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Bruna Rohrig - 3 de outubro de 2022
Atualizado em 18 de maio de 2023
Cochonilha: entenda o que são, principais famílias, como identificar, quais culturas são afetadas e manejo mais recomendado para o controle!
Embora as cochonilhas sejam importantes na indústria farmacêutica e alimentícia, para a agricultura são ameaças e podem limitar a produção.
As cochonilhas são umas das principais pragas do café, da cana-do-açúcar, e das forrageiras. Elas podem causar até 100% de perdas, a depender da infestação.
Por isto, entender mais sobre este inseto é fundamental para realizar um manejo mais eficiente e evitar perdas.
Veja a seguir o que são as cochonilhas, como você pode identificá-las, quais culturas são mais afetadas, como manejar e acabar com elas. Boa leitura!
Índice do Conteúdo
As cochonilhas são hemípteros (um grupo de insetos) pertencentes ao filo Arthropoda, classe Insecta e a ordem Hemiptera. Elas possuem entre 3mm e 5mm de comprimento, e possuem corpo de cor castanha ou amarela. Se alimentam principalmente através da seiva de cactos e plantas no geral.
Além da seiva de cactos, essas pragas também se alimentam de folhas, caules, rosetas, flores, frutos, e raízes das plantas. As cochonilhas pertencem à mesma ordem dos pulgões e cigarrinhas. Além disso, elas possuem aparelho bucal do tipo picador-sugador.
Esse inseto possui uma série de tipos ou famílias. Cada um desses tipos possui características diferentes e causam diferentes tipos de danos às produtitvidade agrícola.
As principais espécies dessa praga são a cochonilha branca, cochonilha de carapaça e cochonilha de raiz. Elas são divididas em oito famílias:
As cochonilhas podem ser encontradas em todas as partes das plantas. Elas ficam especialmente na face inferior das folhas jovens, mais velhas e caules. A presença é constatada a partir do formato do seu corpo e dos danos.
A cochonilha de carapaça tem formato oval, arredondado, comprido/estreito e em formato de vírgula. Enquanto isso, as cochonilhas sem carapaça possuem formato arredondado, oval.
Sua coloração pode variar de esbranquiçada, amarronzada, esverdeada, ligeiramente transparente, amarelada. Também podem conter combinações de cores e formatos bastante atípicos. Ainda, os machos possuem asas.
Elas são relatadas em maiores infestações principalmente em períodos secos ou de estiagem. Portanto, nesses períodos, fique mais de olho na lavoura.
Também é importante ficar de olho no ciclo de vida das cochonilhas. A duração varia conforme a função da espécie, do hospedeiro e das condições ambientais. Em temperaturas amenas, inferiores a 15°C, a reprodução pode ser paralisada.
Cada fêmea é capaz de depositar entre 50 e 600 ovos durante toda a sua vida. Além disso, essas pragas possuem três fases de ninfa em que se assemelham a aparência na fase adulta, distinguindo em coloração e tamanho.
O ciclo de vida pode variar de 60 até 150 dias. Em geral, ele dura 100 dias.
Os danos causados pelas cochonilhas ocorrem de forma direta e indireta. Os danos diretos acontecem através da sucção da seiva que seria utilizada no desenvolvimento de novos tecidos. Ela também é utilizada no enchimento de grãos e frutos.
Os danos indiretos, por sua vez, acontecem através da injeção de toxinas que debilitam as plantas. Quanto maior for o ataque ou população de cochonilhas, maior é o enfraquecimento de toda a planta. Elas podem causar a queda precoce de folhas, flores e frutos.
Além disso, durante a alimentação, estes insetos costumam excretar uma substância açucarada, conhecida como honeydew. Por isso, é possível em muitos casos visualizar formigas doceiras na cultura, já que elas se alimentam dessa substância.
