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Como e por que usar Azospirillum no milho

Azospirillum no Milho

Azospirillum no milho: Conheça os benefícios dessa bactéria para a cultura e as dicas de como utilizá-la em sua lavoura.

Com certeza você já escutou falar sobre a fixação biológica de nitrogênio. E, provavelmente, a primeira associação que veio à sua cabeça foi a da soja com a bactéria do gênero Rhizobium

Mas não é só na cultura da soja que isso pode acontecer! Você sabia que o milho também se beneficia da associação com bactérias?

Neste artigo vamos falar sobre a associação de bactérias do gênero Azospirillum no milho, quais os benefícios e como utilizá-la. Confira a seguir!

Qual o papel da Azospirillum brasilense na cultura do milho?

A bactéria do gênero Azospirillum faz parte das bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP).

As BPCP são microrganismos benéficos às plantas, pois colonizam a superfície das raízes, rizosfera, filosfera e tecidos internos das plantas.

Assim, as BPCPs são capazes de estimular o crescimento das plantas devido a alguns fatores como:

Efeito da inoculação de milho com as estirpes Ab-V5 e Ab-V6 de Azospirillum brasilense no crescimento radicular

Efeito da inoculação de milho com as estirpes Ab-V5 e Ab-V6 de Azospirillum brasilense no crescimento radicular, coloração verde e altura das plantas em ensaios conduzidos a campo 
(Fonte: Hungria et al. (2011))

Essas bactérias, que são capazes de fixar nitrogênio, associam-se com várias plantas e possuem a capacidade de quebrar a ligação tripla entre os dois átomos de nitrogênio por meio de uma enzima chamada de dinitrogenase.

Deste modo, conseguem reduzir o nitrato para amônia e, assim, as plantas conseguem utilizá-lo. 

Entretanto, bactérias do gênero Azospirillum são consideradas associativas e excretam apenas uma parte do nitrogênio fixado diretamente para a planta associada. Portanto, suprirá parcialmente as necessidades das plantas em nitrogênio.

Aspecto da parcela com milho inoculado

Aspecto da parcela com milho inoculado com Azospirillum e recebendo apenas 24 kg N/ha na semeadura, em ensaio conduzido na safra 2009/10 na Embrapa Soja, Londrina, PR. 
(Fonte: Hungria et al. (2011))

O uso de inoculantes com Azospirillum no milho, portanto, visa reduzir a necessidade de adubação nitrogenada e melhorar a produtividade de grãos. 

Mas isso também vai depender do híbrido utilizado, de condições edafoclimáticas e do manejo adequado, como vou explicar melhor a seguir.

Quais os benefícios da bactéria no milho?

A associação das bactérias com as raízes de gramíneas incluem vários benefícios e vantagens.

Estes benefícios ocorrem devido ao maior desenvolvimento das raízes, que acabam aumentando a absorção da água e minerais.

Através da produção de hormônios vegetais ocorre um estímulo ao desenvolvimento do sistema radicular. 

Assim, com maior volume, comprimento, massa e superfície de raízes, as plantas conseguem explorar melhor o solo, absorvendo mais nutrientes.

Dentre os principais benefícios podemos citar:

Além dos benefícios citados acima, há relatos na literatura de melhora nos parâmetros fotossintéticos das folhas como:

Além, é claro, da maior produção de raízes, maior altura de plantas e coloração mais verde pelo maior teor de clorofila.

Fatores que afetam a atividade de Azospirillum brasilense no solo

Alguns fatores podem afetar a atividade das bactérias no solo, entre eles podemos citar:

Como vemos, para que as bactérias consigam ter um bom desempenho é preciso que façamos um correto manejo da fertilidade do solo.

Assim, é fundamental fazer a correção de acidez com calcário para elevar o pH e neutralizar alumínio, realizar a rotação de culturas e adotar o sistema de plantio direto.

A palha do sistema de plantio direto, por exemplo, aumenta a retenção de umidade no solo, reduz a amplitude térmica e aumenta o carbono orgânico.

Azospirillum no milho: como fica a produtividade

Vamos ver agora alguns trabalhos que mostram as vantagens no uso de Azospirillum brasilense para produtividade de milho.

Na tabela abaixo você pode ver o efeito da inoculação com estirpes de Azospirillum brasilense e Azospirillum lipoferum no rendimento (kg de grãos ha-1) de milho.

tabela com efeito da inoculação com estirpes de Azospirillum brasilense e Azospirillum lipoferum

(Fonte: Hungria et al. (2011))

A figura abaixo mostra os teores de nitrogênio nas folhas e nos grãos de milho.

teores de nitrogênio nas folhas e nos grãos de milho

(Fonte: Hungria et al. (2011))

No trabalho acima, os autores mostraram que a inoculação com a aplicação de 24 kg/ha de nitrogênio na semeadura do milho resultou em rendimentos de 3.400 kg/ha. 

Já com o adicional de 30 kg/ha no florescimento do milho, foi possível atingir rendimentos de 7.000 kg/ha com a inoculação.

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Cuidados com a compra do inoculante contendo Azospirillum

Quando compramos um inoculante deste tipo precisamos ter alguns cuidados diferenciados. Aqui você pode ver alguns deles:

Como deve ser feita a inoculação das sementes com Azospirillum

A inoculação das sementes requer alguns cuidados. Separei abaixo alguns itens que você deve se atentar:

Você pode usar o Azospirillum brasilense de diversas formas, entre elas estão:

É muito importante aproximar a semente do milho à bactéria, por isso o uso no sulco de semeadura é uma boa opção.

Conclusão

Neste artigo vimos a importância das bactérias do gênero Azospirillum no milho.

Mostramos quais os benefícios e dicas de como utilizar na sua lavoura para auxiliar na fixação biológica de nitrogênio. 

Além disso, citamos técnicas importantes que precisam ser seguidas se você deseja utilizar essa tecnologia.

>>Leia mais:

Plantio de milho: como garantir a alta produção

O que caracteriza sementes piratas e como fugir disso

Como fazer o armazenamento de sementes de soja e assegurar germinação

Você usa Azospirillum no milho? Quais foram seus resultados? Adoraria ler seu comentário abaixo!

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