About Evelise Martins da Silva

Sou Engenheira Agrônoma formada pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), pós-graduada em Biotecnologia e Bioprocessos pelas Universidade Estadual de Maringá (UEM) e apaixonada pelos desafios de uma agricultura sustentável.

Laboratório de análise de solo: saiba por que esta escolha deve ser correta

Laboratórios de análise de solo: importância de fazer análises, quais podem ser realizadas, como escolher o laboratório, como fazer coleta de solo e mais.

A adubação é um dos maiores custos da lavoura. Porém, é possível obter o retorno desse investimento com uma análise de solo bem feita.

Fundamental para a produtividade da fazenda, a adubação deve se basear na análise de solo.

Portanto, para ter um retorno do seu investimento em adubação, você precisa acertar na seleção do laboratório de análise de solo.

Neste artigo, vou mostrar como escolher laboratórios confiáveis para realizar essa etapa tão importante para a sua lavoura. Confira:

Qual é a importância da análise do solo?

As plantas são produtos do solo, já dizia Ana Primavesi.

Por isso é tão importante identificarmos a fertilidade do solo — é ele o fator principal para a qualidade e produtividade da lavoura.

A análise química do solo traz informações valiosas, como capacidade de troca de cátions (CTC), matéria orgânica, pH e outros.

Esses fatores são a base para recomendarmos a correção e adubação necessária.

Da mesma forma que um médico pede exames para fazer o melhor diagnóstico, nós precisamos das análises de solo para avaliar sua saúde química, biológica e física.

Com o diagnóstico em mãos, o produtor consegue realizar as operações e correções necessárias para que as plantas possam atingir altas produtividades.

Quais são os tipos de análises de solo?

A ideia central desta análise é que você tenha conhecimento das atribuições químicas, físicas e biológicas do seu solo — e que são essenciais para você fazer uma correção mais precisa.

No geral, existem três tipos de análise do solo, a química, física e biológica, e dentro de cada uma destas análises podem ser avaliados diferentes parâmetros que fornecem informações para saber como está o solo.

  • Análise química: são quantificados os macronutrientes e micronutrientes presentes no solo, como também do Al (elemento tóxico às plantas) e do pH do solo.
  • Análise física: é possível determinar a granulometria do solo, densidade do solo e de partículas, porosidade (macro, micro e total) condutividade hidráulica, retenção de umidade e estabilidade de agregados. Um dos principais resultados determinados são as porcentagens de argila, silte e areia das amostras, importante para o manejo correto do solo.
  • Análise biológica: são realizadas análises de alguns parâmetros que são relacionados aos microrganismos do solo, que são importantes na decomposição da matéria orgânica do solo.

Realizar todas estas análises e com todos os parâmetros nem sempre é necessário ou possível.

Realizar anualmente análises químicas completas e em profundidade pode ser oneroso. Por exemplo, você pode realizar apenas uma vez a análise física do solo, para avaliar sua quantidade de silte, argila e areia. 

Entretanto, é recomendado fazer ao menos a análise química de 0-10 e 10-20 contendo as informações de CTC, soma de bases, saturação por bases, teores dos macronutrientes, pH, teor de alumínio e teor de matéria orgânica.

Outra análise importante a ser feita é a de caracterização do solo, onde por meio dela é definido qual o tipo de solo de seus talhões.

Desse modo, é possível fazer recomendações mais corretas de fertilizantes, corretivos e outros manejos, que visam melhorar a qualidade do solo e favorecer a produção.

Como escolher bons laboratórios para análise de solo

Para se ter uma idéia, são mais de 400 laboratórios de solo existentes no Brasil.

Existem muitos bons laboratórios, e isso vem se consolidando ainda mais com as ações de instituições públicas, que asseguram a confiabilidade das análises realizadas.

O IAC implementa o Programa Anual Ensaio de Proficiência — e você pode conferir aqui os laboratórios participantes por região.

A Embrapa Solos, por sua vez, possui o Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade (PAQLF). Confira os laboratórios credenciados.

A entrada de um laboratório nesses programas aumenta a confiabilidade das suas análises.

Todos os laboratórios idôneos têm um técnico agrícola ou engenheiro agrônomo responsável pelo laboratório e pelas análises realizadas.

Busque outras informações relevantes sobre o laboratório:

  • Preço das análises;
  • Prazo de entrega do resultado;
  • Orientações de amostragem;
  • Procedimento para o envio das amostras, como embalagem, acondicionamento, identificação das amostras e outros;
  • Disponibilidade dos resultados online.

