Ferrugem asiática: 5 dicas para combater a doença

A ferrugem asiática da soja é uma das doenças mais severas e preocupantes da cultura no Brasil. 

Considerada uma doença foliar, pode reduzir a produtividade da lavoura em até 90%, gerando impactos econômicos expressivos e prejuízos difíceis de reverter.

Segundo a Embrapa, os custos com o manejo da ferrugem da soja ultrapassam US$ 2,8 bilhões por safra no Brasil. 

Isso mostra que identificar rapidamente os sintomas, conhecer o ciclo da doença e aplicar o manejo correto é indispensável para manter a lavoura sadia e produtiva.

Neste artigo, vou te explicar de forma simples e direta tudo o que você precisa saber sobre a ferrugem asiática da soja no Brasil, respondendo às principais dúvidas dos produtores.

O que causa a ferrugem asiática da soja?

A ferrugem asiática é uma doença foliar causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Esse patógeno se desenvolve nas folhas da planta e pode atingir qualquer ciclo da cultura, desde a emergência até a fase final de desenvolvimento.

O fungo se espalha pelo vento e precisa de umidade e temperaturas amenas para infectar a planta. Com condições favoráveis, o ciclo do patógeno é rápido, com repetições a cada 6 a 9 dias.

Além disso ela, tem diversos hospedeiros. São cerca de 150 espécies de leguminosas, incluindo o feijão-comum e a soja-perene em todas as regiões do país, da família Fabaceae.

Algumas plantas daninhas podem serhospedeiras alternativas da ferrugem asiática na entressafra, exigindo monitoramento e controle para evitar a sobrevivência do fungo.

Há relatos que indicam a ocorrência em espécies como corda-de-viola, leiteira, kudzu e beiço-de-boi, especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil.

A doença surgiu na América em 2001, no Paraguai, chegando ao Brasil meses depois, no Paraná, e hoje está presente em todas as regiões produtoras do país.

Qual é a causa da ferrugem asiática da soja?

A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que só consegue sobreviver em tecidos vivos.

O patógeno se aloja em plantas da soja e outras leguminosas, inclusive daninhas, que funcionam como hospedeiras alternativas.

Durante a entressafra, se houver presença de tigueras ou plantas como corda-de-viola, kudzu e leiteira, o fungo permanece ativo e pronto para se espalhar assim que as condições climáticas forem favoráveis.

Quais são os sintomas da ferrugem asiática?

Os sintomas da ferrugem asiática da soja surgem nas folhas inferiores das plantas, com pontos escuros que se tornam pequenas lesões com aspecto de pústulas (urédias).

Com o tempo, os sintomas se espalham pelas folhas superiores, e as urédias liberam esporos em forma de pó alaranjado.

As folhas infectadas perdem o vigor, ficam amareladas e caem precocemente, reduzindo o enchimento de grãos e, consequentemente, a produtividade.

Para identificar os sintomas, é preciso monitorar e prestar atenção se a planta apresentar as seguintes características:

  • Folhas do terço inferior e médio com pontos escuros;
  • Pústulas na parte de baixo da folha (face abaxial);
  • Presença de esporos alaranjados ao toque;
  • Desfolha precoce e redução no vigor das plantas.

Se você perceber que as folhas estão amareladas e com pontos castanhos-claros, pode ser um sinal de que a ferrugem já está na lavoura a mais de 30 dias. Esse tempo dificulta o controle químico eficaz e causa prejuízos.

Foto ampliada de folha de soja com ferrugem asiática. Pontos avermelhados estão presentes em toda a folha.
(Fonte: Diário de Agrônomo)

Como ocorre o ciclo da ferrugem da soja?

O ciclo da ferrugem da soja começa com a liberação de urediniósporos (esporos) pelas urédias, que são levados pelo vento e se depositam nas folhas sadias. Para que a infecção aconteça, é necessário:

  • Molhamento foliar de pelo menos 6 horas;
  • Temperaturas entre 15 °C e 25 °C;
  • Alta umidade relativa do ar.

Com essas condições, o fungo penetra diretamente pela cutícula da folha e, em poucos dias, os primeiros sintomas surgem. O ciclo se repete rapidamente, ampliando a infecção na lavoura.

A ferrugem da soja precisa de mínimo seis horas de umidade na folha e temperaturas entre 15°C e 25°C para infectar a planta.

As chuvas prolongam a umidade e favorecem a doença e em temperaturas extremas (abaixo de 10 °C ou acima de 27 °C), são necessárias oito horas de molhamento foliar.

Se houver plantas hospedeiras na área, a infecção pode começar mais cedo e, mesmo sem sintomas aparentes, a infecção pode estar avançada no terço médio da planta.

Imagem ilustra o ciclo da ferrugem asiática da soja
(Fonte: Reis e Carmona)

Como combater a ferrugem asiática?

O combate à ferrugem asiática exige um manejo integrado e a combinação de diversas estratégias, já que nenhuma estratégia isolada é capaz de controlar a doença completamente.

Para ajudar nisso, separamos abaixo as principais práticas para reduzir os danos da doença. Veja:

1. Vazio sanitário

Vazio sanitário é o período de 60 a 90 dias sem presença de soja ou tigueras no campo, que reduz a população do fungo na entressafra.

O objetivo da técnica é reduzir o número de esporos do fungo, atrasando a ocorrência da doença na safra.

A partir disso, você também consegue diminuir o uso de aplicações de fungicidas, evitando o surgimento da resistência de populações de patógenos.

2. Calendarização da semeadura

Consiste em estabelecer datas-limite para o plantio de soja, evitando semeaduras tardias que favorecem a infecção precoce da cultura.

Semear a soja no início da época recomendada reduzir os danos causados pela doença, evitando que a soja receba o inóculo nos estádios iniciais de desenvolvimento da planta.

planilha - monitore e planeje a safra de soja de forma automática

3. Uso de cultivares resistentes ou precoces

As variedades resistentes são uma opção para reduzir a necessidade de aplicações e o risco de danos graves. A Embrapa lançou cultivares como a BRS 511 e BRS 539, com bom nível de resistência, que apresentam bom nível de resistência à ferrugem asiática

Essas variedades também demonstram boa adaptação às condições climáticas brasileiras, o que contribui para uma maior produtividade e sustentabilidade no cultivo da soja.

4. Monitoramento da lavoura

Monitore a sua lavoura para definir o momento ideal de controle. Olhe as folhas na parte superior e observe se há pontos escuros. Depois, utilize uma lupa e observe a parte inferior das folhas.

Você deve se atentar se houver a presença de saliências, com aspecto de “vulcão”. O consórcio antiferrugem é uma ótima estratégia para monitorar em tempo real os focos da doença próximos à região de cultivo.

Você pode acessá-lo para registrar a ocorrência da doença em sua propriedade, ajudando outros produtores. Assim, produtores da região e proximidades devem permanecer em alerta e monitoramento das lavouras. 

5. Controle químico ferrugem asiática soja

O controle químico da ferrugem asiática da soja é feito com a aplicação de fungicidas preventivos ou no início dos primeiros sintomas da doença.

Segundo a Embrapa, mais de 68 produtos estão registrados para o controle da ferrugem, distribuídos entre os seguintes grupos químicos:

  • Carboxamidas
  • Estrobilurinas
  • Triazóis

A utilização desses fungicidas previne a pressão de seleção do fungo, evitando o desenvolvimento de resistência. Para otimizar os resultados e prevenir a resistência, algumas práticas recomendadas incluem:

  • Uso de fungicidas com diferentes modos de ação e em rotação, para evitar a aplicação sucessiva do mesmo princípio ativo;
  • Redução das aplicações excessivas de fungicidas, aliada a outras estratégias de controle, como a eliminação de plantas hospedeiras alternativas e o uso de cultivares resistentes;
  • Calendarização da semeadura para evitar o desenvolvimento da doença em períodos de alta pressão.

De acordo com as recomendações do FRAC (Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas do Brasil), as orientações para a utilização de fungicidas são:

  • Estrobilurinas: devem ser aplicadas sempre combinadas com triazóis, triazolintione A e/ou carboxamidas. O controle deve ser iniciado de forma preventiva;
  • Triazóis e Triazolintione: indicados para associação com estrobilurinas;
  • Carboxamidas: devem ser sempre aplicadas em combinação com fungicidas do grupo das estrobilurinas.

Essas estratégias, quando seguidas corretamente, podem maximizar a eficiência do controle químico e reduzir o risco de resistência do fungo à aplicação de fungicidas.

Checklist para manejo da ferrugem asiática da soja

  • Faça um planejamento agrícola bem feito, com todas as medidas de controle possíveis. Planeje a época de semeadura, monitoramento, tipos de fungicidas com diferentes mecanismos de ação, e outros;
  • Sempre monitore a lavoura a procura da ferrugem asiática da soja. Se necessário, peça auxílio de um profissional;
  • Cumpra o vazio sanitário de acordo com o seu estado;
  • Identifique se sua região tem o período de calendarização da semeadura e realize o plantio de variedades precoces;
  • Identifique quais fungicidas você pode utilizar. Faça isso de acordo com dados de redução da severidade da doença, produtividade da cultura e custo;
  • Avalie a possibilidade de utilizar variedades resistentes ou tolerantes na instalação da cultura;
  • Anote as suas atividades, custos e a produtividade da sua lavoura, para te auxiliar na gestão da sua propriedade.

Qual o melhor fungicida para a ferrugem asiática?

Não existe um fungicida isolado considerado o melhor. O ideal é usar produtos com diferentes mecanismos de ação, sempre em misturas e rotações, como recomenda o FRAC Brasil.

