Inteligência artificial no agronegócio brasileiro

A inteligência artificial no agronegócio não é mais uma promessa: é realidade no campo.

Em um cenário em que as demandas por alimento aumentam e os recursos naturais precisam ser usados com mais responsabilidade, a IA surge como uma aliada para facilitar o dia a dia do produtor.

Seu uso está presente em diferentes etapas da produção agrícola, do planejamento até a comercialização, promovendo precisão nas decisões e otimizando o uso de insumos.

Combinando algoritmos avançados, sensores inteligentes, big data e conectividade, a IA tem redesenhado o jeito de produzir no campo. A transformação já está em curso.

O que é inteligência artificial?

A inteligência artificial (IA) é o conjunto de tecnologias que permitem que máquinas simulem o raciocínio humano.

No agronegócio, é aplicada em tarefas como diagnóstico de pragas, previsão de safra e gestão de operações, com base em dados e padrões extraídos do próprio campo.

A IA combina aprendizado, adaptação e tomada de decisão, facilitando a resolução de problemas mais complexos.

Essa tecnologia é uma combinação de machine learning, deep learning, visão computacional e big data, usada para recomendar manejos agronômicos, identificar problemas na lavoura e melhorar o uso de recursos.

Como a inteligência artificial no agronegócio é usada?

A IA é utilizada no agronegócio em diversas frentes, como no sensoriamento remoto, NDVI, NDRE e GNDVI, por exemplo.

Os softwares de previsão climática também fazem parte disso, mas aplicam modelos baseados em séries históricas e aprendizado de máquina para antecipar eventos como geadas e chuvas intensas.

Já as plataformas de gestão agrícola, como o Aegro, integram dados de produtividade, fertilidade, clima e manejo para sugerir ajustes em tempo real.

A IA ainda está embarcada em tratores e pulverizadores que usam visão computacional e algoritmos como Random Forest e SVM para tomada de decisões em campo.

Além disso, robôs e sensores conectados via IoT automatizam tarefas como irrigação, adubação e colheita, com monitoramento climático remoto e contínuo.

Missão Safra 2023 | Tecnologia para redução de custo na fazenda com Thiago Dangoni

O impulso da agricultura com inteligência artificial

O agronegócio representou 27% do PIB brasileiro em 2024 e segue passando por mudanças com o uso de máquinas autônomas, sensores IoT e algoritmos preditivos

Essas ferramentas aumentam a produtividade em até 20% e reduzem perdas por clima e pragas em até 30%, segundo a Embrapa.

Porém, essa revolução traz novos desafios. Segundo a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), apenas 32% das empresas superaram o déficit de habilidades para operar essas tecnologias.

Profissões como pilotos de drones e operadores remotos de sensores estão em alta, exigindo conhecimento técnico específico e domínio de ferramentas digitais.

Além da capacitação, plataformas de gestão de talentos com aplicação de IA podem ajudar no mapeamento de lacunas e na formação de equipes mais preparadas.

O retorno desse investimento é concreto: empresas que usam IA de forma integrada relatam reduções de 15% a 25% nos custos operacionais.

O futuro do agro depende da integração entre tecnologia, pessoas e propósito, com diagnósticos personalizados e planos de carreira alinhados às novas demandas.

De previsões climáticas mais confiáveis a aplicações precisas, a tecnologia tem mudado o jeito de produzir.

A integração com sensores, drones, tratores autônomos e sistemas de IoT permite uma atuação automatizada, com coleta e análise de dados em tempo real (Jorge et al., 2024).

E este é um cenário em evolução constante: segundo a Markets and Markets (2024), o mercado global de IA na agricultura deve movimentar cerca de US$ 4,7 bilhões até 2028.

Como a IA pode ser uma estratégia no setor agrícola?

Como usar a inteligência artificial no campo?

A inteligência artificial no agronegócio pode ser aplicada desde o planejamento até a comercialização.

No planejamento agrícola, é responsável por analisar os dados históricos da área para identificar zonas de manejo, prever cenários climáticos e otimizar o uso de insumos. 

Durante a produção, permite a automação do plantio, adubação, pulverização e colheita, gerando mapas de variabilidade espacial que guiam o manejo. 

Na comercialização, a IA contribui com a previsão de tendências de preço, auxiliando o produtor a definir o melhor momento para vender ou estocar sua produção (Bernardi et al., 2024).

Aplicações da inteligência artificial na agricultura

As principais aplicações da inteligência artificial na agricultura vão do monitoramento da lavoura até a agricultura de precisão.

1. Monitoramento da lavoura

Os drones na agricultura são as principais ferramentas na coleta de dados para os sistemas de inteligência artificial.

Nos últimos anos, eles ganharam muito espaço e vêm sendo utilizados para identificação de uma série de pontos da lavoura, como:

  • Falhas de plantio;
  • Infestações de plantas daninhas;
  • Ataques de pragas e doenças;
  • Excessos ou falha de irrigação.

Devido às imagens obtidas por eles, as ferramentas de aprendizado de máquina identificam as alterações existentes nas lavouras. Isso permite uma tomada de decisão mais precisa.

2. Clima, tempo e previsibilidade

Os sistemas de previsão do tempo já são velhos conhecidos dos meteorologistas. A inteligência artificial tem refinado ainda mais essas predições.

Os algoritmos de aprendizado de máquina trabalham nos bancos de dados históricos climáticos. Isso aumenta a confiabilidade das previsões.

Associado ao monitoramento de chuvas das fazendas, você pode saber quais talhões precisarão de irrigação suplementar e quais não, por exemplo.

3. Agricultura de precisão e veículos autônomos

O GPS agrícola já faz parte da rotina de muitos trabalhadores do campo. Por isso, o uso de veículos autônomos pode parecer algo comum.

Mas quando esses veículos se conectam a sistemas de inteligência artificial, o impacto na agricultura se torna ainda maior.

Com IA, eles ajustam com precisão suas atividades, como a aplicação automática de fertilizantes com base em mapas de produtividade e análise de solo, além da pulverização direcionada de herbicidas.

Tudo isso é controlado por um sistema central de inteligência artificial, que integra e gerencia as operações no campo.

Tendências e desafios da inteligência artificial na agricultura

Os tipos de inteligência artificial aplicados no agronegócio variam com o nível de complexidade. A IA reativa, mais simples, atua apenas no momento, sem memória ou capacidade de aprendizado. 

A IA de memória, a mais comum no setor agrícola, armazena informações e aprende com elas, sendo usada em tratores autônomos e na robótica agrícola.

Já a IA da mente, ainda em desenvolvimento, busca reconhecer emoções, intenções e estados mentais humanos, com aplicações em robôs sociais. 

Por fim, a IA autônoma representa um estágio avançado, com alta capacidade de processamento e independência, sendo voltada para áreas como pesquisa científica e missões espaciais. 

As bases dessas tecnologias incluem machine learning, deep learning, redes neurais e visão computacional, que permitem reconhecer padrões de solo, doenças e produtividade (Bernardi et al., 2024).

Casos recentes e aplicações no campo

A IA tem sido usada no mercado financeiro do agro para analisar preços e planejar estratégias de venda.

A Embrapa, em 2024, desenvolveu um sistema com IA para identificar ferrugem asiática via drones. 

No mesmo ano, a John Deere lançou tratores autônomos capazes de pulverizar com precisão. Startups como Agrosmart e Solinftec criaram plataformas que integram clima, solo e economia para orientar decisões em tempo real. 

A Aegro desenvolveu uma leitura de romaneios por inteligência artificial que economiza tempo e reduz erros no registro da colheita.

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Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Guia para iniciantes sobre agricultura de precisão 

Você já parou para pensar por que algumas partes do seu talhão produzem mais que outras, mesmo recebendo o mesmo tratamento? 

Essa pergunta é comum para quem vive o dia a dia no campo. A boa notícia é que a agricultura de Precisão (AP) é uma forma de fazer isso. 

O uso de tecnologias agrícolas, como a AP, tem permitido um manejo melhor elaborado e detalhado da propriedade, áreas e culturas. 

Poder plantar a quantidade certa de sementes, fornecer o adubo exato que solo precisa e aplicar defensivos apenas onde a praga realmente está, já é uma realidade.

Neste artigo, você vai conhecer os conceitos e vantagens da agricultura de precisão e quais ferramentas estão tomando conta das lavouras. 

O que é agricultura de precisão?

A agricultura de precisão é uma estratégia de gestão de informações das culturas agrícolas para coletar, processar e analisar dados sobre as variações espaciais e temporais dentro de uma lavoura. 

O objetivo principal é otimizar a produção agrícola, a sustentabilidade da fazenda e a produtividade.

A AP reconhece que sua lavoura não é um algo uniforme. Existem diferenças nas características do solo (fertilidade, textura, umidade), no relevo, na incidência de pragas e doenças, e até no potencial produtivo de cada metro quadrado. 

A agricultura de precisão usa a tecnologia para mapear essas diferenças, permitindo um um manejo “metro a metro”, aplicando os insumos de acordo com a necessidade de cada local.

Quais são os benefícios da agricultura de precisão?

Há inúmeras vantagens da agricultura de precisão em relação a economia e a saúde da fazenda. 

A partir desse método, temos informações que auxiliam a tomar decisões, permitindo aplicar somente o necessário em cada pedaço da propriedade. Isso gera vários benefícios como:

1. Aumento da eficiência e produtividade 

Ao aplicar insumos apenas onde, quando e na quantidade necessária, você evita o desperdício e otimiza o potencial produtivo de cada área.

Isso leva a um melhor desenvolvimento das culturas e a um aumento na produtividade geral da lavoura. 

2. Redução de custos

A economia pode ser grande, especialmente com fertilizantes e defensivos

Além disso, a otimização das rotas das máquinas com GPS e piloto automático reduz o consumo de combustível e o tempo de operação. 

3. Sustentabilidade ambiental

Usar menos insumos químicos e aplicar de forma mais inteligente minimiza a contaminação do solo e da água, contribuindo para a preservação do meio ambiente.

4. Decisões mais estratégicas

A coleta e análise de dados detalhados sobre a lavoura oferecem informações para decisões de manejo mais assertivas.

Isso inclui desde o planejamento do plantio até a colheita, passando pelo manejo de fertilidade e pragas.

