O seguro rural é uma importante ferramenta de gestão que protege sua safra, seu rebanho e até seus equipamentos contra riscos climáticos, sanitários e de mercado.
Em 2025, o apoio do governo segue forte, com recursos expressivos e subvenções que reduzem o custo da apólice, tornando a proteção mais acessível para produtores de todos os tamanhos.
O seguro rural ainda facilita o acesso a crédito rural, já que muitas instituições financeiras exigem a contratação da apólice como condição para liberação de financiamentos.
Índice do Conteúdo
O que é o seguro rural?
O seguro rural é um conjunto de proteções voltadas ao produtor rural, que inclui desde o seguro agrícola (para lavouras) até coberturas para máquinas, equipamentos, benfeitorias e até títulos de crédito como a Cédula de Produto Rural (CPR).
O objetivo é amparar o produtor em casos de eventos climáticos extremos, problemas sanitários (como pragas e doenças) e até oscilações de mercado que comprometam a rentabilidade da produção.
Incluir o seguro rural no planejamento é sinal de uma gestão profissional e preparada para riscos.
Ter um plano de ação para possíveis prejuízos, garante mais estabilidade financeira e continuidade da atividade no campo.
Além da proteção, o seguro rural impacta na ampliação da área plantada e adoção de tecnologias, já que oferece uma garantia adicional para instituições financeiras.
Isso facilita o acesso ao crédito rural com taxas de juros mais atrativas, contribuindo para o crescimento sustentável da produção.
Como uma forma de estímulo, o Governo Federal tem ampliado os recursos para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que torna o custo do seguro mais acessível para o produtor.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as indenizações pagas pelo seguro rural têm crescido nos últimos anos.
Em 2022, por exemplo, foram pagos R$ 7,7 bilhões apenas no primeiro semestre, impulsionados por perdas severas no Centro-Sul.
Esse valor ultrapassou o total anual de 2021 e representou cerca de 66% de tudo que foi pago em indenizações entre 2014 e 2020, somando R$ 11,7 bilhões.
Com os eventos climáticos cada vez mais imprevisíveis, o seguro rural deixou de ser um custo e se tornou um investimento essencial na proteção do seu negócio.

Quanto custa o Seguro Rural?
O seguro rural é contratado junto a seguradoras autorizadas pelo mercado, sob orientação de corretores.
Você define a área ou o alvo da cobertura — como lavoura, pecuária, floresta ou máquinas —, escolhe os riscos (como geada, granizo, chuva excessiva, seca, danos sanitários, incêndio etc.) e estabelece o valor segurado.
Em caso de sinistro, uma perícia é feita e você recebe uma indenização proporcional à perda.
Quem contratar o seguro rural busca reduzir o impacto de eventos adversos no planejamento financeiro e operacional da fazenda.
Além disso, o governo federal oferece suporte através do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que em maio de 2025 já liberou R$ 179 milhões dos R$ 1 bilhão previstos, cobrindo até 40 % do prêmio, exceto na soja, que tem subvenção de 20 %
Quais são os tipos de seguro rural?
O seguro rural tem algumas modalidades previstas por legislação, sendo elas: seguro agrícola, pecuário, aquícola, de benfeitorias e produtos agropecuários, de penhor rural, de floresta, de vida do produtor rural e de cédula de produto rural.
Cada um dos tipos de seguro rural é destinado para uma cobertura específica, conforme você vê abaixo.
1. Seguro agrícola
É destinado para cobrir as perdas causadas por fenômenos meteorológicos, desde a emergência da planta até a colheita.
Muitos produtores optam pela contratação para proteger culturas, como soja, milho, trigo, café, frutas, grãos, oleaginosas e entre outras.
A cobertura ainda inclui fenômenos de seca, geada, granizo, chuvas excessivas, tromba d’água, ventos fortes, variações extremas de temperatura, incêndios e raios.
2. Seguro Pecuário
Esse tipo de seguro cobre perdas decorrentes da morte de animais destinados ao consumo, produção, criação, recria, engorda ou tração.
A proteção cobre doenças, acidentes, intempéries (como raios, enchentes e frio intenso) e outras ocorrências que possam comprometer a atividade pecuária.
3. Seguro de Florestas
Indeniza prejuízos causados às áreas de florestas seguradas, desde que identificadas e caracterizadas na apólice.
