O plantio de milho safrinha no Brasil em 2025 promete marcar um capítulo importante na história agrícola do país.
Conhecido como segunda safra, o milho safrinha já representa uma parcela significativa da produção total de milho, muitas vezes superando a primeira safra em volume.
Diante dessa relevância, o monitoramento e o planejamento é ainda mais importante para garantir uma colheita bem-sucedida.
Com expectativas de aumento na área plantada e na produtividade, a segunda safra do milho se destaca como pelo alto desempenho agrícola nacional. Mas, quais são as projeções exatas e os desafios que os produtores enfrentarão?
Cenário da Produção de Grãos no Brasil em 2025
As estimativas de órgãos oficiais como IBGE e Conab apontam para um crescimento na produção agrícola brasileira em 2025.
Projeções indicam uma safra total de grãos de 323,8 milhões de toneladas, um aumento de 10,2% em relação a 2024.
A produção de milho, especialmente a safrinha, é o componente principal desse crescimento, com estimativas de produção superando as expectativas iniciais.
Projeções e Estimativas para o Plantio de Milho Safrinha
A área plantada de milho safrinha em 2025 deve apresentar um crescimento modesto em comparação com a safra anterior.
A Conab estima uma área total de 16,78 milhões de hectares, um aumento de 1,3%. As projeções de volume de produção também são positivas, com estimativas variando de 94,6 a 114,07 milhões de toneladas.
Em relação a produtividade média, é previsto um aumento de 5,4% pela Conab, representando 6.798 kg/ha.
Progresso e Status Atual do Plantio no Brasil
O plantio de milho safrinha em 2025 está avançando significativamente, com 97,9% da área planejada já plantada até 30 de março.
Alguns estados, como Goiás, Piauí e Mato Grosso, já concluíram o plantio. No entanto, ainda há áreas a serem plantadas em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná.
O progresso supera a média dos últimos cinco anos, sinalizando condições favoráveis para a safra 2024/2025. Confira o avanço em cada estado:
Estado
Área Estimada (ha)
Plantio Concluído (%)
Mato Grosso
7.156.000
26,6%
Paraná
2.293.000
38,7%
Mato Grosso do Sul
2.212.000
18,3%
Goiás
2.401.000
6,1%
São Paulo
533.000
2,4%
Minas Gerais
N/D
0%
Fatores Influenciando o Plantio do Milho Safrinha
As condições climáticas são decisivas, com a transição do El Niñopara o La Niña, trazendo expectativas de chuvas mais intensas no Cerrado.
Os avanços tecnológicos, como o uso de sementes certificadas e híbridos adaptados, também contribuem para o progresso.
A demanda interna e a estabilidade dos preços do milho são fatores econômicos que incentivam os produtores.
Perspectivas e Desafios para a Safra
Ascondições climáticasdurante o desenvolvimento da safra, especialmente em abril, serão determinantes.
Os maiores inimigos serão aspragas e doenças, influenciados pelos padrões climáticos, além da volatilidade do mercado de milho, que pode afetar a rentabilidade da safra. É neste cenário de desafios que soluções tecnológicas como o Aegro se destacam.
Por meio do monitoramento climático integrado à plataforma, você pode acompanhar em tempo real as variações climáticas, permitindo tomadas de decisão mais assertivas, otimizando o momento certo para o plantio e aplicação de insumos.
Além disso, a gestão eficiente dos insumos, contribui para reduzir os impactos da volatilidade do mercado, auxiliando no controle de custos e na maximização da rentabilidade da safra.
Outro ponto que exige muita atenção, é a crescente preocupação com pragas e doenças, que podem ser influenciadas diretamente pelos padrões climáticos.
Nesse aspecto, a ferramenta de monitoramento de pragas e doenças do Aegro, oferece uma visão completa da lavoura, identificando precocemente possíveis focos de infestação. Com isso, é possível agir preventivamente, evitando grandes perdas na produção.
As ferrugens do milho estão entre as principaisdoençasda cultura, podendo causar perdas de até 65% na produtividade, como no surto registrado no Sul do Brasil na safra 2009/2010.
Entre elas, a ferrugem polissora é a mais agressiva, seguida pela ferrugem branca e a ferrugem comum.
Na safra atual, o avanço da ferrugem polissora tem preocupado produtores em regiões como PR, MS e GO, onde o clima favorece o desenvolvimento do fungo.
O uso de cultivares resistentes, aliado à aplicação correta de fungicidas e ao monitoramento das condições climáticas, é essencial para evitar prejuízos.
Dados da Embrapa Milho e Sorgo mostram que, entre as 315 cultivares disponíveis, apenas 55 apresentam resistência à ferrugem polissora, o que reforça a importância do manejo integrado.
Neste artigo, você vai aprender como identificar os sintomas, diferenciar cada tipo de ferrugem e aplicar as melhores estratégias de prevenção e controle. Proteja sua lavoura com informação e técnica!
O que causa a ferrugem no milho?
A ferrugem no milho pode ser causada por três tipos de fungos: Puccinia sorghi (Ferrugem Comum), Physopella zeae (Ferrugem Branca ou Tropical) ou Puccinia polysora (Ferrugem Polissora).
Esses fungos se desenvolvem em condições climáticas quentes e úmidas, com temperaturas entre 20°C e 30°C e alta umidade.
A ferrugem no milho afeta as folhas da planta, formando pústulas que liberam esporos, que podem se espalhar pelo vento, irrigação ou contato com equipamentos contaminados.
A doença é mais comum em áreas com histórico de infecção e em cultivos com manejo inadequado, como falta de rotação de culturas, uso contínuo de variedades suscetíveis e alta densidade de plantio.
Quando uma lavoura é atingida, pode diminuir o vigor das plantas, o peso dos grãos, antecipar a senescência e levar a perdas na produtividade.
Quais os tipos de ferrugem no milho?
Os tipos de ferrugem no milho são a Puccinia sorghi, Puccinia polysora e Physopella zeae, todas causadas por fungos.
Embora todas causem danos à planta, a gravidade e os impactos variam de acordo com o patógeno e as condições da sua lavora.
Enquanto algumas formas podem ter um impacto mais moderado, outras, como a ferrugem polissora, são mais agressivas e podem resultar em perdas maiores, tanto na produtividade quanto na qualidade da safra. Confira mais detalhes abaixo:
1. Ferrugem polissora
A ferrugem polissora é considerada a doença foliar mais agressiva na cultura do milho.
Causada pelo fungo Puccinia polysora, se desenvolve principalmente na parte superior das folhas e também nas bainhas foliares, comprometendo o enchimento de grãos e, consequentemente, a produtividade da lavoura.
Os primeiros sintomas aparecem como pequenas pústulas, de formato circular a elíptico, facilmente visíveis nas folhas infectadas.
As pústulas são pequenas saliências, localizadas nas folhas, que abrigam as estruturas reprodutivas do fungo. Quando se rompem, liberam os urediniósporos (esporos), que são espalhadas pelo vento.
Esses esporos funcionam como as sementes nas lavouras, germinando ao entrar em contato com a planta e causando a infecção, que dá origem à doença.
O estrago é tão grande, que na safra 2009/2010, a região Sul do Brasil registrou epidemias severas de ferrugem polissora nas lavouras de milho, causando inúmeras perdas.
A ferrugem comum do milho, causada pelo fungo Puccinia sorghi, é considerada a menos severa se comparada às outras ferrugens do milho.
Essa doença é bastante antiga na cultura do milho e de ampla distribuição pelo país, com sintomas que se manifestam por pústulas elípticas e alongadas em ambas as faces da folha.
A ferrugem comum se manifesta em temperaturas amenas, entre 16°C e 23°C, alta umidade relativa do ar e altitudes elevadas.
Quando está em condições favoráveis, pode causar seca prematura das folhas, redução no ciclo da planta e diminuição do tamanho e peso dos grãos.
A ampla distribuição da doença no Brasil possibilitou que programas demelhoramento genéticoselecionassem variedades de milho com maior resistência à Puccinia sorghi.
Figura 2. Ferrugem comum do milho (Fonte: Nicésio F J A Pinto em Panorama/Embrapa)
3. Ferrugem branca do milho ou Ferrugem tropical
A ferrugem branca do milho, ou ferrugem tropical, é causada pelo fungo Physopella zeae, que também gosta de clima quente e úmido.
Os sinais dessa ferrugem no milho começam em ambas as faces da folha, com pústulas pequenas e brancas, que se agrupam em conjuntos paralelos à nervura central da folha.
Com o avanço da infecção, essas pústulas aumentam de tamanho e se espalham por toda a superfície foliar.
A ferrugem branca é mais frequente durante asafra de verão, em áreas tropicais e subtropicais, quando o calor e a umidade são maiores, criando um ambiente propício para a disseminação do fungo.
Por conta disso, algumas regiões são mais suscetíveis a doença, como: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, —especialmente durante a estação chuvosa —, Maranhão, Piauí e Bahia, no interior de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
Ferrugem no Milho: Quais os sintomas e como identificar?
Doença
Sintomas
Condições Ambientais Favoráveis
Puccinia sorghi (Ferrugem Comum)
Manchas elípticas e alongadas em ambas as faces; esporos de cor marrom-canela
Baixas temperaturas e alta umidade relativa do ar (UR)
Puccinia polysora(Ferrugem Polissora)
Manchas pequenas, circulares e elípticas, com cor amarelo e dourado
Temperaturas elevadas, e menos dependente da umidade relativa do ar que a ferrugem comum
Physopella zeae(Ferrugem Branca ou Tropical)
Pequenos grupos de manchas paralelas às nervuras; esbranquiçadas, amareladas ou castanhas
Ambiente úmido e quente
Você pode monitorar o tempo em sua lavoura (região) e relacionar com as condições favoráveis das ferrugens, como na ferrugem tropical, por exemplo:
Para monitorar o tempo você pode utilizar aplicativos gratuitos ou contar com soluções mais específicas, como as de um software de gestão rural.
O Boletim técnico da Epagri pode te ajudar a identificar essas e outras doenças, como também as pragas na cultura do milho.
Como controlar as ferrugens no milho?
A ferrugem no milho precisa ser controlada por manejo integrado que combine práticas culturais, uso de produtos fitossanitários e o monitoramento constante da lavoura.
Além desses cuidados, outras técnicas podem ser usadas para diminuir o impacto do fungo. Veja mais detalhes a seguir:
1. Variedades resistentes
O uso de variedades resistente é a principal estratégia de manejo para as ferrugens no milho.
Pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo relataram que, na safra 2016/2017, foram disponíveis 315 cultivares de milho no mercado brasileiro. Destes, 63 eram resistentes à ferrugem comum, 55 à ferrugem polissora e 59 à ferrugem tropical.
O fungo que causa a ferrugem polissora apresenta uma elevada variabilidade, o que permite uma rápida adaptação às cultivares resistentes disponíveis no mercado. Por isso, é necessário que se continue o trabalho de pesquisa buscando novos genes de resistência.
2. Aplicação de fungicidas
O uso de fungicida para ferrugem no milho é recomendado principalmente no aparecimento das primeiras pústulas, especialmente quando há baixa resistência genética da cultivar utilizada.
A utilização de controle químico é justificável quando ocorre o aparecimento das primeiras pústulas (aplicação foliar) ou quando os campos possuem baixa ou média resistência genética.
