About João Paulo Pennacchi

Sou engenheiro eletricista formado pela UNIFEI e engenheiro-agrônomo formado pela UFLA. Mestre e doutor em agronomia/fisiologia vegetal pela UFLA e PhD em ciências do ambiente pela Lancaster University. Atualmente desenvolvo pesquisa na área de fisiologia de culturas agrícolas pela UFLA.

Boas práticas de gestão de resíduos na agricultura

Os resíduos estão presentes em qualquer processo produtivo mundial. Na agropecuária os resíduos, ou rejeitos, também estão presentes e devem ser cuidadosamente manejados, seja para descarte ou aproveitamento.

Os resíduos agrícolas são os subprodutos inevitáveis da produção agropecuária e incluem uma ampla variedade de materiais orgânicos e inorgânicos. Por muito tempo, o descarte ou reaproveitamento desses resíduos foi negligenciada, mas há um apelo atual para que tenham um destino mais correto.

Hoje em dia há leis e recomendações mais rígidas para descarte de materiais, bem como foram desenvolvidos processos que auxiliam na reciclagem de subprodutos da produção vegetal e animal. Tudo isso visa um aumento nas práticas sustentáveis na agricultura moderna.

Nesse artigo informamos sobre os principais resíduos agrícolas, seus possíveis impactos no ambiente e as maneiras corretas de se descartar ou reutilizar esses subprodutos.

Geração e tipos de resíduos agrícolas

A produção agrícola mundial gera bilhões de toneladas de resíduos a cada ano. Estes resíduos surgem em todas as fases da produção agrícola: desde a preparação do solo e o cultivo até a colheita e o processamento pós-colheita.

O tipo e a quantidade de resíduos variam significativamente com base no tipo de cultura, práticas agrícolas locais e métodos de processamento. Os principais tipos de resíduos podem ser classificados em:

  • Resíduos sólidos: podem desde restos de culturas, bagaços, caroços, cascas, até materiais como embalagens plásticas, peças de maquinários, dentre outros;
  • Resíduos líquidos: aqui se incluem os fluídos dos maquinários, as águas de lavagem de pulverizadores ou do beneficiamento e separação de grãos e frutos, vinhaças e os restos de agroquímicos;
  • Resíduos gasosos: são os gases ejetados pelos motores dos maquinários, a fumaça de queimas de material vegetal e o vapor de caldeiras, por exemplo.

Além disso, os resíduos podem ser classificados como orgânicos e inorgânicos. Enquanto os orgânicos são relacionados aos restos de cultura e águas residuais, os inorgânicos são os materiais plásticos e metálicos, por exemplo.

Desafios associados aos resíduos agrícolas

O manejo de resíduos agrícolas tem uma série de desafios que devem ser cuidadosamente analisados pelo produtor e sua equipe de trabalho. Alguns desses desafios são:

  • Gerenciamento e eliminação: tradicionalmente, os resíduos agrícolas são tratados como um problema de eliminação, muitas vezes sendo queimados ao ar livre ou descartados em aterros sanitários. Isso não apenas representa um desperdício de recursos valiosos, mas também contribui para problemas ambientais como a poluição do ar e do solo;
  • Impactos ambientais: a decomposição anaeróbica de resíduos agrícolas em aterros sanitários pode gerar metano, um potente gás de efeito estufa. Além disso, a queima de resíduos agrícolas ao ar livre contribui significativamente para a poluição do ar, especialmente em áreas rurais;
  • Perda de recursos potenciais: os resíduos agrícolas contêm nutrientes valiosos como nitrogênio, fósforo e potássio, que são essenciais para a fertilidade do solo. Ao descartar esses resíduos, perdemos a oportunidade de reutilizar esses nutrientes no próprio sistema agrícola;
  • Logística de recolhimento de embalagens e produtos: a estrutura de devolução e recolhimento e o correto descarte de embalagens de agrotóxicos e restos de produtos tem melhorado bastante no Brasil, mas ainda há necessidade de melhora, sendo esse um desafio importante. 

Leis de descarte de agrotóxicos e embalagens

O descarte é um dos fins possíveis para os resíduos inorgânicos, sólidos e líquidos. Existem leis que regulamentam o descarte de embalagens de agroquímicos e de produtos não-utilizados.

No Brasil as regras de usos e descarte de embalagens de agrotóxicos são regidas pela Lei Federal 7.802/1989, Lei Federal 9.974/2000, Decreto Federal 4.074/2002 e Resolução CONAMA 465/2014.

Há uma divisão de responsabilidades na cadeia de descarte das embalagens, detalhada a seguir:

  • Produtor: fazer limpeza de embalagens vazias, devolver as embalagens vazias e os restos de produtos ao ponto indicado na nota fiscal e manter o comprovante de entrega por mais um ano;
  • Comerciantes: indicar na nota fiscal o local de devolução de embalagens e produtos, receber e armazenar as embalagens e produtos, emitir recibo de entrega ao produtor, conscientizar o produtor da importância da devolução;
  • Fabricantes: recolher as embalagens e restos de produtos nos pontos de coleta, dar destino correto a elas, conscientizar os produtores sobre a importância da destinação correta;

Soluções no manejo de resíduos agrícolas

Há diversas estratégias para reciclagem e reuso de subprodutos agrícolas. Algumas delas são usadas há bastante tempo e outras são mais modernas.

  • Biomassa para energia: uma das soluções mais promissoras para o aproveitamento de resíduos agrícolas é a sua conversão em bioenergia. A biomassa derivada de resíduos agrícolas pode ser utilizada para a produção de biogás, bioetanol e biodiesel, oferecendo uma fonte renovável de energia que pode substituir os combustíveis fósseis;
  • Compostagem: a compostagem é outra estratégia eficaz para o gerenciamento de resíduos agrícolas. Transformando resíduos orgânicos em composto, podemos criar um fertilizante rico em nutrientes que pode ser utilizado para melhorar a qualidade do solo e aumentar a produtividade agrícola;
  • Reciclagem de nutrientes: em vez de desperdiçar nutrientes valiosos, os resíduos agrícolas podem ser reciclados dentro do próprio sistema agrícola. Técnicas como a aplicação de carvão vegetal e vinhaça podem ajudar a reintroduzir nutrientes no solo, promovendo a sustentabilidade a longo prazo;
  • Cobertura de solo: o uso de palha e restos vegetais ou de cascas de café na cobertura do solo também é uma prática sustentável que visa proteger o solo e fornecer matéria orgânica de qualidade;
  • Produção de papel e embalagens: a produção de outros produtos como papel e papelão, a partir de compostos presentes em bagaço de plantas como a cana também é um método bastante importante de reciclagem de resíduos, gerando renda e diminuindo o descarte de subprodutos.

Oportunidades de sustentabilidade e renda

Apesar do manejo de resíduos ser um problema a ser resolvido, há oportunidades para se gerar renda e melhorar a sustentabilidade do negócio.

Para os produtores, a reciclagem de subprodutos orgânicos e o descarte correto de resíduos inorgânicos são crucias para se conseguir certificações que lhes dão vantagens competitivas na comercialização e no preço de venda de produtos.

Para as empresas, oferecer crédito e descontos ao produtor que destine seus resíduos corretamente é uma forma de fidelizar o produtor e criar um relacionamento mais próximo.

Para o governo, oferecer melhores condições de subsídio e bonificações pela geração de créditos de carbono a produtores e empresas que se adequem à reciclagem de resíduos agrícolas é uma opção de fomentar as boas práticas de sustentabilidade no meio rural.

Conclusão

Os resíduos agrícolas representam não apenas um desafio ambiental, mas também uma oportunidade significativa para promover práticas agrícolas sustentáveis e reduzir a dependência de recursos não renováveis.

Ao adotar abordagens inovadoras como a biomassa para energia, compostagem e reciclagem de nutrientes, podemos transformar os resíduos agrícolas de um problema em uma solução para um futuro mais sustentável e resiliente.

