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Andre Felipe Moreira Silva - 23 de março de 2018
Atualizado em 26 de abril de 2023
Manejo Integrado de Pragas em milho: Saiba como fazer esse manejo com as particularidades da cultura do milho e obtenha o controle eficiente dos insetos na lavoura.
Você acha que não dá certo o manejo integrado de pragas no milho? Ou que não conhece bem esse manejo e prefere “não arriscar”?
Neste artigo eu explico tudo o que você precisa saber para começar a fazer o Manejo Integrado de pragas na cultura do milho.
E tenho certeza que assim você conseguirá controlar as principais pragas agrícolas eficientemente, podendo até gastar menos.
Índice do Conteúdo
No MIP são utilizadas todas as técnicas de controle apropriadas, a fim de manter a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar danos econômicos.
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) surgiu na década de 40 e voltou a tona com as infestações intensas da lagarta Helicoverpa spp., justamente nas lavouras de milho.
Isso nos mostrou que uma única ferramenta de controle não é sustentável ao longo do tempo e pode até agravar a situação com o desenvolvimento de resistência a inseticidas.
Se você ainda não se convenceu sobre a importância do MIP, pense nele como um mecanismo para evitar a seleção de insetos resistentes.
O MIP é importante para todas as culturas, para o milho não seria diferente.
Muitas pragas atacam o milho e podem causar danos que podem devastar a lavoura, por isso a escolha integrada das ferramentas de controle são fundamentais.
Muitas informações interessantes sobre MIP você vai encontrar nesse outro texto: Tudo o que você precisa saber sobre Manejo Integrado de Pragas.
Para fazer o MIP adequadamente entender alguns conceitos importantes:
Saiba qual o nível de controle de cada praga e quando você deve aplicar, mantendo tudo organizado. Baixe a planilha gratuita clicando na figura a seguir!
Se você já percebeu os benefícios do MIP mas ainda não sabe por onde começar, não se preocupe.
Você não vai precisar gastar rios de dinheiro nem quebrar a cabeça para isso.
Fizemos um passo a passo para iniciantes nesse manejo:
1. Saiba os conceitos do MIP, especialmente de nível de dano econômico e nível de controle (que você viu nesse texto, logo ali em cima);
2. Conheça sua região: quais as pragas que são favorecidas pelo clima, solo e relevo que estou?
3. Conheça sua propriedade: mantenha um histórico das principais pragas que atacaram sua lavoura nas últimas safras;
4. Escolha cultivares de milho que sejam menos suscetíveis ao ataque dessas pragas da região e que costumam te causar problema na fazenda;
5. Faça o controle de plantas daninhas que também podem ser hospedeiras dessas pragas, como ervas daninhas;
6. Não faça duas safras de milho consecutivas na sua área;
7. Faça adubação verde, com diferentes espécies que não sejam atacadas pelas principais pragas da área;
8. Escolha antecipadamente e com calma os produtos que irá utilizar para o controle das pragas. Para isso, faça seu planejamento agrícola e planejamento financeiro;
9. Dentre os produtos, verifique se algum deles pode ser substituído por produto biológico, diversificando os métodos de controle;
10. Durante a safra, faça monitoramentos frequentes e os guarde em local seguro;
11. Apenas aplique inseticidas quando a praga atingir o nível de controle (você verá mais a frente, ainda nesse texto, o nível de controle das principais pragas de milho);
12. Após aplicações de defensivos, os monitoramentos devem continuar, verificando se houve controle das pragas.
Para te ajudar nesses passos tenho alguns artigos que recomendo a leitura:
>> As perguntas (e respostas!) mais frequentes sobre manejo integrado de pragas
>>Tudo o que você precisa saber para fazer sua lista de defensivos agrícolas na pré-safra
Com o Aegro, seu monitoramento de pragas é georreferenciado e guardado com segurança, sem perda de dados ou confusão de não saber ao certo qual talhão foi feito o monitoramento
Bom já falamos do nível de controle, monitoramento e identificação das pragas. Mas quais são as principais pragas da cultura o milho? E quais seus níveis de controle?
Neste artigo listamos as mais importantes e principais pragas do milho. Além de trazer ótimas informações sobre o controle das mesmas.
Abaixo você também pode conferir, dentro do ciclo da cultura, quando as pragas infestam e qual o nível de controle para cada uma delas:
Aqui vou destacar 3 importantes pragas!
