Manejo Integrado de Pragas e Doenças para Soja e Milho

O começo de tudo na lavoura é um momento de grande expectativa. A germinação das sementes, a emergência das plântulas e o desenvolvimento das primeiras folhas definem o potencial produtivo da safra.

No entanto, essa fase é também um período de alta vulnerabilidade, por conta das pragas e doenças que podem comprometer a cultura.

Para proteger a lavoura, é preciso adotar uma abordagem inteligente e sustentável. É aqui que entra o Manejo Integrado de Pragas e Doenças para Soja e Milho.

Muito mais do que simplesmente aplicar defensivos, este tipo de manejo combina diferentes ferramentas de controle, baseada em conhecimento técnico e observação atenta do campo.

O que é o Manejo Integrado de Pragas e Doenças para Soja e Milho?

O MIP é uma combinação harmônica de diferentes métodos de controle para manter as populações de pragas e a incidência de doenças em níveis que não causem perdas econômicas significativas.

Para que o Manejo Integrado de Pragas e Doenças funcione, é necessário seguir alguns passos. Sendo eles:

  • Monitoramento constante;
  • Identificação correta da praga ou doença;
  • Níveis de Ação (NA);
  • Integração de métodos de controle;
    • Controle cultural;
    • Controle biológico;
    • Controle comportamental;
    • Controle genético;
    • Controle químico;
  • Avaliação da lavoura.

O MIP pode ser usado em todas as culturas agrícolas e se apoia na informação coletada no campo para decidir quando e como agir.

Investir tempo no monitoramento e no entendimento dos níveis de ação, é um modo mais racional de usar insumos, gerando economia e menor impacto ambiental.

Manejo ecológico de pragas e doenças

Dentro dessa filosofia mais ampla, você pode ouvir falar também em manejo ecológico de pragas e doenças.

Esse termo se refere a uma abordagem com mais foco em táticas preventivas, no controle biológico e cultural, para reduzir ao máximo ou até eliminar o uso de defensivos químicos sintéticos.

Pode ser visto como uma vertente, ou um aprofundamento, dos princípios do MIP, porém com um foco maior em métodos considerados mais naturais.

No fim das contas, seja no MIP padrão ou no manejo ecológico, a meta não é a erradicação total, mas sim o manejo inteligente e sustentável dos problemas fitossanitários, mantendo a lavoura saudável e viável.

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Soja e Milho: Quais pragas e doenças ficar de olho?

As primeiras semanas após o plantio são um período delicado e é quando o manejo integrado de pragas e doenças para soja e milho vão fazer diferença.

Desde a seleção de sementes e a germinação, até as pequenas plântulas com poucas folhas (estádios V1 a V4, por exemplo), a lavoura está suscetível a uma série de inimigos.

Os danos nessa fase inicial podem resultar diretamente na redução do número de plantas por área (estande), desenvolvimento desuniforme e perdas de produtividade.

A melhor forma de prevenção é reconhecer as pragas e doenças desse período crítico, que aparecem nos primeiros 30 a 45 dias após o plantio. Veja a seguir:

Principais ameaças nas fases iniciais da soja e do milho

CulturaFase CríticaAmeaçaTipoDanos
SojaGerminação/PlântulaCorós, Elasmo, TamanduáInseto (Solo)Falhas na germinação, corte de plântulas, danos radiculares
SojaGerminação/PlântulaTombamento (Pythium, etc.)Fungo (Solo/Semente)Semente não germina, plântula morre antes/após emergir
SojaVegetativo InicialVaquinhas, Lagartas IniciaisInseto (Folha)Desfolha, danos em cotilédones/folhas jovens
SojaVegetativo InicialAntracnose (início)FungoManchas escuras em hastes/pecíolos (pode começar cedo)
MilhoGerminação/PlântulaLarva-arame, AlfineteInseto (Solo)Falhas na germinação, galerias em raízes/colmo inicial
MilhoGerminação/PlântulaPodridões (Fusarium, etc.)Fungo (Solo/Semente)Falha na emergência, podridão de sementes/raízes/plântulas
MilhoPlântula/Veg. InicialLagarta-elasmo, RoscaInseto (Superfície/Solo)Corte de plântulas na base, “coração morto”
MilhoPlântula/Veg. InicialCigarrinha (Dalbulus)Inseto (Vetor)Sucção de seiva, transmissão de enfezamentos (viroses/molicutes)
MilhoVegetativo InicialLagarta-do-cartuchoInseto (Folha)Folhas raspadas/perfuradas, dano no cartucho

Pragas de solo

Insetos como corós, larva-arame, larva-alfinete e lagarta-elasmo atacam as sementes antes mesmo da germinação ou as raízes, e o caule das plântulas logo após a emergência.

Seus danos são muitas vezes silenciosos, resultando em falhas de estande que só são percebidas tarde demais.  

Doenças de solo e semente

Um complexo de fungos no solo ou nas sementes, pode causar o apodrecimento das sementes ou a morte das plântulas antes ou logo após emergirem. Condições de solo úmido e frio podem agravar o problema.  

Pragas iniciais da parte aérea

Assim que as primeiras folhas aparecem, pragas como vaquinhas, pulgões, lagartas desfolhadoras e a cigarrinha-do-milho começam a atacar, sugando seiva, comendo folhas ou transmitindo doenças.

Doenças foliares iniciais

Embora muitas doenças fúngicas tenham seu pico mais tarde, algumas como a antracnose na soja.

Algumas manchas foliares também podem iniciar a infecção nos estágios vegetativos iniciais, especialmente se as condições climáticas forem favoráveis.  

A similaridade nos tipos de ameaças sugere que práticas de manejo focadas na saúde do solo e na qualidade de sementes podem trazer benefícios para ambas as culturas dentro de um sistema de rotação.

Como se preparar para as principais pragas agrícolas

Como colocar o MIP em prática desde o plantio?

Sabendo quais são as principais ameaças, a pergunta é: como implementar o Manejo Integrado de Pragas e Doenças para soja e milho desde o início do ciclo?

A resposta está em combinar planejamento, prevenção e monitoramento constante. Veja o passo a passo abaixo:

1. Planejamento e prevenção (antes e durante o plantio)

  • Conheça sua Área: O histórico de ocorrência de pragas e doenças no talhão é uma informação valiosa. Anote o que aconteceu nas safras anteriores para saber o que esperar;
  • Escolha da variedade/híbrido: Opte por materiais geneticamente resistentes ou tolerantes às principais doenças e pragas da sua região, e adaptados às suas condições;
  • Qualidade da semente e tratamento: Use sempre sementes certificadas e de alta qualidade para proteger contra o complexo de fungos de tombamento e pragas de solo.  
  • Época de plantio: Dentro da janela recomendada para sua região, ajustar a data de plantio pode ajudar a escapar de picos populacionais de certas pragas ou de períodos com clima muito favorável a doenças iniciais;
  • Manejo do solo: Um solo bem estruturado, com boa drenagem e níveis adequados de matéria orgânica, promove um desenvolvimento mais rápido e vigoroso das plantas, tornando-as menos suscetíveis ao ataque de patógenos de solo.

2. Monitoramento e amostragem

  • Frequência: Nas primeiras semanas (até V4-V6, aproximadamente), visite a lavoura com frequência, idealmente duas vezes por semana. As plantas crescem rápido e os problemas podem surgir de um dia para o outro;
  • O que procurar: Caminhe pela lavoura em zigue-zague, observando falhas no estande, observe as plântulas emergidas, danos de insetos ou sintomas de ataque de sugadores.
  • Técnicas: No início, a principal técnica é a observação visual direta e a contagem de plantas/pragas. Armadilhas adesivas amarelas podem ajudar a monitorar a chegada de cigarrinhas no milho. O pano-de-batida será mais útil para lagartas e percevejos em fases posteriores da soja.
  • Anotação: Registre o que foi encontrado, onde e em que quantidade. Isso cria um histórico e ajuda a identificar se as populações estão aumentando e se aproximando do Nível de Ação.

3. Táticas de controle cultural

  • Rotação de culturas: Alternar soja e milho é uma das melhores formas de quebrar o ciclo de vida de muitas pragas e doenças que são mais específicas de uma cultura.
  • Densidade de plantio: Usar a população de plantas recomendada para a cultivar/híbrido e a região ajuda a garantir um bom fechamento das linhas e boa aeração entre as plantas.
  • Manejo de plantas daninhas: Mantenha a lavoura limpa, especialmente no início. As plantas daninhas competem por água, luz e nutrientes, enfraquecendo as plantas cultivadas. Essas invasoras e também podem servir de abrigo ou hospedeiras alternativas para pragas e doenças.
Guia para manejo de plantas daninhas

4. Controle Biológico

  • Conservação: A principal estratégia é proteger os inimigos naturais já presentes na área (joaninhas, aranhas, tesourinhas e etc.). Isso é feito para evitar pulverizações desnecessárias de inseticidas de amplo espectro, que matam tanto as pragas quanto seus predadores/parasitoides.
  • Bioinsumos: O uso de produtos biológicos à base de microrganismos está crescendo e pode ser uma ferramenta importante dentro do MIP, especialmente em programas com foco mais ecológico.

