Adubação nitrogenada: confira as recomendações para potencializar a produção da sua lavoura de milho, arroz, feijão e trigo.

O nitrogênio é um dos nutrientes mais demandados para o desenvolvimento das plantas.
E, com índices de produtividades cada vez mais altos, estratégias de manejo que permitam explorar o total potencial das plantas são sempre bem-vindas! Neste cenário, podemos destacar a adubação nitrogenada.
A seguir, explicarei melhor a importância dessa adubação e algumas estratégias que auxiliam no sucesso produtivos de algumas culturas.
Índice do Conteúdo
Importância da adubação nitrogenada nas culturas
O pleno desenvolvimento vegetal é pautado na disponibilidade de todos os nutrientes tratados como essenciais.
Dentro desse grupo podemos destacar o nitrogênio (N), elemento essencial e ainda caracterizado como macronutriente. Isto é, um nutriente requerido pelas plantas em maior quantidade.
Essa maior demanda é justificado pelo fato do N ser utilizado para a síntese de proteínas e outros compostos orgânicos.
Sua baixa disposição pode acarretar diminuição drástica da produção, pois limita o crescimento vegetal, reduz a expansão e divisão celular, além de comprometer a área foliar e diminuir a taxa fotossintética.
Desta forma, os fertilizantes nitrogenados têm sido usados para o suprimento adequado desse nutriente, sustentando os altos índices de produtividade.
Demanda da adubação nitrogenada nas culturas
Devido ao uso intensivo dos solos, é preciso fazer a reposição dos nutrientes, incluindo o N.
A seguir mostro a adubação nitrogenada das culturas do milho, arroz, feijão e trigo.
Adubação nitrogenada do milho
O milho, uma gramínea, pode apresentar variação quanto à absorção de N devido à quantidade de raízes, condições ambientais e, logicamente, a seu estágio fenológico.
O manejo do nitrogênio para a produção de grãos de milho deve ser feito considerando aspectos como:
- sistema de cultivo;
- nível tecnológico;
- tipo e fertilidade do solo;
- época de semeadura;
- operacionalidade;
- rotação de culturas; e
- retorno econômico.
Em geral, a absorção de N nessa gramínea é mais acentuada no começo do crescimento vegetativo, chegando ao maior valor no início da fase reprodutiva, decaindo em seguida.
A dosagem depende de muitos fatores como: estado de fertilidade do solo, cultivar utilizada, expectativa de produção e condições climáticas, dentre outras.

A adubação nitrogenada para milho é recomendada tanto na semeadura como na cobertura.
Na semeadura, é recomendável utilizar até 30 kg/ha de nitrogênio. Estudos relatam que dosagens superiores a isso podem apresentar efeito tóxico para as plantas devido ao nitrato.
Quanto à aplicação na cobertura, como já dito, deve ser aplicado no momento de maior absorção desse nutriente. Dependendo da dosagem, pode-se aplicar em dose única quando as plantas encontram-se em V3 e V4.
Porém, se há uma expectativa de produção alta e é preciso fazer uma alta reposição de N, é aconselhável fazer o parcelamento com objetivo de reduzir as perdas e aumentar a eficiência na utilização dos fertilizantes.
A época recomenda para a aplicação da segunda cobertura gira em torno de V7 e V8, fase essa que as plantas ainda estão exigindo e absorvendo bastante N.
Adubação nitrogenada do arroz
A adubação nitrogenada no arroz requer alguns cuidados, pois sua falta pode acarretar redução direta na produtividade por afetar o desenvolvimento vegetal.
O excesso de N também é prejudicial nessa cultura, pois causa problemas de acamamento e esterilidade das espiguetas, além de favorecer o aparecimento de doenças.
Segundo o Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), é recomendável a aplicação de 10 kg/ha a 20 kg/ha de N no momento do plantio.
Já na adubação nitrogenada de cobertura, recomenda-se que o restante da dosagem seja parcelada, sendo ⅔ quando a planta estiver com três a quatro folhas e ⅓ com oito a nove folhas expandidas.

