O que são insumos agrícolas e como planejar a compra?

Os insumos agrícolas são parte fundamental dos sistemas produtivos de qualquer cultivo, seja ele anual ou perene. Eles servem para garantir a produtividade da cultura produzida por você.

Alguns exemplos de insumos agrícolas são sementes, adubos orgânicos e inorgânicos, inoculantes e agroquímicos. A compra deles é um passo essencial para o sucesso da sua safra e da sua empresa agrícola.

Neste artigo, saiba o que são insumos agrícolas e por que a compra e correta gestão deles é tão importante.

O que são insumos agrícolas?

Os insumos agrícolas são todos os recursos e materiais que você utiliza na sua produção agrícola, desde o preparo do solo até a colheita e o beneficiamento.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), insumos agrícolas são todos os elementos usados no processo produtivo para nutrir, proteger e desenvolver as plantas.

Na prática, eles englobam tudo aquilo que contribui para viabilizar ou aprimorar a produção agropecuária, como defensivos agrícolas, fertilizantes, máquinas e implementos agrícolas e equipamentos.

Matéria-prima e insumos: Qual a diferença?

A matéria-prima é o material usado para fabricar um produto, como o milho na produção de ração ou o algodão na indústria têxtil.

Já o insumo é tudo que entra no processo produtivo, podendo ser um bem ou um serviço. Com isso, os insumos agrícolas podem ser classificados em três tipos:

  • Naturais (relacionados à matéria-prima);
  • De trabalho (mão de obra);
  • De capital (investimentos em bens e serviços).

Esses insumos geralmente se dividem em três grandes grupos, conforme sua origem e função: Biológicos, químicos/minerais e mecânicos.

Entender essas categorias facilita o planejamento, a escolha de tecnologias e o controle de custos, além de alinhar as decisões produtivas às demandas do mercado.

Tipos de insumos agrícolas 

Os insumos agrícolas podem ser mecânicos, biológicos e químicos, que são usados em momento diferentes no ciclo produtivo. Veja a seguir:

1. Insumos mecânicos 

Os insumos mecânicos envolvem todo o maquinário, implementos agrícolas, ferramentas e equipamentos utilizados na produção. Alguns exemplos desse tipo de insumo são:

  • Maquinário pesado: Tratores agrícolas, colheitadeiras, semeadeiras, plantadeiras, pulverizadores e sistemas de irrigação;
  • Implementos: Arados, grades, subsoladores e roçadeiras;
  • Sistemas de irrigação: Pivôs centrais, gotejamento e aspersão.

2. Insumos biológicos 

Os insumos biológicos são produtos derivados de fontes naturais, como microrganismos, plantas, animais ou seus subprodutos, como:

  • Sementes e mudas:
  • Adubos orgânicos;
  • Agentes de controle biológico.

Os inoculantes de sementes e os biofertilizantes são mais exemplos desse tipo de insumo que tem ganhado mais destaque nos últimos anos.

3. Insumos químicos/minerais 

Os insumos químicos/minerais são os produtos industrializados ou provenientes de material mineral. Historicamente, são a base de muitos sistemas de produção modernos.

Esse tipo de insumo inclui os defensivos agrícolas, como herbicidas, inseticidas e fungicidas sintéticos.

O calcário e os fertilizantes inorgânicos, como o cloreto de potássio e o superfosfato triplo também são exemplos de insumos químicos/minerais. 

Planilha de custos dos insumos da lavoura

Como planejar a compra de insumos agrícolas?

Para não comprometer a lucratividade da fazenda, é preciso planejar bem a compra de insumos agrícolas.

Isso porque os preços variam bastante a cada ano, influenciados por fatores como reajustes de mercado e flutuações do dólar.

A melhor forma de se proteger é antecipar a compra. Com planejamento, você define as quantidades necessárias, estabelece um teto de preços e aproveita melhores condições de negociação.

Além disso, pesquisar diferentes fornecedores e fazer cotações com antecedência também ajuda a economizar.

Outra boa prática é participar de grupos de compras ou cooperativas, que conseguem descontos por volume e centralizam negociações.

Muitos produtores vêm adotando o barter, uma estratégia que permite trocar parte da produção futura (como soja ou milho) pelos insumos da próxima safra.

Essa é uma forma de garantir os produtos mesmo sem ter capital disponível no momento da compra.

Ficar de olho no mercado financeiro e nas tendências de preços é fundamental para aproveitar o melhor momento de fechar negócio.

Importância dos insumos agrícolas para o agronegócio

Sem determinados insumos é impossível produzir. Por isso, conhecer o que será necessário para o bom desenvolvimento da sua lavoura é fundamental para disponibilizar os insumos no momento certo.

De modo geral, os insumos agrícolas garantem o bom desenvolvimento das plantas. Também auxiliam no controle de pragas, doenças e plantas daninhas, reduzindo perdas na lavoura. 

Eles são empregados tanto no sistema de produção agrícola convencional quanto no orgânico, de acordo com as características de cada um.

A utilização dos insumos corretos e de forma racional está diretamente relacionada ao crescimento da produção agrícola.

Projeções de custo para a safra 2025: O que esperar?

Os custos de insumos agrícolas devem seguir altos na safra 2025/26, exigindo ainda mais atenção e planejamento.

Mesmo com a previsão de crescimento do PIB do agronegócio, a rentabilidade pode ser afetada por fatores como câmbio, juros altos e preços internacionais.

Os fertilizantes continuam com preços altos, principalmente dos fosfatados. Apesar de quedas pontuais nos custos em março de 2025 para soja (-0,18%) e milho (-0,55%) no Mato Grosso, os valores ainda pesam no orçamento.

Os defensivos agrícolas também estão com aumento nos custos, mesmo com uma desaceleração do mercado. Em março, os gastos subiram para soja (+2,12%), milho (+0,86%) e algodão (+1,22%) no Mato Grosso.

Já as sementes têm variações. Para o milho de alta tecnologia, por exemplo, houve queda de quase 5% nos preços, ajudando a reduzir o custo total da cultura.

Diante de tudo isso, é preciso acompanhar o mercado e usar estratégias de compras antecipadas, barter e negociações coletivas para manter a competitividade da lavoura.

A média do mercado nem sempre reflete a realidade da sua fazenda, mas cada cultura e região tem suas particularidades.

Missão Safra 2024 | Comercialização de grãos, mercado futuro e hedge com Ronaty Makuko

O que influencia os preços dos insumos em 2025?

Diversos fatores influenciam os custos dos insumos agrícolas. Para a safra 2025, a taxa de câmbio (Real vs. Dólar) é um dos mais relevantes, já que um boa parcela dos insumos agrícolas é importada ou tem seu preço dolarizado.

O acesso ao crédito rural também vai ter desafios desafios, mas com os juros altos previstos para 2025, o que encarece o financiamento da safra e a compra de insumos.

A situação se agrava com o aumento da inadimplência e dos pedidos de recuperação judicial no setor.

Além disso, o orçamento destinado a programas de apoio, como o seguro rural, é considerado insuficiente para atender à demanda.

O clima continua sendo uma variável de grande impacto, especialmente com La Niña ou El Niño impactando nas chuvas e as temperaturas, influenciando as janelas de plantio e colheita.

Eventos climáticos extremos, como excesso de chuvas ou secas prolongadas, podem não só prejudicar a produção, mas também complicar a logística de aplicação de insumos e escoamento da safra.

Neste caso, o melhor a se fazer, é acompanhar de perto as previsões climáticas para ajustar o planejamento .

Insumos agrícolas: Cenário global

O cenário global e a logística interna também pesam. As tensões geopolíticas atuais, principalmente entre Estados Unidos e China, podem trazer volatilidade aos preços das commodities, com possíveis benefícios indiretos para o Brasil, mas também riscos.

A demanda da China, principal comprador do agro brasileiro, e regulamentações internacionais, como a Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), são fatores de atenção.

Com a expectativa de safras volumosas, os custos de frete podem aumentar nos períodos de pico, a capacidade de armazenamento e dos portos pode ficar sobrecarregada, impactando a eficiência e os custos do produtor .