Estudos recentes da Embrapa apontam que combinações entre estrobilurinas + triazóis + carboxamidas apresentaram maior eficiência no controle da doença e melhor produtividade.

O que você mais deve levar em consideração, é o uso incorreto dos fungicidas, com repetição de princípios ativos e aplicações em momento inadequado.

Práticas desse tipo tem levado à redução da eficiência desses produtos, tornando a resistência do fungo é uma realidade cada vez maior. Por isso, sempre considere:

  • Rotacionar grupos químicos;
  • Evitar aplicações sucessivas de um mesmo ingrediente ativo;
  • Utilizar sempre nas doses e intervalos recomendados.

Novidades e tecnologias no combate à ferrugem

Estudos indicam que o uso de peróxido de hidrogênio (H2O2) em caldas com fungicidas pode aumentar a eficiência da aplicação, reduzindo em até 44% a severidade da doença.

Outra novidade é o uso de proteínas Harpin, com função de “vacina vegetal”. Estudos mostram incrementos de 3 a 5 sacas por hectare com essa tecnologia.

O uso de software de gestão agrícola também se destaca por oferecer um controle mais preciso da doença, a partir de funcionalidades como:

  • Mapeamento de áreas com focos;
  • Acompanhamento NDVI por satélite;
  • Alertas para aplicações no momento certo;
  • Caderno de campo;
  • Planejamento de safra.

O software de gestão agrícola não apenas otimiza o controle da saúde das lavouras, mas também oferece uma visão mais detalhada e estratégica das operações.

A tecnologia chegou para ser uma aliada, minimizar os riscos e maximizar a eficiência, para melhores resultados para o negócio agrícola.

Ferrugem no milho: Sintomas, identificação e controle

As ferrugens do milho estão entre as principais doenças da cultura, podendo causar perdas de até 65% na produtividade, como no surto registrado no Sul do Brasil na safra 2009/2010.

Entre elas, a ferrugem polissora é a mais agressiva, seguida pela ferrugem branca e a ferrugem comum.

Na safra atual, o avanço da ferrugem polissora tem preocupado produtores em regiões como PR, MS e GO, onde o clima favorece o desenvolvimento do fungo.

O uso de cultivares resistentes, aliado à aplicação correta de fungicidas e ao monitoramento das condições climáticas, é essencial para evitar prejuízos.

Dados da Embrapa Milho e Sorgo mostram que, entre as 315 cultivares disponíveis, apenas 55 apresentam resistência à ferrugem polissora, o que reforça a importância do manejo integrado.

Neste artigo, você vai aprender como identificar os sintomas, diferenciar cada tipo de ferrugem e aplicar as melhores estratégias de prevenção e controle. Proteja sua lavoura com informação e técnica!

O que causa a ferrugem no milho?

A ferrugem no milho pode ser causada por três tipos de fungos: Puccinia sorghi (Ferrugem Comum), Physopella zeae (Ferrugem Branca ou Tropical) ou Puccinia polysora (Ferrugem Polissora).

Esses fungos se desenvolvem em condições climáticas quentes e úmidas, com temperaturas entre 20°C e 30°C e alta umidade.

A ferrugem no milho afeta as folhas da planta, formando pústulas que liberam esporos, que podem se espalhar pelo vento, irrigação ou contato com equipamentos contaminados.

A doença é mais comum em áreas com histórico de infecção e em cultivos com manejo inadequado, como falta de rotação de culturas, uso contínuo de variedades suscetíveis e alta densidade de plantio.

Quando uma lavoura é atingida, pode diminuir o vigor das plantas, o peso dos grãos, antecipar a senescência e levar a perdas na produtividade.

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Quais os tipos de ferrugem no milho?

Os tipos de ferrugem no milho são a Puccinia sorghi, Puccinia polysora e Physopella zeae, todas causadas por fungos.

Embora todas causem danos à planta, a gravidade e os impactos variam de acordo com o patógeno e as condições da sua lavora.

Enquanto algumas formas podem ter um impacto mais moderado, outras, como a ferrugem polissora, são mais agressivas e podem resultar em perdas maiores, tanto na produtividade quanto na qualidade da safra. Confira mais detalhes abaixo:

1. Ferrugem polissora

A ferrugem polissora é considerada a doença foliar mais agressiva na cultura do milho. 

Causada pelo fungo Puccinia polysora, se desenvolve principalmente na parte superior das folhas e também nas bainhas foliares, comprometendo o enchimento de grãos e, consequentemente, a produtividade da lavoura.

Os primeiros sintomas aparecem como pequenas pústulas, de formato circular a elíptico, facilmente visíveis nas folhas infectadas.

As pústulas são pequenas saliências, localizadas nas folhas, que abrigam as estruturas reprodutivas do fungo. Quando se rompem, liberam os urediniósporos (esporos), que são espalhadas pelo vento.

Esses esporos funcionam como as sementes nas lavouras, germinando ao entrar em contato com a planta e causando a infecção, que dá origem à doença.

O estrago é tão grande, que na safra 2009/2010, a região Sul do Brasil registrou epidemias severas de ferrugem polissora nas lavouras de milho, causando inúmeras perdas.

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Figura 1. Detalhes da ferrugem no milho (Fonte: Lucas Silva (2010) em Fitopatologia)

2. Ferrugem comum do milho

A ferrugem comum do milho, causada pelo fungo Puccinia sorghi, é considerada a menos severa se comparada às outras ferrugens do milho.

Essa doença é bastante antiga na cultura do milho e de ampla distribuição pelo país, com sintomas que se manifestam por pústulas elípticas e alongadas em ambas as faces da folha.

A ferrugem comum se manifesta em temperaturas amenas, entre 16°C e 23°C, alta umidade relativa do ar e altitudes elevadas.

Quando está em condições favoráveis, pode causar seca prematura das folhas, redução no ciclo da planta e diminuição do tamanho e peso dos grãos.

A ampla distribuição da doença no Brasil possibilitou que programas de melhoramento genético selecionassem variedades de milho com maior resistência à Puccinia sorghi.

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Figura 2. Ferrugem comum do milho (Fonte: Nicésio F J A Pinto em Panorama/Embrapa)

3. Ferrugem branca do milho ou Ferrugem tropical

A ferrugem branca do milho, ou ferrugem tropical, é causada pelo fungo Physopella zeae, que também gosta de clima quente e úmido.

Os sinais dessa ferrugem no milho começam em ambas as faces da folha, com pústulas pequenas e brancas, que se agrupam em conjuntos paralelos à nervura central da folha.

Com o avanço da infecção, essas pústulas aumentam de tamanho e se espalham por toda a superfície foliar.

A ferrugem branca é mais frequente durante a safra de verão, em áreas tropicais e subtropicais, quando o calor e a umidade são maiores, criando um ambiente propício para a disseminação do fungo.

Por conta disso, algumas regiões são mais suscetíveis a doença, como: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, —especialmente durante a estação chuvosa —, Maranhão, Piauí e Bahia, no interior de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

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Figura 3. Como é a ferrugem tropical? (Fonte: Rodrigo Véras da Costa em Embrapa)

Ferrugem no Milho: Quais os sintomas e como identificar?

DoençaSintomasCondições Ambientais Favoráveis
Puccinia sorghi
(Ferrugem Comum)
Manchas elípticas e alongadas em ambas as faces; esporos de cor marrom-canelaBaixas temperaturas e alta umidade relativa do ar (UR)
Puccinia polysora (Ferrugem Polissora) Manchas pequenas, circulares e elípticas, com cor amarelo e douradoTemperaturas elevadas, e menos dependente da umidade relativa do ar que a ferrugem comum
Physopella zeae (Ferrugem Branca ou Tropical) Pequenos grupos de manchas paralelas às nervuras; esbranquiçadas, amareladas ou castanhasAmbiente úmido e quente

Você pode monitorar o tempo em sua lavoura (região) e relacionar com as condições favoráveis das ferrugens, como na ferrugem tropical, por exemplo:

Para monitorar o tempo você pode utilizar aplicativos gratuitos ou contar com soluções mais específicas, como as de um software de gestão rural.

O Boletim técnico da Epagri pode te ajudar a identificar essas e outras doenças, como também as pragas na cultura do milho.

Como controlar as ferrugens no milho?

A ferrugem no milho precisa ser controlada por manejo integrado que combine práticas culturais, uso de produtos fitossanitários e o monitoramento constante da lavoura.

Além desses cuidados, outras técnicas podem ser usadas para diminuir o impacto do fungo. Veja mais detalhes a seguir:

1. Variedades resistentes

O uso de variedades resistente é a principal estratégia de manejo para as ferrugens no milho.

Pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo relataram que, na safra 2016/2017, foram disponíveis 315 cultivares de milho no mercado brasileiro. Destes, 63 eram resistentes à ferrugem comum, 55 à ferrugem polissora e 59 à ferrugem tropical.

O fungo que causa a ferrugem polissora apresenta uma elevada variabilidade, o que permite uma rápida adaptação às cultivares resistentes disponíveis no mercado. Por isso, é necessário que se continue o trabalho de pesquisa buscando novos genes de resistência.

2. Aplicação de fungicidas

O uso de fungicida para ferrugem no milho é recomendado principalmente no aparecimento das primeiras pústulas, especialmente quando há baixa resistência genética da cultivar utilizada.

A utilização de controle químico é justificável quando ocorre o aparecimento das primeiras pústulas (aplicação foliar) ou quando os campos possuem baixa ou média resistência genética.

