Plantação de trigo: Conheça as etapas fundamentais

A safra 2025/26 promete ser histórica para a triticultura brasileira, com estimativa de 10 milhões de toneladas de trigo.

Este é um marco que reflete o avanço tecnológico, o esforço de produtores em investir em planejamento e manejo adequado desde o início do cultivo.

Com o aumento da demanda e da área plantada, cultivar trigo no Brasil tem se tornado uma atividade cada vez mais estratégica.

Mas, para ter bons resultados, é indispensável seguir cada etapa do processo com atenção — da escolha da cultivar ao manejo das pragas no início da lavoura.

Você sabe qual é o melhor momento para semear o trigo na sua região? E como preparar o solo, ajustar o espaçamento e definir a quantidade de sementes? Esses detalhes fazem toda a diferença e você confere tudo neste conteúdo.

Como está o mercado de trigo hoje no Brasil?

A produção de trigo no Brasil deve alcançar 10 milhões de toneladas na safra 2025/26, o que representa um aumento de 29,9% em relação ao ciclo anterior. O avanço expressivo se deve, principalmente, à base comparativa baixa do ano anterior.

A área plantada também deve crescer, com estimativa de 3,1 milhões de hectares, um acréscimo de 6,2% em relação à safra 2024/25.

No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, projeta-se um crescimento de 11,7% na área cultivada e de 11,9% na produção, chegando a 4,4 milhões de toneladas.

Já o Paraná, mesmo com leve redução de 0,7% na área, deve ter um salto de 57,6% na produção, totalizando 3,7 milhões de toneladas.

Em relação ao comércio internacional, a Argentina ainda possui um saldo exportável de 4,3 milhões de toneladas de trigo, o equivalente a 33% dos 13 milhões produzidos

No ciclo anterior, esse percentual era de apenas 18%. Esse cenário indica que, nos próximos meses, o Brasil deve encontrar espaço para importar o volume necessário sem grandes pressões no mercado.

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Qual a importância do cultivo do trigo?

O trigo é uma das culturas mais antigas cultivadas no mundo. Por ser fonte de carboidratos, proteínas, gordura, fibra, cálcio, ferro e ácido fólico, tem um grande papel na alimentação humana.

Podendo ser consumido de diversas formas, há plantações de trigo em diversas localidades, como China, União Europeia, Índia, Rússia, EUA, Canadá, Austrália, Paquistão, Ucrânia e Turquia.

A plantação de trigo no Brasil assume apenas a 15ª posição de produção. Porém, há espaço para crescimento tanto em área quanto em produtividade.

Para a cultura se desenvolver, é necessário planejamento adequado e utilizar técnicas para o plantio do trigo corretas.

Tabela

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Figura 1. Maiores produtores mundiais de trigo. (Fonte: Atlas Big, 2025).

Como plantar trigo: passo a passo 

Saber como é plantado o trigo é o primeiro passo que você deve seguir para ter altas produtividades.

Em cada uma das etapas, há uma série de especificidades que devem ser seguidas com o máximo de cuidado possível. Confira a seguir.

1. Escolha do cultivar

No Brasil, a produção de trigo está concentrada na região Sul, mas também há produção na Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás.

O que muda na plantação de trigo nas regiões brasileiras é o tipo de cultivar escolhido. Cada uma delas é desenvolvida para ser adaptada ao clima de cada região.

Para que você faça uma boa escolha, fique de olho em alguns pontos, como:

  • Indicação de produção;
  • Alto desempenho no campo e produtividade;
  • Resistência à doenças; 
  • Indicação da cultivar de acordo com o sistema de produção; 
  • Fertilidade do solo; 
  • Época de semeadura;
  • Entre outros fatores.

2. Época de plantio de trigo

Na região do Cerrado a época de plantio é de janeiro a fevereiro (sequeiro) e abril a maio (trigo irrigado). Já o plantio de trigo na região Sul, a janela de semeadura é entre março e junho.

A época de plantio do trigo depende de cada região de cultivo da cultura. Para te auxiliar nessa escolha, você pode seguir as recomendações do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático).

O Zarc disponibiliza uma lista de cultivares recomendadas para cada região, além da relação de municípios com seus respectivos calendários de plantio.

Com isso, você tem acesso aos dados específicos do estado, incluindo a lista de municípios indicados, os períodos de plantio (início e fim) por cidade, além de informações sobre o tipo de solo e o grupo de cultivares recomendado.

3. Condições ideais de plantio

O trigo é uma cultura que pode ser produzida em regiões tropicais e subtropicais, mas para alcançar altas produtividades, a umidade do ar ideal para cultivar o trigo é de 70%.

Umidades muito elevadas podem causar danos fitossanitários, influenciando diretamente no rendimento dos grãos. A alta umidade também não é bem-vinda durante o plantio do trigo, então fique de olho. 

Para a emergência do trigo, temperaturas do solo entre 15 °C e 20 °C são favoráveis. Mas as temperaturas acima de 26 °C podem ser prejudiciais para o estabelecimento desta cultura de inverno.

Por isso, realize o planejamento de sua semeadura, acompanhando as previsões climáticas, para evitar semear em períodos com temperaturas baixas ou altas demais. 

Condições como umidade, temperatura e chuva durante todo o ciclo da cultura também refletem diretamente na qualidade do grão.

4. Preparo do solo para plantio de trigo

Após fazer o planejamento e ter definido todos os parâmetros citados acima, comprado suas sementes, está na hora de preparar o solo para o plantio de trigo.

Primeiro, determine qual o tipo de sistema de cultivo será ou é utilizado na área, sendo convencional ou plantio direto, e realizar as práticas de acordo com ele. Outros fatores importantes para o estabelecimento da lavoura de trigo são: 

  • Semear no limpo; 
  • Fazer um bom manejo de cobertura do solo até a semeadura;
  • Análise de solo (adubação equilibrada);
  • Semeadura de qualidade; 
  • Cuidados com velocidade de semeadura e profundidade (2 cm a 5 cm); 
  • Escolha da semente de qualidade;
  • População de planta adequada.

Para o preparo do solo, saiba qual a quantidade de fertilizantes e corretivos a serem aplicados no solo. Esse é um fator importante quando se pensa no custo com a cultura.

Isso porque os fertilizantes têm maior participação nos custos de produção do trigo, representando aproximadamente 25% do investimento na lavoura. Por isso, é importante realizar a análise de solo.  

Passo a passo representando como fazer a preparação do solo para a plantação de trigo.

5. Análise do solo

Para determinar se o solo precisa de correção ou de fertilizantes é necessário realizar a análise. As amostras devem ser representativas da área. 

Para plantio direto, é recomendada a amostragem de 0 cm – 10 cm e ocasionalmente de 0 cm – 20 cm de profundidade.

Para o plantio convencional, a amostragem recomendada é de 0 cm – 20 cm. A interpretação da análise de solo é realizada de acordo com o nível de cada elemento.

Já para determinar a necessidade de calagem e adubação para a área amostrada, devem ser utilizados manuais ou indicações técnicas para cada região do país. 

6. Correção com calcário

Determinar se a área precisa de calagem e qual quantidade utilizar é extremamente importante. Você deve ter a interpretação da análise de solo com as recomendações para cada região de cultivo do trigo.

7. Adubação

A adubação com fertilizantes NPK e micronutrientes para o trigo costuma ser feita no sulco de semeadura.

O nitrogênio é o nutriente mais exigido pela planta, e sua quantidade varia conforme alguns fatores, como: matéria orgânica do solo, cultura anterior, clima da região e expectativa de produção.

No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, por exemplo, a dose de nitrogênio depende principalmente da matéria orgânica, da cultura precedente e da expectativa de rendimento.

O nitrogênio costuma ser aplicado em cobertura, entre o perfilhamento e o alongamento do colmo, enquanto no Paraná, essa adubação é feita com base na cultura anterior.

Cada estado tem uma recomendação específica, por isso o indicado é consultar os estudos da Embrapa ou procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a).

Adubação nitrogenada: um guia rápido de manejo para altas produtividades na lavoura

8. Semeadura, espaçamento e densidade

A maior parte do plantio de trigo no Brasil é realizado com semeadoras. As sementes serão plantadas seguindo estas indicações:

  • Espaçamento entre linhas de 17 cm a 20 cm;
  • Densidade média de 200 a 400 sementes viáveis por ;
  • Profundidade de semeadura de 2 cm a 5 cm.

Também há quem faça a semeadura a lanço, onde é possível distribuir as sementes de maneira manual ou mecanicamente. Entretanto, dessa forma, você terá um espaçamento irregular e desuniformidade em sua área.