5. Controle Químico

  • Baseado em níveis de ação: A decisão de aplicar um inseticida ou fungicida deve ser tomada apenas quando o monitoramento indicar que a praga ou doença atingiu o Nível de Ação (NA) ou Nível de Dano Econômico (NDE) estabelecido para aquela situação. Aplicar “por via das dúvidas” ou por calendário vai contra os princípios do MIP.
  • Seletividade: Quando a aplicação for necessária, escolha produtos que sejam eficazes contra o alvo, mas que tenham o menor impacto possível sobre os inimigos naturais, polinizadores e o ambiente. Leia atentamente o rótulo e a bula.
  • Aplicação correta: Use a dose recomendada, calibre bem o pulverizador, escolha o bico correto e aplique nas condições climáticas adequadas para garantir boa cobertura e eficácia, evitando deriva e desperdício.

A implementação bem-sucedida do Manejo Integrado de Pragas e Doenças para soja e milho nas fases iniciais depende muito mais das ações preventivas e da qualidade do monitoramento.

Essas ações iniciais criam uma base sólida para a saúde da lavoura ao longo de todo o ciclo.

Monitoramento de pragas eficiente por aplicativo

Por que investir no MIP gera retorno?

Adotar o Manejo Integrado de Pragas e Doenças para soja e milho não é apenas uma questão de seguir boas práticas agrícolas, é também um investimento inteligente.

Por conta da eficácia, o MIP acaba gerando retorno a curto, médio e longo prazo, além de outros benefícios, como:

  • Redução de custos;
  • Otimização da produtividade;
  • Manejo da resistência;
  • Menor carga de pesticidas no ambiente;
  • Conservação da biodiversidade;
  • Melhora a saúde do solo.

O uso do Manejo Integrado de Pragas e Doenças para soja e milho vai muito além da economia na compra de defensivos.

Se trata de uma abordagem que fortalece a resiliência do sistema produtivo, protege os recursos naturais, reduz riscos e contribui para a viabilidade econômica e social da atividade agrícola.

É um jeito de cuidar da lavoura pensando no todo, equilibrando produtividade com a saúde do ambiente.

Com o Aegro, você coloca isso em prática: monitore a lavoura, reduza os custos com defensivos e receba relatórios que mostram as pragas-alvo e o melhor momento para pulverizar

Mathias Bergamin

Engenheiro Agrônomo (UFRGS, Kansas State) e especialista de Novos Negócios na Aegro. Reconhecido como referência em Agricultura Digital, especialização em administração, gestão rural, plantas de lavoura.

Como controlar pragas com ajuda da Beauveria bassiana?

Beauveria bassiana: saiba o que é, como fazer as aplicações, custos, vantagens do uso, onde encontrar e muito mais!

O fungo Beauveria bassiana pode ser encontrado nos solos de todo mundo.

É classificado como fungo entomopatogênico, porque causa doenças em insetos. Para a produção agrícola, especialmente no caso das pragas, é um grande benefício. 

Depois da sua descoberta como um aliado no controle de pragas, ele passou a ser multiplicado em massa. Posteriormente, foi liberado nas lavouras das mais diversas culturas.

Para ter o maior benefício possível no uso desse fungo, é importante entender como fazer uma aplicação mais eficiente. Neste artigo, saiba esses e outros detalhes importantes sobre o Beauveria bassiana. Boa leitura!

O que é o fungo Beauveria bassiana?

Beauveria bassiana é um fungo entomopatogênico capaz de parasitar insetos, causando uma doença fatal em vários deles. Ele está presente naturalmente em solos do mundo inteiro, e por isso diversos estudos foram feitos para compreender seu potencial no controle de insetos

Atualmente, já são conhecidas mais de 200 espécies de insetos que são afetadas pelo fungo. A Beauveria bassiana atua da seguinte maneira em contato com as pragas e com as plantas:

  • capacidade de causar doenças;
  • produção de substâncias tóxicas às pragas;
  • estimula sinais químicos na planta antes do ataque dos insetos, ativando suas defesas.

O fungo afeta os insetos de forma contínua, como resultado cumulativo da produção de toxinas. Ele entope importantes canais de absorção de água e nutrientes das pragas. Como consequência desse e de outros efeitos, as pragas morrem.

O fungo também pode permanecer sob raízes, solo e água, criando oportunidade para disseminação rápida. Este fato requer atenção de quem produz, porque o fungo pode causar danos aos inimigos naturais de pragas presentes na lavoura.

Quais pragas o  inseticida biológico Beauveria bassiana controla?

As pragas controladas pelo Beauveria bassiana dependem do produto em questão. Entretanto, as principais pragas controladas pelo produto são:

Vale ressaltar novamente que a indicação de controle para determinada praga deve ser conferida na bula do produto, pois há variação entre fabricantes. Essa variação depende do isolado utilizado na formulação.

Sintomas e sinais da infecção por Beauveria bassiana
Sintomas e sinais da infecção por Beauveria bassiana em lagarta (A), fungo cultivado em meio de cultura (B e C), conídios do fungo em detalhes (D, E e F)
(Fonte: Castro)

Como aplicar Beauveria bassiana (dose, custo e bula)

Se você pretende usar o Beauveria bassiana na sua lavoura, é necessário tomar alguns cuidados na aplicação. Por exemplo:

  • Prepare a calda e aplique nas horas mais frescas do dia, com alta umidade do ar;
  • Fins de tarde e dias nublados são ideais para aplicação do fungo Beauveria bassiana;
  • Evite misturas ou resíduos de outros produtos no tanque de pulverização, assim como nas demais estruturas do equipamento. Assim, você evita contaminação e redução da eficiência do produto;
  • Dissolva o produto em um primeiro momento em menor quantidade de água (20 litros). Em seguida, dissolva o conteúdo no pulverizador contendo 2/3 da água necessária para a calda.
  • As recomendações de aplicação variam conforme a bula, então sempre leia antes de começar o preparo da calda.

Também é importante ficar por dentro do custo de aplicação desse fungo na lavoura. O custo depende da praga alvo a ser controlada e da cultura, o que determinará a melhor tecnologia de aplicação e tipo de formulação. No entanto, em geral, o custo é baixo.

Se você pretende usar o fungo na sua lavoura, é preciso ficar de olho no preço da Beauveria bassiana. Embalagens com cerca de 1kg do produto costumam custar cerca de R$ 160, valor que pode variar bastante conforme o fabricante.

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Limitações do uso desse fungo no controle de pragas

Esse fungo pode causar danos em inimigos naturais presentes na lavoura, que ajudam no controle de pragas agrícolas.

Ainda, no caso de inseticidas sintéticos e outros defensivos, há uma forma específica de preparo das caldas. Além disso, é necessário fazer um monitoramento constante das condições ambientais para sua aplicação.

Para isso, indica-se o preparo da calda no máximo uma hora antes da aplicação. Você também deve manter os equipamentos sem a presença de outros produtos, especialmente em função da incompatibilidade

Além disso, a adição de adjuvantes agrícolas pode reduzir a população de fungos viáveis. Ou seja, fique de olho também nesse aspecto.

Outra limitação do uso da Beauveria bassiana é a lentidão do seu funcionamento. Enquanto inseticidas sintéticos matam as pragas em até algumas horas, esse fungo pode levar entre 6 a 14 dias. 

O fungo também depende de condições ambientais favoráveis para a germinação dos esporos no hospedeiro. São ideais as temperaturas entre 23°C a 28°C, além de alta umidade relativa do ar.

Por fim, a fabricação desse fungo na fazenda não é indicada. Por isso, é necessário adquiri-lo através de fabricantes do mercado, devidamente regulamentados.

Vantagens no uso do fungo na lavoura

Uma grande vantagem é que esse fungo pode ser usado independentemente da cultura. Para os produtos sintéticos, isso não ocorre. Geralmente, no caso dos sintéticos, há indicações para algumas culturas específicas.

Ainda, ele pode ser usado na produção orgânica por possuir autorização para esse fim.

Outra vantagem é que a Beauveria bassiana pode continuar a se reproduzir na praga que foi controlada, disseminando outros esporos na área. Mas atenção, essa característica não anula a necessidade de outras aplicações.

O fungo pode também ser utilizado no manejo integrado de pragas, especialmente no manejo anti-resistência. Afinal, muitos insetos são resistentes aos inseticidas químicos disponíveis no mercado, caso de diversos insetos alvo do fungo, como a mosca-branca

Como conseguir Beauveria bassiana?

Alguns produtores relatam dificuldades em conseguir Beauveria bassiana para aplicação em suas lavouras. Ainda, muito se pergunta sobre como produzir o Beauveria bassiana ou como multiplicar o Beauveria bassiana.

Entretanto, vale ressaltar que produtos formulados a partir do fungo entomopatogênico podem ser adquiridos diretamente em revendas ou em empresas de controle biológico. A produção desse fungo na fazenda não é recomendada.

No Agrofit, podem ser encontradas 93 diferentes formulações registradas. No entanto, é importante conferir atentamente a bula do produto. Afinal, para diferentes fabricantes, há indicações específicas quanto às pragas controladas e modos de aplicação.

O fungo pode ainda ser formulado em mistura com outros fungos utilizados no controle de pragas, como Metarhizium anisopliae e Isaria javanicaDesta forma, as recomendações variam de acordo com a formulação do produto e do fabricante.

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Conclusão

É gigante o potencial da Beauveria bassiana no controle de importantes pragas nas lavouras. Além disso, vimos aqui inúmeras vantagens do uso desse fungo.

A possibilidade de aplicação sem restrição de culturas e custo baixo de aplicação são as principais delas. 

Para máxima eficiência das formulações de Beauveria bassiana é indispensável que as recomendações da bula sejam seguidas. Tome cuidado quanto às doses do produto e, na dúvida, consulte um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a)

Você já conhecia o fungo Beauveria bassiana? Está pensando em utilizá-lo na sua lavoura? Inscreva-se na nossa newsletter para não perder mais conteúdos como esse.

Lagarta-rosada: veja como livrar o algodoeiro dessa praga

Lagarta-rosada: veja quais são as características, fases de cultivo em que causa maiores danos, como identificar, estratégias de MIP e mais!

A lagarta-rosada é um inseto-praga que causa diversos danos na cultura do algodão. Quando adulta, a praga é uma mariposa cinza, fina e com asas. Quando está no estádio de larva, possui cor branca e tem oito pares de perna.

Essa larva possui faixas cor-de-rosa pelo corpo, o que dá origem ao seu nome popular. Ainda, ela é super pequena, com apenas meia polegada de comprimento. Conhecer bem suas características é fundamental para evitar que essa praga cause danos no seu algodoeiro.

Neste artigo, veja como identificá-la em diferentes fases de desenvolvimento e como utilizar o Manejo Integrado de Pragas para garantir um bom controle. Boa leitura!

O que é a lagarta-rosada do algodão?

A lagarta rosada também possui outros nomes científicos, como Gelechia gossypiella, Pectinophora Gossypiella e Plateydra gossypiela. No entanto, todos se referem ao mesmo inseto.

A lagarta-rosada pertence à classe Insecta, ordem Lepidoptera e gênero Pectinófora. Ela é uma das principais pragas do algodão, e está distribuída especialmente no hemisfério Sul. No Brasil, ela está presente de forma generalizada, especialmente nos seguintes Estados:

  • Alagoas;
  • Amazonas;
  • Bahia;
  • Ceará;
  • Espírito Santo;
  • Maranhão;
  • Mato Grosso;
  • Minas Gerais;
  • Pará;
  • Paraíba;
  • Paraná;
  • Pernambuco;
  • Rio de Janeiro;
  • Rio Grande do Norte;
  • Santa Catarina;
  • São Paulo;
  • Sergipe. 
Distribuição da lagarta-rosada do algodão no mundo. Os círculos amarelos correspondem ao local onde a praga já foi identificada
(Fonte: Banco de dados global, 2022)

O hospedeiro principal desta praga é a cultura do algodão (Gossypium hirsutum). No entanto, ela pode estar presente em outras espécies de algodão, bem como em plantas como quiabo e hibisco.

Alguns países importantes, como Estados Unidos, tem a lagarta rosada categorizada como praga de quarentena desde 1989. Desde 2018, ela é considerada erradicada no país.

Como identificar a Pectinophora Gossypiella em casa fase

Os ovos da lagarta são branco-esverdeados, e são postos individualmente ou em grupos de 15 ou 20 ovos.  Após esse período, os ovos mudam de cor. Após eclodirem os ovos, as lagartas têm tamanho aproximado de 2 mm, e passa por diferentes fases de desenvolvimento:

  • Primeira fase: em 3 a 4 dias após a eclosão as lagartas aumentam em tamanho, atingindo 4 mm. A coloração da cabeça da lagarta é amarela com marrom-escuro;
  • Segunda fase: as lagartas adquirem coloração branca, aumentando lentamente em tamanho até atingir 6 mm;
  • Terceira fase: as lagartas possuem marcações rosa visíveis, que podem ser visualizadas em função do contraste das marcações com a cor creme do restante do corpo;
  • Quarta fase: a lagarta adquire coloração rosa, atingindo aproximadamente 9 mm. Nesta fase, alimenta-se dentro do capulho. Após a alimentação da lagarta, ela sai do capulho e cai no solo para dar continuidade ao seu ciclo.

No solo, a lagarta-rosada do algodão responde de forma diferente às condições de temperatura. Isso pode acontecer de duas formas diferentes:

  1. A lagarta pode dar sequência ao seu ciclo, transformando-se em uma pupa marrom brilhante de 7 mm a 10 mm de comprimento;
  2. Ir para a diapausa, em que há suspensão do seu desenvolvimento em função das condições ambientais adversas. Isso permite a sobrevivência do inseto.

A duração do ciclo de vida total da lagarta é influenciado pela temperatura, podendo ser entre 21 a 45 dias. Além disso, é importante lembrar que o hábito deste inseto é noturno.

Portanto, as inspeções das áreas de produção devem ser realizadas em períodos que favoreçam maior atividade da praga. Isso facilita a sua visualização e quantificação.

Aspecto visual da lagarta-rosada reduzindo a qualidade das fibras produzidas em função da alimentação
(Fonte: Queiroga, 2017)

Danos causados pela lagarta-rosada do algodão

A lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella) é uma praga que causa danos importantes na cultura do algodão. Ela afeta a produtividade da cultura, mas também a qualidade do algodão produzido. Afinal, a lagarta deposita seus ovos nas maçãs novas do algodoeiro.

Os prejuízos causados são variáveis. Porém, o principal problema encontra-se no seu ciclo de vida. Afinal, essa praga consegue sobreviver mesmo em condições ambientais adversas e sob a palhada ou no solo. Especialmente em plantio direto, seu controle é muito difícil.

Além disso, é bom lembrar que o principal produto do algodão são as fibras e que os danos ocorrem principalmente nos capulhos. Ou seja, há redução da produtividade e da qualidade do algodão, gerando danos duplos.

Relatos de resistência da lagarta já foram documentados em diversos países, especialmente na tecnologia Bt. Também fique de olho nos danos causados nas flores e no capulho do algodoeiro:

  • Se o ataque ocorrer no início do florescimento, as flores podem não abrir, tornando-se rosetadas.
  • Já nos frutos e logo após a eclosão, a lagarta rosada alimenta-se inclusive das sementes formadas.
Lagarta-rosada causando danos em maçãs do algodão, inviabilizando a produção de algodão.
(Fonte: Dos Santos, 2006 e Fand et al., 2019)

Fases de cultivo em que causa maior prejuízo e danos

A lagarta-rosada tem chamado atenção nas últimas safras. Embora os problemas possam ocorrer em diferentes fases de desenvolvimento da cultura, a manifestação na lavoura ocorre entre 70 a 100 dias da semeadura. Em outras palavras, no início do florescimento

No entanto, vale lembrar que o comportamento do inseto pode ser diferenciado a depender do local de produção, da cultivar utilizada e do manejo. Por isso, o monitoramento deve ocorrer em todas as fases de desenvolvimento.

Como controlar a lagarta-rosada-do-algodoeiro com MIP?

O controle eficiente da lagarta-rosada do algodão envolve a junção de diferentes métodos de controle. Isso é feito através do Manejo Integrado de Pragas, que engloba ações como:

  • cuidado com a época de semeadura do algodão;
  • manejos culturais;
  • retirada de maçãs e capulhos caídos ao chão;
  • eliminação de restos culturais após a safra;
  • controle químico e biológico.

No Agrofit, você pode consultar os defensivos recomendados para o controle da lagarta. No entanto, a escolha do defensivo deve considerar o que menos causa danos aos inimigos naturais

Quando possível, opte por inseticidas que sejam seletivos aos inimigos naturais. Afinal, a eliminação dos inimigos naturais de pragas pode aumentar a população de uma praga secundária.

Pragas secundárias podem não causar danos econômicos à cultura em um dado momento. Mas ao se tornar primária, também pode reduzir a produção e produtividade do algodoeiro. Confira outras medidas indispensáveis para controlar a lagarta-rosada.

Manejos culturais da Pectinophora Gossypiella

Dos manejos culturais, fazer a semeadura de área de refúgio para evitar a resistência na tecnologia Bt é fundamental. Você também pode usar cultivares de ciclo precoce para evitar exposição prolongada à praga.

Além disso, evite semeaduras precoces. Neste cultivo, os insetos em hibernação podem emergir. Isso aumenta a sua população para quando o cultivo principal for semeado.

Quando a cultura é semeada em época ideal, os insetos que estão sob hibernação emergem e não possuem hospedeiro para continuar o seu ciclo. Isso reduz sua população na área de cultivo, fenômeno denominado “emergência suicida”.

Armadilhas

O monitoramento da população de mariposas e da lagarta-rosada do algodão pode ser realizada também com a instalação de armadilhas. Elas devem possuir feromônio sexual feminino para atrair os insetos.

Manejos químicos e biológicos

Para controlar a lagarta-rosada, o uso de fungos entomopatogênicos pode ser uma ótima solução. Ainda, você pode realizar a liberação de ovos como espécies de Trichogramma.

Essas espécies tornam-se grandes populações de vespas adultas. Siga as instruções do fabricante do produto sobre a quantidade de ovos por hectare. Além disso, em um ano de cultivo, pesquisas indicam a necessidade de liberação de parasitóides até 12 vezes

Isso deve ser feito com intervalo de até 15 dias a partir do florescimento da cultura. Quando necessário, você também pode utilizar inseticidas com ação ovicida

Em relação ao manejo químico, a aplicação do  produto caulim, na concentração de 60 g L‑1, também é indicada.

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Manejos pós-colheita dessas principais pragas do algodão

O controle após a colheita do algodão em locais de armazenamento, galpões, depósitos, esteiras, descaroçadores deve ser realizado. Esses locais servirão como início de uma infestação para a próxima safra. 

Para isso, as iscas com feromônios também são uma boa opção.

Qual o nível de controle para a lagarta-rosada do algodoeiro?

Se você cultiva algodão e desconfia (ou já notou) da presença da lagarta-rosada, é necessário ficar de olho no nível de controle ideal. Dessa forma, é possível evitar que sua lavoura sofra grandes danos econômicos.

O controle da lagarta-rosada deve iniciar quando 5% das maçãs do algodoeiro em formação, em uma amostragem de 100 maçãs, apresentarem danos. 

Além disso, o monitoramento da lavoura deve ser constante, especialmente no período reprodutivo, fase em que os danos são mais severos.

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Conclusão

A lagarta-rosada é uma das principais pragas do algodão, e possui difícil controle por causa da redução da eficiência de inseticidas. Isso é reflexo da ausência da implantação de áreas de refúgio em cultivos Bt e no uso inadequado de inseticidas.

Nesses casos, o MIP (Manejo Integrado de Pragas) deve ser priorizado, sendo uma ferramenta importante no manejo de resistência. Ainda, diversas opções de controle biológico podem ser encontradas.

Na dúvida em relação a essas medidas de controle, não deixe de buscar o conhecimento de um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a) sobre melhores estratégias de uso.

Você já percebeu a presença da lagarta-rosada no seu algodoeiro? Tem dificuldades sobre como fazer o manejo? Adoraria ler seu comentário.

Curuquerê-dos-capinzais: como identificar e controlar

Curuquerê-dos-capinzais: conheça as características, quais culturas são afetadas pela praga e como manter a lavoura livre dela

Também conhecida como curuquerê-do-algodão, essa lagarta desfolhadora é considerada uma das principais pragas do algodoeiro. Ela pode reduzir a produtividade da cultura em até 67%.

Por causar danos tão significativos, conhecer todas as características da praga é fundamental para controlá-la antes de sofrer prejuízos. Além disso, saber os manejos corretos te ajudará a manter a sua cultura saudável e produtiva.

Neste artigo, conheça as principais características da lagarta curuquerê-dos-capinzais, bem como culturas afetadas e danos causados por ela. Boa leitura!

O que é o curuquerê-dos-capinzais?

A lagarta curuquerê (Alabama argillacea ou mocis latipes) ou lagarta dos capinzais, é chamada de diferentes formas. No entanto, ela pertence à ordem Lepidóptera, e é uma mariposa da família Erebidae. Ela é encontrada em diversos lugares, desde América do Norte, Central e do Sul.

Ela pode atacar outras espécies além do algodão, e possui duas características importantes. A primeira é que ela possui hábitos migratórios. Ou seja, as mariposas tendem a migrar de diferentes locais. Por isso, o controle regional é extremamente importante.

Alteração de cor da mocis latipes é visualizada quando esta atinge altas populações na área de cultivo
(Fonte: F.J. Celoto/Lab. MIP – Unesp/Ilha Solteira)

A segunda característica é o hábito monófogo durante o estádio larval. Isso significa que as mariposas são encontradas majoritariamente na cultura do algodão.

Período larval e ciclo de vida da mocis latipes

A cultivar utilizada na lavoura pode responder de forma diferente ao número de ovos ovipositados pela lagarta. Ela pode influenciar em maior ou menor postura.

Cada fêmea pode ovipositar entre 6 e mais de 1700 ovos. A escolha da cultivar mais adequada à área, observando o histórico de ataque da lagarta, é fundamental.

O período de oviposição da lagarta dura aproximadamente um mês. Após, os ovos são incubados durante 4 e 6 dias, eclodindo posteriormente e liberando as novas lagartas ao ambiente.

O tempo em que a lagarta permanece em fase de lagarta é variável. Ele pode durar até 30 dias, a depender da temperatura. O período em que a lagarta entra no casulo para se transformar em mariposa, pode durar entre 10 e 30 dias.

Esse período também é influenciado pela temperatura. No verão, e consequentemente em temperaturas mais elevadas, o ciclo de vida pode ser mais rápido. Assim, o potencial de danos é maior, exigindo cuidados redobrados.

Temperaturas entre 25°C e 30°C são favoráveis à lagarta. Temperaturas acima de 35°C prejudicam o desenvolvimento da espécie, assim como temperaturas muito amenas.

Como identificar a praga

Esta lagarta tem coloração diferente das principais lagartas da soja, do algodão e do milho. Sua coloração é verde clara, e ela possui duas estrias dispostas ao longo de todo o corpo. Além disso, há pontos pretos distribuídos aleatoriamente de uma extremidade até a outra.

Característica da lagarta-caruquerê-dos-capinzais em fase larval ou de lagarta, pré-pupa (à esquerda) e pupa (à direita).
(Fonte: González et a., 2021)

Mas esta não é a única cor que esta lagarta pode ter. Em populações elevadas, elas mudam de coloração. O corpo torna-se preto, mantendo as listras brancas e os pontos pretos visíveis nas laterais do corpo. 

Desta forma, ao visualizar lagartas pretas na lavoura, produtores já podem ter ideia de que a população deste inseto está elevada. Consequentemente, os danos já estão ocorrendo em grandes proporções.

Lagarta-dos-capinzais em fase adulta, sobre folha de soja
(Fonte: González et a., 2021)

Distribuição da lagarta curuquerê nas regiões produtoras

No Brasil, a ocorrência da lagarta é principalmente entre os meses de janeiro a julho. No entanto, apresenta diferenças nas regiões. Na região Centro-Sul, a lagarta pode ser observada principalmente a partir do mês de dezembro, até julho. 

Em São Paulo, em contrapartida, o pico de maior população deste inseto ocorre próximo ao mês de abril. No Nordeste, pode ocorrer no início de janeiro até o mês de maio. 

Desta maneira, geralmente, as infestações têm origem inicial na região Centro-Norte, e posteriormente para a região Centro-Sul do país. 

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Curuquerê no algodão e em outras culturas

Na cultura do algodão, principal cultura afetada, os danos podem ocorrer em todas as partes da planta. Entretanto, os danos acontecem especialmente quando a população da praga encontra-se elevada na área. Ou, ainda, quando há pouca disponibilidade de alimento.

Inicialmente, a lagarta se alimenta de folhas novas do ponteiro, que apresentam sinais de raspagem. Com o avançar, as lagartas atacam o terço mediano da planta, provocando desfolha generalizada.

Ela pode consumir mais de 90 cm² de folhas até completar todo o seu ciclo de vida. Dada a capacidade de cada fêmea ovipositar até entre 1800 ovos, uma única lagarta pode causar redução da área foliar. Essa redução pode ser equivalente a mais de 16,2 m²

Sendo as folhas indispensáveis para a fotossíntese e para a produção, a rápida identificação desta praga para o controle é fundamental. Assim, você consegue manter o potencial produtivo da cultura frente a este inseto.

Para a cultura do algodão, as fases iniciais e a abertura das maçãs são as mais críticas. A primeira é delicada pois pouca quantidade de folhas estarão disponíveis, fazendo com que a lagarta consuma outras partes da planta. 

A segunda também é delicada, já que o ataque à maçã provoca maturação forçada. Isso causa redução da qualidade e quantidade das fibras produzidas. Até os 135 dias, a lagarta pode ainda, causar:

  • redução do peso do capulho e das sementes;
  • redução da porcentagem e uniformidade das fibras;
  • retardo do ciclo floral em aproximadamente um mês.

A lista de culturas afetadas é longa. A presença próxima destas culturas a áreas de produção de algodão podem favorecer a reprodução da praga e as infestações iniciais. A lagarta curuquerê também pode afetar significantemente a:

Além da lagarta ser um problema, as mariposas (fase posterior a lagarta), também têm potencial de causar danos. Afinal, elas podem se alimentar de diferentes espécies frutíferas.

Manejo da lagarta Alabama argillacea

O manejo da lagarta curuquerê-dos-capinzais não é tarefa fácil e exige um conjunto de medidas. Elas incluem controle preventivo, controle cultural, controle genético, controle biológico e controle químico.

Controle preventivo

Algumas medidas preventivas para evitar a ocorrência desta praga é evitar que condições ideais de desenvolvimento sejam dadas.

Nas últimas safras, os danos causados pelo curuquerê-dos-capinzais têm ocorrido no início da safra. Isso acontece muito em razão da presença contínua das plantas de algodão, que permanecem nas áreas de cultivo após a safra.

Por isso, o monitoramento da área e beiradas de lavouras e estradas é fundamental. Assim, você elimina as plantas tigueras.

Com a presença de plantas de algodão na área, a lagarta encontra condições de continuar a produzir novos indivíduos. Desta maneira, as infestações tendem a ocorrer cada vez mais cedo, visto que a lagarta já possui uma pequena população presente na lavoura.

Controle cultural

As medidas de controle cultural tem como objetivo manejar a cultura em benefício próprio, dificultando o estabelecimento da praga nas áreas de produção. 

A redução da irrigação com pivô pode auxiliar no controle. No entanto, é necessário observar que esta prática pode favorecer outras pragas importantes, como a mosca-branca.

Controle genético

Outra medida utilizada para o controle da lagarta curuquerê do algodão é a escolha de cultivares resistentes ou tolerantes. Essa é uma medida fundamental, uma vez que este inseto já apresenta relatos de resistência a alguns inseticidas químicos.

Controle com inimigos naturais

Alguns parasitóides e fungos atuam como inimigos naturais e podem ser utilizados no controle desta lagarta. 

É importante que medidas de manejo integrado de pragas sejam tomadas em conjunto. Afinal, uma única forma de controle geralmente não é eficaz a longo prazo.

Para a utilização do controle biológico e químico, é necessário que produtores e técnicos tenham conhecimento dos produtos utilizados e verifiquem a compatibilidade entre eles. 

Além disso, é necessário conhecer o período entre as aplicações, para evitar interferência na eficiência do controle.

