9 curiosidades que você não sabe sobre ferrugem asiática da soja e como combatê-la

A ferrugem asiática da soja é considerada a principal doença dessa cultura atualmente.

Alguns estudos relatam que a Phakopsora pachyrhizi, nome científico da ferrugem da soja, segundo a Embrapa, pode causar perdas de 10% a 90%.

A doença chegou ao Brasil em 2001, e desde então, causou prejuízo de mais de US$ 25 bilhões.

Para evitar, manejar e controlar qualquer coisa, você primeiro deve conhecê-la.

Na atividade agrícola não é exceção. Muito menos com essa doença que tem causado tantos prejuízos.

Confira agora 9 curiosidades que você (ainda) não sabe sobre a ferrugem asiática e proteja sua produção de soja:

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1. O fungo só sobrevive e reproduz em plantas vivas

ferrugem da soja

(Fonte: Grupo Cultivar)

A ferrugem asiática da soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.

O fungo só sobrevive e reproduz em plantas vivas, o que permite ter ampla gama de hospedeiros (plantas que pode infestar), sendo cerca de 150 espécies de leguminosas, como a soja.

2. Sintomas da doença na planta

Essa doença pode ser observada em qualquer estádio de desenvolvimento da planta.

Inicialmente os sintomas nas folhas são pequenos pontos, com coloração mais escura que o tecido sadio. Nesse momento, você pode observar no verso da folha, com ajuda de uma lupa, urédias (estruturas de reprodução do fungo), que se apresentam como pequenas saliências na lesão.

fungo ferrugem

Urédias na fase inicial da ferrugem da soja

(Fonte: Consórcio Antiferrugem)

Com o progresso da doença, essas estruturas ficam com coloração castanha, se abrem e liberam esporos.

Também com o progresso da ferrugem, as folhas amarelecem e caem. Isso compromete o desenvolvimento da planta, prejudicando o enchimento das vagens, qualidade e quantidade dos grãos.

lavouras com ferrugem asiática

Lavoura de soja durante o período reprodutivo intensamente atacada por ferrugem asiática (A), e a mesma lavoura, uma semana após, apresentando severa desfolha (B).

(Fonte: Pioneer sementes)

Você sabe identificar a ferrugem no campo?

Agora que você conhece um pouco da doença, já sabe que pode utilizar uma lupa e observar os sintomas nas folhas, especialmente no verso dela. Essa percepção antecipada da doença dará vantagem para seu adequado controle.

Ou seja, quanto antes você perceber que a lavoura está doente, mais cedo irá controlá-la e menos perdas a doença irá causar.

Por isso, o diagnóstico correto e o monitoramento constante são essenciais para o controle adequado da doença.

Para identificar a ferrugem de outras doenças da soja, você deve observar as urédias. Lembre-se de observar o verso da folha.

Se ainda restar dúvidas, procure uma clínica fitopatológica para a correta identificação.

lupa para monitoramento da ferrugem asiática

O monitoramento e a identificação da ferrugem nos estádios iniciais são essenciais para o controle eficiente.

(Fonte: Gazeta do Povo)

3. Germinação do fungo da ferrugem asiática da soja: entenda a importância

Os esporos são como as sementes para as plantas. Eles dão origem a novas infecções, ou seja, germinam e penetram na planta dando origem a doença.

esporos do fungo phakopsora pachyrhizi

Urediniósporos de Phakopsora pachyrhizi.

(Fonte: Manual de fitopatologia disponível em USP)

A disseminação dos esporos para outros locais ocorre principalmente pelo vento, os levando para longas distâncias.

Para você entender mais sobre esse processo, veja o ciclo da Phakopsora pachyrhizi:

ciclo da ferrugem na soja

(Fonte: Reis e Carmona em edisciplinas USP)

Para os esporos infectarem as plantas de soja são necessárias algumas condições ambientais que estão descritas no próximo item.

4. Condições ambientais que favorecem a ferrugem asiática da soja

A infecção ocorre quando as folhas estão molhadas e as temperaturas entre 8°C e 28°C, sendo mais favorável ainda as temperaturas de 16°C a 28°C.