As aplicações mais efetivas têm sido as estrobilurinas e dos triazois, nas doses recomendadas pelos respectivos fabricantes.

Os fungicidas combatem as doenças em média até 20 dias após aplicação, dependendo das condições climáticas e do nível da doença.

3. Rotação de Culturas

A rotação de culturas reduz a pressão de doenças, especialmente da ferrugem no milho.

Quando você cultiva outras plantas, como soja, feijão ou sorgo, em áreas que antes estavam com milho, o ciclo do fungo é interrompido, diminuindo as chances de reinfestação.

Com isso, é possível evitar o acúmulo de inóculo do fungo nas lavouras, evitando mais problemas futuras e, principalmente, perdas financeiras por conta do cultivo contaminado.

4. Manejo de Plantas Daninhas

As plantas daninhas podem servir como hospedeiras alternativas para os fungos que causam a ferrugem no milho.

Por isso, o controle eficiente de plantas daninhas do milho evita que elas se tornem fontes de inoculação para a doença.

O controle pode ser feito tanto com o uso de herbicidas ou práticas de controle mecânico, como capinas, por exemplo.

Guia para manejo de plantas daninhas

5. Plantio em épocas certas

O planejamento do calendário de plantio é importante para evitar o cultivo do milho em períodos climáticos favoráveis ao desenvolvimento do fungo, como no pico das chuvas e nas altas temperaturas.

O plantio antecipado ou no momento certo pode ajudar a escapar da proliferação intensa do fungo, principalmente quando é integrado e combinado a outras estratégias de controle.

O uso de fungicidas e o monitoramento da lavoura, são estratégias simples e que reduzem muito a incidência da ferrugem do milho.

6. Monitoramento da lavoura

O monitoramento da lavoura permite a detecção precoce dos primeiros sinais de infecção e a aplicação de medidas antes que a doença se espalhe.

Inspeções regulares nas lavouras, com foco nas folhas inferiores onde as pústulas podem aparecer, são ótimas para identificar os primeiros sintomas, como manchas amareladas ou laranjas.

A tecnologia é outra aliada, com o uso de drones e sensores de imagem, tem facilitado o monitoramento em larga escala, com identificações mais precisas de áreas infectadas.

Além disso, o monitoramento climático é outro ponto que pode ajudar muito na identificação da ferrugem.

Para otimizar o processo, softwares de gestão rural, com NDVI, oferecem orientação personalizadas, caderno de campo, planejamento preciso da lavoura e gestão de recursos.

Com esses recursos, é mais fácil de identificar problemas como a ferrugem no milho, podendo antecipada e implementar estratégias de controle mais eficientes.

O que fazer após a colheita de soja?

O Brasil é um dos maiores produtores de soja do mundo, com uma área cultivada que ultrapassa 43 milhões de hectares e uma produção anual que gira em torno de 150 milhões de toneladas

A soja é a principal cultura do agronegócio brasileiro, movimentando a economia e influenciando diretamente os mercados de exportação, pecuária e biocombustíveis

No entanto, para garantir que a produção se mantenha competitiva e rentável, é preciso ter um bom manejo pós-colheita, evitando perdas, assegurando a qualidade do grão e preparando o solo para as próximas safras.

O pós-colheita de soja envolve processos que vão desde o transporte, secagem, armazenamento e classificação dos grãos até o manejo adequado do solo, garantindo uma lavoura mais produtiva no próximo ciclo. Confira a seguir!

Quais são as etapas da pós-colheita de soja?

A pós-colheita é composta por diversas etapas que garantem a conservação dos grãos e preparam o solo para o próximo plantio.

Cada fase precisa ser conduzida com atenção para evitar perdas e garantir a qualidade da soja. Para isso, recomendamos as seguintes etapas:

  1. Transporte: O transporte deve ser feito rapidamente após a colheita para evitar aquecimento e fermentação dos grãos, o que pode comprometer a qualidade final. Caminhões e carretas devem estar bem vedados para evitar contaminação e perda de umidade;
  2. Secagem: A umidade para armazenamento da soja varia entre 12% e 14%. Umidade acima disso favorece o desenvolvimento de fungos-de-pós-colheita da soja, que comprometem a qualidade e reduzem o preço de mercado dos grãos;
  3. Armazenamento: Silos e armazéns para grãos precisam ser bem ventilados, com controle de umidade e temperatura. A adoção de sistemas de monitoramento previne pragas, fungos e perdas de grãos durante o período de estocagem;
  4. Classificação: Os grãos são classificados conforme a qualidade, teor de umidade e presença de impurezas. Quanto maior a qualidade, maior o valor de mercado da soja;
  5. Manejo do Solo: Após a colheita, o solo precisa ser preparado para o próximo plantio. A adoção de plantas de cobertura pós-colheita da soja ajuda a manter a fertilidade e proteger contra erosão e compactação.

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Qual a relação da colheita com a qualidade da soja?

A colheita é uma das fases mais críticas no ciclo produtivo da soja, influenciando diretamente a qualidade do grão e a rentabilidade da lavoura. Além disso, a lavoura está exposta a diversos riscos, seja para consumo direto ou para a produção de sementes.

O momento ideal para iniciar a colheita ocorre quando a soja atinge o estádio R8, de acordo com a escala fenológica de Fehr e Caviness (1977)

Nessa fase, as vagens e hastes apresentam cor amarela a marrom, e os grãos possuem teor de umidade adequado para colheita.

A colheita tardia pode levar a perdas quantitativas e qualitativas, resultando em grãos danificados, fermentação e aumento da presença de impurezas.

Dessa forma, ajustar corretamente o maquinário, monitorar as condições climáticas e realizar a colheita no tempo certo são medidas essenciais para garantir um produto de alta qualidade e minimizar os riscos dessa etapa.

Colheita da soja evolui de 17% para 30% na última semana no Paraná ...

Figura 2– produção agrícola de soja no Brasil. Créditos: AEN PR (2023).

O que são perdas pós colheita de soja?

As perdas pós-colheita ocorrem quando a soja sofre danos que reduzem sua qualidade e quantidade comercializável.

É comum que as perdas aconteçam por fatores, como ataque de fungos, quebras mecânicas, umidade excessiva e pragas.

As perdas podem ser classificadas em quantitativas (quando ocorre redução no volume de grãos armazenados) e qualitativas (quando a qualidade da soja é comprometida por contaminantes e fatores externos).

A redução dessas perdas depende de boas práticas durante todas as etapas da pós-colheita, como indica a tabela abaixo.

Fatores de PerdasImpacto Estimado (%)
Planejamento inadequado da lavouraVariável
Dessecação pré-colheita mal executadaAté 5%
Altura da planta e umidade dos grãosAté 15% (em áreas acamadas)
Colheita mecanizada sem ajustes adequadosVariável
Perdas nos mecanismos internos da colheitadeira15% a 20%
Barra de corte da plataformaAté 64% das perdas totais

Tabela 1. Principais fatores de perdas e seus impactos estimados durante a colheita de soja no Brasil. Fonte: Agroadvance (2024) e Silveira, 2024.

Quais são as técnicas utilizadas para diminuir as perdas pós-colheita de soja?

A pós-colheita de soja é uma fase que influencia diretamente na qualidade dos grãos e na rentabilidade da safra. 

Mesmo com uma colheita bem planejada, perdas podem acontecer por conta de umidade inadequada, armazenamento e ataque de pragas, por exemplo.

Para evitar desperdícios e garantir a conservação dos grãos até a comercialização, é necessário adotar boas práticas, como:

  1. Monitoramento da umidade: Evita o desenvolvimento de fungos-de-pós-colheita da soja, garantindo a preservação da qualidade;
  2. Ventilação adequada nos silos: Evita superaquecimento e proliferação de pragas e fungos;
  3. Uso de inseticidas e fungicidas no armazenamento: Protege os grãos contra ataques biológicos que podem gerar perdas;
  4. Manejo correto do solo: Controlar plantas daninhas em pós-colheita da soja melhora a estrutura e saúde do solo, e reduz riscos na safra seguinte;
  5. Adoção de plantas de cobertura: Reduz a erosão e melhora a fertilidade.
planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

O que plantar depois da colheita da soja?

Após a colheita da soja, deixar o solo descoberto pode trazer problemas, como erosão, compactação e perda de nutrientes. Além disso, a escolha da cultura seguinte influencia na produtividade da próxima safra e na saúde do solo a longo prazo.

Para manter a fertilidade e melhorar a estrutura do solo, recomendamos escolher plantio de plantas de cobertura, como braquiária, nabo forrageiro e milheto, que ajudam a proteger e enriquecer a área.

Outra alternativa é investir em culturas para a segunda safra, como milho safrinha e sorgo, que podem gerar uma renda adicional e otimizar o uso do solo.

O uso de adubação verde, com leguminosas como crotalária e feijão-guandu, também é uma estratégia eficiente para fixar nitrogênio e recuperar o solo, reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos na próxima safra.

A escolha da cultura pós-colheita de soja deve levar em conta o sistema produtivo adotado, o clima da região e os objetivos do produtor rural.

Previsão do preço da soja para 2025

O mercado da soja é um dos pilares da economia global e o Brasil, um dos maiores produtores e exportadores da cultura, tem um papel estratégico no abastecimento mundial.

A soja, presenta na alimentação humana, na produção de ração animal e ba fabricação de biocombustíveis, ter uma forte influência na balança comercial brasileira.

Nos últimos anos, o preço da soja apresentou variações, impulsionado por fatores climáticos, geopolíticos e econômicos.