As aplicações mais efetivas têm sido as estrobilurinas e dos triazois, nas doses recomendadas pelos respectivos fabricantes.
Os fungicidas combatem as doenças em média até 20 dias após aplicação, dependendo das condições climáticas e do nível da doença.
3. Rotação de Culturas
A rotação de culturas reduz a pressão de doenças, especialmente da ferrugem no milho.
Quando você cultiva outras plantas, como soja, feijão ou sorgo, em áreas que antes estavam com milho, o ciclo do fungo é interrompido, diminuindo as chances de reinfestação.
Com isso, é possível evitar o acúmulo de inóculo do fungo nas lavouras, evitando mais problemas futuras e, principalmente, perdas financeiras por conta do cultivo contaminado.
4. Manejo de Plantas Daninhas
As plantas daninhas podem servir como hospedeiras alternativas para os fungos que causam a ferrugem no milho.
O controle pode ser feito tanto com o uso de herbicidas ou práticas de controle mecânico, como capinas, por exemplo.
5. Plantio em épocas certas
O planejamento do calendário de plantio é importante para evitar o cultivo do milho em períodos climáticos favoráveis ao desenvolvimento do fungo, comono pico das chuvas e nas altas temperaturas.
O plantio antecipado ou no momento certo pode ajudar a escapar da proliferação intensa do fungo, principalmente quando é integrado e combinado a outras estratégias de controle.
O uso de fungicidas e o monitoramento da lavoura, são estratégias simples e que reduzem muito aincidência da ferrugem do milho.
6. Monitoramento da lavoura
O monitoramento da lavoura permite a detecção precoce dos primeiros sinais de infecção e a aplicação de medidas antes que a doença se espalhe.
Inspeções regulares nas lavouras, com foco nas folhas inferiores onde as pústulas podem aparecer, são ótimas para identificar os primeiros sintomas, como manchas amareladas ou laranjas.
A tecnologia é outra aliada, com o uso de drones e sensores de imagem, tem facilitado o monitoramento em larga escala, com identificações mais precisas de áreas infectadas.
Além disso, o monitoramento climático é outro ponto que pode ajudar muito na identificação da ferrugem.
Para otimizar o processo, softwares de gestão rural, com NDVI, oferecem orientação personalizadas, caderno de campo, planejamento preciso da lavoura e gestão de recursos.
Com esses recursos, é mais fácil de identificar problemas como a ferrugem no milho, podendo antecipada e implementar estratégias de controle mais eficientes.
O milho é uma das culturas mais importantes do Brasil, e um bom planejamento do plantio do milho é essencial para ter uma colheita farta.
Mas, você já se perguntou qual a profundidade ideal para semear, ou qual a melhor época para plantar? Ou ainda, se o tamanho da semente realmente importa?
Neste guia completo, você entende tudo o que é necessário para realizar um plantio de milho de sucesso. Prepare-se para otimizar sua produção e colher os melhores resultados!
Qual o período de plantio do milho?
O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de milho, com cerca de 70% da produção destinada à alimentação de suínos, aves e bovinos.
Neste sentido, a produção de milho está distribuída em duas principais safras: a primeira safra (ou safra de verão) e a segunda safra (conhecida como safrinha).
Período de Plantio: Geralmente ocorre entre setembro e novembro, dependendo do início das chuvas em cada região.
Primeira Safra (Safra de Verão)
Período de Plantio: Entre setembro e novembro, dependendo do início das chuvas em cada região;
Período de Colheita: Entre fevereiro e junho;
Regiões Produtoras: Sul, Sudeste e Centro-Oeste;
Produção: Na safra 2022/2023, o Brasil produziu aproximadamente 131,9 milhões de toneladas de milho, com uma área plantada de 22,3 milhões de hectares.
Segunda Safra (Safrinha)
Período de Plantio: Realizado logo após a colheita da soja, geralmente entre janeiro e abril, com variações regionais;
Período de Colheita: Junho a agosto;
Regiões Produtoras: Centro-Oeste, Sudeste e partes do Sul;
Importância Econômica: A safrinha ganhou destaque nos últimos anos, representando uma parcela significativa da produção total de milho no país.
Profundidade e época de plantio: Qual a relação?
Em solos argilosos, com tendência a encharcar ou com muitos torrões, o ideal é semear entre 3 e 5 cm de profundidade.
Já em solos mais arenosos, que tendem a ser mais secos, a profundidade pode ser um pouco maior, entre 5 e 7 cm.
O objetivo é garantir que a semente tenha contato com a umidade necessária para germinar. Além disso, a época de plantio é crucial e varia conforme a região.
O ideal é que a floração coincida com os dias mais longos e o enchimento de grãos com as temperaturas mais elevadas. Plantar fora dessa janela pode resultar em um ciclo mais longo e afetar a produtividade.
O atraso no plantio também pode trazer consequências negativas. O milho é sensível à temperatura, e se a fase vegetativa coincidir com períodos mais frios, o ciclo se estenderá.
Em regiões com irrigação e sem risco de geadas, o plantio pode ser mais flexível, mas a produtividade e o ciclo sempre serão impactados. Por isso, é preciso conhecer as condições da sua região e planejar o plantio na época mais adequada.
Como deve ser feito o plantio de milho?
O milho é uma cultura versátil e de grande importância econômica, mas para alcançar o máximo potencial de produção, é preciso planejamento e atenção a detalhes.
Um dos fatores mais importante, é o momento do plantio, que pode ser feito em diferentes escalas, desde que seja realizado na época ideal e com as técnicas corretas conforme a região, além exigir:
1. Preparo do solo
O solo deve ser bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica, garantindo um ambiente adequado para o desenvolvimento do milho.
Para isso, você vai precisar fazer uma análise de solo, que vai ajudar corrigir o pH e definir a adubaçãonecessária.
O preparo pode ser feito por araçãoegradagem, que ajudam a soltar a terra e controlar as ervas daninhas, ou pelo plantio direto, uma alternativa eficiente para manter a estrutura do solo e conservar a umidade.
2. Escolha das sementes
A escolha das sementes impacta em uma lavoura produtiva e saudável. Dê preferência a sementes certificadas e de qualidade, que sejam adequadas às condições da sua região.
Além disso, é importante entender sobre o tipo de cereal que será plantado, como milho verde ou milho pipoca, por exemplo, já que cada um tem as suas exigências específicas.
Para ter os melhores resultados, selecione variedades ou híbridos adaptados ao seu sistema de cultivo, levando em conta fatores como resistência a pragas e doenças, estabilidade produtiva e potencial de rendimento.
3. Época de plantio
O milho pode ser cultivado tanto na safra principal, durante o verão, quanto na safrinha, no outono-inverno, desde que as condições climáticas sejam favoráveis.
O plantio pode ser realizado manualmente ou com o auxílio de máquinas, seguindo as recomendações do fabricante para profundidade e espaçamento das sementes.
Em cultivos manuais, o ideal é formar linhas no canteiro, mantendo cerca de 1 metro entre as fileiras e 25 cm entre cada planta.
Para o plantio, cave pequenas covas com aproximadamente dois dedos de profundidade e deposite três sementes em cada uma.
Caso todas germinem, escolha a planta mais vigorosa e faça o raleio, removendo as mais fracas para garantir um melhor aproveitamento dos nutrientes e espaço.
4. Colheita
A colheita do milho varia conforme o tipo de milho e o seu uso final, sendo essencial monitorar a maturação das espigas e a umidade dos grãos.
Para a colheita de grãos secos, o ideal é que a umidade esteja entre 18% e 24%, pois níveis mais elevados aumentam o risco de deterioração, enquanto níveis muito baixos podem resultar em perdas por quebra.
O uso de colheitadeiras bem reguladas é indispensável para minimizar danos mecânicos aos grãos e evitar perdas durante o processo.
Ajustes adequados nas máquinas garantem uma colheita eficiente, preservando a qualidade e facilitando o armazenamento do milho.
Já para outras finalidades, como milho verde, a colheita deve ser feita quando os grãos ainda estão macios e com maior teor de umidade, garantindo um melhor sabor e textura para o consumo.
5. Controle de pragas e doenças
O monitoramento da lavoura permite identificar precocemente qualquer infestação, possibilitando a aplicação doManejo Integrado de Pragas (MIP), que combina diferentes estratégias para minimizar danos e reduzi o uso de defensivos químicos.
A escolha de híbridos resistentes também é uma forma eficaz de prevenção, reduzindo a vulnerabilidade da cultura a doenças e pragas. Mas, caso seja necessário o uso de defensivos agrícolas, aplique seguindo as recomendações técnicas para evitar impactos ambientais.
Junto da proteção contra pragas, uma nutrição equilibrada também é necessária para o bom desenvolvimento do milho.
A adubação de base deve incluir fósforo e potássiopara ajudar no crescimento inicial das plantas. Enquanto a adubação nitrogenada deve ser feita em cobertura e dividida em duas aplicações para um desenvolvimento vigoroso ao longo do ciclo da cultura.
Densidade e Espaçamento: Por que é importante?
A densidade de plantio influencia diretamente na produtividade, variando de acordo com a cultivar, a disponibilidade de água e nutrientes, e o manejo da lavoura.
Aumentar a densidade além do ideal pode reduzir o tamanho das espigas, aumentar o número de plantas sem espigas, risco de quebramento e acamamento, além de favorecer o surgimento de doenças.
Espaçamentos menores permitem um melhor aproveitamento da radiação solar, o que, combinado com altas densidades de plantas, resulta em uma área foliar mais adequada para captar luz e manter essa captação por mais tempo.
Para variedades e híbridos de baixa ou média tecnologia, o espaçamento reduzido pode não trazer tantos benefícios, mas para híbridos de alto desempenho, ele é indispensável. Lembre-se: sempre respeite os limites de população recomendados para cada híbrido.
Quanto tempo leva o plantio do milho até a colheita?
O ciclo do milho, do plantio até a colheita, varia conforme a cultivar, as condições climáticas e o manejo adotado. Em geral, esse período pode durar entre 90 e 150 dias. Entenda:
Tipo de cultivar: Milhos precoces levam cerca de 90 a 120 dias, enquanto cultivares de ciclo médio ou tardio podem levar até 150 dias;
Condições climáticas: Temperaturas amenas podem prolongar o ciclo, enquanto calor e boa disponibilidade hídrica aceleram o desenvolvimento;
Disponibilidade de água e nutrientes: Deficiências podem retardar o crescimento e comprometer a produtividade.;
Finalidade da colheita: Para milho verde, a colheita ocorre entre 60 e 80 dias após o plantio. Já para grãos secos, o tempo é maior, aguardando a umidade ideal entre 18% e 24%.
Independentemente do objetivo da produção, acompanhar cada fase do desenvolvimento da lavoura e adotar boas práticas de manejo, vão garantir uma colheita de qualidade e alto rendimento.
Plantio de milho: Quilos de sementes por ha
Informações sobre a quantidade de sementes por hectare são fundamentais para o planejamento pré-plantio.Mas, para podermos calcular quantas sementes serão distribuídas, é necessário se atentar a alguns detalhes.
Após a escolha do híbrido, é necessário conhecer o desempenho dessas sementes no campo, ou seja, quanto elas emergem.