5. Melhora na qualidade do produto 

Um manejo personalizado, que atende às necessidades da cultura em cada ponto da lavoura, pode resultar em produtos agrícolas de maior qualidade, mais uniformes em tamanho, cor e sabor, atendendo melhor às exigências do mercado.

Comparativo: Plantio tradicional vs. plantio com agricultura de precisão

CaracterísticaPlantio TradicionalPlantio com AP
Gerenciamento da ÁreaUniforme (baseado na média)Localizado (baseado na variabilidade)
Uso de TecnologiaBaixo a Médio (mecânico)Alto (GPS, VRT, Sensores, Software) 13
Aplicação de Insumos (Sementes/Adubo)Taxa FixaTaxa Variável (VRT) 11
Precisão no Plantio (Espaçamento/Pop.)Menor (depende do operador/máquina)Maior (automação, controle linha a linha) 2
Uso de DadosLimitado/HistóricoIntensivo (tempo real, mapas, análise) 13
Potencial de Eficiência (Insumos)MenorMaior (otimizado) 1
Potencial de ProdutividadeLimitado pela médiaOtimizado por zona 1
Impacto Ambiental (Insumos)Potencialmente maior (desperdício)Potencialmente menor (uso racional) 1

Quais são as ferramentas usadas na agricultura de precisão?

Muita gente confunde agricultura de precisão com somente o GPS agrícola, piloto automático ou até mesmo drones

Todas estas tecnologias são ferramentas de agricultura de precisão nas fazendas, que trabalham juntas.  

Esses equipamentos são componentes de um sistema integrado de gestão para levantar dados e aplicações em campos. Confira: 

1. GPS agrícola

O GPS fornece as coordenadas geográficas exatas de qualquer ponto da lavoura, permitindo criar mapas detalhados, guiar máquinas agrícolas e registrar amostras de solo.

Para operações que exigem altíssima precisão, como o plantio, sistemas de correção como o RTK são utilizados para reduzir a margem de erro.

O GPS é como o endereço de cada ponto da sua lavoura, sendo importante para saber onde aplicar cada insumo ou semente.

2. Máquinas de Taxa Variável 

Após identificar e mapear áreas semelhantes no talhão, o próximo passo é tratar de forma específica — seja na adubação ou no controle de pragas e doenças. 

Para isso, são usadas máquinas que aplicam produtos em taxas variáveis, como fertilizantes, fungicidas e inseticidas.

Essa tecnologia permite que plantadoras, distribuidores e pulverizadores ajustem automaticamente a quantidade de insumos aplicada enquanto operam. 

Isso é possível graças aos mapas de prescrição, carregados no computador de bordo da máquina, que indicam a dose ideal para cada parte da área.

3. Colheita monitorada

Toda e qualquer alteração no manejo das áreas irá refletir na produtividade. 

Ter uma colhedora que monitore esse processo de acordo com o georreferenciamento é a maneira mais fácil de verificar a eficiência das aplicações. 

Além disso, esses dados formam os mapas de colheita, que servem de base para as próximas safras/safrinha.

4. Sensores (Remotos, de solo e de planta) 

Os sensores são como os olhos e os ouvidos dentro da agricultura de precisão e do campo. A partir deles são coletados dados sobre o solo, as plantas, o clima e as máquinas — em tempo real.  Veja: 

Sensores remotos (drones e satélites)

Drones e satélites capturam imagens da lavoura em diferentes espectros de luz, avaliando a saúde das plantas em larga escala. 

Com essas imagens, são gerados índices como o NDVI, que mostra o vigor da vegetação e ajuda a identificar estresse hídrico, falta de nutrientes ou pragas. 

Já os drones oferecem alta resolução e monitoramento sob demanda e os satélites cobrem grandes áreas com frequência.

Sensores de solo

Podem medir diversas propriedades do solo diretamente no campo, como teores de nutrientes, pH, umidade, compactação e condutividade elétrica. 

Esses dados geram mapas de fertilidade, que servem de base para a aplicação de corretivos e fertilizantes em taxa variável. 

Sensores de planta

Instalados em máquinas ou portáteis, medem características das próprias plantas, como o teor de clorofila ou a refletância da luz nas folhas.

Essas informações ajudam a avaliar o estado nutricional da cultura em tempo real, permitindo ajustes finos na adubação, especialmente a nitrogenada.

5. Software de gestão rural

A agricultura de precisão traz uma capacidade enorme de captar dados e usá-los para tomada de decisão mais rápida e assertiva dentro da propriedade. 

Para isso, os softwares de gestão rural são indispensáveis, já que potencializam as ferramentas aplicadas e permitem a análise de muitos mais dados. 

Um exemplo disso é o software Aegro, que  integra operações do campo ao escritório, gerando de forma automática indicadores agrícolas e financeiros.

6. Piloto Automático Agrícola

Alguns maquinários mais modernos já saem de fábrica com piloto automático integrado ao GPS

Essa tecnologia permite o georreferenciamento da área e o mapeamento das heterogeneidades dela. 

Utilizando sinais de GPS de alta precisão (como RTK), o piloto automático guia tratores, pulverizadores e colhedoras ao longo de trajetórias pré-definidas.

Isso reduz falhas e sobreposições, gerando economia com combustível e trabalhar em condições de baixa visibilidade.

7. Semeadoras/plantadoras de precisão 

As plantadoras modernas vão muito além de lançar sementes no solo e usam GPS para piloto automático, VRT para aplicar sementes e fertilizantes em taxas variáveis, e sistemas de dosagem com alta precisão. 

Também controlam a profundidade da semeadura e contam com sensores que detectam falhas ou sementes duplas. 

Essas máquinas ainda contam com desligamento automático por seção ou linha evitando sobreposição e desperdício. Tudo isso garante precisão milimétrica no plantio.

Kit de gestão do maquinário da fazenda

Quais são as etapas da agricultura de precisão?

Todas as ferramentas da agricultura de precisão devem ser utilizadas em etapas específicas. Confira quais são:

Etapa 1: Coleta de dados

Antes de agir, você precisa coletar os dados da sua lavoura. Afinal, você precisa saber exatamente a situação do solo, das daninhas presentes, dos fertilizantes utilizados.

Para coletar dados da lavoura, é necessário usar ferramentas de agricultura de precisão.

Por exemplo, GPS agrícola, drones, telemetria e sensores podem ser utilizados para coletar os dados. É importante dar atenção a essa etapa, já que é ela que te ajuda nas tomadas de decisão.

Essas informações podem ser exportadas em tempo geral ao seu sistema de gestão, como na integração entre Aegro e as plataformas Climate FieldView e Operations Center John Deere.

Etapa 2: Planejamento

Com os dados coletados, é hora de planejar as ações na lavoura. Sabendo como está a situação do solo e das plantas, você consegue elaborar um mapa de aplicação para garantir assertividade na etapa.

Com os dados coletados, você também consegue saber e decidir quais as melhores táticas de colheita, de plantio e de aplicação. 

É bom lembrar que, na dúvida de como interpretar os dados coletados, é necessário procurar uma pessoa especialista para te orientar.

O planejamento de atividades e pontos de monitoria podem ser elaborados também com apoio do Aegro, dando mais mobilidade a sua equipe. 

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Etapa 3: Aplicação localizada

A etapa final é a hora de colocar a mão na massa e aplicar os produtos na lavoura. 

Antes disso, é claro, é necessário garantir que suas máquinas e equipamentos estão em ordem.

Você também pode contar com ferramentas da agricultura de precisão, como drones aplicadores. 

Tendo feito bem as duas etapas anteriores, a garantia de que a aplicação correrá bem é enorme.

Como a agricultura chegou a esse nível de tecnologia?

A jornada até a agricultura de precisão foi impulsionada por uma combinação de necessidades crescentes e avanços tecnológicos. 

Vários fatores motivaram a busca por novas tecnologias agrícolas ao longo do tempo, como: 

  • Pressão de alimentar uma população mundial em crescimento;
  • Busca por eficiência e rentabilidade;
  • Crescente preocupação com os impactos ambientais da agricultura tradicional;
  • Avanços tecnológicos em diversas áreas; 
  • Percepção de que as lavouras não eram uniformes.

A agricultura de precisão moderna começou a se consolidar nas décadas de 1980 e 1990, com o avanço do GPS e dos computadores. 

No Brasil, chegou em 1990 com a importação de colhedoras com monitores de produtividade, mas ganhou força em 2000, quando o GPS ficou mais acessível.

Ao longo dos anos, alguns projetos e iniciativas foram acontecendo como o primeiro simpósio sobre o tema, feito pela ESALQ/USP, em 1996, e o projeto Aquarius (UFSM) e iniciativas da UFV, nos anos 2000.

Quais informações podem ser obtidas com esse sistema na agricultura?

Considerando que a área não é uniforme, com as ferramentas da agricultura de precisão e uma dose de tecnologia, seguem alguns mapeamentos e levantamentos de informação que podem ser feitas na sua fazenda:

  • Mmapas de infestação de insetos para pulverização;
  • Mapas de irrigação;
  • Semeadura a taxa variável;
  • Mapas de solo para aplicação de fertilizantes;
  • Criação de unidades de gestão diferenciadas;
  • Levantamento de áreas degradadas;
  • Quantificação de biomassa das lavouras;
  • Estimativas de produtividade;
  • Automação de máquinas e processos, etc.

Com uso de sistemas de posicionamento global, como GPS ou Glonass, Galileu, entre outros, você pode fazer aplicação de insumos a taxa variável utilizando AP. Os insumos que podem ser aplicados em doses variadas podem ser:

  • Ssementes;
  • Herbicidas;
  • Princípio ativo;
  • Macro e micronutrientes;
  • Agentes biológicos;
  • Água (irrigação);
  • Fungicidas;
  • Inseticidas, entre outros.

Pontos positivos e negativos da tecnologia na agricultura

Como toda tecnologia, a AP traz um conjunto de pontos positivos e negativos (ou desafios).

Quanto aos pontos positivos, pode ter  aumento de eficiência e produtividade, redução de custos, maior sustentabilidade e melhores decisões.

Já como pontos negativos, pode ter um custo maior na aquisição de máquinas equipadas com GPS e piloto automático, por exemplo. 