Neste contexto, investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento, bem como políticas públicas que incentivem práticas agrícolas sustentáveis, são essenciais para maximizar o potencial dos resíduos agrícolas na construção de uma economia agrícola global mais eficiente e ambientalmente consciente.

Preparação do maquinário para a colheita

A importância de ter o maquinário preparado e em boas condições, aumento a eficiência da colheita, diminuindo perdas e gerando mais lucro.

A produtividade da atividade agrícola depende de inúmeros fatores, desde o preparo do solo, plantio, manejo da lavoura e colheita. Por estar no final do ciclo, a colheita assume papel importante, pois qualquer erro pode colocar toda a produção a perder.

A janela de colheita normalmente é bastante curta pois a melhor condição de colheita do produto se dá em um momento bastante específico. Por isso, qualquer atraso na colheita pode gerar perdas na produção, na quantidade e qualidade colhida.

Dessa forma, ter o maquinário em boas condições é primordial para a boa condução da colheita, principalmente em propriedades mais extensas em que o maquinário precisa ser utilizado em várias áreas.

Nesse texto falaremos sobre os principais pontos de preparo do maquinário para a colheita visando maior eficiência e menores perdas.

Estrutura e tipos de colhedeira

Existem diferentes tipos de colhedeiras e sua classificação vai de acordo com características específicas. Porém, as colhedeiras normalmente têm sistemas básicos a quase todos os tipos. Esses sistemas são denominados: sistema de corte e alimentação, sistema de trilha e sistema de separação e limpeza.

Abaixo damos alguns exemplos de tipos de colhedeiras.

Quanto ao tipo de cultura:

  • Colhedeiras de café e de outros frutos: a tecnologia nesse tipo de colhedeira tem que ser mais sensível, evitando danos aos frutos;
  • Colhedeiras de cana: é uma colheita de planta inteira, porém com possibilidade de limpeza e descarte de algumas partes;
  • Colhedeiras de forragem/silagem: colheita de plantas inteiras e corte em partes menores;
  • Colhedeiras de grãos: separação de palha e grãos e limpeza do produto colhido para transferência ao compartimento graneleiro.

Quanto ao funcionamento:

  • Automotriz: tem sistema motor próprio;
  • De arrasto: podem ter motor externo acoplado ou serem ligadas ao trator;
  • Montadas: necessitam estar acopladas a um trator para funcionamento.

É claro que cada tipo de colhedeira funciona de maneira diferente e necessita de manutenções e preparações diferentes para estar em boas condições de uso. Nesse artigo iremos trazer informações gerais e não específicas de um tipo de colhedeira.

Checklist de itens da colhedeira

A verificação de condições do maquinário de colheita é importante principalmente para diminuir as chances de falhas durante a operação. Dessa forma, a vistoria mostra a necessidade de manutenções preventivas e preditivas, que evitam a necessidade de manutenções corretivas que causam atrasos na colheita.

Nesse link você pode conhecer mais sobre a manutenção de máquinas agrícolas.

Cada tipo de máquina tem um checklist de itens a serem revisados e mesmo entre as colhedeiras há diferenças nos tipos e marcas. Porém, há algumas funções básicas que devem ser verificados.

É importante que todo o processo de verificação das condições da máquina seja feito em avanço, durante a entressafra ou em uma época bem anterior à colheita. Assim, tem-se tempo hábil para correções, trocas de peças e consertos antes do seu uso.

Abaixo citamos pontos principais de verificação, tendo como exemplo uma colhedeira de grãos:

  • Sistema de iluminação: verificar a iluminação interna da cabine e os faróis, principalmente para operações noturnas, no início ou final do dia;
  • Sistema motriz e de força: verificar o motor, níveis de óleo e sistema de refrigeração e lubrificação. Além disso deve-se verificar os eixos e rodados que movimentam a máquina, bem como os sistemas de transmissão;
  • Sistemas auxiliares: verificar lubrificação de partes móveis, conexão de partes fixas, mangueiras e níveis de líquidos de lubrificação, condução e resfriamento, borrachas e amortecedores de contenção de impactos, etc…
  • Sistema de corte e alimentação: essa verificação é importante para garantir que as peças responsáveis pelo corte e transporte à etapa seguinte estejam em perfeito estado. Deve-se verificar a afiação dos sistemas de corte, folgas nos componentes e desgastes de peças. Essa é a etapa em que há maiores perdas na colheita, por falhas no corte e embuchamento da máquina;
  • Sistema de trilha: essa etapa é onde os grãos são desprendidos e soltos das vagens ou espigas. Deve-se verificar os rolamentos, peças dentadas e correias. É importante que esses ajustes sejam bem executados para evitar danos às sementes/grãos e perda de qualidade do produto;
  • Sistema de limpeza e separação: o ajuste de jogos de peneiras, transportadores ou fluxos de ar são importantes para evitar que grãos sejam perdidos e descartados, causando perdas importantes;
  • Comunicação e sistemas de agricultura de precisão: nas máquinas mais modernas é importante verificar a comunicação, o sistema de GPS e os sensores responsáveis pelo monitoramento da colheita em tempo real para formação dos mapas de produtividade;
  • Regulagem para colheita: a regulagem de acordo com a cultura a ser colhida é importante para diminuir perdas. Deve-se verificar também a velocidade recomendada.

Exemplo de checklist para colhedeira de cana (Fonte: DCBio)

Pontos importantes para o planejamento e execução da colheita

O planejamento da colheita já se inicia no plantio, quando o produtor decidi quais culturas serão plantadas, os seus ciclos e as datas de plantio.

Alguns pontos, além do maquinário, também devem ser verificados e avaliados antes e durante a colheita.

  • Planejamento de áreas a serem colhidas;
  • Logística de colheita, transporte e armazenagem;
  • Condições climáticas;
  • Estágio de desenvolvimento das plantas em cada lavoura ou talhão;
  • Peças de reposição, combustível e disponibilidade de mão-de-obra;
  • Softwares de gestão de dados e sistemas de agricultura de precisão.

A atividade de colheita envolve muito mais que apenas retirar o produto do campo. É importante se atentar às atividades pré e pós-colheita, dando maior fluidez ao trabalho e evitando problemas.

Melhore a eficiência econômica e operacional do seu maquinário. Ao lado do texto, foto de uma colheitadeira em uma lavoura de trigo

Ferramentas digitais para melhorar a colheita

Hoje existem uma série de plataformas digitais que podem auxiliar o produtor no momento da colheita. São ferramentas que auxiliam na preparação do maquinário e no planejamento da colheita.

Uma das funcionalidades mais importantes está relacionada aos alertas de manutenção, para garantir a eficiência e o desempenho ideal dos equipamentos agrícolas no momento do uso. Isso garante que o equipamento esteja revisado, trazendo diversos benefícios:

  • Menor chance de quebra e manutenção corretiva;
  • Menor retrabalho;
  • Maior assertividade;
  • Colheita do produto no melhor momento;
  • Homogeneidade do produto;
  • Maior eficiência no uso de combustível e mão-de-obra;
  • Aumento da produtividade.

Não deixe que a falta de preparação do maquinário prejudique sua safra! Marque uma demo hoje mesmo e descubra como nossos alertas de manutenção do Aegro podem garantir o pleno funcionamento de seus equipamentos, aumentando sua produtividade e eficiência.

Cuide de suas máquinas com o Aegro

O Aegro desempenha um papel crucial na preparação do maquinário para a colheita, oferecendo uma plataforma abrangente que simplifica e otimiza todo o processo.

Através do sistema, os agricultores podem registrar facilmente todas as atividades relacionadas à manutenção e abastecimento de suas máquinas agrícolas, garantindo que estejam em condições ideais para a colheita.

gestão de máquinas com Aegro
Imagem da tela de gestão de máquinas do Aegro

Além disso, o aegro oferece recursos de planejamento e gestão de custos que permitem aos produtores antecipar as necessidades de manutenção, garantindo uma operação eficiente e sem interrupções durante o período de colheita.