Para saber a quantidade de sementes que você irá utilizar por metro e por hectare, você utilizará a seguinte conta:

Fórmula:

L = (100 × S × E) / PG
D = (L / E × L × M) / 100
L = (100 × S × E) / PG
D = (L / E × L × M) / 100
S = número de sementes por m² (estande de plantas/m²)
E = espaçamento em metros
PG (%) = poder germinativo
L = número de sementes por metro
M = massa de 1.000 sementes em gramas

Quanto tempo o trigo demora para crescer?

O tempo que o trigo demora para crescer varia de acordo com o tipo de trigo (trigo de inverno ou trigo de primavera), clima e manejo, mas em geral:

  • Trigo de inverno: Leva de 6 a 8 meses do plantio à colheita, com semeadura no outono, passando pelo inverno em dormência. É colhido no final da primavera ou começo do verão;
  • Trigo de primavera: Cresce mais rápido, levando de 4 a 5 meses do plantio à colheita. É semeado na primavera e colhido no verão.

No Brasil, onde o cultivo é mais comum entre maio e setembro, o ciclo do trigo costuma durar em torno de 110 a 150 dias, dependendo da variedade e das condições climáticas.

Fases de crescimento do trigo
  • Germinação e emergência: 5 a 15 dias;
  • Perfilhamento: 20 a 40 dias;
  • Alongamento do colmo: 30 a 50 dias;
  • Emborrachamento e espigamento: 15 a 30 dias;
  • Floração e enchimento de grãos: 20 a 40 dias;
  • Maturação e colheita: 20 a 30 dias.

Manejo inicial da lavoura de trigo

Os cuidados com as plantas de trigo devem ser tomados antes e durante a instalação da lavoura. O  manejo de doenças, pragas e plantas daninhas da cultura é fundamental.

As plantas daninhas devem ser controladas para que você semeie o trigo no limpo. O trigo deve permanecer, por no mínimo 12 dias, sem a interferência de plantas invasoras.

A atenção deve ser principalmente para gramíneas como o azevém, capim-amargoso e aveia. 

Doenças e pragas devem ser controladas antes que causem danos econômicos na sua lavoura. Entre as principais doenças do trigo que podem aparecer no início do ciclo da cultura, há:

  • Oídio;
  • Ferrugem;
  • Mancha amarela da folha;
  • Mancha-marrom;
  • Nanismo-amarelo;
  • Mal-do-pé.

Estas são apenas algumas doenças que causam impacto desde a germinação e perfilamento. Independente do tipo, o MID (Manejo Integrado de Doenças) precisa ser realizado. Elas podem variar entre as regiões de cultivo e condições climáticas.

Os pulgões, assim como os corós, percevejo-barriga-verde e lagartas, são pragas do trigo que podem ocorrer durante todo o ciclo da cultura. Elas devem ser monitoradas desde a germinação.

Para controle, o MIP (Manejo Integrado de Pragas) é fundamental. Ele irá reduzir os danos e a incidência destas pragas nas plantações de trigo.

Existem várias outras ferramentas essenciais para se ter uma lavoura sadia. O conhecimento do histórico da área, o monitoramento climático, a rotação de culturas, o controle químico no momento correto são as principais.

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Safra de inverno: Tudo o que você precisa saber sobre culturas, clima e manejo

Com a chegada do inverno, as preocupações com a safra de inverno precisam ser redobradas, afinal, as condições climáticas acabam por propiciar desafios maiores para a plantação

Contudo, a safra de inverno continua sendo uma ótima oportunidade para que os produtores mantenham sua produção ativa, mesmo em um período de clima menos favorável.

O avanço da tecnologia no campo e o aprimoramento de técnicas de plantio possibilitaram a diversificação de culturas de inverno e evitam grandes impactos na renda. 

Além disso, muitos têm ido além do esquema soja-milho, buscando novas opções para melhorar os resultados do empreendimento rural.

Neste artigo, você confere as principais alternativas de culturas de inverno que se adaptam melhor às condições do período, quais cuidados são essenciais para manter a produtividade e as perspectivas de mercado para a safra de inverno 2025/26.

O que são as culturas de inverno?

As culturas de inverno são plantas adaptadas para crescer e se desenvolver em condições climáticas mais frias e secas, características da estação. 

O plantio dessas espécies acontece entre janeiro/fevereiro e setembro/outubro, logo após a colheita da safra de verão. 

Por isso, o cultivo de plantas de inverno também é chamado de segunda safra ou cultura de entressafra.

A escolha das espécies a serem cultivadas deve considerar as condições climáticas da região e a cultura anterior.

Essa estratégia permite maximizar a fertilidade do solo e otimizar os recursos disponíveis. Algumas opções de culturas incluem:

Além disso, o plantio de culturas de inverno pode contribuir para o controle de pragas, melhoria da estrutura do solo e conservação da umidade, garantindo benefícios para o cultivo seguinte.

Um vasto plantio de nabo forrageiro

Figura 1. Área de cultivo de nabo forrageiro. Créditos: Equipe FieldView™ (2023).

O que é safra de inverno e qual a diferença para a safra de verão?

A safra de inverno é o ciclo de plantio que ocorre durante os meses mais frios do ano, em contraposição à safra de verão, que ocorre nos meses quentes e chuvosos. 

A principal diferença entre safra de inverno e verão está nas condições climáticas e nas culturas cultivadas.

  • Safra de verão: Cultivada entre os meses de setembro e março, com alto índice de chuvas e temperaturas elevadas. Principais culturas: soja, milho e arroz.
  • Safra de inverno: cultivada entre abril e setembro, com temperaturas mais amenas e menor volume de chuvas. Principais culturas: trigo, cevada, aveia e canola.

Quais os benefícios das culturas de inverno?

O plantio de culturas de inverno traz diversas vantagens, especialmente para o sistema produtivo como um todo. 

Além de otimizar o uso da terra, essas espécies contribuem para a preservação e manejo sustentável do solo, preparando a área para o próximo ciclo agrícola. Dentro disso, os principais benefícios do cultivo de inverno incluem:

  • Favorece o controle de plantas invasoras, reduzindo a competição por nutrientes;
  • Diminui os riscos de erosão, mantendo a estrutura do solo;
  • Melhora os atributos químicos, físicos e biológicos do solo, promovendo maior produtividade na safra seguinte;
  • Aumenta a retenção de água, tornando o sistema mais resiliente a períodos de estiagem;
  • Reduz a amplitude térmica do solo, favorecendo o desenvolvimento radicular das culturas subsequentes;
  • Contribui para o manejo integrado de pragas e doenças, interrompendo o ciclo de vida de organismos prejudiciais;
  • Diminui os custos com defensivos agrícolas, uma vez que a rotação de culturas reduz a incidência de doenças e pragas;
  • Equilibra o sistema produtivo, proporcionando maior estabilidade frente a condições climáticas adversas.
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Culturas de inverno: O que plantar na entressafra?

As condições climáticas do inverno podem parecer desafiadoras, mas existem diversas opções de culturas de inverno que podem ser bem aproveitadas

Essas culturas contribuem para a fertilidade do solo, ajudam no manejo sustentável da lavoura e garantem rentabilidade ao produtor. Por isso, algumas das culturas mais plantas são:

  • Trigo: Base para a produção de farinha e amplamente cultivado no Sul e Sudeste;
  • Cevada: Utilizada na indústria cervejeira e em rações animais;
  • Aveia: Pode ser destinada tanto para consumo humano quanto para alimentação animal;
  • Canola: Cultura oleaginosa importante para a produção de óleo vegetal;
  • Triticale: Cereal híbrido entre trigo e centeio, empregado na alimentação animal e panificação;
  • Hortaliças de inverno: Rúcula, alface, espinafre e repolho, que se beneficiam do clima mais ameno;
  • Milho safrinha: Embora seja plantado no final da safra de verão, muitas vezes é considerado parte da produção de inverno.

Ainda existem outras opções, como nabo forrageiro, ervilhaca e feijão guandu, que podem ser utilizadas como plantas de cobertura para melhorar as condições do solo.

Quais cuidados precisa ter com a safra de inverno?

A safra de inverno pode ser uma excelente oportunidade para diversificar a produção e otimizar o uso da terra.

No entanto, essa época do ano também traz desafios específicos, como temperaturas mais baixas, menor disponibilidade de água e maior risco de geadas.

Para garantir uma colheita produtiva e rentável, é preciso adotar estratégias adequadas de manejo, como:

1. Planejamento e escolha das culturas

Nem todas as culturas se adaptam bem às condições do inverno. Por isso, é importante escolher espécies mais resistentes ao frio e com ciclo adequado para a região.