Adubação nitrogenada do feijão
O feijoeiro é considerado uma planta exigente em nutrientes em função do ciclo curto e do pequeno e pouco profundo sistema radicular.
A absorção de nitrogênio ocorre praticamente durante todo o ciclo da cultura, mas a época de maior exigência e absorção ocorre dos 35 aos 50 dias após a emergência (DAE) da planta (florescimento). Neste período, relata-se que a planta absorve de 2 kg a 2,5 kg N/ha por dia.
No feijoeiro é comum ocorrer a associação simbiótica, porém a quantidade de N fixado só é considerável a partir de 35 DAE, requerendo um suprimento antecipado de N visto que as plantas irão demandar antes deste período.
Desta maneira, depois de analisar os parâmetros de solo, de cultivar, de condições climáticas, da extração/exportação, da expectativa de produção da lavoura, tem-se a dosagem.
É recomendável a aplicação de ⅓ da dose no sulco de plantio. O restante (⅔) deve ser aplicado até os 20 dias de emergência.
Em solos arenosos, pode-se parcelar essa dose da cobertura em até duas vezes, aplicando a primeira até os 20 DAE e o restante até uns 35 dias.
Adubação nitrogenada do trigo
No trigo, a maior parte da absorção do nitrogênio acontece entre as fases de alongamento do caule e de espigamento, chegando ao máximo na antese.
A dose de adubo a aplicar na planta de trigo varia de 60 kg a 120 kg/ha de N em função do teor de matéria orgânica do solo, cultura anterior, condições climáticas e expectativa de produção.
É bastante usual aplicar de 15 kg a 20 kg/ha de N na semeadura, com o intuito de estimular o vigor inicial.
O restante deve ser aplicado nos estádios de perfilhamento e alongação do colmo da cultura
A aplicação nessa fase é crucial por ser o momento em que a planta de trigo está definindo os componentes de produção como, por exemplo, o número de espiguetas por espiga e número de afilhos.
Inoculação da soja supre a demanda da planta?
De acordo com estudo da Embrapa, a adubação nitrogenada da soja é desnecessária, seja na semeadura como em qualquer fase do desenvolvimento.
A inoculação bem feita garante o suprimento da demanda de N da planta de soja.
As bactérias Bradyrhizobium que são utilizadas para a produção dos inoculantes conseguem captar o N atmosférico e deixá-lo de uma forma assimilável para as plantas.
No caso dessas bactérias, é possível notar a sua presença por meio da formação de nódulos nos sistema radicular das plantas.
Ainda segundo a Embrapa, o inoculante pode aportar mais de 300 quilos de nitrogênio por hectare (kg de N/ha) para a soja, com um custo até 95% menor em comparação ao fertilizante nitrogenado.
Existe inoculante em outras culturas?
Sim, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) permite a utilização de bactérias Azospirillum brasiliense para a formulação de inoculantes para milho e trigo (gramíneas).
O nitrogênio por elas fixado ocorre em menor quantidade que o fixado pelas bactérias do gênero Bradyrizobuim. Assim, não são capazes de fixar grande quantidade do nutriente requerido para o alcance de elevadas produtividades.
Portanto, nesse caso, faz-se a inoculação com o objetivo de reduzir os gastos com fertilizantes nitrogenados, mas não dispensa sua utilização.
Conclusão
O nitrogênio assume papel fundamental quando estamos nos referindo à produtividade de diversas culturas, principalmente por ser bastante requerido para o desenvolvimento vegetal.
Por isso, a adubação nitrogenada deve ser planejada de acordo com as peculiaridades da fazenda, sempre buscando a maior eficiência dos recursos.
Vimos que a inoculação com microrganismos fixadores de N é uma boa estratégia, garantindo maior rentabilidade devido à redução dos gastos com adubos nitrogenados.
>> Leia mais:
“Por que a adubação com silício pode ser sua aliada na produtividade”
Como você planeja sua adubação nitrogenada? Vem tendo resultados produtivos? Deixe seu comentário!