O que são insumos agrícolas e como planejar a compra?

Os insumos agrícolas são parte fundamental dos sistemas produtivos de qualquer cultivo, seja ele anual ou perene. Eles servem para garantir a produtividade da cultura produzida por você.

Alguns exemplos de insumos agrícolas são sementes, adubos orgânicos e inorgânicos, inoculantes e agroquímicos. A compra deles é um passo essencial para o sucesso da sua safra e da sua empresa agrícola.

Neste artigo, saiba o que são insumos agrícolas e por que a compra e correta gestão deles é tão importante.

O que são insumos agrícolas?

Os insumos agrícolas são todos os recursos e materiais que você utiliza na sua produção agrícola, desde o preparo do solo até a colheita e o beneficiamento.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), insumos agrícolas são todos os elementos usados no processo produtivo para nutrir, proteger e desenvolver as plantas.

Na prática, eles englobam tudo aquilo que contribui para viabilizar ou aprimorar a produção agropecuária, como defensivos agrícolas, fertilizantes, máquinas e implementos agrícolas e equipamentos.

Matéria-prima e insumos: Qual a diferença?

A matéria-prima é o material usado para fabricar um produto, como o milho na produção de ração ou o algodão na indústria têxtil.

Já o insumo é tudo que entra no processo produtivo, podendo ser um bem ou um serviço. Com isso, os insumos agrícolas podem ser classificados em três tipos:

  • Naturais (relacionados à matéria-prima);
  • De trabalho (mão de obra);
  • De capital (investimentos em bens e serviços).

Esses insumos geralmente se dividem em três grandes grupos, conforme sua origem e função: Biológicos, químicos/minerais e mecânicos.

Entender essas categorias facilita o planejamento, a escolha de tecnologias e o controle de custos, além de alinhar as decisões produtivas às demandas do mercado.

Tipos de insumos agrícolas 

Os insumos agrícolas podem ser mecânicos, biológicos e químicos, que são usados em momento diferentes no ciclo produtivo. Veja a seguir:

1. Insumos mecânicos 

Os insumos mecânicos envolvem todo o maquinário, implementos agrícolas, ferramentas e equipamentos utilizados na produção. Alguns exemplos desse tipo de insumo são:

  • Maquinário pesado: Tratores agrícolas, colheitadeiras, semeadeiras, plantadeiras, pulverizadores e sistemas de irrigação;
  • Implementos: Arados, grades, subsoladores e roçadeiras;
  • Sistemas de irrigação: Pivôs centrais, gotejamento e aspersão.

2. Insumos biológicos 

Os insumos biológicos são produtos derivados de fontes naturais, como microrganismos, plantas, animais ou seus subprodutos, como:

  • Sementes e mudas:
  • Adubos orgânicos;
  • Agentes de controle biológico.

Os inoculantes de sementes e os biofertilizantes são mais exemplos desse tipo de insumo que tem ganhado mais destaque nos últimos anos.

3. Insumos químicos/minerais 

Os insumos químicos/minerais são os produtos industrializados ou provenientes de material mineral. Historicamente, são a base de muitos sistemas de produção modernos.

Esse tipo de insumo inclui os defensivos agrícolas, como herbicidas, inseticidas e fungicidas sintéticos.

O calcário e os fertilizantes inorgânicos, como o cloreto de potássio e o superfosfato triplo também são exemplos de insumos químicos/minerais. 

Planilha de custos dos insumos da lavoura

Como planejar a compra de insumos agrícolas?

Para não comprometer a lucratividade da fazenda, é preciso planejar bem a compra de insumos agrícolas.

Isso porque os preços variam bastante a cada ano, influenciados por fatores como reajustes de mercado e flutuações do dólar.

A melhor forma de se proteger é antecipar a compra. Com planejamento, você define as quantidades necessárias, estabelece um teto de preços e aproveita melhores condições de negociação.

Além disso, pesquisar diferentes fornecedores e fazer cotações com antecedência também ajuda a economizar.

Outra boa prática é participar de grupos de compras ou cooperativas, que conseguem descontos por volume e centralizam negociações.

Muitos produtores vêm adotando o barter, uma estratégia que permite trocar parte da produção futura (como soja ou milho) pelos insumos da próxima safra.

Essa é uma forma de garantir os produtos mesmo sem ter capital disponível no momento da compra.

Ficar de olho no mercado financeiro e nas tendências de preços é fundamental para aproveitar o melhor momento de fechar negócio.

Importância dos insumos agrícolas para o agronegócio

Sem determinados insumos é impossível produzir. Por isso, conhecer o que será necessário para o bom desenvolvimento da sua lavoura é fundamental para disponibilizar os insumos no momento certo.

De modo geral, os insumos agrícolas garantem o bom desenvolvimento das plantas. Também auxiliam no controle de pragas, doenças e plantas daninhas, reduzindo perdas na lavoura. 

Eles são empregados tanto no sistema de produção agrícola convencional quanto no orgânico, de acordo com as características de cada um.

A utilização dos insumos corretos e de forma racional está diretamente relacionada ao crescimento da produção agrícola.

Projeções de custo para a safra 2025: O que esperar?

Os custos de insumos agrícolas devem seguir altos na safra 2025/26, exigindo ainda mais atenção e planejamento.

Mesmo com a previsão de crescimento do PIB do agronegócio, a rentabilidade pode ser afetada por fatores como câmbio, juros altos e preços internacionais.

Os fertilizantes continuam com preços altos, principalmente dos fosfatados. Apesar de quedas pontuais nos custos em março de 2025 para soja (-0,18%) e milho (-0,55%) no Mato Grosso, os valores ainda pesam no orçamento.

Os defensivos agrícolas também estão com aumento nos custos, mesmo com uma desaceleração do mercado. Em março, os gastos subiram para soja (+2,12%), milho (+0,86%) e algodão (+1,22%) no Mato Grosso.

Já as sementes têm variações. Para o milho de alta tecnologia, por exemplo, houve queda de quase 5% nos preços, ajudando a reduzir o custo total da cultura.

Diante de tudo isso, é preciso acompanhar o mercado e usar estratégias de compras antecipadas, barter e negociações coletivas para manter a competitividade da lavoura.

A média do mercado nem sempre reflete a realidade da sua fazenda, mas cada cultura e região tem suas particularidades.

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O que influencia os preços dos insumos em 2025?

Diversos fatores influenciam os custos dos insumos agrícolas. Para a safra 2025, a taxa de câmbio (Real vs. Dólar) é um dos mais relevantes, já que um boa parcela dos insumos agrícolas é importada ou tem seu preço dolarizado.

O acesso ao crédito rural também vai ter desafios desafios, mas com os juros altos previstos para 2025, o que encarece o financiamento da safra e a compra de insumos.

A situação se agrava com o aumento da inadimplência e dos pedidos de recuperação judicial no setor.

Além disso, o orçamento destinado a programas de apoio, como o seguro rural, é considerado insuficiente para atender à demanda.

O clima continua sendo uma variável de grande impacto, especialmente com La Niña ou El Niño impactando nas chuvas e as temperaturas, influenciando as janelas de plantio e colheita.

Eventos climáticos extremos, como excesso de chuvas ou secas prolongadas, podem não só prejudicar a produção, mas também complicar a logística de aplicação de insumos e escoamento da safra.

Neste caso, o melhor a se fazer, é acompanhar de perto as previsões climáticas para ajustar o planejamento .

Insumos agrícolas: Cenário global

O cenário global e a logística interna também pesam. As tensões geopolíticas atuais, principalmente entre Estados Unidos e China, podem trazer volatilidade aos preços das commodities, com possíveis benefícios indiretos para o Brasil, mas também riscos.

A demanda da China, principal comprador do agro brasileiro, e regulamentações internacionais, como a Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), são fatores de atenção.

Com a expectativa de safras volumosas, os custos de frete podem aumentar nos períodos de pico, a capacidade de armazenamento e dos portos pode ficar sobrecarregada, impactando a eficiência e os custos do produtor .

Bioinsumos: Um oportunidade da agricultura sustentável

Uma das tendências mais fortes e consolidadas para a safra 2025 é o crescimento dos bioinsumos.

O Brasil se destaca nesse cenário, com projeções indicando um aumento de cerca de 13% na área potencial tratada com produtos biológicos na safra 2024/2025, ultrapassando a marca de 155 milhões de hectares.

Esse avanço reflete a busca por alternativas mais sustentáveis e, em muitos casos, economicamente vantajosas, que complementam os insumos químicos tradicionais, reduzindo custos de produção.

O crescimento do mercado brasileiro de bioinsumos se destacado, especialmente pela variedade disponíveis para diversas finalidades, como:

  • Biofertilizantes: Melhoram a absorção de nutrientes, agentes de bionutrição, produtos para controle biológico de pragas e doenças.
  • Bioestimulantes: Ajudam as plantas a resistir a estresses e a melhorar a eficiência no uso de nutrientes.

A inovação contínua nesse setor e a exploração do manejo sinérgico, que combina estrategicamente o uso de produtos biológicos e químicos, são vistas como oportunidades para potencializar o controle de problemas fitossanitários

Como um software de gestão agrícola ajuda com os insumos agrícolas?

A melhor forma de planejar a compra de insumos agrícolas é analisando dados das safras anteriores, relacionando o uso de fertilizantes e agroquímicos com a produtividade obtida.

A partir disso, você consegue entender se houve falta, excesso ou uso adequado dos produtos.

Os softwares de gestão rural, como o Aegro, são tecnologias que ajudam nisso, oferecendo uma visão clara dos estoques, planejamentos e resultados.

Com poucos dados inseridos, é possível gerar relatórios por área cultivada, acompanhar metas, controlar fornecedores, locais de armazenamento e histórico de movimentações.

Ferramentas desse tipo, são capazes de diminuir a carga de trabalho na administração na fazenda e ajudam a economizar com mais eficiência na gestão dos insumos.

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Mathias Bergamin

Engenheiro Agrônomo (UFRGS, Kansas State) e especialista de Novos Negócios na Aegro. Reconhecido como referência em Agricultura Digital, especialização em administração, gestão rural, plantas de lavoura.

Tudo sobre a plantação de aveia: tipos, manejo, colheita e forragem

A aveia é um cereal de inverno que se destaca por sua rusticidade e tolerância a solos ácidos e de baixa fertilidade, características que a tornam uma opção atrativa para os produtores brasileiros. 

Além de ser utilizada na alimentação humana e animal, a aveia ajuda na cobertura do solo e na rotação de culturas, especialmente em sistemas de plantio direto.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção nacional de aveia em grão para a safra de 2025 está estimada em 1,1 milhão de toneladas, representando um crescimento de 8,3% em relação à safra anterior. 