Algumas das opções mais comuns para a safra de inverno são trigo, aveia, cevada e canola, além de hortaliças como brócolis e couve.

Junto disso, considere o uso de rotação de culturas para evitar esgotamento do solo e opte por cultivares que também sejam resistentes a pragas e doenças.

2. Preparação do solo e nutrição

Antes do plantio, é preciso analisar o solo para identificar possíveis necessidades de correção e garantir um ambiente adequado para o desenvolvimento das culturas.

  • Realize a amostragem do solo para avaliar a fertilidade e definir as correções necessárias;
  • Corrija a acidez e melhore a estrutura do solo com a aplicação de calcário e gessagem, quando indicado;
  • Adube de forma equilibrada, utilizando fertilizantes adequados para suprir os nutrientes essenciais ao crescimento saudável das plantas.

Um solo bem preparado e nutrido contribui para uma lavoura mais resistente e produtiva, aumentando os resultados da safra de inverno.

3. Manejo de pragas e doenças

O controle eficiente de pragas e doenças ajuda a preservar a produtividade da safra de inverno. Mas para isso é necessário:

  • Monitorar a lavoura regularmente para identificar precocemente doenças fúngicas, como ferrugem do trigo e oídio, além da presença de pragas.
  • Aplicar defensivos biológicos e químicos de forma responsável, seguindo as recomendações técnicas para evitar resistência e minimizar impactos ambientais.
  • Adote o manejo integrado de pragas (MIP), combinando práticas como rotação de culturas, uso de variedades resistentes e controle biológico para reduzir a necessidade de defensivos.

Com um monitoramento eficiente e estratégias adequadas, é possível proteger a lavoura e garantir uma produção mais sustentável.

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Como garantir rentabilidade na safra de inverno?

Além de focar no rendimento da cultura, é interessante buscar rentabilidade econômica. Para isso, acompanhe tendências de mercado e avalie a demanda dos produtos cultivados.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de aveia, cevada e trigo deve ultrapassar 7,78 milhões de toneladas, impulsionada pelo aumento da demanda por cereais no mercado interno e externo.

Já o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) destaca que a baixa disponibilidade interna de cereais de inverno tem incentivado preços competitivos para os produtores.

Mercado e comercialização da safra de inverno

A demanda por grãos de inverno tem crescido, especialmente para a lavoura de trigo nacional, reduzindo a dependência de importações

Além disso, culturas como cevada e canola estão ganhando mais espaço na produção brasileira. Para garantir bons preços de venda, você pode recorrer a:

  • Hedge agrícola: Proteção contra variações de preços no mercado futuro;
  • Contratos de venda antecipada: Asseguram preços fixos e evitam oscilações prejudiciais;
  • Monitoramento das exportações: Acompanhar as tendências globais para avaliar oportunidades de venda.

Acompanhar as oscilações do mercado e investir em boas estratégias de comercialização são passos importante para garantir a lucratividade da produção de inverno. 

O investimento em tecnologias agrícolas e boas práticas de manejo também vão fazer diferença para otimizar os resultados e manter a propriedade sempre competitiva.

Colheita de trigo: perspectivas e produção

O trigo é um dos cereais mais cultivados globalmente e é parte importante na dieta humana. 

Sua produção, que atingiu 764,3 milhões de toneladas na safra de 2019/20, representa um crescimento em relação ao ano anterior.

A colheita de trigo é vital não apenas por sua contribuição nutricional, mas também por sua importância econômica, alimentando cerca de um terço da população mundial. 

A China se destaca como o maior produtor, mas o acesso a alimentos derivados do trigo é importante em diversas nações, incluindo o Brasil.

Continue acompanhando o conteúdo e saiba o que esperar da colheita de trigo nesta safra. 

Trigo no Brasil e no mundo

No Brasil, o consumo de trigo varia entre 10 a 12 milhões de toneladas, posicionando o país como um dos maiores importadores do grão.

Apesar dos esforços para aumentar a produção, a safra de 2022 resultou em 10,55 milhões de toneladas, com uma área cultivada de 3,086 milhões de hectares e uma produtividade média de 3.420 kg por hectare. 

Esses números refletem um cenário desafiador, onde a produção e colheita de trigo ainda não é suficiente para atender à demanda interna.

Qual a importância econômica do trigo? 

O trigo é o terceiro cereal mais cultivado no mundo, após arroz e milho, e sua ampla distribuição geográfica resulta em uma diversidade de características, influenciadas pelas variações climáticas e de solo

Essa diversidade permite classificar o trigo em categorias, como trigo de inverno e trigo de primavera, além de diferenciá-lo pelo teor de glúten, a principal proteína presente no grão.

Leia também: 

Condições climáticas e colheita de trigo no Brasil

Nas primeiras semanas de setembro, o clima predominou quente e seco na maior parte do Brasil, resultando em um aumento significativo de queimadas, especialmente nos estados de Mato Grosso e Pará

Enquanto as chuvas mais volumosas foram registradas no Noroeste do Amazonas, em Roraima e na região Sul, essas precipitações beneficiaram os cultivos de inverno, além da semeadura de feijão e milho da primeira safra. 

No Sul, o aumento da intensidade e abrangência das chuvas também contribuiu para o início da semeadura da soja

Contudo, as chuvas não foram suficientes para aliviar os efeitos da estiagem e das altas temperaturas em algumas lavouras de trigo, especialmente na fase de enchimento de grãos no Oeste e Norte do Paraná. 

Na região Centro-Oeste, a umidade do solo se manteve baixa, limitando a semeadura a áreas irrigadas. 

A análise espectral indica um atraso no desenvolvimento inicial dos cultivos de inverno no Sudoeste do Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul

No entanto, dados recentes mostram uma condição favorável para a safra atual e a colheita do trigo, com o índice de vegetação (IV) próximo ou acima da média em comparação com a safra anterior.

Trigo: Produção por estado brasileiro

De acordo com o relatório World Agricultural Production (WAP) de outubro, do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a produção de trigo no Brasil para 2024/25 deve alcançar 9 milhões de toneladas, uma queda de 5% em relação à previsão anterior. 

O resultado é 11% maior que o ciclo passado e 19% acima da média dos últimos cinco anos.

Já a colheita do trigo está estimada em 3 milhões de hectares, uma redução de 14% em relação ao mês anterior e ao mesmo período do ano passado, mas 10% acima da média histórica

O rendimento médio previsto é de 3 toneladas por hectare, 11% maior que no mês anterior e 29% acima do ano passado, superando em 9% a média dos últimos cinco anos.

Após uma safra difícil em 2023, marcada por chuvas excessivas no Rio Grande do Sul, o trigo brasileiro se recupera. Acompanhe abaixo um panorama da produção de trigo em alguns estados do país: 

1. Rio Grande do Sul

As chuvas na terceira semana de setembro melhoraram a umidade do solo nas regiões Noroeste, Missões e Fronteira Oeste, favorecendo o desenvolvimento das lavouras. 

Embora tenha havido casos pontuais de doenças fúngicas, os tratamentos fitossanitários foram beneficiados pela maior incidência solar.

2. Goiás

As lavouras irrigadas na região Leste estão na fase final de colheita de trigo, com grãos de boa qualidade e rendimento satisfatório.

3. Minas Gerais

A colheita de trigo foi concluída com boas produtividades e qualidade nas lavouras irrigadas. 

Ao todo, o estado rendeu em torno de 420 mil toneladas de trigo, contribuindo para o aumento da produtividade na região.

4. Mato Grosso do Sul

A colheita também foi finalizada, mas as produtividades foram afetadas pela seca prolongada, que afetou a fase de enchimento dos grãos. 

Essa condição climática adversa resultou em menor rendimento por hectare, prejudicando o potencial de colheita. 

5. Bahia

 O clima seco favoreceu a colheita de trigo,  que atingiu 70% da área total.

As condições climáticas favoráveis reduziram a incidência de doenças e facilitaram o manejo na fase final do ciclo.

Algumas regiões receberam pouca chuva, afetando a produtividade média, porém o estado tem mostrado potencial para expandir a área cultivada

6. Paraná

A colheita alcançou 35% da área, mas a escassez de chuvas e altas temperaturas impactaram o potencial produtivo de algumas lavouras.

As condições climáticas desse tipo, prejudicaram o desenvolvimento das plantas, resultando em um rendimento abaixo do esperado em algumas partes do estado.

7. Santa Catarina

O baixo volume de precipitações no início do mês prejudicou a qualidade das lavouras, favorecendo doenças e interferindo nos tratos culturais. 

Apesar disso, a elevada radiação solar e as chuvas recentes proporcionaram uma condição satisfatória, com algumas lavouras iniciando o enchimento de grãos.