Algo bastante comum também é a falta de mão de obra qualificada para analisar os dados e transformar em ações. 

Muitos produtores ainda têm dúvidas sobre como começar, quais tecnologias escolher e como implementar a AP. 

Por mais que seja desafiador, a agricultura de precisão realmente faz mudanças na lavoura e a Aegro pode ajudar você a deixar tudo mais simples. Converse com os nossos especialistas. 

Tipos de agricultura: Onde a agricultura de precisão se encaixa?

Para entender onde a agricultura de precisão se insere, é útil conhecer as classificações mais comuns

Frequentemente, ouvimos falar em “4 tipos de agricultura”, mas existam várias formas de categorizar. Algumas das principais são:

1. Agricultura tradicional ou de subsistência

Caracterizada pelo uso de ferramentas simples, como enxada e arado animal, a agricultura de subsistência quase não usa tecnologia. 

A sua maior característica é o uso de  mão de obra predominantemente manual ou familiar.

A produção é em pequena escala, muitas vezes com policultura e destinada ao consumo da própria família ou comunidade local.

A agricultura de precisão, com seu alto custo e dependência tecnológica, geralmente não se aplica a este sistema.

2. Agricultura Familiar

É praticada em pequenas propriedades rurais onde a gestão e a maior parte do trabalho são feitos pela família.

A produção da agricultura familiar pode ser tanto para subsistência quanto para venda no mercado interno, sendo responsável por uma grande parcela dos alimentos que chegam à nossa mesa.

Embora a adoção de AP seja mais desafiadora pelo custo e à escala, existe um potencial crescente com o uso de ferramentas mais acessíveis, como apps e modelos cooperativos.

3. Agricultura moderna, comercial, patronal ou empresarial 

É a agricultura moderna é voltada para o mercado, tanto interno quanto de exportação, é praticada em médias e grandes propriedades.

Sua maior característica é o alto investimento em tecnologia, gestão, mão de obra especializada, produção em larga escala e monocultura.

É neste tipo de agricultura que a AP encontra seu principal campo de aplicação e onde sua adoção é mais expressiva.

As ferramentas são usadas para maximizar a eficiência e a rentabilidade dessas operações de grande escala.

4. Agricultura orgânica

É um sistema de produção que busca a sustentabilidade ambiental, social e econômica, evitando o uso de fertilizantes sintéticos, agrotóxicos, transgênicos e outras práticas. 

Utiliza adubos orgânicos, controle biológico de pragas, rotação de culturas e outras técnicas para manter a saúde do solo e a biodiversidade.

As ferramentas da AP, como GPS, podem ser usadas para aumentar a eficiência do manejo orgânico e melhorar o planejamento. 

Mesmo com essas funções ajudando, a sua aplicação ainda é menos comum do que na agricultura comercial convencional.

Exemplos da agricultura de precisão no plantio brasileiro

A agricultura de precisão já é uma realidade em muitas lavouras brasileiras, especialmente nas grandes culturas como soja, milho e cana-de-açúcar

O uso estratégico de dados, sensores e máquinas inteligentes têm transformado a forma de planejar e executar o plantio. Veja alguns exemplos abaixo:

Soja e milho 

O uso da taxa variável (VRT) na semeadura e adubação ajusta a quantidade de sementes e fertilizantes conforme o potencial produtivo do solo, aumentando a produtividade e reduzindo custos. 

Plantadoras modernas, aliadas ao GPS de alta precisão (RTK), garantem um estande mais uniforme, melhorando o aproveitamento de luz, água e nutrientes. 

Estudos e análises econômicas confirmam a rentabilidade dessas tecnologias na produção de soja e milho no Brasil. 

Cana-de-Açúcar

A revitalização do Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente (MEIOSI) mostra bem o impacto da agricultura de precisão na cana-de-açúcar. 

Com GPS e piloto automático, foi possível resolver o problema de alinhamento das linhas para a colheita mecanizada, tornando o método mais eficiente.

O MEIOSI também costuma ser usado junto com Mudas Pré-Brotadas (MPB), garantindo mudas mais saudáveis e vigorosas.

Na cana-de-açúcar, a AP também é usada na aplicação de insumos em taxa variável, no mapeamento da produtividade e no tráfego controlado para reduzir a compactação do solo.

Outras culturas

Outras culturas como algodão, arroz irrigado, café, citros, eucalipto e frutas de clima temperado têm apresentado resultados positivos com a AP.

Isso tem acontecido porque a agricultura de precisão pode ser usada fpara aprimorar ou viabilizar práticas agronômicas já conhecidas e adaptar aos sistemas de produção modernos e mecanizados. 

Ao resolver problemas como o alinhamento das máquinas, a AP permite que métodos como o MEIOSI voltem a ser usados com eficiência em grande escala.

Plantando o futuro com inteligência

A agricultura de precisão vai além de máquinas modernas, é uma nova forma de gerenciar a lavoura com base em dados e tecnologia. 

Seu foco é entender e manejar a variabilidade do campo, aplicando insumos de forma precisa para reduzir custos, aumentar a produtividade e promover sustentabilidade.

No plantio, tecnologias como GPS, VRT e semeadoras de precisão garantem um aproveitamento máximo da área. 

Apesar dos desafios, como custo inicial e necessidade de capacitação, a adoção da AP no Brasil cresce com apoio da pesquisa, da indústria e do próprio produtor. 

A Aegro pode ajudar você nessa jornada. Com uma plataforma completa de gestão rural, é possível reunir e analisar dados da propriedade de um jeito simples, integrado e acessível. Fale com os nossos especialistas!

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Produção agrícola: entenda os tipos e sistemas de produção

A produção agrícola é uma das atividades mais relevantes para a sustentação da economia global e para a segurança alimentar da população mundial.

O setor é essencial não só para fornecer alimentos, mas também fibras, biocombustíveis e outros produtos.

O Brasil, por exemplo, é responsável por cerca de 23% do PIB, sendo um dos maiores exportadores de grãos, café, carnes e frutas tropicais.

Essa relevância é impulsionada pela diversidade de biomas e condições climáticas, que permitem uma variedade de cultivos.

Nos últimos anos, o ainda setor passou por uma revolução com o uso de tecnologias digitais, práticas sustentáveis e sistemas integrados, como o plantio direto, rotação de culturas e uso de bioinsumos, que aumentam a produtividade de forma sustentável.

O que é produção agrícola?

A produção agrícola é o conjunto de atividades relacionadas ao cultivo de plantas destinadas à alimentação humana, animal ou à produção industrial.

Dentro do contexto também é envolvido o preparo do solo, escolha de culturas, manejo e colheita, considerando fatores como clima, topografia e disponibilidade de recursos.

No Brasil, a produção agrícola é diversificada e inclui grãos, frutas, hortaliças, fibras e culturas energéticas, como a cana-de-açúcar. 

Esse cenário reflete a ampla variedade de biomas e solos do país, favorecendo diferentes modelos de produção.

Como é o Brasil na agricultura?

O Brasil tem uma agricultura influenciada pelo clima tropical, que oferece vantagens como alta radiação solar, períodos de chuvas regulares e uma biodiversidade excepcional.

Esses fatores permitem o cultivo de uma ampla variedade de culturas, como café, cana-de-açúcar, soja e frutas tropicais. Por outro lado, também impõem desafios como a alta incidência de pragas e a necessidade de manejo adequado do solo para evitar a degradação.

A agricultura tropical também favorece sistemas como o consórcio de culturas, onde diferentes plantas são cultivadas na mesma área, promovendo a diversificação agrícola.

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Quais os tipos de produção agrícola?

Os tipos de produção agrícola podem ser classificados de várias maneiras, dependendo do enfoque, como a finalidade do cultivo, o uso de tecnologias agrícolas ou os sistemas de cultivo.

Por conta do clima variado, no Brasil, existem 7 tipos de produção de agrícola que acabam se destacando, sendo elas:

  • Agricultura intensiva;
  • Agricultura familiar;
  • Agricultura patronal;
  • Agricultura orgânica;
  • Permacultura;
  • Agricultura comercial.

Essas sistemas de produção agrícola têm características distintas e são adotados conforme o contexto econômico, social e ambiental de cada região, podendo coexistir em uma mesma área, como no caso da agricultura familiar misturada à agricultura comercial.

1. Agricultura extensiva

A agricultura extensiva é um dos sistemas de produção agrícola tradicional, que utiliza técnicas rudimentares e de baixa tecnologia. Normalmente é utilizada para subsistência, ou até mesmo para mercado local e interno, com predomínio de mão de obra humana. 

Esse tipo de agricultura é comum em pequenas e médias propriedades, e normalmente não conta com a inserção de tecnologia. Somado a isso, o uso de insumos agrícolas não é comum, o que torna a produtividade baixa.

Além dessas características, a agricultura extensiva também é caracterizada por:  

  • Baixo capital investido;
  • Dispor de poucos recursos para investimento;
  • Uso de mão de obra pouco tecnificada;
  • Uso de arado animal;
  • Uso de sementes não selecionadas;

2. Agricultura intensiva

A agricultura intensiva (ou agricultura moderna) é caracterizada pelos altos índices de produtividade e capital de investimento. Nesse tipo de agricultura, os meios de produção são usados de maneira intensiva, e normalmente apenas um tipo de cultura é produzida em larga escala.

Ao contrário da agricultura extensiva, ela utiliza insumos agrícolas. Além disso, esse modelo não adota a rotação de terra, o que pode gerar impacto no ambiente e no solo. A agricultura intensiva é o modelo mais comum de cultivo, sendo uma grande fonte de alimentos.

Outras grandes características desse modelo de produção são:

  • Rotação de culturas;
  • Necessidade de mão de obra qualificada;
  • Produção destinada para a exportação;
  • Uso de sementes transgênicas.

3. Agricultura familiar

A agricultura familiar é desenvolvida por famílias, com a produção voltada para a sua subsistência. Essa atividade acontece em pequenas propriedades, com cultivo feito por mão de obra necessariamente familiar. 