Os principais estados produtores são o Rio Grande do Sul, com uma estimativa de 851,1 mil toneladas, e o Paraná, com 233,6 mil toneladas.

Panorama da produção de aveia no Brasil – Safra 2024/25

A aveia se consolida cada vez mais como uma cultura estratégica nas lavouras de inverno do Sul do Brasil.

Na safra 2024/25, a produção nacional foi liderada pelo Rio Grande do Sul, que se destacou com 581 mil toneladas colhidas, representando 64% do total produzido no país

O cultivo no estado ocupou uma área de 361.036 hectares, ou seja, mais de dois terços da área nacional, gerando um valor estimado de R$ 461 milhões.

O Paraná ocupa a segunda posição no ranking nacional, com 240.548 toneladas produzidas, equivalentes a 26,52% da produção brasileira.

A área dedicada ao cereal no estado alcançou 104.013 hectares, com valor de produção de R$ 145 milhões.

Na sequência, o Mato Grosso do Sul aparece com 31.980 toneladas, cerca de 3,53% do volume nacional. A cultura ocupou 26.810 hectares no estado, com valor de produção estimado em R$ 21,5 milhões.

Outras regiões também contribuem para o cultivo da aveia, ainda que em menor escala. Santa Catarina produziu 26.626 toneladas, São Paulo 17.165 toneladas, e Minas Gerais, 9.781 toneladas.

Esses estados representam, respectivamente, 2,94%, 1,89% e 1,08% da produção nacional em 2024/25.

Gráfico

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Figura 1. Rendimento da aveia no Brasil. Créditos: USDA, 2025.

Quais os tipos de plantação de aveia? 

Existem várias espécies no gênero da aveia (Avena spp.), mas são duas as que se destacam na produção de grãos mundial: a Avena sativa ou aveia branca (80% da área mundial) e a Avena byzantina ou aveia amarela (20% da área). 

Mas, principalmente aqui na América do Sul, outra espécie se destaca: a Avena strigosa ou aveia preta, como é popularmente conhecida. 

Essa espécie de aveia é bem mais rústica que as comumente utilizadas para grão e seu uso é basicamente como cultura de cobertura ou forragem para a alimentação animal.

A aveia teve sua origem lá no Oriente Médio, em locais muito próximos de outros cereais de inverno como o trigo

Mas seu cultivo só passou a ser explorado muitos anos depois, já que no início, esse vegetal era apenas uma planta daninha da cultura do trigo.

A aveia é uma planta anual, sendo que algumas cultivares podem apresentar rebrota (duplo propósito) e têm um crescimento ereto, variando entre 0,7 e 2 metros de altura.

Além disso, ela tem raízes profundas e fasciculadas, ou seja, não apresenta uma raiz pivotante ou principal.

Como fazer a plantação de aveia?

A aveia é cultivada ao longo do outono e inverno aqui no Brasil por se tratar de uma planta de clima temperado.

Apesar de ser extremamente tolerante quanto ao solo (pH 4,5 a 6 e menor exigência de nutrientes que trigo), o plantio de aveia é bem mais exigente quanto às condições climáticas.

Assim, a temperatura ideal para a semeadura é acima dos 7º C, sendo abaixo de 4º C diminui drasticamente a germinação das sementes.

A época de semeadura varia de 15 de março (para o MS) até 15 de julho (em SC), e a quantidade de sementes entre 200 e 300 por metro quadrado.

LocalPeríodo de Semeadura
Região de Ijuí (RS)15 de maio a 15 de junho
Região de Passo Fundo (RS)15 de maio a 15 de junho
Região dos Campos de Cima da Serra (RS)15 de junho a 15 de julho
Região Sul do Paraná15 de maio a 15 de julho
Regiões Norte e Oeste do Paraná15 de março a 15 de maio
Região de Campos Novos e Lages (SC)15 de junho a 15 de julho
Região do Sul de São Paulo15 de abril a 30 de maio
Região do Mato Grosso do Sul15 de março a 15 de maio

(Fonte: Indicações técnicas para a cultura da aveia, 2014)

No Brasil é recorrente o uso de sementes piratas na semeadura da aveia e essa prática apresenta altos riscos que, muitas vezes, não são contabilizados pelo produtor. 

Entre esses perigos estão a contaminação das sementes por patógenos e pragas, sem contar possíveis sementes de daninhas que podem infestar a área e a baixa germinação que podem apresentar, afetando diretamente a produção.

O perfilhamento está diretamente relacionado com a produtividade da aveia, sendo que ao final do ciclo, os perfilhos mais jovens auxiliam no enchimento de grãos dos mais velhos.

Dessa forma, regiões mais quentes e semeaduras tardias requerem uma quantidade maior de sementes.

A recomendação de espaçamento é entre os 17 e 20 cm entre linhas com uma profundidade de deposição da semente entre 2 e 4 cm.

Manejo da cultura de aveia

A duração do ciclo da cultura de aveia varia entre 120 e 130 dias aqui no Brasil, mas podem chegar de 90 a 180 dias no mundo todo.

O desenvolvimento da aveia é dividido basicamente em quatro etapas: a fase vegetativa, a fase de transição, a fase reprodutiva e a fase de formação dos grãos.

Sendo que após a fase vegetativa (3 a 4 folhas e início do perfilhamento), é quando se inicia o controle químico em pós-emergência das plantas daninhas.

Os principais herbicidas registrados para a cultura da aveia são o 2,4 D e o metasulfuron, ambos recomendados para o controle de folhas largas.

O controle químico de azevém em campos de aveia ainda não é possível por meio dos herbicidas registrados disponíveis no Brasil.

Já para o manejo de pragas, o mais indicado é o tratamento de sementes (Imidacloprido e Tiodicarbe), que combate duas das principais pragas da aveia, os corós e os afídeos (ou pulgões)

Agora, as principais doenças que afetam a plantação de aveia são a ferrugem das folhas, a qual a aveia branca é mais susceptível, e a ferrugem dos colmos, que não tem grande incidência na região Sul, mas pode ter grande gravidade em condições de alta umidade e temperatura.

Planilha de manejo integrado de pragas

Como fazer a colheita de grãos de aveia?

Na maturação, a plantação de aveia tolera altas temperaturas diurnas, baixas temperaturas noturnas e baixa umidade, permitindo a colheita e evitando a perda de grãos.

Para a produção de sementes, baixas temperaturas durante o desenvolvimento elevam os níveis de dormência das sementes.

Assim, a colheita da aveia deve ser realizada quando os grãos estão em condições de debulha (teor de água abaixo dos 20%) e a planta ainda está de pé.

A regulagem da colhedora é essencial, já que quando descascado, o grão ativa enzimas que causam a rancificação do produto. 

Para o fornecimento industrial, os grãos não devem receber chuvas após a maturação, a fim de evitar que eles adquiram coloração escura.

Vantagens da produção de forragem

A aveia forrageira é uma excelente opção para sistemas de produção que buscam manter a oferta de alimento para o gado durante o outono e o inverno, além de oferecer vantagens como:

  • Tolerância ao frio e geadas;
  • Resistência ao pisoteio;
  • Boa produção de massa verde (alta qualidade);
  • Boa rusticidade;
  • Existência de cultivares com diferentes ciclos de produção.

A cultura pode ser usada para corte verde, feno, silagem ou ainda pastejo, sendo a altura de entrada entre 25 e 30 cm e a altura de saída dos animais em torno dos 10 cm. 

Para produção de silagem, o ideal é realizar o corte das plantas inteiras com a matéria seca dos grãos entre 30% e 40% (ou seja 60% a 70% de umidade nos grãos).

Para implantar um pasto de aveia forrageira, o indicado é utilizar espaçamento de 17 cm entre linhas e populações com 350 plantas por metro quadrado.

Além de produzir forragem, esse sistema de plantio também pode ser utilizado para a produção de palha para o plantio direto. Sendo que a produção de matéria seca varia entre 3 e 6 toneladas.

e-book culturas de inverno Aegro

Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Estratégia de Plantio: Lições para uma safra de sucesso

O último ano agrícola trouxe uma série de desafios para o produtor rural brasileiro, que apenas uma boa estratégia de plantio é capaz de ajudar.

Houve a presença de um clima mais imprevisível, marcado por eventos extremos, como as inundações no RS, períodos de seca e calor intenso em outras regiões.

Somado a isso, as flutuações do mercado e a pressão crescente nos custos de produção, exigem ainda mais atenção.

Não por acaso, a produção agrícola geral no Brasil em 2024 apresentou uma queda em comparação com 2023.

Diante de tudo isso, desenhar uma estratégia de plantio eficiente não é apenas uma opção, mas uma necessidade.

Como fazer um bom planejamento de plantio?

Um bom planejamento de plantio começa antes da semeadora entrar no campo. O primeiro passo é analisar os sucessos, os erros e os problemas que aconteceram nas últimas safras.

Questionar quais áreas tiveram melhor desempenho, onde a produtividade ficou abaixo do esperado ou quais pragas ou doenças causaram mais dor de cabeça, também devem entrar na análise.

Busque conhecer o histórico detalhado da área de plantio, como as correções de solo feitas, sistemas de cultivo anteriores e defensivos aplicados. Tudo isso ajuda a antecipar desafios e otimizar o manejo.

Com base nisso, você pode começar a montar uma estratégia de plantio com dados confiáveis, envolvendo:

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Estratégias de plantio: Planejamento financeiro

Dentro das estratégias de plantio, o planejamento financeiro não pode ficar de fora, já que é importante avaliar a saúde financeira da fazenda (investimentos, dívidas, fluxo de caixa).

Junto disso, é preciso analisar as perspectivas do mercado para as culturas que você pretende plantar, bem como os preços esperados para os insumos.

A tendência de racionalização de custos, impulsionada por margens mais apertadas, torna essa análise ainda mais relevante.

Com base nesse diagnóstico, crie um orçamento detalhado, especificando como os recursos serão alocados em cada etapa do manejo, desde a compra de sementes até a colheita.

Apenas com isso feito, o planejamento de plantio pode entrar em ação, mas acompanhado do plano operacional e o cronograma agrícola.

O plano operacional detalha cada atividade, especificando os insumos necessários e a mão de obra envolvida.

Já o cronograma agrícola estabelece as datas ou janelas ideais para cada etapa: preparo do solo, plantio, adubação, pulverizações e colheita.

O planejamento de plantio é uma maneira de aumentar a produtividade em condições ideais, sendo usado como uma ferramenta de gestão de riscos.

Diante da crescente volatilidade climática e das pressões de custos, cada etapa funciona como uma medida proativa para mitigar incertezas.