Produção de Soja no Brasil para 2025

O Brasil segue como um dos principais produtores e exportadores de soja do mundo. Para a safra 2024/25, a produção está estimada em 169 milhões de toneladas, um aumento em relação às safras anteriores. 

Esse crescimento reflete o avanço da tecnologia agrícola, a expansão da área plantada e o uso de práticas de manejo mais eficientes.

As principais regiões produtoras, como Mato Grosso, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, devem manter uma participação expressiva na produção nacional. 

No entanto, as condições climáticas, como a influência do El Niño ou La Niña, podem impactar diretamente o desempenho das lavouras e, consequentemente, o preço da soja.

Qual a previsão para a safra de soja 2025?

A previsão da safra de 2025 aponta para um volume recorde de 169 milhões de toneladas no Brasil. Esse resultado depende de fatores climáticos favoráveis e de uma boa gestão agronômica. 

No cenário internacional, é esperado uma produção global de 427,1 milhões de toneladas, com destaque para a recuperação da produção na Argentina, estimada em 50 milhões de toneladas.

A implementação de estratégias de manejo adequado e monitoramento contínuo vão ajudar a garantir que a safra alcance seu potencial máximo e contribua para a manutenção da competitividade do Brasil no mercado global.

planilha - monitore e planeje a safra de soja de forma automática

Estoques globais e o impacto no preço da soja

A expectativa é de que os estoques finais globais alcancem 131,9 milhões de toneladas, representando um aumento de 17,6% em relação ao ciclo anterior. 

Esse crescimento ocorre devido à expansão da produção global, não acompanhada pelo consumo no mesmo ritmo.

No Brasil, o estoque final da safra 2024/25 está projetado em 33,5 milhões de toneladas, acima dos 28 milhões de toneladas da safra anterior, mas ainda abaixo dos níveis observados em anos anteriores.

Estoques elevados tendem a pressionar o preço da soja para baixo, uma vez que indicam maior disponibilidade do grão no mercado. 

As políticas de exportação dos países produtores, variações no câmbio e os custos logísticos também influenciam a formação dos preços.

A demanda chinesa, que representa a maior fatia das importações globais de soja, será um fator determinante para a sustentação das cotações, especialmente diante das incertezas no mercado internacional.

Diante desse cenário, o monitoramento constante das tendências de mercado e o uso de estratégias de comercialização vão fazer diferença para otimizar a rentabilidade da safra.

Fatores que influenciam o preço da soja

Os impactos climáticos são um dos principais fatores de impacto na produção e, consequentemente, nas cotações da soja

A dinâmica de oferta e demanda global, os estoques finais, os custos logísticos e as políticas comerciais dos principais países produtores e importadores influenciam diretamente o mercado, além de:

  • Taxa de câmbio: A valorização ou desvalorização do real frente ao dólar influencia diretamente a competitividade da soja brasileira no mercado internacional.
  • Custo de produção: Os preços dos insumos agrícolas impactam o custo final da produção e, consequentemente, o preço da soja.
  • Política internacional: Questões geopolíticas podem afetar o fluxo comercial e as cotações da soja.
Missão Safra 2024 | Comercialização de grãos, mercado futuro e hedge com Ronaty Makuko

Qual o valor da soja 2025?

As projeções indicam que o preço da soja deve variar entre US$21,4 e US$22,0 por saca no mercado internacional, considerando o período entre janeiro e julho de 2025.

No Brasil, com um câmbio estimado em torno de R$6,00, o preço da soja deve se manter abaixo de R$140,00 por saca.

As oscilações no câmbio e nos custos logísticos podem impactar diretamente a competitividade da soja brasileira no mercado externo.

Outro ponto de atenção é o comportamento dos prêmios de exportação nos portos brasileiros, que podem alterar os valores pagos ao produtor.

Caso a safra americana tenha alguma quebra de produção ou a demanda global aumente além do esperado, os preços podem apresentar recuperação ao longo do ano.

Qual a probabilidade da soja subir?

A probabilidade da soja subir em 2025 está ligada a fatores como: quebras de safra em países produtores, aumento da demanda internacional e oscilações cambiais significativas.

Se ocorrerem condições climáticas adversas em regiões produtoras importantes, a tendência é de alta nas cotações da soja

Por outro lado, os estoques globais elevados podem limitar o potencial de valorização.

Qual a previsão do preço da soja no futuro?

As previsões para o preço da soja em 2025 tem algumas divergências entre os analistas. De acordo com portais de notícias, é esperado que o preço da soja se mantenha abaixo de R$140,00 por saca, considerando um câmbio de R$6,00 por dólar, por conta da produção e estoques mundiais recordes.

É prevista uma recuperação nos preços, fundamentada no aumento contínuo da demanda global e na expectativa de estoques estáveis, o que poderia impulsionar os preços no mercado internacional

É importante entender que o mercado de soja é influenciado, principalmente, pelo clima e as políticas comerciais, o que pode resultar em volatilidade nos preços ao longo do ano.

Leia também:

Pacto da soja: O que é, o que muda e quais os impactos?

O Pacto da Soja é uma iniciativa que tem gerado discussões entre produtores, indústrias e organizações ambientais. 

Projetado para substituir a antiga Moratória da Soja, o pacto busca unir sustentabilidade e produtividade, trazendo impactos diretos para quem vive do agronegócio. 

Mas o que exatamente é o Pacto da Soja? Neste artigo, vamos responder às principais dúvidas sobre o tema e esclarecer como você, produtor rural, pode se preparar para as mudanças que estão por vir.

O que é o Pacto da Soja?

O Pacto da Soja é um compromisso que busca alinhar a produção de soja a boas práticas ambientais e sociais.

Criado para substituir à Moratória da Soja, assinada em 2006, o pacto visa evitar a expansão do cultivo de soja em áreas desmatadas após julho de 2008 na Amazônia.

Enquanto a moratória focava exclusivamente no desmatamento na Amazônia, o novo pacto expande o olhar para outros biomas e inclui práticas de conformidade ambiental, rastreabilidade e maior participação dos produtores na discussão.

Moratória da Soja

A Moratória da Soja é um projeto firmado em 2006 para impedir a comercialização de soja cultivada em áreas desmatadas da Amazônia após julho de 2008.

Grandes tradings agrícolas, ONGs e o governo monitoram o desmatamento por satélite e garantem o cumprimento do acordo.

A iniciativa ajudou a reduzir o desmatamento ligado à soja na Amazônia, mas há preocupações sobre seu impacto no avanço agrícola em outras regiões, como o Cerrado.

Quais os objetivos do Pacto da Soja?

O Pacto da Soja surgiu como forma de buscar novas iniciativas ou acordos entre indústria e produtores para regular a produção de soja de forma sustentável.

Desde sua criação, a iniciativa implementou o monitoramento por satélite e auditorias independentes, assegurando mais transparência e incentivando práticas agrícolas sustentáveis. Com isso, os principais objetivos do Pacto da Soja são:

  • Preservação dos biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal;
  • Promoção de boas práticas agrícolas;
  • Garantia de rastreabilidade na cadeia produtiva;
  • Valoração de produtos sustentáveis no mercado internacional.

Essa mudança vem em um momento em que a pressão por sustentabilidade cresce em todo o mundo, especialmente entre os grandes importadores de soja brasileira, como União Europeia e China.

O que pode mudar com o Pacto da Soja?

A adoção do Pacto da Soja traz mudanças para produtores e toda a cadeia do agronegócio. A principal delas é a regularização ambiental conforme o Código Florestal, o monitoramento por talhão em vez da propriedade inteira.

O pacto também pode gerar impactos econômicos e está sendo analisado pelo Cade por possíveis infrações econômicas e ainda pode alterar:

1. Rastreabilidade obrigatória:

  • Os compradores exigirão sistemas que comprovem que a soja foi produzida em conformidade com as regras do pacto;
  • Isso pode demandar investimento em tecnologia para monitoramento e documentação.

2. Adequação à legislação ambiental:

  • Áreas desmatadas ilegalmente não serão aceitas como fonte de produção;
  • Regularização fundiária e do Cadastro Ambiental Rural (CAR) serão fiscalizadas.

3. Valoração do produto no mercado externo:

  • A soja brasileira poderá ser ainda mais valorizada nos mercados que priorizam a sustentabilidade.
  • A certificação ambiental e o monitoramento rigoroso podem aumentar a competitividade da soja brasileira.

4. Maior participação em programas de certificação:

  • Certificações como RTRS (Mesa Redonda para Soja Responsável) podem ser incentivadas;
  • Incentivo para produtores para o acesso a novos mercados e clientes que exigem altos padrões ambientais e sociais.

5. Inovações tecnológicas no campo:

  • Melhora na eficiência operacional, redução de custos, transparência e conformidade com as exigências ambientais, facilitando o acesso a mercados internacionais;
  • Ferramentas de monitoramento remoto e sistemas integrados para rastreamento da produção podem ganhar espaço, trazendo modernização às propriedades.
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Por que o Pacto da Soja é tão importante para o agronegócio?

A relevância do pacto vai além das questões ambientais, por responder às exigências de mercados internacionais e consumidores cada vez mais preocupados com a origem dos produtos que consomem.