Normalmente, a agricultura desenvolvida por famílias é mais sustentável. Além dessas características, a agricultura familiar também tem:

  • Maior diversidade produtiva;
  • Baixa utilização de insumos agrícolas;
  • Baixo uso de tecnologias;

4. Agricultura patronal

Na agricultura patronal, a produção não é voltada para a subsistência da família, e sim para o mercado interno e para a exportação.

Nesse tipo, o trabalhador não é o proprietário. Há a contratação de trabalhadores qualificados e utilização de insumos agrícolas e tecnologias que assegurem a rentabilidade.

A agricultura patronal é utilizada em médias e grandes propriedades que possuem potencial produtivo.

5. Agricultura orgânica

A agricultura orgânica ou biológica tem como objetivo o equilíbrio ambiental e o desenvolvimento social dos produtores. Além disso, produz não utilizando nenhum tipo de defensivo agrícola.

Nesse modelo, tecnologias próprias para cada tipo de solo, clima, biodiversidade e topografia são desenvolvidas. Além disso, há outras características relevantes:

  • Uso racional da água;
  • Manejo da vegetação nativa;
  • Utiliza-se apenas o controle biológico de pragas;
  • Adubação orgânica e uso de compostagem;
  • Uso de adubação verde;
  • Menor produtividade;
  • Não utiliza sementes transgênicas.
Pessoa inserindo adubo em terra.
(Fonte: Safra Viva)

6. Permacultura

Na permacultura, que significa “cultura permanente”, o cultivo é realizado por ocupações humanas.  Nesse modelo, as necessidades humanas devem estar ligadas a soluções sustentáveis, considerando o equilíbrio entre os ecossistemas. Suas características são:

  • Trabalho a favor do meio ambiente;
  • Utiliza os recursos naturais de maneira racional;
  • Elabora e executa ocupações humanas sustentáveis;
  • Analisa todas as funções do sistema.

Ou seja, ela é caracterizada por compreender a ecologia. A permacultura é baseada em três princípios básicos: cuidar da terra, do futuro e das pessoas.

7. Agricultura comercial

A agricultura comercial é voltada, principalmente, para fins de exportação e comercialização agrícola. Nela, a monocultura é o foco. Ou seja, apenas uma cultura agrícola é cultivada em grandes extensões de terra. 

Nela, tecnologia de ponta e mão de obra qualificada são usadas, além do alto nível de mecanização agrícola. Além dessas características, a agricultura comercial também apresenta:

  • Alta produtividade;
  • Grande aproveitamento de recursos e de terra;
  • Utilização de fertilizantes e defensivos agrícolas;

Agricultura moderna e agricultura tradicional: Qual a diferença?

A agricultura moderna se caracteriza pela aplicação de tecnologias que têm transformado a dinâmica do campo. 

Equipamentos automatizados, insumos químicos especializados, biotecnologia e sistemas avançados de irrigação, são exemplos de ferramentas que proporcionam resultados mais precisos e otimizam o uso dos recursos disponíveis.

O monitoramento digital por meio de softwares agrícolas e dispositivos de sensoriamento remoto possibilita um acompanhamento detalhado das condições do solo, clima e plantações, orientando as atividades agrícolas de forma mais direcionada.

Por outro lado, a agricultura tradicional preserva práticas que refletem o conhecimento acumulado por gerações. Métodos como a rotação de culturas, o manejo manual do solo e o uso de compostos naturais são característicos desse modelo, que mantém uma relação intrínseca com os ciclos naturais e as condições locais.

Além disso, a agricultura tradicional está frequentemente conectada a valores culturais e sociais, sendo um elemento importante para comunidades que mantêm vínculos históricos com a terra.

Mudanças na produção agrícola e impactos ambientes

A ampliação da produção agrícola no Brasil levanta discussões sobre as práticas ambientais e o uso sustentável dos recursos naturais

O crescimento da área plantada pode afetar biomas sensíveis, como o Cerrado e a Amazônia, intensificando os riscos de desmatamento e desequilíbrio ecológico

Para reduzir esses impactos, políticas públicas têm incentivado práticas de manejo consciente, como:

  • Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): método que promove a diversificação do uso da terra e melhora a conservação do solo;
  • Plantio Direto: reduz a erosão e melhora a retenção de umidade no solo;
  • Uso de bioinsumos e controle biológico: práticas naturais para reduzir a dependência de defensivos químicos.

Inovações tecnológicas no agronegócio

A modernização do setor agrícola está ligada à adoção de novas tecnologias, que aprimoram a produção e reduzem desperdícios. Entre as principais inovações estão:

  • Agricultura de precisão: uso de sensores e drones para monitoramento em tempo real das lavouras;
  • Inteligência artificial e big data: análise de dados para otimizar a tomada de decisões e prever safras;
  • Máquinas autônomas e robotização: colheitadeiras e tratores com tecnologia autônoma para reduzir custos operacionais;
  • Biotecnologia e melhoramento genético: desenvolvimento de sementes mais resistentes a pragas e mudanças climáticas.

Sistemas de produção agrícola: Desafios atuais

Os sistemas de produção agrícola enfrentam desafios como variações climáticas, desgaste do solo e a pressão por atender à demanda global.

Para equilibrar o uso de recursos naturais e preservar a qualidade ambiental, práticas como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) têm se destacado.

Essa abordagem combina agricultura, criação de animais e plantio de árvores, promovendo um uso mais eficiente dos recursos e diversificando fontes de renda no campo.

A ILPF também ajuda a mitigar impactos climáticos, como a erosão do solo e a melhoria das condições microclimáticas.

No entanto, para garantir seu sucesso, é necessário contar com planejamento técnico e acompanhamento constante.

O software de gestão de fazendas Aegro pode ser uma solução eficaz nesse processo, oferecendo ferramentas para o manejo integrado, monitoramento da lavoura e otimização da produção agrícola, auxiliando na implementação e gestão de modelos sustentáveis como a ILPF.

Drone de lavoura: Guia de aplicação para a lavoura

Os drones de lavoura estão transformando a forma como os processos agrícolas são conduzidos, utilizando tecnologias que simplificam atividades e oferecem dados precisos para a tomada de decisões.

Segundo estimativas da Allied Market Research, o mercado global de drones na agricultura movimentou aproximadamente US$ 1,2 bilhão em 2021, com previsão de uma taxa de crescimento anual de 22% até 2030.

No Brasil, a adesão a essa tecnologia tem se tornado mais expressiva, com um aumento reportado de 120% nas vendas de drones agrícolas entre 2019 e 2023, conforme dados da DroneDeploy.

Esses são amplamente utilizados para monitorar lavouras, realizar pulverizações direcionadas e produzir mapas detalhados, além de outras vantagens sobre drone de lavoura que você confere neste guia.

O que é um drone de lavoura?

Um drone de lavoura é um equipamento aéreo não tripulado, projetado especificamente para atender às demandas da agricultura. Esses dispositivos são equipados com câmeras de alta resolução, sensores e sistemas de pulverização que oferecem uma ampla gama de aplicações no campo.

Com os drones, é possível monitorar a saúde das plantas, detectando rapidamente pragas, doenças ou deficiências nutricionais.

Além disso, permitem o mapeamento detalhado do terreno, criando imagens georreferenciadas que auxiliam no planejamento de manejo.

Os drones ainda realizam aplicações precisas de defensivos e fertilizantes, reduzindo o desperdício e otimizando as operações agrícolas.

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Qual o melhor drone de lavoura?

A escolha do melhor drone depende das necessidades específicas de cada propriedade. Mesmo assim, há alguns tipos que acabam se destacando, especialmente pela popularidade. Veja a seguir:

  • DJI Agras T40: Recomendado para pulverizações em grandes áreas, devido à sua alta capacidade de carga e sistemas inteligentes de aplicação. 
  • XAG P100: Se destaca no mapeamento detalhado e aplicações localizadas, sendo indicado para culturas de maior valor agregado.
  • eBee X: É conhecido pela qualidade das imagens capturadas, sendo uma excelente opção para análises de terrenos.

Esses modelos apresentam características distintas que devem ser avaliadas considerando as demandas do produtor e o tamanho da área de produção.

Quantos hectares faz um drone de lavoura?

A cobertura de um drone agrícola varia conforme o modelo e a finalidade. Normalmente, os drones projetados para pulverização, podem cobrir entre 10 e 40 hectares por hora, dependendo do tipo de cultura, produto aplicado e condições climáticas.

No caso do mapeamento, a área coberta tende a ser maior, já que a coleta de imagens ocorre em voos de alta altitude, com rapidez e eficiência. Essa característica torna os drones uma ferramenta para agilizar processos e ter dados detalhados sobre a lavoura.

Principais tipos de drones de lavoura

Os drones de lavoura podem ser classificados de acordo com sua função e características técnicas, que serão melhores conforme as necessidades da sua propriedade rural. Veja:

Drones para Pulverização

  • Função: Realizam a aplicação de defensivos, fertilizantes e pesticidas de forma eficiente, cobrindo grandes áreas rapidamente.
  • Exemplo: DJI Agras T40, XAG P100.
  • Características: Alta capacidade de carga, sistemas de controle de pulverização inteligente e resistência a condições climáticas adversas.

Continue lendo mais detalhes sobre o uso de drones para pulverização.

Drones para Mapeamento e Monitoramento

  • Função: Utilizados para capturar imagens aéreas de alta resolução e realizar o mapeamento das lavouras, identificando variações no solo, nas plantas e no uso da terra.
  • Exemplo: eBee X, Parrot Anafi USA.
  • Características: Equipados com câmeras de alta resolução, sensores multispectrais e térmicos para análise precisa do terreno e saúde das culturas.

Drones para Plantio

  • Função: Projetados para realizar o plantio de sementes ou mudas em grandes áreas.
  • Exemplo: DroneSeed.
  • Características: Capacidade de lançar sementes e fertilizantes de forma automatizada e precisa, acelerando o processo de plantio.

Drones para Irrigação

  • Função: Usados para monitorar o sistema de irrigação, medindo a umidade do solo e ajustando os sistemas de irrigação de acordo com as necessidades das plantas.
  • Exemplo: Parrot Sequoia.
  • Características: Equipados com sensores de umidade, ajudando a otimizar o uso da água e melhorar a eficiência da irrigação.