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Checklist da Estratégia de Plantio

Etapa do PlanejamentoDescrição
Análise da Safra AnteriorIdentificar erros, problemas e sucessos para aprender e ajustar.
Histórico da ÁreaConhecer manejo passado, pragas/doenças comuns, correções de solo.
Planejamento com DadosBasear decisões em análise de solo, dados climáticos, mapas, relatórios.
Definição de MetasEstabelecer objetivos claros (produtividade, custos, manejo, qualidade).
Análise FinanceiraAvaliar saúde financeira da fazenda e perspectivas de mercado/custos.
Orçamento DetalhadoEspecificar gastos previstos para cada etapa do manejo.
Plano OperacionalDetalhar o quê, como, quando fazer cada operação, incluindo insumos e mão de obra.
Cronograma AgrícolaDefinir datas/janelas para as principais atividades da lavoura.
Avaliação TecnológicaVerificar quais tecnologias podem otimizar o planejamento e a execução.

Quais tecnologias ajudam na estratégia de plantio?

O uso da tecnologia é uma estratégia de plantio que pode fazer muita diferença, permitindo uma uma forma de agir mais precisa.

A agricultura de precisão, por exemplo, deixou de ser uma tendência e virou uma realidade em muitas propriedades, melhorando cada etapa do cultivo.

Entre essas tecnologias que estão ganhando espaço, podemos destacar:

  • Drones: Usados para monitoramento das lavouras, identificação de falhas de plantio, áreas com estresse hídrico ou ataque de pragas;
  • Sensores de solo e clima: Coletam dados em tempo real sobre umidade, temperatura, níveis de nutrientes, ajudando a tomar decisões mais assertivas sobre irrigação e adubação;
  • Sistemas de navegação por satélite (GPS): Ajudam no piloto automático de máquinas, plantio em linhas precisas e aplicação localizada de insumos;
  • Inteligência Artificial (IA): Analisa grandes volumes de dados (climáticos, de solo, de imagens) para gerar recomendações, prever riscos e otimizar o manejo;
  • Plataformas de gestão agrícola: Softwares de gestão rural e aplicativos, como o Climate FieldView™ ou soluções baseadas em satélite , integram dados de fontes diferentes, geram mapas de produtividade, diagnósticos da saúde da lavoura e até prescrições para aplicação de sementes e fertilizantes em taxa variável.

Os benefícios dessas tecnologias estão relacionados ao aumento da produtividade, uso mais eficiente de recursos como água e fertilizantes e melhoria na qualidade final da colheita.

Como aplicar uma estratégia de recuperação no plantio?

Os desafios climáticos são uma realidade cada vez mais presente na agricultura brasileira.

Eventos como as enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul em 2024, os longos períodos de estiagem e ondas de calor reforçam a necessidade de construir lavouras mais resilientes.

Uma estratégia de plantio para recuperação eficaz combina ações emergenciais com práticas de manejo de longo prazo. Veja:

Após eventos extremos: Enchentes

Quando as águas baixam ou a seca severa passa, a recuperação do solo exige algumas cuidados e técnicas específicas, como:

  1. Avaliação detalhada: Para avaliar a extensão dos danos, mapear as áreas afetadas por erosão ou deposição de sedimentos, além de verificar a presença de restos vegetais, lixo ou entulho;
  2. Limpeza e manejo de sedimentos: Remova os detritos que não puderem ser misturados ao solo. Sedimentos com menos de 10 cm podem ser incorporados com aração ou gradagem. Já camadas mais espessas devem ser espalhadas para reduzir a espessura ou descartadas em locais adequados. Evite máquinas pesadas em solo úmido para não causar compactação;
  3. Análise química do solo pós-evento: Após a limpeza inicial, colete amostras de solo para cada área com diferentes níveis de impacto. A análise química vai indicar a necessidade de correção da acidez (pH) e a disponibilidade de nutrientes;
  4. Correção da fertilidade: As recomendações de calagem e adubação devem ser baseadas nos resultados da análise de solo. Aplicar insumos sem essa base pode ser ineficaz e gerar custos desnecessários;
  5. Reparo da Erosão: Sulcos rasos podem ser corrigidos com preparo do solo conservacionista (em nível). Grandes sulcos e voçorocas podem exigir terraplanagem e revegetação com espécies adequadas para estabilizar a área;
  6. Atenção à compactação: O movimento da água pode causar compactação superficial, dificultando a infiltração e o desenvolvimento das raízes. Em casos leves, o preparo do solo e a atividade biológica podem ajudar na recuperação.
Compactação do solo: como evitar e corrigir em sua propriedade

Construindo resiliência a longo prazo

Tão importante quanto a recuperação imediata é a adoção de práticas que tornem a lavoura menos vulnerável a futuros eventos climáticos, como:

  • Sistema plantio direto: Ao evitar o revolvimento e manter o solo coberto com palhada, o sistema de plantio direto protege contra a erosão, melhora a infiltração de água, aumenta a matéria orgânica e pode reduzir custos a longo prazo;
  • Agricultura regenerativa: Um conjunto de práticas focadas na saúde do solo, incluindo rotação de culturas e uso de plantas de cobertura, que aumenta a resistência e recuperação de estresse do solo;
  • Plantas de cobertura: Espécies como leguminosas e gramíneas que protegem o solo do impacto da chuva, suprimem plantas daninhas, adicionam matéria orgânica e melhoram a estrutura do solo;
  • Manejo eficiente da água: Investir em técnicas de captação e armazenamento de água da chuva, sistemas de irrigação eficientes e sistemas de drenagem adequados são aliados para lidar com excesso e falta de água;
  • Sistemas Integrados (SAF/ILPF): A integração de árvores com lavouras e/ou pastagens (Sistemas Agroflorestais ou Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) cria sistemas mais complexos e resilientes, que regulam o microclima, protegem o solo, sequestram carbono e diversificam a renda;
  • Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC): Use as informações do ZARC para definir as culturas e datas de plantio mais seguras, reduzindo os riscos climáticos na sua região.

Crises como grandes enchentes podem acelerar mudanças positivas. A recuperação de áreas degradadas é uma chance de revisar o manejo e adotar sistemas mais resilientes e sustentáveis.

Em vez de apenas restaurar o que foi perdido, é possível avançar para uma agricultura mais preparada, com foco na saúde do solo e na resiliência a longo prazo.

Como avaliar novas terras para a estratégia de plantio?

Expandir a área de cultivo ou iniciar uma nova estratégia de plantio exige mais do que encontrar um terreno disponível.

A metodologia para prospecção estratégica de terras para plantio deve ir além da simples análise de preço, já que faz parte da estratégia de plantio. Veja os critérios de avaliação:

1. Análise de solo completa

Realizar análises químicas e físicas detalhadas revela o potencial produtivo, as necessidades de correção, adubação, textura, estrutura e a capacidade de retenção de água do solo.

Alguns programas, como o PronaSolos, buscam fornecer informações mais detalhadas sobre os solos brasileiros.

2. Logística e Infraestrutura

Avaliar a localização em relação a vias de acesso, facilidade de transporte da produção, proximidade de mercados consumidores ou unidades de processamento/armazenamento.

Também é importante considerar a qualidade das estradas, a disponibilidade de serviços logísticos na região, a presença de energia elétrica, conectividade e acesso à assistência técnica.

Esses fatores influenciam nos custos operacionais, a eficiência na distribuição e a competitividade do negócio.

3. Aspectos legais e ambientais

Avalie se a área está de acordo com o zoneamento agrícola (ZARC) e o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE).

Verifique a regularidade da documentação, a existência de passivos ambientais e o cumprimento das legislações vigentes, como a manutenção da Reserva Legal (RL) e das Áreas de Proteção Permanente (APPs).

Também é importante analisar a disponibilidade hídrica e, se for o caso, a necessidade de uma autorização legal para uso de água na irrigação.

4. Histórico de uso

Investigar o uso anterior da terra pode revelar informações sobre possíveis contaminações, compactação preexistente ou problemas de manejo anteriores.

Em um cenário de mudanças climáticas, a avaliação estratégica de terras assume uma nova dimensão: de avaliar o potencial de resiliência futura.

O agronegócio representa cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, demonstrando a imensa força e importância do campo para a economia nacional.

Além de alimentar o Brasil, o setor é um gigante na exportação mundial de produtos como soja, café, açúcar e suco de laranja. Neste sentido, montar uma estratégia de plantio vai muito além da sua fazenda.

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Mathias Bergamin

Engenheiro Agrônomo (UFRGS, Kansas State) e especialista de Novos Negócios na Aegro. Reconhecido como referência em Agricultura Digital, especialização em administração, gestão rural, plantas de lavoura.

Imposto de Renda Produtor Rural: Esclareça as principais dúvidas sobre a declaração

Imposto de Renda Produtor Rural: Quem precisa declarar, quais as diferenças entre os modelos e outros pontos do processo que você precisa saber!

Todos os anos, nesse período, os contribuintes reúnem a documentação necessária para elaborar a DIRPF (Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física).

Mas o assunto gera muitas dúvidas que, se não forem esclarecidas, podem dificultar o processo e, em alguns casos, resultar em multas desnecessárias.

De acordo com consultores da Safras & Cifras, consultoria especializada em Famílias Produtoras Rurais, o ideal é que o acompanhamento fiscal seja feito durante o ano-calendário e não somente no período de entrega do IR.

Para os produtores rurais, esse processo é ainda mais delicado, pois apresenta algumas particularidades que precisam ser observadas com atenção.

Para te auxiliar, a Safras & Cifras, em parceria com a Aegro, elencou as dúvidas mais frequentes. Confira:

Quem precisa declarar o Imposto de Renda Produtor Rural?

Nem todo produtor rural precisa declarar o imposto de renda, mas há critérios que determinam essa obrigatoriedade. Em 2025, deve declarar quem se encaixar em pelo menos um dos seguintes casos:

  • Recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 30.639,90 ao longo de 2024;
  • Obteve receita bruta anual da atividade rural superior a R$ 153.199,50. Se a fazenda faturou mais do que esse valor, a declaração de produtor rural é obrigatória;
  • Possui bens e propriedades acima de R$ 800.000,00, incluindo terras, equipamentos e outros ativos da fazenda;
  • Teve ganhos com a venda de bens rurais (imóveis, maquinários, animais, entre outros), sujeitos ao pagamento do imposto.

Se você se enquadra em um desses casos, é recomendado preparar a documentação corretamente para evitar multas e pendências com a Receita Federal.

Como é tributado o Resultado da Atividade Rural?

O imposto de renda rural é calculado com base no resultado da atividade, ou seja, na diferença entre as receitas da fazenda e os custos da operação. O produtor pode escolher entre duas formas de tributação:

1. Tributação pelo Lucro Real

O imposto incide sobre o lucro líquido da fazenda, considerando todas as receitas e despesas. A tributação pelo lucro real permite que o produtor rural deduza todos os custos operacionais, como compra de insumos, salários e investimentos.

