Lavoura de Arroz: Produzir mais é um desafio de quase todos produtores rurais, veja como ter melhores resultados.
No mundo globalizado, mesmo setores da economia agrícola voltados ao mercado interno, como a produção de arroz ou lavoura de soja, sofrem com políticas adotadas por outros países.
Isso ocorre tanto na compra de insumos, quanto na concorrência pela entrada de produtos, muitas vezes com preços subsidiados.
Por essa razão, agricultores que querem continuar na sua atividade precisam buscar produtividade similar à obtida em outros países.
Além disso, cada segmento agrícola tem que ser capaz de competir com os outros setores agropecuários.
O Projeto 10, iniciativa de desenvolvimento do cultivo de arroz no Rio Grande do Sul, foi criado com esse intuito, de alcançar uma produtividade de 10 toneladas por hectare.
Para o projeto, produtividade deve ser entendida como a capacidade de produzir mais alimento, com melhor qualidade e com menos uso de insumos.
Tenha seus custos da sua lavoura de arroz na palma da mão
Com as constantes crises vividas pela orizicultura gaúcha, notadamente nas duas últimas décadas, os produtores rurais buscaram reduzir custos como forma de aumentar a competitividade.
Esta estratégia teve algum sucesso para aqueles que não estavam com os custos ajustados, mas além disso, o que pode ser feito para aumentar ainda mais a competitividade da lavoura?
Certamente, a melhor saída não seria reduzir o uso de insumos, pois isso traz junto uma menor produtividade e uma dificuldade em arcar com os custos fixos da lavoura.
O aumento da área cultivada, mantendo produtividades baixas, tampouco trará melhor competitividade.
Os produtores que obtêm os maiores retornos econômicos, independentemente do tamanho da lavoura, são aqueles que conseguem manter seus custos sob controle e atingem alta produtividade.
Para saber mais sobre custos veja estes artigos:
> > Entenda os custos de produção agrícola e esteja no comando de sua fazenda
>> Como saber seu custo de produção agrícola
>> Como estas 5 tecnologias mudam a forma de monitoramento da produção agrícola
Maior produtividade na lavoura não significa necessariamente maior custo
(Foto: Nilson Conrad / IRGA)
Menos é mais na lavoura de arroz
No caso do Rio Grande do sul, nos últimos anos, o custo médio de produção tem diminuído junto com o aumento da produtividade.
A análise dos itens do custo de produção, elaborada pelo Instituto Riograndense do Arroz (IRGA), revela que grande parte desse custo, não variou em função da produtividade.
De fato, os custos com irrigação, herbicida, semente e combustível não diferem com a produtividade de 5,0 ou 10,0 t/ha, e inclusive, utilizando as recomendações da pesquisa, é possível reduzir esses custos.
O único custo que aumenta para melhorar a produtividade é o de adubação.
Há ainda, é claro, os custos com a colheita de arroz, transporte, secagem, impostos e taxas, que crescem junto com o (e por causa do) aumento da produtividade. Mas justamente por isso são chamados, pelos agricultores, de “custos bons”.
Maior produtividade, melhor para o meio-ambiente
Além do aumento de rentabilidade proporcionado pelo Projeto 10, há ainda a melhoria na eficiência na utilização de recursos do sistema de produção.
Antes da implantação das práticas agronômicas recomendadas pelo Projeto, eram necessários mais de dois metros cúbicos de água para produzir um quilograma de arroz.
Os dados atuais evidenciam que se pode ter a mesma produção com menos da metade desse volume de água. O mesmo pode ocorrer com os demais recursos usados na produção, como óleo diesel, energia elétrica, máquinas, implementos e até recursos humanos.
Somente nestas condições as propriedades rurais cumprem sua função social na plenitude: Produzir a maior quantidade de alimentos por unidade de área, minimizando o impacto ambiental.
As tecnologias preconizadas pelo Projeto 10 promovem a sustentabilidade da plantação de arroz no RS, pois elas garantem o uso racional e eficiente dos recursos naturais, evitando sua degradação, aumentam a precisão no uso de insumos e contribuem para o uso eficiente das fontes de energia.
Isso tudo sem perder de foco a competitividade da lavoura no mercado, a adequação à legislação ambiental, visando a segurança do alimento, e a qualidade de vida de quem produz e de quem consome o arroz.
Gostou de saber como você também pode aumentar produtividade da sua lavoura de arroz? Comente aqui embaixo o que achou!
>> Leia Mais: “Pragas do arroz: como identificar e combatê-las na cultura”
Valmir Menezes é agronômo com mais de 30 anos de experiência na atividade arrozeira e escreve eventualmente para o blog.
Este artigo foi atualizado em 27/03/18.