociar dívidas.

Planilha de controle de endividamento rural

O que deve ser analisado em um balanço patrimonial de uma fazenda?

  • Terras e benfeitorias: Representam um dos maiores ativos de uma fazenda. Avalie o quanto esse patrimônio agrega valor ao negócio.
  • Estoque de insumos: Um estoque mal gerido pode significar capital parado. Verifique se os níveis de estoque são compatíveis com a necessidade da produção.
  • Dívidas com fornecedores e bancos: Dívidas de curto prazo podem prejudicar o fluxo de caixa se não forem bem planejadas.
  • Maquinário agrícola: Máquinas depreciadas podem perder valor rapidamente, afetando o balanço a longo prazo.

Como montar um balanço patrimonial eficiente para uma fazenda?

Montar um balanço patrimonial eficiente para uma fazenda exige organização, atenção aos detalhes e o uso de ferramentas adequadas. 

O maior segredo para a atividade é ter organização, conhecimento das finanças do negócio e uso de boas práticas contábeis. 

Esse documento vai ser o norteador da saúde financeira da propriedade e embasar decisões estratégicas. Veja o passo a passo para criar um balanço patrimonial eficiente:

1. Organize as informações financeiras

Registre todas as transações antes de montar o balanço. Essa organização vai ser essencial para que todas as entradas e saídas financeiras estejam devidamente registradas.

Utilize ferramentas ou softwares de gestão rural, como o Aegro, para facilitar esse processo, além de dividir os itens em ativos, passivos e patrimônio líquido.

2. Estruture o balanço patrimonial

O balanço patrimonial é organizado em duas partes principais, sendo elas:

  • Ativo: O que a fazenda possui. Deve ser dividido em:
    • Ativo circulante: Bens e direitos que podem ser transformados em dinheiro no curto prazo, como contas a receber, estoques de insumos e o caixa.
    • Ativo não circulante: Bens e direitos de longo prazo, como máquinas, veículos, terras, plantações permanentes e investimentos.
  • Passivo: As obrigações da fazenda. Deve ser dividido em:
    • Passivo circulante: Dívidas e obrigações com vencimento em até 12 meses, como financiamentos de curto prazo, dívidas com fornecedores e impostos a pagar.
    • Passivo não circulante: Obrigações de longo prazo, como financiamentos rurais e empréstimos bancários com prazos superiores a um ano.
    • Patrimônio líquido: Representa o valor que realmente pertence ao proprietário da fazenda, calculado pela diferença entre os ativos e os passivos. Inclui capital próprio investido, reservas de lucro e ajustes de avaliações patrimoniais.

3. Realize a avaliação dos bens

Atualize o valor dos ativos fixos, garantindo que bens como máquinas e terras estejam registrados com valores atualizados conforme o mercado ou considerando a depreciação acumulada.

Além disso, inclua no balanço o valor dos estoques, como grãos, insumos, sementes ou qualquer outro item armazenado com valor econômico, assegurando que esses dados reflitam de forma precisa a realidade financeira da fazenda.

Planilha para controle de estoque da fazenda

4. Use fórmulas contábeis para equilíbrio

Certifique-se de que o balanço está equilibrado, utilizando a fórmula básica:

Ativos = Passivos + Patrimônio Líquido 

5. Revise e atualize periodicamente

Um balanço patrimonial eficiente deve ser revisado e atualizado em períodos regulares, como no final de cada safra ou exercício contábil. Isso garante que as informações estejam sempre alinhadas à realidade financeira da fazenda.

6. Consulte um contador especializado

Embora o balanço possa ser estruturado internamente, contar com a ajuda de um contador especializado no agronegócio pode trazer mais segurança e precisão ao processo, além de garantir conformidade com as exigências legais e tributárias.

7. Utilize ferramentas de apoio

Para garantir precisão, utilize um software de gestão financeira rural que permita organizar os dados de forma prática e segura. Ferramentas específicas para o agronegócio, como o Aegro, ajudam a registrar e calcular automaticamente informações do balanço.

E o melhor: todos os registros ficam documentados e podem ser compartilhados com o seu contador. Veja mais detalhes de como o Aegro pode ajudar a sua propriedade rural a ter uma saúde financeira ainda melhor. Clique no vídeo e saiba mais!