2. Tributação Presumida

Nesse caso, 20% da receita bruta da atividade rural é considerada como lucro, e o imposto incide sobre esse valor, independentemente dos custos reais da fazenda. Essa opção pode ser vantajosa para quem tem poucas despesas.

A escolha entre esses dois modelos deve ser feita com planejamento, considerando a estrutura da sua propriedade e o impacto tributário de cada um.

Quais os modelos de declaração de imposto de renda produtor rural?

Ao declarar o Imposto de Renda, é possível optar por dois modelos de declaração: o completo e o simplificado. Confira a diferença entre eles:

1. Modelo Completo: É possível usar todas as deduções admitidas pela legislação, incluindo despesas com saúde, instrução, previdência oficial e complementar. Tudo deve ser comprovado através de documentação idônea, para reduzir a base de cálculo do Imposto de Renda.

2. Modelo Simplificado: Ao optar pelo Desconto Simplificado, o produtor rural substitui todas as deduções permitidas pela legislação pelo desconto de 20% da base de cálculo do Imposto de Renda.

Entre as duas opções, não é possível afirmar a mais vantajosa para declaração do imposto de renda produtor rural.

Isso porque para cada declarante caberá um formato, variando de acordo com suas necessidades e condições.

planilha - faça o planejamento tributário para diferentes fazendas

Tabela do Imposto de Renda Produtor Rural 2025

A tabela do imposto de renda 2025 segue a mesma estrutura dos anos anteriores, com alíquotas progressivas aplicadas sobre os rendimentos tributáveis:

  • Até R$ 26.963,20 – Isento
  • De R$ 26.963,21 até R$ 33.919,80 – 7,5%
  • De R$ 33.919,81 até R$ 45.012,60 – 15%
  • De R$ 45.012,61 até R$ 55.976,16 – 22,5%
  • Acima de R$ 55.976,16 – 27,5%

Os impostos são calculados sobre a base tributável do produtor rural, ou seja, após a dedução de despesas e investimentos comprovados.

A receita proveniente de arrendamento pode ser tributada como receita da atividade rural?

Os rendimentos recebidos por arrendamento são tributados conforme a origem do pagamento:

  • De pessoa física: Devem ser declarados e tributados mensalmente através do Carnê-Leão;
  • De pessoa jurídica: Estão sujeitos à retenção na fonte do Imposto de Renda, sendo a responsabilidade do recolhimento do imposto da fonte pagadora, que repassa ao arrendador o valor do arrendamento já descontado do imposto devido.

Esses rendimentos são equiparados a aluguéis para fins de tributação.

Como deve ser a tributação do produtor rural que receber o arrendamento em produto?

O arrendamento não pode ser tratado como receita da atividade rural. Portanto, deverá ser recolhido o imposto de renda sobre o valor recebido por meio do carnê-leão.

Além disso, é importante lembrar que quando este produto for vendido por um valor superior ao recebido, deverá ser apurado o ganho de capital, que será tributado pelas alíquotas progressivas que variam de 15% a 22,5%.

Como organizar as Notas Fiscais para o IR 2025?

Manter uma boa organização das notas fiscais é essencial para evitar problemas na declaração de imposto de renda produtor rural. Aqui estão algumas práticas recomendadas:

  1. Guarde todas as notas fiscais de compra e venda da atividade rural. Isso inclui vendas de produção agrícola e pecuária, além de compras de insumos, equipamentos e serviços;
  2. Registre todas as operações no Livro Caixa Produtor Rural. Esse documento é obrigatório para quem deseja deduzir despesas do imposto de renda rural e comprovar as movimentações da fazenda;
  3. Digitalize documentos importantes para evitar perdas e facilitar o acesso na hora da declaração.
  4. Revise as informações regularmente para garantir que todas as receitas e despesas estejam registradas corretamente antes do prazo de envio da declaração.

A partir de fevereiro de 2025, é obrigatório emitir nota fiscal produtor rural, substituindo o antigo sistema de talões de papel.

É importante estar atento às despesas dedutíveis no Imposto de Renda Rural, como assistência técnica, armazenamento de produtos agrícolas, compra ou aluguel de máquinas e fertilização. Manter registros detalhados dessas despesas pode auxiliar na redução da carga tributária.

Missão Safra 2024 | Transformação digital na gestão tributária e financeira com Matheus Machado

Quem está obrigado à entrega do Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR)?

A partir do ano-calendário de 2019 (declaração transmitida em 2020), o LCDPR é obrigatório para produtores rurais com receita bruta anual superior a R$ 7,2 milhões. Desde o ano-calendário de 2020, esse limite foi reduzido para R$ 4,8 milhões.

O Livro Caixa Digital do Produtor Rural é ser assinado digitalmente, por meio de certificado digital. A entrega acontece por um arquivo digital com suas informações, até o final do prazo de entrega da DIRPF, referente ao ano-calendário.

O arquivo deve incluir todas as movimentações provenientes das atividades rurais que constem como receitas e despesas na Declaração de Ajuste Anual.

A escrituração do Livro Caixa do Produtor Rural foi instituída pela Instrução Normativa RFB 1.848/2018. Com ele, a realização de um planejamento tributário se torna ainda mais importante.

O que é o Ganho de Capital e quais são as operações sujeitas à sua apuração?

Ganho de Capital é a diferença positiva entre o valor de alienação de bens ou direitos e o respectivo custo de aquisição.

Com base na pergunta número 544 do Perguntão IRPF 2019, estão sujeitas à apuração do Ganho de Capital as seguintes operações:

I – Alienação, a qualquer título, de bens ou direitos ou cessão ou promessa de cessão de direitos à sua aquisição, tais como as realizadas por compra e venda, permuta, adjudicação, dação em pagamento, procuração em causa própria, promessa de compra e venda, cessão de direitos ou promessa de cessão de direitos e contratos afins;

II – Transferência a herdeiros e legatários na sucessão causa mortis, a donatários na doação, inclusive em adiantamento da legítima, ou atribuição a ex-cônjuge ou ex-convivente, na dissolução da sociedade conjugal ou união estável, de bens e direitos por valor superior àquele pelo qual constavam na Declaração de Ajuste Anual do de cujus, do doador, do ex-cônjuge ou ex-convivente que os tenha transferido;

III – Alienação de bens ou direitos e liquidação ou resgate de aplicações financeiras, de propriedade de pessoa física, adquiridos, a qualquer título, em moeda estrangeira.

O que acontece se o Produtor Rural não declarar o imposto?

Deixar de declarar o Imposto de Renda como produtor rural pode acarretar em multa de 1% ao mês sobre o imposto devido, com valor mínimo de R$ 165,74, de acordo com a Receita Federal.

Além desse problema, que já é bastante complicado, ainda podem ter outras consequências, como:

  1. Multas e juros: A Receita Federal pode aplicar uma multa de 1% ao mês sobre o imposto devido, com valor mínimo de R$ 165,74;
  2. Restrição para financiamentos: Muitos bancos exigem o imposto de renda rural como comprovação de renda para liberar créditos e financiamentos agrícolas;
  3. Pendências no CPF: A falta de declaração pode bloquear seu CPF, impedindo a emissão de certidões e a realização de transações comerciais.

Caso o produtor não se regularize dentro do prazo estipulado pela Receita Federal, pode ser iniciado um procedimento de fiscalização, resultando em multas de ofício que variam de 75% a 225% sobre o saldo de imposto apurado.

Essas penalidades podem levar à inscrição do débito na Dívida Ativa da União e à cobrança judicial, incluindo imposto, multas e correção monetária.

Se você perdeu o prazo ou tem dúvidas sobre sua declaração, o ideal é buscar orientação com um contador para regularizar sua situação o quanto antes.

Qual o tratamento para recebimento de valores referentes a uma venda em que os produtos serão entregues futuramente?

Os valores recebidos somente serão considerados como receita da atividade rural no mês da efetiva entrega dos produtos vendidos.

Embora este valor não seja considerado como receita na data de seu recebimento, ele movimenta o fluxo de caixa do negócio rural. Por isso, deverá ser declarado como adiantamento em campo específico da DIRPF.

A aquisição de bens no exterior deve ser informada na declaração do Imposto de Renda Produtor Rural?

Sim! Todos os bens adquiridos fora do país deverão ser registrados na Relação de Bens e Direitos da DIRPF.

É obrigatória a entrega da Declaração de Capital Brasileiro no Exterior (CBE), anualmente ou trimestralmente, ao Banco Central do Brasil.

Essa entrega deve ser feita pelas pessoas físicas ou jurídicas, residentes, domiciliadas ou com sede no Brasil, que detenham no exterior ativos que totalizem:

  • US$ 100.000,00, ou equivalente em outras moedas, em 31 de dezembro de cada ano-base – CBE Anual;
  • US$ 100.000.000,00, ou equivalente em outras moedas, em 31 de março, 30 de junho e 30 de setembro de cada ano-base – CBE Trimestral.

O que é o CAEPF?

O Cadastro de Atividade Econômica da Pessoa Física (CAEPF) é um registro da Receita Federal em que constam informações sobre as atividades econômicas exercidas pelas pessoas físicas dispensadas a inscrição no CNPJ.

O produtor rural pessoa física está obrigado à inscrição no CAEPF e, desde 15/01/2019, a matrícula CEI foi substituída por este cadastro.

O cadastro deverá ser informado em campo específico dentro do Livro Caixa Digital do Produtor Rural e acredita-se que será utilizado no e-social do produtor rural.

Como fazer a declaração de Imposto de Renda Produtor Rural?

O processo de como fazer a declaração de imposto de renda produtor rural pode parecer complicado à primeira vista, mas com organização ele se torna simples. Confira abaixo:

  1. Baixe o Programa da Receita Federal – O primeiro passo é acessar o site da Receita e instalar o programa do IR 2025;
  2. Preencha seus dados pessoais – CPF, endereço, dependentes e outras informações básicas;
  3. Informe os rendimentos e despesas da atividade rural – Use os registros do Livro Caixa Produtor Rural para declarar corretamente as receitas e custos;
  4. Revise e envie a declaração – Antes de finalizar, confira se todas as informações estão corretas.

Com um sistema de gestão financeira, o processo se torna ainda mais fácil, pois todas as receitas e despesas podem ser organizadas de forma automatizada.

Como a HBB Contabilidade aumentou a assertividade na gestão fiscal das fazendas com o Aegro

Plantação de trigo: Conheça as etapas fundamentais

A safra 2025/26 promete ser histórica para a triticultura brasileira, com estimativa de 10 milhões de toneladas de trigo.

Este é um marco que reflete o avanço tecnológico, o esforço de produtores em investir em planejamento e manejo adequado desde o início do cultivo.