Na temperatura de 25°C, algumas infecções ocorrem quando há no mínimo 6 horas de molhamento foliar, sendo o ótimo de 12 horas.

Além do orvalho, as chuvas também favorecem a ocorrência da doença, já que mantêm o tecido foliar úmido.

Como já comentei, a ferrugem pode ocorrer em qualquer momento da cultura, porém, ocorre preferencialmente a partir do fechamento do dossel, por proporcionar condições favoráveis para os esporos (alta umidade e proteção contra radiação ultravioleta).

No Brasil, a ferrugem asiática é de grande importância, pois fecha o “triângulo da doença”, conceito da Fitopatologia (estudo das doenças de plantas).

triangulo da doença

Representação clássica dos fatores que interagem para a ocorrência de doenças em plantas.

(Fonte: Fitopatologia)

Você deve estar se perguntando: Qual a relação desse “triângulo da doença” com a ferrugem asiática da soja na minha lavoura?

Vamos explicar melhor este conceito.

Como você pode observar na figura acima, em cada vértice tem escrito uma palavra (hospedeiro, ambiente e patógeno), essas são essenciais para a doença ocorrer. No caso da ferrugem asiática:

Hospedeiro: é a cultura da soja suscetível ao patógeno, ou seja, variedades de soja que não são resistentes à doença.

Patógeno: fungo Phakopsora pachyrhizi que é disseminado por esporos.

Ambiente: favorável ao desenvolvimento da doença (clima tropical).

Assim, o Brasil tem os três fatores para o desenvolvimento da ferrugem. E por isso, a doença é de grande importância.

Agora que você sabe um pouco da doença, vamos falar do seu histórico.

5. Ferrugem asiática da soja no Brasil: Primeira ocorrência encontrada

Você sabia que a ferrugem asiática da soja foi identificada pela primeira vez no Brasil em 2001, no estado do Paraná?A primeira ocorrência da ferrugem asiática no continente americano foi também em 2001 no Paraguai. Meses depois, foi identificada no Brasil, indicando o grande poder de disseminação da doença e as condições favoráveis do país.

Assim, hoje a doença está espalhada por todas as regiões produtoras de soja do Brasil.

E hoje como anda a ocorrência da doença no Brasil?

6. Ocorrência da doença

Na safra 2016/2017 foram identificados 415 pontos com ocorrência da ferrugem-asiática.  Os estados com maiores dispersões foram Rio Grande do Sul (115), Paraná (87) e Mato Grosso do Sul (64).

Veja a ocorrência da ferrugem asiática na safra 2016/2017 no mapa abaixo.

consórcio antiferrugem

(Fonte: Consórcio antiferrugem)

O Consórcio antiferrugem mostra o número de pontos com ocorrência da doença, você pode observar essa ocorrência por estado.

Você já sabe algumas coisas sobre a ferrugem: causa, sintomas, condições favoráveis e o histórico. Mas, como realizar o controle da ferrugem na sua lavoura?

>> Veja também: Como fazer administração rural com essas 3 ferramentas mesmo não sabendo nada de tecnologia

7. Como fazer o controle da ferrugem da soja

Uso de variedades resistentes ou tolerantes

Infelizmente são poucas no mercado, mas as empresas tendem a lançar mais variedades no futuro com a importância da doença no país.

Eliminação de plantas voluntárias de soja e a ausência de cultivo de soja na entressafra (vazio sanitário)

Os estados que adotam esta prática são: Paraná, Tocantins, Pará, Bahia, Rondônia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Santa Catarina e o Distrito Federal.

O objetivo do vazio sanitário é reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática durante a entressafra e assim atrasar a ocorrência da doença na safra, já que o fungo precisa de plantas vivas para sobreviver. Isso diminuí a quantidade de inóculo para a próxima safra.

Veja os períodos para cada estado do vazio sanitário em 2017.

vazio sanitário

(Fonte: Embrapa)

Uso de cultivares precoce

Semeaduras tardias de soja podem receber mais inóculo (esporos) ainda nos estádios vegetativos, exigindo a antecipação da aplicação de fungicida e demandando maior número de aplicações.