A cigarrinha-do-milho mede de 3,7 a 4,3mm de comprimento, tem o corpo de coloração amarelo-pálida e possui as asas semitransparentes.
(Fonte: Epagri)
Ela transmite os agentes causais do enfezamento-pálido (espiroplasma), do enfezamento-vermelho (fitoplasma) e da virose-da-risca.
Os enfezamentos reduzem a absorção de nutrientes pelas plantas, por consequência redução na produtividade, ou seja, prejuízo.
Ainda não foi estabelecido ao certo seu nível de controle, mas como esse inseto é vetor de doenças, a tolerância dele na lavoura é baixa.
Para você saber as principais medidas de controle, além de uma planilha exclusiva com todos os produtos químicos e biológicos recomendados para a cigarrinha-do-milho.
Uma das principais pragas da cultura do milho, e pode reduzir a produção entre 34 e 52%.
Este inseto pode atacar mais de 100 culturas, entre elas sorgo, soja, arroz, algodão, soja, pastagem, etc.
(Fonte: Epagri)
Apresenta colorações variadas, podendo ser parda, esverdeada e até preta.
Essa lagarta tem quatro pontos escuros e proeminentes no dorso do penúltimo segmento abdominal, que formam os vértices de um quadrado, facilitando seu reconhecimento.
A lagarta-do-cartucho penetra no colmo, criando galerias, o que provoca um sintoma conhecido por “coração morto”, que ocorre por causo do dano no ponto de crescimento da planta.
Saiba passo a passo como fazer:
Principais formas de controle da lagarta-do-cartucho:
Você pode ver os métodos de controle em detalhes neste artigo: “Não cometa erros no manejo: 5 métodos de controle da lagarta-do-cartucho”
(Foto: Epagri)
O pulgão-do-milho mede de 0,9 a 2,6mm de comprimento, possui antenas e pernas de coloração preta e o corpo com cores variando de verde-amarelada à azul-esverdeada.
Possui grande importância nos campos de produção de sementes.
Como dano direto, suga a seiva e libera um líquido em que se desenvolve fumagina.
A fumagina diminui a fotossíntese e reduz a liberação de pólen, o que provoca falhas na polinização.
Embora seja recomendado em alguns casos o tratamento de sementes, em geral, esse método de controle não é muito eficaz.
Isso porque os maiores danos são observados no período de pendoamento da cultura.
Algumas medidas de controle se mostram mais eficientes, como a escolha de cultivares menos suscetíveis ao ataque de pulgões e pulverizações de inseticidas de V4 a VT (pendoamento).
O milho Bt é aquele transformado geneticamente e que expressa as toxinas da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt).
Essa toxina tem efeito inseticida para várias pragas, como a lagarta-do-cartucho que comentamos aqui.
O milho Bt foi aprovado no Brasil em 2008/2009, permitindo a uma diminuição, nos primeiros anos de uso, da aplicação de inseticidas para o controle de pragas do milho.
No entanto, hoje são necessários outros métodos de controle, realizando o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Isso para assegurar que essa tecnologia funcione e não seja perdida por desenvolvimento de resistência.
Se você quer saber mais sobre pragas resistentes veja: “5 pragas agrícolas resistentes a defensivos agrícolas e como combatê-las”.
Para isso, devemos fazer áreas de refúgio para plantas Bt.
Para saber mais sobre área de refúgio para plantas Bt e como fazer, confira nosso artigo: “Tudo o que você precisa saber sobre área de refúgio para plantas Bt [Infográfico]”
O controle químico é uma fenomenal ferramenta de controle, e é a prática mais adotada na safra ou safrinha do milho, pela facilidade e visualização rápida do controle.
Contudo, não podemos utilizar só esse método de controle.
Isso causa desequilíbrios e desenvolve a resistência dos insetos aos defensivos agrícolas.
O MIP é um conjunto de medidas que faz o controle de pragas ser ainda mais eficiente, e você pode até gastar menos devido ao menor uso de inseticidas.
Aqui você aprendeu como começar a fazer o manejo integrado de pragas no milho em passos simples e muito eficazes, além de conhecer os principais conceitos desse manejo.
Agora é só colocar tudo isso na prática da lavoura!
O artigo foi útil para você? Tem alguma dúvida sobre Manejo Integrado de Pragas no milho? Deixe seu comentário!