Além das formigas, os fungos do gênero Capnodium spp. (ou fumagina) são favorecidos pelo honeydew liberado pela praga. A fumagina tem coloração escura e recobre as folhas, reduzindo a fotossíntese e a respiração da planta.
No café, as cochonilhas causam danos mais severos. Dentre as principais cochonilhas consideradas pragas na cultura estão: a cochonilha branca farinhenta, a cochonilha que ataca as raízes e a cochonilha verde.
Estas espécies são problemáticas, pois podem se manter nos campos, sobrevivendo e se reproduzindo em plantas daninhas do café. Alguns exemplos são caruru, capim-rabo-de-burro e tiririca.
Algumas medidas podem ser tomadas, como o monitoramento constante das áreas de produção, incluindo raízes. Isso deve ser feito quando as plantas apresentarem sintomas como desenvolvimento reduzido, murcha e amarelecimento.
Além disso, evitar o uso de inseticidas de amplo espectro também é uma boa estratégia para eliminar as cochonilhas. Isso acontece porque estes produtos atuam contra os inimigos naturais.
O uso do controle químico pode provocar a alteração no metabolismo da planta. Como consequência, esse desequilíbrio faz com que a resistência da planta seja perdida.
Por fim, uma adubação equilibrada, luminosidade e disponibilidade de água são essenciais para desfavorecer as cochonilhas.
As cochonilhas podem ser disseminadas principalmente pelo vento, máquinas, solo, mudas contaminadas e por formigas. Por isso, verificar todos esses aspectos que entram em contato com a cultura é fundamental.
A depender do local de ataque, algumas táticas de manejo podem ser mais eficientes. No caso de infestações em raízes, por exemplo, o controle biológico associado ao manejo a longo prazo pode ser a alternativa mais eficaz.
O monitoramento constante das áreas de produção, incluindo plantas daninhas hospedeiras, é essencial. As cochonilhas utilizam estas espécies para se reproduzir e, em seguida, migram para a cultura principal.
Ainda, a inspeção em caso de plantios de mudas deve ser rigorosa. Recuse lotes que apresentem infestação dessa praga.
O controle de cochonilhas de carapaça exige a utilização conjunta de produtos oleosos. Afinal, a constituição do corpo da praga é de camadas sobrepostas de cera.
Para controle da cochonilha-da-raiz, os inseticidas granulados são eficientes, principalmente em detecções de infestações em reboleiras e de forma precoce.
Lembre-se de seguir as recomendações do fabricante sobre como aplicar o produto, intervalo entre aplicações, condições ambientais e intervalo de segurança.
Os produtos utilizados devem ser recomendados por um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a), após a avaliação da cultura e histórico da área de cultivo e podem ser consultados no Agrofit.
Para espécies da cochonilha branca, a calda sulfocálcica em concentração 25% é uma alternativa no controle em cultivos de café.
A calda de fumo, por sua vez, possui eficiência de 60% para as espécies de Planococcus spp. É necessário intervalo de segurança para consumo seguro.
Por fim, óleo de neem e óleo mineral, em concentração de 3%, ocasiona 100% de mortalidade para a espécie Planococcus citri.
Os nematoides entomopatogênicos são os principais utilizados para infestações causadas pela cochonilha-da-raiz-do-cafeeiro.
Por outro lado, os fungos entomopatogênicos, como o Beauveria bassiana, são relatados como eficiente no controle das cochonilha-da-roseta em cultivos de café conilon.
Inúmeras espécies de cochonilhas podem ocorrer em diversas culturas de interesse agrícola.
O monitoramento e identificação correta das espécies incidentes são indispensáveis para o planejamento das estratégias de controle mais adequadas.
O controle químico deve sempre ser planejado, evitando a eliminação de inimigos naturais às cochonilhas e a outros insetos com potencial para se tornarem pragas. Em casos de dúvidas, sempre busque orientação de profissionais.
E você, ficou com alguma dúvida sobre os tipos de cochonilhas e de como eliminá-las? Deixe um comentário abaixo!