Considerações finais

O investimento em uma máquina colhedeira é altíssimo e, tão mais alto quanto for o seu nível tecnológico. Dessa maneira, ter uma máquina que não esteja apta para realizar seu trabalho é uma perda de dinheiro investido e de tempo na atividade agrícola.

É importante que o produtor tenha o maquinário sempre revisado e aproveite todas as suas funções tecnológicas para aviso de manutenções e conexão dos sensores por meio da internet.

Mesmo em máquinas mais antigas, o operador deve manter todas as manutenções em dia para que ela esteja apta a executar sua funcionalidade quando for momento da colheita.

O Aegro Máquinas tem ferramentas para auxiliar o produtor a integrar informações de seu maquinário a plataformas digitais como Climate FieldView™, John Deere Operations Center e Stara.

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Como as ondas de calor e seca podem afetar a soja e milho

Ondas de calor e seca: O efeito de temperaturas acima das ideais e baixas pluviosidades para as culturas agrícolas e como o produtor pode se precaver para manter bons níveis de produtividade nesses casos

Introdução

É cada dia mais comum ouvirmos no meio rural que o clima tem influenciado negativamente na produção agrícola. O agronegócio é, em sua maioria, uma “indústria a céu aberto”, o que faz com que a atividade seja muito mais susceptível aos efeitos climáticos, sejam eles amenos ou mais extremos.

A temperatura é um fator primordial para o crescimento de plantas juntamente com a disponibilidade de água, os nutrientes, a radiação solar e demais fatores. Porém, grandes alterações de temperatura, tanto para mais ou para menos, podem causar prejudicar o crescimento de plantas e gerar queda de produtividade.

Com uma tendência de aumento global de temperatura, espera-se que as perdas por ondas de calor na agricultura mundial sejam cada vez maiores e mais recorrentes, por isso é importante conhecermos os efeitos da temperatura e água nas plantas, quais as soluções para diminuir os riscos e as técnicas de manejo para amenizar seus efeitos.

Nesse artigo trataremos do efeito das ondas de calor em cultivos agrícolas, com ênfase especial em milho e soja. Siga conosco.

Estresses abióticos e suas causas

Os estresses abióticos são definidos como alterações em fatores não-vivos que levem a condições não ideais para os cultivos agrícolas. Eles normalmente são alterações nos seguintes fatores: temperatura, precipitação, nutrientes, nível de poluentes ou materiais tóxicos, salinidade, etc.

A influência do clima, contudo, é a mais comumente reportada como limitante, sendo que a restrição hídrica e as altas temperaturas são as mais impactantes na agricultura tropical brasileira. Apesar de terem efeitos um pouco diferentes, normalmente os estresses de altas temperaturas (térmico) e de baixa disponibilidade de água (hídrico), acontecem em conjunto. 

Os padrões de alteração de elevação de temperatura e alteração do regime de chuvas são normalmente influenciados por efeitos climáticos, como o El Niño e La Niña e também por padrões globais que se alteram ao longo dos anos.

No Brasil, o fenômeno La Niña normalmente é relacionado à evento de seca e altas temperaturas no Sul do país, como observado na safra 2022/23. Já o El Niño causa efeitos similares na região Centro-Oeste, como visto no início da safra 2023/24.

Efeitos do El Niño e La Niña no Brasil (Fonte: Kasuya)

Como as ondas de calor e seca influenciam as plantas?

Toda planta tem uma faixa ideal de temperatura e estado hídrico em que ela tem seu ponto ótimo de metabolismo. Temperaturas acima ou abaixo da faixa ideal causam diminuição na eficiência metabólica, na atuação de enzimas, refletindo nos níveis de transpiração, respiração e fotossíntese. Isso acarreta perda na acumulação de biomassa e impactos negativos na produtividade.

Ao vivenciar uma situação de estresse, as plantas lançam mão de estratégias para acelerar sua produção, gerar sementes e perpetuar a espécie. Algumas dessas estratégias são o encurtamento de ciclo, senescência foliar, aborto e derrubada de estruturas reprodutivas (como flores e frutos). Essas estratégias de sobrevivência, normalmente são contrárias à alta produção. 

Os estresses por calor ou seca, causam problemas principalmente nos processos abaixo:

  • Germinação: a temperatura e a umidade do solo são fatores primordiais para a germinação de sementes. Por esse motivo, falta de água e temperaturas muito altas ou baixas normalmente causam baixa germinação e emergência, falhas no estande e diminuição do número de plantas por área, além de afetarem o vigor inicial da lavoura;
  • Transpiração: temperaturas muito altas e baixa umidade no solo fazem com que as plantas fechem seus estômatos para evitar murcha permanente e morte;
  • Fotossíntese e acúmulo de biomassa: ao fechar os estômatos as plantas limitam a entrada de gás carbônico do ar, o que diminui a fotossíntese e, consequentemente, a acumulação de biomassa na forma de matéria seca, impactando na produção; 
  • Aporte de nutrientes: A baixa transpiração e a falta de água no solo diminuem o aporte de nutrientes que vêm através da solução do solo absorvida pelas raízes.
  • Enzimas e pigmentos: há uma diminuição na concentração e atividade enzimática e nos pigmentos, causando clorose, baixa eficiência fotossintética, limitando o metabolismo e a produção;
  • Florescimento: a etapa do florescimento é muito sensível aos estresses térmico e hídrico, com aborto e queda de flores, diminuição da taxa de fecundação e esterilidade; 
  • Manutenção e enchimento de grãos: os estresses fazem com que as plantas abortem e derrubem estruturas reprodutivas, além de limitar o enchimento de grão e a granação das estruturas que permanecem, diminuindo grandemente a produção.

Influência do calor e seca na soja e milho

Além dos fatores citados acima, o calor e seca alteram o ciclo de produção da soja e do milho. Os estresses abióticos atuam de maneira diferente em cada estádio de desenvolvimento das culturas do milho e da soja.

Em termos de condições ideais, há diferenças entre a soja e o milho, principalmente por serem plantas com metabolismos diferentes, C3 e C4. A soja se desenvolve melhor em temperaturas na faixa dos 20 aos 28 oC, enquanto o milho tem uma faixa mais alta de 24 a 30 oC. Em termos hídricos, há grande variação entre os materiais genéticos, mas a faixa de 400 a 800 mm ao longo do ciclo, é o mais comum para ambas as culturas.

Além das influências citadas acima, há alterações também no ciclo das culturas e suas épocas de plantio e colheita. Condições de pouca pluviosidade combinada com calor extremo normalmente levam ao atraso no plantio da soja, pois o produtor aguarda por condições mais propícias e seguras para o plantio.

Dessa forma, um plantio tardio da soja causa um atraso em sua colheita e consequente atraso no plantio do milho. A soja tardia corre mais riscos de perdas por doença, além da diminuição da produtividade por questões como radiação e temperatura.

Já no milho, um atraso na safrinha aumenta grandemente a possibilidade de limitação hídrica no final do ciclo, com a redução natural de chuvas no Outono e consequente perda de produtividade.

Ciclo vegetativo da soja (Fonte: Aegro)

Ciclo vegetativo do milho (Fonte: Aegro)

Técnicas para manter produtividade frente a ondas de calor

Existem técnicas que podem ser usadas para aumentar a tolerância e amenizar os efeitos das ondas de calor e secas no campo. Hoje em dia, cada vez mais se usam técnicas conservacionistas que visam dar maior robustez ao sistema agrícola como um todo.

Abaixo citamos alguns exemplos:

  • Aumento da matéria orgânica solo e de microrganismos benéficos;
  • Potencializar crescimento de raízes;
  • Uso de genótipo tolerantes ao calor e à seca;
  • Uso de produtos hormonais, nutricionais e bioestimulantes;
  • Uso de irrigação;
  • Boas práticas agrícolas como plantio direto, adubação verde, integração florestal, dentre outras;
  • Monitoramento do clima;
  • Análise de risco e zoneamento climático de culturas para região de implantação;
  • Gestão da propriedade;
  • Seguro agrícola.

