Plantio de feijão: entenda mais sobre as épocas de plantio, variedades e preparo do solo desta cultura.
O feijão está entre os principais alimentos consumidos por nós brasileiros. Diferente das outras culturas, a maior parte fica no mercado interno sendo pouco exportado.
Em 2020, de acordo com dados da CONAB, a primeira safra foi estimada em 924,8 mil hectares, com produção estimada de 1,05 milhão de toneladas.
Quer saber mais sobre o plantio de feijão e como melhorar sua lavoura? Confira a seguir!
Índice do Conteúdo
Época do plantio de feijão
Por ser uma cultura de ciclo curto, o feijão possibilita o plantio em até três momentos durante o ano, assim é possível um equilíbrio no abastecimento.
A produção de feijão no Brasil é realizada em três safras ao longo do ano agrícola:
- 1ª safra ou safra das águas;
- 2ª safra ou safra da seca;
- 3ª safra ou safra de inverno.

Mapa da produção agrícola – feijão primeira safra
(Fonte: Conab)
>> Leia mais: “6 recursos do Aegro que vão te ajudar durante o plantio“
A safra das águas
É a primeira safra de feijão, sendo feita nas regiões Sul e Sudeste, além dos estados da Bahia e de Goiás.
Como resultado, o plantio da safra das águas acontece de setembro a novembro.
A safra da seca
Essa safra é realizada nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste do país.
O plantio de feijão da safra da seca acontece de janeiro até março, com a colheita sendo realizada de abril a julho.
A safra de inverno
É feita em Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Bahia, pois nestes estados o inverno é ameno e sem ocorrência de geadas.
Assim, o plantio de feijão da safra de inverno é feito de maio a julho, mas é necessário realizar a irrigação, com a colheita sendo de agosto a outubro.
Condições Climáticas
Como vimos, tem-se a possibilidade de três safras de feijão no ano. Um fato importante que você deve se atentar na hora do plantio é em relação às condições climáticas.
A faixa de temperatura média ótima para o feijoeiro está entre 18 e 24°C, entretanto a mais ideal é de 21°C.
Isso porque temperaturas muito abaixo ou acima dessas pode ocasionar vários prejuízos como:
- atraso na germinação;
- redução na porcentagem de germinação;
- atraso no desenvolvimento;
- abortamento de flores, grãos e vagens.
Portanto, todos estes prejuízos, consequentemente, influenciam na queda da produtividade do feijão.
Variedades de feijão
Temos diversas variedades de feijão que podem ser cultivados no Brasil, confira algumas:
Cultivar de feijão do grupo preto BRS Esteio:
Ciclo de 85 a 90 dias, adaptada à colheita mecanizada devido à arquitetura ereta.
Apresenta resistência ao vírus do mosaico comum e a quatro raças do agente causador da antracnose, moderadamente resistente à antracnose e ferrugem e moderadamente suscetível à murcha de fusário.
BRSMG Realce:
Cultivar com grão rajado, ciclo médio de 67 dias, resistência ao mosaico comum, resistência intermediária à antracnose, crestamento bacteriano, ferrugem, mancha angular e à murcha de fusário.
BRS Esplendor:
Cultivar de feijão do grupo preto, arquitetura de planta ereta e ciclo normal, adaptado à colheita mecanizada, resistente ao crestamento bacteriano comum e mosaico comum, moderadamente resistente à antracnose, ferrugem e murchas de fusarium e curtobacterium.
BRSMG Madrepérola:
Cultivar de grãos tipo carioca, porte ereto e hábito de crescimento indeterminado, baixa tolerância ao acamamento, considerada como semi-precoce, resistência ao mosaico comum e a várias raças de antracnose.
Feijão-caupi:
Também conhecido por feijão-de-corda, feijão-miúdo e feijão-fradinho.
Muito conhecido e consumido pelos brasileiros, tolera temperaturas elevadas, mas não muito altas durante o florescimento.
