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Como fazer o controle de plantas daninhas?

Controle de plantas daninhas: o que é, como fazer, métodos utilizados e muito mais!

Como está o controle de plantas daninhas na sua lavoura para a safrinha?

Você acredita que antes da safra não há nada que se possa fazer em relação às plantas daninhas? Ou que você pode chegar no campo no dia da aplicação e decidir corretamente o que fazer?

Sei que sua experiência conta muito e que você conhece sua lavoura, mas talvez seja interessante estar preparado e entender como fazer o manejo integrado de plantas daninhas

Hoje separei alguns pontos que, creio eu, terão impacto positivo no planejamento e no começo da sua safra. Vamos lá?

O que é controle de plantas daninhas? 

O controle de plantas daninhas é um  conjunto de práticas e técnicas para eliminar ou reduzir a presença de plantas indesejadas que competem com as culturas agrícolas por recursos como luz, água, nutrientes e espaço. 

Essas plantas, também chamadas de “invasoras”, podem causar prejuízos econômicos, comprometer o rendimento das culturas e até dificultar a colheita

As plantas daninhas variam dependendo da região, do clima e do tipo de cultura agrícola. Mesmo assim, algumas são conhecidas pela capacidade de competição, resistência a herbicidas e dificuldade de manejo. As mais frequentes são: 

Como controlar as plantas daninhas?

O controle de plantas daninhas é feito por estratégias para reduzir a presença das plantas indesejadas como: controle químico, controle mecânico, controle cultural, controle biológico e controle integrado. 

A escolha do controle ideal depende sempre considerar o tipo de cultura, ciclo das plantas daninhas, o histórico da área e os recursos disponíveis.

Um manejo integrado e planejado é a melhor estratégia para manter as lavouras produtivas e saudáveis.

Guia para manejo de plantas daninhas

Quais são os métodos de controle de plantas daninhas?

Os métodos de manejo integrado de plantas daninhas podem ser classificados em diferentes categorias, dependendo das práticas utilizadas para eliminar ou reduzir a presença das plantas.

Cada método tem suas vantagens e limitações, por isso, o melhor método depende do tipo de planta daninha, da cultura agrícola, do solo, do clima e dos recursos disponíveis.

Independentemente desses requisitos, é importante manter uma constância de cuidados com plantas invasoras. Confira mais informações sobre os métodos de controle de plantas daninhas abaixo: 

1. Controle químico

É uma estratégia de manejo que utiliza herbicidas para eliminar ou reduzir a presença de daninhas, especialmente em grandes áreas de cultivo, devido à sua eficiência e rapidez no controle de plantas invasoras.

2. Controle mecânico

O controle mecânico de plantas daninhas é uma opção eficiente e ecológica em muitas situações, mas não é sempre o método mais prático para grandes áreas ou cultivos com grande infestação de plantas daninhas. 

O recomendado é utilizar de forma integrada com outros métodos (como controle químico ou cultural) para garantir o manejo mais eficaz e sustentável das plantas daninhas.

Além disso, inclui práticas que utilizam ferramentas ou máquinas para remover ou destruir plantas daninhas, como: 

3. Controle cultural

São práticas agrícolas que promovem condições desfavoráveis para o desenvolvimento das plantas daninhas, como:

4. Controle biológico

Uso de organismos vivos, como insetos, fungos, bactérias ou outros agentes naturais, que atacam plantas daninhas específicas, como o fungo Puccinia chondrillina para controlar a serralha.

O controle biológico para controle de plantas daninhas é natural e ainda mais eficaz quando combinado com outras estratégias de manejo integrado

5. Controle integrado

O controle integrado de plantas daninhas, ou Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD), combina diferentes métodos de manejo que equilibram os aspectos agronômicos, ambientais e econômicos, reduzindo os impactos negativos e aumentando a eficácia do controle.

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Dessecação e controle de plantas daninhas: Qual a ligação?

A dessecação antes da semeadura garante que as culturas tenham condições ideais para o desenvolvimento. 

Neste sentido, para evitar fitotoxidez nas plantas, é necessário respeitar um intervalo adequado após a aplicação de herbicidas, considerando o produto, dose utilizada, cobertura vegetal, solo e condições climáticas.