Conclusão

As condições climáticas afetam grandemente a viabilidade e rendimento das culturas agrícolas. Condições não-ideais de temperatura e pluviosidade causam alterações metabólicas nas plantas, levando à limitação da produção.

Esses extremos climáticos podem ser causados por fenômenos específicos regionais ou fazem parte de um padrão global. As perdas por esse motivo podem causar quebras de safra de produtos agrícolas, com consequente alteração nos seus preços, levando a insegurança alimentar.

O produtor pode lançar mão de técnicas para se prevenir ou para amenizar os efeitos nocivos dos estresses abióticos e deve estar atento às possibilidades que são apresentadas.

Quebra de safra e as perspectivas para 2024

Quebra de safra: Qual a previsão de perdas agrícolas e diminuição da produção de lavouras para a safra 2024 e como influenciam a cadeia do agronegócio

Introdução

Cada dia mais os produtores agrícolas brasileiros têm se acostumado com expressões bastante usadas no meio rural: “quebra de safra”, “perda de lavoura”, “replantio da lavoura”, “colher para pagar os custos”, “não vale a pena colher”, dentre outros.

Todas essas expressões estão relacionadas a problemas que ocorrem durante o ciclo de uma determinada cultura e que diminuem grandemente, ou totalmente, a sua produção. Isso gera uma perda tão grande que é chamada de “quebra de safra” e aterroriza produtores rurais no mundo inteiro. 

As quebras de safra tem sido cada vez mais discutidas e têm causado incerteza e insegurança no meio rural, principalmente levando em conta os altos investimentos feitos pelos produtores safra após safra.

Nesse artigo discutimos a quebra de safra como um todo e fazemos projeções para a safra de 2024, já em andamento.

Qual a definição de safra e quando ela começa e termina?

Antes de falarmos em quebra de safra é importante definirmos termos que usaremos ao longo do texto. No Brasil, o período da safra é compreendido entre os meses de Julho e Junho do ano posterior. Por exemplo, a safra 2023/24 começou em 1 de Julho de 2023 e acabará em 30 de Junho de 2024.

Porém, na prática, a safra é definida como o período que vai do início dos plantios da primeira lavoura, principalmente de grãos, até o final da colheita das lavouras subsequentes. Normalmente, ao se falar em Safra 2024, falamos das colheitas que ocorreram no ano de 2024, compreendendo o período entre Outubro de 2023 e Setembro de 2024.

As principais culturas para cada safra no Brasil são as seguintes:

  • Primeira safra: soja, milho, algodão, feijão, trigo, arroz;
  • Segunda safra: milho, feijão, sorgo, arroz, amendoim, algodão, trigo;
  • Terceira safra: milho, cereais de inverno, feijão, plantas de cobertura;

O que é e o que causa a quebra de safra?

A quebra de safra pode ser definida como a redução da produção de um determinado produto agrícola durante um período de produção. Por exemplo, no início de uma safra de grãos são previstos: a área de plantio e o total de sacas a ser produzido.

Quando ocorrem situações que causam altas perdas nas lavouras, a produção é muito menor que a prevista no início da safra, gerando uma quebra de safra. Isso pode acontecer em âmbito local, regional, estadual, nacional ou mesmo global.

Os principais eventos que podem gerar quebra de safra são:

  • ataques de pragas;
  • ataques de animais;
  • incidência de doenças;
  • competição por plantas daninhas;
  • fogo;
  • condições climáticas como: seca, inundações, ventos, geadas e ondas de calor.

A quebra de safra normalmente é medida pelo percentual de redução em relação à produção prevista. Dessa forma, uma quebra de safra de soja de 10% no país representa que produziremos apenas 90% do estimado no início da safra.

Quais os efeitos da quebra de safra?

A quebra de safra normalmente traz efeitos desastrosos a várias partes da cadeia produtiva do Agro. Isso acontece pois ela envolve danos econômicos que comprometem a saúde financeira do produtor e limitam seus investimentos nas safras seguintes.

As principais consequências da quebra de safra são:

  • Aumento de preços de produtos agrícolas e seus derivados;
  • Diminuição de estoques locais, nacionais ou mundiais;
  • Impacto em mercados e bolsas;
  • Falta de alimentos e outros produtos de origem vegetal como combustíveis e fibras; 
  • Insegurança alimentar ou energética;
  • Perdas econômicas e falência de organizações e produtores.

Previsões para safra 2024

Qualquer pessoa envolvida no agronegócio brasileiro já ouviu em algum momento, a partir de Setembro do ano passado que o “El Niño tem causado impactos grandes na safra”.

O evento climático trouxe irregularidade de chuvas na época do plantio em algumas áreas do país e causou veranicos em estágios importantes da definição da produção de soja e milho. Essas condições combinadas de baixa pluviosidade acumulada e altas temperaturas atingiu grandemente a região Centro-Oeste, mas menos a região Sul, por exemplo.

Estima-se que em geral, possa haver uma quebra de safra de grãos de cerca de 2,5%, no Brasil. É importante notar que esse valor é relativo às previsões de produção ao início da safra e não com a produção da safra passada.

Soja

A soja é o maior produto agrícola brasileiro e o Mato Grosso, o maior produtor dessa “comoditie”. Para essa safra a previsão não é nada animadora, com recorde de quebra de safra prevista para o MT.

A pior quebra de safra já registrada no estado foi de 11% na safra de 1990. A previsão para esse ano é de que haja quebra de safra de 20% devido, principalmente, à restrição de chuvas e altas temperaturas.

Mesmo assim, estima-se que haja aumento na produção nacional de soja nessa safra, devido a boas condições em outras áreas produtoras.

Uma imagem contendo Mapa

Descrição gerada automaticamente

Anomalias na precipitação nas duas últimas semanas de Dezembro/2023 (Fonte: Canal Rural)

Milho

O milho safra tem sofrido com as mesmas condições não-ideais ocorrentes na soja. Há uma previsão de queda de produção geral de 11% no milho, se comparado à safra passada, porém, isso se deve à menor área e não a uma quebra de safra.

Porém, espera-se que haja uma quebra de safra devido às condições climáticas da safra e ao atraso do plantio da safrinha, o que limita a janela de chuvas ao final do ciclo.

Ainda não há uma previsão geral de quebra de safra por causa da safrinha ainda estar se iniciando.

Plano Safra e sua importância

O Plano Safra é um plano do Governo Federal que propicia investimentos nos setores agrícolas, na forma de renda, investimentos, carta de crédito, subsídios e seguros. Os montantes são normalmente repartidos entre produtos familiares, médios produtores e grandes produtores. Na safra 2023/24, o montando destinado ao Plano Safra foi de 340 bilhões de reais.

Em situações de quebra de safra é importante que haja flexibilidade para que esses recursos sejam aumentados ou realocados, de maneira a diminuir o impacto negativo na economia, uma vez que a agricultura é o grande carro-chefe do PIB brasileiro.

Conclusão

As condições não-ideais que ocorrem durante o ciclo de uma cultura no campo ao longo da safra podem causar diversos tipos de impacto nas lavouras. O seu grau de impacto é medido pela perda em relação à previsão de produção.

Perdas em níveis avançados podem causar quebras de safra, levando a impactos regionais, nacionais ou globais. É preciso que o produtor esteja atento e se utilize de ferramentas que o auxiliem a diminuir os riscos de perder produção.

Atualmente, as previsões de perdas de safra ao redor do mundo são cada vez mais frequentes e o ano de 2024 no Brasil deve seguir esse padrão. Estresses abióticos (condições climáticas) e bióticos (doenças, pragas, plantas daninhas), são os maiores riscos. Conhecer as previsões climáticas e o monitoramento da possibilidade de incidência de pragas e doenças pode auxiliar o produtor a se prevenir ou atuar de forma corretiva em sua lavoura. Além disso, a boa gestão da propriedade é um fator de importância para evitar que perdas de produção levem à inviabilidade da atividade agrícola.