As empresas fornecem os resultados do teste de germinação na embalagem do produto. Contudo, esse teste é realizado em condições ótimas para a germinação das sementes.
A dica aqui é: escolha um pequeno canteiro na sua propriedade e realize o teste de emergência a campo!
Assim, você vai conhecer o desempenho das suas sementes no campo e pode realizar seus cálculos com mais segurança.Primeiramente, vamos calcular o número de plantas por metro:
Para realizar esse cálculo você vai precisar de algumas informações que constam na embalagem do seu híbrido. Veja:
P: Peso de 100 sementes (Kg)
A: Área da lavoura (ha)
D: Número de plantas por metro
G: Germinação da semente (%)
Z: Pureza da semente (%)
E: Espaçamento entre linhas (cm)
Variedades, híbridos e escolha da cultivar para o plantio de milho
Na hora de escolher a semente, é preciso entender a diferença entre variedades e híbridos, já que cada uma vai entregar um resultado diferente.
As variedades são plantas que mantêm seu potencial produtivo de uma geração para outra, sendo mais acessíveis e utilizadas em regiões de baixa tecnologia, por agricultores familiares e em sistemas de produção orgânica ou agroecológicos.
Já os híbridos, que exploram o vigor híbrido (heterose), têm um alto potencial de produção e são preferidos quando se busca maximizar a produtividade.
Híbridos simples são os mais uniformes e produtivos, mas também os mais caros, enquanto híbridos duplos têm um custo menor, mas um potencial produtivo mais variável. Essa variedade é ideal para quem busca alta produtividade, mas exigem a compra de novas sementes a cada safra.
Cultivar de milho
Ao escolher a cultivar de milho, considere o potencial produtivo e a estabilidade de produção, que é a capacidade da cultivar de manter um bom desempenho em diferentes locais e anos.
Ociclo da cultivar também é importante, e pode ser hiperprecoce, superprecoce, precoce, semiprecoce ou normal.
O recomendado é escolher um ciclo que se adapte às condições da sua região, buscando, por exemplo, cultivares hiperprecoces para escapar de geadas ou para liberar a área para outras culturas.
Além disso, características como tolerância a pragas e doenças, textura do grão e, em algumas regiões, a adaptabilidade a consórcios também são importantes.
Para auxiliar na escolha da cultivar mais adequada e no planejamento do seu plantio, a Aegro oferece ferramentas de gestão que permitem analisar o desempenho de diferentes cultivares em sua região.
Assim, você pode tomar decisões mais informadas e assertivas, garantindo o melhor rendimento da sua lavoura. Clique no banner para fazer uma demonstração gratuita!
O milho é um cereal com produção mundial que ultrapassa 1,2 bilhão de toneladas por safra, com os Estados Unidos liderando com aproximadamente 30% desse total, seguidos pela China e pelo Brasil.
No Brasil, terceiro maior produtor global, a produção atingiu cerca de 100 milhões de toneladas na safra 2019/2020, consolidando o país como um dos principais exportadores do grão.
A cultura do milho tem importância estratégica no agronegócio brasileiro, sendo o segundo principal produto da safra nacional.
Se você produz essa commodity agrícola, deve ficar de olho nas oscilações do mercado, já que para a safra 2025, é esperado uma forte queda na produção nacional de milho.
Mercado Físico do Milho: Atualização 2025
O preço do milho segue estável em algumas regiões, enquanto outras registraram leve alta nas últimas cotações.
Em Não-Me-Toque (RS) e Nonoai (RS), a saca de 60 kg permanece cotada a R$ 66,00, sem variação. Já em Ubiratã (PR) e Marechal Cândido Rondon (PR), a cotação subiu para R$ 64,00, um aumento de 1,59%.
Em Pato Branco (PR), o milho foi cotado a R$ 68,00, com alta de 1,49%, e em Sorriso (MT), a cotação atingiu R$ 60,95, apresentando crescimento de 1,58%. No Mato Grosso, os valores variam entre R$ 63,00 em Campo Novo do Parecis e R$ 71,00 em Rondonópolis.
Na região do Centro-Oeste, o milho apresentou poucas oscilações. Rio Verde (GO) e Jataí (GO) mantêm o preço de R$ 66,00, sem alterações.
Em Campo Grande (MS), a cotação subiu para R$ 67,00, um aumento de 1,52%, enquanto em Maracaju (MS), o valor ficou em R$ 68,00, representando um crescimento de 1,49%.
Os portos brasileiros também registram preços diferenciados para o milho disponível. Em Paranaguá (PR), a cotação se mantém em R$ 72,00, enquanto no Porto de Santos (SP), as negociações para agosto/setembro de 2025 indicam R$ 74,00 por saca.
Médias Regionais do Milho
Sul do Brasil (RS, PR, SC): Média de R$ 67,00 por saca, com algumas variações positivas;
Centro-Oeste (MT, MS, GO, DF): Média de R$ 65,00, com destaque para Rondonópolis (MT) em R$ 71,00;
Sudeste (SP, MG): Média de R$ 70,00, com Campinas (SP) liderando a cotação a R$ 81,00;
Nordeste (BA, SE, TO): Média de R$ 60,00, com preços mais baixos devido à oferta elevada na região.
Expectativas para o Mercado do Milho
As projeções indicam que o preço do milho pode sofrer oscilações nos próximos meses, dependendo da demanda interna e das exportações.
A safra atual no Brasil teve impactos climáticos que podem afetar a produção e, consequentemente, os preços ao longo do ano. Além disso, fatores externos, como a demanda da China e os estoques globais, podem influenciar a precificação da commodity.
Oscilação entre oferta e demanda, condições climáticas adversas, política externa, cotação do milho na CBOT e custos de produção, também são alguns dos principais fatores que ter influência no valor de mercado.
Como está o desenvolvimento das lavouras de milho em 2025?
Em 2025, as lavouras de milho no Brasil apresentam um cenário positivo, com estimativas de crescimento na produção.
A Conab prevê 122 milhões de toneladas, um aumento de 5,5% em relação ao ano anterior, impulsionado por uma expansão de 2,1% na área cultivada e recuperação na produtividade projeta 120,6 milhões de toneladas, crescimento de 5,1%, com rendimento médio de 5.613 kg/ha .
No Sul, as chuvas favoreceram o plantio do milho, que atingiu 37% da área projetada, com produtividade estimada em 7.116 kg/ha .
Em Goiás, a primeira safra foi concluída antes do previsto, com 27,5% das lavouras em enchimento de grãos até janeiro .
Entretanto, no Cerrado e no Centro-Oeste houveram em atrasos no plantio da soja e do milho, exigindo estratégias de mitigação . Apesar disso, a boa oferta do grão poa estabilização dos preços internos .
De forma geral, as lavouras de milho no Brasil é promissora para 2025, consolidando o país como um dos líderes globais na produção e exportação do cereal .
O milhoé cultivado em praticamente todos os continentes, se destacando como uma commodity para alimentação humana, ração animal e matéria-prima para a indústria.
De acordo com a FAO, a produção mundial de milho ultrapassa 1 bilhão de toneladas anuais, com os Estados Unidos liderando o ranking como maior produtor global.
No Brasil, o milho ocupa uma posição estratégica na agricultura, sendo cultivado em diferentes regiões e condições climáticas. Os principais estados produtores incluem Mato Grosso, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, que juntos respondem por mais de 70% da produção nacional.
O território brasileiro é o terceiro maior produtor de milho do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, se consolidando também como um dos principais exportadores globais.
O que é milho safrinha?
A safrinha do milho é o cultivo realizado após a colheita da safra principal, geralmente sem a dependência das chuvas mais regulares, características do período de verão.
O termo “safrinha” significa literalmente “pequena safra”, mas, na prática, isso mudou. Hoje, em muitas regiões, ela representa produções expressivas, até mesmo superiores às da primeira safra.
A safrinha normalmente ocorre entre fevereiro e setembro, dependendo da região e do calendário da safra anterior, principalmente da soja, cultura comumente utilizada no sistema de rotação.
Qual a época de plantar milho safrinha?
A época ideal para plantar milho safrinha varia conforme a região e o calendário climático, mas costuma ser logo após a colheita da soja, entre janeiro e março.
O fator mais importante é a janela climática porque o milho safrinha depende da umidade residual do solo e pode sofrer com a falta de chuvas no final do ciclo.
Por conta disso, o grão é plantado em sistema de sequeiro, aproveitando a umidade residual do solo.
Calendário de plantio do milho safrinha:
Centro-Oeste: Plantio entre janeiro e fevereiro, colheita de junho a agosto;
Sudeste: Plantio de fevereiro a março, colheita de julho a setembro;
Sul: Plantio em março e abril, colheita entre agosto e outubro.
Atenção ao ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) do governo, que define períodos de menor risco para cada município. O planejamento deve considerar o ciclo da cultivar escolhida e a previsão climáticapara evitar estiagens ou geadas tardias.
O milho safrinha pode ser cultivado em todo o Brasil?
Sem irrigação, ao contrário do que muitos pensam, o milho 2ª safra não pode ser cultivado em todo o Brasil.
Atualmente, com o avanço da importância da safrinha na economia brasileira, novos centros de pesquisas e empresas privadas estão investindo tempo e dinheiro para desenvolvimento de novas variedades.
Frente a isso, novas variedades estão aparecendo no mercado, o que facilita o plantio em certas regiões do Brasil que ainda não aparecem no mapa de zoneamento.
Qual a diferença entre milho safrinha e milho primeira safra?
O milho da safra principal é cultivado durante o período chuvoso, enquanto o milho safrinha ocorre em uma época de menor disponibilidade hídrica, exigindo práticas de manejo mais específicas. Veja mais detalhes abaixo:
Característica
Milho Safra Principal
Milho Safrinha
Época de Plantio
Primavera/verão (outubro-dezembro)
Verão/outono (janeiro-março)
Disponibilidade de Água
Alta (período chuvoso)
Baixa (período seco)
Produtividade
Potencial elevado
Variável
Finalidade
Alimentação humana e sementes
Ração animal e indústria
Riscos Climáticos
Menores riscos de estresse hídrico
Risco de seca e geadas
A tabela destaca que o milho safrinha, apesar de enfrentar desafios como menor disponibilidade de água e maior exposição a riscos climáticos, tem se consolidado como uma importante fonte de grãos para o mercado interno e externo.
O uso de tecnologia e o manejo têm permitido que a produtividade da safrinha se aproxime da safra principal em algumas regiões.
O ciclo do milho safrinha difere da safra normal?
Em geral, não existe diferença entre a cultivar de milho da safra normal e da safrinha. Mas a época que o milho é cultivado faz com que o ciclo mude um pouco, por conta dastemperaturas menores e as horas de sol também.
Assim, há o prolongamento do ciclo do milho safrinha até a colheita se compararmos com o milho na safra normal.
Esse prolongamento pode chegar até a um mês, especialmente na região sul e sudeste do país, devido à menor disponibilidade de calor.Por essa razão, apenas parte dos híbridos no mercado pode ser cultivado nas condições ambientais da safrinha (outono-inverno e sem irrigação).
Quanto mais as plantas de milho prolongam seu ciclo nessa época, maior a probabilidade de falta de água.Além disso, menor será a temperatura e a radiação solar, já que vamos nos aproximando do inverno.
