Saiba a previsão do preço do milho em 2021
Maurício Albertoni Scariot - 17 de fevereiro de 2021
Previsão do preço do milho em 2021: confira a situação atual do mercado, estimativas de produção para esta safra e muito mais!
A produção brasileira de milho para a safra 2020/21 deverá manter-se próxima aos patamares recordes da safra anterior.
No entanto, os baixos volumes de estoque e a alta demanda dos mercados interno e externo podem influenciar os preços.
Além disso, a pandemia do Covid-19 também impacta as commodities, principalmente em função das incertezas no mercado financeiro.
Confira a seguir quais são as previsões para o preço do milho em 2021!
Índice do Conteúdo
Produção e consumo de milho em 2021
A produção de milho no Brasil vem crescendo ano após ano. Mesmo com a previsão de queda para esta safra, a expectativa é de elevada produção, segundo a Conab.
Estima-se que a produção brasileira de milho para a safra 2020/21 seja de 102,3 milhões de toneladas, 0,2% menor em comparação à safra anterior, a qual bateu recorde em produção.
Essa queda se deve principalmente ao milho 1ª safra, prejudicado em função do déficit hídrico ocorrido na região sul.
Já as estimativas para a produção e área semeada do milho safrinha são de aumento, mesmo com o atraso na semeadura devido ao cultivo da soja.
Isso porque, em função dos altos preços pagos pelo produto, o agricultor está motivado a arriscar o plantio mesmo fora da janela ideal de semeadura, principalmente em cultivos irrigados.
Enquanto isso, o mercado interno segue aquecido. Estima-se uma demanda de 71,8 milhões de toneladas para o consumo interno.
Com a manutenção da produção, mas com aumento da demanda, o estoque de milho projetado para o final da safra 2020/21 é de 7,3 milhões de toneladas, 32,4% menor do que o da safra anterior.
(Fonte: Embrapa)
O que esperar do mercado para o milho
Mercado interno
No início de 2021, o mercado brasileiro do milho vem mantendo as altas cotações percebidas no último semestre de 2020.
A demanda interna, principalmente para o setor de produção de carne e etanol de milho no Centro-Oeste, segue aumentando.
Aliado a isso, a pouca oferta, devido aos baixos estoques e aspectos internos e externos ao país, faz com que os preços se mantenham altos no primeiro semestre.
Além disso, o aumento do custo do frete, devido ao escoamento da soja, pode elevar ainda mais o preço do milho.
Quanto à comercialização, nestes primeiros meses do ano, o ritmo tem sido lento. Os vendedores estão segurando o produto em busca de melhores preços, principalmente pela redução da produção do milho de 1ª safra.
Em contrapartida, os compradores estão retraídos, pois consideram o preço muito elevado.
Mercado internacional
No mercado internacional, o milho continua valorizado.
A estimativa de redução na produção de milho nos Estado Unidos atrelada à forte demanda pelo grão norte-americano por parte da China, mantém os preços elevados.
Além disso, as perdas de produção no Brasil e Argentina e as altas precipitações registradas nesses países vem dificultando a colheita do milho, fazendo com que os compradores procurem o grão norte americano.
Estes fatores, dentre outros, fizeram com que o milho atingisse a maior cotação em 7 anos na Bolsa de Mercadorias de Chicago.
Exportações
Em 2020, o Brasil exportou 34,4 milhões de toneladas de milho, de acordo com o Ministério da Economia.
A estimativa da Conab é de que o Brasil exporte cerca de 35 milhões de toneladas em 2021. No primeiro mês deste ano já foram exportadas mais de 2,5 milhões de toneladas de milho.
Com a redução do embarque da soja, devido aos atrasos no cultivo, a exportação de milho aumentou. No entanto, devido aos baixos estoques, o volume exportado poderá não atingir os patamares anteriores.
Previsão do preço do milho em 2021
A pandemia de Covid-19 ocasionou estagnação econômica e incertezas no mundo todo, fato que elevou o dólar a patamares históricos.
Esse aumento da moeda norte-americana impactou os custos de produção do milho, fazendo com que o preço da saca saísse de R$ 57,41 em março de 2020 (início da pandemia no Brasil), para R$ 75,33 em dezembro do mesmo ano.
Histórico do preço do milho na B3 nos últimos 12 meses
(Fonte: Cepea)
Em 2021, os preços do milho vêm mantendo os altos patamares apresentados em 2020.
No início de fevereiro deste ano, o milho fechou em R$ 83,09 por saca de 60 kg na B3 e US$ 5,52 por bushel na Bolsa de Mercadorias de Chicago.
No mercado físico do milho, em 5 de fevereiro de 2021, a saca estava sendo cotada a R$ 80,00 em Não-Me-Toque/RS e R$ 67,00 em Sorriso/MT.
Devido à alta cotação do dólar, baixo estoque no mercado interno e alta demanda, a tendência para 2021 é que os preços se mantenham em alta.
Conclusão
Vimos que a safra brasileira de milho neste ano deverá manter produção próxima à obtida na safra anterior, a qual foi recorde.
No entanto, a produção de milho de 1ª safra sofreu prejuízos ocasionados pela seca na região sul, o que pode impactar o mercado interno até a colheita da safrinha. Esta, por sua vez, terá a semeadura retardada devido aos atrasos no cultivo da soja.
Ainda assim, a expectativa é de que a produção e a área semeada sejam altas, em virtude da valorização do preço do milho nos últimos meses.
Devido aos baixos estoques e à quebra na produção de milho na 1ª safra, associados ao aumento do consumo interno, aquecimento das exportações e o dólar alto, há pressão sobre o preço do milho. Portanto, a previsão é de que se mantenha em patamares elevados.
Veja também: “Perspectivas para a safra de inverno!“
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Sou engenheiro-agrônomo e mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental pela UFFS, campus Erechim/RS. Doutor em Fitotecnia pela UFRGS.
Qual o impacto percentual nos custos de milho e soja na indústria de rações para o agricultor familiar ?
Ao ver essa análise, imagino que os impactos no mercado de proteínas sejam similares, ou seja, a carne continuará em alta no ano de 2021. A cadeia de eventos interligados com a crise da economia provocada pelo vírus da China em escala global é preocupante, mas aqui no Brasil, os efeitos tendem a se prolongar por mais tempo, gerando um arroxo no orçamento doméstico. Imagino assim, uma tendência de menor consumo de carne pelas famílias brasileiras, mas não sei se a elasticidade da demanda irá provocar um decréscimo nos valores da carne. Não podemos ignorar outros fatores climáticos que podem se manifestar em 2021, afetando a produção de milho.
Qual seria a solução para evitar que os preços praticados pelo agronegócio,pecuária, influenciasse no custo de vida das famílias brasileiras de forma insuportável.?
Em novembro de 2019 aconteceu a peste na China, o preço da carne influenciado pelas importações chinesas , não parou de subir, assim como soja, milho etc.
Parece que tudo o que se produz na agricultura, pecuária é exportado e a renda interna do povo brasileiro que não é baseada em Dolar, sofre as consequências
Quanto vai ficar preço quilo da semente
Olá, Carlos
Sou da comunicação da Aegro.
Não temos essa informação porque depende muito de cada fornecedor da cultivar. Mas temos dois artigos que podem te ajudar nessa escolha: https://blog.aegro.com.br/tipos-de-graos-de-milho/ e https://blog.aegro.com.br/variedades-de-milho-mais-produtivas/
Agradecemos por nos acompanhar.
Abraço!
Milho ta muito caro não sei como os pecuaristas vão conseguir manter seu rebanho. Tá complicado so pela misericórdia.