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Qual o clima ideal para o cultivo de trigo?

A instabilidade do clima, especialmente em anos de fenômenos como El Niño, pode provocar excesso de chuvas e aumento das temperaturas, impactando negativamente o desenvolvimento das lavouras. 

Durante a primavera, a maior nebulosidade e a redução da radiação solar afetam diretamente o enchimento dos grãos, levando a uma diminuição na produtividade

No Sul do Brasil, onde a cultura é mais concentrada, as chuvas frequentemente superam os valores normais, alterando as condições ideais para o cultivo.

Apesar dessas adversidades climáticas, algumas regiões têm se destacado pela alta produtividade do trigo, como:  

  • Guarapuava (PR) com produção de 7.028 kg/ha;  
  • Coxilha (RS) registrou 6.589 kg/ha;
  • Vacaria (RS) obteve 6.347 kg/ha. 

O aumento de 20% a 30% na produtividade média do trigo poderia transformar o Brasil de um importador para um exportador desse cereal. 

Junto disso, investir em pesquisa, desenvolvimento de variedades resistentes e em técnicas de cultivo podem ajudar a mitigar os impactos das condições climáticas.

Contar com ferramentas que oferecem previsão do tempo e controle de produtividade, também fazem toda a diferença. 

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Como as perdas agrícolas nas enchentes do RS podem afetar seu estado

As enchentes recentes no Rio Grande do Sul afetaram a produção agrícola e a economia nacional. Soja, trigo, milho, frango, suínos, ovos e pecuária de corte enfrentam desafios significativos. Medidas integradas são essenciais para proteger o abastecimento alimentar e a estabilidade econômica do Brasil. 


Os temporais recentes que devastaram o Rio Grande do Sul resultaram em enchentes históricas, transformando cidades inteiras em zonas de calamidade e causando prejuízos incalculáveis. 

As consequências dessas enchentes vão além das fronteiras do estado, afetando diretamente a produção agrícola e, consequentemente, a economia de todo o Brasil

As perdas agrícolas são particularmente preocupantes, uma vez que o Rio Grande do Sul é um dos principais produtores de grãos e outros produtos agrícolas essenciais para o abastecimento nacional.

Estima-se que aproximadamente 4% da produção nacional de soja, por exemplo, está em risco devido às condições adversas. Além disso, o início do plantio de grãos para a safra 2024-2025, que estava previsto para o terceiro trimestre deste ano, pode ser severamente comprometido. 

As dificuldades no escoamento da safra já colhida, bem como o transporte e armazenamento de grãos, ração animal e outros subprodutos agrícolas, estão causando gargalos significativos. 

Adicionalmente, as pastagens alagadas comprometem a produção de leite, enquanto alguns rebanhos e criadouros de aves foram dizimados pelas enchentes, elevando os custos logísticos e de produção nesses segmentos. A interrupção temporária de parte do setor de serviços também interfere na geração de empregos e na arrecadação do estado, exacerbando os desafios econômicos.

Diante deste cenário, torna-se crucial entender como as perdas agrícolas nas enchentes do Rio Grande do Sul podem afetar seu estado e quais medidas podem ser tomadas para mitigar esses impactos. Desde o mapeamento de áreas de risco até o fortalecimento de infraestruturas e o planejamento urbano resiliente, é fundamental adotar uma abordagem integrada para enfrentar os desafios futuros e proteger a economia e a segurança alimentar do Brasil. 

Boa leitura!

Enchentes e a economia do país 

As recentes enchentes no Rio Grande do Sul transformaram o estado em um verdadeiro cenário de devastação, com impactos que vão muito além das fronteiras gaúchas. 

As imagens e relatos de cidades submersas e populações deslocadas sensibilizaram o Brasil inteiro. Com as águas atingindo níveis históricos, superando o recorde de 1941, a magnitude da tragédia foi exacerbada por uma combinação de fatores climáticos e urbanísticos.

Figura 1. Situação das estradas com importante PIB agrícola para o município— Fonte: Guia da região dos lagos (2024).

A destruição não se limitou apenas às infraestruturas urbanas. O setor agrícola, vital para a economia do Rio Grande do Sul e para o abastecimento de diversos estados brasileiros, sofreu perdas incalculáveis. As lavouras de soja e trigo, fundamentais para o mercado nacional, foram gravemente danificadas, resultando em prejuízos que se estendem para além das fronteiras do estado. A produção de arroz, que representa 70% da produção nacional, também foi severamente afetada em algumas regiões.

Essas perdas agrícolas têm um efeito dominó na economia brasileira, impactando diretamente os preços dos alimentos, a oferta de produtos no mercado e até a balança comercial do país. O aumento dos custos de seguros, os danos ao maquinário e a descapitalização dos produtores são apenas algumas das consequências que afetam diretamente outros estados que dependem dos produtos agrícolas gaúchos.

Além dos impactos econômicos imediatos, há uma preocupação crescente com a segurança alimentar e a estabilidade do abastecimento de alimentos. Estados que importam grandes quantidades de grãos e outros produtos agrícolas do Rio Grande do Sul podem enfrentar “escassez e aumento de preços”, afetando desde os consumidores até os setores industriais que dependem dessas matérias-primas.

Impactos na agricultura brasileira

As recentes enchentes no Rio Grande do Sul causaram uma devastação sem precedentes, com impactos que vão além das fronteiras estaduais, afetando a economia e a segurança alimentar do país como um todo. Com base em estudos de instituições como S&P Global e Itaú Unibanco, é possível antecipar diversos danos colaterais que precisam ser considerados para entender a extensão das consequências e como elas podem impactar outros estados brasileiros.

Impacto na produção de soja

O Rio Grande do Sul é um dos principais produtores de soja do Brasil, e as enchentes recentes representam um risco significativo de perda de aproximadamente 4% da produção nacional.

Perda na safra por conta de enchente no RS é de pelo menos 1 mi de t

Figura 2. Perda na safra por conta de enchente no RS é de pelo menos 1 mi de t Fonte: Amanda Perobelli Reuters. 

Plantio de grãos comprometido

As enchentes impactaram não apenas a colheita atual, mas também o plantio de grãos da safra 2024-2025. Com o início do plantio previsto para o terceiro trimestre deste ano, a preparação do solo e as operações de plantio serão desafiadas, resultando em uma possível redução na produtividade futura. Estados ou empresas que importam grãos do Rio Grande do Sul podem enfrentar uma “escassez de suprimentos”, afetando a indústria de alimentos e a agroindústria.

Dificuldades no escoamento e armazenamento

O escoamento da safra agrícola já colhida enfrenta grandes dificuldades devido aos danos causados pelas enchentes às infraestruturas de transporte. Ferrovias, rotas alternativas e portos estão sobrecarregados ou danificados, tornando o transporte e armazenamento de grãos, ração animal e subprodutos agrícolas mais caros e ineficientes. Esses gargalos logísticos podem resultar em atrasos na entrega de produtos, afetando as exportações e a cadeia de suprimentos interna.

Impacto na produção de leite e criação de animais

As pastagens alagadas comprometem a alimentação do gado, impactando diretamente a produção de leite. Além disso, muitos rebanhos e criadouros de aves foram dizimados pelas enchentes, aumentando os custos logísticos e operacionais desses segmentos. Estados que importam leite e produtos avícolas do Rio Grande do Sul podem enfrentar aumentos de preços e dificuldades de abastecimento.

Setor de serviços e empregos

O fechamento temporário de parte do setor de serviços no Rio Grande do Sul interfere significativamente no mercado de trabalho e na arrecadação de impostos do estado. Isso pode resultar em uma diminuição da renda disponível e do consumo, afetando também outros estados que mantêm relações econômicas estreitas com o Rio Grande do Sul.

Prognóstico e medidas necessárias

Embora a dimensão total dos impactos ainda seja difícil de estimar devido às áreas ainda submersas e à previsão de mais chuvas, é evidente que o período de reconstrução será desafiador. Estados que dependem economicamente do Rio Grande do Sul precisarão se preparar para lidar com os efeitos colaterais dessas perdas agrícolas. Medidas como a diversificação das fontes de suprimento, investimentos em infraestrutura de transporte e armazenamento, e o apoio aos produtores rurais serão essenciais para mitigar os impactos e garantir a continuidade do abastecimento alimentar e a estabilidade econômica.

