Plantio de Soja 2025: Guia Essencial para Máxima Safra

A época de plantio de soja varia nas diferentes regiões produtoras. No entanto, no estado do Mato Grosso, o plantio geralmente ocorre entre setembro e dezembro, dependendo das condições climáticas. 

Em anos como 2024, caracterizados por instabilidades climáticas intensas, é preciso acompanhar de perto as previsões meteorológicas para otimizar suas janelas de plantio.

Os cuidados durante esse período são essenciais para assegurar uma lavoura produtiva e saudável. 

Para garantir esse sucesso, práticas de manejo do solo, controle de pragas e a seleção de cultivares de soja que se adaptam bem às condições locais, são estratégias excelentes. 

A agricultura e o clima estão interligados, e qualquer variação climática tem um impacto direto no processo. Continue acompanhando o conteúdo e saiba mais sobre o plantio de soja neste momento:

Calendário para o Plantio de Soja 2025

A janela de plantio da soja é o período em que as condições climáticas, principalmente chuva e temperatura, são mais favoráveis para a germinação e desenvolvimento inicial da cultura. 

Plantar dentro dessa janela, que varia entre as regiões do Brasil, é necessária para minimizar riscos e otimizar o potencial produtivo.

O calendário plantio de soja oficial é associado ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 

O ZARC indica os períodos de menor risco climático para o cultivo em cada município, considerando tipo de solo e ciclos das cultivares

Para 2025, consulte as portarias atualizadas do ZARC para sua localidade específica. Geralmente, a janela se concentra entre setembro e dezembro na maioria das regiões produtoras, mas variações são comuns.

A abertura nacional do plantio de soja, é marcada por eventos simbólicos, que ocorre em meados de setembro, após o fim do vazio sanitário.

Durante este período é proibido manter plantas vivas de soja no campo para controle de pragas e doenças, como a ferrugem asiática. 

Estratégias para o Cultivo de Soja no Brasil

O sucesso do cultivo de soja vai muito além de apenas acertar a data de plantio. Um manejo eficiente envolve uma série de práticas integradas que começam bem antes das máquinas entrarem no campo. 

O plantio de soja no Brasil, dada a diversidade de solos, climas e sistemas de produção, exige uma abordagem adaptável e tecnificada, como:

  • Preparo do solo: Seja no sistema de plantio direto (amplamente adotado) ou convencional, garante a boa estrutura física, química e biológica do solo.
  • Análises de solo periódicas: Orientam a calagem e a adubação, corrigindo deficiências e proporcionando os nutrientes necessários para a cultura. 
  • Cultivar correta: Opte pela cultivar adaptada à sua região, tipo de solo, regime de chuvas e resistência a pragas e doenças locais.

Durante o desenvolvimento da lavoura, o manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas (MIP/MID/MIPD) também é indispensável. 

Monitorar a lavoura constantemente permite tomar decisões de controle mais assertivas e no momento certo, utilizando métodos químicos, biológicos ou culturais de forma racional. 

A nutrição de plantas, especialmente em fases críticas, e a atenção às condições hídricas complementam as práticas essenciais para que cada planta expresse seu máximo potencial produtivo no vasto território brasileiro.

Gerenciar todas essas variáveis, desde a análise de solo e escolha de insumos até o monitoramento constante de pragas e a nutrição precisa, pode ser um desafio complexo. 

Ferramentas de gestão agrícola digital, como o Aegro, auxiliam o produtor a centralizar essas informações vitais. 

Um software especializado permite planejar o cultivo, registrar atividades, controlar custos por talhão e visualizar dados para decisões mais eficientes e rentáveis.

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Soja no Brasil e no mundo: Como está o cenário?

Atualmente, a soja se destaca como o principal produto de exportação do Brasil

Desde de 2021, o país tem sido reconhecido como maior produtor mundial do grão, respondendo por 42% da produção global

Na safra 2022/2023, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab, 2023), o Brasil alcançou uma produção de alta produtividade, alcançando: 

  • Mais de 154  milhões de tonelada; 
  • Cultivo em 44 milhões de hectares;
  • Produtividade média de 3.508 kg por hectare.

Para atingir esses números, é fundamental ter conhecimento técnico e um planejamento cuidadoso para cada safra. 