Controle químico

Para a cultura do algodão, segundo o Agrofit, existem atualmente 277 produtos registrados para o controle desta lagarta na cultura do algodão. Dentre eles, existem opções à base dos ingredientes ativos:

  • Abamectina;
  • Acefato;
  • Beta-cipermetrina;
  • Bifentrina;
  • Fipronil;
  • Cipermetrina;
  • Clorpirifós;
  • Cipermetrina;
  • Diflubenzurom;
  • Metomil, dentre outros.

No entanto, a escolha do controle químico deve sempre ser baseada no inseticida que cause menos danos aos inimigos naturais presentes na área.

O uso contínuo de inseticidas não seletivos (que eliminam também os inimigos naturais presentes na área de cultivo) podem provocar o desequilíbrio. Isso acontece ao ponto de uma praga secundária vir atingir uma população que cause danos à cultura.

Este é o caso de inúmeras espécies de lagartas que assumiram papel de pragas primárias em diversas culturas, principalmente na cultura do milho. Por isso, o manejo integrado de pragas com a junção de diferentes métodos de controle é indispensável.

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Conclusão

A lagarta curuquerê dos capinzais ou do algodoeiro é uma das principais pragas da cultura. A identificação rápida do problema é fundamental para o controle, especialmente devido aos riscos da resistência dessa praga aos inseticidas.

Além disso, é fundamental que outros métodos de controle sejam empregados de forma conjunta. Alguns exemplos são o controle preventivo, controle cultural, genético, biológico (quando possível e disponível) e químico.

Também é importante evitar que a população da praga alcance grandes densidades. Isso principalmente devido aos riscos de pressão de seleção de indivíduos resistentes aos inseticidas químicos.

Você já percebeu a presença do curuquerê-dos-capinzais na sua lavoura? Compartilhe conosco, vamos adorar o seu comentário!

Cochonilha na lavoura: entenda tudo sobre esse inseto sugador

Cochonilha: entenda o que são, principais famílias, como identificar, quais culturas são afetadas e manejo mais recomendado para o controle!

Embora as cochonilhas sejam importantes na indústria farmacêutica e alimentícia, para a agricultura são ameaças e podem limitar a produção.

As cochonilhas são umas das principais pragas do café, da cana-do-açúcar, e das forrageiras. Elas podem causar até 100% de perdas, a depender da infestação.

Por isto, entender mais sobre este inseto é fundamental para realizar um manejo mais eficiente e evitar perdas.

Veja a seguir o que são as cochonilhas, como você pode identificá-las, quais culturas são mais afetadas, como manejar e acabar com elas. Boa leitura!

O que é cochonilha?

As cochonilhas são hemípteros (um grupo de insetos) pertencentes ao filo Arthropoda, classe Insecta e a ordem Hemiptera. Elas possuem entre 3mm e 5mm de comprimento, e possuem corpo de cor castanha ou amarela. Se alimentam principalmente através da seiva de cactos e plantas no geral.

Além da seiva de cactos, essas pragas também se alimentam de folhas, caules, rosetas, flores, frutos, e raízes das plantas. As cochonilhas pertencem à mesma ordem dos pulgões e cigarrinhas. Além disso, elas possuem aparelho bucal do tipo picador-sugador

Esse inseto possui uma série de tipos ou famílias. Cada um desses tipos possui características diferentes e causam diferentes tipos de danos às produtitvidade agrícola.

Tipos de cochonilha

As principais espécies dessa praga são a cochonilha branca, cochonilha de carapaça e cochonilha de raiz. Elas são divididas em oito famílias:

  • Asterolecaniidae: causam o aprofundamento e distorção dos tecidos;
  • Coccidae: possuem corpo achatado e recoberto por escamas. São conhecidas como cochonilhas de carapaça;
  • Dactylopiidae: são as espécies utilizadas na fabricação de corantes;
  • Diaspididae: possuem formatos diferentes das cochonilhas de carapaça e farinhentas, são geralmente brancas e com variações de cores;
  • Ortheziidae: possuem dois pares de patas que são visíveis, além da prolongação do corpo, a qual é utilizada pela cochonilha fêmea para proteção dos ovos;
  • Pseudococcidae: são as cochonilhas farinhentas, possuem cerdas distribuídas ao longo do corpo e produzem uma substância cotonosa sobre o corpo e sobre os tecidos das plantas;
  • Margarodidae: incluem as cochonilhas de raiz.
Fotos de cochonilhas ao lado de uma régua, onde é possível  ver o tamanho do inseto. Ao lado, uma foto das cochinilhas em raízes de planta.
Fases da pérola-da-terra (Eurhizococcus spp.), principal cochonilha da videira. (A) cisto amarelo; (B) cisto branco; (C) fêmea móvel. À direita, cochonilhas associadas às raízes da videira
(Fonte: Zart, 2012)

Como identificar essa praga

As cochonilhas podem ser encontradas em todas as partes das plantas. Elas ficam especialmente na face inferior das folhas jovens, mais velhas e caules. A presença é constatada a partir do formato do seu corpo e dos danos.

A cochonilha de carapaça tem formato oval, arredondado, comprido/estreito e em formato de vírgula. Enquanto isso, as cochonilhas sem carapaça possuem formato arredondado, oval.

Sua coloração pode variar de esbranquiçada, amarronzada, esverdeada, ligeiramente transparente, amarelada. Também podem conter combinações de cores e formatos bastante atípicos. Ainda,  os machos possuem asas.

Elas são relatadas em maiores infestações principalmente em períodos secos ou de estiagem. Portanto, nesses períodos, fique mais de olho na lavoura.

Fotos de várias fêmeas de cochonilhas
Fêmeas adultas de diferentes espécies de cochonilhas e sua aparência distinta.
(Fonte: Wolff, 2016)

Também é importante ficar de olho no ciclo de vida das cochonilhas. A duração varia conforme a função da espécie, do hospedeiro e das condições ambientais. Em temperaturas amenas, inferiores a 15°C, a reprodução pode ser paralisada.

Cada fêmea é capaz de depositar entre 50 e 600 ovos durante toda a sua vida. Além disso, essas pragas possuem três fases de ninfa em que se assemelham a aparência na fase adulta, distinguindo em coloração e tamanho.

O ciclo de vida pode variar de 60 até 150 dias. Em geral, ele dura 100 dias

Danos causados pelo inseto

Os danos causados pelas cochonilhas ocorrem de forma direta e indireta. Os danos diretos acontecem através da sucção da seiva que seria utilizada no desenvolvimento de novos tecidos. Ela também é utilizada no enchimento de grãos e frutos

Os danos indiretos, por sua vez, acontecem através da injeção de toxinas que debilitam as plantas. Quanto maior for o ataque ou população de cochonilhas, maior é o enfraquecimento de toda a planta. Elas podem causar a queda precoce de folhas, flores e frutos

Além disso, durante a alimentação, estes insetos costumam excretar uma substância açucarada, conhecida como honeydew. Por isso, é possível em muitos casos visualizar formigas doceiras na cultura, já que elas se alimentam dessa substância.

Além das formigas, os fungos do gênero Capnodium spp. (ou fumagina) são favorecidos pelo honeydew liberado pela praga. A fumagina tem coloração escura e recobre as folhas, reduzindo a fotossíntese e a respiração da planta. 

Foto de folha com fumagina, causada pelas cochonilhas.
Aspecto visual do fungo causador da fumagina (Capnodium spp.), recobrindo folhas de cafeeiro e reduzindo a fotossíntese e a respiração da planta, afetando assim a produção da cultura
(Fonte: Costa, 2009)

No café, as cochonilhas causam danos mais severos. Dentre as principais cochonilhas consideradas pragas na cultura estão: a cochonilha branca farinhenta, a cochonilha que ataca as raízes e a cochonilha verde.

Foto de cochonilhas na terra, entre raízes de plantas.
Dysmicoccus spp. atacando raízes
(Fonte: Da silva, 2016)

Estas espécies são problemáticas, pois podem se manter nos campos, sobrevivendo e se reproduzindo em plantas daninhas do café. Alguns exemplos são caruru, capim-rabo-de-burro e tiririca.

Como acabar com a cochonilha?

Algumas medidas podem ser tomadas, como o monitoramento constante das áreas de produção, incluindo raízes. Isso deve ser feito quando as plantas apresentarem sintomas como desenvolvimento reduzido, murcha e amarelecimento.

Além disso, evitar o uso de inseticidas de amplo espectro também é uma boa estratégia para eliminar as cochonilhas. Isso acontece porque estes produtos atuam contra os inimigos naturais.

O uso do controle químico pode provocar a alteração no metabolismo da planta. Como  consequência, esse desequilíbrio faz com que a resistência da planta seja perdida.

Por fim, uma adubação equilibrada, luminosidade e disponibilidade de água são essenciais para desfavorecer as cochonilhas.

As cochonilhas podem ser disseminadas principalmente pelo vento, máquinas, solo, mudas contaminadas e por formigas. Por isso, verificar todos esses aspectos que entram em contato com a cultura é fundamental.

A depender do local de ataque, algumas táticas de manejo podem ser mais eficientes. No caso de infestações em raízes, por exemplo, o controle biológico associado ao manejo a longo prazo pode ser a alternativa mais eficaz.

Controle cultural

O monitoramento constante das áreas de produção, incluindo plantas daninhas hospedeiras, é essencial. As cochonilhas utilizam estas espécies para se reproduzir e, em seguida, migram para a cultura principal.

Ainda, a inspeção em caso de plantios de mudas deve ser rigorosa. Recuse lotes que apresentem infestação dessa praga.

