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Como a irrigação inteligente pode ajudar na lavoura?

Irrigação inteligente

O que é irrigação inteligente, como funciona, importância, vantagens e desvantagens.

A agricultura é responsável pelo consumo de grande parte da água doce disponível no mundo. 

Diante disso, e da necessidade de conciliar desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente, é fundamental adotar novas tecnologias que garantam o uso eficiente da água.

Nesse sentido, a irrigação inteligente é uma técnica que promove a gestão racional dos recursos, além de aumentar a produtividade. 

O que é irrigação inteligente?

A irrigação eficiente é uma estratégia de manejo que aplica água de forma controlada, no momento e na quantidade certos, de acordo com as necessidades reais das plantas. 

A técnica é baseada na gestão racional dos recursos hídricos, buscando reduzir o desperdício, melhorar a absorção de nutrientes e maximizar a produtividade.

Na agricultura moderna, o uso inteligente da água é uma prioridade. Isso se deve ao fato de que o setor é responsável por cerca de 70% do consumo global de água doce, segundo a FAO (2021). 

Nesse cenário, sistemas mais eficientes são necessários para garantir viabilidade econômica e respeito ao meio ambiente.

Quais são os principais tipos de irrigação?

Existem diferentes tipos de irrigação, cada um com características próprias, vantagens e limitações.

Conhecer essas opções é o primeiro passo para escolher o sistema mais adequado à sua realidade, considerando fatores como tipo de solo, cultura, disponibilidade hídrica e investimento inicial.

  1. Irrigação por superfície: Água distribuída diretamente sobre o solo, por sulcos ou inundação. Tem baixo custo inicial, mas grande desperdício de água e baixa eficiência de distribuição;
  2. Irrigação por aspersão: Simula a chuva artificial, utilizando aspersores. Pode ser mais eficiente que a superficial, mas ainda causa perdas por evaporação e vento;
  3. Irrigação localizada (gotejamento e microaspersão): Aplica água próxima às raízes, em pequenos volumes, com alto controle. É o método com maior eficiência de aplicação, superando 90%, além de permitir fertirrigação;
  4. Irrigação subterrânea: Utiliza tubos enterrados para aplicar água diretamente no sistema radicular. Evita perdas superficiais e doenças foliares, sendo altamente precisa.
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Como funciona irrigação inteligente?

Na irrigação inteligente todo o processo é automatizado. As variáveis ambientais, como temperatura do ar e umidade do solo, são monitoradas por sensores e equipamentos específicos. 

Com o auxílio de softwares para fazendas, os são dados coletados e interpretados, sendo possível fazer previsões da necessidade de irrigação.

Todos os dados mensurados são repassados em tempo real para o produtor, o que permite o acompanhamento remoto da lavoura.

Dessa forma, o manejo da irrigação é pautado em dados como umidade do solo, temperatura do ar, precipitação, evapotranspiração e a exigência hídrica da cultura.

Assim, a partir das informações coletadas, a bomba de irrigação é acionada para ligar e desligar sozinha conforme a necessidade da cultura.

No sistema de gotejamento, por exemplo, ainda é possível associar a irrigação com a tecnologia drip protection, que é um sistema de injeção de produtos químicos, biológicos e orgânicos via gotejo.

Outras tecnologias também são utilizadas na irrigação inteligente, como: 

Por que a irrigação inteligente é importante?

Porque a irrigação inteligente assegura maior sustentabilidade da atividade agrícola pela gestão racional dos recursos.

Nesse sistema há menor desperdício de água e redução do consumo de energia elétrica e tempo, contribuindo para a redução da ocorrência de doenças foliares na lavoura

Nesse caso, a água é colocada próxima ao sistema radicular das plantas e as folhas não são molhadas. Assim, a umidade não é excedida e as doenças causadas por fungos e bactérias não são favorecidas.

A irrigação inteligente também contribui para o manejo de plantas daninhas, uma vez que a superfície do solo molhada é menor.

Essa estratégia ajuda a interpretar melhor os dados do campo e tomar decisões mais precisas. Ainda é possível ter um controle mais confiável e eficiente do uso da água, além de monitorar de forma contínua o desenvolvimento das culturas.

O que é eficiência de aplicação na irrigação?

A eficiência de aplicação é a relação entre a quantidade de água absorvida pelas plantas e o total aplicado. Quanto maior esse índice, melhor o aproveitamento e menor o desperdício. 

A irrigação por gotejamento, por exemplo, pode alcançar mais de 95% de eficiência, enquanto a irrigação por sulco muitas vezes não passa de 50%.

Esse conceito está diretamente ligado à agricultura irrigada, eficiência de irrigação e de uso de água, um conjunto de práticas que envolve desde o tipo de sistema até o monitoramento digital.

Por que a irrigação tradicional não é eficiente?

A irrigação convencional, sem monitoramento ou controle, leva ao uso excessivo de água, provoca lixiviação de nutrientes, aumenta o risco de doenças e gera mais custos com energia. 

Esse tipo de prática desconsidera variáveis ambientais como umidade do solo, tipo de cultura e demanda hídrica real.

Além disso, o modelo ignora a eficiência de aplicação, que é um indicador fundamental para saber quanto da água fornecida é realmente utilizada pela planta.

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Onde a irrigação eficiente já faz diferença?

Estudos da Embrapa indicam que, em propriedades com irrigação inteligente, a economia de água chega a 40%, e a produtividade pode aumentar em até 30%, dependendo da cultura. 

Projetos no Cerrado e no Semiárido brasileiro mostram que a técnica é decisiva para manter a produção mesmo em anos de estiagem.

Além disso, a parceria entre o Ministério da Agricultura e o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional tem ampliado ações voltadas à irrigação inteligente por meio do programa Mais Irrigação, com apoio a projetos que adotam tecnologia de precisão no uso da água.

Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

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