Bioinsumos: Um oportunidade da agricultura sustentável

Uma das tendências mais fortes e consolidadas para a safra 2025 é o crescimento dos bioinsumos.

O Brasil se destaca nesse cenário, com projeções indicando um aumento de cerca de 13% na área potencial tratada com produtos biológicos na safra 2024/2025, ultrapassando a marca de 155 milhões de hectares.

Esse avanço reflete a busca por alternativas mais sustentáveis e, em muitos casos, economicamente vantajosas, que complementam os insumos químicos tradicionais, reduzindo custos de produção.

O crescimento do mercado brasileiro de bioinsumos se destacado, especialmente pela variedade disponíveis para diversas finalidades, como:

  • Biofertilizantes: Melhoram a absorção de nutrientes, agentes de bionutrição, produtos para controle biológico de pragas e doenças.
  • Bioestimulantes: Ajudam as plantas a resistir a estresses e a melhorar a eficiência no uso de nutrientes.

A inovação contínua nesse setor e a exploração do manejo sinérgico, que combina estrategicamente o uso de produtos biológicos e químicos, são vistas como oportunidades para potencializar o controle de problemas fitossanitários

Como um software de gestão agrícola ajuda com os insumos agrícolas?

A melhor forma de planejar a compra de insumos agrícolas é analisando dados das safras anteriores, relacionando o uso de fertilizantes e agroquímicos com a produtividade obtida.

A partir disso, você consegue entender se houve falta, excesso ou uso adequado dos produtos.

Os softwares de gestão rural, como o Aegro, são tecnologias que ajudam nisso, oferecendo uma visão clara dos estoques, planejamentos e resultados.

Com poucos dados inseridos, é possível gerar relatórios por área cultivada, acompanhar metas, controlar fornecedores, locais de armazenamento e histórico de movimentações.

Ferramentas desse tipo, são capazes de diminuir a carga de trabalho na administração na fazenda e ajudam a economizar com mais eficiência na gestão dos insumos.

banner com fundo, com um notebook no lado direito e texto no lado esquerdo, convidando para uma demonstração no software Aegro

Mathias Bergamin

Engenheiro Agrônomo (UFRGS, Kansas State) e especialista de Novos Negócios na Aegro. Reconhecido como referência em Agricultura Digital, especialização em administração, gestão rural, plantas de lavoura.

Previsão do preço do arroz: O que esperar do mercado?

O arroz segue entre os grãos mais cultivados no Brasil, com grande peso na alimentação e na economia. 

Para a safra 2024/25, a Conab projeta produção recorde de 12,1 milhões de toneladas, impulsionada pelo avanço de 11,1% na área plantada.

Com maior oferta prevista, o mercado aponta para possível queda nos preços ao produtor, exigindo atenção redobrada ao planejamento financeiro e à gestão da lavoura.

Neste artigo, você vai conferir as principais projeções de produção, exportação e preços do arroz em 2025 e como esses fatores devem impactar sua comercialização.

Preço do arroz: Importância econômica

Perdendo apenas para o milho, o arroz é o segundo cereal mais cultivado no mundo. Historicamente, a plantação do arroz com papel importante ao redor do globo. 

Com impacto além da economia, a cultura movimenta o comércio nacional e internacional, sendo um dos principais alimentos no combate à fome.

Rico em carboidratos, fibras e proteínas, é consumido em todos os continentes e alimenta mais de 3 bilhões de pessoas diariamente.

O Brasil é o maior produtor e consumidor de arroz fora da Ásia, responsável por cerca de 90% da produção e do consumo global do grão.

Segundo a Conab, a área de cultivo no Brasil vem crescendo, mas o principal destaque é o sistema irrigado, o mais utilizado no mundo,com lavouras mantidas em áreas alagadas.

No Brasil, o Sul lidera a produção com esse modelo, enquanto o arroz de sequeiro predomina nas outras regiões.

plantação de arroz

O que pode influenciar na cotação do arroz?

O Brasil é o maior produtor de arroz fora do continente asiático. Cerca de 90% de todo arroz do mundo é cultivado na Ásia, de acordo com dados da Food and Agriculture Organization.

O arroz pode ser irrigado ou em sequeiro. Por aqui, o sistema de cultivo mais utilizado é irrigado, presente em cerca de 80% da produção nacional e em praticamente 100% das lavouras da região sul.

No Sul, é onde se concentra a maior parte da produção de arroz do território brasileiro. Nesse sistema, as plantas ficam em um terreno alagado durante praticamente todo o ciclo. 

Justamente por isso, os solos úmidos da região subtropical do país são favoráveis ao cultivo.

Esses solos estão presentes nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, responsáveis por 70% e 10% da produção nacional, respectivamente.

Anualmente, cerca de 10 milhões de toneladas do grão são produzidas no Brasil. A maior parte é destinada ao consumo interno e o restante à exportação direta ou indireta.

Segundo a Conab, as exportações brasileiras de arroz atingiram 1,8 milhão de toneladas em 2023. Esse número representa uma redução de 14,7% em relação ao mesmo período de 2022.

Para a safra 2023/24, é esperada uma recuperação das exportações de arroz, com crescimento de 11,1%, para 2 milhões de toneladas. Entre os principais importadores do arroz brasileiro estão:

  • Guatemala;
  • Peru;
  • Venezuela;
  • Bolívia;
  • Estados Unidos.

Qual foi o preço do arroz em 2024?

O mercado do arroz em 2024 foi marcado por fortes oscilações de preços, segundo dados da Epagri e do Observatório Agro Catarinense.

No início do ano, o valor da saca de 50 kg ultrapassou os R$ 120,00, refletindo a quebra da safra 2022/23 e a baixa nos estoques brasileiros e do Mercosul.

Com a entrada da nova safra 2023/24, os preços recuaram temporariamente, mas voltaram a subir entre abril e novembro, impulsionados pelas chuvas excessivas no Rio Grande do Sul e pelas perdas em Santa Catarina.

No último trimestre, a expectativa de produção 10% maior para a safra 2024/25 levou a nova retração dos preços.

Em dezembro de 2024, a queda foi de 14% em relação ao mesmo período de 2023, especialmente nas regiões do Litoral Sul e Grande Florianópolis, fortemente influenciadas pelo mercado gaúcho.

Apesar dessas variações, o preço médio de venda do arroz aumentou R$ 29,00 por saca em comparação com 2023, superando o aumento médio dos custos de produção (R$ 9,76 por saca), o que garantiu margem positiva para os produtores.

Calcule seus custos e compare com outras fazendas

Projeções da safra de arroz em 2025

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a previsão para a safra de grãos em 2025 foi elevada para 327,6 milhões de toneladas, conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado em abril.

Isso representa um aumento de 11,9% em relação a 2024, com 34,9 milhões de toneladas a mais

A estimativa para a área a ser colhida também subiu, chegando a 81 milhões de hectares, alta de 2,5% frente à safra anterior.

No caso do arroz, a expectativa é de que a produção nacional acompanhe esse movimento positivo, com maior área cultivada.

A perspectiva é de recuperação em estados impactados por eventos climáticos em 2024, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 

A previsão de maior oferta, tanto no Brasil quanto globalmente, tende a influenciar diretamente a precificação do grão ao longo do ano.

No cenário internacional, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que a produção de arroz mundial também deve continuar crescendo.

Para 2024, o USDA já havia apontado uma expansão de 345 mil toneladas, tendência que pode se manter em 2025 com a normalização climática em alguns países asiáticos.

Por outro lado, caso se repitam perdas climáticas em regiões produtoras da Ásia e da África, as exportações brasileiras podem ganhar impulso, reduzindo o volume disponível no mercado interno e pressionando os preços para cima.

Qual é a previsão do preço do arroz em 2025?

A previsão para 2025 indica uma tendência de queda nos preços ao produtor, puxada pela safra recorde de arroz, estimada em 12,1 milhões de toneladas pela Conab — aumento de 14,3% frente a 2024.

A área plantada também deve ser a maior dos últimos sete anos, com 1,7 milhão de hectares.

Com maior oferta e clima mais favorável, o mercado projeta estabilidade ou recuo nos preços, ao menos no primeiro semestre.

Em dezembro de 2024, a saca de arroz caiu 14%, antecipando esse movimento de mercado.

Apesar disso, a média de preços em 2024 foi superior à de 2023, e os produtores conseguiram margens positivas mesmo com os custos em alta.

Como saber se o preço de venda do arroz compensa?

Definir o preço ideal para vender sua safra de arroz começa com um bom conhecimento do seu custo de produção.

Se o objetivo é melhorar a rentabilidade, é preciso registrar todos os gastos, tanto os diretos quanto os indiretos.

Nesse processo, a tecnologia é uma grande aliada. Com softwares de gestão agrícola como o Aegro, você acompanha cada etapa da produção, desde o planejamento até o controle financeiro.

Faça uma demonstração gratuita e veja como é possível acompanhar toda a produção com mais agilidade e precisão.

Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Funrural: o que é, como funciona e as alíquotas

Funrural: confira as principais questões sobre o tema, as novidades, as alíquotas e os prazos

Funrural é a sigla para Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural. Trata-se de um fundo rural destinado à contribuição social, com recolhimento obrigatório para que o empregado rural possa se aposentar.

Ficar sempre em dia com as obrigações fiscais é muito importante, porque os tributos costumam sofrer alterações com o tempo.

Então, para te manter por dentro do Funrural, veja algumas das respostas para as principais dúvidas que envolvem o tema. Aproveite!

O que é o Funrural?

O Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural) é uma contribuição previdenciária que financia a seguridade social dos trabalhadores rurais. Dessa forma, ele é uma contribuição recolhida para o INSS, RAT (Risco Ambiental do Trabalho) e Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

A contribuição funciona como uma espécie de INSS para a categoria e é cobrado sobre a receita bruta da comercialização da produção rural ou sobre a folha de pagamento.

Ou seja, quando um produtor rural vende sua produção, uma parte do valor arrecadado deve ser destinada ao Funrural. Esse recolhimento garante benefícios previdenciários aos trabalhadores do setor, como aposentadoria e auxílio-doença.

A obrigatoriedade do Funrural se aplica tanto a produtores rurais pessoa física quanto a pessoa jurídica. No entanto, a forma de recolhimento pode variar.

Fique por dentro:

Quem deve pagar o Funrural?

A responsabilidade pelo recolhimento do Funrural depende da categoria do contribuinte:

  • Produtor rural pessoa física: A responsabilidade é do próprio produtor, seja ele com ou sem empregados. Se houver empregados, o produtor também deve recolher o INSS patronal sobre a folha de pagamento.
  • Produtor rural pessoa jurídica: A responsabilidade é da empresa, que deve recolher o Funrural sobre a receita bruta de comercialização, além do INSS patronal sobre a folha de pagamento de seus empregados.
  • Adquirentes de produção rural (como frigoríficos, laticínios e cooperativas): Quando a comercialização for realizada por esses adquirentes, eles são responsáveis por reter e recolher a contribuição do Funrural, conforme o percentual aplicado à receita bruta da produção adquirida.

Dentro disso, o recolhimento ainda pode ser feito de duas formas, sendo elas:

  • Sobre a folha de pagamento – opção disponível para produtores pessoa jurídica que preferem calcular a contribuição com base nos salários pagos aos funcionários.
  • Sobre a receita bruta da comercialização da produção rural – o valor é descontado diretamente no momento da venda do produto.

Qual é a alíquota do Funrural em 2025?

As alíquotas do Funrural variam conforme o tipo de produtor rural e a base de cálculo escolhida. A última atualização da legislação estabeleceu os seguintes percentuais:

  • Produtor Rural Pessoa Física
    • 1,2% sobre a receita bruta da comercialização
    • 0,1% para o RAT (Risco Ambiental do Trabalho)
    • 0,2% para o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural)
    • Total: 1,5% sobre a receita bruta
  • Produtor Rural Pessoa Jurídica
    • 2,5% sobre a receita bruta da comercialização
    • 0,1% para o RAT
    • 0,2% para o Senar
    • Total: 2,8% sobre a receita bruta

Caso o produtor rural opte por recolher sobre a folha de pagamento, a alíquota será de 20% sobre os salários pagos aos funcionários.

É fundamental verificar as alíquotas vigentes, pois podem sofrer atualizações anuais conforme determinações da Receita Federal.

Como funciona o Funrural?

O recolhimento do Funrural varia de acordo com quem realiza a operação de venda ou compra.

Quando um produtor rural pessoa física vende sua produção para uma empresa (pessoa jurídica), como cooperativas, agroindústrias ou grandes redes varejistas, a responsabilidade pelo recolhimento do tributo é da empresa compradora.

Nesse caso, o valor do Funrural é retido na fonte e repassado diretamente ao governo pelo adquirente da mercadoria. 

Já quando um produtor rural pessoa jurídica comercializa sua produção, seja para outra empresa ou para consumidores finais, ele mesmo é o responsável pelo recolhimento e pelo pagamento do tributo.

Nesse cenário, o produtor deve calcular o valor devido, emitir a guia de pagamento e garantir que o recolhimento ocorra dentro do prazo estipulado pela Receita Federal.

O pagamento do Funrural deve ser realizado por meio da Guia da Previdência Social (GPS), que pode ser gerada no site da Receita Federal.

Além disso, é essencial que a contribuição seja devidamente informada na GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social), garantindo que os valores pagos sejam registrados corretamente no sistema previdenciário.

Para manter a regularidade fiscal da fazenda e evitar problemas futuros, é fundamental que o produtor esteja atento às datas de vencimento e ao correto preenchimento das guias.

A ausência de pagamento ou erros no recolhimento podem resultar em multas, restrições financeiras e até dificuldades para acessar financiamentos rurais e benefícios governamentais.

Contar com um sistema de gestão financeira e um acompanhamento contábil especializado pode facilitar esse processo, garantindo que todas as obrigações sejam cumpridas sem atrasos ou inconsistências.

É importante que você saiba o que é empregado rural, produtor rural pessoa física e produtor rural pessoa jurídica para entender como irá recolher o imposto:

  • Produtor Rural Pessoa Jurídica: empresa rural;
  • Empregado Rural: aquele que trabalha para um produtor rural; 
  • Produtor Rural Pessoa Física: é a pessoa física da área rural que produz e comercializa produtos.

O que acontece se o Produtor Rural não recolher o Funrural?

Não pagar o Funrural corretamente pode trazer diversos problemas para o produtor rural. O primeiro impacto é o risco de multas e juros, já que o não recolhimento é considerado inadimplência com a Receita Federal.

Outro problema grave é a impossibilidade de emitir a Certidão Negativa de Débitos (CND), documento essencial para acessar financiamentos agrícolas, participar de programas de incentivos e formalizar negócios com grandes compradores.

Além disso, a falta de pagamento pode resultar em dívidas ativas e até processos judiciais, caso a Receita Federal cobre os valores retroativos com penalidades adicionais.

Para evitar problemas, é fundamental manter o recolhimento do Funrural em dia e acompanhar possíveis mudanças na legislação.

Mudanças e atualizações na legislação do Funrural

A legislação do Funrural já passou por várias mudanças ao longo dos anos. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a declarar a cobrança inconstitucional, o que gerou incertezas no setor.

No entanto, em 2017, o STF voltou atrás e considerou a contribuição obrigatória novamente. Desde então, os produtores rurais devem seguir as regras vigentes, recolhendo a contribuição conforme as alíquotas estabelecidas.

É essencial que o produtor rural acompanhe as atualizações fiscais e consulte um contador para garantir que está cumprindo todas as obrigações corretamente.