Como foi abordado anteriormente, há três tipos de análises de solo realizáveis pelos laboratórios, e, dentro de cada tipo, pode haver diferentes variáveis — o que determina o preço de cada análise.

Para entender melhor o custo das análises, veja a figura abaixo:

Química para fins de avaliação da fertilidade do solo
Química para fins de avaliação da fertilidade do solo
(Fonte: Laboratório de Análises de Solo da Esalq/USP)

Pela tabela, é possível observar que o valor da amostra vai aumentando conforme a análise se torna mais completa, pois avalia mais parâmetros.

O valor das análises, além de ser variável conforme o solicitado, também é diferente entre os laboratórios. Por isso, pesquise na sua região quais laboratórios são confiáveis e faça uma consulta de preços.

Importância da amostragem para avaliação do solo

Ao entender a importância de analisar o solo, é preciso saber que nenhum laboratório elimina o erro de uma amostragem mal feita!

Por isso, após escolher um laboratório de solo, busque as informações citadas acima, a respeito da amostragem.

As amostras devem ser coletadas de modo correto, e precisam ser representativas do talhão amostrado. 

Muitos produtores podem achar caro as análises, e com isso deixam de fazer ou realizam poucas amostras por área, o que gera resultados pouco precisos do solo.

No nosso texto “Análise química do solo: o porquê da sua realização”, está descrito o passo a passo de como dividir sua área e retirar amostras de solo representativas para serem enviadas ao laboratório.

Entretanto, atualmente muitos laboratórios ao serem contactados, já apresentam uma equipe treinada, com equipamentos adequados para a retirada das amostras. Assim, o laboratório faz a divisão da área, a coleta das amostras e já encaminha para análise.

O ideal é coletar as amostras na entressafra de culturas anuais, e após a colheita em áreas com culturas perenes, sendo recomendado fazer isto anualmente para verificar as diferenças que ocorreram no solo.

Isso porque a fertilidade do seu solo é consequência direta do material de origem, mas também do seu histórico de práticas e manejo.

Interpretando os resultados das análises do solo 

Feito corretamente todos os procedimentos descritos acima, os resultados apresentados pelo laboratório serão representativos da sua área, agora é preciso outro ponto de atenção: a interpretação!

Em uma análise de solo, interpretar as informações obtidas demanda atenção e conhecimento, e para ajudar os responsáveis das fazendas com estas interpretações de análises a Embrapa lançou o Guia Prático para a Interpretação de Resultados de Análise de Solo.

Neste guia são apresentados os conceitos que orientam a interpretação dos resultados de análise de solo para fins de recomendação de fertilizantes, mostrando os valores de referência utilizados pela rede Embrapa de Laboratórios, como pode ser visto abaixo:

Interpretação de solo Embrapa
Valores utilizados para interpretar resultados de análise de solo utilizando-se os métodos da rede Embrapa de Laboratórios
(Fonte: Embrapa)

Entender a análise é o primeiro passo da interpretação, o próximo é a recomendação de adubação, calagem e gessagem.

Para recomendação, principalmente de adubação, cada estado tem seu manual ou boletim que auxiliam os produtores, isto porque cada recomendação é baseada em estudos e pesquisas desenvolvidas para a região, levando em consideração o solo, clima e manejos da região.

Além disso, cada manual ou boletim recomenda a adubação específica para as principais culturas semeadas no estado.

Por isso, após receber sua análise de solo, tenha em mãos o boletim ou manual do seu estado, e busque auxílio com seu engenheiro agrônomo.

Adubação mineral de plantio
Exemplo de recomendação de adubação para a cana-de-açúcar segundo boletim 100 (estado de São Paulo)
(Fonte: Edisciplinas)
Banner para baixar o kit comparativo de custos de safra

Conclusão

Neste texto, vimos que os laboratórios de análise de solo devem ser escolhidos corretamente para evitar perdas, por falta ou excesso, na aplicação dos fertilizantes.

Você também viu que os laboratórios de solos realizam diferentes tipos de análises, e que essas avaliações variam conforme as informações desejadas pelo produtor.

Este artigo também mostrou que uma amostragem de solo correta é o primeiro passo para um resultado confiável. O segundo é realizar as análises em um laboratório confiável.