Às culturas agrícolas

Soja

O Rio Grande do Sul, o segundo maior produtor de soja do Brasil, está enfrentando sérios desafios devido às enchentes. A safra 2023/2024, que era projetada para ser recorde com 22,24 milhões de toneladas, sofreu atrasos no campo e há preocupações crescentes sobre a qualidade das lavouras. O excesso de umidade pode aumentar a acidez do óleo de soja, diminuindo a oferta de boa qualidade para a indústria alimentícia. Estima-se que a colheita não alcance 20 milhões de toneladas, com apenas 70% da área colhida, abaixo da média de 83% dos últimos cinco anos.

Figura 3. Colheita de soja em Tapes – RS, — Fonte: Fábio Eckert e Equipe FieldCrops 19 maio de 2024.

Trigo

Maior produtor de trigo do Brasil, o Rio Grande do Sul produziu 5,2 milhões de toneladas em 2022. A safra 2023/2024 nacional estava estimada em 9,6 milhões de toneladas. No entanto, a ampla oferta de trigo argentino resultou em preços menos atrativos, levando a uma redução da área cultivada no estado.

Milho

A colheita da safra de verão de milho está quase paralisada, com apenas 83% da área colhida até o início de maio. A previsão da Conab indicava uma produtividade 40,3% maior que a última safra, mas as enchentes impediram o progresso.

Frango, suínos e ovos

As chuvas prejudicaram severamente a logística de transporte de frango, suínos e ovos devido a estradas danificadas. Produtores enfrentam dificuldades para adquirir insumos como rações e embalagens. Em 2022, o estado tinha 573 mil cabeças de suínos, sendo o terceiro maior do Brasil. A região Sul concentra a maior parte do abate de frangos do país, que é o maior exportador mundial.

Pecuária de corte

A destruição de pontes e estradas impediu o transporte de animais para abate. Em 2023, 519 mil animais foram abatidos no estado. A falta de infraestrutura está mantendo compradores e vendedores fora do mercado enquanto aguardam a normalização da situação.

Preocupado com os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul na agricultura de todo o Brasil? 

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Conclusão

Os temporais no Rio Grande do Sul causaram enchentes históricas, devastando cidades e gerando prejuízos significativos que impactam a economia nacional. As perdas agrícolas são preocupantes, pois o estado é um grande produtor de grãos essenciais para o Brasil.

O plantio de grãos para a safra 2024-2025 está comprometido. As dificuldades no escoamento e armazenamento da safra colhida estão criando gargalos logísticos, elevando os custos e ameaçando as exportações.

A produção de leite está prejudicada pelas pastagens alagadas, e os rebanhos de aves foram dizimados, aumentando os custos de produção. O setor de serviços também foi afetado, prejudicando a geração de empregos e a arrecadação do estado, agravando os desafios econômicos.

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Estratégias para vender bem a produção agrícola

Descubra como vender sua produção agrícola com mais lucro! Conheça as estratégias essenciais para maximizar seus resultados na venda de produtos agrícolas. Aprenda a acompanhar os preços das commodities, diversificar sua carteira de clientes e utilizar tecnologia a seu favor.

A venda da produção agrícola é um ponto crucial para o sucesso de qualquer empreendimento no setor. 

Para garantir o máximo retorno financeiro, é essencial implementar estratégias eficazes que levem em consideração diversos fatores, incluindo o momento oportuno para a comercialização e a análise do mercado de commodities

Neste artigo, vamos explorar estratégias essenciais para vender a produção agrícola com lucratividade máxima, considerando aspectos como o acompanhamento dos preços das commodities, a diversificação da carteira de clientes e o uso de tecnologia para gerenciar a produção de forma mais eficiente. 

Vamos mergulhar nesse universo dinâmico da venda agrícola e descobrir como alcançar melhores resultados financeiros.

A importância da venda assertiva

Na jornada agrícola, da semeadura à colheita, o planejamento da comercialização é essencial para garantir eficiência e rentabilidade. 

Desde o cultivo até o momento da venda, cada etapa demanda estratégias cuidadosas para que os grãos, como soja e milho, alcancem o consumidor final, impulsionando toda a cadeia produtiva.

Para o produtor rural, além de cultivar de forma sustentável, é crucial compreender o mercado e o funcionamento da cadeia produtiva. 

No cenário atual, conhecer as nuances da comercialização de grãos é fundamental para aproveitar as oportunidades e superar os desafios, maximizando os resultados das safras.

A comercialização agrícola é um pilar essencial para a economia nacional, abrangendo desde a produção até a distribuição de produtos agrícolas, envolvendo etapas como plantio, colheita, transporte, processamento e armazenamento.

A comercialização agrícola

Este sistema complexo conta com uma série de agentes que desempenham papéis cruciais, desde o cultivo até a entrega dos produtos agrícolas. 

Desde a aquisição de insumos e o planejamento da safra, o produtor rural avalia as possibilidades de venda dos grãos que serão produzidos, considerando uma variedade de fatores para embasar suas decisões comerciais.

A comercialização não se limita à conclusão do ciclo produtivo, mas abrange todas as operações desde a aquisição dos insumos até a venda dos produtos. 

Este processo envolve uma rede de agentes, incluindo produtores rurais, cooperativas, empresas de transporte, distribuidores e varejistas, cada um desempenhando um papel específico na cadeia de comercialização.

Essa interação entre oferta (setor produtivo) e demanda (consumidor final) é crucial para a eficiência e rentabilidade do setor agrícola. A dinâmica desse sistema fundamenta os estágios da cadeia produtiva, desde a produção até a entrega dos produtos ao consumidor final.

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Modalidades de comercialização/vendas

Na comercialização agrícola, diversas atividades especializadas são desempenhadas por diferentes agentes. Aqui está uma visão geral dos principais atores envolvidos:

  1. Corretor: Atua como intermediário na aproximação entre compradores e vendedores, facilitando negociações sem estocar bens, financiar ou assumir riscos.
  2. Facilitador: Influencia o processo de distribuição sem possuir os bens ou negociar diretamente a compra ou venda.
  3. Representante de Fabricante: Empresa que vende bens de vários fabricantes de forma independente.
  4. Comerciante: Influencia a compra, assume a posse dos bens e os revende posteriormente.
  5. Varejista: Responsável por vender bens ou serviços diretamente ao consumidor final.
  6. Agente de Vendas: Procura clientes e negocia em nome de um fabricante, sem assumir a propriedade dos bens.
  7. Força de Vendas: Grupo de pessoas que vendem produtos e serviços em nome de uma empresa.
  8. Atacadista: Empresa que vende bens ou serviços adquiridos para revenda ou uso empresarial.

Esses agentes desempenham papéis específicos ao longo do canal de comercialização ou distribuição, que representa a sequência de etapas pelas quais o produto agrícola passa até chegar ao consumidor final.

Estratégias para venda eficiente

Para estabelecer uma estratégia de comercialização bem-sucedida, é essencial seguir alguns passos que garantam assertividade no processo. Aqui estão as etapas fundamentais:

  1. Conheça os Custos de Produção: Tenha em mãos os custos de produção da safra ou um orçamento detalhado. Isso inclui não apenas os custos diretos, mas também os custos operacionais, depreciação e custos econômicos associados à produção agrícola.
  2. Defina Estratégias de Venda: Considere as diferentes estratégias de venda disponíveis, levando em conta fatores como sazonalidade do mercado, demanda esperada e concorrência. Estabeleça metas claras e objetivas para orientar suas ações de comercialização.
  3. Avalie as Formas de Pagamento: Analise as diferentes formas de pagamento disponíveis, como crédito bancário, troca de produtos (barter) ou uso de capital próprio. Escolha a opção que melhor se adapte às suas necessidades e objetivos financeiros.
  4. Determine a Margem Esperada: Defina a margem de lucro esperada para sua produção, considerando os custos envolvidos e as condições do mercado. Se necessário, busque orientação de especialistas para analisar cenários de preços e tomar decisões embasadas.
  5. Aproveite Oportunidades de Mercado: Esteja atento às flutuações de preços no mercado. Quando os preços estiverem elevados, aproveite para vender sua produção, seguindo as estratégias definidas previamente.
  6. Não Espere Preços Ideais: Em alguns casos, pode ser necessário vender mesmo que o preço esteja abaixo do esperado, especialmente se houver o risco de uma queda ainda maior. No entanto, nunca comprometa seus lucros vendendo a um preço que resulte em prejuízos significativos.

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Técnicas avançadas para vendas agrícolas

As estratégias de comercialização agrícola são fundamentais para avaliar a viabilidade do sistema produtivo em uma fazenda, envolvendo desde o acompanhamento do mercado até a tomada de decisões baseadas nos custos de produção.

O produtor rural se mantém atualizado com as notícias e tendências do mercado ao longo das safras, planejando seus investimentos com base nos custos por hectare.

Uma das técnicas mais importantes nesse contexto é a estruturação e o planejamento da venda dos produtos agrícolas após a colheita.