Principais dúvidas sobre o Funrural

O Funrural é um dos tributos mais importantes para o setor rural, mas ainda gera diversas dúvidas, especialmente depois das mudanças da Lei nº 13.606/2018. Para resolver tudo isso, separamos algumas dúvidas frequentes sobre a obrigação. Confira:

1. Quem precisa recolher o Funrural?

O recolhimento do Funrural depende da categoria que você se encaixa como produtor rural. As principais situações são:

  • Produtor rural pessoa física sem empregados: Não é obrigado a recolher o Funrural, a não ser que sua receita bruta anual ultrapasse R$ 4,8 milhões.
  • Produtor rural pessoa física com empregados: Tem a obrigação de recolher o Funrural tanto sobre a receita bruta da comercialização de sua produção quanto sobre a folha de pagamento de seus empregados.
  • Produtor rural pessoa jurídica com empregados: Deve recolher o Funrural sobre a receita bruta da comercialização da produção e sobre a folha de pagamento dos empregados.

2. Quais produtos são isentos do Funrural em 2025?

A isenção do Funrural se aplica a alguns produtos e situações específicas. Em 2025, os seguintes produtos estão isentos do pagamento:

  • Produtos da agricultura familiar: Pequenos produtores rurais, desde que a receita bruta anual não ultrapasse R$ 4,8 milhões, incluindo como grãos, hortaliças e frutas produzidas em pequena escala.
  • Leite de vaca: Para produtores que sejam pessoa física e sem empregados ou que a produção seja voltada para consumo interno e de pequeno porte.
  • Produtos de pequena produção: Pescadores e agricultores familiares com receita bruta inferior a R$ 4,8 milhões por ano também podem ser isentos, com base em sua receita anual.
  • Produtos agrícolas destinados à alimentação: Em casos em que os alimentos sejam produzidos em pequena escala e o produtor atenda às exigências da legislação vigente.

A isenção do Funral dependente da natureza do produto, da atividade do produtor e do volume de receita anual.

Vale ressaltar que os pequenos produtores devem comprovar sua condição perante a Receita Federal para obter a isenção.

3. Quais as formas de pagamento para recolher o Funrural?

O recolhimento do Funrural pode ser feito de duas formas: sobre o faturamento da produção ou sobre a folha de pagamento.

  • Sobre o faturamento da produção:
    • Produtor rural pessoa física deve pagar 1,2% do Funrural, 0,1% do RAT e 0,2% do Senar. Ou seja, a alíquota total é de 1,5%.
    • Produtor rural pessoa jurídica deve pagar 1,7% do Funrural, 0,1% do RAT e 0,25% do Senar. A alíquota total é de 2,8%.
  • Sobre a folha de pagamento:
    • A alíquota é de 20% para o INSS patronal (Funrural) e 3% para o RAT. O total da alíquota é de 23%, além das alíquotas de terceiros (como o SENAR, que permanece em 0,2% sobre a receita bruta da produção).

O Senar incide apenas sobre a receita bruta da comercialização da produção. O produtor rural, seja pessoa física ou pessoa jurídica, pode escolher entre o recolhimento sobre a comercialização da produção ou sobre a folha de pagamento.

A escolha deve ser feita até 31 de janeiro de cada ano e será válida para todo o ano, não podendo ser alterada até o ano seguinte.

4. Funrural e aposentadoria

O pagamento do Funrural não garante ao produtor rural a aposentadoria. Para receber o benefício, quem produz deve contribuir também com o INSS.

Ou seja, é preciso contribuir para o INSS individualmente para adquirir o direito de se aposentar.  O Funrural é uma contribuição para a previdência como um todo.

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5. O Funrural é declarado?

O Funrural não é uma declaração, mas uma contribuição recolhida para o INSS (previdência), RAT (seguro de acidente de trabalho) e Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

Essa contribuição deve ser declarada por meio da GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social), ou seja, da Sefip/GFIP (Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social).

6. Existem multas para quem não paga o Funrural?

Sim, as multas do Funrural existem e variam de 75% a 225% do tributo devido. De acordo com a Receita Federal, a dívida acumulada dessa contribuição está em torno de R$ 11 bilhões.

A renegociação das dívidas do Funrural pode ser feita por meio do PRR (Programa de Regularização Tributária Rural), criado para possibilitar o parcelamento de débitos tributários de produtores rurais e adquirentes de produção rural (como frigoríficos, laticínios e cooperativas). Podem participar do PRR:

  • Produtores rurais pessoa física;
  • Adquirentes de produção rural, como frigoríficos, laticínios e cooperativas.

Como garantia, débitos iguais ou superiores a R$ 15 milhões exigem a carta de fiança ou o seguro garantia judicial.

No guia GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social), é possível encontrar as orientações detalhadas para cada situação, incluindo a possibilidade de utilizar o depósito judicial como forma de quitação dos débitos.

7. Qual o prazo de escolha do Funrural em 2025?

A escolha do regime de recolhimento do Funrural para 2025 deve ser feita até 31 de janeiro de 2025.

A contribuição vai ser vinculada ao mês de janeiro, sendo que, se o produtor optar por pagar o boleto relacionado à folha de salários, vai estar automaticamente desvinculado do Funrural sobre a receita e pagará com base na folha de pagamento.

Se o pagamento da contribuição de janeiro não for feito, o produtor será automaticamente incluído no regime do Funrural sobre a produção e precisará pagar o percentual sobre a receita bruta de comercialização durante o ano. Esse valor será retido pela empresa que compra o produto.

Lembre-se de que essa escolha será válida para todo o ano de 2025 e só poderá ser alterada no ano seguinte.

Para mais detalhes sobre o tema, consulte a Lei nº 13.606, de 9 de janeiro de 2018 e a Instrução Normativa RFB nº 1.867, de 25 de janeiro de 2019.

Planilha de cálculo do funrural ao fundo uma foto com uma mão segurando moedas

Como softwares de gestão rural podem ajudar gerenciar obrigações fiscais?

Hoje em dias existem softwares de gestão financeira do agronegócio que facilitam o gerenciamento de obrigações fiscais no agronegócio.

Essas plataformas permitem centralizar todas as informações financeiras, planejar safras, monitorar a produtividade e, claro, controlar contribuições fiscais, como o Funrural.

Com o uso de tecnologia, é possível ter uma visão mais clara das finanças da sua propriedade, garantindo que você cumpra todas as suas obrigações sem surpresas.

Se você está buscando uma solução completa para a gestão da sua fazenda, vale a pena explorar as opções disponíveis e como elas podem otimizar o seu dia a dia.

Como restituir o seguro do maquinário perdido em desastres ambientais?

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Para proteger seus investimentos no agronegócio, invista em um seguro para máquinas agrícolas

O seguro de maquinário é uma ferramenta indispensável hoje para os agricultores e/ou proprietários de máquinas agrícolas. Diante de imprevistos e desafios enfrentados, como o desastre natural que atingiu o Rio Grande do Sul em maio de 2024, é fundamental ter a segurança de que os equipamentos utilizados nas atividades estão protegidos.

Os equipamentos agrícolas são bens essenciais e estão diretamente relacionados à eficiência das propriedades rurais. Dessa forma, nada melhor que proteger esse patrimônio também.

O que é o seguro de maquinário

O seguro de máquinas agrícolas engloba desde tratores robustos até colheitadeiras de alta tecnologia. Esses equipamentos representam investimentos significativos cuja funcionalidade é fundamental para o sucesso das operações agrícolas.

Este seguro é um salvaguarda contra uma série de riscos, como danos causados por acidentes ou fenômenos naturais (tempestades e inundações). Com o seguro, é possível cobrir reparo/substituição de equipamentos danificados.

Além disso, é possível personalizar o seguro de maquinário agrícola para incluir coberturas adicionais, como responsabilidade civil e perda de renda, garantindo que o agricultor esteja preparado para enfrentar não apenas danos físicos, mas também as consequências financeiras dos eventos.

Portanto, investir em um seguro de maquinário é uma decisão estratégica para qualquer negócio do campo. Além de proteger contra perdas significativas, ele também garante a continuidade das operações.  