Módulo II - Aba financeiro

Agenda Tributária: Datas e impostos para ficar de olho

Com a chegada do final do ano, uma preocupação sempre volta à tona para o produtor rural: estar com a agenda tributária em dia para evitar dores de cabeça.

Impostos federais, estaduais e outras obrigações fiscais têm prazos específicos e cumprir cada um deles é essencial para evitar multas e garantir que sua propriedade esteja sempre regularizada.

Neste artigo, reunimos os principais tributos que você precisa pagar tanto neste final de 2024 quanto ao longo de 2025.

Principais Impostos a Serem Pagos no Final do Ano

Para facilitar o seu controle financeiro, vamos listar aqui os impostos que precisam de atenção agora no final de 2024. 

Estar em dia com esses pagamentos é segredo para evitar qualquer problema com o fisco. Veja os principais datas para marcar na agenda tributária:

  • INSS Rural (Contribuição Previdenciária): O INSS do produtor rural é obrigatório e precisa ser pago mensalmente, mas é sempre importante fazer um balanço ao final do ano para confirmar que não há pendências.
  • Imposto Territorial Rural (ITR): Para quem ainda não quitou o ITR de 2024, essa é a hora. Esse imposto é calculado com base no tamanho e no uso da propriedade. O não pagamento do ITR pode gerar multas e impedimentos no registro da propriedade, então, atenção!
  • PIS e COFINS: Essas são contribuições federais aplicáveis sobre a receita bruta da comercialização rural. Para quem faz o recolhimento mensal, o ideal é fazer uma última revisão anual em dezembro para ter certeza de que está tudo em ordem.

Esses impostos impactam diretamente no funcionamento do setor, exigindo cuidado para serem pagos corretamente e no prazo

Para simplificar essa gestão, é recomendado utilizar um software de gestão financeira e fiscal, como o Aegro, que registra a transação e gera relatórios que ajudam você a acompanhar suas obrigações fiscais sem erros. Conheça a plataforma: 

Agenda tributária: Impostos Estaduais, ICMS e outros tributos

Além dos tributos federais, os impostos estaduais também devem entrar na sua agenda tributária para não perder nenhum prazo. 

O mais importante deles é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que incide sobre a comercialização de produtos em vários estados. Aqui estão alguns pontos importantes:

  • ICMS: Este imposto é devido ao estado sempre que há venda de mercadorias. Cada estado tem sua própria regulamentação sobre o ICMS, incluindo alíquotas específicas.
  • IPVA Rural: Se você usa veículos na propriedade, é provável que precise pagar o IPVA, que geralmente vence no início do ano. Em alguns estados, existem isenções para veículos que são utilizados exclusivamente na atividade rural.
  • Taxas Ambientais e Licenças: Em algumas regiões, há cobranças anuais ou periódicas relacionadas ao uso de recursos naturais, como taxas de licenciamento ambiental. Essas obrigações variam conforme a localização e a atividade da propriedade.

Como evitar multas e problemas com a Receita Federal?

Evitar multas é uma prioridade para qualquer negócio, e no setor rural não é diferente. Com algumas dicas práticas já é possível garantir que você não terá surpresas desagradáveis. Confira:

1. Acompanhe as Datas no Calendário Tributário: A Receita Federal publica anualmente a agenda tributária com os prazos de todas as obrigações fiscais, que pode ser acompanhado diretamente no site da Receita Federal.

2. Automatize o Controle Fiscal: Se você ainda não utiliza um sistema de controle fiscal, considere investir em um. Ferramentas como o Aegro simplificam o acompanhamento das obrigações fiscais e evitam esquecimentos e atrasos, especialmente quando a rotina na fazenda é corrida.