O ciclo do milho safrinha pode variar bastante. Híbridos superprecoces de milho completam o ciclo entre 105 e 125 dias, enquanto o ciclo dos precoces varia de 115 a 130. Já o ciclo dos híbridos normais varia entre 125 e 140 dias.
As cultivares de milho tendem a prolongar seu ciclo quanto mais tarde é o semeio, mesmo levando em consideração sua precocidade.
Por isso, nos casos em que a safra de verão teve sua colheita atrasada, é interessante a utilização de milho 2ª safra mais precoce.Assim, a planta sairá do campo antes e sofrerá menos os déficit ambientais (água, luz e temperatura).
Como fazer o plantio de milho safrinha?
O milho safrinha representa cerca de 75% da produção total de milho do Brasil, sendo um dos principais produtos para abastecer o mercado interno e a exportação.
Por ser uma safra que acontece em um período do ano com maior risco de estiagens, temperaturas elevadas e ataques de pragas, o plantio requer atenção especial a alguns fatores:
1. Escolha da cultivar
Prefira híbridos de ciclo precoce ou superprecoce, tolerantes ao estresse hídrico e com resistência a pragas e doenças comuns no período seco.
Segundo informações da Embrapa, o uso de híbridos adaptados pode aumentar a produtividade em até 15%.
O milho safrinha geralmente é plantado após a soja, o que pode reduzir a disponibilidade de nitrogênio no solo.
A recomendação é aplicar de 80 a 150 kg/ha de N, dependendo do histórico da área e da expectativa de produtividade.
3. Preparo da área
O plantio diretoé uma prática comum, que preserva a umidade do solo e melhora a estrutura física, reduzindo riscos de erosão.
Estudos apontam que essa técnica pode manter até 30% mais umidade no solo em comparação ao plantio convencional.
4. Densidade de semeadura
Ajuste conforme o potencial hídrico da região e o espaçamento entre linhas. Em áreas com maior risco de estiagem, é recomendado populações entre 50.000 e 65.000 plantas/ha.
Já nas regiões com maior disponibilidade hídrica, é possível trabalhar com até 80.000 plantas/ha para maximizar a produtividade.
5. Época de plantio
A janela ideal varia conforme a região, mas a semeadura deve ocorrer logo após a colheita da soja, geralmente entre janeiro e março, para evitar riscos climáticos como a estiagem e geadas tardias.
O atraso no plantio pode reduzir o potencial produtivo, já que a cultura entra em estágios críticos de desenvolvimento durante períodos de menor disponibilidade hídrica.
6. Manejo fitossanitário
A pressão de pragas como a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) tem aumentado. O monitoramento e o controle integrado são essenciais para evitar perdas significativas, que podem chegar a até 70% em casos de infecção severa por enfezamento.
Qual híbrido escolher para minha safrinha?
A escolha do híbrido para a safrinha de milho deve considerar condições climáticas, tipo de solo e objetivos de produtividade, por envolver um ciclo de cultivo mais curto e maior exposição a condições climáticas instáveis.
A adaptação do híbrido às características regionais e ao perfil de solo também devem ser levadas em consideração para garantir uma boa produtividade e reduzir riscos. Aqui vão alguns pontos a serem analisados:
Ciclo do híbrido;
Tolerância ao estresse hídrico;
Resistência a pragas e doenças;
Potencial produtivo;
Adaptação regional.
Exemplos de híbridos com características favoráveis para a safrinha:
Pioneer 30F53: Híbrido de ciclo curto e resistência a doenças e pragas, com boa adaptação para o milho safrinha.
Dekalb 30A20: Híbrido precoce, resistente ao estresse hídrico e com bom potencial produtivo para a safrinha.
BASF 2B710: Híbrido com boa tolerância a pragas e doenças, ideal para o clima da safrinha.
Syngenta 2B710: Híbrido precoce, com boa resistência ao estresse e ao acamamento.
Como é a adubação no milho safrinha?
Estudos mostram que o milho safrinha cultivado em solos corrigidos não responde significativamente à adubação de macro e micronutrientes, exceto ao nitrogênio (N).
Por isso, a recomendação é focar na reposições dos nutrientes conforme a exportação de nutrientes pelas plantas de milho.
Para definir a dose de adubação, é importante calcular com base na quantidade de nutrientes que a planta vai retirar do solo, conforme a tabela de exportação abaixo.
Em lavouras com soja como cultura anterior, a fixação biológica de nitrogênio pode deixar um residual de 35 a 45 kg de N por hectare no solo, o que deve ser descontado da dose de adubação nitrogenada.
Se optar por aplicação de nitrogênio em cobertura, é preciso fazer a aplicação no início do ciclo, entre as fases V2 ou V3, devido à menor quantidade de chuvas e à instabilidade climática nesse período.
Para solos corrigidos e na safrinha de milho, não há necessidade de se preocupar com a adubação de Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S), pois esses nutrientes geralmente estão presentes em quantidade suficiente no solo.
Quais as principais pragas da safrinha de milho?
O milho safrinha, apesar de ser rentável, passa por desafios fitossanitários significativos pelo plantio em uma época mais seca e quente.
Um clima desse tipo favorece o ataque de pragas que podem causar prejuízos à produtividade, reduzindo o potencial produtivo e comprometendo a qualidade dos grãos.
O manejo eficiente dessas pragas depende de estratégias como monitoramento frequente, controle químico e biológico, rotação de culturas e o uso de cultivares resistentes, especialmente híbridos Bt (Bacillus thuringiensis), que apresentam resistência a lagartas.
A melhor estratégia para aspragas do milho do milho safrinha, é conhecer quais são as principais e os melhores métodos para acabar com elas. Confira:
1. Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)
Dano: Transmite os enfezamentos pálido e vermelho e vírus da risca, que reduz a produtividade em até 70%;
Sintomas: Folhas amareladas ou vermelhas, crescimento atrofiado e redução do número de grãos por espiga. O enfezamento pode causar o murchamento e quebra precoce das plantas;
Controle: Uso de híbridos tolerantes, tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos e manejo com inseticidas foliares.
Dano: Ataca as folhas, reduzindo a área fotossintética e prejudicando o desenvolvimento das plantas. Pode perfurar a espiga, afetando a qualidade do grão;
Sintomas: As folhas ficam com buracos irregulares e furo nas espigas, levando à desfolha prematura. Em ataques severos, a planta pode perder até 50% da área foliar;
Controle: Uso de cultivares Bt, rotação de inseticidas e monitoramento regular.
Dano: Ataca as plântulas logo após a emergência, causando deformações e até a morte das plantas;
Sintomas: As plantas ficam com pontos necróticos nas folhas jovens, distorção e murchamento das folhas. Em ataques mais intensos, as plantas podem morrer ainda na fase inicial;
Controle: Tratamento de sementes e aplicação de inseticidas no início do desenvolvimento da lavoura.
Dano: Sugam a seiva da planta, enfraquecendo e transmitindo viroses.
Sintomas: Amarelecimento das folhas e enrolamento das pontas. Quando há infecção viral, pode ter distorções nas folhas e redução do vigor das plantas.
Controle: Monitoramento, controle biológico com inimigos naturais e, se necessário, aplicação de inseticidas seletivos.
5. Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)
Dano: Corta as plântulas na base do caule, causando falhas no estande.
Sintomas: Quebra das plantas na base, deixando tombadas, ou buracos nas raízes. O ataque pode levar à morte das plantas ainda na fase inicial em casos mais severos.
Controle: Tratamento de sementes e aplicação de iscas tóxicas.
O controle dessas pragas exige monitoramento constante e estratégias integradas, como o uso de híbridos resistentes, rotação de culturas e controle químico quando necessário. Para não ter erro, opte pelo Monitoramento Integrado de Pragas.
Colheita do milho safrinha
A colheita do milho safrinha acontece quando o grão atinge a umidade ideal, entre 13% e 15%. A colheita precoce pode gerar custos adicionais de secagem e risco de perda de qualidade, além de prejudicar o rendimento, já que os grãos podem não ter atingido o peso ideal.
Por outro lado, a colheita tardia pode aumentar o risco de perdas por acamamento, deterioração dos grãos e maior exposição a pragas, como broca-do-milho e fungos que comprometem a qualidade dos grãos e a sanidade da lavoura.
É importante observar que o milho atinge a maturação fisiológica quando o grão atinge a firmeza e a casca se torna dura.
Esse é o melhor momento para a colheita, garantindo maior eficiência no processo e qualidade do produto final.
Uma boa prática é monitorar a umidade de cada talhão da lavoura com medidores de umidade e observar a coloração das espigas, para evitar perdas e a otimizar os custos com secagem.
E se o clima estiver muito úmido, pode considerar a colheita antecipada para evitar o risco de grãos brotados ou a proliferação de fungos durante o armazenamento.
Dicas para uma colheita segura
Realize calibrações periódicas das máquinas;
Monitore a umidade dos grãos durante a colheita;
Evite colheitas em dias de alta umidade relativa do ar;
Verifique e ajuste a velocidade da colhedora conforme as condições da lavoura;
Mantenha as lâminas e facas da colhedora afiadas;
Faça inspeções regulares para evitar perdas por vazamentos;
Utilize peneiras adequadas para diferentes condições de grãos;
Evite o acúmulo excessivo de material na plataforma da colhedora;
Planeje a logística de transporte para evitar o acúmulo de grãos colhidos no campo;
Realize treinamentos periódicos para operadores de máquinas.
Como fica o custo de produção do milho safrinha?
O custo de produção do milho safrinha pode ser mais vantajoso em comparação com o milho da safra principal, principalmente devido a algumas características específicas dessa modalidade de cultivo, como:
1. Preços mais baixos de insumos
Como o milho safrinha é cultivado fora da safra convencional, os preços dos insumos tendem a ser mais baixos.
Isso ocorre devido à oferta e demanda fora da janela de pico, com menor demanda para fertilizantes e outros insumos, o que reduz os custos.
2. Aproveitamento de insumos da safra anterior
Na safrinha, é possível aproveitar muitos dos insumos utilizados na soja ou outras culturas anteriores, o que diminui a necessidade de novos aportes. Isso reduz o custo de fertilizantes e corretivos para o solo.
3. Preços de venda durante a entressafra
Embora os preços de venda do milho possam ser menores em alguns períodos, a colheita do milho safrinha ocorre na entressafra, quando a oferta de grãos no mercado é menor. Isso pode resultar em preços mais vantajosos, pois a oferta do produto é reduzida no mercado.
4. Maior produtividade para compensar preços baixos
Mesmo que os preços de venda estejam ruins, a maior produtividade do milho safrinha, devido ao seu ciclo mais curto, pode compensar a queda nos preços.
A chave está em aumentar a produção, com o auxílio de boas práticas agrícolas e escolha de híbridos eficientes.
O milho é um dos principais cultivos no Brasil e no mundo. Além de ser essencial na alimentação humana e animal, é uma fonte de renda para os produtores e matéria-prima para diversas indústrias.
A cultura é uma das maiores geradores de empregos no setor agropecuário, tanto no campo quanto nas indústrias de processamento.
As perspectivas de crescimento da produção e a demanda interna e externa, principalmente da China e de outros países que importam grãos, fortalecem o papel do Brasil no mercado global de milho.
Se você busca maximizar a produtividade, explorar os tipos ou entender os segredos do mercado do milho, este guia completo é o seu ponto de partida.
Preparamos um conteúdo completo, desde o plantio e manejo até as estratégias para maximizar a lucratividade da sua lavoura de milho!
Cultura do milho no Brasil
O milho é uma planta cereal que pertence ao gênero Zea e à família das gramíneas, com uma grande variedade de usos, tanto para consumo humano quanto animal.
No Brasil, a leguminosa tem um papel significativo, tornando o país um dos maiores produtores e exportadores da cultura do mundo, com uma produção em torno de 100 milhões de toneladas por ano.
A produção é concentrada principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, sendo dividida em duas principais safras: a primeira safra, conhecida como milho verão, e a segunda safra, ou milho safrinha, que tem ganhado cada vez mais destaque.
Embora a maior parte da produção seja destinada ao consumo interno, uma boa parte é exportada, com destaque para países como China, Japão, União Europeia e nações da América Latina.
Esse cenário fortalece a balança comercial do Brasil, contribuindo para o superávit comercial e gerando substanciais receitas para a economia nacional.
Milho na nutrição animal e humana: Como é usado?
O milho é um alimento presente na alimentação dos animais e em diversos produtos para humanos, como o etanol, por exemplo.
Na nutrição animal, é usado como fonte de energia para aves e suínos, compondo até 80% das rações. Porém, apesar de nutritivo, o milho apresenta limitações em aminoácidos essenciais, exigindo a combinação com outros ingredientes para dietas equilibradas.
Variações na composição nutricional, como teor de óleo e amido, impactam diretamente o custo e a eficiência da alimentação animal.
Já para os humanos, se apresenta em diversas formas: pipoca nutritiva, minimilho e em produtos industrializados como amido, óleo e glúten.
Cada tipo de milho, do doce ao comum, encontra aplicações específicas na indústria e culinária, enriquecendo nossa dieta com variedade e benefícios nutricionais.
Quais são os tipos de milho para plantio?
Os tipos de milho para plantio podem ser classificados de acordo com seu uso, genética e características agronômicas.
A escolha da variedade ideal depende do objetivo da produção, das condições climáticas e do manejo agrícola. Os principais tipos são:
1. Milho Híbrido
É o mais utilizado no plantio comercial devido à sua alta produtividade e resistência a pragas e doenças. O milho híbrido é o resultado do cruzamento de linhagens puras para gerar plantas mais vigorosas, que podem ser:
Híbridos Simples: Cruzamento entre duas linhagens puras, oferecendo alto rendimento e uniformidade, mas com custo elevado;
Híbridos Duplos: Resultado entre dois híbridos simples, com menor custo e maior estabilidade produtiva em diferentes condições;
Híbridos Triplos: Formado pelo cruzamento entre um híbrido simples e uma linhagem pura, equilibrando produtividade e adaptação.
2. Milho Varietal (Polinização Aberta)
São variedades desenvolvidas a partir de seleções naturais ou melhoramento genético, permitindo que você colha e replante suas próprias sementes.
Embora tenham menor produtividade em comparação com os híbridos, são mais rústicos e adaptáveis a diferentes condições.
3. Milho Transgênico
O milho transgênico, como o milho Bt, revolucionou o controle de pragas pela resistência a lagartas, reduzindo a necessidade de aplicação de inseticidas químicos.
Essa tecnologia não apenas contribui para a sustentabilidade agrícola, diminuindo impactos ambientais, mas também melhora a segurança do trabalho no campo.
Para garantir a eficácia e a longevidade do milho Bt, é preciso adotar boas práticas, como o plantio de áreas de refúgio, o monitoramento constante de pragas e o manejo integrado para evitar o desenvolvimento de resistência dos insetos.
4. Milho Convencional
O milho convencional não tem modificações genéticas e é utilizado por produtores que desejam evitar transgênicos, seja por escolha própria ou para atender nichos de mercado, como a produção de milho orgânico.
5. Milho Orgânico
É conhecido pelo cultivo sem o uso de sementes transgênicas,fertilizantes químicos ou defensivos sintéticos.
Por conta disso, a produtividade pode ser menor do que a do milho convencional ou transgênico, mas atende a um público específico que busca alimentos livres de agroquímicos.
Cada tipo de milho tem suas exigências, vantagens e desafios. A escolha da variedade ideal deve levar em conta o mercado-alvo, as condições de solo e clima, além da disponibilidade de insumos e tecnologias na propriedade.
Milhos especiais: Pipoca, Doce, Milho-Verde e Minimilho
Os milhos especiais — como pipoca, doce, milho-verde e minimilho — são variedades com características distintas e são cultivados com objetivos específicos.
Cada tipo de grão de milho requer cuidados particulares e pode ter um impacto econômico diferente, tanto para os produtores quanto para as indústrias que os utilizam. Confira:
1. Milho de Pipoca
O milho de pipoca é uma variedade especial que tem grãos menores e uma casca mais espessa, ideal para estourar quando aquecido.
Agronomicamente, esse tipo de milho exige atenção especial no manejo, precisando de clima com temperaturas médias e umidade controlada, além de um solo bem drenado, com boa capacidade de retenção de nutrientes.
A colheita também deve ser realizada no momento certo, com os grãos secos a uma umidade ideal para evitar a perda de qualidade.
A produtividade do milho de pipoca é geralmente menor do que a do milho comum devido ao tamanho menor dos grãos e à necessidade de maior espaço entre as plantas.
Dentro disso, o uso de fertilizantes equilibrados e controle de pragas como lagartas e percevejos é fundamental.
2. Milho Doce
O milho doce é cultivado principalmente para consumo humano direto, sendo utilizado em conserva, congelado ou in natura. Seu maior diferencial é o sabor adocicado, uma característica marcante de suas variedades, como o milho para espiga.
Uma das condições desse tipo de milho é a demanda maior por fertilidade do solo, especialmente em termos de nutrientes como nitrogênio e potássio.
O solo deve ser bem preparado e irrigado para garantir o sabor e a qualidade dos grãos, já que a variedade é sensível a estresses hídricos.
Como a demanda por milho doce é voltada para consumo direto, a qualidade dos grãos e a precocidade da colheita são essenciais.
Por isso o controle de doenças, como a ferrugem e a podridão da espiga, é necessário para evitar perdas econômicas significativas.
3. Milho-Verde
O milho-verde é um tipo de milho consumido na fase jovem, antes de completar a maturação, sendo popular para consumo direto, como em pamonhas e curaus.
O cultivo exige irrigação mais constante e solos ricos em matéria orgânica para garantir o crescimento rápido das plantas e a formação de espigas suculentas.
A fertilização balanceada, com foco em nitrogênio, também é importante para o crescimento vigoroso da planta.
A principal preocupação no cultivo de milho-verde é o tempo de colheita, por precisar ser colhido em um estágio de maturação intermediária, demandando atenção ao ciclo de crescimento e ao clima da região.
A colheita precoce demais pode resultar em espigas de baixa qualidade, enquanto uma colheita tardia pode comprometer a doçura e a maciez.
4. Minimilho
O minimilho é uma variedade de milho com espigas menores, comumente utilizada em snacks e alimentos industrializados, como pipocas gourmet.
Apesar de ser uma variedade mais recente, tem ganhado cada vez mais popularidade no mercado alimentício.
A variedade exige o mesmo manejo básico do milho comum, mas com uma densidade de plantio maior para garantir uma boa produção de espigas pequenas.
As plantas são adaptadas a ciclos mais curtos e, muitas vezes, requerem menos espaço entre si. Isso torna o cultivo compacto, mas a qualidade do solo ainda é essencial para o desenvolvimento das plantas.
O controle de pragas e doenças é um dos grande desafios para a produção de minimilho, pois qualquer dano às pequenas espigas pode comprometer toda a lavoura.
Qual a janela de plantio do milho?
A janela de plantio do milho pode variar dependendo da região e dascondições climáticas locais, mas em geral, segue os seguintes padrões no Brasil:
1. Milho de Verão (Safra principal)
Plantio: O milho de verão é plantado geralmente entre fevereiro e março, quando as condições climáticas são mais favoráveis à germinação e ao crescimento, com boas chuvas.
Colheita: A colheita ocorre entre junho e agosto. Esse milho é geralmente o mais importante para a produção, especialmente na região Centro-Sul do Brasil.
2. Milho Safrinha (Segunda safra)
Plantio: O milho safrinha é cultivado após a colheita da soja, entre fevereiro e março, mas seu plantio é mais comum em abril. Essa safra é plantada em áreas onde a soja foi colhida mais cedo, aproveitando o clima de outono para um ciclo rápido.
Colheita: Ocorre entre junho e julho, dependendo das condições climáticas e da região. O milho safrinha tem uma janela de colheita mais curta, o que pode ser arriscado dependendo das chuvas.
3. Regiões e Adaptabilidade
Região Sul e Centro-Sul: Nessas áreas, o milho de verão é mais predominante e seu ciclo é mais longo devido às boas condições de clima.
Região Centro-Oeste e Norte: A região é muito voltada para a produção de milho safrinha, aproveitando o ciclo após a soja.
Região Nordeste: O milho é plantado em períodos mais curtos e com maior uso de irrigação devido à falta de chuvas constantes.
Calendário de plantio do milho no Brasil
Região
Período de Plantio
Período de Colheita
Sul
Setembro a Dezembro
Março a Maio
Sudeste
Setembro a Dezembro
Fevereiro a Abril
Nordeste
Outubro a Janeiro
Março a Junho
Norte
Março a Maio
Junho a Agosto
Centro-oeste
Outubro a Dezembro
Março a Maio
Quais são as etapas do ciclo do milho?
O ciclo do milho é composto por diferentes fases que determinam o desenvolvimento da cultura, desde a germinação até a maturação dos grãos. Neste sentido, a cultura pode ser dividida em fases vegetativas (V) e fases reprodutivas (R). Confira:
Fases vegetativas (V)
Germinação e emergência (VE): Ocorre logo após a semeadura, quando a semente absorve água, inicia a germinação e a plântula emerge do solo;
Estabelecimento da plântula (V1-V5): As primeiras folhas se desenvolvem, e a planta começa a formar o sistema radicular. Essa fase é crítica para o crescimento inicial;
Crescimento acelerado e emissão de folhas (V6-VT): O milho desenvolve um número maior de folhas e inicia o crescimento do colmo. A absorção de nutrientes e água aumenta significativamente.
Fases reprodutivas (R)
Emissão do pendão (VT): O pendão, estrutura reprodutiva masculina, se desenvolve e libera pólen para a polinização;
Floração e formação das espigas (R1): A polinização ocorre, e os grãos começam a se formar. Esse é um dos momentos mais sensíveis da cultura, pois estresses hídricos ou nutricionais podem comprometer a produtividade;
Granação (R2-R5): O amido começa a se acumular nos grãos, que passam por diferentes estágios: bolha (R2), leitoso (R3), farináceo (R4) e pastoso (R5);
Maturação fisiológica (R6) – Os grãos atingem a umidade ideal para colheita, e a planta começa a perder água naturalmente. Esse é o ponto de colheita para garantir qualidade e produtividade.