Máquina agrícola: Veja se vale investir para o seu agronegócio

Máquina Agrícola: Os maquinários são parte fundamental da atividade agrícola, estando presente em todas as etapas do processo produtivo.

Introdução

Foi-se o tempo em que as atividades relacionadas ao processo de produção agrícola eram feitas manualmente ou através do uso de força animal. O advento da invenção de motores e máquinas se estendeu ao campo e os maquinários agrícolas tomaram o ambiente rural.

O uso de máquinas agrícolas traz diversos benefícios, sendo que os principais estão relacionados à maior eficiência e assertividade nas atividades agrícolas, além da diminuição do tempo de execução das tarefas e a maior segurança aos trabalhadores. 

A evolução tecnológica tem trazido cada vez mais novidades ao campo e muitas das máquinas hoje utilizadas já apresentam a capacidade de leitura de dados da lavoura, referenciamento geográfico, adaptação ao terreno e autonomia na execução de tarefas.

Por estes motivos, é importante que o produtor conheça as especificidades de cada tipo de maquinário, entenda seu funcionamento e tenha capacidade de decidir sobre a necessidade e possibilidade de tê-las em sua propriedade. Essas são as informações que traremos nesse artigo.

O que é uma máquina agrícola?

Uma máquina agrícola pode ser definida como uma ferramenta capaz de executar tarefas que eram feitas por meio do trabalho humano ou animal.

São equipamentos baseados em dispositivos mecânicos com controle elétrico e propulsão gerada por motores de combustão. Essas máquinas normalmente apresentam sensores capazes de monitorar suas condições de trabalho e as características das plantas ou do solo alvos de suas tarefas.

Os maquinários têm evoluído grandemente desde seu surgimento, sendo, hoje em dia, o maior aporte tecnológico dentro de uma propriedade rural.

Quais os principais tipos de máquinas agrícolas?

Existe um número enorme de máquinas agrícolas para as mais diversas funções na atividade rural. Elas estão envolvidas em diversas atividades desde a abertura e preparo da área até a pós-colheita, embalagem e armazenamento dos produtos agrícolas.

Porém, algumas delas são as mais comuns e estão presentes na maioria das propriedades rurais no Brasil, executando grande parte das atividades da lavoura. São elas:

  • Tratores: o trator é o maquinário agrícola de maior dinâmica na propriedade. Ele executa diversas atividades, além de poder ser acoplado a diversos implementos;
  • Plantadeiras/Semeadoras: são responsáveis pela semeadura de sementes ou plantio de mudas ou partes vegetativas. É importante na homogeneidade da implantação da lavoura;
  • Pulverizadores: atuam na proteção e controle a pragas, doenças e plantas daninhas na lavoura, garantindo sua sanidade e expressão do potencial produtivo;
  • Colhedeiras: são responsáveis pela colheita do produto final, permitindo a retirada das plantas do campo, bem como da parte de interesse comercial.

Hoje em dia, também não podemos deixar de falar dos drones e aviões que assumem cada vez mais importância nas tarefas agrícolas. Essas máquinas hoje têm função de monitoramento e sensoriamento remoto, além da execução de pulverizações aéreas.

O que levar em conta ao escolher uma máquina agrícola?

Normalmente o custo com maquinários agrícolas é um dos maiores percentuais de investimento de um produtor rural. Por esse motivo, a escolha pela compra de uma máquina deve ser bastante criteriosa.

Abaixo listamos pontos importantes que o produtor deve se atentar ao escolher uma máquina agrícola:

  • Tamanho e características da propriedade: os fatores como área da propriedade, tipo de solo e relevo são importantes para definir as características do maquinário, como altura, peso, potência, dentre outros;
  • Culturas a serem plantadas: muitos maquinários são específicos para algumas culturas, principalmente as plantadeiras e colhedeiras. Dessa forma, o produtor deve buscar máquinas que se adequem às suas necessidades.
  • Características do maquinário: é importante observar alguns detalhes técnicos das máquinas antes da decisão da compra. Alguns importantes são a potência, o torque, a tração, o tipo de transmissão, tipo de chassi, motor, consumo de combustível, tecnologia embarcada e condições da cabine;
  • Disponibilidade de mão-de-obra: muitas vezes pode não ser viável comprar um maquinário moderno em um momento específico se a mão de obra disponível na propriedade ou região não for apta para operá-lo;
  • Custos de operação e depreciação: muitas vezes os gastos com manutenção e operação podem ser altos e devem ser levados em conta na escolha da máquina, de acordo com o planejamento de custo de produção da fazenda. A depreciação do bem também deve ser levada em conta;
  • Capacidade de investimento: o produtor deve ter em mente qual a sua capacidade de investimento e a forma de pagamento, pois isso pode limitar as opções de escolha e compra de máquinas;
  • Retorno do investimento: o produtor deve levar em conta se a compra da máquina irá agregar valor a sua produção e em quanto tempo o maquinário será pago através desse valor agregado e no aumento do lucro. 

Quais os preços das máquinas agrícolas?

Os preços de máquinas agrícolas são bastante variáveis e dependem muito se o maquinário é novo ou usado. Além disso, outras características que definem o preço do maquinário são:

  • Tamanho e potência;
  • Ano de fabricação;
  • Características técnicas;
  • Nível de tecnologia;
  • Marca e modelo;
  • Horas de uso e estado de manutenção, no caso de máquinas usadas.

Para base de informação, existem máquinas agrícolas novas na faixa de 30 mil reais, sendo que as de maior tecnologia e potência podem passar de 7 milhões de reais. Por isso não é viável trazermos preços específicos de equipamentos, já que isso vai depender da necessidade e capacidade de investimento do produtor.

Quais as principais formas de se adquirir máquinas agrícola?

Por ser um bem de preço elevado, principalmente em caso de compra de maquinários novos, o empresário rural deve planejar a melhor forma de aquisição do maquinário. As formas mais comuns são:

  • Pagamento à vista: se for uma máquina de alto custo, o produtor deve avaliar se o pagamento à vista é uma opção, uma vez que isso pode diminuir a capacidade de investimento em outros bens necessários à boa condução de sua atividade;
  • Financiamento: nessa modalidade, a compra é feita por uma entrada e parcelas subsequentes, o que pode auxiliar a diluir o preço da máquina e seu uso já gerar renda para o pagamento das parcelas posteriores;
  • Consórcio: a modalidade de consórcio é uma opção para quem planeja comprar uma máquina no longo prazo, pois o maquinário não estará disponível no momento do investimento inicial. Essa é uma boa opção para troca futura ou modernização da frota da fazenda.
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Conclusão

Hoje em dia as operações nas lavouras são praticamente todas feitas utilizando maquinários e o produtor precisa dessas ferramentas para uma boa condução de suas lavouras e para potencializar a produção e o lucro.

Porém, o produtor deve ser cuidadoso e criterioso ao investir em máquinas agrícolas pois o custo é bastante elevado. Dessa forma, ele deve levar em consideração diversos fatores e decidir se é o melhor momento para compra de uma máquina nova ou se deve optar por uma usada, ou ainda, se é mais rentável contratar o serviço de máquina terceirizado.

Esse tipo de decisão deve ser tomado baseado na gestão da propriedade e no balanço financeiro e previsão de custos e ganhos no curto e longo prazo.

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Custo de produção agrícola: Algumas técnicas podem ser bastante efetivas em economizar recursos e diminuir os gastos sem limitar produção, aumentando o lucro do produtor

A agricultura moderna tem enfrentado cada vez mais desafios e o produtor tem que tomar diversas decisões para manter a viabilidade econômica de seu negócio rural. A margem de lucro das atividades agropecuárias estão cada vez menores, riscos e custo cada vez mais altos.