Um exemplo comum e que proporciona segurança ao produtor é o Barter, onde ocorre a troca dos insumos utilizados no cultivo pelo pagamento em produção de grãos. 

Outra técnica relevante é o Hedge, que fixa o preço dos grãos de acordo com a cotação da bolsa de valores, permitindo ao produtor prever sua margem de lucro.

Além dessas, há outras modalidades de comercialização:

  • Comercialização pela Cooperativa: Nesse modelo, a cooperativa atua como intermediária na venda, recebendo os grãos, armazenando e realizando o escoamento da safra.
  • Pré-Fixação e Pré-Pagamento: Nessas modalidades, a negociação dos grãos ocorre com um preço pré-estabelecido. No pré-pagamento, o comprador antecipa o pagamento ao produtor, que se compromete a entregar os grãos após a colheita, com pagamento de juros.
  • Tradings e Corretoras: Empresas especializadas em commodities agrícolas facilitam a venda dos grãos, intermediando as negociações com compradores nacionais e internacionais.

Estratégias para vender bem a produção de milho e soja

A comercialização eficiente da produção de milho e soja requer uma abordagem estratégica e bem planejada, levando em consideração diversos fatores para maximizar os resultados.

Análise de Mercado

Realizar uma análise detalhada do mercado é fundamental para identificar oportunidades e tendências. É importante entender a demanda por milho e soja nos mercados local, regional e global, acompanhar as flutuações de preços e identificar potenciais compradores.

Diversificação de Clientes

Buscar diversificar a base de clientes é uma estratégia importante para mitigar riscos e aumentar as oportunidades de venda. Além de vender para grandes compradores, como indústrias e cooperativas, explorar mercados locais, regionais e internacionais pode ampliar os canais de distribuição e maximizar os lucros.

Gestão de Custos

Controlar os custos de produção é essencial para garantir uma margem de lucro satisfatória na comercialização de milho e soja. Monitorar de perto os custos relacionados ao cultivo, como insumos agrícolas, mão de obra, maquinário e logística, e buscar maneiras de otimizá-los sem comprometer a qualidade e a produtividade é fundamental.

Utilização de Contratos Futuros

A utilização de contratos futuros pode ser uma estratégia eficaz para garantir preços mais estáveis e previsíveis. Esses contratos permitem fixar o preço do milho e da soja antes da colheita, protegendo o produtor contra possíveis quedas nos preços de mercado.

Adoção de Tecnologia

A tecnologia desempenha um papel crucial na otimização da comercialização de milho e soja. O uso de sistemas de gestão agrícola, aplicativos de cotação de preços, análise de dados e monitoramento de mercado pode fornecer informações valiosas para tomar decisões mais informadas e estratégicas na venda da produção.

Investir em estratégias de marketing também pode ajudar a aumentar a visibilidade e a atratividade da produção de milho e soja no mercado. 

Ao implementar essas estratégias de forma integrada e bem planejada, os produtores podem maximizar os lucros e garantir o sucesso na comercialização de suas safras.

Como o Aegro ajuda na venda

Para planejar o preço de venda, é necessário saber todos os custos e identificar o valor ideal para venda do produto.

Com o Aegro, todas as informações da safra ficam centralizadas em um só lugar, facilitando a compreensão do valor ideal de venda. Além disso, você pode criar simulações de venda com diferentes valores para entender o lucro obtido com base nos custos registrados.

venda de grãos
Tela de colheita do Aegro

Conclusão

A comercialização agrícola não é apenas um aspecto crucial para o sucesso de um empreendimento no setor, mas também um processo estratégico que envolve diversos aspectos, desde o planejamento até a execução. Ao longo deste artigo, exploramos as estratégias essenciais para vender a produção agrícola com lucratividade máxima.

Desde o acompanhamento dos preços das commodities até a diversificação da carteira de clientes e o uso de tecnologia para gerenciar a produção de forma mais eficiente, destacamos a importância de entender o mercado e a cadeia produtiva para maximizar os resultados financeiros.

Além disso, discutimos as diversas modalidades de comercialização, como o Barter, o Hedge e a pré-fixação/pré-pagamento, que oferecem alternativas para o produtor rural garantir a segurança e previsibilidade na venda de seus produtos.

Agora, você está equipado com o conhecimento e as ferramentas necessárias para aprimorar suas estratégias de venda e impulsionar seus resultados na comercialização agrícola. Não perca tempo! Agende uma demonstração gratuita com a Aegro e descubra como podemos ajudá-lo a maximizar seus lucros e otimizar sua produção.

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Veja como escolher o melhor fungicida para trigo

Fungicida para trigo: saiba quais são os principais no mercado, recomendações de uso, quando as aplicações devem ser feitas e mais!

O aumento da intensidade de doenças causadas por fungos na cultura do trigo tem sido um grande desafio para os produtores rurais. 

Em cultivares mais suscetíveis, a ocorrência de doenças no trigo pode reduzir a produtividade. Se você enfrenta problemas com fungos na plantação de trigo, precisa ficar por dentro dos melhores fungicidas do mercado.

Neste artigo, saiba mais quando iniciar a aplicação, como escolher o melhor produto e quais cuidados são necessários durante esse processo. Boa leitura!

Qual é a importância dos fungicidas em trigo?

Os fungicidas são produtos utilizados no controle de doenças causadas por fungos, bactérias e algas. Na cultura do trigo, esse grupo de defensivos agrícolas ocupa posição de destaque. 

Entre os fatores limitantes para a produção desse cereal, destacam-se as doenças causadas por fungos. Elas prejudicam o desenvolvimento das plantas, interferem na qualidade do produto final e reduzem a produtividade.  

Justamente por isso, os fungicidas são uma importante ferramenta na produção e na qualidade do trigo

Quando iniciar a aplicação?

Independente da doença, quanto antes elas forem controladas, maiores serão as chances de sucesso do manejo fitossanitário.

Na cultura do trigo, alguns fungicidas respondem melhor quando utilizados de forma preventiva. Assim, eles são aplicados quando há um ambiente favorável à infecção, o que reduz as chances de incidência da doença.

Após o estabelecimento da doença na lavoura, podem ser utilizados fungicidas com efeito erradicante. Eles possuem efeito curativo sobre as plantas doentes. No entanto, a escolha da hora certa para iniciar a aplicação dos fungicidas depende de alguns aspectos. 

Primeiramente, é preciso conhecer bem o histórico da área onde está instalada a lavoura. Fique por dentro das pragas no trigo e doenças ocorridas nas safras passadas, produtos químicos utilizados, adubações e sistema de cultivo.

Também é fundamental monitorar a lavoura regularmente. Somente assim é possível identificar focos das doenças, o modo de distribuição na área, o nível de infestação e o estágio de infecção.

É importante lembrar que sob condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento das doenças, a atenção deve ser redobrada. Além disso, é preciso considerar a suscetibilidade da cultivar de trigo.

Outro ponto importante é conhecer o comportamento dos patógenos e as condições que favorecem as doenças. Essas informações irão contribuir para a antecipação dos problemas e na tomada de decisão de quando iniciar a aplicação dos fungicidas.

Melhores fungicidas para oídio, mancha-amarela, ferrugem e outras doenças da cultura

Pesquisas indicam que para o controle da ferrugem e da mancha-amarela em trigo, a combinação entre epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina possui cerca de 85% de eficiência. Entretanto, há outras doenças fúngicas no trigo, como:

O manejo dessas doenças é baseado em dois grupos de fungicidas: estrobilurinas e triazóis. A orientação é que as estrobilurinas sejam sempre utilizadas em associação com os triazóis. A estrobilurina não deve nunca ser aplicada isoladamente. 

Já os triazóis devem ser combinados com fungicidas de mecanismos de ação diferentes (estrobilurinas e fungicidas multissítio). Essas aplicações são feitas de maneira preventiva.  Nas tabelas a seguir, confira algumas recomendações de fungicidas para trigo:

Fungicidas para controle de oídio, manchas foliares, ferrugem da folha e do colmo
Fungicidas para controle de oídio, manchas foliares, ferrugem da folha e do colmo 
(Fonte: Informações Técnicas para Trigo e Triticale)

Os fungicidas também podem ser utilizados no tratamento das sementes de trigo. Ainda, é necessário escolher cultivares de trigo resistentes a doenças fúngicas.  Abaixo, estão relacionados alguns produtos para essa finalidade.