A iniciativa também contribui para fortalecer a imagem do Brasil como um fornecedor responsável de soja, capaz de atender a critérios rigorosos de responsabilidade social e ambiental, além de colaborar para:

  • Atendimento a mercados internacionais:
    • Grandes importadores, como a União Europeia e a China, exigem cada vez mais garantia de sustentabilidade na cadeia de produção.
  • Imagem do agronegócio brasileiro:
    • O pacto ajuda a melhorar a percepção da soja brasileira no exterior, reduzindo pressões e boicotes.
  • Competitividade:
    • Ao adotar boas práticas, o Brasil se posiciona como um dos principais fornecedores de soja sustentável no mundo.
  • Conservação dos recursos naturais:
    • Com a preservação dos biomas e solos mais equilibrados, os ganhos em produtividade no longo prazo também podem ser significativos.

Benefícios do Pacto da Soja para Produtores Rurais

Embora muitos produtores temam custos adicionais, o pacto também pode trazer vantagens significativas, como o acesso a mercados internacionais mais exigentes, que priorizam a sustentabilidade e a rastreabilidade.

Ao garantir práticas agrícolas sustentáveis, o pacto pode valorizar o produto, já que consumidores e empresas estão dispostos a pagar mais por produtos que atendem a critérios ambientais e sociais rigorosos, além de:

  1. Acesso a novos mercados:
    • Produtores alinhados ao pacto podem negociar melhor seus produtos em mercados mais exigentes.
  2. Maior previsibilidade no planejamento:
    • Ao evitar a degradação ambiental, garantem-se melhores condições de produção a longo prazo.
  3. Redução de riscos legais:
    • Cumprir as regras do pacto significa estar em conformidade com a legislação ambiental brasileira, evitando multas e embargos.
  4. Incentivos financeiros:
    • Programas de financiamento e crédito rural podem priorizar propriedades sustentáveis.
  5. Valoração da propriedade:
    • Propriedades alinhadas ao pacto tendem a ser mais valorizadas no mercado imobiliário rural.

Desafios do pacto da soja

Apesar desses benefícios, alguns desafios precisam ser enfrentados, como os custos de adequação, pois investir em tecnologia, certificações e regularização fundiária pode ser caro para pequenos e médios produtores.

A falta de informação também é um problema, já que muitos produtores desconhecem os detalhes do pacto e como ele pode impactar suas propriedades.

Há resistência às mudanças em alguns setores do agronegócio, que veem o pacto como uma interferência, além da infraestrutura limitada em muitas regiões, dificultando a implementação de sistemas de rastreabilidade e monitoramento devido ao acesso restrito à tecnologia em áreas remotas.

Calcule seus custos e compare com outras fazendas

Como se preparar para o Pacto da Soja?

O Pacto da Soja representa um novo capítulo para o agronegócio brasileiro que proteger os biomas e atender às exigências de sustentabilidade.

Embora abra portas para novos mercados e valorize a produção nacional, é preciso se preparar para essa mudança. Veja como:

  1. Regularize sua propriedade:
    • Certifique-se de que o Cadastro Ambiental Rural (CAR) esteja atualizado e aprovado.
  2. Invista em tecnologias de monitoramento:
    • Ferramentas como drones e sensores podem ajudar a rastrear e documentar suas práticas agrícolas.
  3. Busque orientação técnica:
    • Consulte engenheiros agrônomos ou cooperativas para entender como implementar boas práticas na sua propriedade.
  4. Participe de programas de certificação:
    • Certificações reconhecidas podem agregar valor à sua produção.
  5. Adote a diversificação de culturas:
    • Essa prática pode ajudar a reduzir os impactos ambientais e aumentar a sustentabilidade da propriedade.

Se você ainda tem dúvidas sobre como se adequar ao pacto, busque orientação com especialistas ou associações de produtores. Essa pode ser uma oportunidade para transformar desafios em ganhos concretos no seu dia a dia!

Cultura da soja no Brasil: Guia Completo do Plantio à Industrialização

A soja é a principal cultura do agronegócio brasileiro, representando não apenas uma importante fonte de renda para produtores rurais, mas também um grande pilar da economia. 

Com uma produção que ultrapassa 120 milhões de toneladas anuais, o país lidera o ranking mundial de produção e exportação deste grão versátil. 

O papel da cultura da soja vai muito além das lavouras, influenciando contratos futuros amplamente negociados nas principais bolsas de valores globais.

Seja você um agricultor experiente ou um iniciante no setor, este guia completo contempla todos os aspectos essenciais da leguminosa, desde o planejamento do plantio até sua industrialização. Confira:

O que é soja?

A soja (Glycine max) é uma leguminosa originária da Ásia, cultivada há mais de 5.000 anos, que se tornou uma das principais commodities agrícolas do mundo.

No Brasil, sua adaptação e desenvolvimento revolucionaram o agronegócio, especialmente a partir da década de 1970, quando houve expansão agrícola no país. 

Ao longo dos anos, se tornou matéria-prima para a produção de alimentos, rações animais, biocombustíveis e produtos industriais.

Rica em proteínas, óleo vegetal e aminoácidos essenciais, a soja é uma fonte alimentar importante tanto para humanos quanto para animais.

Em relação ao clima, a cultura tem uma boa adaptabilidade às condições de solo e clima, crescendo em climas tropicais, subtropicais e temperados. 

Por conta disso, é popular em países como Brasil, Estados Unidos e Argentina, que são os maiores produtores mundiais de soja.

As necessidades básicas da soja incluem solo bem drenado, rico em matéria orgânica e pH equilibrado, além de um clima que ofereça chuvas regulares e temperaturas amenas. Essa combinação de fatores possibilita um crescimento uniforme e produtivo.

Quanto tempo demora a cultura da soja?

O ciclo de cultivo da soja varia conforme a variedade da planta, às condições climáticas e o sistema de manejo adotado, levando de 90 a 150 dias (3 a 5 meses) desde o plantio até a colheita.

Tudo começa com a germinação e emergência (0 a 10 dias), seguido pelo crescimento vegetativo (10 a 45 dias), floração (45 a 65 dias), formação e enchimento de grãos (65 a 120 dias) e, finalmente, a maturação (120 a 150 dias), quando os grãos estão prontos para a colheita. 

Algumas cultivares precoces podem ter ciclos mais curtos, enquanto as de ciclo longo podem levar até 5 meses.

Preparo e Plantio da Soja: Como funciona?

O sucesso da lavoura de soja começa muito antes da semeadura, com o preparo adequado do solo. Isso inclui a correção da acidez e a adequação da fertilidade, essenciais para alcançar alta produtividade.

A semeadura deve ser feita no momento certo, combinada com a fixação biológica de nitrogênio, que forma a base para um desenvolvimento vigoroso da cultura.

Práticas de rotação de culturas também são importantes para melhorar a qualidade do solo, além de ajudar no controle de pragas e doenças.

Além disso, o uso de tecnologia, como semeadoras de alta precisão, garante uma distribuição uniforme das sementes, potencializando o desempenho da lavoura desde o início.

Como se preparar para as principais pragas agrícolas

Cultivares e melhoramento da soja 

A escolha da cultivar adequada é decisiva para o sucesso da lavoura. A boa notícia é que o Brasil tem programas de melhoramento genético mais avançados do mundo, desenvolvendo cultivares adaptadas às diferentes regiões e condições de cultivo do país. 

Essas cultivares não só oferecem resistência a doenças e pragas, como também garantem alto potencial produtivo. 

Os avanços na biotecnologia também têm permitido o desenvolvimento de variedades transgênicas, que são mais eficientes no uso de recursos naturais, como água e nutrientes, proporcionando mais tolerância a condições adversas, como estresse hídrico e temperaturas extremas. 

O melhoramento genético busca características como o aumento da produtividade, a melhoria da qualidade do grão e a otimização do ciclo da soja, tornando a produção mais competitiva e sustentável. 

Essas inovações fazem toda a diferença para que os produtores mantenham a alta produtividade, mesmo frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas e pela demanda crescente do mercado.

Quais são as principais doenças da soja?

Assim como outras culturas, a soja também é atingida por doenças e pragas, que podem comprometer qualquer lavoura. 

A grande maioria dessas doenças são causadas por uma combinação de fungos, bactérias e vírus, variando o impacto dessas, mas geralmente resulta em perdas na produção, redução da qualidade do grão, menor resistência das plantas e até a morte precoce das culturas. 

A compreensão disso e do manejo adequado são o melhor plano de prevenção, garantindo uma lavoura saudável desde o início do ciclo até a colheita. Abaixo separamos uma lista com  as doenças mais comuns que afetam a a cultura da soja:

1. Míldio (Peronospora manshurica)

  • Sintomas: Manchas amarelas ou acinzentadas nas folhas, com pó branco na parte inferior.
  • Impacto: Redução da fotossíntese, o que compromete o crescimento e a produtividade da planta.
  • Controle: Uso de cultivares resistentes e fungicidas.

Mais informações: Como identificar míldio na lavoura?

2. Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)

  • Sintomas: Manchas de cor amarela ou laranja nas folhas, que depois se tornam marrons.
  • Impacto: Pode reduzir drasticamente o rendimento da soja, especialmente se não controlada a tempo.
  • Controle: Fungicidas, rotação de culturas e o uso de variedades resistentes.

Saiba mais: Ferrugem asiática: 6 dicas para controlar a doença

3. Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides)

  • Sintomas: Manchas escuras e pontilhadas nas folhas, vagens e caules, com áreas necrosadas.
  • Impacto: Diminuição do crescimento da planta e da qualidade do grão.
  • Controle: Fungicidas e o uso de cultivares resistentes.

Fique por dentro: Antracnose nas culturas de grãos: Como controlar de modo eficaz?