Quanto maior o número de aplicações, maior a exposição dos fungicidas e aumenta a chance de acelerar o processo de seleção de populações resistentes a esses fungicidas.

Semeadura no início do período recomendado (calendarização da semeadura)

Esta prática é a determinação de uma data que é limite para semear a soja. Os estados que adotam são: Goiás, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Tocantins, Bahia e Mato Grosso do Sul.

O objetivo da calendarização é reduzir o número de aplicações de fungicidas ao longo da safra, e com isso, reduzir a pressão de seleção de resistência do fungo aos fungicidas.

periodos-de-semeadura-soja

(Fonte: Embrapa)

Manejo Integrado de Doenças (MID)

A Emater-PR realizou o monitoramento da ferrugem asiática na safra 2016/17 para a tomada de decisão, ou seja, utilizou o manejo integrado de doenças (MID).

Para você saber mais sobre o que é MID entre aqui.

Nesta pesquisa, a média de aplicações de fungicidas nos locais estudados foi 42% menor do que a média das propriedades em que não foi adotado o MIP/MID. Em 7,2% das propriedades não foi necessário realizar aplicações de fungicidas para controle da ferrugem asiática.

O controle químico faz parte do MID e é outro método de controle da ferrugem da soja, mas isso é tão importante que vamos falar dele em um tópico a parte:

Quer ter mais controle sobre sua fazenda? veja aqui 5 motivos para você começar agora a controlar seu estoque.

8. Controle químico da ferrugem asiático da soja

O controle com produtos químicos é mais eficiente quando utiliza mais de um tipo químico, ou seja, rotação de produtos com diferentes modos de ação. Isto também reduz a resistência do fungo a fungicidas.

Você pode consultar os fungicidas registrados para ferrugem asiática no Agrofit, veja como fazer isso e ainda confira outras dicas sobre aplicação de defensivos agrícolas nesse artigo.

Além disso, a Embrapa realizou uma pesquisa sobre a eficiência de fungicidas para o controle da ferrugem asiática na safra 2016/17. Você pode conferir os resultados aqui.

aplicação de defensivos agrícolas para combater a ferrugem asiática na soja

(Fonte: Agron)

Você ainda pode consultar as recomendações de defensivos agrícolas para essa doença no FRAC.

9. Redução da eficiência de fungicidas para controle da ferrugem asiática da soja

Em 2017, o FRAC , um comitê que monitora a resistência de fungos a fungicidas, comunicou a detecção de uma mutação no fungo P.  pachyrhizi.

Essa mutação foi associada a menor eficiência de fungicidas carboxamidas observada nos ensaios na região Sul, na safra 2016/17.

Além disso, a partir da safra 2007/08, foi observada redução de eficiência dos triazóis, em ensaios realizados em semeaduras tardias de soja.

Essa resistência é quantitativa, ou seja, ocorre mudança gradual na sensibilidade do patógeno, aumentando ano após ano com o uso contínuo do produto, mas sem a perda completa de eficiência.

A partir da safra 2013/14, uma redução de eficiência foi observada para a estrobilurina isolada.

Na safra 2013/2014, as misturas de triazóis e estrobilurinas também tiveram sua eficiência reduzida.

Essas notícias mostram a importância de realizar estratégias de manejo para a redução da pressão de seleção de resistência.

Algumas medidas que podem ser tomadas e já foram aqui explicadas são: uso de fungicidas com diferentes modos de ação, redução de excessivas aplicações de fungicidas e calendarização da semeadura.

>> Leia mais: “O que são fungicidas multissítios e por que você deve passar a utilizá-los”

Conclusão

O conhecimento, monitoramento e correto diagnóstico da doença são essenciais para seu adequado manejo.

Agora que conhece mais sobre a ferrugem asiática da soja já pode começar o planejamento de sua lavoura envolvendo tudo o que foi aprendido.

Fique de olho na sua lavoura, ela é seu negócio, sua empresa!

>> Leia mais:

Doenças de final de ciclo soja: principais manejos para não perder a produção
Antracnose nas culturas de grãos: como combater de modo eficaz

Você tem mais dúvidas sobre esta doença? Como você controla a ferrugem asiática na sua lavoura? Quais práticas de manejo você utiliza? Adoraria ver seu comentário aqui embaixo.