Fungicidas indicados para o tratamento de sementes de trigo e triticale
Fungicidas indicados para o tratamento de sementes de trigo e triticale 
(Fonte: Informações Técnicas para Trigo e Triticale)

O uso de fungicidas é apenas uma das medidas recomendadas para a cultura do trigo. O controle eficiente e a garantia de uma lavoura produtiva de trigo envolve a adoção de outras práticas, como:

  • plantio na época recomendada;
  • cultivo de sementes certificadas;
  • cultivares de trigo com maior grau de resistência;
  • rotação de culturas.

É importante ressaltar que os custos com fungicidas representam grande parte do custo total de produção do trigo. Nesse sentido, é preciso aliar aspectos técnicos e econômicos para traçar as melhores estratégias.

Cuidados da aplicação na cultura do trigo

O uso de qualquer defensivo agrícola, seja fungicida, inseticida, acaricida ou herbicida, requer bastante cautela.  Ainda, na aplicação de fungicidas, é preciso seguir rigorosamente as instruções da bula do produto em relação à: 

  • dosagem;
  • intervalo de segurança;
  • número;
  • época;
  • modo de aplicação. 

É importante deixar claro que exceder a dose recomendada pode provocar fitotoxicidade nas plantas, além de elevar os custos de produção.  Faça também a rotação de fungicidas com diferentes mecanismos de ação. Isso contribui para evitar a seleção de patógenos resistentes.

No momento da aplicação dos fungicidas, as condições meteorológicas devem ser respeitadas para evitar problemas com a deriva e para garantir a qualidade da pulverização. Os fatores climáticos que devem ser avaliados são: 

  • umidade relativa do ar; 
  • temperatura; 
  • velocidade e direção do vento.

Esses fatores influenciam no processo de chegada das gotas de pulverização até o alvo. A orientação é que as aplicações sejam feitas nas horas mais frescas do dia.  O sucesso no manejo de doenças do trigo também está relacionado à qualidade da aplicação dos fungicidas. 

Assim, é preciso utilizar técnicas e tecnologias de aplicação que irão garantir tamanho de gota ideal, boa cobertura e uniformidade de deposição.  Por se tratar de substâncias químicas perigosas, a adoção dessas medidas garante a segurança do aplicador e do meio ambiente

planilha pulverização de defensivos agrícolas

Conclusão

Os fungicidas são substâncias empregadas no manejo de doenças provocadas por fungos, bactérias e algas. Na cultura do trigo, as principais doenças fúngicas podem ser controladas com fungicidas.

O manejo eficiente dessas doenças envolve o uso de fungicidas químicos, em especial os triazóis e as estrobilurinas, associado a outras medidas.

Tendo em vista a importância desse cereal, é fundamental estabelecer um plano de manejo fitossanitário que envolva a adoção de diferentes estratégias. Na dúvida, conte sempre com ajuda de uma pessoa profissional da agronomia.

Tem alguma dúvida quanto ao uso de fungicida para trigo? Se você conhece outros produtores que enfrentam problemas com doenças fúngicas na lavoura, não deixe de compartilhar esse artigo.

Mancha-amarela no trigo: como reconhecer e manejar a doença

Mancha amarela no trigo: entenda os impactos, principais sintomas, condições favoráveis e como evitar perdas!

A cultura do trigo é acometida por inúmeras doenças durante todo o ciclo de desenvolvimento. Essas doenças podem ser causadas principalmente por bactérias, vírus e fungos.

Dentre as doenças do trigo, as manchas foliares são as mais causam danos. A mancha-amarela, causada pelo fungo Drechslera tritici-repentis (nome científico), pode reduzir a produtividade do trigo em até 50%.

Ela é influenciada principalmente pelo sistema de plantio direto, além da interação da cultivar com as condições ambientais. Por isso, é necessário que diversas estratégias de controle sejam adotadas.

Neste artigo, conheça os impactos da mancha-amarela da folha do trigo, sintomas, condições ambientais favoráveis e estratégias de manejo para garantir a saúde da sua lavoura! Boa leitura!

O que é a mancha-amarela do trigo?

A mancha-amarela da folha do trigo é uma doença foliar da parte aérea, também comum no triticale. A doença, causada pelo fungo necrotrófico Drechslera tritici-repentis, possui alta intensidade em sistema de plantio direto com rotações de culturas inadequadas.

Esse fungo sobrevive principalmente nos restos culturais (palha) desse sistema de plantação de trigo. Ainda, ele possui duas fases de reprodução no seu ciclo de vida:

  • Fase assexuada (Pyrenophora tritici-repentis). Esta fase é a mais importante, pois é responsável pela multiplicação e dispersão do fungo. Os esporos produzidos em grande número são resistentes às condições ambientais adversas.
  • Fase sexuada (Drechslera tritici-repentis). Esta fase é responsável pela produção de variabilidade genética, o que implica em possibilidades de mutação e aquisição de resistência.

Pode parecer confuso, mas a mancha-amarela do trigo pode ser conhecida por esses dois nomes. No entanto, ambos os nomes se referem à mesma doença, com os mesmos sintomas. Apenas as estruturas fúngicas do fungo possuem outra aparência.

Em outras palavras, o que causa a mancha-amarela no trigo é o fungo Drechslera tritici-repentis e/ou Pyrenophora tritici-repentis. Essa doença é amplamente distribuída em todas as regiões tritícolas, especialmente aquelas manejadas sob sistema e plantio direto. 

O tratamento de sementes realizado de forma ineficiente ou com escolha do fungicida inadequado contribuem para o rápido desenvolvimento da doença. Outro agravante é a agressividade do patógeno e a resistência a diversos grupos químicos de fungicidas.

Como diferenciar os sintomas da mancha-amarela dos da mancha-marrom no trigo?

Embora os sintomas da mancha-amarela possam ser confundidos com os sintomas da mancha-marrom, existem características que distinguem ambas.

Os sintomas típicos da mancha-amarela podem ser observados desde as fases iniciais do desenvolvimento da cultura. Eles se apresentam em forma de pequenas manchas esbranquiçadas ou amareladas.

Com a evolução dos sintomas, o tecido necrosa na região central e torna-se pardo. Na mancha-amarela, forma-se um halo amarelado em torno das lesões necróticas, de até 12 mm de comprimento.

mancha amarela trigo
Diferentes intensidades de sintomas da mancha amarela em trigo em função da raça do patógeno e sua agressividade
(Fonte: Bertagnoli e colaboradores, 2019)

Disseminação e condições favoráveis para a doença

A principal forma de disseminação da doença é por respingos de chuva e vento. Quando ocorrem as chuvas, os respingos atingem os restos culturais. Isso acontece especialmente em áreas com ausência de rotação de culturas e com sistema plantio direto com pouca palhada. 

Se as condições ambientais forem favoráveis, rapidamente a doença terá início. O patógeno consegue realizar diversos ciclos da doença durante todo ciclo do trigo, aumentando rapidamente os danos.

Vale lembrar que os sintomas podem se manifestar de forma mais branda, especialmente em cultivares tolerantes, e de forma mais agressiva em cultivares suscetíveis. Desta forma, a escolha do material genético utilizado é primordial.

Além disso, temperaturas entre 18 °C e 28 °C associadas a pelo menos 30 horas de molhamento foliar são favoráveis a manifestação dos sintomas. Por isto, é essencial que estas condições sejam monitoradas, especialmente em áreas com histórico da doença.

ciclo da vida da mancha amarela do trigo
Ciclo de vida esquematizado da mancha-amarela em trigo
(Fonte: Flávio Santana)

Como fazer o controle da mancha-amarela em trigo?

A adoção de uma única forma de controle da mancha-amarela não é efetiva. É necessário que o manejo integrado de doenças seja adotado, com associação de diversas estratégias que pretendam reduzir a população do fungo. 