Com o aumento da demanda e da área plantada, cultivar trigo no Brasil tem se tornado uma atividade cada vez mais estratégica.

Mas, para ter bons resultados, é indispensável seguir cada etapa do processo com atenção — da escolha da cultivar ao manejo das pragas no início da lavoura.

Você sabe qual é o melhor momento para semear o trigo na sua região? E como preparar o solo, ajustar o espaçamento e definir a quantidade de sementes? Esses detalhes fazem toda a diferença e você confere tudo neste conteúdo.

Como está o mercado de trigo hoje no Brasil?

A produção de trigo no Brasil deve alcançar 10 milhões de toneladas na safra 2025/26, o que representa um aumento de 29,9% em relação ao ciclo anterior. O avanço expressivo se deve, principalmente, à base comparativa baixa do ano anterior.

A área plantada também deve crescer, com estimativa de 3,1 milhões de hectares, um acréscimo de 6,2% em relação à safra 2024/25.

No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, projeta-se um crescimento de 11,7% na área cultivada e de 11,9% na produção, chegando a 4,4 milhões de toneladas.

Já o Paraná, mesmo com leve redução de 0,7% na área, deve ter um salto de 57,6% na produção, totalizando 3,7 milhões de toneladas.

Em relação ao comércio internacional, a Argentina ainda possui um saldo exportável de 4,3 milhões de toneladas de trigo, o equivalente a 33% dos 13 milhões produzidos

No ciclo anterior, esse percentual era de apenas 18%. Esse cenário indica que, nos próximos meses, o Brasil deve encontrar espaço para importar o volume necessário sem grandes pressões no mercado.

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Qual a importância do cultivo do trigo?

O trigo é uma das culturas mais antigas cultivadas no mundo. Por ser fonte de carboidratos, proteínas, gordura, fibra, cálcio, ferro e ácido fólico, tem um grande papel na alimentação humana.

Podendo ser consumido de diversas formas, há plantações de trigo em diversas localidades, como China, União Europeia, Índia, Rússia, EUA, Canadá, Austrália, Paquistão, Ucrânia e Turquia.

A plantação de trigo no Brasil assume apenas a 15ª posição de produção. Porém, há espaço para crescimento tanto em área quanto em produtividade.

Para a cultura se desenvolver, é necessário planejamento adequado e utilizar técnicas para o plantio do trigo corretas.

Tabela

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

Figura 1. Maiores produtores mundiais de trigo. (Fonte: Atlas Big, 2025).

Como plantar trigo: passo a passo 

Saber como é plantado o trigo é o primeiro passo que você deve seguir para ter altas produtividades.

Em cada uma das etapas, há uma série de especificidades que devem ser seguidas com o máximo de cuidado possível. Confira a seguir.

1. Escolha do cultivar

No Brasil, a produção de trigo está concentrada na região Sul, mas também há produção na Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás.

O que muda na plantação de trigo nas regiões brasileiras é o tipo de cultivar escolhido. Cada uma delas é desenvolvida para ser adaptada ao clima de cada região.

Para que você faça uma boa escolha, fique de olho em alguns pontos, como:

  • Indicação de produção;
  • Alto desempenho no campo e produtividade;
  • Resistência à doenças; 
  • Indicação da cultivar de acordo com o sistema de produção; 
  • Fertilidade do solo; 
  • Época de semeadura;
  • Entre outros fatores.

2. Época de plantio de trigo

Na região do Cerrado a época de plantio é de janeiro a fevereiro (sequeiro) e abril a maio (trigo irrigado). Já o plantio de trigo na região Sul, a janela de semeadura é entre março e junho.

A época de plantio do trigo depende de cada região de cultivo da cultura. Para te auxiliar nessa escolha, você pode seguir as recomendações do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático).

O Zarc disponibiliza uma lista de cultivares recomendadas para cada região, além da relação de municípios com seus respectivos calendários de plantio.

Com isso, você tem acesso aos dados específicos do estado, incluindo a lista de municípios indicados, os períodos de plantio (início e fim) por cidade, além de informações sobre o tipo de solo e o grupo de cultivares recomendado.

3. Condições ideais de plantio

O trigo é uma cultura que pode ser produzida em regiões tropicais e subtropicais, mas para alcançar altas produtividades, a umidade do ar ideal para cultivar o trigo é de 70%.

Umidades muito elevadas podem causar danos fitossanitários, influenciando diretamente no rendimento dos grãos. A alta umidade também não é bem-vinda durante o plantio do trigo, então fique de olho. 

Para a emergência do trigo, temperaturas do solo entre 15 °C e 20 °C são favoráveis. Mas as temperaturas acima de 26 °C podem ser prejudiciais para o estabelecimento desta cultura de inverno.

Por isso, realize o planejamento de sua semeadura, acompanhando as previsões climáticas, para evitar semear em períodos com temperaturas baixas ou altas demais. 

Condições como umidade, temperatura e chuva durante todo o ciclo da cultura também refletem diretamente na qualidade do grão.

4. Preparo do solo para plantio de trigo

Após fazer o planejamento e ter definido todos os parâmetros citados acima, comprado suas sementes, está na hora de preparar o solo para o plantio de trigo.

Primeiro, determine qual o tipo de sistema de cultivo será ou é utilizado na área, sendo convencional ou plantio direto, e realizar as práticas de acordo com ele. Outros fatores importantes para o estabelecimento da lavoura de trigo são: 

  • Semear no limpo; 
  • Fazer um bom manejo de cobertura do solo até a semeadura;
  • Análise de solo (adubação equilibrada);
  • Semeadura de qualidade; 
  • Cuidados com velocidade de semeadura e profundidade (2 cm a 5 cm); 
  • Escolha da semente de qualidade;
  • População de planta adequada.

Para o preparo do solo, saiba qual a quantidade de fertilizantes e corretivos a serem aplicados no solo. Esse é um fator importante quando se pensa no custo com a cultura.

Isso porque os fertilizantes têm maior participação nos custos de produção do trigo, representando aproximadamente 25% do investimento na lavoura. Por isso, é importante realizar a análise de solo.  

Passo a passo representando como fazer a preparação do solo para a plantação de trigo.

5. Análise do solo

Para determinar se o solo precisa de correção ou de fertilizantes é necessário realizar a análise. As amostras devem ser representativas da área. 

Para plantio direto, é recomendada a amostragem de 0 cm – 10 cm e ocasionalmente de 0 cm – 20 cm de profundidade.

Para o plantio convencional, a amostragem recomendada é de 0 cm – 20 cm. A interpretação da análise de solo é realizada de acordo com o nível de cada elemento.

Já para determinar a necessidade de calagem e adubação para a área amostrada, devem ser utilizados manuais ou indicações técnicas para cada região do país. 

6. Correção com calcário

Determinar se a área precisa de calagem e qual quantidade utilizar é extremamente importante. Você deve ter a interpretação da análise de solo com as recomendações para cada região de cultivo do trigo.

7. Adubação

A adubação com fertilizantes NPK e micronutrientes para o trigo costuma ser feita no sulco de semeadura.

O nitrogênio é o nutriente mais exigido pela planta, e sua quantidade varia conforme alguns fatores, como: matéria orgânica do solo, cultura anterior, clima da região e expectativa de produção.

No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, por exemplo, a dose de nitrogênio depende principalmente da matéria orgânica, da cultura precedente e da expectativa de rendimento.

O nitrogênio costuma ser aplicado em cobertura, entre o perfilhamento e o alongamento do colmo, enquanto no Paraná, essa adubação é feita com base na cultura anterior.

Cada estado tem uma recomendação específica, por isso o indicado é consultar os estudos da Embrapa ou procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a).

Adubação nitrogenada: um guia rápido de manejo para altas produtividades na lavoura

8. Semeadura, espaçamento e densidade

A maior parte do plantio de trigo no Brasil é realizado com semeadoras. As sementes serão plantadas seguindo estas indicações:

  • Espaçamento entre linhas de 17 cm a 20 cm;
  • Densidade média de 200 a 400 sementes viáveis por ;
  • Profundidade de semeadura de 2 cm a 5 cm.

Também há quem faça a semeadura a lanço, onde é possível distribuir as sementes de maneira manual ou mecanicamente. Entretanto, dessa forma, você terá um espaçamento irregular e desuniformidade em sua área.

Para saber a quantidade de sementes que você irá utilizar por metro e por hectare, você utilizará a seguinte conta:

Fórmula:

L = (100 × S × E) / PG
D = (L / E × L × M) / 100
L = (100 × S × E) / PG
D = (L / E × L × M) / 100
S = número de sementes por m² (estande de plantas/m²)
E = espaçamento em metros
PG (%) = poder germinativo
L = número de sementes por metro
M = massa de 1.000 sementes em gramas

Quanto tempo o trigo demora para crescer?

O tempo que o trigo demora para crescer varia de acordo com o tipo de trigo (trigo de inverno ou trigo de primavera), clima e manejo, mas em geral:

  • Trigo de inverno: Leva de 6 a 8 meses do plantio à colheita, com semeadura no outono, passando pelo inverno em dormência. É colhido no final da primavera ou começo do verão;
  • Trigo de primavera: Cresce mais rápido, levando de 4 a 5 meses do plantio à colheita. É semeado na primavera e colhido no verão.

No Brasil, onde o cultivo é mais comum entre maio e setembro, o ciclo do trigo costuma durar em torno de 110 a 150 dias, dependendo da variedade e das condições climáticas.

Fases de crescimento do trigo
  • Germinação e emergência: 5 a 15 dias;
  • Perfilhamento: 20 a 40 dias;
  • Alongamento do colmo: 30 a 50 dias;
  • Emborrachamento e espigamento: 15 a 30 dias;
  • Floração e enchimento de grãos: 20 a 40 dias;
  • Maturação e colheita: 20 a 30 dias.

Manejo inicial da lavoura de trigo

Os cuidados com as plantas de trigo devem ser tomados antes e durante a instalação da lavoura. O  manejo de doenças, pragas e plantas daninhas da cultura é fundamental.

As plantas daninhas devem ser controladas para que você semeie o trigo no limpo. O trigo deve permanecer, por no mínimo 12 dias, sem a interferência de plantas invasoras.

A atenção deve ser principalmente para gramíneas como o azevém, capim-amargoso e aveia. 

Doenças e pragas devem ser controladas antes que causem danos econômicos na sua lavoura. Entre as principais doenças do trigo que podem aparecer no início do ciclo da cultura, há:

  • Oídio;
  • Ferrugem;
  • Mancha amarela da folha;
  • Mancha-marrom;
  • Nanismo-amarelo;
  • Mal-do-pé.

Estas são apenas algumas doenças que causam impacto desde a germinação e perfilamento. Independente do tipo, o MID (Manejo Integrado de Doenças) precisa ser realizado. Elas podem variar entre as regiões de cultivo e condições climáticas.