Antes de decidir investir em um drone, é importante avaliar fatores como o tamanho da propriedade, o tipo de cultura, o objetivo da aplicação (pulverização, mapeamento, monitoramento, etc.) e o orçamento disponível.

Além disso, é importante verificar a facilidade de uso do drone, a qualidade dos sensores e câmeras (como multispectrais ou térmicas), assim como o suporte técnico oferecido pelo fabricante.

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Principais regras para usar drone de lavoura

O uso de drones na agricultura é regulamentado pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que estabelece diretrizes importantes:

  • Registro: todo drone deve ser registrado no sistema SISANT para operações regulares;
  • Treinamento: pilotos precisam de certificação adequada para operar o equipamento;
  • Altura de voo: o limite máximo permitido é de 120 metros.

Cumprir essas exigências é indispensável para a segurança das operações. Mais informações podem ser consultadas no guia de regras para uso de drones na agricultura.

Quais culturas podem se beneficiar do uso de drones?

O uso de drones pode beneficiar diversas culturas, ajudando na precisão do monitoramento e aumento da eficiência em diversas práticas agrícolas. As principais culturas que podem se beneficiar incluem:

  1. Soja: Drones auxiliam no monitoramento da saúde das plantas, na aplicação de defensivos e fertilizantes e no mapeamento de áreas de difícil acesso.
  2. Milho: A pulverização precisa e o mapeamento ajudam a identificar problemas como pragas e doenças, além de otimizar o uso de insumos.
  3. Café: O monitoramento aéreo permite uma visão detalhada do campo, ajudando na detecção de pragas e no controle de irrigação.
  4. Frutas (como maçã, laranja e uva): Drones equipados com câmeras multispectrais podem identificar problemas em tempo real, como deficiências nutricionais e doenças, e garantir aplicações mais precisas.
  5. Algodão: O uso de drones para monitoramento e aplicação de defensivos agrícolas melhora a produtividade e reduz custos.
  6. Hortaliças e legumes: Drones ajudam no mapeamento da lavoura, na irrigação precisa e na detecção de áreas com problemas de crescimento.
  7. Arroz: O monitoramento aéreo é essencial para controlar a irrigação e detectar possíveis problemas de pragas ou doenças.

Essas culturas podem aproveitar o uso de drones para aumentar a precisão na gestão agrícola, otimizar a aplicação de insumos e melhorar os resultados de produtividade.

Como fazer mapeamento agrícola com drone?

O mapeamento agrícola com drones é uma ferramenta poderosa que permite obter informações detalhadas sobre as condições da lavoura. 

O processo pode ser dividido em etapas bem definidas, garantindo a qualidade dos dados coletados e a precisão dos resultados:

1. Processamento dos dados

As imagens capturadas são transferidas para programas como Pix4D, Agisoft Metashape ou QGIS, que processam os dados e geram mapas detalhados, como mapas de NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada), mapas topográficos e ortomosaicos.

Esses mapas oferecem uma visão clara e detalhada da área, permitindo a identificação de padrões e problemas.

2. Planejamento do voo

Utilizar softwares especializados como DroneDeploy, DJI Terra ou similares para traçar a rota do drone. O planejamento deve garantir a cobertura completa da área de interesse, considerando a altitude, a sobreposição de imagens e as condições climáticas no momento do voo.

Além disso, é importante definir os pontos de decolagem e pouso para otimizar o tempo e a segurança da operação.

3. Captura de imagens georreferenciadas

Durante o voo, o drone coleta imagens de alta resolução, georreferenciadas com o auxílio de GPS ou sistemas RTK/PPK, que aumentam a precisão dos dados.

Essa etapa é fundamental para obter informações detalhadas sobre o solo, saúde das plantas e topografia da área.

Esses mapas agrícolas são ferramentas indispensáveis para identificar pragas, doenças, deficiências nutricionais, problemas de drenagem ou compactação do solo. 

Com as informações obtidas, é possível realizar intervenções localizadas, reduzindo custos e otimizando os recursos utilizados.

Quanto custa um drone agrícola?

Os custos variam de acordo com o modelo e as funcionalidades:

  • Básicos: Entre R$ 15.000 e R$ 50.000;
  • Avançados: Acima de R$ 100.000;
  • Serviços terceirizados: De R$ 50 a R$ 150 por hectare.

O investimento em drones pode gerar retornos significativos, considerando a precisão das aplicações e os dados fornecidos.

Como escolher o drone de lavoura ideal?

Escolher o drone ideal para a sua lavoura envolve considerar diversos fatores para garantir que ele atenda às necessidades específicas da sua operação agrícola. Aqui estão alguns pontos importantes a serem analisados:

1. Objetivo do uso

  • Monitoramento de Cultivos: Se o objetivo é simplesmente fazer a vigilância das lavouras e identificar problemas, drones com câmeras de alta resolução (RGB ou multispectrais) são suficientes.
  • Aplicação de Insumos: Se o objetivo é também aplicar produtos, como fertilizantes ou defensivos, é necessário um drone com capacidade para carregar e dispersar insumos de maneira eficiente.

2. Capacidade de Carga

  • Para drones que aplicam insumos, é importante verificar a capacidade de carga. Modelos com maior capacidade podem carregar mais produtos, aumentando a eficiência e autonomia da operação.

3. Autonomia de Voo

  • A autonomia é crucial para grandes áreas. Verifique quanto tempo o drone pode voar com a carga completa de bateria. Drones agrícolas de boa qualidade têm autonomia que pode variar de 30 minutos a 1 hora ou mais.

4. Resolução e Tipos de Câmera

  • Para a coleta de dados visuais, as câmeras podem variar entre RGB (para imagens padrão), multispectrais (para monitoramento de saúde das plantas) e termográficas (para detecção de temperaturas).
  • Câmeras multispectrais e hiperespectrais são indicadas para quem busca uma análise mais profunda, como a detecção de estresse hídrico, doenças ou carência de nutrientes.

5. Tamanho e Peso

  • Para pequenas ou médias lavouras, um drone mais compacto pode ser ideal, enquanto em áreas grandes, drones maiores, com maior autonomia e capacidade de carga, são mais indicados.
  • A escolha do tamanho e peso impacta no tipo de terreno e espaço disponível para o voo.

6. Sensores e Mapeamento

  • Verifique se o drone tem sensores como o GPS RTK, que garantem alta precisão no mapeamento e na análise de dados. Isso é essencial para gerenciar grandes áreas e fazer análises de campo detalhadas.

7. Facilidade de Uso

  • Certifique-se de que o drone seja fácil de manusear, especialmente se você não tiver muita experiência com tecnologia. Muitos drones agrícolas vêm com interfaces intuitivas e sistemas de voo automatizado que facilitam o trabalho.

Como os drones contribuem para a agricultura de precisão?

Os drones contribuem significativamente para a agricultura de precisão, proporcionando uma série de benefícios que otimizam a gestão das lavouras e aumentam a produtividade.

Equipados com câmeras de alta resolução e sensores especializados (como multispectrais e térmicos), os drones permitem o monitoramento em tempo real das culturas, facilitando a identificação rápida de problemas como pragas, doenças e deficiências nutricionais.

Além disso, eles geram mapas detalhados que ajudam na análise do solo, permitindo uma gestão mais eficiente e precisa de recursos como água e fertilizantes.

Com a integração de sistemas de pulverização, aplicam insumos de forma precisa e localizada, reduzindo o desperdício e evitando o uso excessivo de defensivos agrícolas, o que torna o processo mais sustentável.

Toda essa automação proporciona uma economia de tempo e custos operacionais, além de oferecer uma visão mais precisa da saúde da lavoura em menos tempo.

Em suma, os drones de lavoura tornam a agricultura mais eficiente, sustentável e rentável, com o uso otimizado dos recursos e uma melhor gestão do ambiente agrícola.

Aegro: Integrando Tecnologias em um Software para Fazendas
Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Como restituir o seguro do maquinário perdido em desastres ambientais?

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Para proteger seus investimentos no agronegócio, invista em um seguro para máquinas agrícolas

O seguro de maquinário é uma ferramenta indispensável hoje para os agricultores e/ou proprietários de máquinas agrícolas. Diante de imprevistos e desafios enfrentados, como o desastre natural que atingiu o Rio Grande do Sul em maio de 2024, é fundamental ter a segurança de que os equipamentos utilizados nas atividades estão protegidos.

Os equipamentos agrícolas são bens essenciais e estão diretamente relacionados à eficiência das propriedades rurais. Dessa forma, nada melhor que proteger esse patrimônio também.

O que é o seguro de maquinário

O seguro de máquinas agrícolas engloba desde tratores robustos até colheitadeiras de alta tecnologia. Esses equipamentos representam investimentos significativos cuja funcionalidade é fundamental para o sucesso das operações agrícolas.

Este seguro é um salvaguarda contra uma série de riscos, como danos causados por acidentes ou fenômenos naturais (tempestades e inundações). Com o seguro, é possível cobrir reparo/substituição de equipamentos danificados.

Além disso, é possível personalizar o seguro de maquinário agrícola para incluir coberturas adicionais, como responsabilidade civil e perda de renda, garantindo que o agricultor esteja preparado para enfrentar não apenas danos físicos, mas também as consequências financeiras dos eventos.

Portanto, investir em um seguro de maquinário é uma decisão estratégica para qualquer negócio do campo. Além de proteger contra perdas significativas, ele também garante a continuidade das operações.  

Quem pode contratar o seguro de máquinas agrícolas

O seguro de maquinário agrícola pode ser contratado por:

  • Agricultores;
  • Proprietários de máquinas agrícolas;
  • Gestores de fazendas.

Como funciona o seguro de maquinário

O seguro funciona como uma proteção financeira contra perdas ou danos às máquinas e equipamentos utilizados na agricultura, mas também pode englobar coberturas adicionais.

Se tratores de uma propriedade agrícola forem furtados, por exemplo, se o proprietário desses tratores tiver o seguro de máquinas agrícolas, basta que ele acione e siga todo o processo de sinistro conforme consta na apólice. Isso alivia a perda financeira que ele teria de arcar caso não possuísse a proteção.

Quais bens estão cobertos no seguro

O seguro de máquinas agrícolas cobre uma gama de equipamentos utilizados na agricultura, tais como tratores, colheitadeiras, plantadeiras, pulverizadores, bem como outros maquinários essenciais para o plantio, cultivo e colheita.