3. Organize os Documentos: É fundamental manter os comprovantes de pagamento organizados e arquivados, preferencialmente de forma digital. Isso facilita o acesso rápido em caso de fiscalização ou auditoria e evita multas por falta de comprovação de despesas e rendimentos.

planilha - faça o planejamento tributário para diferentes fazendas

Benefícios fiscais e isenções para produtores rurais no final do ano

Uma boa notícia é que há diversos benefícios fiscais para produtores rurais oferecidos pelo governo, que podem incluir isenções e incentivos específicos para o setor. Algumas das principais possibilidades são:

  • Isenção de ICMS: Em muitos estados, produtores rurais têm direito à isenção do ICMS em operações específicas, como a venda de produtos in natura. É importante consultar as regras do seu estado para garantir que você está aproveitando ao máximo esses benefícios.
  • Deduções no Imposto de Renda: Produtores rurais podem deduzir do IRPF despesas relacionadas à produção rural, como insumos, mão de obra e manutenção de equipamentos. Essas deduções podem reduzir consideravelmente o valor do imposto a pagar.
  • Créditos de ICMS: Em algumas situações, é possível obter créditos de ICMS sobre determinados insumos ou produtos. Esse benefício permite ao produtor reduzir o valor do imposto a pagar e melhorar a margem de lucro da fazenda.

Entender e aplicar esses benefícios fiscais pode trazer um fôlego financeiro importante para a propriedade.

Leia também: 

Expectativas para a Tributação em 2025: O que Pode Mudar?

Para 2025, algumas mudanças tributárias estão em discussão, e isso pode impactar diretamente o produtor rural. 

A principal expectativa está na atualização da tabela do Imposto de Renda (IRPF), que pode afetar a forma como as deduções de despesas rurais são aplicadas.

Outra possível mudança diz respeito ao Imposto Territorial Rural (ITR), com ajustes no cálculo com base em novos critérios de uso e produtividade da terra.

Além disso, há um esforço para a simplificação tributária que visa reorganizar a estrutura de tributos no Brasil. Isso inclui propostas que podem interferir diretamente o ICMS e o PIS/COFINS, simplificando ou até alterando as alíquotas desses impostos.

Embora essa reforma ainda esteja em análise, o produtor rural deve se preparar, pois essas mudanças podem ter influência sobre os custos operacionais e a gestão tributária ao longo de 2025.

Redução de Impostos na Fazenda: Estratégias para Diminuir a Carga Tributária

A quantidade de impostos é uma das maiores preocupações do agronegócio brasileiro.

O produtor rural, que já enfrenta desafios relacionados ao clima, logística e volatilidade de preços, também precisa lidar com impostos que impactam diretamente sua lucratividade. 

Neste cenário, entender como aplicar estratégias para a redução de impostos no agronegócio é essencial para manter a competitividade e garantir a sustentabilidade financeira da sua propriedade rural.

Para ajudar nesta questão, preparamos esse conteúdo que responde às perguntas mais comuns sobre o tema e apresenta soluções práticas para diminuir a carga fiscal na fazenda dentro da lei, inclusive aproveitando as mudanças da Reforma Tributária de 2024.

Como fazer a redução de impostos na fazenda?

A redução de impostos na fazenda pode acontecer de diversas formas legais, impactando em um melhor fluxo de caixa da fazenda. 

Uma das formas de fazer isso é a partir da escolha de regime tributário, além do investimento em infraestrutura e amortização. 

Apenas com essas ações muita coisa pode mudar, mas ainda existem outras formas de reduzir os impostos na fazenda, como: 

1. Escolher o Regime Tributário Adequado

A escolha do regime tributário certo é um dos fatores mais importantes para reduzir a carga fiscal. As opções incluem:

  • Simples Nacional: Ideal para pequenos produtores com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, este regime unifica e reduz a carga tributária, simplificando o processo de pagamento.
  • Lucro Presumido: Mais indicado para médios produtores, este regime geralmente resulta em uma base de tributação menor.
  • Lucro Real: Utilizado por grandes propriedades, o Lucro Real permite que o produtor deduza todas as despesas operacionais e financeiras, o que pode ser vantajoso em anos de altos investimentos ou margens apertadas.

2. Aproveitar Créditos Tributários de PIS/COFINS

Se você é um produtor que opera no regime de Lucro Real, pode se beneficiar da compensação de créditos tributários de PIS/COFINS

Isso ocorre quando o produtor compra insumos agrícolas (como fertilizantes e sementes) e gera créditos que podem ser usados para reduzir o valor a ser pago nas contribuições federais.

3. Planejar o ITR e Incentivos ao Uso da Terra

O Imposto Territorial Rural (ITR) pode ser significativamente reduzido se a sua terra for bem utilizada. 