Quem pode contratar o seguro de máquinas agrícolas

O seguro de maquinário agrícola pode ser contratado por:

  • Agricultores;
  • Proprietários de máquinas agrícolas;
  • Gestores de fazendas.

Como funciona o seguro de maquinário

O seguro funciona como uma proteção financeira contra perdas ou danos às máquinas e equipamentos utilizados na agricultura, mas também pode englobar coberturas adicionais.

Se tratores de uma propriedade agrícola forem furtados, por exemplo, se o proprietário desses tratores tiver o seguro de máquinas agrícolas, basta que ele acione e siga todo o processo de sinistro conforme consta na apólice. Isso alivia a perda financeira que ele teria de arcar caso não possuísse a proteção.

Quais bens estão cobertos no seguro

O seguro de máquinas agrícolas cobre uma gama de equipamentos utilizados na agricultura, tais como tratores, colheitadeiras, plantadeiras, pulverizadores, bem como outros maquinários essenciais para o plantio, cultivo e colheita.

Além disso, o seguro pode cobrir acessórios e implementos agrícolas acoplados ou utilizados em conjunto com as máquinas principais.

As coberturas específicas e os bens cobertos pelo seguro podem variar conforme a seguradora e o plano contratado, sendo importante verificar os detalhes da apólice para entender completamente o escopo da proteção eferecida.

Por que fazer o seguro de máquinas agrícolas

Fazer o seguro de máquinas agrícolas é uma decisão estratégica e prudente para qualquer profissional do setor agrícola.

Primeiramente, o seguro garante proteção financeira contra imprevistos e acidentes que podem causar danos significativos às máquinas e equipamentos, que são, sem dúvida, os pilares da produtividade no campo.

Além disso, ao assegurar a rápida recuperação ou substituição de equipamentos danificados, o seguro ajuda a minimizar o tempo de inatividade, mantendo a operação agrícola em pleno funcionamento.

Diante dos desafios climáticos e dos riscos inerentes às atividades agrícolas, contrar com um seguro específico para máquinas agrícolas proporciona uma camada extra de segurança e tranquilidade para o agricultor.

Quais as coberturas do seguro de máquinas agrícolas

O seguro de maquinário oferece uma ampla gama de coberturas para proteger os equipamentos essenciais utilizados no agronegócio. Essas coberturas são projetadas para minimizar as perdas financeiras e operacionais em caso de eventos inesperados.

  • Incêndio, queda de raio, explosão e danos de causa externa;
  • Perda de aluguel;
  • Pagamento de aluguel a terceiros;
  • Operação de equipamentos em proximidade de água;
  • Danos elétricos;
  • Roubo e/ou furto;
  • Acidentes para viagens de entrega;
  • Responsabilidade civil (para equipamentos móveis);
  • Acidentes pessoais do operador;
  • Quebra de vidros;
  • Colisão, capotamento e tombamento;
  • Despesas de salvamento;
  • Lucros cessantes.

Quais os riscos excluídos do seguro

Algumas situações e alguns eventos não são cobertos pela apólice de seguro de maquinário. Isso se dá pela natureza previsível do dando, alto risco envolvido ou por serem considerados como responsabilidade do segurado.

  • Desgaste natural;
  • Falha de manutenção;
  • Ação intencional;
  • Operação inadequada;
  • Desastres naturais específicos;
  • Guerra e conflitos;
  • Contaminação e poluição;
  • Fraude.

Dessa forma, é crucial revisar cuidadosamente a apólice de seguro para compreender completamente quais riscos estão excluídos e considerar a contratação de coberturas adicionais, se necessário, para garantir a proteção de suas máquinas agrícolas.

Conclusão

A contratação de um seguro para maquinário é crucial na gestão de riscos no setor agrícola. Ele proporciona segurança financeira, garantindo que operações agrícolas possam continuar sem interrupções significativas, mesmo diante de imprevistos como danos físicos, roubos e desastres naturais.

O seguro não é só uma medida de precaução, mas também, é um investimento estratégico na proteção e no futuro do seu negócio. Diante dos desafios e incertezas inerentes à agricultura, assegurar-se contra potenciais perdas é um passo prudente que todos no agronegócio devem considerar.

Precisando restituir o seguro de máquinas agrícolas perdidas devido a problemas ambientais? Agende já uma demonstração conosco e descubra como o Aegro pode facilitar o processo de recuperação e gestão de seguros. Não perca tempo, comece a proteger seus investimentos e garantir a continuidade das operações agrícolas agora mesmo!

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Como fica a terra após uma enchente?

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Após uma enchente, o solo pode sofrer compactação, perda de nutrientes, contaminação e alteração na estrutura do solo. Para recuperar a terra, é essencial descompactar o solo, restaurar a fertilidade com adubação adequada e implementar sistemas de drenagem. 


Os temporais que assolaram o Rio Grande do Sul por mais de 10 dias afetaram 425 das 497 cidades do estado, resultando em 107 mortes, 136 desaparecidos e forçando 232,1 mil pessoas a deixarem suas casas, impactando cerca de 1,476 milhão de pessoas, segundo a Defesa Civil. 

As enchentes recorrentes causam destruição em lavouras e infraestruturas agrícolas, além de perdas econômicas e deslocamento de comunidades rurais, evidenciando a necessidade de estratégias de resiliência e adaptação para enfrentar os desafios climáticos e de gestão de recursos hídricos na região. 

Estas inundações podem causar danos significativos às comunidades, infraestruturas e terras agrícolas. Após uma enchente, o solo sofre diversas alterações físicas, químicas e biológicas, que podem afetar a sua fertilidade e capacidade de sustentação da vegetação.

Quando as águas das enchentes recuam, a terra pode ficar compactada, com camadas de sedimentos depositados na superfície. 

Além disso, a saturação prolongada de água pode levar à perda de nutrientes, à contaminação por poluentes transportados pelas águas e à erosão do solo. Recuperar a terra após uma enchente é um desafio que envolve várias etapas, desde a remoção de detritos e sedimentos até a reestruturação do solo para restaurar sua capacidade produtiva.

Para revitalizar a terra afetada por enchentes, é fundamental adotar práticas de recuperação que incluam a descompactação do solo, a reposição de nutrientes e a implementação de sistemas de drenagem eficazes. 

A recuperação das terras após uma enchente exige um planejamento cuidadoso e uma abordagem integrada que considere tanto as características do solo quanto as necessidades das comunidades afetadas. Com as práticas adequadas, é possível restaurar a produtividade do solo e minimizar os impactos das enchentes.

Boa leitura!

Erosão hídrica dos solos 

A erosão hídrica é um processo natural intensificado pela ação das águas superficiais que resulta na remoção e transporte de partículas do solo. Quando associado a alagamentos, este fenômeno pode causar danos significativos ao ambiente, à infraestrutura e à agricultura. Entender os mecanismos e impactos da erosão hídrica durante eventos de alagamento é crucial para desenvolver estratégias de mitigação e recuperação.

Figura 1. Enchente em área agrícola do Arroio do Meio – RS, Fotos: Fábio Fuhr (2024).

Mecanismos da erosão hídrica durante alagamentos

Os alagamentos, caracterizados pelo excesso de água em áreas normalmente secas, amplificam a erosão hídrica através de vários mecanismos:

  • Desagregação do solo: a força das águas em movimento desagrega as partículas do solo, facilitando seu transporte. A saturação do solo durante um alagamento reduz sua coesão, tornando-o mais suscetível à erosão;
  • Fluxo de superfície: a água em excesso não consegue infiltrar-se no solo completamente, resultando em fluxos superficiais intensos. Esses fluxos aumentam a capacidade erosiva, principalmente em áreas com pouca cobertura vegetal;
  • Sedimentação e deposição: as águas de alagamento transportam sedimentos para áreas mais baixas, depositando material erodido em novas localidades. Este processo altera o perfil do solo e a topografia local, impactando negativamente a fertilidade do solo e a capacidade agrícola.

Figura 2. Deposição de material físico em área agrícola RS após enchentes, Fotos: Fábio Fuhr (2024).

Impactos da erosão hídrica

A erosão hídrica causada por alagamentos traz uma série de consequências adversas:

  • Perda de solo fértil: a camada superficial do solo, rica em nutrientes, é frequentemente a mais afetada pela erosão. Sua perda compromete a produtividade agrícola e a capacidade de suporte à vegetação nativa;
  • Danos à infraestrutura: estradas, pontes, sistemas de drenagem e edificações podem ser seriamente danificados. A erosão sob fundações e estradas pode causar colapsos e deslizamentos;
  • Sedimentação de corpos hídricos: sedimentos transportados pela água podem assorear rios, lagos e reservatórios, reduzindo a capacidade de armazenamento de água e afetando a qualidade da água;
  • Deslocamento de comunidades: em áreas rurais, a erosão pode forçar o deslocamento de comunidades devido à perda de terras cultiváveis e à destruição de infraestruturas essenciais.

Estratégias de mitigação e recuperação

Para lidar com a erosão hídrica ocasionada por alagamentos, várias estratégias podem ser implementadas:

  • Controle da vegetação: plantar espécies vegetais de cobertura, que protegem o solo e aumentam a infiltração de água, reduzindo o fluxo superficial;
  • Construção de barreiras: instalação de terraços, muros de contenção e bacias de retenção para controlar o fluxo de água e reduzir sua velocidade, minimizando a erosão;
  • Melhorias na gestão de recursos hídricos: implementação de sistemas de drenagem eficientes para controlar o excesso de água e prevenir a saturação do solo;
  • Recuperação do solo: técnicas de recuperação do solo, como a adição de matéria orgânica e corretivos, para restaurar a estrutura e fertilidade do solo erodido;
  • Planejamento do uso da terra: avaliação e planejamento do uso da terra com base em mapas de risco de erosão e alagamento, para evitar construções e atividades agrícolas em áreas vulneráveis.

Figura 3. Benefícios fornecidos pela utilização de plantas de cobertura. Créditos: Bruna Emanuele Schiebelbein | ESALQ

O uso de plantas pioneiras, que são espécies capazes de se estabelecer em solos degradados e melhorar sua qualidade, é uma estratégia recomendada. Entre as culturas apropriadas para plantar após uma enchente estão leguminosas, que fixam nitrogênio no solo, gramíneas resistentes e plantas de cobertura, que ajudam a proteger o solo da erosão e melhoram a estrutura do solo.

Alterações no solo devido às enchentes

Alterações químicas

  1. Redução do oxigênio: a saturação do solo com água reduz a disponibilidade de oxigênio, criando condições anaeróbicas. Este ambiente favorece processos de redução, como a desnitrificação, onde nitratos (NO₃⁻) são convertidos em gás nitrogênio (N₂) e outros gases, levando à perda de nutrientes essenciais.
  2. Alterações no pH: as condições anaeróbicas podem levar à produção de ácidos orgânicos e outros compostos que alteram o pH do solo. A acidificação pode ocorrer devido à produção de ácidos graxos voláteis e ácido sulfúrico em solos com sulfetos.
  3. Mobilização de nutrientes: a saturação pode solubilizar certos nutrientes e metais pesados, aumentando sua disponibilidade e potencial toxicidade para plantas. Por exemplo, o ferro (Fe) e o manganês (Mn) podem se mobilizar em condições redutoras.

Alterações físicas

  1. Compactação do solo: o peso da água sobre o solo saturado pode causar compactação, diminuindo a porosidade e a capacidade de infiltração do solo. Isto resulta em uma menor capacidade de retenção de água e ar, dificultando o crescimento das raízes das plantas.
  2. Estrutura do solo: a estrutura do solo pode ser destruída devido à ação das forças erosivas da água. A agregação do solo é prejudicada, resultando em uma menor estabilidade estrutural e maior susceptibilidade à erosão.
  3. Sedimentação: a deposição de sedimentos transportados pela água altera a textura e a composição superficial do solo, frequentemente enriquecendo-o com partículas finas como silte e argila, que podem reduzir a permeabilidade e alterar a capacidade de retenção de água.
Campo de terra

Descrição gerada automaticamente
Caminhão na terra

Descrição gerada automaticamente com confiança média

Figura 4. Área de produção de grãos após enchentes, Fotos: Fábio Fuhr (2024).

Alterações biológicas

  1. Mudança na atividade microbiana: as condições anaeróbicas alteram a composição e atividade da comunidade microbiana. Bactérias anaeróbicas, como aquelas responsáveis pela metanogênese e redução de sulfato, tornam-se dominantes, enquanto organismos aeróbicos diminuem significativamente.
  2. Decomposição da matéria orgânica: em ambientes anaeróbicos, a decomposição da matéria orgânica é mais lenta e pode produzir compostos tóxicos, como metano (CH₄) e sulfeto de hidrogênio (H₂S), que são prejudiciais às plantas e à vida do solo.
  3. Impacto na fauna do solo: a fauna do solo, incluindo minhocas e outros invertebrados, é adversamente afetada pela falta de oxigênio e pode sofrer mortalidade em massa ou migrar para áreas menos saturadas, reduzindo a biodiversidade e a funcionalidade biológica do solo. 

Figura 5. Benefícios de um solo/ambiente agrícola biologicamente saudável. Fonte: EDGA IA (2024).

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Conclusão

Após uma enchente, a terra sofre alterações significativas: compactação do solo, perda de nutrientes, contaminação por poluentes e mudanças na estrutura do solo. Essas alterações físicas, químicas e biológicas afetam a fertilidade e a capacidade de sustentação da vegetação. 

Para recuperar o solo, é essencial descompactá-lo, restaurar a fertilidade com adubação adequada e implementar sistemas de drenagem eficazes. Plantas de cobertura, como leguminosas e gramíneas resistentes, são recomendadas para estabilizar e melhorar a qualidade do solo.

A recuperação do solo após enchentes exige um planejamento cuidadoso e uma abordagem integrada, considerando tanto as características do solo quanto as necessidades das comunidades afetadas. 

Com práticas adequadas, é possível restaurar a produtividade do solo e minimizar os impactos de futuras enchentes, promovendo a resiliência das áreas agrícolas e das comunidades no Rio Grande do Sul.

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Conciliação Bancária: o que é, importância e como fazer

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Desmistificando a Conciliação Bancária: Entenda sua Importância e Domine o Processo

A conciliação bancária é uma prática simples que pode te auxiliar no gerenciamento da sua fazenda, evitando surpresas nas finanças. Associada a outras práticas contábeis, ela pode garantir o sucesso e crescimento do seu negócio.

O que é conciliação bancária

A conciliação bancária é o processo de comparar o extrato da conta bancária com as informações do controle financeiro da fazenda.

Com ela, você compara o que recebeu e pagou com os valores que entraram e saíram da sua conta bancária. Esse processo é essencial para a boa gestão financeira da empresa.

Se você recebe de clientes ou paga os fornecedores por meio de boletos, cartão de crédito ou débito, a conciliação é importante para manter o controle do fluxo de caixa da sua empresa rural.

A importância da conciliação bancária

É a partir da conciliação que possíveis inconsistências são percebidas. Registros com erros podem levar o gestor a tomar decisões prejudiciais ao futuro do negócio. 

Erros de lançamento de pagamentos e recebimentos podem atrapalhar a saúde financeira do negócio. Além disso, descontos concedidos a clientes podem passar despercebidos e trazer prejuízos.

Benefícios da conciliação bancária

Quando você faz o acompanhamento frequente do dinheiro que entra e sai das contas bancárias, isso traz diversos benefícios para o seu negócio:

  • Identificação de fraudes;
  • Mais controle das movimentações financeiras;
  • Saldo bancário confiável;
  • Melhoria do planejamento orçamentário;
  • Melhoria da previsão do fluxo de caixa.

Como fazer a conciliação bancária

  • Passo 1: Monitoramento do fluxo de caixa e extratos bancários

O fluxo de caixa é o registro de todas as receitas e despesas da empresa. Esse controle permite comparar os valores que entram e saem. Os registros podem ser por planilhas ou um software de gestão, como o Aegro, e devem ser diários.