Além disso, o seguro pode cobrir acessórios e implementos agrícolas acoplados ou utilizados em conjunto com as máquinas principais.

As coberturas específicas e os bens cobertos pelo seguro podem variar conforme a seguradora e o plano contratado, sendo importante verificar os detalhes da apólice para entender completamente o escopo da proteção eferecida.

Por que fazer o seguro de máquinas agrícolas

Fazer o seguro de máquinas agrícolas é uma decisão estratégica e prudente para qualquer profissional do setor agrícola.

Primeiramente, o seguro garante proteção financeira contra imprevistos e acidentes que podem causar danos significativos às máquinas e equipamentos, que são, sem dúvida, os pilares da produtividade no campo.

Além disso, ao assegurar a rápida recuperação ou substituição de equipamentos danificados, o seguro ajuda a minimizar o tempo de inatividade, mantendo a operação agrícola em pleno funcionamento.

Diante dos desafios climáticos e dos riscos inerentes às atividades agrícolas, contrar com um seguro específico para máquinas agrícolas proporciona uma camada extra de segurança e tranquilidade para o agricultor.

Quais as coberturas do seguro de máquinas agrícolas

O seguro de maquinário oferece uma ampla gama de coberturas para proteger os equipamentos essenciais utilizados no agronegócio. Essas coberturas são projetadas para minimizar as perdas financeiras e operacionais em caso de eventos inesperados.

  • Incêndio, queda de raio, explosão e danos de causa externa;
  • Perda de aluguel;
  • Pagamento de aluguel a terceiros;
  • Operação de equipamentos em proximidade de água;
  • Danos elétricos;
  • Roubo e/ou furto;
  • Acidentes para viagens de entrega;
  • Responsabilidade civil (para equipamentos móveis);
  • Acidentes pessoais do operador;
  • Quebra de vidros;
  • Colisão, capotamento e tombamento;
  • Despesas de salvamento;
  • Lucros cessantes.

Quais os riscos excluídos do seguro

Algumas situações e alguns eventos não são cobertos pela apólice de seguro de maquinário. Isso se dá pela natureza previsível do dando, alto risco envolvido ou por serem considerados como responsabilidade do segurado.

  • Desgaste natural;
  • Falha de manutenção;
  • Ação intencional;
  • Operação inadequada;
  • Desastres naturais específicos;
  • Guerra e conflitos;
  • Contaminação e poluição;
  • Fraude.

Dessa forma, é crucial revisar cuidadosamente a apólice de seguro para compreender completamente quais riscos estão excluídos e considerar a contratação de coberturas adicionais, se necessário, para garantir a proteção de suas máquinas agrícolas.

Conclusão

A contratação de um seguro para maquinário é crucial na gestão de riscos no setor agrícola. Ele proporciona segurança financeira, garantindo que operações agrícolas possam continuar sem interrupções significativas, mesmo diante de imprevistos como danos físicos, roubos e desastres naturais.

O seguro não é só uma medida de precaução, mas também, é um investimento estratégico na proteção e no futuro do seu negócio. Diante dos desafios e incertezas inerentes à agricultura, assegurar-se contra potenciais perdas é um passo prudente que todos no agronegócio devem considerar.

Precisando restituir o seguro de máquinas agrícolas perdidas devido a problemas ambientais? Agende já uma demonstração conosco e descubra como o Aegro pode facilitar o processo de recuperação e gestão de seguros. Não perca tempo, comece a proteger seus investimentos e garantir a continuidade das operações agrícolas agora mesmo!

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Preparação do maquinário para a colheita

A importância de ter o maquinário preparado e em boas condições, aumento a eficiência da colheita, diminuindo perdas e gerando mais lucro.

A produtividade da atividade agrícola depende de inúmeros fatores, desde o preparo do solo, plantio, manejo da lavoura e colheita. Por estar no final do ciclo, a colheita assume papel importante, pois qualquer erro pode colocar toda a produção a perder.

A janela de colheita normalmente é bastante curta pois a melhor condição de colheita do produto se dá em um momento bastante específico. Por isso, qualquer atraso na colheita pode gerar perdas na produção, na quantidade e qualidade colhida.

Dessa forma, ter o maquinário em boas condições é primordial para a boa condução da colheita, principalmente em propriedades mais extensas em que o maquinário precisa ser utilizado em várias áreas.

Nesse texto falaremos sobre os principais pontos de preparo do maquinário para a colheita visando maior eficiência e menores perdas.

Estrutura e tipos de colhedeira

Existem diferentes tipos de colhedeiras e sua classificação vai de acordo com características específicas. Porém, as colhedeiras normalmente têm sistemas básicos a quase todos os tipos. Esses sistemas são denominados: sistema de corte e alimentação, sistema de trilha e sistema de separação e limpeza.

Abaixo damos alguns exemplos de tipos de colhedeiras.

Quanto ao tipo de cultura:

  • Colhedeiras de café e de outros frutos: a tecnologia nesse tipo de colhedeira tem que ser mais sensível, evitando danos aos frutos;
  • Colhedeiras de cana: é uma colheita de planta inteira, porém com possibilidade de limpeza e descarte de algumas partes;
  • Colhedeiras de forragem/silagem: colheita de plantas inteiras e corte em partes menores;
  • Colhedeiras de grãos: separação de palha e grãos e limpeza do produto colhido para transferência ao compartimento graneleiro.

Quanto ao funcionamento:

  • Automotriz: tem sistema motor próprio;
  • De arrasto: podem ter motor externo acoplado ou serem ligadas ao trator;
  • Montadas: necessitam estar acopladas a um trator para funcionamento.

É claro que cada tipo de colhedeira funciona de maneira diferente e necessita de manutenções e preparações diferentes para estar em boas condições de uso. Nesse artigo iremos trazer informações gerais e não específicas de um tipo de colhedeira.

Checklist de itens da colhedeira

A verificação de condições do maquinário de colheita é importante principalmente para diminuir as chances de falhas durante a operação. Dessa forma, a vistoria mostra a necessidade de manutenções preventivas e preditivas, que evitam a necessidade de manutenções corretivas que causam atrasos na colheita.

Nesse link você pode conhecer mais sobre a manutenção de máquinas agrícolas.

Cada tipo de máquina tem um checklist de itens a serem revisados e mesmo entre as colhedeiras há diferenças nos tipos e marcas. Porém, há algumas funções básicas que devem ser verificados.

É importante que todo o processo de verificação das condições da máquina seja feito em avanço, durante a entressafra ou em uma época bem anterior à colheita. Assim, tem-se tempo hábil para correções, trocas de peças e consertos antes do seu uso.

Abaixo citamos pontos principais de verificação, tendo como exemplo uma colhedeira de grãos:

  • Sistema de iluminação: verificar a iluminação interna da cabine e os faróis, principalmente para operações noturnas, no início ou final do dia;
  • Sistema motriz e de força: verificar o motor, níveis de óleo e sistema de refrigeração e lubrificação. Além disso deve-se verificar os eixos e rodados que movimentam a máquina, bem como os sistemas de transmissão;
  • Sistemas auxiliares: verificar lubrificação de partes móveis, conexão de partes fixas, mangueiras e níveis de líquidos de lubrificação, condução e resfriamento, borrachas e amortecedores de contenção de impactos, etc…
  • Sistema de corte e alimentação: essa verificação é importante para garantir que as peças responsáveis pelo corte e transporte à etapa seguinte estejam em perfeito estado. Deve-se verificar a afiação dos sistemas de corte, folgas nos componentes e desgastes de peças. Essa é a etapa em que há maiores perdas na colheita, por falhas no corte e embuchamento da máquina;
  • Sistema de trilha: essa etapa é onde os grãos são desprendidos e soltos das vagens ou espigas. Deve-se verificar os rolamentos, peças dentadas e correias. É importante que esses ajustes sejam bem executados para evitar danos às sementes/grãos e perda de qualidade do produto;
  • Sistema de limpeza e separação: o ajuste de jogos de peneiras, transportadores ou fluxos de ar são importantes para evitar que grãos sejam perdidos e descartados, causando perdas importantes;
  • Comunicação e sistemas de agricultura de precisão: nas máquinas mais modernas é importante verificar a comunicação, o sistema de GPS e os sensores responsáveis pelo monitoramento da colheita em tempo real para formação dos mapas de produtividade;
  • Regulagem para colheita: a regulagem de acordo com a cultura a ser colhida é importante para diminuir perdas. Deve-se verificar também a velocidade recomendada.

Exemplo de checklist para colhedeira de cana (Fonte: DCBio)

Pontos importantes para o planejamento e execução da colheita

O planejamento da colheita já se inicia no plantio, quando o produtor decidi quais culturas serão plantadas, os seus ciclos e as datas de plantio.

Alguns pontos, além do maquinário, também devem ser verificados e avaliados antes e durante a colheita.

  • Planejamento de áreas a serem colhidas;
  • Logística de colheita, transporte e armazenagem;
  • Condições climáticas;
  • Estágio de desenvolvimento das plantas em cada lavoura ou talhão;
  • Peças de reposição, combustível e disponibilidade de mão-de-obra;
  • Softwares de gestão de dados e sistemas de agricultura de precisão.

A atividade de colheita envolve muito mais que apenas retirar o produto do campo. É importante se atentar às atividades pré e pós-colheita, dando maior fluidez ao trabalho e evitando problemas.

Melhore a eficiência econômica e operacional do seu maquinário. Ao lado do texto, foto de uma colheitadeira em uma lavoura de trigo

Ferramentas digitais para melhorar a colheita

Hoje existem uma série de plataformas digitais que podem auxiliar o produtor no momento da colheita. São ferramentas que auxiliam na preparação do maquinário e no planejamento da colheita.

Uma das funcionalidades mais importantes está relacionada aos alertas de manutenção, para garantir a eficiência e o desempenho ideal dos equipamentos agrícolas no momento do uso. Isso garante que o equipamento esteja revisado, trazendo diversos benefícios:

  • Menor chance de quebra e manutenção corretiva;
  • Menor retrabalho;
  • Maior assertividade;
  • Colheita do produto no melhor momento;
  • Homogeneidade do produto;
  • Maior eficiência no uso de combustível e mão-de-obra;
  • Aumento da produtividade.