A cobertura inclui plantações de eucalipto, seringueira, pomares florestais e outras atividades semelhantes.
Entre os riscos cobertos estão incêndios (acidentais ou provocados por raios), ventos fortes, granizo, geadas e estiagem, que podem comprometer a produtividade e o ciclo de crescimento das árvores.
O seguro de florestas é importante para produtores que operam com ciclos longos de cultivo e altos investimentos por hectare, oferecendo maior previsibilidade e proteção financeira em caso de perdas.
4. Seguro de Máquinas e Benfeitorias
Oferece proteção para máquinas, implementos agrícolas, galpões, silos, armazéns e demais estruturas usadas na atividade rural.
A cobertura garante a continuidade das operações em caso de danos causados por incêndios, furtos, eventos climáticos, acidentes operacionais e outros imprevistos.

5. Seguro Aquícola
Protege a produção aquícola, oferecendo indenização por morte, doenças, acidentes e outros riscos específicos que afetam animais aquáticos, como peixes e crustáceos.
A cobertura ajuda a diminuir prejuízos causados por eventos imprevisíveis, garantindo a sustentabilidade das atividades de piscicultura e carcinicultura.
Esse seguro também cobrir danos de variações ambientais, como mudanças na qualidade da água, temperaturas extremas e poluição, que impactam diretamente a saúde dos animais.
6. Seguro de Benfeitorias e Produtos Agropecuários
Cobre perdas e danos causados em bens utilizados na atividade rural que não tenham sido oferecidos como garantias em operações de crédito rural.
Essa cobertura contempla estruturas como cercas, instalações para armazenamento, produtos armazenados e outros bens essenciais para o funcionamento da propriedade rural.
Junto disso, pode ser contratado para proteger seu patrimônio contra eventos como incêndios, furtos, intempéries e outros riscos.
7. Seguro de CPR (Cédula de Produto Rural)
Esse seguro funciona como uma garantia adicional para quem investe ou financia operações rurais, reduzindo riscos e facilitando o acesso ao crédito.
Por conta disso, garante o pagamento de indenização em caso de comprovada falta de cumprimento, por parte do tomador, de obrigações estabelecidas na Cédula de Produto Rural.
A Cédula de Produto Rural (CPR) é um título de crédito usado para financiar a produção agropecuária, e o seguro de CPR garante que o credor receba o valor acordado mesmo em caso de inadimplência do produtor ou empresário rural.
8. Seguro de Penhor Rural
Este seguro cobre perdas e danos causados às atividades rurais oferecidas como garantia em operações de crédito rural, como bens móveis vinculados à atividade agrícola ou pecuária.
Ele cobre perdas e danos causados por eventos inesperados, assegurando o pagamento ao credor em caso de sinistro.
Por estar ligado a financiamentos rurais, o seguro de penhor rural reduz os riscos das operações de crédito, garantindo maior segurança para o produtor e para as instituições financeiras.

Novas regras do Seguro Rural 2025
Para ampliar o número de produtores beneficiados pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), o Mapa está com novas regras para o Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PTSR), válidas para o triênio 2022-2025.
O objetivo das mudanças é simplificar as regras do PSR para os produtores rurais e para os agentes responsáveis pela operacionalização do seguro.
Atualmente, o percentual de subvenção ao prêmio varia entre 20%, 25%, 30%, 35% e 40%, dependendo da modalidade, cultura e cobertura contratada.
Nas regras anteriores, a subvenção poderia variar entre 20% e 40%, conforme essas mesmas variáveis. Para o triênio 2022-2025, as principais atualizações incluem:
- Simplificação das regras e critérios de elegibilidade para facilitar o acesso ao programa;
- Aumento dos limites financeiros de subvenção, permitindo que mais produtores recebam apoio;
- Maior subvenção para culturas estratégicas, como o milho verão e o milho safrinha, incentivando a produção nessas safras;
- Expansão do programa para mais de 60 culturas agrícolas, ampliando o alcance do seguro rural para diferentes regiões e tipos de produção.
Essas medidas reforçam o compromisso do governo em fortalecer a agricultura brasileira, aumentando a proteção contra riscos climáticos e garantindo maior segurança financeira ao produtor rural.
Quem tem direito ao seguro rural?
O seguro rural pode é um direito de produtores rurais, sejam pessoa física ou pessoa jurídica.