Caso você implemente em suas propriedades, projetos de reflorestamento, preservação ambiental ou caso possua áreas de reserva legal, poderá abater na base de cálculo do imposto. 

Além disso, uma propriedade que investe em tecnologias, como um software de gestão de fazendas, pode aumentar sua produtividade sendo classificada com um grau de utilização mais elevado, o que diminuindo o valor do imposto.

4. Investir em Infraestrutura e Amortização

Melhorias na infraestrutura da fazenda, como a construção de silos, galpões ou sistemas de irrigação, podem ser amortizadas ao longo do tempo.

Este processo reduz a base de cálculo para o IRPJ e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), sendo uma estratégia que permite a recuperação de parte dos valores investidos por meio de deduções fiscais, aliviando a carga tributária no longo prazo.

A redução de impostos na fazenda pode ser simples, desde que você respeite as regras tributárias e conheça os custos de cada parte da propriedade

Para conferir mais dicas sobre redução de imposto, assista o vídeo abaixo, com o especialista Matheus Machado.

Missão Safra 2024 | Transformação digital na gestão tributária e financeira com Matheus Machado

O que é amortização?

Amortização é o processo de pagamento gradual de uma dívida ou investimento ao longo do tempo, em parcelas regulares, que costuma se diferenciar entre: 

  • Amortização de Empréstimos: Se trata do pagamento da dívida principal e dos juros em parcelas, até que a dívida seja totalmente quitada, podendo ter valor de parcelas variável, mas em muitos casos, é fixo.
  • Amortização de Ativos: Alocação do custo de um ativo intangível (como patentes ou software) ao longo de sua vida útil, feito para refletir a depreciação do valor do ativo em um período contábil.

Nos dois casos, a amortização ajuda a distribuir o impacto financeiro ao longo do tempo, facilitando a gestão de fluxo de caixa e proporcionando uma visão mais clara das finanças.

Quais são os 4 principais impostos da tributação do produtor rural?

Os produtores rurais estão sujeitos a diversos tributos que afetam diferentes aspectos da produção e comercialização. Entre os principais estão:

  1. Imposto de Renda (IR): Pode incidir sobre o lucro da atividade rural, tanto para pessoas físicas (IRPF) quanto para jurídicas (IRPJ).
  2. Imposto Territorial Rural (ITR): Este imposto é pago anualmente sobre as propriedades rurais e varia de acordo com o tamanho e grau de utilização da terra.
  3. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): Incide sobre a comercialização de produtos e insumos. Cada estado tem sua própria alíquota, podendo haver benefícios fiscais para determinados produtos agrícolas.
  4. Contribuições para o PIS/COFINS: Tributos federais aplicados sobre o faturamento, com a possibilidade de compensação de créditos para reduzir o impacto.

Quanto custa o imposto de uma fazenda?

O custo do imposto para uma fazenda depende de diversos fatores, como o tamanho da propriedade, o regime tributário adotado, a localização e o tipo de produção. 

Para fazendas menores, pode ser vantajoso optar pelo Simples Nacional, que simplifica a cobrança de impostos e oferece alíquotas reduzidas. 

Agora se a sua propriedade for de um porte maior, pode se beneficiar de regimes como o Lucro Presumido ou Lucro Real, dependendo da margem de lucro e das deduções permitidas.

No caso do ITR, a alíquota pode variar entre 0,03% e 20% do valor da propriedade, dependendo do grau de utilização da terra.

Isso significa que fazendas mais produtivas podem pagar menos ITR, um incentivo importante para aumentar a eficiência agrícola.

planilha - faça o planejamento tributário para diferentes fazendas

Reforma Tributária 2024: O que mudará?

A Reforma Tributária de 2024 trouxe alterações importantes que afetam diretamente o agronegócio. Entre as principais mudanças estão:

Unificação de Tributos 

Na unificação de tributos, a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substitui o PIS, COFINS e parte do ICMS, promete simplificar o sistema tributário, podendo resultar em aumento de alíquotas em alguns casos. 

Alterações no ITR 

A reforma propôs a revisão das alíquotas do Imposto Territorial Rural para incentivar o uso produtivo da terra. 