Por fim, vimos que interpretar e recomendar uma adubação, calagem e gessagem adequadas é fundamental para que sua análise de solo resulte em aumento da produtividade.

>> Leia mais:

O manual rápido do manejo de boro nas plantas

O que é e por que investir na análise microbiológica do solo

Gessagem: tudo o que você precisa saber sobre esta prática agrícola

Como analisar o DNA do solo pode te ajudar a prevenir problemas e fazer um manejo mais efetivo da lavoura

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Atualizado em 16 de agosto de 2023 por Carina Oliveira

Sou engenheira-agrônoma formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), mestre em Sistemas de Produção (Unesp), e doutora em Fitotecnia pela Esalq-USP.

Como utilizar defensivos naturais e diminuir custos

Os defensivos naturais estão sendo cada vez mais utilizados, seja pela sustentabilidade ambiental ou para um manejo mais eficiente e econômico.

Às vezes não conhecemos bem esses produtos, nem ao certo como utilizá-los. Mas a verdade é que não existe uma receita de bolo para isso.

Se bem planejado, os defensivos naturais na agricultura podem te ajudar a diminuir seus custos na produção agrícola e o manejo ser mais eficiente, especialmente em longo prazo.

Nesse artigo vou compartilhar algumas dicas que aprendi com experiência em campo, novidades do mercado e novos caminhos para o planejamento agrícola das próximas safras.

O que são os defensivos naturais?

Sobretudo, existe uma classificação entre esses produtos que os diferencia a partir de seu “princípio ativo”.

É muito comum, que se confunda qualquer biodefensivo como controle biológico de pragas.

Porém, considera-se o controle biológico os produtos utilizados a base de microbiológicos como bactérias, fungos e vírus e macrobiológicos como parasitóides e predadores.

Mas é inegável a importância dos produtos de controle biológico dentro da classificação dos defensivos naturais.

Dados da Associação Brasileira de Empresas de Controle Biológico (ABCBio) de 2017, existem no mercado registrados 102 produtos, sendo 92 inseticidas naturais, 9 fungicidas e 1 nematicida.

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(Fonte: ABCBio)

Os demais defensivos naturais também podem ser substâncias sintetizadas em organismos, como os bioquímicos e semioquímicos.

Os produtos bioquímicos são a base de extratos vegetais, enquanto que os produtos à base de feromônios e aleloquímicos, são classificados como semioquímicos.

Esses nomes podem parecer complicados, mas na verdade as substâncias têm usos simples na natureza.

Os semioquímicos são todas as substâncias químicas utilizadas na comunicação entre seres vivos.

Os semioquímicos específicos de uma mesma espécie são chamados de feromônios, enquanto que aqueles que entre espécies diferentes são os aleloquímicos.

O mais incrível é que podemos utilizar essas substâncias que ocorrem naturalmente para o manejo das lavouras.

Além disso, alguns produtos à base de fontes minerais são considerados defensivos naturais.

Existe ainda a possibilidade de realizar a mistura de alguns microrganismos (fungos e bactérias) em conjunto com  produtos fitossanitários químicos, e as empresas têm investido cada vez mais nesse tipo de pesquisa.

Desse modo, o efeito dos dois tipos de defensivos não é afetado, possibilitando a integração dos defensivos naturais ao sistemas de manejo.

Por exemplo, no site da Koppert você pode verificar a compatibilidade dos controladores biológicos do portfólio com alguns produtos fitossanitários químicos.

(Fonte: Koppert)

Começando o uso de defensivos naturais: Entenda o seu sistema produtivo

Saiba exatamente seus maiores problemas em termos de plantas daninhas, pragas e doenças da sua propriedade.

Para isso, o histórico de suas safras anteriores são fundamentais. Você pode manter os seus registros em cadernos, planilhas ou em software agrícola.

Assim você conhecerá quais os defensivos naturais que deve procurar.

Como já comentamos, também faça o planejamento de quais defensivos químicos vai utilizar, já que pode existir incompatibilidade entre os produtos.

Por fim, a parte financeira também deve ser compreendida como um todo, permitindo que você saiba se o uso dos defensivos naturais realmente compensou.

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Principais defensivos naturais para controle biológico que você deve experimentar

Trichoderma spp.

É um fungo que através de parasitismo, antibiose e antagonismo, realiza a eliminação de fitopatógenos de solo como Fusarium, Rhizoctonia, Sclerotinia (mofo branco), Verticillium, Alternaria, Roselinea, entre outros.