A produção de soja demanda atenção a diversos fatores, incluindo as condições climáticas e a qualidade do solo nas cinco regiões produtoras do país. 

Um exemplo da complexidade dessa cultura é que mais de 2 mil cultivares de soja estão registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). 

Cada uma delas foi desenvolvida com características específicas para se adaptar a diferentes tipos de solo, necessidades de maturação e fatores bióticos e abióticos

Ou seja, nem todos os tipos de soja têm o mesmo tipo de necessidade, impactando em cuidados e estratégias de manejo diferentes.

Preço da soja: alta ou queda?

A saca de 60 quilos de soja está sendo negociada a R$ 138,02, registrando uma baixa de 0,42% em relação ao último fechamento em várias regiões do interior do Paraná. 

No litoral paranaense, a tendência de queda de preços também é observada, com a saca sendo vendida a R$ 140,06 em Paranaguá.

Em relação ao trigo, no Paraná, houve uma ligeira redução de 0,1% no último fechamento, com o preço alcançando R$ 1.464,69 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a commodity apresentou uma leve queda de 0,8%, sendo comercializada a R$ 1.347,20 por tonelada. Os valores são provenientes do Cepea (Setembro/2024).

Lavoura de soja representando a relação do plantio de soja e o clima

Figura 1. A importância das chuvas para a Safra 2024/2025. Créditos: CenárioMT (2024).

Dinâmicas do mercado e projeções de preços da soja

O mercado global de soja tem apresentado uma tendência de baixa nos preços, influenciada pelo aumento da oferta global e a redução da demanda da China, um dos principais importadores mundiais.

Esse cenário de maior disponibilidade do grão no mercado internacional exerce pressão sobre os preços praticados no Brasil, impactando a rentabilidade dos produtores.

As projeções de preços para a soja durante a safra 2025/2026 indicam uma continuidade da tendência de cautela, dada a perspectiva de oferta global ainda elevada e a incerteza em relação à demanda internacional.

Analistas de mercado e instituições financeiras apontam para a possibilidade de volatilidade nos preços, influenciada por condições climáticas e mudanças nas políticas comerciais internacionais.

Essa volatilidade exige um planejamento financeiro detalhado, considerando os custos de produção e as projeções de preços, para avaliar a viabilidade econômica do cultivo.

A utilização de ferramentas de gerenciamento de riscos, como a contratação de seguros agrícolas e a realização de operações de hedge no mercado futuro, pode ajudar a proteger a receita e mitigar os efeitos da volatilidade dos preços.

Cenário econômico e custos de produção

Os custos de fertilizantes, que representam uma parcela significativa dos custos de produção, estão em queda devido à diminuição da demanda internacional e ao aumento da oferta global.

Essa redução pode representar uma oportunidade para os produtores de soja diminuírem seus custos de produção.

No entanto, é importante ressaltar que os preços dos fertilizantes podem ser influenciados por diversos fatores, como a taxa de câmbio, os custos de transporte e a geopolítica global.

Os custos de pesticidas, incluindo herbicidas, inseticidas e fungicidas, também são um componente importante dos custos de produção da soja.

Por isso, é recomendado acompanhar essas projeções e adotar práticas, como o manejo integrado de pragas, para otimizar o uso.

As sementes — convencionais ou transgênicas — também impactam os custos. Seus preços variam conforme a tecnologia, a demanda e a disponibilidade de cultivares com melhor desempenho.

Além dos insumos, custos com mão de obra, combustíveis, manutenção e transporte também pesam na lavoura.

A gestão eficiente desses gastos, aliada ao uso de tecnologias como o plantio direto e a agricultura de precisão, ajuda a reduzir despesas.

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Quais os impactos das mudanças climáticas no plantio de soja?

A safra de soja 2025/2026 vai ser influenciada pelo El Niño, que pode trazer variações significativas nas chuvas e temperaturas em diferentes regiões do Brasil.

No Sul do país, por exemplo, há uma tendência de condições mais secas no início de 2026, o que pode afetar o desenvolvimento inicial das lavouras.

Essa condição climática exige um ajuste no planejamento do plantio, para evitar que as fases mais críticas da cultura coincidam com os períodos de maior déficit hídrico.

Além disso, a escolha de cultivares mais tolerantes ao estresse hídrico e a implementação de técnicas de conservação de água no solo podem ser medidas importantes para mitigar os riscos climáticos.