Os pulgões, assim como os corós, percevejo-barriga-verde e lagartas, são pragas do trigo que podem ocorrer durante todo o ciclo da cultura. Elas devem ser monitoradas desde a germinação.

Para controle, o MIP (Manejo Integrado de Pragas) é fundamental. Ele irá reduzir os danos e a incidência destas pragas nas plantações de trigo.

Existem várias outras ferramentas essenciais para se ter uma lavoura sadia. O conhecimento do histórico da área, o monitoramento climático, a rotação de culturas, o controle químico no momento correto são as principais.

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Preparo do solo ideal: O segredo para uma safra abundante

O sucesso de qualquer safra começa muito antes da semeadura. O preparo do solo, muitas vezes subestimado, é a base para um cultivo saudável e produtivo.

Você já parou para pensar em como as técnicas de preparo do solo podem influenciar diretamente a qualidade e a quantidade da sua colheita?

Entender qual é a importância do solo e como otimizá-lo se torna é necessário para garantir o máximo potencial da sua lavoura. Neste conteúdo você vai entender tudo isso.

Quais os cuidados essenciais com o solo?

O solo exige atenção e cuidado para que possa nutrir as culturas da melhor forma. Para isso, a análise do solo surge como uma forma de orientar manejos mais eficientes.

Com isso, são identificadas as necessidades específicas da sua terra, permitindo uma correção precisa do pH através da calagem e um aprimoramento das camadas subsuperficiais com a gessagem.

Essa correção, ajustada para cada cultura, como para preparar o solo para o plantio de soja, impacta diretamente a disponibilidade de nutrientes essenciais. Além disso, a adubação deve ser planejada com precisão.

Nutrientes como fósforo, potássio e nitrogênio também são importes, e sua aplicação deve ser baseada nas particularidades do solo e da cultura.

No caso da soja, a fixação biológica de nitrogênio, feita por bactérias simbióticas, reduz a necessidade de adubação nitrogenada.

Banner da planilha de calagem

Por que o preparo do solo é tão importante?

O preparo do solo é importante porque é responsável pelo desenvolvimento saudável das culturas e, consequentemente, aumentara produtividade.

Um solo bem estruturado facilita a penetração das raízes, melhora a absorção de água, nutrientes e reduz a compactação, permitindo que as plantas cresçam com mais vigor.

As práticas ainda ajudam a controlar erosão, manter a microbiota do solo ativa e otimizar o uso de insumos, resultando em maior eficiência produtiva e sustentabilidade na lavoura.

Quais são as etapas do preparo do solo?

Um bom preparo do solo facilita a penetração das raízes, melhora a absorção de água e nutrientes, garantindo um desenvolvimento mais saudável e produtivo para as plantas.

Estudos indicam que práticas adequadas de preparo podem aumentar a produtividade de culturas, como o milho, em até 29%.

Investir no preparo do solo impacta diretamente o rendimento das culturas, além da eficiência das operações agrícolas.​ Mas para isso é necessário seguir algumas etapas, como:

  1. Análise do solo: Identifica a fertilidade, o pH e a necessidade de correções, orientando as práticas de manejo;
  2. Correção da acidez (calagem e gessagem): Aplicação de calcário regula o pH do solo, enquanto o gesso agrícola melhora a estrutura e corrige a camada subsuperficial;
  3. Adubação e fertilização: Reposição de nutrientes essenciais, conforme a necessidade da cultura, com fertilizantes químicos ou orgânicos;
  4. Descompactação do solo: Técnicas como escarificação ou subsolagem evitam camadas compactadas que dificultam o crescimento das raízes;
  5. Preparo mecânico ou cultivo mínimo: Uso de aração e gradagem para revolver o solo (preparo convencional) ou técnicas conservacionistas, como o plantio direto;
  6. Manejo da matéria orgânica: Uso de palhada e rotação de culturas para melhorar a fertilidade e a retenção de umidade;
  7. Controle de ervas daninhas, pragas e doenças: Aplicação de herbicidas seletivos e práticas de manejo integrado para evitar perdas na lavoura.
Guia para manejo de plantas daninhas

Solo, manejo integrado e sustentabilidade

O manejo de plantas daninhas, pragas e doenças contribui para a proteção da lavoura e melhora o desenvolvimento das culturas.

No preparo do solo, mesmo no plantio direto, o controle inicial das invasoras evita a competição por água, luz e nutrientes, reduzindo perdas na produtividade.

Enquanto isso, a rotação de culturas diversifica o ambiente agrícola, ajudando a quebrar ciclos de pragas e melhorar a fertilidade do solo.

O uso de coberturas vegetais também pode ser um aliado, favorecendo a retenção de umidade e fazendo a proteção contra a erosão.

Por fim, o controle químico, quando necessário, deve ser feito com herbicidas seletivos e na dose correta, reduzindo impactos ambientais e evitando a resistência de plantas daninhas.

Ao integrar diferentes estratégias, o manejo se torna mais eficiente, diminuindo custos e preservando a saúde do solo para as próximas safras.

Como preparar a terra para o plantio?

Cada cultura tem suas particularidades quando se trata de etapas de preparação do solo para o plantio.

Para a soja, por exemplo, o sistema de plantio direto (SPD) se destaca múltiplos benefícios, como proteção contra erosão, retenção de umidade e enriquecimento da matéria orgânica.

Entretanto, em alguns casos, um preparo inicial do solo pode ser necessário para corrigir problemas de compactação ou fertilidade, garantindo assim um ambiente ideal para o desenvolvimento da cultura.

Já para o milho, o preparo do solo pode variar desde sistemas convencionais até o plantio direto, dependendo das condições da sua propriedade.

A rotação de culturas, uma prática sábia e sustentável, surge como um aliado importante em ambas as culturas.

Ao alternar soja e milho, não apenas diversificamos a produção, mas também melhoramos a saúde do solo, reduzindo a incidência de pragas e doenças e otimizando o aproveitamento de nutrientes.

A complexidade na coordenação de múltiplas atividades simultâneas, somada à imprevisibilidade do clima, pode desafiar o planejamento do preparo do solo.

As ferramentas de planejamento detalhado e acompanhamento em tempo real da Aegro permitem ajustes rápidos e eficientes, otimizando o uso de maquinário e insumos, permitindo uma melhor organização das atividades de campo.

banner com fundo, com um notebook no lado direito e texto no lado esquerdo, convidando para uma demonstração no software Aegro

Mathias Bergamin

Engenheiro Agrônomo (UFRGS, Kansas State) e especialista de Novos Negócios na Aegro. Reconhecido como referência em Agricultura Digital, especialização em administração, gestão rural, plantas de lavoura.

Dicas de como otimizar as operações da fazenda

A otimizar operações da fazenda é um dos fatores que determinam sua rentabilidade e sustentabilidade. No Brasil, a agricultura representa 24,8% do PIB e emprega milhões de trabalhadores, conforme dados do IBGE

No entanto, os desafios da administração rural exigem cada vez mais atenção à redução de custos, aumento da produtividade e decisão baseada em dados.

Nos últimos anos, avanços na tecnologia agropecuária têm possibilitado uma gestão mais precisa e integrada das propriedades.

Ferramentas como softwares de gestão rural, sensores remotos e integração de dados são alguns facilitadores para o acompanhamento das atividades em tempo real. 

Com a adoção de soluções inovadoras é possível planejar melhor o plantio e a colheita, reduzir perdas e aumentar a eficiência operacional

Neste artigo, você confere um pouco mais sobre as estratégias para otimizar as operações da fazenda. Aproveite o conteúdo!

Como otimizar as operações da fazenda?

Otimizar as operações da fazenda exige planejamento e o uso de tecnologias que aumentam a produtividade enquanto reduzem custos.

Em um cenário de desafios constantes, como oscilações de mercado, mudanças climáticas e aumento dos custos de produção, encontrar formas de otimizar as operações garante a rentabilidade e a sustentabilidade do negócio.

A adoção de boas práticas, aliada ao uso de ferramentas de gestão e inovação tecnológica, vai mudar a forma como as atividades agrícolas são conduzidas. Veja abaixo algumas formas de fazer isso acontecer:

  • Gestão financeira eficiente: Monitoramento rigoroso dos custos e análise do retorno sobre os investimentos;
  • Uso de tecnologia: Ferramentas de gestão agrícola, sensores e monitoramento remoto ajudam a reduzir desperdícios e otimizar insumos;
  • Planejamento da produção: Diversificação de culturas e crédito rural podem melhorar a rentabilidade;
  • Capacitação da equipe: Profissionais bem treinados evitam erros operacionais e maximizam o uso de recursos;
  • Manutenção de máquinas e equipamentos: Evita paradas inesperadas, melhorando a eficiência operacional e reduzindo custos com reparos emergenciais;
  • Logística otimizada: Um bom planejamento de transporte e armazenagem reduz perdas na colheita e melhora o escoamento da produção;
  • Uso de dados na tomada de decisão: Analisar métricas de produtividade e eficiência operacional ajuda a identificar gargalos e oportunidades de melhoria.
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O que faz aumentar a produtividade agrícola?

A produtividade agrícola é influenciada por diversos fatores, desde a escolha das sementes até a adoção de tecnologias.

Com margens cada vez mais apertadas, desafios como mudanças climáticas e custos elevados, buscar estratégias eficientes virou necessidade.

O agricultura no Brasil é responsável quase 25 do PIB e para que esse crescimento continue, recomendamos:

  • Uso de sementes de qualidade: Variedades híbridas e geneticamente modificadas tem maior resistência a pragas, doenças e condições climáticas adversas, podendo aumentar a produtividade de até 20%;
  • Correção e manejo do solo: A análise de solo e a adubação equilibrada garantem que as plantas tenham os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável. O uso de práticas como a calagem, por exemplo, é capaz de aumentar a produtividade em até 30%;
  • Tecnologia na agricultura: Ferramentas, como softwares de gestão, otimizam o uso de insumos e identificar falhas rapidamente. Estudos indicam que a agricultura digital reduz desperdícios e aumentam a produção em até 25%.
  • Manejo integrado de pragas e doenças: O monitoramento constante e o controle biológico, aliados ao uso consciente de defensivos agrícolas, evitam perdas;
  • Irrigação eficiente: Sistemas modernos como gotejamento e pivô central garantem que a água seja utilizada de forma que aumente a produtividade das culturas em até 50% em regiões com baixa pluviosidade;
  • Planejamento e rotação de culturas: Alternar os cultivos mantém a fertilidade do solo, reduz o risco de pragas e melhora a rentabilidade, resultando em uma fazendo com aumente de produção.

Ao integrar todas essas técnicas e atividades, você consegue aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, otimizar as operações da fazenda. Ou seja, é possível produzir mais com menos desperdício.

10 estratégias para fortalecer a gestão econômica e financeira da fazenda

Uma administração financeira estruturada é responsável pela sustentabilidade do negócio rural. Diante de custos variáveis e margens de lucro muitas vezes estreitas, um controle eficiente dos recursos pode determinar o sucesso da produção.

Para ajudar nisso, separamos 10 estratégias fundamentais para aprimorar sua gestão e vão fazer toda a diferença. Confira:

  1. Planejamento financeiro: Projete receitas e despesas considerando histórico e variações de mercado;
  2. Controle de custos: Classifique e monitore despesas fixas e variáveis para otimizar recursos;
  3. Gestão do fluxo de caixa: Registre entradas e saídas para evitar falta de liquidez;
  4. Investimento em tecnologia: Utilize softwares para registros financeiros e melhorar decisões;
  5. Acompanhamento contábil: Mantenha documentos organizados para planejamento tributário e acesso a crédito;
  6. Educação financeira: Aprimore conhecimentos para tomar decisões estratégicas e seguras;
  7. Análise de investimentos: Avalie a viabilidade antes de ampliar ou adquirir novos ativos;
  8. Diversificação de renda: Explore novas culturas ou atividades para reduzir riscos financeiros;
  9. Gestão de dívidas: Monitore financiamentos e renegocie condições para equilíbrio financeiro;
  10. Parcerias estratégicas: Estabeleça colaborações para ampliar oportunidades e garantir segurança econômica.

Como a Fazenda Retiro substituiu 30 planilhas por um software?

Fundada pela família Gusatti, a Fazenda Retiro, de Nova Ubiratã, Mato Grosso, sempre esteve em constante evolução.

A propriedade, de 1.200 hectares dedicados ao cultivo de soja e milho, nasceu do desejo de melhorar a qualidade de vida e aumentar a produtividade.

Com o crescimento dos negócios, Matheus Gusatti, gestor financeiro, percebeu que a complexidade do controle operacional aumentava cada vez mais.

O uso de mais de 30 planilhas no Excel tornava a análise de dados e a tomada de decisões desafiadoras. Diante da necessidade de centralizar informações e aprimorar a comunicação com seu irmão, Matheus buscou uma solução mais eficiente.

Foi assim que ele adotou o Aegro, o software de gestão agrícola que monitora todas as operações da fazenda de forma integrada e estratégica.

Além da praticidade, o software tem suporte presencial em uma agência exclusiva, onde são realizadas reuniões mensais para ajustes na estratégia de gestão. 

Com uma interface intuitiva, Matheus e sua equipe conseguiram eliminar as dificuldades de uso enfrentadas com sistemas anteriores. “Hoje, faço o controle de estoque e lanço dados diretamente pelo celular. A gestão da Fazenda Retiro nunca foi tão clara e acessível”, conclui.

Como a fazenda Retiro substituiu 30 planilhas pelas informações integradas com o Aegro

Software para otimizar as operações da fazenda

Para produtores rurais que querem otimizar as operações da fazenda com uma plataforma eficiente e simples de usar, o Aegro é a escolha certa.

A solução centraliza informações, facilita o controle das atividades no campo e no escritório, e oferece uma visão completa do negócio rural.​

Integre as operações agrícolas e financeiras em uma única plataforma, facilitando as atividades operacionais e contribuindo para a sustentabilidade e lucratividade da fazenda.​ No Aegro a sua fazenda tem:

  • Gestão financeira: Controle detalhado de contas bancárias, pagamentos, estoque e fluxo de caixa, permitindo uma administração financeira mais eficiente e organizada;
  • Planejamento e controle de safra: Possibilita o planejamento das operações agrícolas, desde o plantio até a colheita, monitorando custos e otimizando o uso de insumos para aumentar a rentabilidade;
  • Emissão de Nota Fiscal Eletrônica do Produtor Rural: Emissão gratuita, rápida e ilimitada de NFP-e, com preenchimento automático e cálculos de impostos;
  • Monitoramento de pragas e doenças: Monitoramento da lavoura com relatórios sobre pragas e indicação do o momento ideal para pulverizações, reduzindo custos com defensivos;
  • Integração com máquinas agrícolas: Importe dados de operações realizadas com maquinário da fazenda, conectando a plataformas como Climate FieldView™, John Deere Operations Center™ e Stara, para uma visão completa das operações.

Seja para melhorar o planejamento da safra, controlar custos ou monitorar a lavoura em tempo real, o Aegro é a ferramenta certa para quem busca melhorar a administração da fazenda e alcançar melhores resultados no campo.

Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Plantio de Soja 2025: Guia Essencial para Máxima Safra

A época de plantio de soja varia nas diferentes regiões produtoras. No entanto, no estado do Mato Grosso, o plantio geralmente ocorre entre setembro e dezembro, dependendo das condições climáticas. 

Em anos como 2024, caracterizados por instabilidades climáticas intensas, é preciso acompanhar de perto as previsões meteorológicas para otimizar suas janelas de plantio.

Os cuidados durante esse período são essenciais para assegurar uma lavoura produtiva e saudável. 

Para garantir esse sucesso, práticas de manejo do solo, controle de pragas e a seleção de cultivares de soja que se adaptam bem às condições locais, são estratégias excelentes. 

A agricultura e o clima estão interligados, e qualquer variação climática tem um impacto direto no processo. Continue acompanhando o conteúdo e saiba mais sobre o plantio de soja neste momento:

Calendário para o Plantio de Soja 2025

A janela de plantio da soja é o período em que as condições climáticas, principalmente chuva e temperatura, são mais favoráveis para a germinação e desenvolvimento inicial da cultura. 

Plantar dentro dessa janela, que varia entre as regiões do Brasil, é necessária para minimizar riscos e otimizar o potencial produtivo.

O calendário plantio de soja oficial é associado ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 

O ZARC indica os períodos de menor risco climático para o cultivo em cada município, considerando tipo de solo e ciclos das cultivares

Para 2025, consulte as portarias atualizadas do ZARC para sua localidade específica. Geralmente, a janela se concentra entre setembro e dezembro na maioria das regiões produtoras, mas variações são comuns.

A abertura nacional do plantio de soja, é marcada por eventos simbólicos, que ocorre em meados de setembro, após o fim do vazio sanitário.

Durante este período é proibido manter plantas vivas de soja no campo para controle de pragas e doenças, como a ferrugem asiática. 

Estratégias para o Cultivo de Soja no Brasil

O sucesso do cultivo de soja vai muito além de apenas acertar a data de plantio. Um manejo eficiente envolve uma série de práticas integradas que começam bem antes das máquinas entrarem no campo. 

O plantio de soja no Brasil, dada a diversidade de solos, climas e sistemas de produção, exige uma abordagem adaptável e tecnificada, como:

  • Preparo do solo: Seja no sistema de plantio direto (amplamente adotado) ou convencional, garante a boa estrutura física, química e biológica do solo.
  • Análises de solo periódicas: Orientam a calagem e a adubação, corrigindo deficiências e proporcionando os nutrientes necessários para a cultura. 
  • Cultivar correta: Opte pela cultivar adaptada à sua região, tipo de solo, regime de chuvas e resistência a pragas e doenças locais.

Durante o desenvolvimento da lavoura, o manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas (MIP/MID/MIPD) também é indispensável. 

Monitorar a lavoura constantemente permite tomar decisões de controle mais assertivas e no momento certo, utilizando métodos químicos, biológicos ou culturais de forma racional. 

A nutrição de plantas, especialmente em fases críticas, e a atenção às condições hídricas complementam as práticas essenciais para que cada planta expresse seu máximo potencial produtivo no vasto território brasileiro.

Gerenciar todas essas variáveis, desde a análise de solo e escolha de insumos até o monitoramento constante de pragas e a nutrição precisa, pode ser um desafio complexo. 

Ferramentas de gestão agrícola digital, como o Aegro, auxiliam o produtor a centralizar essas informações vitais. 

Um software especializado permite planejar o cultivo, registrar atividades, controlar custos por talhão e visualizar dados para decisões mais eficientes e rentáveis.

Aprenda a estimar a produtividade de soja em 3 minutos

Soja no Brasil e no mundo: Como está o cenário?

Atualmente, a soja se destaca como o principal produto de exportação do Brasil

Desde de 2021, o país tem sido reconhecido como maior produtor mundial do grão, respondendo por 42% da produção global

Na safra 2022/2023, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab, 2023), o Brasil alcançou uma produção de alta produtividade, alcançando: 

  • Mais de 154  milhões de tonelada; 
  • Cultivo em 44 milhões de hectares;
  • Produtividade média de 3.508 kg por hectare.

Para atingir esses números, é fundamental ter conhecimento técnico e um planejamento cuidadoso para cada safra. 

A produção de soja demanda atenção a diversos fatores, incluindo as condições climáticas e a qualidade do solo nas cinco regiões produtoras do país. 

Um exemplo da complexidade dessa cultura é que mais de 2 mil cultivares de soja estão registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). 

Cada uma delas foi desenvolvida com características específicas para se adaptar a diferentes tipos de solo, necessidades de maturação e fatores bióticos e abióticos

Ou seja, nem todos os tipos de soja têm o mesmo tipo de necessidade, impactando em cuidados e estratégias de manejo diferentes.

Preço da soja: alta ou queda?

A saca de 60 quilos de soja está sendo negociada a R$ 138,02, registrando uma baixa de 0,42% em relação ao último fechamento em várias regiões do interior do Paraná. 

No litoral paranaense, a tendência de queda de preços também é observada, com a saca sendo vendida a R$ 140,06 em Paranaguá.

Em relação ao trigo, no Paraná, houve uma ligeira redução de 0,1% no último fechamento, com o preço alcançando R$ 1.464,69 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a commodity apresentou uma leve queda de 0,8%, sendo comercializada a R$ 1.347,20 por tonelada. Os valores são provenientes do Cepea (Setembro/2024).

Lavoura de soja representando a relação do plantio de soja e o clima

Figura 1. A importância das chuvas para a Safra 2024/2025. Créditos: CenárioMT (2024).

Dinâmicas do mercado e projeções de preços da soja

O mercado global de soja tem apresentado uma tendência de baixa nos preços, influenciada pelo aumento da oferta global e a redução da demanda da China, um dos principais importadores mundiais.

Esse cenário de maior disponibilidade do grão no mercado internacional exerce pressão sobre os preços praticados no Brasil, impactando a rentabilidade dos produtores.

As projeções de preços para a soja durante a safra 2025/2026 indicam uma continuidade da tendência de cautela, dada a perspectiva de oferta global ainda elevada e a incerteza em relação à demanda internacional.