Por conta disso, propriedades que mantêm grandes áreas podem enfrentar uma tributação mais pesada. Enquanto isso, produtores que utilizam tecnologias para aumentar a produtividade tendem a se beneficiar de reduções.

Incentivos ao Agro Sustentável 

Com a crescente ênfase na sustentabilidade, a reforma prevê novos incentivos fiscais para propriedades que adotam práticas agrícolas sustentáveis, como o uso de energias renováveis ou projetos de preservação ambiental. 

As fazendas podem receber isenções ou reduções em tributos, como o ITR e o IBS, o que faz a redução de impostos ocorrer naturalmente

Como fazer a declaração do Imposto Territorial Rural (ITR)?

A declaração do ITR deve ser feita anualmente, normalmente até o final de setembro de 2024, através do programa disponibilizado pela Receita Federal. 

Para declarar, o produtor rural precisa fornecer informações detalhadas sobre a propriedade, incluindo:

  • Área total e produtiva;
  • Valor da terra nua;
  • Informações sobre o uso da terra (preservação ambiental, áreas produtivas etc.).

Erros ou omissões na declaração podem resultar em multas e, em alguns casos, na cobrança retroativa do imposto. 

Neste sentido, é recomendável contar com o auxílio de um contador especializado em declaração de imposto rural.

Tecnologia e redução de impostos na fazenda 

A redução de impostos na fazenda é possível por meio de estratégias inteligentes e legais, como falamos acima, mas o que mais vai fazer a diferença é a utilização de softwares agrícolas.

Tecnologias, como um software, podem garantir que sua fazenda não pague mais impostos do que o necessário, preservando sua competitividade no mercado.

No Aegro você pode contar com soluções que integram o imposto de renda à gestão financeira, e ainda pode acompanhar a previsão de impostos com maior eficiência.  

Faça um teste gratuito do software de gestão Aegro e aproveite as vantagens!

Aegro conecta: Novidades sobre nota fiscal produtor rural, MDF-e e mais

O Aegro Conecta é um evento que apresenta os principais lançamentos do software Aegro, pensando em quem passa o dia a dia no campo e busca ter mais rentabilidade na fazenda. 

O objetivo dessas novidades é simplificar processos, proporcionando crescimento sustentável e organizar os dados das propriedades rurais brasileiras, com foco em facilitar a sua vida no campo. 

Assista ao evento completo ou confira abaixo um pouco do que foi apresentado no Aegro Conecta de 2024: 

5º Aegro Conecta - Emissão de NF-e GRÁTIS, MDFe e muito mais!

1. Emissor de Nota Fiscal para Produtor Rural da Aegro 

A partir de janeiro de 2025, todos produtores rurais, independente do tamanho da propriedade,  deverão emitir nota fiscal eletrônica, como informa a Secretaria da Fazenda. 

Para facilitar o processo, a Aegro desenvolveu um emissor de NF-e gratuito, uma solução que automatiza o processo de emissão, integrando o sistema com os órgãos governamentais, garantindo conformidade com a legislação vigente. 

Disponível para usar no computador ou no celular, em alguns minutos você consegue fazer os lançamentos, de forma simples e com cálculos automáticos de impostos. Para começar a usar, você só precisa de um certificado digital e entrar em contato com a nossa equipe. 

2. Emissão MDF-e para produtor rural

Ainda dentro das conformidades fiscais, no Aegro você pode contar com a emissão de MDF-e para produtor rural, disponível para usar no celular ou no computador. 

O Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e) exibe o uso de certificado digital e também pode ser usado em poucos cliques, facilitando o transporte e acompanhamento de cargas. 

Além disso, se a NF-e foi emitida pelo Aegro, os dados básicos do MDF-e são preenchidos automaticamente pela chave de acesso. Se a nota fiscal não estiver no software, você pode preencher os dados manualmente. 

Todas as informações de motoristas e veículos cadastrados, podem ser utilizadas em futuros MDF-es, e você ainda tem acesso a uma lista com todos os manifestos emitidos, com status de cada um, mostrando se estão finalizados ou pendentes. Veja mais detalhes:

Por que o produtor rural precisa emitir MDF-e?