O segurado especial, que exerce atividades como agricultor familiar, pode fazer autodeclaração, sem precisar de certidões complexas.
O PSR contempla diversas culturas e atividades, incluindo milho, trigo, café, fruticultura, pecuária e florestas.
Você também pode contratar seguro rural mesmo sem acesso a crédito rural, basta procurar um corretor ou instituição habilitada.
Quando contratar o seguro rural?
O seguro deve ser contratado antes do evento de risco, geralmente antes do plantio ou no início da atividade.
Dessa forma, ele já está ativo durante os períodos mais vulneráveis, como brotação, crescimento, floração e frutificação.
Para máquinas e benfeitorias, contrate antes de colocar em uso. Já para culturas perenes, avalie se há necessidade de renovar a cobertura.
Em todos os casos, respeite os prazos e períodos definidos pela seguradora e pelo PSR.
Por que contratar seguro rural é uma estratégia inteligente?
Contratar um seguro rural vai além de proteção: é uma decisão estratégica de gestão que fortalece a operacional da propriedade e mantém o financeiro saudável. Além de:
- Reduz o impacto financeiro de eventos adversos, como seca, granizo ou pragas, garantindo continuidade da produção e menor risco financeiro;
- Facilita o acesso a crédito rural, pois o mercado bancário tende a oferecer melhores condições para produtores segurados;
- Garante previsão de receita, mesmo em cenários difíceis;
- Aumenta a segurança patrimonial, preservando investimentos em rebanho e infraestrutura;
- Coberturas modernas como o seguro paramétrico oferecem mais agilidade nos pagamentos e menos burocracia;
- Proteção jurídica quando articulado com outros instrumentos como Proagro e fundos estaduais.

Seguro Rural na Agricultura Familiar
O Seguro Rural voltado à agricultura familiar continua sendo uma prioridade nas políticas públicas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Desde o projeto-piloto iniciado em 2020, com orçamento inicial de R$ 50 milhões, o programa vem sendo ampliado e aprimorado para atender um número cada vez maior de produtores vinculados ao Pronaf.
Em 2025, o foco é na expansão do acesso ao seguro rural entre pequenos produtores, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, com recursos exclusivos voltados para essas áreas.
O objetivo é fortalecer a resiliência climática e a segurança financeira da agricultura familiar, com os principais eixos da política:
- Ampliar o número de produtores segurados, aumentando a cobertura de lavouras e hectares protegidos;
- Reforçar o papel do seguro como ferramenta de mitigação de riscos climáticos, assegurando a continuidade das atividades mesmo diante de perdas;
- Reduzir o custo das apólices por meio de subvenção específica, tornando o seguro mais acessível ao pequeno produtor;
- Estimular o uso de tecnologias sustentáveis e modernizar a gestão das propriedades familiares.
Com base nos resultados do projeto-piloto e nas evidências colhidas nos últimos anos, o Governo Federal segue comprometido em descentralizar o acesso ao seguro rural e garantir apoio técnico e financeiro para fortalecer a produção da agricultura familiar em todas as regiões do país.
Novidades e desafios do seguro rural em 2025
- Aumento do PSR: O orçamento total previsto para o Plano Safra 2025/26 foi reforçado, com parte já liberada;
- Mudanças no Proagro: Desde 2024, agora cobre até 75 % das perdas agrícolas, reforçando a proteção do produtor;
- Seca e extremos climáticos aumentam demanda, mas a expansão do seguro ainda precisa avançar, em especial para regiões Norte e Nordeste e aumentar a participação privada;
- Seguro paramétrico se torna realidade, com mais opções customizáveis e pagamentos automáticos, especialmente para cobertura de chuva e seca;
- Cobertura em dólar e capitalização privada começam a ser discutidas para proteger produtores exportadores.
Como contratar seu seguro hoje mesmo?
Para contratar o seguro rural, o primeiro passo é buscar um corretor habilitado ou uma instituição financeira que ofereça esse tipo de serviço.
Na conversa inicial, você deve informar detalhes importantes, como o tipo de cultura, a área cultivada, a localização da propriedade, o valor estimado da produção e também o histórico climático e sanitário da região.
Com essas informações, o corretor poderá acessar a subvenção do PSR e apresentar diferentes opções de apólice que se encaixem no seu perfil e nas suas necessidades.