Além disso, a necessidade do uso racional e sustentável de recursos é um apelo cada vez maior da sociedade e do mercado consumidor, o que obriga o produtor a organizar e planejar sua atividade para otimizar o custo.

Dessa forma, monitorar e controlar o custo de produção é uma maneira de combinar uso racional de recursos e aumentar as chances de maior retorno do investimento no campo.

Nesse artigo traremos informações sobre os principais pontos de controle e técnicas para diminuir o custo de produção agrícola sem limitar a produtividade, aumentando o rendimento.

O que é custo de produção agrícola?

O custo de produção agrícola pode ser definido como o montante gasto pelo produtor para produzir uma unidade de produto agrícola. Essa unidade é definida, normalmente, como a unidade de venda ao consumidor.

Por exemplo, no caso de commodities, a unidade de produção é a saca. Assim, o custo de produção de soja diz respeito aos gastos para se produzir uma saca de 60 kg de grãos.

O custo de produção pode ser dividido em custo fixo e custo variável, que são definidos como:

  • Custo fixo: custos que independem da área de produção, como salários de funcionários, seguros, depreciação de maquinários, custo da propriedade ou área de plantio, impostos;
  • Custo variável: custos que variam com o nível e área de produção, como sementes, fertilizantes e agroquímicos, combustível, horas de máquina 

Como o custo de produção influencia no lucro?

Há uma lógica matemática no cálculo do lucro de uma atividade, em qualquer ramo de negócios. Na agricultura não é diferente e a equação que relaciona o lucro e o custo é a seguinte:

Lucro = (Receita de venda – Custo de produção) x Unidades produzidas

Assim, se um produtor tem um custo de produção de R$ 60,00 por saca de soja e vende por R$ 100,00, ele tem um lucro de R$ 40,00 por saca.

Dessa forma, qualquer diminuição no valor do custo de produção pode gerar aumento do lucro, desde que não limite a produção e a quantidade de produto disponível para venda.

É importante ressaltar que nem toda economia é benéfica ao produtor. Há um custo de produção que é chamado de custo ótimo que é o ponto em que o custo gera o máximo lucro.

Isso quer dizer que uma economia abaixo desse custo ótimo pode gerar limitação na produção agrícola e diminuir o lucro. Da mesma maneira, um investimento mais alto do que o ponto de custo ótimo irá gerar gastos que não darão retorno em produtividade, também diminuindo o lucro.

Quais fatores influenciam o custo de produção?

Há diversos tipos de custo que formam o custo total de produção em uma propriedade rural. Aqui, citaremos os principais formadores do custo de produção:

  • Aluguel de área ou máquinas;
  • Operação e manutenção de máquinas;
  • Mão de obra;
  • Funcionários administrativos e de gestão;
  • Sementes e mudas;
  • Fertilizantes, agroquímicos, produtos biológicos, reguladores de crescimento;
  • Análises de solo, foliar, etc;
  • Irrigação;
  • Energia, água, internet, etc;
  • Armazenagem e beneficiamento;
  • Transporte e embalagem;
  • Seguros e impostos;
  • Assistência técnica;
  • Depreciações;
  • Manutenções;

Como se vê, há um número enorme de fatores que pode influenciar a produção e garantir o controle de todos eles para reduzir o custo final é um desafio para o produtor

Quais fatores podem influenciar o lucro da atividade agrícola?

O investimento nos fatores de custo de produção permite ao produtor gerar seu produto para venda. Porém, mesmo com custo controlado, outros fatores podem influenciar a lucratividade do negócio e o retorno do investimento.

Aqui citamos alguns pontos que podem influenciar o lucro final do produtor

  • Custo de produção: um custo de produção abaixo ou acima do custo ótimo irá limitar o lucro, seja por diminuir a produção ou por aumentar o custo por unidade de produção; 
  • Preço de venda: em um mercado globalizado, o produtor rural normalmente não tem qualquer controle sobre o preço de venda de seu produto e tem que se sujeitas às imposições do mercado;
  • Condições climáticas: condições climáticas extremas como secas severas, chuvas de pedra, alagamentos, temperaturas muito baixas ou muito altas, vento, podem causar danos permanentes e limitarem grandemente a produção, diminuindo a quantidade de produto disponível para venda e reduzindo o lucro;
  • Manejo de pragas, doenças e plantas daninhas: esses fatores também podem limitar grandemente a produtividade agrícola. Porém, esses fatores podem ser controlados através de investimento em produtos fitossanitários e uma economia nesses produtos pode gerar perda na produtividade;
  • Uso de recursos: o uso ineficiente de recursos gera um aumento do custo de produção sem gerar maior produção. Por exemplo, a pulverização de um produto em dia de vento ou antes de chuva gera a perda de seu efeito e requer uma nova pulverização. Isso aumenta o custo sem beneficiar a produção.

Como economizar e reduzir o custo de produção na agricultura?

muitas oportunidades para reduzir custo de produção na propriedade, mas nem todos eles são facilmente alcançáveis. Porém, alguns podem trazer um grande retorno ao produtor e os detalhamos abaixo:

  • Plano de safra: planejar as áreas de plantio, fazer análises de solo e levantar os insumos necessários para a condução da safra (primeira, segunda e terceira safra);
  • Diversificação da produção: ao diversificar os produtos, o produtor fica menos dependente do preço de um único commodities, por exemplo;
  • Monitoramento do clima e fatores bióticos: conhecer as previsões de chuva, temperatura ou eventos extremos, bem como monitorar os inóculos de doença e presença de pragas é de grande valia para tomar decisões rápidas e eficientes de manejo;
  • Manejo eficiente: utilizar produtos eficientes e de bom custo-benefício é crucial para manter o potencial produtivo das culturas agrícolas, sem limitar produtividade. Economias em insumos normalmente geram grandes perdas de produção por falta de nutrientes ou baixo controle de pragas e doenças;
  • Agricultura de precisão: ferramentas que aumentam o monitoramento e eficiência de aplicação de insumos são de enorme potencial na busca do custo ótimo e do máximo retorno. Elas permitem o uso eficiente de recursos sem limitar a produtividade;
  • Manutenção de máquinas: o retrabalho por problemas com máquinas é um dos maiores vilões na atividade agrícola, podendo aumentar grandemente os custos variáveis com produtos, combustível, mão de obra e peças ao longo da safra;
  • Práticas sustentáveis: o uso de técnicas como rotação de cultura, manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas, uso de potencializadores de produção e redutores de estresse, soluções biológicas normalmente trazem bom rendimento ao longo prazo.
  • Softwares de gestão: o uso de ferramentas digitais para controle e gestão da atividade agrícola aumenta a eficiência e diminui perdas no processo, diminuindo custos e riscos, e aumentando o lucro.
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Conclusão

É cada dia mais claro que a atividade agrícola não é mais para amadores e que a gestão e execução dos processos de produção agrícola tem papel fundamental no sucesso e viabilidade do negócio.

Além da necessidade de sustentabilidade agrícola, o fator econômico é um grande ponto de tomada de decisão pelo produtor. Dessa forma, aumentar o controle e a eficiência nas operações agrícolas pode auxiliar o produtor a se aproximar do custo ótimo e a ter maior lucratividade e retorno sobre o investimento.

O Aegro oferece ferramentas de gestão que podem auxiliar grandemente o produtor rural nessa tarefa desafiadora. Certamente essas ferramentas têm potencial para aumentar o lucro sem aumentar grandemente o custo de produção, principalmente ao serem diluídas nos custos da propriedade.

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Agricultura moderna: Entenda as principais tecnologias que fazem parte do setor agro

Agricultura moderna: conheça as novas tecnologias que tem mudado o panorama do setor agrícola e ajudado a gestão da propriedade e a produção agrícola.