As três principais estratégias de manejo para eliminar a doença e garantir a qualidade do trigo consistem em:

  • Escolher cultivares do trigo que sejam resistentes à doença: esse é um fator-chave, especialmente em áreas ou regiões com histórico da doença. A consulta das cultivares resistentes pode ser realizada consultando as recomendações da Comissão Brasileira de Pesquisa em Trigo e da Embrapa;
  • A rotação de culturas é uma medida complementar, e espécies como canola, nabo e aveia podem ser utilizadas para quebrar o ciclo do fungo. Sem hospedeiros, ele não possui condições de continuar o seu ciclo. Assim, sua população é reduzida na área de cultivo.
  • A aplicação de fungicidas é uma medida complementar e importante para frear o rápido desenvolvimento do patógeno. Isso especialmente quando as condições ambientais forem favoráveis. No entanto, essa prática requer atenção quanto ao uso, visto que a mancha-amarela possui relatos de resistência.  As doses utilizadas devem ser recomendadas pelo fabricante, no intervalo entre aplicações e seguindo todas as recomendações da bula.
tabela sobre a eficácia na prática de manejo
Eficácia das estratégias de manejo da mancha-amarela. Sinais positivos indicam que as práticas surtem efeito. Sinais negativos indicam que as práticas não são eficientes.
(Fonte: Lau et al., 2020)

Fungicidas para trigo que controlam a mancha foliar amarela

Sobre o manejo de fungicidas, o Frac (Comitê de Ação a Resistência de Fungicidas) recomenda alguns cuidados e dicas. Veja quais são a seguir:

  • Seguir as recomendações do fabricante, atentando-se a bula;
  • A aplicação dos fungicidas deve ser realizada de forma preventiva, para evitar pressão de seleção de populações resistentes;
  • Devido ao histórico de resistência, estrobilurinas não devem ser aplicadas de forma isolada. Elas devem ser associadas a outros grupos químicos, como fungicidas mutissítios e triazóis. 
  • Os fungicidas associados devem ser eficientes à doença isoladamente. Ou seja, se o fungicida associado às estrobilurinas fosse aplicado de forma isolada, este deveria garantir bons níveis de controle à doença.
  • Realizar a rotação de grupos químicos, observando quais os mecanismos de ação utilizados.  Em muitas situações, o nome do produto utilizado pode mudar, mas os grupos químicos e/ou até mesmo os mecanismos de ação, são os mesmos. Consulte sempre um profissional para a melhor recomendação para as necessidades da sua lavoura.
  • A eficiência dos fungicidas pode ser consultada em resultados sumarizados de pesquisa, disponibilizados por instituições públicas e privadas.  Esses resultados são obtidos em diferentes regiões de cultivo, o que pode nortear a tomada de decisão.
Banner de chamada para o download da planilha de cálculos de insumos

Conclusão

A mancha-amarela da folha do trigo pode causar redução drástica da produtividade da cultura. No entanto, a partir do reconhecimento da sua ocorrência e severidade, diversas estratégias de manejo podem ser utilizadas.

Vale ressaltar que práticas de manejo de forma isolada não são eficientes no controle da doença.  Além disso, são anualmente realizados relatos de redução da eficiência das moléculas disponíveis. 

Por isso, faça um manejo que vise prolongar a vida útil dos fungicidas disponíveis.

Tem alguma experiência com a mancha-amarela para compartilhar com a gente? Escreva pra gente, vamos adorar o seu comentário!

Veja as soluções para os principais problemas na colheita do trigo

Colheita do trigo: saiba como programar, organizar e evitar problemas até na pós-colheita

Em qualquer atividade agrícola, planejamento e equipamentos adequados são necessários para evitar perdas. Eles também aumentam a sua produtividade.

Esses elementos são fundamentais até a colheita do trigo. Essa etapa impacta diretamente na qualidade e rendimento do produto final.

Neste artigo, você verá como passar pelas etapas mais importantes na colheita.

Veja também os principais problemas e soluções para diminuir perdas e aumentar a produtividade do trigo. Aproveite a leitura!

Sincronização de plantio e colheita do trigo

A colheita, apesar de ser a última atividade executada, deve ser planejada desde antes do plantio

No Brasil, as épocas de plantio são recomendadas conforme  as características específicas de cada região.

Essas recomendações são bem detalhadas para as datas de plantio nas principais áreas produtoras, tanto para trigo sequeiro como para irrigado. As datas de plantio podem variar de março a setembro.

Além da data de plantio, o ciclo da cultivar também irá influenciar na data da colheita. 

O ciclo do trigo pode variar de 100 a 170 dias. Isso depende da região e do cultivar escolhida (ciclo curto, médio ou longo). 

A colheita normalmente ocorre no inverno no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste. No Sul, acontece na primavera.

Esse é o primeiro desafio da colheita: estar em sintonia com as culturas anteriores e com a preparação posterior da área de plantio.

Esquema gráfico que representa as datas de plantio e colheita de trigo no Brasil, a depender da região

Datas de plantio e colheita de trigo no Brasil

(Fonte: adaptado de Conab)

Principais problemas na colheita do trigo

Ao longo da colheita, vários problemas podem aparecer na sua lavoura. Dentre esses problemas, é possível destacar dois principais.

Problemas climáticos

As condições climáticas podem causar problemas na colheita do trigo. Eles afetam muito as condições da lavoura.

Como as condições climáticas são difíceis de ser controladas, é importante ficar por dentro das previsões climáticas. Faça a escolha da melhor cultivar para a região, cuide da janela de plantio e das condições esperadas.

Isso pode ser feito com a ajuda de meios de informação, serviços meteorológicos ou um sistema especializado em agronegócio.

Como o Aegro que, em parceria com a Climatempo, oferece previsões meteorológicas de hora em hora integradas à gestão da fazenda. Além disso, há também histórico de chuva e da janela de pulverização. 

Geadas

Na região Sul do Brasil,  a ocorrência de geadas no mês de agosto e até setembro podem comprometer a floração e frutificação da lavoura. 

Isso diminui a produtividade, encurta o ciclo da cultura e adianta a colheita.

Chuvas

Outro fator importante são as possíveis chuvas de primavera durante a colheita no Sul. 

Chuvas de curta duração e pouco volumosas podem não causar danos físicos. No entanto, elas podem alterar a umidade das palhadas e do grão, dificultando a colheita.

Ainda na região Sul, chuvas mais fortes, granizo ou vendavais podem causar a derrubada de plantas e acamamento. Por isso, a produção é comprometida caso esses eventos aconteçam na proximidade da época de colheita.

Umidade e calor

Outro problema potencial é a perda de qualidade tecnológica do trigo por germinação de sementes na espiga

Isso ocorre quando há condições de maior umidade (provavelmente após a chuva) e aumento da temperatura. Essas condições meteorológicas provocam a quebra de dormência da semente ainda na planta.

Problemas técnicos 

Os principais problemas técnicos relacionados à colheita do trigo são causados pela regulagem da colhedeira.

O principal modelo de colhedeira de trigo se baseia no sistema de trilha. As principais regulagens que devem ser realizadas na colhedeira são:

  • Velocidade da máquina;
  • Altura de corte da plataforma;
  • Rotação do molinete e do cilindro;
  • Abertura do côncavo.

As recomendações variam conforme a umidade do grão e a altura das plantas

O ideal é iniciar a colheita com grãos em umidade entre 16% e 18%, terminando com umidade em torno de 14% a 13%. Além disso, a velocidade de colheita deve ser entre 5 km/h e 8 km/h.

A boa escolha  desses parâmetros diminui os danos mecânicos nos grãos.

Tabela com indicativo de parâmetros de colhedeira de trigo, em relação à abertura entre cilindro e côncavo e rotação do cilindro

Indicativo geral para parâmetros de colhedeira de trigo

Cuidados pós-colheita

As principais atividades  da pós-colheita de trigo são a secagem e o armazenamento.

A umidade recomendada para o armazenamento do grão de trigo é de 13%. Ela pode ser ajustada em pós-colheita por secagem natural ou forçada. 

A  temperatura de secagem deve estar entre 40 e 60 graus.

Abaixo, são mostrados os principais manejos para evitar perdas durante o armazenamento

  • Manejo integrado de pragas;
  • Tratamento preventivo e/ou curativo de grãos em casa de infestação;
  • Monitoramento da massa de grãos;
  • Avaliações de fungos tóxicos e micotoxinas;
  • Avaliações de resíduos de produtos químicos ou contaminantes.

Importância do trigo no Brasil

O trigo é uma cultura de grande importância alimentar ao redor do mundo. Ele representa até 30% das calorias consumidas diariamente

Os maiores produtores mundiais são a União Europeia, seguida de China, Índia e Rússia.

No Brasil, o consumo de trigo tem aumentado nos últimos anos, aquecendo o mercado e a produção no país. 

A produção quase dobrou nos últimos 10 anos.

A principal região produtora de trigo no Brasil é a região Sul, com destaque para os estados do Rio Grande do Sul e Paraná

Há expansão do trigo para o Sudeste e Centro-Oeste. Isso principalmente em regiões com temperaturas mais amenas em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul.

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Conclusão

A produtividade agrícola é dependente de muitos fatores no campo. Porém, por estar mais próxima ao final do ciclo da cultura, a colheita é muito importante.

É muito importante entender e corrigir os principais problemas relacionados à colheita.

Devido às peculiaridades dessa cultura nas diferentes regiões do território nacional, você deve sempre recorrer a um profissional

Ele irá fazer recomendações específicas para sua microrregião e condições de cultivo.

E você? Já está se preparando para a colheita do trigo? Conte aqui nos comentários o que você tem feito!