Não deixe que a falta de preparação do maquinário prejudique sua safra! Marque uma demo hoje mesmo e descubra como nossos alertas de manutenção do Aegro podem garantir o pleno funcionamento de seus equipamentos, aumentando sua produtividade e eficiência.

Cuide de suas máquinas com o Aegro

O Aegro desempenha um papel crucial na preparação do maquinário para a colheita, oferecendo uma plataforma abrangente que simplifica e otimiza todo o processo.

Através do sistema, os agricultores podem registrar facilmente todas as atividades relacionadas à manutenção e abastecimento de suas máquinas agrícolas, garantindo que estejam em condições ideais para a colheita.

gestão de máquinas com Aegro
Imagem da tela de gestão de máquinas do Aegro

Além disso, o aegro oferece recursos de planejamento e gestão de custos que permitem aos produtores antecipar as necessidades de manutenção, garantindo uma operação eficiente e sem interrupções durante o período de colheita.

Considerações finais

O investimento em uma máquina colhedeira é altíssimo e, tão mais alto quanto for o seu nível tecnológico. Dessa maneira, ter uma máquina que não esteja apta para realizar seu trabalho é uma perda de dinheiro investido e de tempo na atividade agrícola.

É importante que o produtor tenha o maquinário sempre revisado e aproveite todas as suas funções tecnológicas para aviso de manutenções e conexão dos sensores por meio da internet.

Mesmo em máquinas mais antigas, o operador deve manter todas as manutenções em dia para que ela esteja apta a executar sua funcionalidade quando for momento da colheita.

O Aegro Máquinas tem ferramentas para auxiliar o produtor a integrar informações de seu maquinário a plataformas digitais como Climate FieldView™, John Deere Operations Center e Stara.

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Como a agricultura 5.0 vai impulsionar seu trabalho na lavoura

Agricultura 5.0: conheça todas as novidades, o que já é aplicável na sua lavoura e o que esperar das tecnologias

A agricultura está em constante evolução. A vantagem disso é que, cada vez mais, seu trabalho no campo será facilitado.

Atualmente, a agricultura 5.0 vem trazendo uma forte revolução de métodos, processos e demandas.

Uma das principais aliadas de produtores rurais e fornecedores de insumos tem sido a inovação tecnológica para alcançar esse objetivo.

Quer saber mais sobre a agricultura 5.0 e como ela vai impactar a sua fazenda? Acompanhe a leitura!

O que é a agricultura 5.0

A Agricultura 5.0 busca alcançar alta precisão e desempenho na produção agrícola por meio do uso de big data e inteligência artificial. Para viabilizar essa abordagem, a Agricultura 5.0 incorpora uma ampla variedade de serviços e ferramentas digitais, tais como:

  • Análise de solo georreferenciada;
  • Mapeamento via satélite;
  • Utilização de drones;
  • Agricultura de precisão;
  • Maquinário autônomo.

A Agricultura 5.0  não está relacionada apenas ao uso das ferramentas digitais mais modernas. Ela também tem grande papel no auxílio à tomada de decisão.

As decisões são tomadas pelos próprios sistemas autônomos e máquinas inteligentes.

A viabilidade de todas essas operações está intrinsecamente ligada às análises estatísticas e probabilísticas. Por essa razão, a importância da coleta, armazenamento e processamento de dados é destacada.

Quais os objetivos da Agricultura 5.0?

O objetivo principal da Agricultura 5.0 é atingir máxima eficiência no processo de produção agrícola, mesmo em um ambiente de baixa capacidade de controle. 

Esse objetivo pode ser alcançado por meio de sistemas integrados de captação e análise de dados para tomadas de decisão por inteligência artificial.

Para isso, são necessários alguns pilares de evolução dentro do conceito de Agricultura 5.0.

Os 4 pilares e benefícios da agricultura 5.0

A Agricultura 5.0 é composta de 4 pilares.

1. Aumento de produtividade

Esse é um dos principais objetivos desde o começo da agricultura. As soluções que já existem permitem alimentar cada vez mais pessoas.

Além disso, já existem tecnologias na agricultura que ajudam você a ter domínio sobre todos os detalhes da sua plantação. 

Estando por dentro de todos os detalhes do seu trabalho, você pode tomar decisões eficazes para aumentar a produtividade.

2. Segurança alimentar

A agricultura 5.0 já pensa no futuro, e considera aspectos sociais e políticos para garantir a segurança alimentar da população.

Infelizmente, é a realidade de muitas pessoas não saber se terá comida na mesa no dia seguinte. O objetivo é reduzir ao máximo possível essa triste situação.

3. Redução de desperdício

Aproximadamente 30% de tudo que é produzido é desperdiçado. 

Um dos focos da agricultura 5.0 é atuar na melhoria das práticas de conservação, armazenamento e transporte. Assim, o desperdício tende a ser cada vez menor.

Essa redução só é possível por meio da inteligência artificial e de robôs, além de técnicas e métodos de cultivo e colheita avançados.

4. Alimentação saudável e menor impacto ambiental

O estímulo à alimentação saudável também é um foco da Agricultura 5.0.

Ela irá garantir alimentos nutritivos para a população. Ela também irá controlar e reduzir os impactos ambientais que podem ser causados pela atividade.

Tecnologias disponíveis da agricultura 5.0

Graças ao GPS, hoje há muitas tecnologias disponíveis na agricultura 5.0. 

Veja alguns serviços e produtos que já são realidades:

  • Sensores de linha: acoplados às semeadoras, eles conseguem gerar mapas de plantio em tempo real e ainda informar a porcentagem de uniformidade, linhas duplas e falhas.
  • Sistemas distribuidores de sementes: as mudanças nos sistemas distribuidores permitiram uma melhora considerável na uniformidade de distribuição de sementes, além da possibilidade de trabalhar com mais de um híbrido ao mesmo tempo.
  • Sistemas de linhas independentes: esse sistema auxilia na correção do remonte nas cabeceiras e arremates da lavoura. Há expectativas de se aplicar essa mesma tecnologia para a distribuição de adubo, reduzindo gastos excessivos com sementes e insumos.
  • Regulador de pressão das linhas: já amplamente utilizado no exterior, a ideia é substituir as molas de pressão das semeadoras por um sistema pneumático. Esse sistema garantirá a regulagem automática da pressão das linhas exercida sob o solo, variando de acordo com as condições do solo e cultura.

Novidades da agricultura 5.0

muitas outras novidades que já estão chegando e logo serão tendências na agricultura.

Como a agricultura 5.0 será baseada em análises de dados e processamento, os sensores terão local de destaque, pois são os responsáveis pela coleta desses dados.

Dessa forma, podemos esperar sensores em todas as etapas do cultivo, desde a análise e preparo do solo até a colheita!

Atrelado a isso, o uso de drones e o sensoriamento remoto auxiliarão na confecção dos mapas alimentados e processados por softwares de informação em tempo real.

Informação em tempo real é sinônimo de facilidade de monitoramento, gestão integral e economia.

Principais desafios 

A Agricultura 5.0 representará uma grande revolução para o agronegócio. Como qualquer grande mudança, ela enfrenta obstáculos.

Por exemplo, não há incentivos à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias com baixos custos para facilitar a vida de quem produz. Mas existem outros:

  • falta de incentivo fiscal;
  • falta de crédito agrícola;
  • pouco treinamento de equipes técnicas especializadas;
  • ausência de internet de qualidade no campo;
  • falta do uso de inteligência artificial.

O agronegócio vive um momento de transformação único e sem precedentes.

Poderemos alcançar uma agricultura sustentável e moderna com base na gestão e processamento de dados.

Quando surgiu a Agricultura 5.0?

O conceito de Agricultura 5.0 surgiu por volta de 2010, motivado pela proposição de uma nova organização da atividade agrícola visando sustentabilidade, qualidade de vida, eficiência e adaptação à tecnologia, em benefício da sociedade em geral.

Inicialmente surgiu no Japão juntamente com o conceito de Sociedade 5.0, que propõe a adaptação da sociedade como um todo à nova geração de tecnologias desenvolvidas ou em desenvolvimento.

A Agricultura 5.0 vem como um avanço das revoluções anteriores da agricultura, desde o início dessa atividade pelos humanos.

Quais outras revoluções a agricultura sofreu?

No início, a relação com a agricultura e a criação de animais permitiu com que as populações humanas obtivessem alimentos numa escala até então nunca vista.

Como consequência, as populações deixaram de ser nômades e se fixaram nos territórios, criando sociedades.

Essa fase pode ser chamada Agricultura 1.0. Aqui, a agricultura dependia do esforço árduo, e todos, de alguma forma, estavam envolvidos na produção de alimentos.

Foto de quadro antigo, com três senhoras em uma lavoura, recolhendo espigas do chão. A imagem é amarelada e envelhecida.
Retrato da Agricultura 1.0 – ‘Era do músculo’
(Fonte: Culte – História da Agricultura)

Depois da Revolução Industrial, começou a “Era das máquinas” ou a Agricultura 2.0. As máquinas atuaram pelas pessoas em algumas atividades.

A principal mudança dessa época foi o motor a combustão, o coração das máquinas e tratores agrícolas.

Foto em preto e branco de uma carroça com um homem sentado sobre a roda, em uma lavoura
Com o surgimento dos motores e tratores, o preparo do solo para a agricultura tornou-se muito mais fácil.
(Fonte: Conectar Agro)

Por volta da década de 70, houve a revolução verde. Graças a ela, começou a Agricultura 3.0, ou a “Era da Química”.

Buscando aumentar a produção e a redução de custos de produção, novos manejos e tecnologias surgiram no campo. 

Essas mudanças aparecem especialmente no campo dos agroquímicos.

Foto de lavoura com máquina moderna no fundo, realizando a pulverização
Avanço no campo dos agroquímicos e mudanças na agricultura 3.0
(Fonte: Brasil Escola)

Na década de 90, surgiu a Agricultura 4.0, ou da “Era da Biotecnologia e genética”.

Nessa época, surgiram culturas geneticamente modificadas, tolerantes à agroquímicos, mais produtivas e adaptadas.