O produtor rural precisa emitir o MDF-e porque é um documento digital com validade jurídica, exigido pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), que registra as operações de transporte de mercadorias. 

Desde abril de 2020, a emissão é obrigatória nas operações de transporte intermunicipal em todos os estados, exceto São Paulo, que tem uma legislação própria.

O MDF-e integra a Nota Fiscal Eletrônica e o CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico), facilitando a fiscalização e garantindo a rastreabilidade das mercadorias. 

Todo o produtor rural deve estar ciente dessa obrigação para garantir que suas operações estejam em conformidade com a legislação vigente, evitando problemas fiscais e garantindo a legalidade do seu transporte.

3. Serviço de Especialista Virtual 

Outra grande novidade do Aegro Conecta é o serviço de especialista virtual, que conta com profissionais qualificados para otimizar as suas operações. 

A equipe é treinada pela própria Aegro em cada nova funcionalidade do produto, garantindo um suporte eficiente e atualizado. 

Essa é uma solução mais econômica, comparada à contratação de um profissional para alimentar o sistema, permitindo que você tenha mais tempo para focar em análises e resultados, e tomar as melhores decisões para sua fazenda.

O serviço está disponível em 3 níveis, variando conforme a sua necessidade, sendo eles: 

  • Assistente Virtual: indicado para quem precisa de suporte básico na inserção de dados financeiros, como lançamento de despesas e  receitas, importação de notas fiscais do SEFAZ e confirmação de pagamentos de transferência;
  • Analista Virtual: suporte mais completo, que inclui, além das funções do assistente virtual, a gestão de despesas e receitas, cadastro de manutenção, abastecimento e atividades realizadas, além de reuniões mensais para acompanhar o andamento das atividades; 
  • Especialista Virtual: é recomendado para quem deseja uma gestão completa, com foco na análise de indicadores, englobando os serviços acima. Neste nível está incluso o fechamento de resultados financeiros, gestão de estoque de maquinários, registros climáticos e uma reunião quinzenal para a revisão de resultados.

Com especialista virtual da Aegro você conta com uma solução completa e acessível para a gestão da sua fazenda, feita para quem precisa de mais tempo e eficiência. 

4. Aplicativo Aegro Negócios 

O Aegro Negócios é o novo app da Aegro que permite emitir notas fiscais, conferir notícias e informações de mercado. 

Na parte de emissão de notas fiscais para produtor rural, é possível emitir as informações de NF-e e MDF-e direto do seu celular. 

Já na aba de conteúdos, você tem acesso a informações de vários canais agrícolas renomados e portais do agronegócio brasileiro.  

Por fim, na parte  sobre mercado, você pode acompanhar os preços das commodities que mais importam para você.

O app também permite buscar informações não só do Brasil, como também da bolsa de Chicago, outras commodities e até mesmo diferentes moedas. 

O app está disponível para celulares com sistema Android e iOS e é 100% gratuito. Baixe agora mesmo clicando no botão a seguir!

5. Clube Aegro 

Criado para quem já é cliente do software Aegro, o Clube Aegro são vantagens e parcerias, como descontos e benefícios, que ajudam você a economizar e melhorar a eficiência da sua fazenda.

No clube você tem acesso a descontos exclusivos em diversos serviços, como: cursos da Agroadvance, apólices de seguro da Ceres Brasil, e Monitoramento Integrado de Pragas (MIP).

A Aegro entende os desafios do agronegócio brasileiro e a necessidade de monitorar cada passo da fazenda, por isso criamos o Clube Aegro. Confira mais detalhes sobre esse benefício.

Transforme sua gestão rural com Aegro

Para quem busca otimizar a gestão da sua propriedade rural, as novidades do Aegro Conecta são um verdadeiro divisor de águas. 

Com soluções como o emissor de Nota Fiscal e MDF-e, o serviço de especialista virtual e o aplicativo Aegro Negócios, a conformidade fiscal, lucratividade e produtividade estão garantidas. 

Transforme a sua fazenda com ferramentas que realmente fazem a diferença. Faça um teste GRATUITO do software Aegro e veja na prática como ajudamos milhares de propriedades a ter 42% a mais de lucro. 