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Recomendação da aplicação de Trichoderma em soja para mofo branco

(Fonte: Pomela, 2012 em apresentação do Prof. José Otávio Menten e Ticyana Banzato)

Bauveria bassiana

É um fungo que parasita mais de 200 espécies de artrópodes como a mosca branca, ácaros, incluindo carrapatos.

Através, do contato direto entre o fungo e o alvo, o fungo germina na superfície do inseto, penetrando no tegumento e colonizando internamente liberando toxinas levando os insetos a morte.

Metarhizium anisopliae

É um fungo em que os esporos entram em contato com o inseto, penetram na sua cutícula colonizando os órgãos internos do hospedeiro, que para de se alimentar e morre.

Este processo ocorre entre 2 a 7 dias após a aplicação, dependendo das condições climáticas.

Sua utilização é consolidada no controle de cigarrinha das pastagens, mas também, em larva alfinete ou coró em culturas como o milho e outras.

Bacillus subtilis

É uma bactéria que promove o crescimento de plantas, atuando de forma preventiva e curativa.

Essa bactéria interfere na aderência do patógeno (fungo ou bactéria) na planta e no seu desenvolvimento posterior.

Ela também produz substâncias que atuam nas membranas e estruturas reprodutivas de fungos, prejudicando o seu desenvolvimento sobre a cultura.

Existem também trabalhos sobre sua contribuição em promover o aumento da nodulação de raízes.

Estudos ainda confirmam sua ação em nematóide dos cistos (Heterodera glycines) na cultura da soja, reduzindo a eclosão de ovos e inibindo a migração de larvas dos nematóides para a planta.

Igualmente, em feijoeiro foi observado eficaz controle de nematóide, até mesmo comparado a produtos como carbofurano, veja o estudo aqui.

Bacillus thuringiensis

Bactéria que auxilia principalmente no controle de lagartas ao ser ingerida pelo inseto.

É muito conhecida pelas culturas Bt, onde os genes que produzem as proteínas tóxicas às lagartas são incorporadas às plantas de soja, algodão ou milho.

Também existe o bioinseticida a base de Bacillus thuringiensis, mas não devemos utilizar culturas Bt e inseticidas também Bt, já que são dois métodos de controle com a mesma tecnologia.

Isso porque, desse modo, a pressão de seleção de indivíduos resistentes a Bt aumenta muito.

Além de, produtos comerciais registrados de alta qualidade no mercado, a Embrapa tem promovido formações de capacitações para a produção on farm de qualidade.

Inoculantes

A primeira coisa que vem a cabeça quando se pensa em inoculantes é a fixação biológica de nitrogênio, e realmente este é um dos grandes papéis da realização desta prática nas lavouras.

Mas, além disto, microrganismos utilizados como inoculantes podem ser promotores de crescimento, principalmente das raízes.

Um exemplo é o Azospirillum spp., bactéria descoberta em associação com a cana de açúcar por Johanna Döbereiner.

Vale ressaltar que Johanna foi uma pesquisadora brasileira protagonista na descoberta de bactérias que realizam fixação biológica de nitrogênio (FBN) e que também promovem crescimento.

Além disso, você pode fazer a co-inoculação de Rhizobium spp., Bradyrhizobium spp. e Azospirillum brasiliense, já que estudos mostram que o efeito dessa prática é muito positivo.

A combinação de microrganismos em feijão, por exemplo, pode aumentar a produtividade em 11% ou mais.

Você pode conferir mais informações sobre o assunto em 20 perguntas e respostas sobre Fixação biológica de Nitrogênio

É possível ter mais informações também nesta página da Embrapa sobre FBN nas principais culturas como soja, feijão e milho

Há ainda muitos outros controladores biológicos, que poderíamos comentar e que tem eficiência comprovada como:

  • Pseudomonas flurencens: para doenças de solo;
  • Chromobacterium subtsugae: para percevejo, mosca branca, pulgões e ácaros;
  • Isaria fumosorosea: para mosca branca;
  • A grande família de Bacillus, como o Bacillus pumilis (para doenças foliares), B. licheniformes, B. amylolichefaciens e B. cereus;
  • Paecilomyces spp.: para controle de nematóide;
  • Baculovirus spp.: para lagartas;
  • Microrganismos eficientes.