  • Passo 2: Comparar informações internas com lançamentos de entrada e saída

A comparação de tudo que foi pago e recebido será bem sucedido se todos os documentos estiverem organizados. Os documentos recebidos e enviados (como os boletos de fornecedores e clientes) devem ser guardados de forma organizada.

  • Passo 3: Correção de falhas

Fazer o acompanhamento da movimentação financeira da empresa ajuda a identificar mais facilmente as falhas que possam existir. Ao acompanhar a movimentação de perto, você tem tempo para corrigir as falhas e até mesmo evitá-las.

Conciliação bancária na fazenda: o que é e como fazer

Como que frequência fazer a conciliação bancária

A conciliação bancária pode ser feita na periodicidade que desejar, a cada 15 dias, a cada mês, a cada três meses, seis meses. Entretanto, é mais indicado que ela seja feita mensalmente.

Como otimizar a conciliação bancária pelo Aegro

O Aegro oferece uma solução eficaz para você realizar a conciliação do extrato bancário em apenas alguns minutos.

Isso porque, além de integrar o controle agrícola e financeiro, ele também possui um recurso avançado de importação das movimentações bancárias por arquivo OFX. 

Tela de conciliação bancária do Aegro

Conciliação de extrato bancário por OFX

Assim, você pode optar por fazer a conciliação bancária manual ou agilizar o processo com a conciliação automatizada. Em um clique seus lançamentos são conferidos com o extrato bancário.

Conciliando suas contas com os lançamentos no sistema, o usuário tem o controle financeiro em um só lugar e garante que seu fluxo de caixa bate com suas entradas e saídas bancárias, gerando segurança na análise de dados para gestão do negócio.

Aegro é pioneira ao usar Inteligência Artificial para identificar e conferir automaticamente seus lançamentos financeiros com o extrato bancário

Quer otimizar seus processos de conciliação bancária e economizar tempo na gestão financeira da sua produção agrícola? Agende uma demonstração conosco e descubra como o Aegro pode simplificar esse processo para você. Não adie mais, comece a economizar tempo e recursos agora mesmo!

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Software para produtor rural: entenda por que você precisa de um”

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Conciliação bancária na fazenda: o que é e como fazer (+ planilhas grátis)

Conciliação bancária na fazenda: saiba como identificar fraudes, com que frequência fazer, sua importância e muito mais!

A conciliação bancária pode ajudar muito o gerenciamento da sua fazenda. Associada a outros procedimentos contábeis, ela pode garantir o sucesso e o crescimento do seu negócio.

Fazer a conciliação bancária é uma forma simples e rápida de evitar surpresas nas finanças.

Neste artigo, você vai saber como fazer e porque ela é importante, além de ter acesso a materiais que te ajudarão muito. Acompanhe!

O que é conciliação bancária?

A conciliação bancária é o processo de comparar o extrato da conta bancária com as informações do controle financeiro da fazenda. 

Com ela, você compara o que você recebeu e pagou com os valores que entraram e saíram da sua conta bancária.

A conciliação é essencial para a boa gestão financeira da empresa.

Além disso, ela te ajuda nas tomadas de decisões, permite identificar fraudes, lançamentos errados, valores não compensados e compras canceladas.

Se você recebe ou paga aos fornecedores por meio de boletos, cartão de crédito ou débito, esse processo é importante para evitar prejuízos.

Pode parecer algo complicado se a movimentação financeira da sua fazenda for muito grande. 

Mas não se preocupe! Se você tiver um bom profissional que controla e lança cada evento financeiro diariamente, não terá muitos problemas ao realizar a conciliação bancária.

A importância da conciliação bancária

É a partir da conciliação que as possíveis inconsistências são percebidas. 

Um pequeno erro de lançamento pode não trazer muitos prejuízos. Porém, ao longo de um ano, vários erros de lançamento e recebimento podem atrapalhar a saúde financeira do negócio.

Registros com erros podem levar o gestor a tomar decisões prejudiciais ao futuro do negócio. Descontos concedidos a clientes podem passar despercebidos e trazer prejuízos.

Um acompanhamento frequente do dinheiro que entra e sai das contas bancárias te dá informações relevantes no fechamento do mês.  

Benefícios da conciliação bancária na fazenda

1. Identificação de fraudes

Monitorar o movimento nas contas bancárias evita fraudes internas. Por exemplo, cheques recebidos como pagamento e não descontados ou depósitos com valores inferiores. 

2. Mais controle das movimentações financeiras

A conciliação bancária possibilita maior controle das finanças da sua fazenda. 

O acompanhamento do dinheiro que entra e sai diariamente te dá uma visão clara do quanto seu negócio movimenta em determinado período.

Com isso, a conciliação ajuda a identificar se as receitas são maiores ou menores que as despesas de sua fazenda. 

3. Saldo bancário confiável

Acompanhar o saldo bancário contribui para as tomadas de decisões. 

Saber exatamente qual quantia sua fazenda tem disponível permite que os investimentos sejam mais efetivos.

4. Melhoria do planejamento orçamentário

A conciliação bancária permite fazer o planejamento e a contabilidade dos custos, investimentos e projeção das receitas e despesas ao longo do ano.

5. Melhoria da previsão do fluxo de caixa

Outra vantagem de se fazer a conciliação é o controle efetivo das despesas e receitas.

Ou seja, você pode acompanhar o fluxo de caixa de seu negócio, e garantir que ele seja mais saudável. 

Como fazer a conciliação bancária?

É possível definir 3 etapas para que o processo de conciliação bancária seja estruturado na sua fazenda. São eles:

  • monitorar fluxo de caixa e extratos bancários;
  • comparar informações internas com lançamentos de entrada/saída;
  • correção de falhas.

Monitoramento do fluxo de caixa e extratos bancários

O fluxo de caixa é o registro de todas as receitas e despesas da empresa. 

Esse controle é importante para comparar os valores que entram e saem. Assim, você identifica se o negócio está dando lucro ou prejuízo.

Os registros podem ser por planilhas ou um software de gestão, e devem ser diários. Essa é uma forma de você evitar que algum valor se perca por não ter sido lançado.

Clicando no botão abaixo, você baixará uma planilha para tornar seu fluxo de caixa ainda melhor. Insira os dados financeiros da sua fazenda e facilite esse processo:

Baseado nesses dados, você conseguirá analisar com mais clareza como está a saúde financeira do seu negócio. 

Além disso, poderá avaliar o quanto poderá investir no seu estabelecimento, a estimativa de crescimento do negócio e o valor do seu salário.

Comparar informações internas com lançamentos de entrada/saída

O lançamento e a comparação de tudo que foi pago e recebido será bem sucedido se todos os documentos forem organizados. 

Os documentos recebidos (como boletos para pagamento de fornecedores) e enviados (como boletos para receber de clientes) devem ser guardados de forma organizada.

Esses documentos, sejam em papel ou eletrônicos, devem ter uma pasta/caixa própria para arquivá-los. Eles podem ser separados por mês do ano, fornecedor ou fluxo de caixa.

Essa organização simplifica a busca, o controle e o lançamento das informações. Como consequência, a estruturação da parte financeira do seu negócio fica mais fácil.

Correção de falhas

Acompanhar a movimentação financeira da empresa ajuda a identificar mais facilmente as falhas que possam existir.

Essas divergências podem ocorrer por causa de um lançamento errado, depósito feito com valor menor do que o esperado, entre outras coisas. 

Ao acompanhar a movimentação de perto, você pode ter tempo para corrigir as falhas e até mesmo para evitá-las.

Como fazer a conciliação bancária?

A conciliação é a comparação do fluxo de dinheiro da fazenda com os valores no extrato bancário.

É possível avaliar se todos os valores lançados na sua planilha realmente constam na sua conta.

Por exemplo: suponha que no dia 22 deste mês você registrou a venda de soja no valor de dez mil reais. 

Ao fazer a conciliação bancária você verificará se, neste dia ou próximo a ele, esse valor realmente entrou na sua conta.

