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Gressa Chinelato - 12 de abril de 2021
Atualizado em 25 de maio de 2023
Tombamento da soja ou Damping off: entenda quais são as causas, sintomas, importância e manejo dessa doença.
O tombamento da soja é uma doença que pode causar perda de produtividade, afetar a qualidade dos grãos, promover a morte das plantas e falhas na lavoura.
Para evitar esses problemas, é importante conhecê-la melhor e saber quais medidas de manejo são mais adequadas. Isso vai ajudar a reduzir as perdas na lavoura já em sua fase inicial.
Confira tudo isso e mais a seguir!
Índice do Conteúdo
O tombamento da soja é uma doença causada principalmente por alguns fungos presentes no solo, que habitam os restos vegetais e se alimentam deles.
Damping off é um termo genérico para designar doenças que atingem as sementes (fase de germinação) e as plântulas (após a emergência). Nessa fase, sementes e brotos ainda estão desenvolvendo os tecidos vegetais e dependem das reservas da semente.
Essas doenças são consideradas doenças da fase inicial do ciclo da soja.
Os efeitos do tombamento na soja geram redução e falha no estande da lavoura, podendo causar redução na produtividade de 30% a 60% em áreas e lavouras infestadas.
Em ataques severos, pode ser necessário realizar a ressemeadura da área, elevando extremamente o custo da lavoura.
Vários patógenos de solo podem causar o tombamento da soja, como os fungos Rhizoctonia sp., Phytium sp., Rhizoctonia sp., Colletotrichum sp., Sclerotium rolfsii e Fusarium sp. Esses são extremamente agressivos e causam a morte das plântulas rapidamente.
Alguns podem causar sintomas durante o ciclo da cultura da soja e não só na fase inicial, mas neste texto, vamos considerar somente os ataques na fase inicial do ciclo da cultura.
Os patógenos que causam damping off possuem grande adaptabilidade em relação ao solo e são considerados bastante agressivos.
Eles produzem enzimas que causam a decomposição das plântulas/sementes, que servirão de nutrientes para esses patógenos.
Como a distribuição desses patógenos pode não ser homogênea na área, podem ser observados sintomas em reboleiras.
Além disso, esses patógenos não apresentam especificidade em relação ao hospedeiro, ou seja, os fungos podem afetar mais de uma cultura.
Os patógenos podem afetar as sementes antes do estágio de plântula, causando apodrecimento mole nas sementes. Esse sintoma faz com que o broto não consiga sequer emergir.
Outros sintomas que podem ser observados são o escurecimento dos tecidos e perda de turgidez, manchas marrons encharcadas na extremidade da raiz principal em pré-emergência, que escurecem e sofrem apodrecimento flácido.
Como consequência, a planta morre ou as plântulas têm seu crescimento reduzido.
Quando as plântulas já estão em pós-emergência, um sintoma muito característico é o escurecimento do colo da plântula (estrangulamento parcial do colo da planta).
Além disso, as folhas cotiledonares ficam amareladas e caem com o tempo. A plântula fica enfraquecida, tomba e morre. Também é possível observar o escurecimento das raízes.
Plântulas com sintomas típicos (lesões deprimidas marrom-avermelhadas no hipocótilotombamento de pós-emergência) com ataque de Rhizoctonia solani
(Fonte: Augusto César Pereira Goulart em Research gate)
O ataque de Rhizoctonia solani ocorre entre a pré-emergência e até 30 dias depois desse estágio. Temperatura e umidade elevadas são favoráveis ao patógeno.
Inicialmente, ocorrem estrias nas raízes, que progridem para podridão seca. Também pode ocorrer o estrangulamento da haste ao nível do solo (como observado na foto acima).
Vale lembrar que os sintomas de cada fungo podem ser diferentes.
Além da presença do patógeno e da cultura, é importante haver as condições adequadas para o desenvolvimento do patógeno, de acordo com o triângulo da doença (ambiente-patógeno-hospedeiro).
Normalmente, as condições favoráveis para a doença são temperatura e umidade elevadas. Altos volumes de chuva e alta temperatura podem causar essas condições.
Outro contribuinte para a ocorrência da doença é o solo mal drenado. Discutiremos esse assunto a seguir!
Utilizar várias medidas de manejo em vez de uma é interessante, principalmente se for de modo integrado e consciente.
Variedades resistentes e controle químico são alternativas de manejo difíceis de serem utilizadas para esta doença.
Os patógenos que causam o tombamento não são específicos para a cultura, e é difícil acertar o produto químico e as variedades resistentes para esse grupo.
Assim, algumas medidas de manejo que podem ser utilizadas para o tombamento da soja são:
Um ponto importante que deve ser observado é o tempo que a semente leva para germinar. Quanto mais demora para ocorrer a germinação, maior o contato da semente com os patógenos no solo.
Deve-se ter uma estratégia para um processo de germinação mais rápido, podendo utilizar cultivares de soja com rápida germinação para reduzir o tempo de disponibilidade ao ataque dos patógenos.
Lembrando que para te auxiliar nas recomendações de manejo do tombamento da soja consulte um(a) agrônomo(a).
Muitas doenças afetam a cultura da soja e podem causar sérios prejuízos. Mas, uma doença que pode não ser identificada e passar despercebida pelo produtor é o tombamento da soja.
Neste texto, discutimos as características da doença e como ela pode afetar sua produtividade.
Também mostramos os principais sintomas e as medidas de manejo que tendem a ser mais eficientes.
Assim, após conhecer sobre o tombamento da soja, espero que você consiga evitar esse problema em sua lavoura!
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“Como o Manejo Integrado de Doenças pode reduzir custos e aplicações no seu cultivo”
Restou alguma dúvida sobre o tombamento da soja? Quais medidas de manejo você utiliza para evitar esta doença? Adoraria ver seu comentário.