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Outros defensivos naturais importantes

Extrato Pirolenhoso

O extrato pirolenhoso é uma opção de defensivo natural bem interessante para se utilizar em conjunto com defensivos químicos.

O extrato pirolenhoso e feito a partir da pirólise (ou seja, da condensação da fumaça) durante o processo de queima da madeira na ausência de oxigênio.

Este líquido possui propriedades bioestimulantes, indutor de enraizamento e efeito sobre a abertura estomática da planta.

Você pode saber mais sobre na Informação Técnica sobre Extrato Pirolenhoso.

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(Fonte: Painel Florestal)

Calda Sulfocálcica

Obtida da mistura entre cal e enxofre, possuindo ação fungicida acaricida, inseticida, fungicida e repelente no controle de ácaros, cochonilhas.

Mais do que isso, uma das melhores estratégias para a entrada desse produto são no início do ciclo da soja em conjunto com outros produtos de calda, promovendo um efeito preventivo.

Você pode ler mais sobre aqui

Nim

O nim tem como principal ingrediente o limonóide azadiractina.

Essa substância provoca toxicidade, repelência, redução do crescimento, da oviposição, da viabilidade de ovos e deterrência alimentar sobre os insetos.

Além disto, o Nim também pode ser utilizado em forma conjunta com qualquer produto fitossanitário.

Feromônios

Os produtos à base de feromônios podem ser utilizados para monitoramento de pragas ou para controle, por meio de confusão sexual.

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(Fonte: Embrapa)

Como inserir os defensivos naturais na sua propriedade e projetar redução de custos

Alguns defensivos naturais podem atingir muitos alvos biológicos, como o pulgões, vaquinhas  e também podem se manter naturalmente no sistema, sendo diminuída a necessidade de aplicações ao longo do tempo.

Os controladores biológicos como Trichoderma spp. e alguns Bacillus spp são exemplos desses defensivos naturais.

No entanto, você só saberá se a praga e esses inimigos naturais estão em populações adequadas na sua lavoura pelo monitoramento, uma das bases do MIP.

Você pode ver mais sobre monitoramento e MIP (Manejo Integrado de Pragas) neste artigo aqui.

Além do MIP, você precisa estar atento ao seus custos agrícolas para verificar a efetividade e economia que os defensivos naturais podem trazer.

Faça o orçamento de todos os seus insumos antes da safra começar, e vá registrando os gastos realizados durante a safra.

Assim você saberá se seu planejamento foi adequado e terá maior controle sobre suas contas.

Comparando manejos diferentes, como uso somente de defensivos agrícolas químicos, e o manejo com o uso também dos defensivos naturais, você poderá saber qual foi o mais econômico.

Você pode fazer essas anotações em um caderno, planilha ou software agrícola, lembrando que esses dados precisam estar seguros.

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Onde buscar mais informações sobre defensivos naturais

A Embrapa lançou em 2016 o livro Defensivos Agrícolas Naturais que você pode visualizá-lo aqui.

Esse livro é o resultado das palestras e discussões científicas do V Congresso Brasileiro de Defensivos Agrícolas Naturais.

Além disso, vai aqui uma lista de empresas que produzem algum tipo de defensivo natural seja controlador biológico ou produto bioquímico e semioquímico, e com as quais você pode se informar mais sobre o assunto:

E também empresas que promovem soluções On Farm (serviços envolvendo defensivos naturais):

Conclusão

Para que defensivos naturais possam te ajudar a diminuir custos com produtos fitossanitários na lavouras, as informações técnicas são muito importantes.

Mais do que isso, conhecer e controlar sua parte financeira se mostra essencial até mesmo para comparar seus diferentes manejos.

Tenha em mente também que é possível tentar novos caminhos para desenvolvermos uma agricultura mais precisa e sustentável, do ponto de vista ambiental e também de negócios.

Agora que você sabe as principais dicas, produtos e informações, já pode começar a experimentar na sua lavoura esses tipos de defensivos!

>> Leia mais: “Entenda a importância das abelhas na agricultura”

>> Leia mais: “Agrotóxicos naturais: Manejo certeiro mesmo em grandes culturas

>> Leia mais: “Por que defensivos biológicos? Conheça mais sobre esses produtos e tire suas dúvidas” 

Gostou das informações? Sabe de mais algum defensivo natural que não citei aqui? Tem alguma outra dica ou história de sucesso com o uso de defensivos naturais? Adoraria ver seu comentário abaixo!