
Carregando...
Carina Oliveira - 30 de março de 2021
Atualizado em 27 de janeiro de 2025
Depreciação da lavoura: entenda a importância, o que considerar para formar seu custo de produção e mais!
Fazer o custo de produção é essencial para uma empresa rural.
Existem diversos modos de realizar o custo de produção da sua lavoura. O importante é considerar todos os gastos, inclusive os futuros.
Assim, a depreciação entra nos cálculos, que têm a função de considerar os desgastes de diversos bens da fazenda para posteriormente substituí-los ou arrumá-los.
No seu custo de produção, você considera a depreciação da lavoura? Confira neste artigo a importância de considerar esse fator nos seus custos!
Índice do Conteúdo
Depreciação é o valor que você precisa ter para substituir os bens de capital quando eles se tornam improdutivos.
A improdutividade acontece pelo desgaste físico ou quando os bens perdem valor com o decorrer dos anos, devido à obsolescência tecnológica ou ação natural.
Todos os bens necessários para a manutenção das atividades rurais são denominados ativos imobilizados.
Assim, tudo o que compõe a produção está sujeito a depreciar com o tempo, por exemplo:
Para cada tipo de bem, a depreciação considera uma porcentagem do valor relativo ao uso.
Aqui no blog da Aegro, já falamos sobre a depreciação de máquinas e implementos. Confira: “Depreciação de máquinas: todos os cálculos de forma prática”.
A depreciação de benfeitorias e instalações inclui locais utilizados pela fazenda, como barracão, represa, escritório, entre outros.
Por exemplo, o barracão que armazena os maquinários ao longo do tempo precisa de reforma. Assim, é necessário calcular a depreciação desse imóvel para quando for preciso realizá-la e ter dinheiro em mãos.
A depreciação da lavoura, ou custo de produção como exaustão de cultivo, considera culturas permanentes ou semi-perenes. Essas culturas utilizam a terra por mais de um ano, como cana-de-açúcar, café, laranja, entre outros.
O cálculo de depreciação é feito em culturas permanentes porque ao término da vida útil da plantação, o produtor deve ter dinheiro para renovar sua plantação.
Não acontece o mesmo com as culturas anuais, pois as plantas produzem, morrem e não geram mais gastos após sua colheita, fazendo com que o ciclo da safra seja renovado.
Componentes que sofrem depreciação no custo de produção
(Fonte: adaptado de Esalq)
A depreciação de uma lavoura é calculada considerando os custos totais gastos para a formação da lavoura, além do tempo de vida útil médio da produção.
Devemos considerar para o cálculo:
O cálculo da depreciação da cultura é diluído pelos anos de vida útil a partir da primeira colheita. Ou seja, se a cultura produzir somente em dois anos, o valor gasto nos dois anos é somado e distribuído ao longo dos anos de produção.
Há dois modelos de cálculos para depreciação da lavoura:
Veja os exemplos desses cálculos na tabela abaixo:
(Fonte: adaptado de HFBrasil)
Você pôde perceber que o valor é maior quando se considera o custo de oportunidade do capital, pois acrescenta uma taxa considerando esse dinheiro em outra atividade.
O valor residual da cultura é considerado nos dois cálculos, já que ao término da vida útil, as plantas são retiradas e substituídas por outras.
Mesmo que para algumas culturas, como por exemplo o café, pode-se vender a madeira após o término da vida útil, este valor não é considerado no cálculo de depreciação.
Ou seja, mesmo ocorrendo entrada de dinheiro devido à venda da madeira, este valor não é abatido do valor que deve ser poupado durante cada ano pelo cálculo da depreciação.
Porém, em alguns casos, como as plantas de café, é possível utilizar madeira de fabricação de móveis ou de lenha. Essa não é uma prática usualmente utilizada, então não é considerado esse valor.
O FRC (Fator de Recuperação do Capital) pode variar de acordo com a região e o custo de oportunidade considerado.
Em área de cafezal, por exemplo, o valor do FRC pode ser considerado de 6% ao ano. Vai depender do que você considerar.
Em relação ao tipo de cálculo utilizado, fica a seu critério. Mas lembre-se: o valor poupado ao longo dos anos será a sua base financeira para a implantação da cultura novamente.
Caso tenha dúvida sobre qual valor considerar ou qual cálculo mais adequado, procure um consultor financeiro na sua região para te auxiliar nestas dúvidas.
Tabela de FRC para cálculo do Custo Anual de Recuperação do Patrimônio
(Fonte: adaptado de Fapan)
Como foi dito, a razão de calcular a depreciação dos bens é saber quanto de capital o bem vai perder ao longo da vida útil e garantir esse recurso no futuro.
Calcular a depreciação de sua lavoura é essencial. Assim, você pode poupar um valor determinado durante o ano para que, ao terminar a vida útil da cultura, você tenha o dinheiro disponível para a nova formação.
Se você não considerar o valor da depreciação da sua lavoura, ao ter de fazer alguma reforma, não haverá dinheiro em caixa para essa finalidade.
A consequência disso seria precisar realizar empréstimos, tirar dinheiro de algum outro setor da fazenda ou até mesmo colocar mais capital próprio no seu negócio.
Por isso é importante fazer um bom planejamento financeiro e considerar sempre a depreciação dos seus bens. Tendo um aporte de capital financeiro definido antes do início da lavoura, haverá dinheiro em caixa para reparos, manutenção e reforma da cultura.
Neste artigo, vimos que a depreciação da lavoura é algo importante a ser considerado no seu custo de produção.
Aprendemos a realizar, de modo simples, os dois cálculos mais comumente utilizados para calcular a depreciação.
Além disso, vimos que o dinheiro da depreciação deve ser poupado para ser usado na sua área novamente.
Você faz o cálculo de depreciação da sua lavoura? Qual metodologia você utiliza? Ficou alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo!