Inteligência artificial no agronegócio: como isso vai beneficiar sua fazenda

Inteligência artificial no agronegócio: o que é, como pode ser utilizada, quais são as IAs já disponíveis na agricultura, vantagens e problemas para adoção destas ferramentas. 

A tecnologia vem se superando a cada dia. O lançamento de novas ferramentas principalmente digitais está acelerado, tornando obsoletas descobertas de 2 ou 3 anos antes.

Essa realidade não se restringe a celulares, computadores e empresas urbanas. A tecnologia da inteligência artificial chegou ao campo faz tempo e vem sendo aprimorada e ampliada em várias regiões produtoras.

Muitas vezes, porém, o produtor nem sabe que usa a inteligência artificial, pois muitas pessoas não conseguem compreender o significado desse termo.

Neste texto, vamos explicar o que é a inteligência artificial, como ela foi introduzida na agricultura, como está presente no dia a dia do produtor rural e quais são as vantagens da inteligência artificial no agronegócio. Venha conferir!

Inteligência artificial no agronegócio: o que é?

Inteligência artificial (IA) é a capacidade de um equipamento com sistema computacional de coletar dados, agrupar estes dados, fornecer uma solução e até mesmo executar a tarefa.

Nas cidades, a IA é uma realidade dentro das próprias casas e ao alcance na palma da nossa mão, acessando essas ferramentas pelos celulares. Mas e na agricultura, como isso surgiu?

Como primeiro passo, podemos lembrar do uso do GPS na agricultura para demarcação de áreas, e depois, na agricultura de precisão e no piloto automático dos tratores e máquinas.

Esse foi o início da IA na agricultura, pois o GPS permite realizar navegação, medir áreas, determinar coordenadas, armazenar dados e até mesmo tomar decisões, como é o caso do piloto automático.

Com o passar dos anos, novas ferramentas tecnológicas com inteligência artificial foram ganhando espaço no setor agrícola, e serão abordadas no próximo tópico.

Em resumo, a inteligência artificial está presente na agricultura em diversos equipamentos, máquinas e implementos que contribuem, principalmente, para a coleta de informações, processamentos das informações e tomada de decisões, para manejos agrícolas mais precisos.

Usos possíveis da inteligência artificial no agronegócio

Como dito anteriormente, o GPS é uma das ferramentas que podem ser consideradas inteligência artificial no agronegócio. Mas, com o avanço tecnológico, as IAs foram se aprimorando e se tornando cada vez mais independentes.

Tecnologias que auxiliam a inteligência artificial no agronegócio
Tecnologias que auxiliam a inteligência artificial no agronegócio
(Fonte: Embrapa)

Sensores

Outra ferramenta bastante utilizada na agricultura são os sensores. Muitos produtores são adeptos de sensores climáticos para previsão do tempo e medição da velocidade do vento, quantidade de chuvas, umidade do ar e do solo etc.

Os sensores são ótimos aliados para a tomada de decisões, visto que fornecem os dados em tempo real para o produtor.

A inteligência artificial nos sensores torna as tomadas de decisões mais precisas, e de modo automatizado, como é o caso da área de irrigação, por exemplo.

Em áreas irrigadas, é possível interligar os sensores a uma IA. Assim, o produtor define os parâmetros adequados à sua situação, como umidade relativa do ar, temperatura, quantidade de chuvas, umidade do solo e outros. 

Os sensores captam os dados, os armazenam e geram uma análise. Quando os parâmetros pré-definidos são alcançados, o próprio equipamento manda um comando para o pivô funcionar, já com a definição da quantidade de água a ser aplicada.

Software

Os softwares agrícolas são ferramentas que centralizam os dados do campo, analisam essas informações e as transmitem para o produtor, de modo didático e preciso, em forma de relatório. Isso contribui para a tomada de decisão em diversas áreas agrícolas.

O uso desta ferramenta é tão amplo que engloba desde aspectos burocráticos, como gestão fiscal, de pessoas e maquinários, planejamento, manejo da lavoura e clima até a definição de preços.

O software para gestão de fazendas mais completo do mercado é o Aegro, sendo capaz de fornecer dados de toda a fazenda desde o planejamento da colheita até a comercialização da safra.

Drones

Outra realidade ligada à inteligência artificial no agronegócio é o uso de drones. Os drones de imagens já vêm sendo utilizados há algum tempo nas fazendas, principalmente na demarcação de áreas e na obtenção de imagens para gerar mapas.