Como as alterações climáticas podem alterar o curso da agricultura

Como os padrões climáticos mais extremos têm influenciado as atividades agrícolas e a produtividade. A agricultura é o culpada ou vítima?

As alterações de padrões climáticos têm sido um dos temas mais recorrentes quando se fala sobre os riscos futuros que podem influenciar a humanidade. Algumas alterações têm sido observadas gradualmente ao longo dos anos, como aumentos de temperatura, e outras têm sido mais extremas e pontuais, como ondas de calor, chuvas acumuladas ou secas duradouras.

A agricultura, por ser uma “fábrica a céu aberto” recebe diretamente os impactos das alterações nos padrões climáticos. Os diferentes tipos de lavouras têm diferentes requerimentos quanto a padrões ambientais para potencializar sua produtividade. Dessa forma, condições não-ideais de parâmetros como temperatura, pluviosidade, insolação, umidade relativa, podem causar grandes perdas agrícolas.

Hoje em dia há uma tendência do uso de técnicas de agricultura regenerativa que possam evitar impactos maiores ao ambiente e também auxiliar na resiliência das culturas agrícolas frente a padrões climáticos cada vez menos previsível.

Nesse artigo trataremos das principais influências do clima na atividade agrícola brasileira, as ações potencialmente danosas ao meio-ambiente, técnicas de recuperação visando maior sustentabilidade e a importância de se aumentar a resiliência agrícola.  

Quais os fatores climáticos mais limitantes?

Chamamos a influência negativa de fatores do ambiente em uma lavoura de estresse abiótico. Cada região tem fatores abióticos específicos que limita a produção vegetal. Os fatores que do clima que mais influenciam a agricultura, são:

  • Água: a água é fator primordial para o crescimento de plantas por estar envolvido em processos metabólicos e atuar como carreador de nutrientes e fotoassimilados, além de muitas outras funções. Há uma faixa ideal de água no sistema solo-planta atmosfera que propicia melhor desenvolvimento de plantas. O excesso, em caso de inundação do solo, ou falta, no caso de secas, causa danos severos à produção agrícola; 
  • Temperatura: cada tipo de planta tem uma faixa ideal de temperatura em que se desenvolve melhor. A temperatura é importante para modular relações químicas e também na evapotranspiração, importante para o ciclo da água. Temperaturas muito altas tendem a comprometer o crescimento vegetal, enquanto temperaturas muito baixas podem causar queimas e danos permanentes a lavouras inteiras;
  • Radiação: a radiação é a base da fotossíntese e sem ela é impossível o crescimento de plantas. Temos pouco controle sobre a radiação em campos abertos, porém é importante saber que excessos de radiação podem danificar o aparelho fotossintético da planta. Da mesma forma, grandes períodos nublados podem diminuir a capacidade de produção;
  • Umidade do ar: a umidade do ar é importante principalmente para o controle da transpiração das plantas. Os estômatos das folhas são as portas para saída de água da planta e entrada de gás carbônico para a fotossíntese. A abertura e fechamento de estômatos depende da umidade do ar, sendo que baixas umidades podem causar fechamento estomático por longos períodos;
  • Vento: o vento pode ser danoso de duas formas para plantas, ou pela derrubada ou arranquio de plantas, ou por aumentar grandemente a transpiração, causando uma perda excessiva de água;
  • Condições de solo: existem condições de solo que podem também serem dependentes do clima e do manejo da lavoura. A salinidade é uma delas e pode levar a uma limitação no crescimento de plantas e absorção de nutrientes, causando estresses na planta.

Como o clima influencia a agricultura?

Esses fatores citados acima podem influenciar grandemente as várias fases da produção agrícola e processos metabólicos:

