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Práticas de manejo favorecem a agregação do solo

foto de trator sobre solo agregado

A agregação do solo é um que ajuda na estabilidade estrutural e o desempenho produtivo das áreas agrícolas.

Anualmente, o Brasil perde milhões de reais devido à compactação, erosão e degradação de solos mal estruturados. 

A estrutura do solo, quando desorganizada, compromete a absorção de água, a retenção de nutrientes e o enraizamento das plantas.

A resposta a esse desafio está no entendimento dos agregados do solo e nas ações que estimulam sua formação.

Ao compreender como se formam os agregados do solo e quais práticas preservam essa condição, você adquire ferramentas para melhorar o desempenho físico, químico e biológico da lavoura

O que são agregados do solo?

Os agregados do solo são unidades estruturais naturais formadas por partículas primárias, como: areia, silte e argila, que se agrupam sob a ação de forças físicas, químicas e biológicas

A formação dos agregados, também conhecidos como peds, resulta de processos como floculação, expansão e contração da argila, exsudação radicular e atividade da fauna do solo.

Esses agregados são delimitados por planos de fraqueza e conferem à estrutura do solo diferentes formas, tamanhos e graus de desenvolvimento. 

Sua presença define a porosidade, a estabilidade física e a capacidade de infiltração, além de contribuir diretamente com a retenção de carbono no sistema edáfico.

Os solos com agregação bem desenvolvida apresentam macroagregados e microagregados organizados hierarquicamente. 

Os macroagregados, com diâmetro de 0,25 a 5 mm, envolvem microagregados, compostos por placas laminares de argila e partículas de matéria orgânica com poucos micrômetros.

A estabilidade desses agregados é indicadora-chave de qualidade e saúde do solo.

O que são agregadores na agricultura?

Na agricultura, os agregados ajudam na sustentação da produtividade. Representam a condição física ideal para o crescimento das plantas, por conferirem equilíbrio entre ar, água e sólidos no solo. 

Agricultores experientes sabem que solos com estrutura granular ou blocada subangular favorecem a penetração de raízes, enquanto solos maciços ou com estrutura laminar indicam degradação.

Os agregados na agricultura refletem o impacto direto do manejo. Práticas conservacionistas mantêm a coesão entre partículas, enquanto revolvimento excessivo, falta de cobertura e ausência de rotação de culturas destroem essa estrutura. 

O sucesso do sistema produtivo está diretamente ligado à sua capacidade de conservar e promover a agregação do solo.

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Quais os benefícios da agregação do solo?

A presença de agregados estáveis confere ao solo maior resistência à erosão, melhor distribuição de poros e maior capacidade de retenção de água.

A rede de poros interconectados, formada dentro e entre os agregados, melhora a infiltração, a oxigenação e o movimento de soluções nutritivas.

Solos bem estruturados apresentam menor compactação, favorecem o crescimento radicular e ampliam a eficiência do uso de fertilizantes.

A matéria orgânica protegida nos agregados atua como reserva de nutrientes e como agente cimentante natural.

Além disso, a agregação do solo e o carbono estão intimamente ligados. A estabilização da matéria orgânica em microambientes internos evita sua mineralização acelerada, promovendo o sequestro de carbono e contribuindo com os serviços ecossistêmicos do solo.

Quais são as 4 fases do solo?

A composição do solo é multifásica, envolvendo quatro elementos fundamentais: sólido, líquido, gasoso e biológico. 

A fase sólida abrange partículas minerais e matéria orgânica, que compõem os agregados e determinam a textura e a estabilidade estrutural. É essa fração que serve de suporte físico e fornece nutrientes às plantas.

A fase líquida inclui a água armazenada nos poros, responsável pelo transporte de nutrientes, pela hidratação das raízes e pela manutenção dos microrganismos.

Já a fase gasosa corresponde ao ar do solo, que garante a oxigenação radicular e o metabolismo dos organismos edáficos.

A fase biológica reúne a macrofauna e microfauna do solo, responsáveis por processos essenciais como a formação e estabilização dos agregados, a decomposição da matéria orgânica e a ciclagem de nutrientes. 

O equilíbrio entre essas fases é necessário para a formação de uma estrutura do solo funcional e eficiente.