Surgiram também as tecnologias digitais, desde a agricultura de precisão ao sensoriamento remoto com drones e imagens.

A Agricultura 4.0 trouxe um foco bastante acentuado nos maquinários mais eficientes e na automação agrícola como um todo.

Quais as principais diferenças da Agricultura 5.0 para a Agricultura 4.0?

A agricultura 5.0 promete dar continuidade a todas essas mudanças na agricultura, trazendo avanços cada dia mais tecnológicos.

A principal diferença da Agricultura 5.0 em relação à Agricultura 4.0 é o fato de que todos os avanços atingidos até o momento estarão unidos pela conectividade.

Os avanços da internet e sua expansão e cobertura cada vez mais global permitirão uma gestão e execução de atividades remotamente e coordenadas por bancos de dados previamente adquiridos.

Outra alteração importante é que o foco no maquinário será diminuído por serem tecnologias mais consolidadas, sendo que esse foco passará ao indivíduo e a gestão das tomadas de decisão em tempo real, baseadas em um pacote tecnológico. 

Foto de pilhas de papeis, com chamada para baixar o guia de software

Como a agricultura 5.0 pode contribuir com o meio ambiente?

O aumento da eficiência da produção agrícola, por si só, é um ponto importante para o meio ambiente. Hoje em dia há grande desperdício de recursos, sejam eles hídricos, de produtos, de combustível, de material genético e da produção agrícola.

Ao aumentar o controle e a eficiência nas tomadas de decisão, a Agricultura 5.0 irá potencializar a produtividade agrícola com o mínimo necessário de recursos, diminuindo o impacto ambiental da atividade.

Assim, recursos não-renováveis terão maior duração e renováveis serão mais facilmente recuperados. Isso inclui recursos como água, solo, nutrientes, energia, entre outros.

Ou seja, a Agricultura 5.0 vem ao encontro da necessidade de produzir mais alimentos

Conclusão

Agricultura 5.0 emerge como uma revolução significativa no campo, impulsionada pela integração de big data e inteligência artificial. Esta abordagem inovadora visa atingir máxima eficiência na produção agrícola, mesmo em ambientes de baixa capacidade de controle. 

Essa evolução não se restringe apenas à implementação de ferramentas digitais avançadas, mas também desempenha um papel crucial na melhoria da tomada de decisões, delegando tarefas a sistemas autônomos e máquinas inteligentes.

A coleta, armazenamento e processamento de dados desempenham papel essencial, respaldando análises estatísticas e probabilísticas fundamentais para o sucesso da Agricultura 5.0.

Os objetivos claros da Agricultura 5.0 abrangem o aumento de produtividade, a segurança alimentar, a redução de desperdício e o estímulo à alimentação saudável, visando não apenas a eficiência agrícola, mas também a sustentabilidade e menor impacto ambiental.

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Você ficará fora da Agricultura 5.0? Quais tecnologias já integrou na sua lavoura? Vou adorar ler seu comentário!

Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Bioenergia: o que é, benefícios e desvantagens para o agronegócio

Bioenergia: Explore o universo, suas fontes, efeitos no agronegócio e suas vantagens e desvantagens.

A busca por soluções sustentáveis tem levado o agronegócio a explorar alternativas como a bioenergia. Neste artigo, abordaremos o conceito, fontes, benefícios e desvantagens dessa forma de energia.

Embarque conosco numa jornada pelo fascinante universo da bioenergia, desvendando seus mistérios e desafios que moldam não apenas o futuro do agronegócio, mas também o curso da sustentabilidade global. 

Este artigo é mais do que uma exploração técnica; é um convite para desvendar os segredos da bioenergia e compreender por que ela se tornou uma peça-chave na transformação do cenário agrícola. 

Esta leitura essencial é o portal para desvendar o papel essencial da bioenergia na busca incessante por soluções que impulsionam o desenvolvimento agrícola em harmonia com o nosso planeta.

O Conceito de Bioenergia

O termo “bioenergia” refere-se à energia proveniente de biocombustíveis, os quais são derivados diretamente ou indiretamente de biomassa de origem biológica, como plantas, resíduos orgânicos, carvão vegetal, microrganismos e algas. 

A interligação entre bioenergia e segurança alimentar é de natureza complexa, exigindo uma abordagem integrada de estudos abrangendo produção, economia, sustentabilidade, novas tecnologias e novas culturas. 

Esse enfoque holístico da bioenergia visa promover tanto a produção de “alimento e combustível”, permitindo que a bioenergia desempenhe um papel significativo no avanço do desenvolvimento sustentável.

A bioenergia e sua importância

A bioenergia ganhou importância devido à sua capacidade de oferecer uma fonte renovável, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e mitigando as emissões de gases de efeito estufa. 

A utilização da bioenergia promove a sustentabilidade ambiental ao diversificar a matriz energética, enquanto oferece benefícios econômicos e sociais, especialmente para comunidades rurais. Além disso, a versatilidade da bioenergia a posiciona como uma peça-chave na transição para uma economia de baixo carbono.

Fontes de Bioenergia

Diversas fontes alimentam a produção de bioenergia, incluindo biomassa, biogás e biocombustíveis. Compreender essas fontes é crucial para avaliar o potencial ecológico e econômico da bioenergia. 

As principais fontes de bioenergia incluem:

  • Biomassa: derivada de materiais orgânicos, como resíduos agrícolas, restos de madeira e culturas energéticas, a biomassa é uma fonte versátil de bioenergia.
  • Biogás: produzido a partir da decomposição anaeróbica de resíduos orgânicos, como esterco animal e resíduos de alimentos, o biogás é uma fonte de energia renovável.
  • Biocombustíveis líquidos: Incluem etanol, obtido principalmente da cana-de-açúcar e milho, e biodiesel, derivado de óleos vegetais. Ambos são utilizados como combustíveis para veículos.
  • Bioóleo: resultante da pirólise da biomassa, o bioóleo pode ser uma alternativa para a produção de bioenergia e produtos químicos.
  • Biocarvão: também conhecido como carvão vegetal, é produzido através da pirólise da biomassa. Pode ser utilizado como combustível ou na agricultura para melhorar a fertilidade do solo.
  • Biocombustíveis de Algas: algas podem ser cultivadas para a produção de biocombustíveis, como biodiesel, oferecendo uma fonte de energia renovável e sustentável.

Essas fontes de bioenergia desempenham um papel crucial na diversificação da matriz energética, contribuindo para a redução da dependência de combustíveis fósseis e promovendo práticas mais sustentáveis.

Mas, o que é a bioenergia sustentável?

A bioenergia sustentável é um conceito que abrange práticas e tecnologias visando equilibrar a produção de energia derivada de fontes biológicas com a preservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico. 

Para atender a critérios de sustentabilidade, a produção de bioenergia deve envolver a utilização responsável de recursos naturais, evitando a competição direta com a produção de alimentos e adotando tecnologias que minimizem as emissões de gases de efeito estufa.

Esse enfoque sustentável da bioenergia também inclui a gestão responsável de resíduos orgânicos utilizados na produção de biogás, promovendo práticas de manejo florestal responsável para evitar a degradação de ecossistemas naturais. 

Além disso, a pesquisa e o desenvolvimento contínuos são fundamentais para impulsionar inovações tecnológicas que tornem a produção de bioenergia mais eficiente e com menor impacto ambiental, contribuindo para a transição para um modelo energético mais limpo e sustentável.

Combustíveis produzidos por meio da bioenergia

A bioenergia é responsável por gerar diversos combustíveis, como etanol e biodiesel. Compreender a variedade de produtos derivados é essencial para analisar o impacto da bioenergia no agronegócio.

Benefícios e desvantagens da bioenergia para o agronegócio

Benefícios da bioenergia

  • Sustentabilidade ambiental: Redução das emissões de gases de efeito estufa.
  • Autossuficiência energética: O agronegócio pode tornar-se independente em termos de energia.
  • Estímulo econômico: Investir em bioenergia impulsiona a economia local.

Desvantagens da bioenergia

  • Uso de terra: A produção de biomassa pode competir com áreas destinadas à agricultura alimentar.
  • Investimento inicial: Implementar tecnologias bioenergéticas pode exigir investimentos significativos.

Bioenergia no Brasil: o hoje e o amanhã

A bioenergia no Brasil destaca-se como uma fonte crucial na matriz energética atual, especialmente pela intensiva produção de etanol a partir da cana-de-açúcar. 

Essa abordagem da bioenergia não apenas contribui para a redução das emissões e independência energética, mas também impulsiona a economia agrícola. 

As projeções futuras indicam um crescimento contínuo, com investimentos em pesquisa para diversificar fontes e promover a convergência entre bioenergia e produção de alimentos, refletindo o compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável e sua posição como referência global em práticas energéticas inovadoras. 

No cenário global da bioenergia, o Brasil destaca-se como uma potência, especialmente quando se trata do papel crucial desempenhado pela bioenergia no agronegócio.

Reconhecido internacionalmente por sua liderança na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, o Brasil se posiciona como um modelo exemplar na integração eficiente de bioenergia à matriz energética. 

Estados como São Paulo e Goiás emergem como protagonistas nesse cenário da bioenergia, impulsionando a produção de biocombustíveis e bioeletricidade.

 A vasta extensão de terras agrícolas e o clima propício favorecem a produção de biomassa, consolidando essas regiões como líderes na implementação de práticas sustentáveis no agronegócio, reforçando a importância da bioenergia como catalisador para o desenvolvimento econômico e ambiental.

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Conclusão

Em síntese, a exploração da bioenergia tornou-se vital no contexto global, especialmente para o agronegócio, impulsionada pela necessidade de soluções sustentáveis.

 Este artigo proporcionou uma compreensão abrangente da bioenergia, desde seu conceito até suas fontes e impactos no agronegócio. 

A diversidade de fontes de bioenergia, incluindo biomassa, biogás, biocombustíveis, bioóleo, biocarvão e biocombustíveis de algas, foi destacada como crucial para a redução da dependência de combustíveis fósseis

Além disso, a ênfase na bioenergia sustentável, com gestão responsável de resíduos e práticas de manejo florestal, ressaltou a importância de um compromisso holístico com a preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico através da bioenergia.

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