Foi-se o tempo em que a atividade rural era sinônimo de amadorismo, pouco investimento e baixa tecnologia. Além disso, hoje o produtor não é apenas a pessoa que prepara, lavra e semeia a terra, maneja e colhe. Ele é também um gestor que necessita entender do seu agronegócio e usar as melhores ferramentas à sua disposição.

Isso se dá pois os riscos aumentaram no agronegócio, assim como baixaram as margens de lucro. Outra razão da necessidade de profissionalismo na agricultura moderna, são as imposições dos consumidores e órgãos regulamentadores sobre o uso eficiente de recursos e os impactos ao meio ambiente.

Dessa forma, a agricultura moderna é uma atividade de empreendedorismo, que requer uma gestão muito assertiva, porém em uma fábrica ao céu aberto que tem diversos fatores de influência e muito pouco controle sobre eles.

 Assim, o empresário agrícola hoje precisa se atualizar e utilizar as técnicas modernas que podem auxiliá-lo nas mais diversas fases de gestão e produção em seu empreendimento. Nesse artigo falaremos sobre as tecnologias que podem fazer a diferença na gestão rural.

O que é agricultura moderna?

A agricultura tem se modernizado ao longo dos séculos, sendo que passou de uma atividade quase de extrativismo para um negócio profissional de alto investimento e tecnologia.

Pode-se definir a agricultura moderna como um processo de produção de alimentos, fibras e combustíveis através de procedimentos altamente tecnificados, com altos investimentos e gestão profissional, para se adequar às necessidades e requerimentos dos órgãos de controle e dos consumidores.

São diversas as possibilidades de tecnologias a serem utilizadas na agricultura moderna para auxiliar o produtor rural a se adequar e adaptar e essa fase atual do agronegócio.

Desafios da agricultura moderna

Os principais desafios da agricultura moderna são relacionados a diversas áreas. Abaixo descrevemos pontos de importância para a atual forma da agricultura.

  • Sustentabilidade: produzir de maneira socialmente justa, ambientalmente correta e economicamente viável, permitindo que as futuras gerações possam exercer as mesmas atividades sem riscos.
  • Uso eficiente de recursos: muitos recursos utilizados na agricultura são findáveis, por isso é necessário utilizá-los com consciência e eficiência, sem desperdício. Recursos como água, fertilizantes, energia, combustível, dentre outros precisam ser utilizados racionalmente.
  • Alto investimento e baixo retorno: as novas tecnologias envolvidas no agronegócio requerem investimentos mais altos, assim como os avanços em produtos químicos e biológicos e sementes com genética melhorada. Em contrapartida, o mercado cada vez mais interligo, principalmente para commodities, pode gerar baixas temporárias de preços, diminuindo a margem de lucro.
  • Alto risco: o principal risco na agricultura são as perdas devido às condições climáticas desfavoráveis. Um investimento de muitos milhões pode ir por água abaixo com uma chuva muito forte ou uma seca severa. Novas tecnologias têm vindo em favor de auxiliar o produtor a diminuir seus riscos de produção.
  • Influência do mercado: o mercado cada vez mais interligado tem sido fator desafiador para os produtores. Ao mesmo tempo que permite a venda de seus produtos para diversos mercados e um melhor valor de venda, a integração de mercados também pode resultar em variações muita bruscas nos preços de insumos e commodities. Isso pode ser benéfico em alguns casos, mas também arriscado, como é o caso da alta dos fertilizantes e baixa do preço da soja.
  • Aumento do número e complexidade do processo de produção: o uso de tecnologias e a necessidade de monitorar etapas do processo de produção traz um fluxo de informações muito maior ao produtor e seus colaboradores. Nesse caso, é necessário um nível de organização muito maior para não se perder em meio a muitos dados, datas, maquinários, manejos, etc.

Tecnologias da agricultura moderna

Para auxiliar o produtor, hoje temos uma série de tecnologias que vieram de outras áreas ou foram desenvolvidas para o agronegócio. Muitas delas já são bastante utilizadas, enquanto outras ainda estão sendo conhecidas e implementadas.

  • Sensoriamento remoto: as medições de condições do sistema solo-planta- atmosfera através de sensores modernos é uma ferramenta imprescindível para fomentar os sistemas de manejo automatizados e em tempo real.
  • Mapeamento climático: o conhecimento histórico, atual ou previsão futura dos fatores climáticos tem um papel importante na definição das atividades a serem executadas, bem como do uso de sistemas que minimizem perdas.
  • Georreferenciamento: esse sistema de localização permite o tratamento diferencial das áreas da lavoura e a aplicação de recursos em doses variáveis, além de mapear a produtividade e gerar dados mais precisos.
  • Máquinas autônomas: esse tipo de maquinário, juntamente com as tecnologias de sensoriamento remoto e georreferenciamento permitem grandes avanços na eficiência de atividades como adubação, plantio, pulverizações e colheita, aumentando a produtividade agrícola e diminuindo perdas. 
  • Biotecnologia: o uso de materiais genéticos mais avançados, com tolerância a doenças, pragas ou estresses abióticos e maior eficiência de produção são uma forte base da agricultura moderna.
  • Produtos modernos: o uso de produtos químicos e biológicos mais modernos permite um manejo mais dinâmico, através de soluções integradas e potencialização de características naturais da planta. 
  • Internet: as redes de comunicação, como a internet e os sistemas sem fio, permitem comunicação rápida e armazenamento de informações que auxiliam o produtor na interconexão dos sistemas da fazenda, ajudando na tomada de decisão e no controle e comando de operações, mesmo fora da fazendo 
  • Análise de dados: o uso dos dados coletados através de maquinários, sensores, estações climáticas, GPSs, dentre outros, permite ao produtor montar um banco de dados que dá respaldo e fortalece suas decisões dentro da propriedade. 
  • Gestão: talvez os softwares de gestão sejam uma das ferramentas mais importantes na agricultura moderna. Considerando o número de atividades e tarefas que precisam ser organizadas em uma propriedade rural de alta tecnologia, fica quase impossível não se basear em soluções modernas para uma gestão integrada. 

Benefícios do uso de tecnologias modernas

Essas ferramentas tecnológicas trazem diversos benefícios e permitem a adaptação dos produtores às necessidades da agricultura moderna. É claro que todo nova tecnologia envolve a necessidade de aprendizado e principalmente de investimento.

Algumas ferramentas apresentam uma desvantagem de serem bastante caras quando surgem. Muitas vezes é necessário tempo para a popularização da agricultura inteligente para que eles passem a ser viáveis a muitos produtores.

Porém, as vantagens de seu uso são maiores e o retorno do investimento, normalmente vale a pena, sendo que muitos desses investimentos se pagam com diminuição do perdas ou aumento de ganhos.

As principais vantagens da adoção de tecnologias modernas na agricultura são:

  • Aumento da eficiência do uso de recursos;
  • Diminuição de retrabalho e gastos desnecessários;
  • Maior profissionalismo e controle das atividades da propriedade;
  • Menor risco de perdas e maior chance de sucesso;
  • Mais assertividade na tomada de decisões;
  • Maior sustentabilidade;
  • Maior produtividade;
  • Melhor previsão de problemas e limitações;
  • Maior rentabilidade e retorno do investimento.
planilha de controle e manutenção das máquinas

Considerações finais

Adaptar-se às necessidades do mundo moderno é uma necessidade de qualquer empregado ou empreendedor. No meio rural isso não é diferente e as fazendas vêm se tornando empreendimentos a céu aberto pelo Brasil a fora.

O uso de tecnologias de ponta adaptadas ao setor agro é, mais do que uma opção, uma necessidade da agricultura moderna. Essas ferramentas têm permitido maior controle e eficiência da atividade, melhor gestão de capital e bens, menores riscos, maiores lucros e retorno do investimento.

Essas novas tecnologias podem ser decisivas não sucesso ou fracasso do empreendimento rural. Por isso, os empreendedores rurais precisam estão antenados e, acima de tudo, terem parceiros de confiança que os possam ajudar com tecnologias que os auxiliem em suas tomadas de decisão.O Aegro é um desses parceiros, que caminha ao lado do empreendedor rural, trazendo soluções modernas e inovadoras e permitindo maior avanço da agricultura brasileira e mundial.