Cada fase do ciclo do milho exige manejos específicos, como controle de pragas, irrigação e adubação, para garantir uma lavoura produtiva e com alto rendimento.
Como preparar o solo para o cultivo do milho?
O preparo do solo é o alicerce para o desenvolvimento saudável do milho. O sistema convencional, com arado e grade, ainda é comum, mas exige atenção para evitar a compactação do solo, o temido “pé-de-grade”.
Alternar implementos, controlar a umidade ideal do solo e considerar métodos conservacionistas, como o plantio direto, são estratégias para preservar a estrutura do solo e otimizar a produção.
Além disso, para cada sistema de preparo, são necessários preparos diferentes. Confira mais informações abaixo:
1. Sistema convencional
O solo é mobilizado com arado e grade para descompactação e incorporação de matéria orgânica. O método pode causar a formação do chamado “pé-de-grade”, uma camada compactada abaixo da superfície que dificulta o desenvolvimento radicular.
Para evitar esse problema, é necessário alternar implementos, manejar a umidade do solo e evitar operações excessivas que possam comprometer sua estrutura.
2. Plantio direto
No plantio direto, a semeadura ocorre sobre a palhada da cultura anterior, sem revolver o solo. Esse sistema conserva a umidade, reduz a erosão e melhora a atividade biológica, além de aumentar a infiltração de água e minimizar a compactação superficial.
Com o tempo, também contribui para a retenção de carbono, melhora a estrutura do solo e reduz a dependência de maquinário pesado, tornando a lavoura mais sustentável e econômica.
3. Plantio mecanizado
O plantio mecanizado garante eficiência na implantação da lavoura, seja no sistema direto ou convencional.
A regulagem das semeadoras é importante para distribuir as sementes de forma uniforme, ajustar a profundidade correta e garantir a compactação ideal do solo.
Esses fatores influenciam diretamente a germinação, o vigor das plantas e a produtividade da lavoura. Além disso, uma calibração precisa reduz desperdícios e melhora o aproveitamento dos insumos.
Correção e adubação do solo para o plantio de milho
A correção e adubação do solo são passos que também entrar no preparo da lavoura de milho, garantindo que a cultura tenha os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável e produtivo.
A calagem é uma das primeiras práticas a serem consideradas, já que corrige a acidez do solo, melhora a disponibilidade de nutrientes e favorece a atividade microbiana.
O ideal é realizar a análise do solo com antecedência para definir a dose correta de calcário e aplicar o produto alguns meses antes do plantio.
Já a adubação deve ser feita com base nas necessidades nutricionais da cultura e nos resultados da análise do solo.
O milho responde bem à adubação fosfatada no sulco de plantio, que estimula o crescimento inicial das raízes. Enquanto o nitrogênio deve ser aplicado em cobertura, de forma parcelada, para melhor aproveitamento e menor risco de perdas por lixiviação.
O uso de adubação orgânica ou de fertilizantes de liberação controlada pode ser uma estratégia para melhorar a eficiência nutricional e reduzir impactos ambientais.
Além disso, a rotação de culturas com leguminosas ajuda a manter a fertilidade do solo, reduzindo a necessidade de adubação nitrogenada.
Irrigação e Fisiologia do Milho
Airrigação do milho, embora não seja regra geral para grãos, é fundamental para sementes, milho-verde e milhos especiais.
A irrigação garante produtividade superior, permite o cultivo em épocas não convencionais e reduz riscos de perdas por estiagem.
A escolha do método de irrigação, como aspersão ou pivô central, e o manejo da irrigação, baseado em sensores de umidade e dados climáticos, são essenciais para o uso eficiente da água.
Outro ponto importante é compreender a fisiologia do milho, como o ciclo de vida, dividido em fases vegetativa e reprodutiva.
A produtividade da cultura está diretamente relacionada a fatores como estresse hídrico e térmico, polinização e formação dos grãos, processos interligados que impactam o desenvolvimento da planta.
Para otimizar o potencial produtivo, você deve monitorar os estágios de crescimento, planejar adequadamente a irrigação e realizara adubação de cobertura no momento certo.
Essas práticas, aliadas a um manejo eficiente, garantem que o milho alcance seu máximo rendimento.
Adubação do milho: Quais são os processos necessários?
A adubação de milho é uma ciência que busca fornecer os nutrientes certos, na dose e no momento ideais. Esse deve ser o ponto de partida em qualquer lavoura.
A calagem, essencial para corrigir a acidez do solo, e a escolha de adubos orgânicos e biológicos, como estercos e inoculantes, complementam a nutrição, promovendo um sistema agrícola mais equilibrado e sustentável.
O processo visa repor os nutrientes essenciais para a planta, otimizando seu crescimento e a formação dos grãos, que pode ser feito por etapas, como:
1. Análise do Solo
Antes de iniciar a adubação, é recomendado para uma análise do solo para entender as carências de nutrientes e a acidez do solo, fatores que impactam diretamente a eficácia da adubação.
O pH do solo também deve ser corrigido, caso seja necessário, para garantir que os nutrientes aplicados sejam absorvidos de maneira eficiente pelas plantas.
2. Principais Nutrientes para o Milho
O milho é uma cultura exigente em nutrientes, sendo essencial garantir que a planta tenha acesso aos três macronutrientes principais: Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), além de outros micronutrientes como cálcio, magnésio e enxofre.
Potássio (K): O potássio ajuda no equilíbrio hídrico da planta, formação de grãos, contribuindo para a resistência a doenças e estresses climáticos.
Nitrogênio (N): Usado no crescimento vegetativo, formação de folhas e caules, sendo essencial para a fotossíntese e o desenvolvimento da planta. A aplicação de nitrogênio deve ser feita na fase inicial e vegetativa do milho, quando as plantas estão se desenvolvendo rapidamente.
Fósforo (P): Necessária para o desenvolvimento radicular e a formação de raízes fortes, além de ajudar na energia da planta, facilitando a fotossíntese. O fósforo é muito importante no momento do plantio e nas primeiras fases de crescimento.
3. Tipos de Adubação no Milho
Existem dois tipos principais de adubação: a adubação de base e a adubação de cobertura, feitas em momentos diferentes. Entenda:
Adubação de Base: Realizada antes ou no momento do plantio, é a aplicação de fertilizantes que fornecem os nutrientes essenciais para o início do desenvolvimento das plantas. Normalmente, é aplicada a maior parte do fósforo e potássio, que são nutrientes essenciais logo nas fases iniciais. Essa adubação pode ser feita por meio de fertilizantes misturados ao solo.
Adubação de Cobertura: É realizada durante o ciclo da cultura, após o estabelecimento inicial da planta. Normalmente, o nitrogênio é fornecido nessa etapa, pois o milho demanda uma maior quantidade desse nutriente durante seu crescimento vegetativo. A adubação de cobertura pode ser feita por meio de aplicação foliar ou no solo, dependendo da necessidade da cultura e da disponibilidade de tecnologia, como a utilização de semeadoras de plantio direto.
4. Estratégias de Adubação de Milho
O manejo adequado da adubação no milho pode ser otimizado por algumas estratégias, como adubação nitrogenada, inoculação com microrganismos e fertilização foliar.
Adubação Nitrogenada: O uso de fertilizantes nitrogenados deve ser feito com cuidado para evitar perdas, principalmente por volatilização. A aplicação do nitrogênio precisa ser em doses fracionadas, de modo que a planta receba a quantidade exata no momento que mais precisa.
Inoculação com Microrganismos: Utilizar biofertilizantes ou inoculantes, como a inoculação com bactérias fixadoras de nitrogênio, pode ajudar na eficiência do uso dos fertilizantes nitrogenados.
Fertilização Foliar: A aplicação de fertilizantes diretamente nas folhas pode ser uma estratégia eficiente para fornecer nutrientes, especialmente durante o período de maior demanda, como na fase de enchimento de grãos.
5. Épocas de Aplicação
Antes do Plantio: A aplicação de fósforo, potássio e, às vezes, uma parte do nitrogênio, deve ser feita antes ou durante o plantio.
Durante o Crescimento Vegetativo: A adubação nitrogenada deve ocorrer, em geral, de 30 a 40 dias após o plantio, quando a planta está na fase de maior crescimento.
Durante a Formação dos Grãos: A adubação de cobertura pode ser reavaliada durante a fase reprodutiva, se necessário, especialmente em solos de baixa fertilidade.
6. Cuidado com a Superdosagem
É importante não aplicar fertilizantes em excesso para não prejudicar o crescimento do milho e causar danos ao meio ambiente, como a contaminação das águas subterrâneas.
As recomendações de adubação devem sempre seguir as orientações da análise do solo e os dados técnicos, evitando a aplicação em excesso.
Defesa da Lavoura: Manejo de Pragas, Doenças e Plantas Daninhas do Milho
O manejo de plantas daninhas, doenças e pragas no cultivo do milho exige estratégias eficientes e bem planejadas. A fitotoxicidade por herbicidas, por exemplo, exige atenção na escolha e aplicação de produtos, para evitar danos às plantas.
O controle preventivo, como o uso de sementes de qualidade e a limpeza de equipamentos, aliado a práticas culturais, como rotação de culturas e espaçamento adequado, são fundamentais para manter a lavoura saudável.
O manejo integrado de pragas (MIP) surge como uma estratégia sustentável, combinando diversas táticas, como o controle biológico com predadores, parasitoides e patógenos, o uso de variedades resistentes e o monitoramento constante da lavoura.
O controle biológico, com organismos como joaninhas,vespinhas Trichogramma e bioinseticidas, como o Bacillus thuringiensis (milho Bt), são alternativas naturais e eficazes para proteger o milharal.
Além disso, o manejo integrado de pragas também é imposte após a colheita, garantindo a qualidade dos grãos armazenados e prevenindo perdas.
Essas práticas integradas garantem a saúde da lavoura e a qualidade da produção, promovendo uma agricultura mais eficiente e sustentável.
1. Manejo de Pragas
As pragas são um dos maiores desafios para a cultura do milho, podendo prejudicar o desenvolvimento das plantas, reduzir a produtividade e até comprometer a qualidade dos grãos. Algumas das pragas mais comuns são:
Lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda): Ataca principalmente as folhas do milho e pode causar danos severos, afetando o crescimento da planta;
Broca do milho (Sitophilus zeamais): Danifica os grãos, causando perda de qualidade e, muitas vezes, infestação no armazenamento;
Nematoides: Atacam as raízes, comprometendo a absorção de água e nutrientes, resultando em plantas atrofiadas, amareladas e com menor produtividade As principais espécies incluem o Meloidogyne spp., Pratylenchus spp., Helicotylenchus spp. e o Heterodera zeae,.
O manejo de pragas ainda pode ser feito a partir da combinação de técnicas, adaptando para às condições específicas de sua lavoura. Entre as práticas mais eficientes estão:
Rotações de culturas para evitar o acúmulo de patógenos no solo;
Uso de variedades resistentes às principais doenças;
As doenças podem afetar a planta em diversas fases do ciclo, desde o crescimento vegetativo até a fase reprodutiva. Para evitar a proliferação é indicado, em primeiro lugar, saber quais são as principais doenças do milho:
Ferrugem (Puccinia sorghi): Provoca manchas nas folhas e pode reduzir a fotossíntese da planta, afetando a produtividade;
Rizomania: Causada por fungos e bactérias, afeta as raízes e prejudica o crescimento da planta;
Fusariose (Fusarium spp.): Atinge o sistema vascular e pode levar à morte precoce das plantas.