Semeadura da soja x clima

Durante o crescimento vegetativo, a planta precisa de água suficiente; a alternância entre secas e chuvas intensas pode afetar a absorção de nutrientes.

Na fase de floração e formação das vagens, o estresse climático pode reduzir a fertilidade e favorecer doenças. 

Já na maturação e colheita, altas temperaturas aceleram o processo, comprometendo a qualidade dos grãos.

A semeadura da soja em Mato Grosso, por exemplo, está enfrentando desafios devido a eventos climáticos extremos associados às mudanças climáticas. 

As chuvas irregulares e a falta de umidade no solo estão dificultando o plantio, gerando incertezas sobre a produtividade da safra. 

Embora algumas regiões tenham avançado lentamente com a semeadura, a maioria dos agricultores aguarda melhores condições climáticas para iniciar o trabalho. 

Além dos impactos diretos na agricultura, a situação reflete um cenário mais amplo de desequilíbrio climático no Brasil

Essa situação já afeta a segurança hídrica e pode comprometer setores essenciais para o desenvolvimento econômico do país. 

Assim, a adaptação e a inovação nas práticas agrícolas tornam-se cada vez mais fundamentais para garantir uma boa produção de soja.

Impactos das diversidades climáticas na semeadura de soja
Figura 3 – Impactos nas vidas humanas e na biodiversidade do planeta. (Fonte: InfoEscola, 2024).

Qual o clima ideal para o cultivo da soja?

O clima ideal para o cultivo da soja envolve temperaturas entre 20°C e 30°C, que favorecem o crescimento do grão. 

Temperaturas abaixo de 10°C podem atrasar o desenvolvimento da planta, enquanto valores acima de 40°C prejudicam a floração e a formação de vagens. 

Para garantir um ciclo adequado, é fundamental que o cultivo ocorra em períodos livres de geadas

Já para a semeadura, a recomendação é de setembro a dezembro, dependendo da região, com crescimento variando de 75 a 150 dias, de acordo com a maturação desejada.

Produção agrícola em Mato Grosso

A produção agrícola em Mato Grosso, especialmente o plantio de soja, enfrenta desafios devido às condições climáticas, com chuvas irregulares e falta de umidade no solo

Este ano, a situação se repete, dificultando o avanço da semeadura. Especialistas alertam que a umidade é fundamental para a germinação adequada das sementes.

Na médio-norte, 0,55% da área destinada à soja já foi plantada, enquanto a sudeste registra 0,37%

Apesar desses avanços, muitas regiões esperam por melhores condições climáticas, gerando preocupação entre os agricultores quanto ao cumprimento do calendário de plantio e colheita, essencial para não comprometer a segunda safra de milho.

É importante ressaltar que o clima da região é composto por uma estação chuvosa bem definida e uma seca, dita o ritmo da agricultura local.

A janela de plantio costuma ser uma das primeiras a se abrir no país, frequentemente em setembro, aproveitando as primeiras chuvas.

Os solos do Cerrado, predominantes no estado, exigem manejo específico, como a correção da acidez e a atenção à fertilidade, especialmente com fósforo e potássio. 

O uso intensivo da terra, muitas vezes com a safrinha de milho ou algodão após a soja, demanda um planejamento nutricional ainda mais cuidadoso para evitar o esgotamento do solo. 

Além disso, desafios como a pressão de pragas, doenças, e a necessidade de cultivares adaptadas a altas temperaturas, são importantes para os preparativos para o plantio de soja 2025. 

A tecnologia, incluindo agricultura de precisão e biotecnologia, desempenha um papel importante na superação desses desafios regionais.

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Arrendamento de Terra: Uma Opção Viável?

Expandir a área de cultivo ou iniciar na atividade agrícola nem sempre requer a compra de terras. O arrendamento rural é uma alternativa comum e viável para muitos produtores. 

Basicamente, trata-se de um “aluguel” da terra, onde o arrendatário (quem planta) paga um valor pré-determinado (em dinheiro ou produto) ao arrendador (dono da terra) pelo direito de uso por um período específico.

Para o arrendatário, as vantagens incluem a possibilidade de aumentar a escala de produção sem o alto investimento inicial da compra de terras, diluindo custos fixos com maquinário e mão de obra. 