Controle químico

O controle de cochonilhas de carapaça exige a utilização conjunta de produtos oleosos. Afinal, a constituição do corpo da praga é de camadas sobrepostas de cera.

Para controle da cochonilha-da-raiz, os inseticidas granulados são eficientes, principalmente em detecções de infestações em reboleiras e de forma precoce.

Lembre-se de seguir as recomendações do fabricante sobre como aplicar o produto, intervalo entre aplicações, condições ambientais e intervalo de segurança.

Os produtos utilizados devem ser recomendados por um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a), após a avaliação da cultura e histórico da área de cultivo e podem ser consultados no Agrofit.

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Controle alternativo

Para espécies da cochonilha branca, a calda sulfocálcica em concentração 25% é uma alternativa no controle em cultivos de café. 

A calda de fumo, por sua vez, possui eficiência de 60% para as espécies de Planococcus spp. É necessário intervalo de segurança para consumo seguro. 

Por fim, óleo de neem e óleo mineral, em concentração de 3%, ocasiona 100% de mortalidade para a espécie Planococcus citri.

Controle biológico 

Os nematoides entomopatogênicos são os principais utilizados para infestações causadas pela cochonilha-da-raiz-do-cafeeiro.

Por outro lado, os fungos entomopatogênicos, como o  Beauveria bassiana, são relatados como eficiente no controle das cochonilha-da-roseta em cultivos de café conilon.

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Conclusão

Inúmeras espécies de cochonilhas podem ocorrer em diversas culturas de interesse agrícola.

O monitoramento e identificação correta das espécies incidentes são indispensáveis para o planejamento das estratégias de controle mais adequadas.

O controle químico deve sempre ser planejado, evitando a eliminação de inimigos naturais às cochonilhas e a outros insetos com potencial para se tornarem pragas. Em casos de dúvidas, sempre busque orientação de profissionais.

E você, ficou com alguma dúvida sobre os tipos de cochonilhas e de como eliminá-las? Deixe um comentário abaixo!

Lagarta-das-folhas (Spodoptera eridania): entenda como identificar e controlar esta praga na sua lavoura!

Lagarta-das-folhas (Spodoptera eridania): entenda como ela se comporta nas diferentes culturas, como identificar e fazer o manejo efetivo. 

A lagarta-das-folhas (Spodoptera eridania), também conhecida como lagarta-das-vagens, é um inseto-praga de espécie polífaga. Ela ataca culturas como soja (Glycine max), arroz (Oryza sativa), milho (Zea mays) e diversas outras. 

Essa lagarta era considerada praga secundária até pouco tempo. No entanto, nas últimas safras na região Centro-Oeste e Sul do Brasil, vem se tornando um problema. 

Isto porque além de consumir as folhas e caules das culturas, a lagarta-das-folhas causa redução da qualidade dos produtos colhidos.

Neste artigo, veja como identificar a lagarta-das-folhas na sua lavoura, em quais hospedeiros ela sobrevive na entressafra e quais os métodos de controle podem ser utilizados! Boa leitura!

Como identificar Spodoptera eridania

Algumas mariposas da lagarta-das-folhas (Spodoptera eridania) possuem pontos arredondados nas asas ou uma faixa preta larga. Já adultos de Spodoptera eridania medem entre 3,3 cm e 3,8 cm e possuem asas de cor cinza e marrom, com marcas pretas e marrons com formas irregulares.

Porém, tão importante quanto identificar a mariposa, é necessário identificar a lagarta-das-folhas em todos os estágios de desenvolvimento.

No caso dos ovos da lagarta-das-folhas, eles são redondos, com cor que varia entre amarelo e verde. Além disso, têm escamas do corpo da mariposa.

Cada fêmea é capaz de ovipositar até 800 ovos durante o seu ciclo de vida, que tem duração de até 40 dias, a depender da temperatura e do hospedeiro.

Ovos de lagarta-das-folhas

Ovos de Spodoptera eridania em laboratório. Na figura A é possível observar as escamas depositadas pela lagarta, para proteção dos ovos. 

(Fonte: Efrom, 2013)

Já o período larval da Spodoptera eridania dura entre 15 e 19 dias. Após o término do período larval, a pupa permanece no solo em profundidades de 5 cm a 10 cm.

A duração do período pupal (onde a lagarta se transforma em pupa, antes de adquirir forma de mariposa) dura entre 9 a 11 dias.

Na figura abaixo, é possível observar as diferenças entre as mariposas do gênero Spodoptera para correta identificação e manejo. Afinal, hospedeiros alternativos podem ser semelhantes ou distintos, a depender da espécie de lagarta.

Diferentes tipos de lagarta-das-folhas

Dois principais clados (grupos de espécies gerados a partir de um único ancestral comum) de Spodoptera

(Fonte: Kergoar e colaboradores,  2021)

Para identificar a lagarta-das-folhas, as plantas devem ser inspecionadas principalmente no baixeiro. Essas lagartas preferem a parte inferior das folhas para se protegerem do sol.

A atividade maior da lagarta-das-folhas pode ser observada principalmente no período da noite. Nesse horário, elas são mais mais ativas.

Como diferenciar as Spodopteras spp.

Diferenciar as Spodopteras pode ser difícil, mas algumas espécies possuem características próprias que as distinguem das demais. 

A Spodopera frugiperda possui um “Y” invertido na cabeça. Além disso, seu corpo é composto por 4 pontuações que formam um quadrado, localizadas na região posterior.

Foto da spodoptera frugiperda em todos os estágios: ovos, pupa, mariposas e lagartas.

Detalhes morfológicos que permitem a identificação da lagarta S. frugiperda a campo: (a) mariposas macho e fêmea, (b) ovos, (c) lagartas recém eclodidas, (d) (e) e (f) lagarta de último estádio, e (g) pupa.

(Fonte: Hickel, 2020)

A Spodoptera eridania possui diversos triângulos negros ao longo do comprimento de seu corpo, que podem ser facilmente observados. Além disso, seu corpo possui uma listra branca ou amarela no primeiro segmento abdominal. Essa listra não chega até a cabeça.

Foto de spodoptera eridania sobre folha de soja

Triângulos dispostos ao longo do corpo da lagarta S. eridania que permitem a sua identificação a campo.

(Fonte: Tomquelski e colaboradores, 2020)

Por fim, a lagarta Spodoptera cosmioides possui 3 listras alaranjadas ao longo do corpo, que chegam até a cabeça. Alguns pontos brancos acompanham as listras alaranjadas.

Foto de spodopera cosmioides, seguida de imagem da cabeça da lagarta em foco

Listras alaranjadas de S. cosmioides, com presença de pontuações brancas ao longo destas.

(Fonte: Phytus Group In: Agrobayer)

Danos causados pela lagarta-das-folhas

A Spodoptera eridania causa severa desfolha, além de deixar aparência de esqueletização das folhas. Ao longo do desenvolvimento, podem afetar órgãos reprodutivos das culturas, bem como frutos (como vagens da soja e cápsulas de algodão). 

A consequência disso é a redução da qualidade dos produtos colhidos. Quando estão  sob estresses, essas lagartas consomem partes de crescimento das plantas, como ramos. 

Podem causar perfurações em ramos, caules, e órgãos próximos à superfície do solo.

Lagarta-das-folhas sobre folha com danos intensos.

Danos causados pela lagarta-das-folhas (S. eridania) na cultura da soja, com aspecto de esqueletização das folhas atacadas.

(Fonte: Teodoro e colaboradores, 2013)

Desde a safra 2007, a lagarta-das-folhas tem surgido anualmente nas áreas de produção, em populações cada vez maiores, causando danos significativos.

Sua alta densidade (população de lagartas)  também é preocupante.

A alta densidade tem sido atribuída ao uso desregulado principalmente de inseticidas piretroides. Eles não são seletivos a predadores e parasitoides, e acabam eliminando inimigos naturais da lagarta-das-folhas.

Além disso, medidas de manejo inadequado também estão relacionadas. A falta de monitoramento da lagarta, rotação de princípios ativos de inseticidas e controle em populações muito altas também são perigosos.

Culturas afetadas pela Spodoptera eridania

As lagartas das folhas podem afetar uma infinidade de culturas, como soja, arroz, algodão, milho, feijão e café. Além disso, ela afeta plantas frutíferas, ornamentais e até mesmo plantas daninhas.

Outras espécies de interesse agrícola afetadas são girassol, colza, mandioca e azevém.

O conhecimento sobre quais espécies são hospedeiras da praga é fundamental para o monitoramento e controle da população. Se a sua cultura é hospedeira da lagarta, você pode fazer rotação de culturas com espécies não hospedeiras. 

Por exemplo, o milheto é uma cultura caracterizada por ser desfavorável à lagarta-das-folhas. Na presença dessa cultura, as lagartas não são capazes de se alimentar de forma adequada e se reproduzir.

Por outro lado, espécies como feijão-de-porco, nabo-forrageiro e crotalária são hospedeiras favoráveis e por isso devem ser evitadas. Outras daninhas hospedeiras incluem:

  • Lingua-de-vaca (Rumex obtusifolius);
  • Caruru (Amaranto retroflexo);
  • Crista de galo (Celosia cristata);
  • Buva (Conyza canadensis);
  • Corda-de-viola (Ipomea grandifolia, Ipomea purpurea e Ipomea tiliacea);
  • Mamona (Ricinus communis);
  • Capim-elefante (Pennisetum purpureum), dentre outras.

Como controlar a lagarta-das-folhas

Para controlar a lagarta-das-folhas na lavoura é indicado que você faça uma amostragem de pelo menos 10 plantas aleatórias. Se a quantidade de lagartas nessa amostragem foi de 30% na fase vegetativa e 15% na fase reprodutiva, é hora de começar o MIP (Manejo Integrado de Pragas).

O MIP consiste no uso de diferentes métodos de controle de forma conjunta. Por exemplo, controle cultural pela rotação de culturas, biológico, genético, químico, dentre outros.

Os controles biológico e químico têm sido utilizados de forma associada. Porém, para serem efetivos, é necessário que a compatibilidade entre os produtos biológicos e químicos seja consultada.

Para te ajudar, você pode usar nossa planilha de manejo integrado de pragas. Clique na imagem a seguir para baixar sem qualquer custo:

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Controle biológico

Para o controle biológico, podem ser utilizados fungos entomopatogênicos como Beauveria bassiana, Metharizium anisopliae e Nomuraea sp.

A adição de produtos com grandes populações desses agentes não só auxilia no controle, como o torna mais eficaz.

É importante ressaltar que a eficiência do controle biológico também está associada a outros fatores. Boas condições ambientais no momento e após a aplicação, como alta umidade relativa do ar, são essenciais.

Espécies de baculovírus também podem ser utilizadas, mas é necessário que o Baculovírus específico para Spodoptera eridania seja utilizado. Para cada espécie de lagarta, há uma espécie de baculovírus que exerce controle.

Controle químico

Para o controle químico, use produtos recomendados pelo Mapa. Estas informações devem ser consultadas no Agrofit e recomendadas por um Engenheiro Agrônomo. Isso tudo é feito de acordo com as condições específicas da sua lavoura.

As principais moléculas recomendadas fazem parte dos grupos:

  • espinosinas;
  • diamidas;
  • organofosforados (que potencializam o controle, mas devem ser utilizados com cuidado, para não reduzir a população de inimigos naturais);
  • reguladores de crescimento de insetos;
  • produtos de controle biológico, como bactérias do gênero Bacillus (Bacillus thuringiensis).

No Agrofit, existem 28 produtos disponíveis com recomendação para uso em todas as culturas.

Conclusão

A lagarta-das-folhas (Spodoptera eridania) tem grande número de hospedeiros alternativos. Por isso, o monitoramento e controle são indispensáveis.

Saiba identificar a lagarta em qualquer fase de desenvolvimento. Assim, você garante conseguir controlar no momento certo e evita danos na lavoura.

E, antes de aplicar algum produto para o controle, consultar um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a) é fundamental. Isso garante uma aplicação de qualidade e eficaz. 

>> Leia mais:

“Tudo o que você precisa saber para controlar a larva arame”

“Como proteger sua lavoura da lagarta-rosca”

Você já identificou a lagarta-das-folhas (Spodoptera eridania) na sua fazenda? Compartilhe sua experiência com a gente, vamos adorar receber o seu comentário!

Tudo o que você precisa saber para controlar a larva arame

Larva arame: conheça as características, como identificar sintomas de ataque, como monitorar e fazer o controle efetivo dessa praga

A larva arame é uma praga inicial que danifica as sementes logo após a semeadura. O sistema radicular do milho e de outras gramíneas também é afetado.

Essa praga pode causar a morte de plantas. Como consequência, há grandes perdas econômicas.

As medidas do MIP (Manejo Integrado de Pragas) devem ser planejadas antes da semeadura. 

Por isso é importante conhecer bem as características e os danos causados pela larva.

Ao fim do artigo, você saberá como identificar e monitorar a larva arame e poderá tomar a decisão de quando e como controlá-la. Confira!

O que é a larva arame e quais suas características

A larva arame é uma praga perigosa para culturas de importância econômica.

Ela pertence à família Elateridae, principalmente aos gêneros Conoderus spp. e Melanotus spp.  Na fase adulta, são besouros.

Inseto adulto da larva arame

Inseto adulto da larva arame
(Fonte: Flickr)

Dependendo da espécie, o inseto adulto mede entre 6 mm e 19 mm. Possui corpo alongado e coloração marrom avermelhada, ou mais escura.

Durante o verão, as fêmeas depositam centenas de ovos brancos e esféricos no solo, agrupados de 20 a 40. Desses ovos eclodem as larvas praga.

Antes de se tornarem adultas, as larvas vivem no solo e se alimentam apenas de raízes e sementes de plantas.

No início da fase larval, possui coloração esbranquiçada. Quando completamente desenvolvida, sua cor muda para marrom-amarelada.

O corpo da larva mede até 2 cm de comprimento. É cilíndrico, fino e rígido. Por isso a denominação “larva arame”.

Larva arame em diferentes estágios

Larva arame em diferentes estágios
(Fonte: Insect Images)

Ataque da larva arame

As culturas em que esse inseto assume importância econômica são, principalmente:

  • milho;
  • trigo;
  • arroz;
  • batata.

As raízes destas culturas são afetadas pela alimentação do inseto.

Sintomas e danos 

Nas culturas do milho e do arroz, os danos são mais severos nas lavouras com sistema de integração com pastagem. Os danos acontecem majoritariamente no início da primavera.

As larvas se alimentam de sementes germinando, raízes e mudas jovens

O dano pode ser direto, com redução de crescimento e/ou morte da planta. Também pode ser indireto, deixando uma porta de entrada para patógenos no local do ferimento.

Plantas jovens são mais suscetíveis. Na lavoura, você poderá perceber plantas atrofiadas que costumam ser roxas ou escuras. 

Você também pode notar fileiras com plantas subdesenvolvidas ou mortas.

No milho, os danos ocorrem desde a semeadura até a fase V2/V3.

Uma inspeção mais detalhada revela buracos nas sementes, raízes e caules inferiores. Esses sinais confirmam o ataque da praga.

Dano da larva arame no milho

Dano da larva arame no milho
(Fonte: Universidade de Minnesota)

As plantas ficam atrofiadas, pouco desenvolvidas e o estande é reduzido. Como consequência, ocorre a perda de rendimento da cultura e perda econômica.

Monitoramento da larva arame

Utilize o MIP (manejo integrado de pragas) como rotina na sua fazenda. 

O monitoramento das pragas é a chave para controlá-las. Faça isso antes de causarem danos à plantação.

Para monitorar essa e outras pragas subterrâneas, colete uma amostra de solo de 30 cm x 30 cm a aproximadamente 10 centímetros de profundidade. 

Faça isso em alguns pontos da lavoura durante a pré-safra.

A média de uma larva por amostra é suficiente para reduzir o estande de plantas e causar danos econômicos.

Para te ajudar neste controle, preparamos uma planilha gratuita. Para baixar, clique na figura a seguir!

Você também pode automatizar esse controle com uso de um software de gestão agrícola como o Aegro

Com o sistema de monitoramento de pragas do Aegro você pode:

  • registrar o monitoramento e armadilhamento da lavoura pelo celular;
  • gerar relatórios sobre a incidência das pragas-alvo;
  • descobrir o momento certo para pulverizar, reduzindo seus custos com defensivos.

Além disso, você mantém um histórico de pragas e de aplicações feitas em cada talhão da lavoura. 

O MIP do Aegro pode ser testado gratuitamente por 7 dias. Peça agora uma demonstração e faça uma experiência gratuita!

Formas de controle

Caso identifique pelo menos uma larva arame por amostra, existem diferentes medidas de controle que podem ser tomadas:

  • manejo preventivo;
  • controle cultural;
  • controle biológico;
  • controle químico.

Proceda com o controle prontamente após detectar a presença da praga, e preferencialmente, antes da semeadura.

Entenda as medidas de controle com detalhes a seguir!

Manejo preventivo e controle cultural

Em áreas irrigadas ou com problema de excesso de umidade, controle a umidade da camada arável. 

Isso obriga o inseto a se aprofundar no solo, protegendo a raiz no início do desenvolvimento.

Elimine hospedeiros alternativos e plantas voluntárias que precedem a safra. Elimine também a destruição dos restos culturais logo após a colheita.

Prepare o solo (quando no planejamento de safra) com arado e/ou grade, expondo a praga a predadores e ao sol.

Caso utilize o plantio direto, integração pasto/lavoura ou mantiver plantas de cobertura, fique de olho. Nem sempre as duas últimas formas de manejo são possíveis. 

Planeje bem os manejos pré-plantio, para evitar danos o quanto antes.

Controle biológico

O controle biológico tem ganhado bastante força nos últimos tempos. Ele faz parte do conjunto de boas práticas no controle de pragas do MIP.

Coleópteros da família Staphylinidae, comumente chamados de “potós” ou “besouros-do-casaco”, são insetos carnívoros. Eles se alimentam de diversas pragas, incluindo a larva arame.

Besouro predador da família Staphylinidae

Besouro predador da família Staphylinidae
(Fonte: UFV)

Larvas da mosca-estilete (Therevidae) e algumas espécies de nematoides também são predadoras da praga.

Há grande expectativa no uso do fungo entomopatogênico Metharizium anisopliae para o controle da larva arame. 

Os bioprodutos hoje são formulações com estruturas de reprodução do fungo.

Use adequadamente esta tecnologia, de acordo com as recomendações do fabricante.

Bioproduto à base de Metarhizium anisopliae

Bioproduto à base de Metarhizium anisopliae
(Fonte: Koppert)

Controle químico

Antes de decidir pelo controle químico, considere uma abordagem integrada com os outros métodos citados anteriormente.