A escolha do herbicida e da dose depende das características das plantas daninhas presentes e da cultura a ser implantada:

O impacto das plantas daninhas no desenvolvimento da lavoura varia conforme a densidade populacional, as espécies e o momento de interferência. No caso do milho, por exemplo, o período crítico de prevenção à interferência ocorre entre os estágios V2 e V7 (2 a 7 folhas).

Na dessecação, uma prática comum é associar herbicidas dessecantes a herbicidas residuais (ou pré-emergentes). Essa estratégia controla a cultura de cobertura morta, evitando a infestação de plantas daninhas durante o início do ciclo da cultura seguinte e otimizando os recursos disponíveis.

Já no plantio convencional, a dessecação também pode ser realizada mecanicamente, por meio de roçadeira, grade ou arado, antes do florescimento das plantas daninhas.

Isso reduz a germinação de novas invasoras e forma uma cobertura morta sobre o solo, contribuindo para a proteção do sistema produtivo.

Condições de pré-emergência e controle de plantas daninhas 

As aplicações de herbicidas pré-emergentes são feitas antes da emergência das plantas daninhas e exigem o conhecimento das espécies presentes na lavoura. 

O uso de mapas que identifiquem as espécies pode ajudar a escolher o produto adequado, já que as infestações de plantas daninhas variam por área. 

Esses herbicidas controlam as plantas antes que comprometam com as culturas, melhorando o rendimento. No entanto, seu desempenho depende de fatores como umidade do solo, chuva, temperatura, tipo de solo e as espécies a serem controladas. 

É importante seguir as recomendações de um engenheiro agrônomo e da bula do produto, pois condições como seca, chuvas intensas e tipo de solo afetam a eficácia do herbicida. 

Solos argilosos, por exemplo, exigem doses maiores devido à sua maior capacidade de retenção do herbicida.

Métodos preventivos no manejo de plantas daninhas

O método preventivo o para manejo integrado de plantas daninhas evita a introdução, o estabelecimento e a disseminação de novas espécies de plantas daninhas.

Além de evitar prejuízos, isto vai ajudar que seus gastos com o controle destas plantas não se elevem tanto. Para isso, algumas medidas são vitais:

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Plantas daninhas e o sistema de plantio direto (SPD)

O Sistema de Plantio Direto (SPD) desempenha um papel importante na redução da germinação das plantas daninhas e no controle do banco de sementes do solo, sendo uma prática essencial no manejo integrado de plantas invasoras.

O banco de sementes é composto por sementes de plantas daninhas que permanecem viáveis no solo por longos períodos, com uma média de mais de 5 anos em solos cultivados.

A cobertura do solo proporcionada pelo SPD impede a germinação dessas sementes, evitando que se tornem plantas maduras que possam produzir novas sementes. Isso contribui significativamente para o controle das plantas daninhas, especialmente na fase de pós-emergência.

Entretanto, algumas plantas invasoras, como guanxuma, trapoeraba, erva-quente, poaia-branca e buva, podem continuar a representar desafios.

A buva, por exemplo, é uma planta daninha comumente resistente a herbicidas, especialmente ao glifosato, e o SPD tem sido eficaz no seu controle, por não germinar na sombra criada pela palha sobre o solo, dificultando o crescimento em sistemas de plantio direto.

Custos de controle de plantas daninhas em SPD x convencional

Como já falamos, no sistema convencional é possível fazer a dessecação por aração e gradagem.

Já na semeadura direta, pelo não revolvimento do solo, fazemos o controle de plantas daninhas por meio dos herbicidas dessecantes.

No sistema convencional, também é possível o uso de herbicidas em pré-semeadura incorporado, mas em SPD isso não é possível.

Nas culturas de soja e feijão, o custo de herbicidas graminicidas incorporados é em torno da metade dos pós-emergentes.

Devido a isso, de início os custos com herbicidas são maiores no sistema de plantio direto. Mas lembre-se: os gastos com operações agrícolas são maiores no sistema convencional.

Além disso, com o tempo, a menor infestação devido à cobertura diminui o número de aplicações e associações de produtos, reduzindo o custo com herbicidas e aumentando a facilidade no controle de plantas daninhas.

Redator Alasse Oliveira


Atualizado em 22 de agosto de 2023 por Alasse Oliveira.

Alasse é Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestrando em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

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