Diagrama

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Figura 3. Fases do solo. Fonte: UFG (2021).

Quais os 3 tipos de fertilidade do solo?

A fertilidade do solo se expressa por três dimensões interdependentes: física, química e biológica. A fertilidade física está relacionada à estrutura do solo, à agregação e à capacidade de retenção de água e ar. 

Sem um ambiente físico adequado, as raízes não exploram bem o solo e o aproveitamento de insumos é comprometido.

A fertilidade química envolve a disponibilidade de nutrientes, o pH, a presença de elementos tóxicos e a capacidade de troca catiônica.

Já a fertilidade biológica depende da diversidade e da atividade dos organismos do solo, especialmente dos agentes de agregação, como fungos micorrízicos, bactérias, minhocas e insetos do solo.

A agregação do solo conecta essas três dimensões. Um solo com estrutura estável favorece a microbiota, melhora a retenção de nutrientes e mantém condições físicas ideais para o crescimento das plantas.

Como se formam os agregadores do solo?

A gênese dos agregados ocorre em duas etapas principais: aproximação das partículas e estabilização por cimentação

A primeira envolve processos físicos como umidificação e secagem, expansão e contração da argila, ação das raízes e atividade da fauna do solo, que promovem a mobilização das partículas.

A segunda etapa depende de agentes de agregação do solo, que cimentam as partículas.

Esses agentes incluem compostos orgânicos, óxidos de ferro e alumínio, carbonatos e a própria argila coloidal.

A matéria orgânica desempenha papel essencial, por atuar na formação tanto de microagregados quanto de macroagregados.

Já os processos físico-químicos são mais importantes na formação de microagregados.

Os processos biológicos, especialmente a presença de raízes e microrganismos, são determinantes para os macroagregados, que compõem a estrutura visível do solo agrícola.

O que prejudica os agregadores do solo?

O manejo inadequado é o principal fator que compromete a estrutura do solo

O revolvimento frequente, como aração e gradagem intensiva, desorganiza os agregados, quebra os agentes cimentantes e oxida a matéria orgânica presente nos horizontes superficiais. Isso enfraquece a coesão estrutural e expõe o solo à erosão hídrica.

A compactação provocada pelo tráfego descontrolado de máquinas agrícolas entope os poros, reduz a infiltração e impede o crescimento radicular.

A queima de resíduos e a ausência de cobertura do solo reduzem drasticamente a oferta de substratos para microrganismos, resultando em perda de estabilidade dos agregados.

A monocultura contínua, sem variação de espécies ou sistemas radiculares, também contribui para a degradação estrutural.

Compactação do solo: como evitar e corrigir em sua propriedade

Práticas que favorecem a agregação do solo

Para promover a agregação do solo, é preciso adotar práticas conservacionistas que fortaleçam a biologia e a estrutura edáfica. 

O plantio direto evita o revolvimento e protege a superfície com palhada, enquanto a rotação de culturas oferece diversidade radicular e estímulo à formação de novos agregados.

O uso de plantas de cobertura como braquiária, milheto, nabo forrageiro e crotalária promove a ciclagem de carbono, alimenta a fauna do solo e amplia a estabilidade estrutural.

Sistemas como integração lavoura-pecuária e agroflorestas aumentam a diversidade biológica e física do solo.

Evitar operações em solo excessivamente seco ou úmido também é importante. Em condições inadequadas de umidade, o solo responde com ruptura dos agregados, perda de estrutura e aumento dos custos operacionais.

Diagnóstico da qualidade estrutural do solo

Um solo bem estruturado apresenta agregados visíveis, de tamanho entre 1 e 4 cm, com formas arredondadas, superfície rugosa e baixa coesão interna.

A presença de canais radiculares, galerias de minhocas e odor de solo vivo são sinais claros de atividade biológica intensa.

Testes simples, como a friabilidade ao toque, a velocidade de infiltração da água e a observação de estruturas naturais nas amostras de campo, permitem avaliar a qualidade da estrutura do solo.

Em casos mais técnicos, análises laboratoriais como a estabilidade de agregados em água são recomendadas.

Para transformar esse diagnóstico em ações práticas no campo e na gestão da propriedade, o Aegro oferece uma solução completa:

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Redator Alasse Oliveira

Alasse Oliveira

Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestre em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

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