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Esperamos que este artigo sobre agricultura moderna tenha auxiliado na sua compreensão sobre o tema! Para mais assuntos como este assine nossa newsletter e receba os conteúdos do Blog da Aegro direto em sua caixa de e-mail!

Plantio mecanizado: Tecnologias que estão ajudando o setor

Plantio mecanizado: as principais técnicas, novas tendências e seus benefícios ao agronegócio.

O ciclo de produção agrícola é baseado em uma sequência de atividades dos mais diversos tipos, que incluem:

Todas essas etapas são muito importantes e algumas tendem a ser mais bem preparadas e executadas de maneira mais cuidadosa pelo produtor.

Por muito tempo, o plantio foi deixado de lado, como atividade menos importante, porém, isso tem mudado bastante atualmente, principalmente com o advento de novos maquinários agrícolas e o entendimento da importância dessa operação.

A evolução da tarefa de plantio tem sido muito grande nos últimos anos, com avanços trazidos pelo plantio mecanizado. Porém, por muito tempo as principais técnicas de plantio foram manuais ou semimecanizadas.

Nesse artigo discutiremos o plantio mecanizado, bem como suas principais técnicas, seus funcionamentos, as novas principais tendências e como isso pode beneficiar o agronegócio

Diferença entre plantio e semeadura

Há uma certa confusão entre os termos plantio e semeadura que nem sempre é bem esclarecido no meio rural. A definição mais correta para cada um deles é a seguinte:

  • Semeadura: a técnica de iniciar uma nova lavoura pelo meio do enterrio e cobertura de sementes. São exemplos de semeaduras as culturas de soja, milho, trigo, arroz, feijão, pastagens;
  • Plantio: o plantio é a técnica de formar lavouras por meio da inserção do solo de partes vegetativas da planta (toletes, colmos, etc), ou de mudas pré-formadas. São exemplos de plantio as culturas do café, da cana, as frutíferas.

Porém, é muito comum se usar a palavra plantio para a etapa de início de uma lavoura anual ou perene, pela inserção no sistema do solo das partes que darão origem a uma nova planta.

Nesse artigo utilizaremos o termo plantio como geral, tanto para sementes, como para plântulas (mudas) ou partes vegetativas.

Quais os tipos de plantio?

Há basicamente 3 tipos de plantio:

  • Plantio manual: ocorre em sua totalidade feito por mão-de-obra humana, manualmente, onde todos os processos de abertura do sulco ou cova, a inserção do material vegetal e cobertura com solo é feita através das mãos;
  • Plantio semimecanizado: é um misto entre o uso manual e mecanizado. Nesse caso, há uso de algum equipamento para plantio mecanizado, ou para abertura das covas ou sulcos;
  • Plantio mecanizado: nesse caso toda a operação é feita através de máquinas, com intervenção humana apenas na condução dos maquinários.

Hoje em dia, o plantio manual já é bastante raro nos plantios de longa escala. Já o plantio semimecanizado ainda acontece muito em culturas perenes plantadas através de mudas ou toletes.

O plantio mecanizado, por sua vez, é bastante comum nas lavouras anuais de grãos, apesar de ser cada vez mais comum em plantios de mudas também.

Vantagens do plantio mecanizado

O uso de máquinas cada vez mais modernas traz inúmeras vantagens ao produtor durante o plantio, se comparado aos plantios manual e semimecanizado. Algumas dessas vantagens são:

  • Menor necessidade de mão de obra;
  • Maior precisão, principalmente em sistemas com georreferenciamento;
  • Menor retrabalho e uso de combustível;
  • Maior rendimento em área plantada;
  • Homogeneidade no cultivo e diminuição de falhas;
  • Capacidade de inclusão de tratamentos de sulco e fertilização na mesma ação;
  • Menor risco de acidentes.

Por que o plantio é importante?

No plantio o produtor irá começar a definir a real produção de sua lavoura. Um plantio bem executado visa dar condições da lavoura de atingir o teto produtivo do material genético escolhido.

Nessa etapa são definidas várias características importantes da lavoura, que definirão sua produtividade. São elas:

  • Número de plantas por área e estande inicial: um processo de plantio bem executado propicia uma alta porcentagem de germinação, emergência de plantas e de sobrevivência de mudas de alto vigor. Isso define o número de plantas por área, um dos definidores da propriedade.
  • Cobertura vegetal e capacidade de fechamento de linhas: esse parâmetro é importante no aproveitamento mais eficiente da área, no controle de plantas daninhas, na entrada de maquinários.
  • Capacidade de interceptação de luz solar: esse parâmetro é muito importante para a definição da cobertura da área do solo para maior interceptação de luz, fotossíntese e acúmulo de biomassa.
  • Produtividade: todos esses parâmetros definem ou potencializam a maior produção por área.

Quais as principais tendências modernas para melhorias no plantio?

Existem um número de avanços, incorporados aos novos maquinários ou não, que têm auxiliado na modernização da agricultura e da tarefa de plantio. Abaixo trazemos algumas delas:

  • Georreferenciamento: as máquinas georreferenciadas permitem acompanhamento do plantio e evitam replantio em áreas já plantadas ou falhas de plantio em áreas de mais difícil acesso;
  • Telemetria: são as medições feitas por sensores conectados à máquina que permitem verificar índices de eficiência como velocidade atual e média de plantio, taxa de plantio, variação entre áreas, etc;
  • Sensoriamento remoto: permite a avaliação prévia de áreas por meio de imagens aéreas que permitem verificar problemas físicos ou de infestação de pragas, doenças ou plantas daninhas, prévias ao plantio;
  • Plantio diferencial: permite que as máquinas agrícolas se adequem à declividade e façam um plantio mais homogêneo em termos de distância entre plantas e linhas, profundidade de plantio, cobertura da semente/tolete, distribuição de fertilizantes.
Plantadeira automática fazendo plantio mecanizado de café
Exemplo de plantadeira automática para plantio mecanizado de café
(Fonte: TNonline)

Parcerias Aegro para aperfeiçoamento do plantio mecanizado

O Aegro tem trazido cada mais soluções para auxiliar o produtor, através dos benefícios da digitalização da agricultura.

A plataforma Aegro Máquinas tem integração com duas fabricantes de máquinas agrícolas, John Deere e Stara, além da plataforma de georreferenciamento e ferramentas de clima da Climate Field View.

Essa plataforma dá acesso a muitos dados de diversas atividades, de maneira automática e sendo necessidade de digitação. Eles aparecem em forma cronológica, específicos para a safra escolhida.

Em cada atividade, você visualiza os seguintes dados:

  • Tipo de operação: plantio, aplicação, colheita ou outra;
  • Nome da área, conforme cadastrada no FieldView™, John Deere ou Stara;
  • Horário de início e término da atividade;
  • Mapa do talhão onde foi realizada a atividade;
  • Área realizada;
  • Máquina que realizou a atividade;
  • Insumos utilizados na atividade.
Kit de gestão do maquinário da fazenda

Conclusão

A necessidade de profissionalismo e eficiência em todas as etapas do processo de produção agrícola é cada vez maior. Isso se dá pelo fato de que os riscos à atividade agrícola estão cada vez mais altos e a margem de lucro, cada vez menor.

Priorizar um plantio eficiente e com o mínimo de falhas é um dos pilares para altas produtividades. Isso dá ao produtor uma maior segurança no retorno de seu investimento e maiores chances de sucesso econômico na atividade.

Hoje existem diversas tecnologias para o plantio mecanizado que permitem alta eficiência no processo, seja na semeadura de sementes ou no plantio de mudas ou partes vegetativas. O Aegro entrega soluções inovadoras em parceria com a Stara e a John Deere para maior monitoramento e qualidade das atividades na propriedade.

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