A escolha do método de controle de doenças no milho depende de vários fatores, como o tipo de patógeno, o estágio da cultura, as condições climáticas e o nível de infestação. Apesar disso, algumas técnicas são recomendadas:
Rotações de culturas para evitar o acúmulo de patógenos no solo.
Uso de variedades resistentes às principais doenças.
Aplicações de fungicidas, sempre de acordo com a recomendação técnica.
3. Manejo de Plantas Daninhas
As plantas daninhas competem com o milho por nutrientes, luz e água, prejudicando o desenvolvimento das plantas e afetando a produtividade. Entre as plantas mais comuns estão:
Capim amargoso (Digitaria insularis): Pode se tornar resistente a herbicidas, como o glifosato, exigindo estratégias combinadas, como o manejo químico e cultural;
Cipó-chumbo (Raphanus raphanistrum): Pelo crescimento rápido e capacidade de reprodução, dificulta o manejo, exigindo controle preventivo e químico adequado. A rotação de culturas e o uso de herbicidas seletivos são estratégias eficazes para reduzir sua incidência na lavoura.
Para um manejo eficiente de plantas daninha, também recomendamos combinar diferentes estratégias, como:
Rotação de culturas: Ajuda a quebrar o ciclo das plantas daninhas e reduz sua incidência no solo;
Uso de herbicidas seletivos: Produtos específicos que controlam as invasoras sem prejudicar o milho, aplicados de forma estratégica conforme o estágio da cultura;
Capinas manuais ou mecanizadas: Métodos eficazes em áreas menores ou com alta infestação de plantas daninhas, auxiliando no controle inicial.
Para o processo ser ainda mais efetivo, leve em consideração o tipo de planta invasora, o estágio da cultura e as condições ambientais.
Armazenamento e Economia do Milho: Da Colheita ao Mercado
O armazenamento de milho é um pontos mais importantes para preservar a qualidade da colheita. A secagem de grãos adequada, a aeração eficiente e o controle de pragas são práticas para evitar perdas durante o armazenamento a granel em silos ou em paióis rústicos para a agricultura familiar.
Algumas boas práticas devem ser feitas para preservar sua integridade e reduzir os riscos de contaminação.
O primeiro passo é colher o milho no ponto ideal de umidade (entre 13% e 15%), pois grãos muito úmidos favorecem o desenvolvimento de fungos e micotoxinas. Após a colheita, faça a limpeza e a secagem para evitar fermentação e deterioração.
O milho pode ser armazenado em silos, armazéns graneleiros ou em bags, dependendo da estrutura disponível.
A ventilação adequada e o monitoramento constante da temperatura e umidade dentro dos armazéns são fundamentais para evitar o acúmulo de calor e a proliferação de pragas.
O uso de técnicas como a aeração controlada, o tratamento com inseticidas aprovados e a adoção de um controle rígido contra roedores e outras pragas agrícolas ajudam a manter a qualidade do milho durante o período de armazenagem.
Além disso, a rotação periódica dos estoques e a comercialização dentro do prazo adequado evitam perdas e garantem melhor valorização no mercado.
Armazenamento de milho: Mercado
No Brasil, o milho é um dos principais produtos de exportação, com mercados internos e externos que exigem um alto padrão de qualidade.
Por isso, o armazenado deve atender aos requisitos de classificação, como o teor de umidade, a ausência de impurezas e a integridade dos grãos. Grãos mal armazenados podem perder valor ou até inviabilizar a venda, comprometendo a rentabilidade do produtor.
Com a evolução das tecnologias de monitoramento e controle, como sensores de temperatura e umidade, é possível otimizar o armazenamento, garantindo que o milho esteja em perfeitas condições para a comercialização.
Além disso, o armazenamento em grande escala permite negociar volumes maiores, garantindo melhores preços e acordos com compradores, cooperativas ou empresas de processamento.
É importante considerar que o custo do armazenamento deve ser levado em conta na formação do preço de venda, pois estrutura inadequada ou manutenção deficiente pode resultar em prejuízos financeiros.
Clima e Zoneamento Agrícola para a cultura do Milho
O cultivo do milho é altamente dependente de condições climáticas favoráveis e de um zoneamento agrícola bem estruturado.
A escolha do local e o momento de plantio impactam diretamente a produtividade e a qualidade dos grãos, sendo fatores cruciais para o sucesso da lavoura. Neste sentido, tome cuidado com:
1. Condições Climáticas Ideais para o Milho
O milho requer clima tropical ou subtropical, com temperaturas médias entre 20°C e 30°C durante o ciclo de desenvolvimento. Temperaturas muito baixas ou muito altas podem prejudicar a germinação e o crescimento das plantas.
A cultura também necessita de uma quantidade significativa de radiação solar, que influencia diretamente na fotossíntese e, consequentemente, no crescimento da planta.
O excesso de umidade também pode favorecer o surgimento de doenças, enquanto a escassez de água prejudica o crescimento das plantas e o desenvolvimento dos grãos, afetando diretamente a produtividade
Portanto, o manejo eficiente da irrigação, em regiões onde a precipitação é insuficiente, é essencial para garantir bons resultados.
2. Zoneamento Agrícola
O zoneamento agrícola é a prática de dividir o território em áreas que têm características semelhantes em relação ao clima, solo e outros fatores, permitindo otimizar a produção agrícola de acordo com as condições locais. Para o milho, o zoneamento leva em consideração fatores como:
Temperatura e Estações do Ano: Identificar as regiões que apresentam as temperaturas ideais durante o período de crescimento do milho;
Pluviometria: Mapear as áreas com níveis adequados de precipitação para evitar períodos de seca no ciclo da cultura;
Tipo de Solo: A composição do solo, como pH, fertilidade e capacidade de retenção de água, deve ser analisada para determinar a adaptabilidade do milho àquela região.
Ao aplicar o zoneamento agrícola, é possível identificar as melhores regiões para o cultivo do milho e ajustar o calendário de plantio para evitar os riscos de perdas por clima desfavorável, como secas prolongadas ou geadas fora de época.
3. Impacto do Clima na Produtividade do Milho
O milho é sensível a mudanças climáticas, especialmente durante o florescimento e a formação de grãos. Estresses climáticos, como altas temperaturas durante a polinização, podem reduzir a fertilização e, consequentemente, a produtividade da lavoura.
Já a escassez de chuva nos períodos críticos de enchimento de grãos pode comprometer a qualidade e a quantidade da colheita.
Portanto, a integração do zoneamento agrícola com práticas de manejo adaptativas, como a escolha das variedades mais adequadas ao clima local, são estratégias essenciais para minimizar os impactos do clima e garantir boas colheitas.
Em resumo, o sucesso no cultivo do milho depende de um adequado entendimento do clima e das condições locais, aliados a um bom zoneamento agrícola.
Com essas ferramentas, você consegue planejar melhor o ciclo da cultura, otimizar o uso dos recursos e maximizar a produtividade.
A monocultura consiste no cultivo de uma única espécie vegetal em uma determinada área durante uma ou mais safras consecutivas.
Essa prática permite a concentração no manejo de determinada cultura, o que pode simplificar a mecanização e o uso de tecnologias específicas.
Em regiões onde a monocultura é predominante, como o Cerrado brasileiro, por exemplo, é comum encontrar grandes áreas de soja ou milho manejadas com equipamentos modernos e insumos de alta precisão.
Por outro lado, também pode trazer implicações ambientais e agronômicas, como a redução da biodiversidade, que compromete equilíbrios naturais importantes no ecossistema.
A monocultura é uma das práticas mais antigas e difundidas na agricultura mundial, sendo impulsionado pela crescente demanda por alimentos, fibras e biocombustíveis, especialmente em mercados globais.
Apesar de sua popularidade, a monocultura levanta questões importantes sobreimpactos ambientais, biodiversidade e segurança alimentar.
Enquanto a monocultura se concentra em uma única espécie vegetal, a policultura é um técnica de cultivo que promove a diversidade de cultivos, trazendo uma série de benefícios para o solo e para o sistema produtivo como um todo.
Ao integrar diferentes culturas no mesmo espaço ou ao longo do tempo, a policultura favorece a regeneração natural dos nutrientes do solo, reduzindo sua degradação e aumentando a fertilidade.
Além disso, essa prática ajuda a interromper ciclos de pragas e doenças específicas, diminuindo a necessidade de defensivos agrícolas e promovendo um controle biológico mais eficiente.
A combinação de diferentes espécies também contribui para o equilíbrio ecológico, incentivando a biodiversidade local e aumentando a resiliência da lavoura a condições adversas, como secas, chuvas excessivas ou oscilações de temperatura.
Tipos de monocultura mais comuns
A monocultura é o cultivo de uma única espécie de planta em uma área por um longo período, e algumas das monoculturas mais comuns ao redor do mundo incluem:
Soja: É uma das monoculturas mais predominantes, especialmente no Brasil, Estados Unidos e Argentina. É cultivada em grandes extensões para a produção de óleo, farelo e alimentos.
Milho: Cultivado em várias partes do mundo, especialmente nas Américas. É utilizado para consumo humano, ração animal e produção de etanol.
Trigo: Uma das principais monoculturas em países com climas temperados, como os Estados Unidos, Rússia e China, sendo utilizado principalmente para farinha e produtos de panificação.
Café: O cultivo de café é uma importante monocultura em países tropicais, como Brasil, Vietnã e Colômbia. A produção é altamente concentrada em algumas regiões, especialmente nas áreas de clima favorável.
Cana-de-açúcar: Cultivada principalmente em países tropicais como Brasil, Índia e China. A monocultura de cana é usada para a produção de açúcar e etanol.
Arroz: Em países como China, Índia e Japão, o arroz é cultivado em grandes áreas, especialmente em regiões com sistemas de irrigação adequados. O cultivo intensivo de arroz é uma prática comum na Ásia.
Pinho: Em áreas de reflorestamento e produção de madeira, o pinho é uma monocultura comum, especialmente em países como os Estados Unidos, Canadá e países da Europa, para a indústria de celulose e papel.
Quais as vantagens da monocultura?
A monocultura segue sendo usada na agricultura moderna, apresentando diversos benefícios que contribuem para sua popularidade, especialmente em sistemas de larga escala.
Ao concentrar o cultivo em uma única espécie vegetal, é possível simplificar processos, reduzir custos e investir em tecnologias específicas para aumentar a eficiência. Confira:
1. Facilidade de manejo
A concentração em uma única cultura permite o uso de métodos padronizados, o que simplifica o trabalho e os processos operacionais. Isso é particularmente valioso em sistemas de larga escala.
2. Economia de escala
As produções em grandes volumes geram maior otimização nos custos por unidade, contribuindo para a competitividade no mercado. Por exemplo, o cultivo de cana-de-açúcar é essencial para a produção de etanol no Brasil, que depende de operações altamente organizadas.
3. Adaptação de tecnologias
Equipamentos e insumos podem ser projetados especificamente para atender às demandas dessa cultura, permitindo maior precisão no plantio e colheita.