  • Reações enzimáticas e metabolismo: condições não ideais do clima alteram a eficiência de reações enzimáticas que controlam o metabolismo vegetal. Além disso, aumentam os gastos de manutenção da planta, diminuindo sua capacidade produtiva; 
  • Trocas gasosas e fotossíntese: o principal processo de ganha de massa das plantas é a fotossíntese. Para que ela acontece a planta precisa ter a troca gasosa com a ambiente através do estômato, em que vapor de água é liberado e ar atmosférico é absorvido. Condições de baixa radiação, seca e altas temperaturas limitam essas trocas e diminuem o acúmulo de biomassa;
  • Crescimento e desenvolvimento: a estado hídrico das células permite seu crescimento e divisão, fazendo com a planta tenho potencial de crescimento. Além disso, a mudança entre seus estágios de crescimento pode responder ao ambiente. Condições limitantes podem encurtar ou alongar o ciclo de culturas, alterando seus padrões produtivos; 
  • Florescimento: o processo de indução floral e de fecundação dependem grandemente da temperatura e da umidade. Eventos climáticos mais extremos podem limitar esses processos e reduzir a produção de frutos ou grãos;
  • Enchimento de grãos/frutos: a etapa de transferência de biomassa para os grãos ou frutos depende grandemente da água e da fotossíntese. Condições de seca ou altas temperaturas nesse estágio tende a diminuir a produtividade e qualidade da produção;
  • Insetos e pragas: a mudança em características climáticas pode favorecer maiores infestações de pragas ou pressão de doenças, dificultando a produção agrícola.

Preocupado com o impacto das alterações climáticas na sua produção agrícola? Agende já uma demonstração conosco e descubra como o Aegro pode ajudar a mitigar esses efeitos e aumentar a resiliência da sua propriedade. Não perca tempo, comece a adaptar sua produção às novas condições climáticas e garanta colheitas mais seguras agora mesmo!

Técnicas de agricultura sustentável e resiliente

Algumas técnicas já são usadas a mais tempo, mas outras têm surgido atualmente para contribuir com uma produção agrícola mais sustentável e resiliente. Abaixo citamos algumas delas:

  • Plantio direto e outras técnicas de cultivo mínimo;
  • Acúmulo de crédito de carbono e uso de técnicas de baixa emissão de carbono;
  • Sanidade e estruturação do solo;
  • Uso racional de produtos químicos e uso combinado de produtos biológicos;
  • Uso de água de maneira eficiente e com possibilidades de reciclagem;
  • Agricultura regenerativa e aumento da biodiversidade;
  • Uso de recursos genéticos para resiliência a fatores ambientais;
  • Rotação de culturas e consórcios como ILPF;
  • Emprego de ferramentas para monitoramento do clima e zoneamento agroclimático;
  • Uso de técnicas de agricultura de precisão;
  • Emprego de tecnologias modernas e métodos digitais para a gestão e manejo da propriedade.

Agro é vilão ou vítima?

Quando se fala em alterações climáticas, há sempre a discussão sobre o papel de vilão do agronegócio nas alterações dos padrões climáticos. Nesse quesito, não há uma resposta definitiva.

É compreensível que a alteração para monocultivos em áreas com maior biodiversidade e cobertura vegetal podem influenciar os ciclos hídricos e de temperatura locais. Porém, há uma série de outros fatores que influenciam o micro e macroclima do planeta como um todo.

A emissão de gases poluentes, o uso indiscriminado de produtos não-recicláveis, a expansão das cidades, a queima de combustível, por exemplo, tem potencial altamente impactante nas questões climáticas.

De outro lado, a atividade agrícola contribui para a assimilação de carbono da atmosfera e pode servir para recuperação de áreas degradadas. Mas, também é bastante claro que o potencial de impacto positivo ao meio ambiente pode ser atingido por meio de técnicas mais sustentáveis como as mencionadas acima.

Considerações finais

Os padrões climáticos extremos como veranicos, ondas de calor, chuvas e ventos fortes, tem sido cada vez mais comuns ao redor do mundo. Isso impacta grandemente a agricultura, diminuindo a produtividade e até mesmo tornando a atividade impraticável em alguns locais.

Há uma necessidade urgente do uso de técnicas de agricultura sustentável e de maior resiliência aos fatores climáticos, propiciando maior segurança ao produtor e, ao mesmo tempo, contribuindo para a atenuação dos padrões extremos.

Ao mesmo tempo, o produtor tem o desafio de produzir alimentos, fibras e biomassa através de métodos cada vez mais sustentáveis, com menor uso de recursos e sem agredir o meio ambiente.

Porém, além de um desafio, essa pode ser uma grande oportunidade para o agronegócio mostrar sua capacidade de superação e como a agricultura brasileira pode ser a base para um uso da terra sustentável e rentável.