As imagens obtidas pelos drones ajudam a controlar pragas e doenças, verificar a saúde da lavoura, observar reboleiras, economizar na compra de produtos, por meio da aplicação localizada em determinadas situações etc.

Além dos drones de imagens, nos últimos anos, os drones de pulverização agrícola têm se tornado uma realidade.

Estes drones fazem parte da IA por realizarem a operação de modo automatizado, seguindo os parâmetros definidos pelo piloto, que controla remotamente o drone.

diagnostico de gestao

Veículos autônomos

Uma realidade não tão distante é o uso de veículo agrícola autônomo (VAA), que estão sendo estudados e implementados em algumas áreas para a validação dos resultados.

Esse tipo de veículo está sendo desenvolvido para todas as fases da lavoura, desde o plantio até a colheita, e já tem algumas empresas que lançaram pulverizadores autônomos.

Ao contrário do piloto automático, os VAAs não apresentam nem cabine para o operador — uma única pessoa pode comandar mais de um veículo à distância.

Big data

O big data ainda é menos difundido na agricultura. Porém, essa é uma ferramenta de grande auxílio para o produtor rural.

Traduzindo ao pé da letra, “big data” significa “grandes dados”, e é exatamente isto que o sistema de inteligência faz: coleta diversos dados da fazenda, armazenando e agrupando essas informações nas nuvens, com grande velocidade, e fornecendo informações mais precisas aos produtores.

Essa tecnologia consegue cruzar informações como histórico da área, cultivar semeada, produtividade, histórico de chuvas e quantidade de fertilizantes para aplicação e já presentes no solo, fornecendo um parâmetro geral e particular de cada atividade.

Com a coleta e inserção de informações por sensores, é possível prever e evitar problemas na lavoura.

Vantagens das tecnologias de inteligência artificial para os produtores

As vantagens do uso de inteligência artificial no agronegócio giram, principalmente, em torno da precisão das tomadas de decisões do produtor — mas, para isso, é preciso saber o que ocorre no cotidiano do negócio rural.

Atualmente, uma coisa que diferencia as empresas rurais de sucesso é a coleta e análise de dados necessários para gerir corretamente o empreendimento.

Diariamente, diversas informações são geradas na fazenda. Anotar, passar os dados para planilha e analisá-los, todos, é uma tarefa que exige tempo, atenção e conhecimento.

Quando se tem ferramentas inteligentes que conseguem agrupar esses dados, coletando, analisando e gerando informações relevantes, ou até mesmo enviando comandos para realização da tarefa, o planejamento se torna mais correto, a tomada das decisões melhora e o tempo de ação fica mais rápido.

Isso gera um maior controle de todas as partes que compõem a empresa rural — a gestão de pessoas e máquinas e o manejo da lavoura, dos insumos, de peças, da produção e dos preços.

Outra vantagem é que todos os dados coletados pela inteligência artificial são armazenados nas nuvens, podendo ser acessados remotamente, e também possibilitando a tomada de decisão sem exigir que o produtor esteja presente no campo.

Todas essas ferramentas têm um único objetivo: a sustentabilidade no agronegócio, reduzindo os gastos com produtos, peças e insumos desnecessários, aumentando a produtividade e, consequentemente, a rentabilidade do produtor.

Dificuldades da utilização da inteligência artificial no agronegócio brasileiro

Uma pesquisa realizada pela Embrapa mostra o retrato da agricultura digital brasileira. Esse estudo coletou informações de muitos produtores rurais quanto ao uso da tecnologia no campo.

A dificuldade para adoção de tecnologias pelos produtores foi umas das questões levantadas. Veja na figura abaixo as principais respostas:

Dificuldades para a adoção de tecnologias no campo
Dificuldades para a adoção de tecnologias no campo
(Fonte: Embrapa)

Para a maioria dos produtores, o alto investimento financeiro é o principal entrave para a adoção de tecnologias — e a inteligência artificial está inclusa nesse quesito.

Os estudos e inovações que tornam esse tipo de inteligência possível no campo acabam onerando máquinas, equipamentos e outros dispositivos que possuem essas funções.

Entretanto, tirando a parte financeira da equação (que, sim, é um fator relevante), temos um entrave nas áreas agrícolas brasileiras: a falta de internet nas áreas rurais.

Em estudo sobre conectividade em áreas rurais, foi constatado que 13 milhões de brasileiros vivem em áreas rurais onde não há cobertura de internet, e muitos ainda têm qualidade de internet ruim, prejudicada por ventos e chuvas.