4. Especialização no manejo
A monocultura permite que produtores se concentrem em aperfeiçoar técnicas específicas para a cultura escolhida, aumentando a eficiência operacional e reduzindo a complexidade das atividades.
5. Padronização na produção
Com uma única cultura, é possível uniformizar a qualidade do produto final, algo essencial para mercados que exigem padrões rígidos, como o de exportação.
6. Viabilização de investimentos em infraestrutura
Grandes áreas destinadas à monocultura justificam o investimento em equipamentos e infraestrutura, como sistemas de irrigação e silos de armazenamento.
Desvantagens da monocultura
Embora a monocultura seja utilizada em muitas fazendas por conta da facilidade de manejo e pela otimização econômica, a prática também tem alguns desafios ambientais, sociais e agronômicos.
A ausência de diversificação no cultivo pode desencadear problemas como a degradação do solo, a perda de biodiversidade e a dependência de insumos químicos, comprometendo a sustentabilidade a longo prazo. Confira:
1. Degradação do solo
A falta de rotação de culturas pode exaurir os nutrientes do solo, levando à compactação e erosão, o que diminui a produtividade ao longo do tempo.
2. Perda de biodiversidade
A monocultura reduz drasticamente a diversidade biológica das áreas cultivadas, prejudicando o equilíbrio ecológico e afetando polinizadores e outros organismos essenciais.
3. Dependência de insumos químicos
Grandes extensões de monoculturas frequentemente requerem o uso intensivo de fertilizantes,herbicidas e pesticidas, o que pode contaminar o solo e os recursos hídricos.
4. Vulnerabilidade a pragas e doenças
A uniformidade genética das plantas torna as monoculturas mais suscetíveis a infestações e epidemias, como já observado com a ferrugem asiática na soja.
5. Impactos sociais
A expansão da monocultura pode levar ao desmatamento e à expulsão de comunidades locais, agravando problemas sociais como a concentração de terras e o êxodo rural.
6. Pressão sobre recursos hídricos
Culturas como cana-de-açúcar e soja demandam grandes volumes de água, o que pode causar conflitos pelo uso da água e afetar ecossistemas locais.
Monocultura no Brasil: Contexto e perspectivas
No Brasil, a monocultura é amplamente praticada em regiões como o Cerrado e o Sudeste, sendo essencial em culturas como soja, milho, cana-de-açúcar e café.
Essas plantações têm um papel relevante na economia nacional, respondendo por grande parte das exportações e do PIB do agronegócio.
No entanto, críticas relacionadas ao desmatamento e à concentração fundiária trazem questões importantes para o debate público.
A adoção de políticas que incentivem a rotação de culturas e sistemas agrícolas mais diversificados surge como uma alternativa promissora para mitigar esses problemas, promovendo maior sustentabilidade e equilíbrio no setor.
O uso de estratégias para controle de doenças pode complementar a prática, garantindo a saúde das culturas e a produtividade.
A combinação de técnicas sustentáveis com materiais de alta eficiência é essencial para enfrentar os desafios atuais e construir um modelo agrícola mais resiliente e sustentável.
Embora a monocultura possa ser eficiente em termos de produção e escalabilidade, ela também apresenta desafios, como a redução da biodiversidade, o aumento de pragas e doenças e o esgotamento do solo.
O Brasil ocupa a terceira posição entre os maiores produtores de milho no cenário global, ficando atrás dos Estados Unidos e da China.
Para a safra 2023/24, a produção nacional foi estimada em 118,5 milhões de toneladas, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
De acordo com um estudo desenvolvido pela Syngenta, a Agroconsult e a Sociedade Brasileira de Nematologia, os prejuízos causados por nematoides do milho podem superar R$ 873 bilhões até 2031, com mais de R$ 110 bilhões relacionados exclusivamente à produção de milho.
Os nematóides do milho são um dos maiores desafios enfrentados pelos produtores, por serem organismos microscópicos e podem causar perdas econômicas expressivas.
Principais sintomas de nematoides do milho
Os nematóides do milho podem causar danos severos, especialmente no sistema radicular,comprometendo a absorção de água e nutrientes.
Embora os sintomas sejam mais visíveis em cultivos como a soja, onde é comum a formação de reboleiras, no milho o impacto é mais silencioso, mas igualmente prejudicial.
Identificar os sinais logo no início, pode salvar a lavoura. Neste sentido, fique de olho se a plantação apresentar:
Manchas desuniformes no campo: áreas com plantas de diferentes alturas e vigor;
Folhas amareladas: indicativo de deficiência de nutrientes;
Raízes deformadas ou com galhas: sinal clássico de ataque de Meloidogyne spp.
Redução no desenvolvimento: perceptível em períodos de estresse hídrico.
Esses sintomas geralmente são mais visíveis em solos com histórico de compactação ou baixa fertilidade.
Ciclo de vida dos nematóides no solo
Os nematóidestêm um ciclo de vida complexo que inclui as fases de ovo, larva e adulto. As condições ambientais, como temperatura e umidade, influenciam diretamente sua reprodução e atividade.
Em solos compactados ou mal manejados, os nematóides encontram condições ideais para sua multiplicação.
Além disso, práticas como o uso de maquinário contaminado e o cultivo contínuo de culturas hospedeiras contribuem para a dispersão e o aumento das populações.
Asplantas daninhas e tigueras também são importantes hospedeiras para essas pragas, mantendo sua população ativa mesmo na ausência de uma cultura principal.
Espécies de nematóides que atacam o milho
Os nematóides do milho podem atacar as plantas em qualquer estágio de desenvolvimento após a eclosão do ovo. Por esse e outros motivos, omanejo adequado desde o início do ciclo é tão importante.
A falta de cuidados pode gerar danos devastadores, causando perdas significativas na produção de milho, que podem chegar a 50% em situações de alta infestação na fase inicial.
Você não precisa passar por esse problema se souber identificar os parasitas. Confira a lista que preparamos abaixo:
1. Meloidogyne spp. (nematóide das galhas)
Este tipo de nematóide induz a formação de galhas nas raízes, que são estruturas que dificultam a absorção de nutrientes e água, resultando em plantas debilitadas.
O seu ciclo se completa no solo e nas raízes hospedeiras, passando por fases de ovo, larva e adulto, também sendo comum nas culturas da soja, tomate, algodão, batata e cenoura.
Figura 2. Galhas em raízes de milho causadas pela atividade do nematoide-das-galhas. Fonte: NCStateExtension, 2022.
2. Pratylenchus spp. (nematóide das lesões radiculares)
Ataca diretamente as células radiculares, provocando lesões que servem como porta de entrada para patógenos secundários, como fungos e bactérias.
O Pratylenchus spp. é um nematoide do milho classificado como endoparasita migrador, o que significa que ele se desloca e se alimenta dentro dos tecidos das plantas.
Já o Pratylenchus zea é frequentemente encontrado em áreas cultivadas com gramíneas, enquanto o P. brachyurus ocorre com maior frequência em sistemas de rotação que incluem culturas como soja e algodão, devido à sua ampla gama de hospedeiros.
Entre os principais sintomas estão lesões escuras e necroses nas raízes, além da redução das radicelas, consequências diretas da alimentação e deslocamento dos nematoides nos tecidos vegetais.
Figura 3. Lesões necróticas em raízes de milho causadas pelo nematoide-das-lesões. Fonte: ExtensionAUS, 2017.
Quais danos os nematóides do milho causam?
Os nematóides do milho causam danos diretos às raízes, como necroses e deformações, além de comprometerem a estrutura do sistema radicular. Esses danos facilitam a entrada de patógenos secundários, resultando em doenças como:
1. Podridão radicular causada por Fusarium spp.: agravada por lesões feitas pelos nematóides. 2. Murcha bacteriana: nematóides abrem portas para infecções bacterianas. 3. Deficiências nutricionais generalizadas: decorrentes da incapacidade das raízes de absorver nutrientes adequadamente.
A identificação de nematoides do milho é um desafio para os produtores, devido ao fato de os sintomas serem confundidos com deficiências nutricionais ou outras condições adversas, como estresse hídrico.
No entanto, observar o comportamento das plantas, combinado com análises de solo e raízes, pode ajudar a diferenciar os tipos de nematoides que afetam a lavoura de milho.
Os nematoides das lesões (Pratylenchus spp.) se destacam pela presença de lesões necróticas nas raízes, redução das radicelas e a formação de reboleiras, onde as plantas apresentam porte reduzido.
Por outro lado, os nematoides das galhas (Meloidogyne spp.) induzem a formação de galhas características nas raízes, associadas a deformações radiculares e sintomas de amarelecimento das folhas, especialmente em infestações severas.
Além desses, há os nematoides ectoparasitas, que vivem no solo ao redor das raízes e causam sintomas menos evidentes na parte aérea. Apesar de sua ação ser mais discreta, a redução do crescimento radicular é um indicador importante de sua presença.
A tabela a seguir fornece um panorama detalhado dos sintomas associados a cada tipo de nematoide e as características que os diferenciam no campo, facilitando o diagnóstico e o manejo adequado.
Tipo de Nematoide
Sintomas Característicos
Diferenciação em Campo
Nematoide das Lesões (Pratylenchus spp.)
– Lesões necróticas nas raízes – Redução das radicelas – Reboleiras com plantas menores
Lesões distribuídas ao longo das raízes e ausência de galhas visíveis.
Nematoide das Galhas (Meloidogyne spp.)
– Formação de galhas nas raízes – Deformação radicular – Amarelecimento das folhas
Presença de galhas visíveis e deformidades marcantes nas raízes.
Nematoides Ectoparasitas
– Redução no crescimento radicular – Sintomas menos evidentes na parte aérea
Geralmente não causam galhas ou lesões visíveis; vivem ao redor das raízes.
Fonte: ExtensionAUS, 2017.
Manejo integrado: Melhor solução para Nematóides do milho
A forma mais eficiente de controlar nematóides no milho é por meio de um manejo integrado, que combina práticas culturais, biológicas e químicas. Confira algumas estratégias indispensáveis:
Rotação de culturas: Alternar o cultivo com plantas não hospedeiras, como Crotalaria spp. ou Brachiaria spp., reduz a população de nematoides de forma significativa.
Cultivares resistentes: Escolher híbridos de milho com menor fator de reprodução de nematoides ajuda a mitigar os danos às lavouras.
Controle biológico: Organismos como Bacillus amyloliquefaciens oferecem uma solução sustentável, unindo ação nematicida ao fortalecimento das plantas.
Uso de nematicidas químicos: Deve ser uma medida complementar, reservada para áreas com altas infestações e sempre sob recomendação técnica.
Adubação orgânica: Contribui para a biodiversidade do solo, favorecendo o equilíbrio natural e estimulando a ação de inimigos naturais dos nematoides.
Para potencializar os resultados no manejo sustentável, o Aegrooferece o uso do NDVI, permitindo monitorar a saúde das lavouras de forma prática e precisa, identificando áreas com possíveis estresses antes mesmo que os sintomas sejam visíveis a olho nu.
Assim, você pode direcionar o manejo de nematoides e outras práticas com maior eficiência, otimizando recursos e maximizando os resultados na sua produção agrícola. Faça uma demonstração e conheça a plataforma!