4. Cercosporiose (Cercospora sojina)

  • Sintomas: Manchas marrons nas folhas, com margens amareladas.
  • Impacto: Diminuição da área fotossintética e, consequentemente, da produtividade.
  • Controle: Fungicidas e práticas de manejo adequadas.

5. Podridão radicular (Phytophthora sojae)

  • Sintomas: Amarelecimento e murchamento das plantas, principalmente em solos encharcados.
  • Impacto: A doença afeta as raízes, comprometendo a absorção de água e nutrientes.
  • Controle: Uso de sementes tratadas com fungicidas e a drenagem adequada do solo.

Mais detalhes em: Como identificar e manejar a podridão radicular em soja?

6. Mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum)

  • Sintomas: Aparecimento de manchas brancas e felpudas nas vagens e folhas, que evoluem para necrose.
  • Impacto: Redução na produtividade e na qualidade dos grãos.
  • Controle: Fungicidas e manejo adequado da rotação de culturas.

Entenda melhor: Mofo-branco: Como identificar, controlar e prevenir?

7. Viroses (Ex: Vírus do mosaico da soja)

  • Sintomas: Manchas mosaico nas folhas, que podem afetar o crescimento da planta.
  • Impacto: Redução do vigor da planta e da produção de grãos.
  • Controle: Controle de insetos vetores, como pulgões, e uso de sementes certificadas.

8. Mancha-alvo (Corynespora cassiicola)

  • Sintomas: Manchas circulares com bordas amareladas nas folhas.
  • Impacto: Comprometimento da fotossíntese, levando à queda precoce das folhas.
  • Controle: Fungicidas e monitoramento da cultura.

9. Bacteriose (Xanthomonas axonopodis pv. glycines)

  • Sintomas: Manchas necróticas nas folhas e caules, com bordas amareladas.
  • Impacto: Pode reduzir o vigor da planta e a produtividade.
  • Controle: Uso de sementes livres de patógenos e práticas de manejo adequadas.

Manejo Fitossanitário da Soja: Melhores métodos 

O controle integrado de pragas, doenças e plantas daninhas é a melhor forma de proteger o potencial produtivo da lavoura, garantindo a sustentabilidade e a eficiência econômica a longo prazo. 

Um manejo integrado eficaz combina diversas abordagens de controle, utilizando métodos biológicos, químicos, culturais e físicos de maneira harmoniosa, reduzindo a dependência de produtos químicos e minimizando os impactos ambientais. 

Cada um desses métodos oferece vantagens específicas e pode ser utilizado de forma combinada para garantir a proteção das lavouras de maneira eficaz e sustentável. Confira: 

1. Métodos Biológicos

O controle biológico é uma abordagem ecológica e muito comum nas fazendas que usa organismos vivos para combater pragas e doenças. 

Esses organismos podem ser predadores naturais, parasitas ou patógenos que atacam as pragas-alvo. Alguns exemplos incluem o uso de insetos benéficos, como joaninhas e vespas parasitoides, que predam pulgões e outros insetos nocivos. 

Além disso, o controle biológico pode envolver a introdução de fungos, bactérias ou vírus que atacam pragas específicas, diminuindo a necessidade de pesticidas. 

2. Métodos Químicos

O controle químico envolve o uso de defensivos agrícolas, como pesticidas, fungicidas e herbicidas, para combater pragas, doenças e plantas daninhas. 

Embora seja uma ferramenta eficaz, o uso indiscriminado de produtos químicos pode causar resistência das pragas e danos ao meio ambiente. 

Por isso, a recomendação é usar defensivos com consciência, monitoramento constante e sempre que possível, alternando os ingredientes ativos para prevenir a resistência. 

O controle químico é ótimo quando usado em conjunto com outros métodos, como o biológico e o cultural, minimizando os impactos negativos.

3. Métodos Culturais

Os métodos culturais são práticas que podem reduzir a pressão das pragas e melhorar a saúde geral das plantas. Algumas dessas práticas incluem:

  • Rotação de culturas: Alternar as espécies cultivadas em uma mesma área ajuda a evitar a proliferação de pragas específicas de uma planta e melhora  a fertilidade do solo.
  • Plantio direto: Ao evitar o revolvimento do solo, essa prática preserva a estrutura do solo e a reduz a germinação de plantas daninhas.
  • Uso de cultivares resistentes: A escolha de variedades com resistência natural a determinadas doenças e pragas reduz a necessidade de intervenções externas.
  • Cobertura do solo: As plantas de cobertura melhoram a retenção de umidade, controlam plantas daninhas e previnem a erosão do solo.

4.Métodos Físicos

O controle físico envolve a aplicação de métodos diretos para controlar pragas e plantas daninhas sem o uso de substâncias químicas. Alguns exemplos incluem:

  • Capinas manuais ou mecânicas: Remoção física de plantas daninhas por meio de ferramentas ou máquinas.
  • Barreiras físicas: O uso de redes, telas ou coberturas para impedir a entrada de pragas, como insetos e roedores.
  • Armadilhas: Instalar armadilhas para capturar insetos ou outros animais prejudiciais à lavoura.
  • Luz e temperatura: O uso de luz ultravioleta ou variações de temperatura para matar pragas em determinadas fases de seu ciclo de vida, ou até mesmo o uso de calor para controlar ervas daninhas.

5. Combinando Métodos

A integração desses métodos de controle é a chave para um manejo eficaz e sustentável. O uso combinado minimiza o impacto de cada método, além de reduzir a dependência de produtos químicos e promover um ambiente agrícola mais saudável. 

Ao priorizar soluções naturais e ecologicamente responsáveis, o manejo integrado não só melhora a produtividade das lavouras, mas também contribui para a preservação do meio ambiente e a saúde do solo.

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Estratégias de Manejo Integrado para Soja

Uma boa estratégia de manejo integrado inclui o monitoramento constante das lavouras, que identifica precocemente sinais de infestações, doenças ou a presença de plantas daninhas, facilitando a tomada de decisões rápidas e eficazes. 

O monitoramento pode ser feito por meio de inspeções regulares no campo, uso de tecnologia de sensores e sistemas de informação geográfica (GIS), que ajudam a mapear as áreas afetadas e a planejar ações corretivas.

Os defensivos devem ser feitos de forma racional e estratégica, respeitando as doses recomendadas e priorizando a rotação de princípios ativos para evitar o desenvolvimento de resistência.

Isso deve ser combinado com práticas culturais como a rotação de culturas, plantio direto, controle de resíduos de cultura e o uso de cultivares resistentes para reduzir a pressão das pragas e doenças. 

Práticas de manejo integrado de plantas daninhas (MIPD), como a rotação de herbicidas e o uso de coberturas vegetais, também são essenciais para prevenir o surgimento de resistência.

A chave para o sucesso está no equilíbrio entre a eficácia econômica e a sustentabilidade ambiental, proporcionando uma agricultura mais rentável e menos impactante para o meio ambiente.

Sistemas de Produção de soja

A soja pode ser cultivada em diferentes sistemas de produção, desde o convencional até modelos mais sustentáveis como a integração lavoura-pecuária e o cultivo orgânico. 

Cada sistema possui suas particularidades e exige um manejo específico para maximizar resultados.

O cultivo consorciado com outras culturas também tem se mostrado eficiente na otimização do uso da terra.

1. Sistema de Plantio Direto (SPD)

O plantio direto é a semeadura da soja diretamente sobre a palha de culturas anteriores, sem o revolvimento do solo, ajudando a preservar a estrutura do solo, reduzir a erosão e aumentar a retenção de umidade

O SPD melhora a fertilidade do solo por meio da cobertura vegetal, o que favorece a sustentabilidade a longo prazo, facilitando o controle de plantas daninhas e a redução de custos com tratos culturais.

2. Sistema de Rotação de Culturas

A rotação de culturas envolve alternar a soja com outras culturas, como milho, trigo ou feijão, ao longo de diferentes ciclos agrícolas e tem como objetivo:

  • Reduzir a pressão de pragas e doenças, uma vez que diferentes culturas atraem diferentes tipos de organismos.
  • Melhorar a fertilidade do solo. O uso do milho, por exemplo, pode ajudar a fixar nitrogênio no solo, beneficiando a soja no ciclo seguinte.
  • Controlar plantas daninhas de forma mais eficaz.

3. Sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP)

No sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), a soja é cultivada junto com a pecuária, alternando a produção de grãos e pastagem em um mesmo espaço ao longo do ano, proporcionando: 

  • Melhor aproveitamento do solo, com a soja sendo cultivada na entressafra da pastagem.
  • Aumento da rentabilidade, já que é possível diversificar as fontes de receita.
  • Maior sustentabilidade, pois a rotação entre as culturas ajuda a reduzir a degradação do solo.

4. Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

O ILPF é um sistema mais avançado que combina a produção de soja, pecuária e florestas, formando uma paisagem mais diversificada, oferecendo vantagens, como:

  • Preservação da biodiversidade, já que as florestas ajudam a manter o equilíbrio ecológico.
  • Diversificação de fontes de renda, com a possibilidade de venda de madeira, carne e soja.
  • Melhoria do ciclo do carbono, pois as árvores ajudam na captura de carbono, contribuindo para a sustentabilidade ambiental.

5. Sistema de Cultivo em Consórcio

No cultivo em consórcio, a soja é plantada junto com outras culturas, como milheto, sorgo ou braquiária, durante o ciclo de cultivo, permitindo que a lavoura:

  • Melhore a cobertura do solo, evitando erosão.
  • Aumente a diversidade biológica, o que pode ajudar a controlar pragas e doenças.
  • Maximize a utilização dos nutrientes do solo, já que diferentes plantas podem acessar nutrientes em diferentes profundidades.