O mesmo vale se você pagou algum fornecedor. 

Mais um exemplo: se no dia 27 você pagou o boleto de um fornecedor no valor de mil reais. 

Essa movimentação foi registrada no seu fluxo de caixa, mas é preciso constatar, pela conciliação bancária, que o valor saiu de sua conta no banco.

Quer simplificar o processo de conciliação do financeiro da fazenda? Clique na imagem abaixo para baixar nossa planilha gratuita:

Como otimizar a conciliação bancária?

Ao contrário do processo lento de verificação manual, o sistema de gestão rural Aegro permite que você faça a conciliação de extrato bancário em alguns minutos.

Isso porque, além de integrar o controle agrícola e financeiro, ele também possui um recurso avançado de importação das movimentações bancárias por arquivo OFX.

Você pode optar por fazer a conciliação bancária manual ou agilizar o processo com a conciliação automatizada, em um clique seus lançamentos são conferidos com o extrato bancário.

Confira e organize o financeiro da fazenda com segurança e agilidade

Assim, com alguns cliques, você consegue transferir suas despesas do banco e compará-las aos lançamentos existentes no sistema.

Ao longo desse processo, você também pode corrigir informações incorretas e fazer o registro rápido de valores que não foram contabilizados.

Automatize sua rotina financeira e tenha uma visão clara de todos os custos de produção. Clique aqui para solicitar uma demonstração gratuita desse e outros recursos!

Com que frequência fazer a conciliação bancária na fazenda?

A conciliação bancária pode ser feita a cada 15 dias, a cada mês, a cada três meses, seis meses. Ela também pode ser feita a cada ano.

Entretanto, é mais indicado que ela seja feita mensalmente.

Ao contrário da conciliação bancária, que pode ser feita em um período maior, é indicado que o fluxo de caixa seja alimentado todos os dias

planilha - faça o planejamento tributário para diferentes fazendas

Conclusão

Com base na conciliação bancária da sua fazenda, você pode monitorar mais de perto como está a saúde das suas finanças.

Estando sempre por dentro do financeiro, é possível planejar os investimentos da melhor maneira possível.

Além disso, você poderá evitar erros e falhas nas transações. A consequência disso é um financeiro mais limpo e claro, com todas as informações sempre disponíveis e atualizadas.

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Com que frequência você faz a conciliação bancária da sua fazenda? Quais erros já conseguiu evitar através desse controle? Deixe seu comentário abaixo!

Cotação agrícola: como está o mercado agro hoje

Cotação agrícola: Veja o que são as cotações agrícolas e como são feitas as cotações das commodities

A cotação agrícola define os preços dos alimentos no Brasil. Dessa forma, é importante entender como as cotações funcionam e como isso influencia nos demais setores e produtos da economia.

Como os índices de cotação agrícola influenciam em toda a economia, não apenas os empresários da área devem estar atentos, mas sim, toda a sociedade. Uma vez que o valor da cotação agrícola tem impacto direto no custo de vida das famílias.

Nesse sentido, neste texto vamos explicar melhor sobre esse tema e entender a importância que tem para a população e para o país. Boa leitura!

O que é a cotação agrícola

Cotação agrícola é um tipo específico de cotação. Ou seja, é a definição pelo mercado dos preços dos produtos agrícolas, como soja, café, milho e diversas commodities agrícolas.

No Brasil, ela ocorre tanto para o agronegócio quanto para a pecuária, seja para o mercado interno e/ou externo.

Como é feita a cotação agrícola

Existem diversas regras a serem seguidas para estabelecer a precificação dos insumos agrícolas. Um dos órgãos responsáveis pelos índices das cotações agrícolas é o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). 

O Cepea é um grupo de pesquisa ligado ao Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultur “Luiz de Queiroz” (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP). Os produtos cotados pela instituição estão listados abaixo:

  • Açúcar;
  • Algodão;
  • Arroz;
  • Bezerro;
  • Boi;
  • Café;
  • Laranja;
  • Etanol;
  • Florestal (56 produtos florestais);
  • Frango;
  • Hortifruti;
  • Leite;
  • Mandioca;
  • Milho;
  • Ovinos;
  • Ovos;
  • Soja;
  • Suíno;
  • Tilápia;
  • Trigo.

Os dados divulgados pelo Cepea são indispensáveis para conhecer a dinâmica do mercado agropecuário brasileiro. 

O que são as commodities agrícolas 

Commodities significa “mercadorias” em inglês, e o termo é designado para se referir a mercadorias brutas ou primárias. Podemos citar como commodity agrícola como soja, café, milho, trigo, entre outras. 

Para que um produto seja considerado uma commodity agrícola, ele tem que ter algumas características:

  • Ser comercializado nas bolsas de valores e de mercadorias em todo o mundo, por meio da compra e venda de ações;
  • Ser um produto homogêneo, que possui alto valor no mercado internacional;
  • Ter seu preço definido pelo mercado internacional;
  • Podem ser estocados sem perder a qualidade;
  • São produtos de origem primária.

Esses itens são negociados no mercado nacional e internacional e são utilizados como moeda de troca na Bolsa de Valores. As cotações são calculadas por tonelada, quilo ou saca e são influenciadas por alguns fatores como o clima, o tempo de colheita de safras, a previsão de produção, os estoques e movimentações especulativas.

Como funciona o mercado de commodities agrícolas

O mercado das commodities agrícolas pode ser nacional ou interncional, podendo ser caracterizado como uma fonte de investimentos. Os contratos são comercializados de acordo com a compra e a venda futuros.

Como já mencionado anteriormente, fatores externos têm forte influência nos valores. Um desses fatores são as variações na oferta e demanda dos principais produtores, exportadores e importadores mundiais, que afetam o comportamento dos preços no mercado nacional.

Tradicionalmente, em períodos de estoques mundiais mais restritos, os preços tendem a ficar mais elevados. Já quando há uma oferta muito superior ao consumo, ocorre queda das cotações.

Como funciona a cotação agrícola da soja

Uma das principais commodities agrícolas é a soja, que é negociada na Bolsa de Valores por meio de contratos de mercado futuro. A cotação agrícola da soja tem como base a Bolsa de Chicago, onde são negociados os contratos futuros de diversas commodities. 

Entretanto, além desse fator, vários outros aspectos entram em jogo ao calcular o preço final em cada país e região produtora. Alguns critérios são avaliados, como:

  • Cotação do dólar: a Bolsa de Chicago leva em consideração essa moeda. Dessa forma, será preciso converter para real.
  • Prêmio de exportação: o valor de referência estabelecido pela cotação da Bolsa de Chicago é responsável por definir a correlação entre os preços atuais do mercado interno e externo. Esse patamar pode variar positiva ou negativamente conforme valor da oferta, logística, demanda de soja e taxa cambial.
  • Despesas de exportação: referem-se às taxas, comissões e gastos portuários.
  • Transporte: custos de frete do local de produção até o porto para exportação.
  • Demais custos: custos variáveis que precisam ser acertados entre comprador e vendedor, como os custos de armazenagem.

O preço da soja é calculado da seguinte forma:

cotação na Bolsa de Chicago (US$/bushel)+Prêmio de Exportação para o destino

– gastos de exportação= Valor da soja no Porto (R$/tonelada)-Gastos Extras (armazenagem, etc)

= Valor da soja regional (R$/saca 60kg)

As cotações podem ser acompanhadas no site da B3.

Calcule seus custos e compare com outras fazendas

Conclusão

Os produtos agrícolas são importantes para o mundo todo, sendo o Brasil um grande produtor desses produtos. Mas existem variações nos preços agropecuários, chamada de cotação agrícola.

As commodities também sofrem essa variação, sendo que a formação do preço destes produtos ocorre de fora para dentro. No texto mostramos como essa formação de preço é feita para a soja.

Assim, é importante para o produtor entender como funciona o mercado de commodities, com alguns fatores que exigem alguns cuidados especiais, tais como variações regionais e a cotação do dólar, que apresenta grande significância no preço.

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