Cultivar de feijão carioca BRS:
Alto potencial produtivo, arquitetura de planta ereta, adaptada à colheita mecânica, moderadamente resistente à antracnose, ferrugem e ao crestamento bacteriano comum, suscetível à mancha angular, ao vírus do mosaico dourado e à murcha de Fusarium.
Feijão-mungo-verde:
A produção brasileira ainda é baixa, porém a procura está aumentando para o consumo de broto de feijão.
A temperatura ideal está entre 28 a 30°C.
BRS FC104:
Cultivar de feijão superprecoce com ciclo abaixo de 65 dias, o que permite diminuir o risco de perdas por estiagem na safra de verão e escapar das doenças de solo.
Possui moderada resistência à antracnose.
Feijão-vagem:
Não tolera frio e geadas, a temperatura ótima para o desenvolvimento está entre 18 e 30°C.
BRS FC402:
É cultivar do grupo carioca, resistente à antracnose e à murcha de fusário, adaptada às principais regiões produtoras, ciclo normal de cerca de 90 dias, arquitetura de planta semiereta (favorece colheita manual e semimecanizada).
Preparo do solo para plantio de feijão
Assim como as demais culturas, o feijão tem algumas exigências que precisam ser seguidas para que se possa atingir produtividades elevadas.
No preparo do solo, uma das principais operações é a calagem e a adubação do solo.
Em relação ao pH, este deve estar entre 6 e 7 e a saturação por bases acima de 70%.
Além disso, como o feijoeiro tem o sistema radicular superficial, as melhores áreas para o plantio são aquelas nas quais o solo tem uma boa aeração, textura areno-argilosa, descompactado na superfície e relativamente profundos.
Assim, dependendo da textura do solo é recomendado que a profundidade de plantio do feijão seja:
- cinco a seis centímetros em solos arenosos;
- três a quatro centímetros nos solos argilosos.
Outro fator importante na hora da semeadura é a densidade de plantio e o espaçamento entrelinhas.
No geral, recomenda-se um espaçamento entrelinhas de 40 cm a 60 cm e de 10 a 15 plantas/m².
Adubo para plantio de feijão
A cultura do feijão é exigente em nutrientes devido ao seu sistema radicular ser pequeno e pouco profundo, além de ter o ciclo curto.
No geral, a planta de feijão é capaz de exportar, por 1.000 kg de grãos produzidos, as quantidades de:
- 35,5 kg de N (nitrogênio);
- 4 kg de P (fósforo);
- 15,3 kg de K (potássio);
- 3,1 kg de Ca (cálcio);
- 2,6 kg de Mg (magnésio);
- 5,4 kg de S (enxofre).
A tabela abaixo mostra a extração e exportação de nutrientes pelas plantas de feijão.

Extrações e exportações de nutrientes segundo diferentes autores
(Fonte: Potafos)
Em relação aos nutrientes exigidos pelo feijoeiro, podemos citar que a absorção dos macronutrientes primários ocorrem:
- Nitrogênio: durante todo o ciclo, com maior velocidade dos 35 aos 50 dias após a emergência (DAE) da planta – época do florescimento;
- Fósforo: a maior absorção é entre 30 e 55 dias após a emergência do feijão, ou seja, antes de aparecer os botões florais, indo até o florescimento e início da formação das vagens;
- Potássio: a máxima absorção pode ser observada em 2 períodos, o primeiro entre 25 e 35 DAE (período em que ocorre a diferenciação dos botões florais) e o segundo dos 45 aos 55 DAE (época final do florescimento e início da formação das vagens).
Conclusão
Neste texto vimos as principais variedades/cultivares de feijão que temos disponíveis no Brasil.
Também foi abordado sobre as três épocas de semeadura do feijão, a densidade, o espaçamento, profundidade de plantio e as exigências nutricionais.
O feijão está entre os principais alimentos consumidos pelo brasileiro, praticamente toda a produção fica no mercado interno. Vale saber mais sobre essa cultura que está todos os dias na nossa mesa!
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