Permite também testar a viabilidade da cultura em uma nova área antes de um compromisso financeiro maior. 

Por outro lado, o arrendatário não se beneficia da valorização do imóvel e pode ter menos autonomia para investimentos de longo prazo na terra.

Para o arrendador, o arrendamento garante uma renda da terra sem a necessidade de envolvimento direto na produção e seus riscos. É fundamental que o contrato de arrendamento seja bem elaborado, especificando claramente:

  • Duração: O prazo do contrato;
  • Valor e Forma de Pagamento: Quantidade fixa, percentual da produção e etc.;
  • Responsabilidades: Quem arca com custos de manutenção, impostos (como o ITR);
  • Condições de Uso: Práticas de manejo permitidas ou exigidas (ex: plantio direto).

Avaliar os custos, os riscos e as cláusulas contratuais são determinantes para entender se o arrendamento é a melhor estratégia para viabilizar ou expandir o plantio de soja 2025.

Riscos fitossanitários e estratégias de manejo

A safra de soja 2025/2026 também estará sujeita a diversos riscos fitossanitários, que podem comprometer a produtividade das lavouras.

A ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) permanece como uma das principais preocupações, exigindo monitoramento constante e a implementação de medidas de controle preventivas e curativas.

Outras pragas, como lagartas (Spodoptera spp., Helicoverpa armigera), percevejos (Nezara viridula, Piezodorus guildinii) e mosca-branca (Bemisia tabaci), também podem causar danos consideráveis, dependendo das condições climáticas e das práticas de manejo adotadas.

A ocorrência e a intensidade dessas pragas veria entre as diferentes regiões produtoras, influenciadas por histórico de ocorrências em safras anteriores e as condições ambientais.

Além da ferrugem asiática, outras doenças como oídio (Microsphaera diffusa), mancha parda (Septoria glycines), crestamento foliar de Cercospora (Cercospora kikuchii) e doenças radiculares (Rhizoctonia solani, Fusarium spp.) podem se desenvolver em condições favoráveis de temperatura e umidade.

Diante disso, a implementação de um manejo integrado de pragas e doenças (MIP) é a melhor estratégia.

O MIP combina diferentes estratégias de controle, como o uso cultivares resistentes, o monitoramento das lavouras, o controle biológico, o controle cultural e o uso racional de defensivos químicos.

Adotar boas práticas agrícolas, como tratar sementes e aplicar defensivos na dose e no momento certo, é essencial para reduzir riscos fitossanitários.

A pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias seguem fundamentais para oferecer soluções mais eficazes e sustentáveis no controle de pragas e doenças.

planilha manejo integrado de pragas

Inovações tecnológicas e práticas agronômicas

O avanço tecnológico tem trazido ferramentas mais eficientes para aumentar a produtividade e a rentabilidade na soja.

Novas variedades com maior rendimento e resistência a pragas e doenças permitem melhor adaptação às regiões e sistemas de produção.

A agricultura de precisão vem ganhando espaço, , melhorando o uso dos insumos e reduzindo custos, com decisões baseadas em dados da lavoura e do solo.

A agricultura digital e os softwares de gestão também estão transformando a produção, permitindo coletar e analisar dados sobre clima, solo, plantio e colheita.

Como garantir o sucesso do plantio de soja?

Para garantir o sucesso do plantio de soja, é recomendado adotar algumas estratégias, especialmente em um ano desafiador como 2024. Aqui estão algumas dicas:

  • Escolha de cultivares adequadas: Opte por variedades de soja que sejam adaptadas às condições climáticas locais para aumentar a resistência da lavoura.
  • Práticas de manejo sustentável: Implementar técnicas de manejo que promovam a resiliência das plantas, como rotação de culturas e o manejo adequado do solo.
  • Monitoramento contínuo: Acompanhar as condições climáticas e as previsões meteorológicas para mitigar riscos, como irrigação em períodos de seca ou drenagem em caso de excesso de chuvas.
  • Estratégias de irrigação e drenagem: Ambas as práticas ajudam a enfrentar a variabilidade climática, garantindo um solo saudável para o cultivo.
  • Uso de tecnologia: Utilizar softwares de gestão agrícola, como o Aegro, auxilia na tomada de decisões, facilitando o acompanhamento das condições da lavoura, a gestão de insumos e a análise de dados climáticos.

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Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

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