Isso é uma limitação para a coleta e análise de dados, visto que a inteligência artificial utiliza dados em tempo real e utiliza a internet para transmitir esses dados para a nuvem, armazená-los e cruzar essas informações.

Superando a barreira da internet, outro ponto de atenção para a utilização da IA é o conhecimento da ferramenta que se tem ou pretende implementar na fazenda, para que se tenha o aproveitamento de todos os recursos disponíveis.

Para isso, a capacitação digital de trabalhadores do campo é fundamental, haja vista a tecnologia desses programas.

Conclusão

Neste texto, você viu o que é inteligência artificial no agronegócio e como ela teve início neste setor.

As tecnologias inteligentes já são utilizadas nas áreas rurais, agregando informações e contribuindo para a tomada de decisões, e há diferentes formas de a inteligência artificial atuar na agricultura.

Este artigo também abordou as vantagens das IAs, principalmente para a coleta e o cruzamento de dados de todas as áreas do negócio rural.  

Por fim, destacamos os principais problemas que envolvem a adoção da inteligência artificial no agronegócio brasileiro.

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Robótica na agricultura: o que é e quais inovações vão impactar o agronegócio?

Robótica na agricultura: inovações tecnológicas na agricultura: entenda quando é usada e quais são as vantagens da robótica agrícola

As inovações tecnológicas na agricultura estão presentes em todas as etapas de produção, desde o preparo do solo à comercialização, como sensores para análise do solo e aplicativos para a rastreabilidade e certificação dos produtos agrícolas.

Assim, uma nova tecnologia cria forças no mercado: os robôs agrícolas. Aumentando lucros e eficiência, além de garantir maior segurança nas operações.

Neste artigo, veja como a robótica na agricultura pode influenciar no manejo da lavoura e alavancar sua fazenda. Boa leitura!

Robótica na agricultura

O desenvolvimento tecnológico na agricultura passou por diversas fases. Teve início na agricultura 1.0, a qual é caracterizada pelo uso da tração animal, até chegar ao momento atual: a agricultura 4.0, marcada pelo uso de máquinas, veículos autônomos, drones, tecnologia de satélite e robôs com sensores.

A robótica é uma tecnologia utilizada para realizar movimentos e atividades humanas, por meio de máquinas autônomas controladas via remoto. Apesar disso, é importante ressaltar que não há a exclusão da mão de obra humana, e, sim, maior capacitação dos trabalhadores para o uso da tecnologia.

Até 2028, de acordo com International Market Analysis Research and Consulting Group, o mercado deve avançar anualmente em torno de 18,42%, alcançando US$ 21,2 bilhões. Atualmente, o mercado promove US$ 7,6 bilhões.

Um dos primeiros avanços tecnológicos da agricultura de precisão foi o Posicionamento Global por Satélite (GPS). A partir disso, tratores começaram a ser guiados por GPS para plantação de sementes, aplicação de defensivos agrícolas e colheita. 

Utilização do Solix Ag Robotics
Utilização do Solix Ag Robotics
(Fonte: Solinftec)

Recentemente, uma nova tecnologia surgiu no setor agrícola: o drone. Esta tecnologia permite monitoramento aéreo de pulverizações e colheita em tempo real e tem sido, para esse serviço, mais acessível que o realizado por satélite.

Isso porque o satélite não está sempre disponível ao agricultor, e alguns fatores podem prejudicar sua qualidade da imagem, como a presença de nuvens. Os drones agrícolas não têm esse problema por portarem suas próprias câmeras de alta resolução.

Essas tecnologias são integradas e conectadas por meio de softwares, sistemas e equipamentos que podem melhorar a produção agrícola. No Brasil, a Solinftec se destaca, com a tecnologia Solix Ag Robotics e a plataforma ALICE AI, monitorando insetos e ervas daninhas, analisando o solo e a nutrição das plantas.

Ou seja, os drones podem ser utilizados para coletar dados do solo, vegetação, clima e terreno, realizando o levantamento da área e otimizando tempo e mão de obra.

Aplicações da robótica na agricultura

Estas são algumas utilizações da robótica na agricultura:

  • Colheita de cereais
  • Análise de solo
  • Plantio
  • Combate às pragas
  • Capinagem
  • Colheita e embalagem de frutas
  • Monitoramento, manutenção e vigilância de plantações
  • Coleta de dados aéreos
  • Pulverização
  • Empilhamento de paletes
  • Higienização de animais leiteiros

Enfatizando a utilidade dessa tecnologia na colheita de frutas, o robô possui a capacidade de identificar se elas estão maduras ou não.

Atualmente, algumas empresas estão trabalhando nesse nicho de mercado. Como a Tevel Aerobotics Technologies, empresa israelense que desenvolve um sistema autônomo de robôs voadores, capazes de detectar tamanho e maturação e distinguir entre frutas, folhagens e outros.

Robô desenvolvido pela Tevel Aerobotics Technologies
Robô desenvolvido pela Tevel Aerobotics Technologies
(Fonte: Olhar Digital)

Outra empresa voltada para a colheita de frutas é a Fieldwork Robotics, desenvolvendo robôs para a colheita de framboesa para suprir a escassez de trabalhadores. A versão final do robô apresentará quatro braços que realizarão a tarefa simultaneamente.

A robótica na pecuária é empregada no monitoramento, alimentação de animais de cortes, aves e suínos e ordenha de vacas leiteiras.

Colhedora de framboesa desenvolvida pela Fieldwork Robotics
Colhedora de framboesa desenvolvida pela Fieldwork Robotics
(Fonte: The Guardian)

Vantagens

Diminuição de riscos à saúde humana e redução do uso de defensivo agrícola

A robótica na agricultura pode substituir atividades que causam riscos à saúde humana, como a aplicação de defensivos agrícolas.

A empresa suíça Ecorobotix desenvolveu o ARA, sistema de pulverização de precisão baseado em inteligência artificial. Essa tecnologia possui GPS, sensores e câmera em sua parte frontal, para identificação de plantas daninhas e aplicação do herbicida diretamente na planta, com a exata quantidade necessária.

Com isso, as novas tecnologias dispensam a necessidade de aplicação de produtos agrícolas na área total. Utilizando GPS, sensoriamento remoto, drones e robôs, é possível aplicar direcionado, diminuindo gastos com água, fertilizantes e defensivos.

Sistema de pulverização de precisão ARA: exemplo de robótica na agricultura
Sistema de pulverização de precisão, ARA
(Fonte: NeoFeed)

Diminuição da contaminação ambiental

Com a eficiência proporcionada pela agricultura de precisão e consequente redução de produtos agrícolas utilizados, a robótica na agricultura diminui o escoamento de produtos químicos nas áreas naturais ao redor da propriedade agrícola.

Diminuição do tempo entre a colheita e a distribuição

Em comparação com a mão de obra humana, os serviços são feitos pela robótica com muita agilidade, o que pode diminuir o tempo de colheita e, consequentemente, seu armazenamento.

Maior precisão operacional

Durante a colheita, a robótica pode diminuir o número de produtos colhidos impróprios para a comercialização e coletar apenas frutas. Isso é possível devido à capacidade de diferenciar frutas, folhagens e galhos.

Jornada de trabalho mais longa

Alguns robôs, como o Robotti LR da Agrointelli, podem trabalhar durante horas antes do reabastecimento.

Robotti LR projetado pela Agrointelli, mais um exemplo de robótica na agricultura
Robotti LR projetado pela Agrointelli
(Fonte: Agrointelli)

Desvantagens

Escassez de mão de obra qualificada

Para operar essas máquinas, é necessário fazer treinamentos específicos para a qualificação dos trabalhadores responsáveis pelos robôs.

Necessário o uso de internet

Cerca de 53% da população do campo no Brasil não tem acesso à internet, o que dificulta bastante a implementação de novas tecnologias na agricultura brasileira.

Depreciação de máquinas agrícolas

Conclusão

As vantagens do uso das novas tecnologias são inúmeras e modificam a vida do produtor rural para melhor. Pela facilidade, podendo controlar drones e robôs de qualquer lugar, utilizando apenas a internet. E o mais importante: a robótica na agricultura aumenta a rentabilidade da fazenda, por sua agilidade de manejo e economia de produtos utilizados.

Devido a isso, pesquisas são realizadas constantemente em diversos países para facilitar o manejo do campo.

Mas é importante que o produtor seja aliado da tecnologia e se diferencie dos antigos modelos de manejo do campo. Atualmente, mais de 84% dos agricultores brasileiros utilizam ao menos uma tecnologia digital para auxiliar a sua produção. 

Porém, é necessário ressaltar que, apesar desse avanço no processo de automação, com estimativa de crescimento anual de aproximadamente 20%, uma parcela de produtores apresenta dificuldade com a tecnologia, como o uso de aplicativos ou redes móveis, principalmente aqueles pertencentes à agricultura familiar.

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