Analistas de mercado e instituições financeiras apontam para a possibilidade de volatilidade nos preços, influenciada por condições climáticas e mudanças nas políticas comerciais internacionais.

Essa volatilidade exige um planejamento financeiro detalhado, considerando os custos de produção e as projeções de preços, para avaliar a viabilidade econômica do cultivo.

A utilização de ferramentas de gerenciamento de riscos, como a contratação de seguros agrícolas e a realização de operações de hedge no mercado futuro, pode ajudar a proteger a receita e mitigar os efeitos da volatilidade dos preços.

Cenário econômico e custos de produção

Os custos de fertilizantes, que representam uma parcela significativa dos custos de produção, estão em queda devido à diminuição da demanda internacional e ao aumento da oferta global.

Essa redução pode representar uma oportunidade para os produtores de soja diminuírem seus custos de produção.

No entanto, é importante ressaltar que os preços dos fertilizantes podem ser influenciados por diversos fatores, como a taxa de câmbio, os custos de transporte e a geopolítica global.

Os custos de pesticidas, incluindo herbicidas, inseticidas e fungicidas, também são um componente importante dos custos de produção da soja.

Por isso, é recomendado acompanhar essas projeções e adotar práticas, como o manejo integrado de pragas, para otimizar o uso.

As sementes — convencionais ou transgênicas — também impactam os custos. Seus preços variam conforme a tecnologia, a demanda e a disponibilidade de cultivares com melhor desempenho.

Além dos insumos, custos com mão de obra, combustíveis, manutenção e transporte também pesam na lavoura.

A gestão eficiente desses gastos, aliada ao uso de tecnologias como o plantio direto e a agricultura de precisão, ajuda a reduzir despesas.

planilha - calcule seus custos

Quais os impactos das mudanças climáticas no plantio de soja?

A safra de soja 2025/2026 vai ser influenciada pelo El Niño, que pode trazer variações significativas nas chuvas e temperaturas em diferentes regiões do Brasil.

No Sul do país, por exemplo, há uma tendência de condições mais secas no início de 2026, o que pode afetar o desenvolvimento inicial das lavouras.

Essa condição climática exige um ajuste no planejamento do plantio, para evitar que as fases mais críticas da cultura coincidam com os períodos de maior déficit hídrico.

Além disso, a escolha de cultivares mais tolerantes ao estresse hídrico e a implementação de técnicas de conservação de água no solo podem ser medidas importantes para mitigar os riscos climáticos.

Semeadura da soja x clima

Durante o crescimento vegetativo, a planta precisa de água suficiente; a alternância entre secas e chuvas intensas pode afetar a absorção de nutrientes.

Na fase de floração e formação das vagens, o estresse climático pode reduzir a fertilidade e favorecer doenças. 

Já na maturação e colheita, altas temperaturas aceleram o processo, comprometendo a qualidade dos grãos.

A semeadura da soja em Mato Grosso, por exemplo, está enfrentando desafios devido a eventos climáticos extremos associados às mudanças climáticas. 

As chuvas irregulares e a falta de umidade no solo estão dificultando o plantio, gerando incertezas sobre a produtividade da safra. 

Embora algumas regiões tenham avançado lentamente com a semeadura, a maioria dos agricultores aguarda melhores condições climáticas para iniciar o trabalho. 

Além dos impactos diretos na agricultura, a situação reflete um cenário mais amplo de desequilíbrio climático no Brasil

Essa situação já afeta a segurança hídrica e pode comprometer setores essenciais para o desenvolvimento econômico do país. 

Assim, a adaptação e a inovação nas práticas agrícolas tornam-se cada vez mais fundamentais para garantir uma boa produção de soja.

Impactos das diversidades climáticas na semeadura de soja
Figura 3 – Impactos nas vidas humanas e na biodiversidade do planeta. (Fonte: InfoEscola, 2024).

Qual o clima ideal para o cultivo da soja?

O clima ideal para o cultivo da soja envolve temperaturas entre 20°C e 30°C, que favorecem o crescimento do grão. 

Temperaturas abaixo de 10°C podem atrasar o desenvolvimento da planta, enquanto valores acima de 40°C prejudicam a floração e a formação de vagens. 

Para garantir um ciclo adequado, é fundamental que o cultivo ocorra em períodos livres de geadas

Já para a semeadura, a recomendação é de setembro a dezembro, dependendo da região, com crescimento variando de 75 a 150 dias, de acordo com a maturação desejada.

Produção agrícola em Mato Grosso

A produção agrícola em Mato Grosso, especialmente o plantio de soja, enfrenta desafios devido às condições climáticas, com chuvas irregulares e falta de umidade no solo

Este ano, a situação se repete, dificultando o avanço da semeadura. Especialistas alertam que a umidade é fundamental para a germinação adequada das sementes.

Na médio-norte, 0,55% da área destinada à soja já foi plantada, enquanto a sudeste registra 0,37%

Apesar desses avanços, muitas regiões esperam por melhores condições climáticas, gerando preocupação entre os agricultores quanto ao cumprimento do calendário de plantio e colheita, essencial para não comprometer a segunda safra de milho.

É importante ressaltar que o clima da região é composto por uma estação chuvosa bem definida e uma seca, dita o ritmo da agricultura local.

A janela de plantio costuma ser uma das primeiras a se abrir no país, frequentemente em setembro, aproveitando as primeiras chuvas.

Os solos do Cerrado, predominantes no estado, exigem manejo específico, como a correção da acidez e a atenção à fertilidade, especialmente com fósforo e potássio. 

O uso intensivo da terra, muitas vezes com a safrinha de milho ou algodão após a soja, demanda um planejamento nutricional ainda mais cuidadoso para evitar o esgotamento do solo. 

Além disso, desafios como a pressão de pragas, doenças, e a necessidade de cultivares adaptadas a altas temperaturas, são importantes para os preparativos para o plantio de soja 2025. 

A tecnologia, incluindo agricultura de precisão e biotecnologia, desempenha um papel importante na superação desses desafios regionais.

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Arrendamento de Terra: Uma Opção Viável?

Expandir a área de cultivo ou iniciar na atividade agrícola nem sempre requer a compra de terras. O arrendamento rural é uma alternativa comum e viável para muitos produtores. 

Basicamente, trata-se de um “aluguel” da terra, onde o arrendatário (quem planta) paga um valor pré-determinado (em dinheiro ou produto) ao arrendador (dono da terra) pelo direito de uso por um período específico.

Para o arrendatário, as vantagens incluem a possibilidade de aumentar a escala de produção sem o alto investimento inicial da compra de terras, diluindo custos fixos com maquinário e mão de obra. 

Permite também testar a viabilidade da cultura em uma nova área antes de um compromisso financeiro maior. 

Por outro lado, o arrendatário não se beneficia da valorização do imóvel e pode ter menos autonomia para investimentos de longo prazo na terra.

Para o arrendador, o arrendamento garante uma renda da terra sem a necessidade de envolvimento direto na produção e seus riscos. É fundamental que o contrato de arrendamento seja bem elaborado, especificando claramente:

  • Duração: O prazo do contrato;
  • Valor e Forma de Pagamento: Quantidade fixa, percentual da produção e etc.;
  • Responsabilidades: Quem arca com custos de manutenção, impostos (como o ITR);
  • Condições de Uso: Práticas de manejo permitidas ou exigidas (ex: plantio direto).

Avaliar os custos, os riscos e as cláusulas contratuais são determinantes para entender se o arrendamento é a melhor estratégia para viabilizar ou expandir o plantio de soja 2025.

Riscos fitossanitários e estratégias de manejo

A safra de soja 2025/2026 também estará sujeita a diversos riscos fitossanitários, que podem comprometer a produtividade das lavouras.

A ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) permanece como uma das principais preocupações, exigindo monitoramento constante e a implementação de medidas de controle preventivas e curativas.

Outras pragas, como lagartas (Spodoptera spp., Helicoverpa armigera), percevejos (Nezara viridula, Piezodorus guildinii) e mosca-branca (Bemisia tabaci), também podem causar danos consideráveis, dependendo das condições climáticas e das práticas de manejo adotadas.

A ocorrência e a intensidade dessas pragas veria entre as diferentes regiões produtoras, influenciadas por histórico de ocorrências em safras anteriores e as condições ambientais.

Além da ferrugem asiática, outras doenças como oídio (Microsphaera diffusa), mancha parda (Septoria glycines), crestamento foliar de Cercospora (Cercospora kikuchii) e doenças radiculares (Rhizoctonia solani, Fusarium spp.) podem se desenvolver em condições favoráveis de temperatura e umidade.

Diante disso, a implementação de um manejo integrado de pragas e doenças (MIP) é a melhor estratégia.

O MIP combina diferentes estratégias de controle, como o uso cultivares resistentes, o monitoramento das lavouras, o controle biológico, o controle cultural e o uso racional de defensivos químicos.

Adotar boas práticas agrícolas, como tratar sementes e aplicar defensivos na dose e no momento certo, é essencial para reduzir riscos fitossanitários.

A pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias seguem fundamentais para oferecer soluções mais eficazes e sustentáveis no controle de pragas e doenças.

planilha manejo integrado de pragas

Inovações tecnológicas e práticas agronômicas

O avanço tecnológico tem trazido ferramentas mais eficientes para aumentar a produtividade e a rentabilidade na soja.

Novas variedades com maior rendimento e resistência a pragas e doenças permitem melhor adaptação às regiões e sistemas de produção.

A agricultura de precisão vem ganhando espaço, , melhorando o uso dos insumos e reduzindo custos, com decisões baseadas em dados da lavoura e do solo.

A agricultura digital e os softwares de gestão também estão transformando a produção, permitindo coletar e analisar dados sobre clima, solo, plantio e colheita.

Como garantir o sucesso do plantio de soja?

Para garantir o sucesso do plantio de soja, é recomendado adotar algumas estratégias, especialmente em um ano desafiador como 2024. Aqui estão algumas dicas:

  • Escolha de cultivares adequadas: Opte por variedades de soja que sejam adaptadas às condições climáticas locais para aumentar a resistência da lavoura.
  • Práticas de manejo sustentável: Implementar técnicas de manejo que promovam a resiliência das plantas, como rotação de culturas e o manejo adequado do solo.
  • Monitoramento contínuo: Acompanhar as condições climáticas e as previsões meteorológicas para mitigar riscos, como irrigação em períodos de seca ou drenagem em caso de excesso de chuvas.
  • Estratégias de irrigação e drenagem: Ambas as práticas ajudam a enfrentar a variabilidade climática, garantindo um solo saudável para o cultivo.
  • Uso de tecnologia: Utilizar softwares de gestão agrícola, como o Aegro, auxilia na tomada de decisões, facilitando o acompanhamento das condições da lavoura, a gestão de insumos e a análise de dados climáticos.

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Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).