É importante analisar com atenção e comparar as coberturas e os prêmios oferecidos pelas seguradoras habilitadas.
Após escolher a melhor proposta, você formaliza a contratação, assina a apólice e realiza o pagamento do prêmio, que já virá com o desconto garantido pela subvenção governamental.
Para garantir validade jurídica e maior segurança, é fundamental que a apólice seja registrada no Cadastro Nacional de Imóvel Rural (CNIR), por meio do seu Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Depois disso, é só acompanhar o andamento da safra com atenção e, se algum evento adverso ocorrer, comunicar imediatamente a seguradora, para que o processo de análise e eventual indenização seja iniciado da forma mais rápida possível.
Capacitação de profissionais e monitoramento
Com o aumento de beneficiados pelo PSR, o Governo tem se preocupado com a qualidade dos serviços. Por isso, incentivará instituições públicas e privadas a ofertarem cursos de capacitação de peritos, consultores e profissionais de seguradoras.
Em 2025, o Mapa está com a estratégia de incentivar instituições públicas e privadas a oferecerem cursos de capacitação e atualização para profissionais que atuam no setor de seguros rurais.
A formação inclui conteúdos sobre avaliação de sinistros, análise de risco, atendimento ao produtor e boas práticas técnicas.
As capacitações incluem módulos introdutórios e avançados, com foco prático voltado ao trabalho de campo.
Além da qualificação técnica, o governo também investe no monitoramento da qualidade dos produtos e serviços ofertados pelas seguradoras por meio do projeto Monitor do Seguro Rural.
Coordenado pelo Departamento de Gestão de Riscos do Mapa, o Monitor conta com a participação ativa de produtores rurais, entidades representativas do setor agropecuário e empresas seguradoras, para a maior transparência, confiabilidade e eficiência nas operações do PSR.
Importância do Zoneamento Agrícola de Risco Climático para o Seguro Rural
O Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) é um complemento importante na avaliação dos riscos de uma cultura que será segurada. Ele traz informações sobre riscos agroclimáticos no país.
Por meio do Zarc, é possível que cada município identifique a melhor época de plantio das culturas. Tudo isso em diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares.
Atualmente, são 63 sistemas produtivos de cultivos agrícolas permanentes e anuais. Os estudos técnicos-científicos são realizados por por uma rede de pesquisadores da Embrapa e mais 150 especialistas. São 32 centros de pesquisa públicos e privados.
Com as informações do Zarc, você consegue ter uma ideia mais real sobre os riscos de determinada cultura agrícola e chegar a um valor mais correto para o seguro rural.
Isso porque os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos. Eles podem ser beneficiados pelo Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) e pelo PSR.

Qual seguradora faz Seguro Rural?
Atualmente, no Brasil, existem 16 seguradoras habilitadas pelo Mapa no Programa de Subvenção, que atendem a mais de 60 culturas. Confira a lista abaixo.
- Aliança do Brasil: seguro de custeio;
- Allianz: produtividade agrícola, granizo;
- BrasilSeg: faturamento agrícolas, pecuário, floresta e agrícola.
- Essor: granizo (grãos, frutas e hortaliças), multirrisco, faturamento e custeio;
- Excelsior: seguro de produtividade da soja e granizo;
- Ezze: custeio, produtividade;
- Fairfax: seguro pecuário, aquícola, de floresta, de produtividade, de riscos e de receita;
- Mapfre: granizo, pecuária, olericultura, café, de colheita, custeio, floresta e faturamento;
- Newe: paramétrico, seca, produtividade, custeio, receita;
- Porto Seguro: seguro agrícola de produtividade;
- Sancor Seguros: granizo, frutas, hortaliças, multirriscos e cana-de-açúcar;
- Sombrero (sem informações sobre área de atuação);
- Sompo Seguros: multirrisco para custeio, para produtividade e paramétrico;
- Swiss RE: granizo e geada, incêndio, multirisco, faturamento e pecuário;
- Tokio Marine: multirrisco produtividade, custeio e de riscos;
- Too Seguros: multirrisco de produtividade e custeio, além do paramétrico;
- Saiba mais sobre as condições gerais com que cada uma atua no site do Mapa.

Daniel Oliveira
Formado em Ciências Contábeis, pós-graduado em gestão financeira, Mestre em Contabilidade e finanças pela UFMG, Doutorando em Economia aplicada pela USP Esalq.