6. Sistemas Intensivos com Alta Tecnologia

Com o avanço das tecnologias agrícolas, muitos produtores de soja adotam sistemas de produção intensivos, que incluem o uso de:

  • Sistemas de irrigação de precisão para garantir que a soja receba a quantidade certa de água.
  • Sensores e drones para monitoramento de pragas, doenças e saúde do solo.
  • Adubação e fertilização de alta precisão, utilizando dados de análises de solo e recomendações de fertilizantes específicos para cada área da lavoura.

Dominar todos os aspectos da produção da cultura da soja, desde o plantio até a comercialização, pode ser um grande diferencial para a qualidade da sua fazenda. 

Com as informações e recursos apresentados neste guia, você está mais preparado para tomar decisões assertivas e maximizar os resultados em sua propriedade.

A integração entre inovações tecnológicas e práticas sustentáveis é o caminho para enfrentar os desafios futuros. Seja você um pequeno produtor ou gestor de grandes áreas, este guia pode ser adaptado às suas necessidades.

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Perguntas Frequentes sobre a cultura da soja

O custo de produção varia significativamente dependendo da região, tecnologia empregada e sistema de cultivo. Em média, pode variar de R$ 3.000 a R$ 5.000 por hectare, considerando todos os custos operacionais e fixos.

A escolha depende de diversos fatores, incluindo mercado-alvo, preço de venda, custo de produção e manejo de plantas daninhas. A soja transgênica facilita o controle de plantas daninhas, enquanto a convencional pode ter maior valor de mercado em alguns casos.

Os principais desafios incluem manejo de pragas e doenças sem agroquímicos, controle de plantas daninhas, maior demanda de mão de obra e processo de certificação. No entanto, o produto final geralmente tem maior valor agregado.

O que é monocultura?

A monocultura consiste no cultivo de uma única espécie vegetal em uma determinada área durante uma ou mais safras consecutivas. 

Essa prática permite a concentração no manejo de determinada cultura, o que pode simplificar a mecanização e o uso de tecnologias específicas. 

Em regiões onde a monocultura é predominante, como o Cerrado brasileiro, por exemplo, é comum encontrar grandes áreas de soja ou milho manejadas com equipamentos modernos e insumos de alta precisão. 

Por outro lado, também pode trazer implicações ambientais e agronômicas, como a redução da biodiversidade, que compromete equilíbrios naturais importantes no ecossistema.

A monocultura é uma das práticas mais antigas e difundidas na agricultura mundial, sendo impulsionado pela crescente demanda por alimentos, fibras e biocombustíveis, especialmente em mercados globais. 

Apesar de sua popularidade, a monocultura levanta questões importantes sobre impactos ambientais, biodiversidade e segurança alimentar.

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Qual a diferença entre monocultura e policultura?

Enquanto a monocultura se concentra em uma única espécie vegetal, a policultura é um técnica de cultivo que promove a diversidade de cultivos, trazendo uma série de benefícios para o solo e para o sistema produtivo como um todo.

Ao integrar diferentes culturas no mesmo espaço ou ao longo do tempo, a policultura favorece a regeneração natural dos nutrientes do solo, reduzindo sua degradação e aumentando a fertilidade.

Além disso, essa prática ajuda a interromper ciclos de pragas e doenças específicas, diminuindo a necessidade de defensivos agrícolas e promovendo um controle biológico mais eficiente.

A combinação de diferentes espécies também contribui para o equilíbrio ecológico, incentivando a biodiversidade local e aumentando a resiliência da lavoura a condições adversas, como secas, chuvas excessivas ou oscilações de temperatura.

Tipos de monocultura mais comuns

A monocultura é o cultivo de uma única espécie de planta em uma área por um longo período, e algumas das monoculturas mais comuns ao redor do mundo incluem:

  1. Soja: É uma das monoculturas mais predominantes, especialmente no Brasil, Estados Unidos e Argentina. É cultivada em grandes extensões para a produção de óleo, farelo e alimentos.
  2. Milho: Cultivado em várias partes do mundo, especialmente nas Américas. É utilizado para consumo humano, ração animal e produção de etanol.
  3. Trigo: Uma das principais monoculturas em países com climas temperados, como os Estados Unidos, Rússia e China, sendo utilizado principalmente para farinha e produtos de panificação.
  4. Café: O cultivo de café é uma importante monocultura em países tropicais, como Brasil, Vietnã e Colômbia. A produção é altamente concentrada em algumas regiões, especialmente nas áreas de clima favorável.
  5. Cana-de-açúcar: Cultivada principalmente em países tropicais como Brasil, Índia e China. A monocultura de cana é usada para a produção de açúcar e etanol.
  6. Arroz: Em países como China, Índia e Japão, o arroz é cultivado em grandes áreas, especialmente em regiões com sistemas de irrigação adequados. O cultivo intensivo de arroz é uma prática comum na Ásia.
  7. Pinho: Em áreas de reflorestamento e produção de madeira, o pinho é uma monocultura comum, especialmente em países como os Estados Unidos, Canadá e países da Europa, para a indústria de celulose e papel.

Quais as vantagens da monocultura?

A monocultura segue sendo usada na agricultura moderna, apresentando diversos benefícios que contribuem para sua popularidade, especialmente em sistemas de larga escala.

Ao concentrar o cultivo em uma única espécie vegetal, é possível simplificar processos, reduzir custos e investir em tecnologias específicas para aumentar a eficiência. Confira:

1. Facilidade de manejo

A concentração em uma única cultura permite o uso de métodos padronizados, o que simplifica o trabalho e os processos operacionais. Isso é particularmente valioso em sistemas de larga escala.

2. Economia de escala

As produções em grandes volumes geram maior otimização nos custos por unidade, contribuindo para a competitividade no mercado. Por exemplo, o cultivo de cana-de-açúcar é essencial para a produção de etanol no Brasil, que depende de operações altamente organizadas.

3. Adaptação de tecnologias

Equipamentos e insumos podem ser projetados especificamente para atender às demandas dessa cultura, permitindo maior precisão no plantio e colheita.

4. Especialização no manejo

A monocultura permite que produtores se concentrem em aperfeiçoar técnicas específicas para a cultura escolhida, aumentando a eficiência operacional e reduzindo a complexidade das atividades.

5. Padronização na produção

Com uma única cultura, é possível uniformizar a qualidade do produto final, algo essencial para mercados que exigem padrões rígidos, como o de exportação.

6. Viabilização de investimentos em infraestrutura

Grandes áreas destinadas à monocultura justificam o investimento em equipamentos e infraestrutura, como sistemas de irrigação e silos de armazenamento.

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Desvantagens da monocultura

Embora a monocultura seja utilizada em muitas fazendas por conta da facilidade de manejo e pela otimização econômica, a prática também tem alguns desafios ambientais, sociais e agronômicos.

A ausência de diversificação no cultivo pode desencadear problemas como a degradação do solo, a perda de biodiversidade e a dependência de insumos químicos, comprometendo a sustentabilidade a longo prazo. Confira:

1. Degradação do solo

A falta de rotação de culturas pode exaurir os nutrientes do solo, levando à compactação e erosão, o que diminui a produtividade ao longo do tempo.

2. Perda de biodiversidade

A monocultura reduz drasticamente a diversidade biológica das áreas cultivadas, prejudicando o equilíbrio ecológico e afetando polinizadores e outros organismos essenciais.

3. Dependência de insumos químicos

Grandes extensões de monoculturas frequentemente requerem o uso intensivo de fertilizantes, herbicidas e pesticidas, o que pode contaminar o solo e os recursos hídricos.

4. Vulnerabilidade a pragas e doenças

A uniformidade genética das plantas torna as monoculturas mais suscetíveis a infestações e epidemias, como já observado com a ferrugem asiática na soja.

5. Impactos sociais

A expansão da monocultura pode levar ao desmatamento e à expulsão de comunidades locais, agravando problemas sociais como a concentração de terras e o êxodo rural.

6. Pressão sobre recursos hídricos

Culturas como cana-de-açúcar e soja demandam grandes volumes de água, o que pode causar conflitos pelo uso da água e afetar ecossistemas locais.

Monocultura no Brasil: Contexto e perspectivas

No Brasil, a monocultura é amplamente praticada em regiões como o Cerrado e o Sudeste, sendo essencial em culturas como soja, milho, cana-de-açúcar e café. 

Essas plantações têm um papel relevante na economia nacional, respondendo por grande parte das exportações e do PIB do agronegócio. 

No entanto, críticas relacionadas ao desmatamento e à concentração fundiária trazem questões importantes para o debate público. 

A adoção de políticas que incentivem a rotação de culturas e sistemas agrícolas mais diversificados surge como uma alternativa promissora para mitigar esses problemas, promovendo maior sustentabilidade e equilíbrio no setor.

O uso de estratégias para controle de doenças pode complementar a prática, garantindo a saúde das culturas e a produtividade.

A combinação de técnicas sustentáveis com materiais de alta eficiência é essencial para enfrentar os desafios atuais e construir um modelo agrícola mais resiliente e sustentável.

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Embora a monocultura possa ser eficiente em termos de produção e escalabilidade, ela também apresenta desafios, como a redução da biodiversidade, o aumento de pragas e doenças e o esgotamento do solo.

Como as perdas agrícolas nas enchentes do RS podem afetar seu estado

As enchentes recentes no Rio Grande do Sul afetaram a produção agrícola e a economia nacional. Soja, trigo, milho, frango, suínos, ovos e pecuária de corte enfrentam desafios significativos. Medidas integradas são essenciais para proteger o abastecimento alimentar e a estabilidade econômica do Brasil. 


Os temporais recentes que devastaram o Rio Grande do Sul resultaram em enchentes históricas, transformando cidades inteiras em zonas de calamidade e causando prejuízos incalculáveis. 

As consequências dessas enchentes vão além das fronteiras do estado, afetando diretamente a produção agrícola e, consequentemente, a economia de todo o Brasil

As perdas agrícolas são particularmente preocupantes, uma vez que o Rio Grande do Sul é um dos principais produtores de grãos e outros produtos agrícolas essenciais para o abastecimento nacional.

Estima-se que aproximadamente 4% da produção nacional de soja, por exemplo, está em risco devido às condições adversas. Além disso, o início do plantio de grãos para a safra 2024-2025, que estava previsto para o terceiro trimestre deste ano, pode ser severamente comprometido. 

As dificuldades no escoamento da safra já colhida, bem como o transporte e armazenamento de grãos, ração animal e outros subprodutos agrícolas, estão causando gargalos significativos. 

Adicionalmente, as pastagens alagadas comprometem a produção de leite, enquanto alguns rebanhos e criadouros de aves foram dizimados pelas enchentes, elevando os custos logísticos e de produção nesses segmentos. A interrupção temporária de parte do setor de serviços também interfere na geração de empregos e na arrecadação do estado, exacerbando os desafios econômicos.

Diante deste cenário, torna-se crucial entender como as perdas agrícolas nas enchentes do Rio Grande do Sul podem afetar seu estado e quais medidas podem ser tomadas para mitigar esses impactos. Desde o mapeamento de áreas de risco até o fortalecimento de infraestruturas e o planejamento urbano resiliente, é fundamental adotar uma abordagem integrada para enfrentar os desafios futuros e proteger a economia e a segurança alimentar do Brasil. 

Boa leitura!

Enchentes e a economia do país 

As recentes enchentes no Rio Grande do Sul transformaram o estado em um verdadeiro cenário de devastação, com impactos que vão muito além das fronteiras gaúchas. 

As imagens e relatos de cidades submersas e populações deslocadas sensibilizaram o Brasil inteiro. Com as águas atingindo níveis históricos, superando o recorde de 1941, a magnitude da tragédia foi exacerbada por uma combinação de fatores climáticos e urbanísticos.

Figura 1. Situação das estradas com importante PIB agrícola para o município— Fonte: Guia da região dos lagos (2024).

A destruição não se limitou apenas às infraestruturas urbanas. O setor agrícola, vital para a economia do Rio Grande do Sul e para o abastecimento de diversos estados brasileiros, sofreu perdas incalculáveis. As lavouras de soja e trigo, fundamentais para o mercado nacional, foram gravemente danificadas, resultando em prejuízos que se estendem para além das fronteiras do estado. A produção de arroz, que representa 70% da produção nacional, também foi severamente afetada em algumas regiões.

Essas perdas agrícolas têm um efeito dominó na economia brasileira, impactando diretamente os preços dos alimentos, a oferta de produtos no mercado e até a balança comercial do país. O aumento dos custos de seguros, os danos ao maquinário e a descapitalização dos produtores são apenas algumas das consequências que afetam diretamente outros estados que dependem dos produtos agrícolas gaúchos.

Além dos impactos econômicos imediatos, há uma preocupação crescente com a segurança alimentar e a estabilidade do abastecimento de alimentos. Estados que importam grandes quantidades de grãos e outros produtos agrícolas do Rio Grande do Sul podem enfrentar “escassez e aumento de preços”, afetando desde os consumidores até os setores industriais que dependem dessas matérias-primas.

Impactos na agricultura brasileira

As recentes enchentes no Rio Grande do Sul causaram uma devastação sem precedentes, com impactos que vão além das fronteiras estaduais, afetando a economia e a segurança alimentar do país como um todo. Com base em estudos de instituições como S&P Global e Itaú Unibanco, é possível antecipar diversos danos colaterais que precisam ser considerados para entender a extensão das consequências e como elas podem impactar outros estados brasileiros.

Impacto na produção de soja

O Rio Grande do Sul é um dos principais produtores de soja do Brasil, e as enchentes recentes representam um risco significativo de perda de aproximadamente 4% da produção nacional.

Perda na safra por conta de enchente no RS é de pelo menos 1 mi de t

Figura 2. Perda na safra por conta de enchente no RS é de pelo menos 1 mi de t Fonte: Amanda Perobelli Reuters. 

Plantio de grãos comprometido

As enchentes impactaram não apenas a colheita atual, mas também o plantio de grãos da safra 2024-2025. Com o início do plantio previsto para o terceiro trimestre deste ano, a preparação do solo e as operações de plantio serão desafiadas, resultando em uma possível redução na produtividade futura. Estados ou empresas que importam grãos do Rio Grande do Sul podem enfrentar uma “escassez de suprimentos”, afetando a indústria de alimentos e a agroindústria.

Dificuldades no escoamento e armazenamento

O escoamento da safra agrícola já colhida enfrenta grandes dificuldades devido aos danos causados pelas enchentes às infraestruturas de transporte. Ferrovias, rotas alternativas e portos estão sobrecarregados ou danificados, tornando o transporte e armazenamento de grãos, ração animal e subprodutos agrícolas mais caros e ineficientes. Esses gargalos logísticos podem resultar em atrasos na entrega de produtos, afetando as exportações e a cadeia de suprimentos interna.

Impacto na produção de leite e criação de animais

As pastagens alagadas comprometem a alimentação do gado, impactando diretamente a produção de leite. Além disso, muitos rebanhos e criadouros de aves foram dizimados pelas enchentes, aumentando os custos logísticos e operacionais desses segmentos. Estados que importam leite e produtos avícolas do Rio Grande do Sul podem enfrentar aumentos de preços e dificuldades de abastecimento.

Setor de serviços e empregos

O fechamento temporário de parte do setor de serviços no Rio Grande do Sul interfere significativamente no mercado de trabalho e na arrecadação de impostos do estado. Isso pode resultar em uma diminuição da renda disponível e do consumo, afetando também outros estados que mantêm relações econômicas estreitas com o Rio Grande do Sul.

Prognóstico e medidas necessárias

Embora a dimensão total dos impactos ainda seja difícil de estimar devido às áreas ainda submersas e à previsão de mais chuvas, é evidente que o período de reconstrução será desafiador. Estados que dependem economicamente do Rio Grande do Sul precisarão se preparar para lidar com os efeitos colaterais dessas perdas agrícolas. Medidas como a diversificação das fontes de suprimento, investimentos em infraestrutura de transporte e armazenamento, e o apoio aos produtores rurais serão essenciais para mitigar os impactos e garantir a continuidade do abastecimento alimentar e a estabilidade econômica.

Às culturas agrícolas

Soja

O Rio Grande do Sul, o segundo maior produtor de soja do Brasil, está enfrentando sérios desafios devido às enchentes. A safra 2023/2024, que era projetada para ser recorde com 22,24 milhões de toneladas, sofreu atrasos no campo e há preocupações crescentes sobre a qualidade das lavouras. O excesso de umidade pode aumentar a acidez do óleo de soja, diminuindo a oferta de boa qualidade para a indústria alimentícia. Estima-se que a colheita não alcance 20 milhões de toneladas, com apenas 70% da área colhida, abaixo da média de 83% dos últimos cinco anos.

Figura 3. Colheita de soja em Tapes – RS, — Fonte: Fábio Eckert e Equipe FieldCrops 19 maio de 2024.

Trigo

Maior produtor de trigo do Brasil, o Rio Grande do Sul produziu 5,2 milhões de toneladas em 2022. A safra 2023/2024 nacional estava estimada em 9,6 milhões de toneladas. No entanto, a ampla oferta de trigo argentino resultou em preços menos atrativos, levando a uma redução da área cultivada no estado.

Milho

A colheita da safra de verão de milho está quase paralisada, com apenas 83% da área colhida até o início de maio. A previsão da Conab indicava uma produtividade 40,3% maior que a última safra, mas as enchentes impediram o progresso.

Frango, suínos e ovos

As chuvas prejudicaram severamente a logística de transporte de frango, suínos e ovos devido a estradas danificadas. Produtores enfrentam dificuldades para adquirir insumos como rações e embalagens. Em 2022, o estado tinha 573 mil cabeças de suínos, sendo o terceiro maior do Brasil. A região Sul concentra a maior parte do abate de frangos do país, que é o maior exportador mundial.

Pecuária de corte

A destruição de pontes e estradas impediu o transporte de animais para abate. Em 2023, 519 mil animais foram abatidos no estado. A falta de infraestrutura está mantendo compradores e vendedores fora do mercado enquanto aguardam a normalização da situação.

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Conclusão

Os temporais no Rio Grande do Sul causaram enchentes históricas, devastando cidades e gerando prejuízos significativos que impactam a economia nacional. As perdas agrícolas são preocupantes, pois o estado é um grande produtor de grãos essenciais para o Brasil.

O plantio de grãos para a safra 2024-2025 está comprometido. As dificuldades no escoamento e armazenamento da safra colhida estão criando gargalos logísticos, elevando os custos e ameaçando as exportações.

A produção de leite está prejudicada pelas pastagens alagadas, e os rebanhos de aves foram dizimados, aumentando os custos de produção. O setor de serviços também foi afetado, prejudicando a geração de empregos e a arrecadação do estado, agravando os desafios econômicos.

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