Faça o tratamento de sementes (TS) com inseticida sistêmico. Assim, você evita que a praga ataque a semente e as raízes da planta recém-emergida. 

Isso garantirá um bom controle da população da praga.

Semente de milho tratada

Semente de milho tratada
(Fonte: Pioneer)

O ingrediente ativo imidacloprido (neonicotinoide) + tiodicarbe (metilcarbamato de oxima), como o Cropstar da Bayer, é uma boa opção.

Somente o tiodicarbe (Futur 300, Luger 350, Pontiac 350) também é muito eficiente no controle de pragas iniciais na cultura do milho.

Realize tratamento químico para controle da larva arame sempre antes da semeadura ou durante no sulco, de forma preventiva. A aplicação curativa não é eficiente.

Essa prática tem a vantagem de aplicar mais ingredientes ativos próximo à semente e raízes

Ela tem maior persistência do que o tratamento de sementes, e protege as plantas por mais tempo.

Use inseticidas granulados indicados para a cultura. 

O ingrediente ativo Fipronil é uma opção com bom controle de pragas iniciais no milho. Produtos organofosforados (clorpirifós) também são eficientes no controle.

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Conclusão

A larva arame ataca sementes e raízes de milho, principalmente, batata e outras gramíneas.

O seu ataque afeta o vigor e reduz o estande de plantas, causando perdas econômicas consideráveis.

O planejamento, regularidade de monitoramento e integração de práticas de manejo é muito importante para o controle da praga.

Controle cultural, biológico e químico são recomendados para controlar a população da larva arame.

O controle químico deve ser feito de forma preventiva, aplicado no sulco de semeadura ou logo após a semeadura.

Sempre siga as recomendações da bula e instruções de um engenheiro-agrônomo para aplicação de produtos químicos.

>>Leia mais:

“5 pragas agrícolas resistentes a defensivos agrícolas e como combatê-las”

Já passou por problemas com a larva arame na sua lavoura? Espero que esse artigo ajude a planejar a próxima safra. Assine nossa newsletter para receber conteúdos semelhantes!

Saiba tudo sobre o ácaro azul das pastagens, uma praga emergente no Brasil

Ácaro azul das pastagens: conheça mais suas características, as culturas mais afetadas e a melhor forma de controle

O ácaro azul das pastagens é uma praga ainda pouco conhecida no Brasil, mas já presente em algumas lavouras. 

Seu ataque pode causar morte de folhas e de plantas inteiras.

A presença do ácaro azul gera perdas de produtividade e lucratividade. Além disso, afeta as culturas de inverno, principalmente cereais e pastagens.

Neste artigo, você irá conhecer o ácaro azul das pastagens, saber como identificar e também ver as melhores práticas de manejo e controle. Confira a seguir!

Características do ácaro azul das pastagens

O ácaro azul das pastagens (Penthaleus major) é uma espécie da classe Arachnida (mesma das aranhas e escorpiões) e da família Penthaleidae. 

Ele não é um inseto, e sim um aracnídeo.

Também conhecido como ácaro dos grãos de inverno ou ácaro azul da aveia, é uma praga presente no mundo todo.

Adulto do ácaro azul das pastagens

Adulto do ácaro azul das pastagens
(Fonte: ScienceImage)

Poucas são as informações disponíveis sobre o ácaro. Segundo estudos, duas gerações são formadas por ano e atacam principalmente no período do inverno. 

A temperatura ideal para o desenvolvimento da praga é de 8 °C a 15 °C. Confira suas principais características:

  • as larvas medem aproximadamente 0,3 mm;
  • as ninfas medem  0,5 mm;
  • o ácaro adulto mede 1 mm;
  • sua coloração é azul escura;
  • possui quatro pares de pernas, geralmente vermelhas.

Essa espécie prefere solos arenosos. Durante condições adversas, o ácaro azul das pastagens entra no solo a uma profundidade de até 40 cm para se proteger.

A praga foi detectada em 2009, no Rio Grande do Sul. Ela é recente e pouco conhecida. Houve poucos relatos até 2020, quando foi detectada no mesmo local.

Nos Estados Unidos e Europa, é uma importante praga do trigo e de pastagens no outono e inverno.

Como identificar o ataque no campo?

O ácaro azul das pastagens ataca gramíneas de inverno. Aveia, trigo, triticale, cevada e centeio são potenciais alvos.

Você pode identificar os campos infestados pela coloração cinza, prateada ou amarelada das plantas

Caso a infestação seja muito grande, as folhas ou até a planta inteira podem morrer.

Folha de trigo danificada pelo ácaro azul das pastagens

Folha de trigo danificada pelo ácaro azul das pastagens
(Fonte: Researchgate)

Você também poderá notar retardo no crescimento das gramíneas, e maior suscetibilidade às doenças foliares.

Não há muitos relatos dessa praga no Brasil. Apenas em áreas de pastagens no Rio Grande do Sul, mas sem causar danos graves.

Segundo pesquisa, o ataque severo da praga em gramíneas de inverno pode reduzir o rendimento pela metade.

Como identificar o ácaro azul das pastagens na sua lavoura

Em meados do outono e no final do inverno, avalie a lavoura para fazer o reconhecimento da praga. 

Observe cuidadosamente a folhagem das plantas e a superfície do solo. Também arranque algumas plantas em busca da praga dentro do solo.

O ácaro azul das pastagens evita a luz solar e muito vento. Por isso, faça o manejo no início da manhã ou ao final da tarde, em dias calmos, frescos e/ou nublados.

Após identificar o ácaro na sua lavoura, você pode contar com a ajuda do MIP (Manejo Integrado de Pragas). As medidas do Manejo Integrado poderão controlar melhor as pragas da sua lavoura. 

Para te ajudar nessa etapa, preparamos uma planilha de controle. Você pode baixar gratuitamente, clicando na imagem abaixo:

Manejo do ácaro azul das pastagens

Caso o ácaro azul esteja presente, intervenha quando a população atingir entre 2 e 30 indivíduos por planta, ou quando houver mudança de coloração para 10% das plantas.

Como é uma praga pouco conhecida, fique de olho caso haja registro nas proximidades de sua região.

Realize o MIP com constância, independente de observar danos. Entretanto, se observar sintomas do ataque da praga nas folhas das plantas, tenha atenção.

Se em algum monitoramento você detectar a presença do ácaro com população pequena, dispersa e houver poucos danos nas folhas, inspecione novamente após uma semana.

Utilize o controle cultural com rotação de culturas. As folhas largas, no período de inverno, são suas aliadas em caso da presença da praga.

Faça quando necessário o preparo do solo com aração e/ou gradagem como técnica de controle. Os ácaros vivem no solo e são muito expostos à luz e ao calor. Essas condições diminuem sua multiplicação.

Considere o controle químico quando a população ou os danos atingirem o limite de dano econômico.

O tratamento com controle biológico também pode ser uma boa opção. Há recomendação de ácaros predadores da família Phytoseiidae. 

Neoseiulus californicus e Phytoseiulus macropilis têm registro no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e são comercializadas por biofábricas.

Predador Neoseilus californicus utilizado no MIP

Predador Neoseilus californicus utilizado no MIP
(Fonte: Koppert)

Controle químico

Não há trabalhos no Brasil que avaliem a eficiência de acaricidas no controle desta praga. Afinal, ela é uma praga emergente e até então, possui pouca importância.

Um trabalho realizado na Europa avaliou a utilização do inseticida Permetrina, um ingrediente ativo do grupo químico dos piretroides no controle da praga. 

A aplicação de 50 ml de ingrediente ativo por ha resultou em significativa redução na população de ácaros. Além disso, houve aumento no rendimento das pastagens. Porém, a cultura sofreu efeitos colaterais, como redução de potássio e de rendimento.

No portal Agrofit há diversos produtos com esse ingrediente ativo registrados para o trigo e outras gramíneas. No entanto, vale lembrar que não existem produtos registrados especificamente para controlar o ácaro azul.

Outro produto testado em pastagens na Austrália e eficiente no controle do ácaro azul das pastagens é o dimetoato. Ele é um inseticida/acaricida sistêmico do grupo químico dos organofosforados.

O dimetoato está registrado no Mapa para o trigo em dois produtos: Dimetoato 500 EC (Nortox S.A.) e Dimexion (FMC Química).

Todas as aplicações de produtos químicos devem seguir as recomendações da bula e as boas práticas de manejo na agricultura.

Dê preferência a produtos seletivos aos inimigos naturais. Assim, será menor o risco de ocorrer pressão de seleção ao ácaro.

planilha manejo integrado de pragas MIP Aegro, baixe agora

Conclusão

Culturas de inverno, principalmente cereais e pastagens são os principais alvos do ácaro azul das pastagens. No entanto, existem formas de se livrar dele.

Monitore principalmente áreas com solo arenoso, pois proporcionam as melhores condições para o ácaro azul se desenvolver.

Folhas com coloração cinza a prateada ou amarelada são indicativos da presença da praga. Uma grande população pode matar plantas e reduzir significativamente a produção.

Faça monitoramento periódico no outono e inverno, e utilize a rotação de culturas com não gramíneas nesse período.

Utilize a pulverização com inseticidas/acaricidas quando necessário para o controle do ácaro azul das pastagens. E, é claro, não se esqueça de consultar um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a)!

>> Leia mais:

“Como proteger sua lavoura dos ácaros na soja”

“Como fazer o controle efetivo do ácaro-rajado”

Já verificou danos semelhantes aos causados pelo ácaro azul das pastagens? Como fez para identificar e controlar essa praga? Adoraria ler seu comentário!