Tudo o que você precisa saber sobre resistências a defensivos agrícolas

Afinal, você sabe o que é resistência a defensivos agrícolas?

Neste artigo abordaremos tudo sobre resistência a defensivos agrícolas: insetos, plantas daninhas e doenças.

Você vai aprender porque a resistência é desenvolvida e como evitar que ocorra na sua lavoura.

O que é resistência a defensivos agrícolas?

Quando a planta daninha, o inseto ou fungo não está mais sendo controlado por um produto fitossanitário, podemos ter um caso de resistência.

Como acontece a resistência?

Nas lavouras sempre vai haver populações tolerantes e sensíveis aos produtos fitossanitários.

Uma parte dessa população (seja ela de insetos, fungos ou plantas daninhas), já é resistente a determinados ingredientes ativos, ou seja, isso é natural, já ocorre no ambiente.

Com o uso contínuo do mesmo produto na área ocorre um processo conhecido por seleção, no qual os organismos resistentes não vão morrer, é a chamada pressão de seleção!

Vamos conhecer mais sobre os casos de resistência a defensivos agrícolas  no Brasil!

Como acontece a resistência de insetos a inseticidas?

barata_resistente a inseticida

(Fonte: Fernando Gonsales em Science Blogs)

Brincadeiras à parte, agora vejamos a figura abaixo que  ilustra muito bem como realmente acontece o processo de resistência de insetos aos inseticidas.

resistencia

(Fonte: Bernardi et al.,2016)

Como podemos perceber, após o uso contínuo de inseticidas pertencentes ao mesmo mecanismo de ação, ocorre uma pressão de seleção e apenas sobrevivem os insetos resistentes.

No caso na cultura do milho, a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e a lagarta-das-maçãs (Helicoverpa armigera) já foram relatadas como resistentes a alguns inseticidas.

Conhecer os mecanismos de ação é essencial para prevenirmos a resistência aos inseticidas

No caso desses produtos, os principais mecanismos podem atuar sobre: sistema nervoso e/ou musculatura, crescimento ou no desenvolvimento, no intestino médio e sobre o metabolismo respiratório.

Mas você pode conferir com calma os mecanismos de ação neste folder aqui.

lepidoptera defensivos agrícolas

(Fonte: Irac)

Com isso você pode saber exatamente como rotacionar os mecanismos de ação e ajudar na prevenção a resistência.

>> Leia mais: “Defensivos agrícolas genéricos ou de marca: a batalha definitiva do que usar na sua propriedade

E as culturas Bt?

A tecnologia Bt, no Brasil disponível para soja e cultura do milho e algodão, veio para ajudar nesses casos.

Porém, a tecnologia Bt também possui relatos de casos de resistência pelo mundo, e até mesmo no Brasil com a lagarta Spodoptera frugiperda..

Por isso é muito importante, especialmente no caso de insetos, a adoção de métodos que auxiliam no manejo.

A figura abaixo mostra o que acontece no campo quando você tem refúgio de milho com proteína Bt.

refugio do milho

(Fonte: BioGene)

Os insetos das áreas  de milho Bt (resistentes à tecnologia já que sobreviveram no campo Bt) e não Bt (não resistentes) se reproduzem, e assim a resistência é combatida.

Portanto, mais importante para as tecnologias funcionarem é você adotar as áreas de refúgios.

Segundo Ministério da Agricultura, para milho e soja o recomendado é que a área de refúgio para plantas Bt seja de 20%, enquanto que para algodão, 10%.

Olhe a figura abaixo, você pode ter várias ideias de como implantar na sua área.

manejo da resistência a defensivos agrícolas

(Fonte: Abrasem em Pioneer)

Quer saber mais sobre como manejar resistência de insetos??

Entre nesse site do IRAC, você poderá agregar mais informações.

Um exemplo preocupante de resistência é a  Helicoverpa armigera.

A espécie ataca várias culturas, como soja e milho, e pode ter seleção de indivíduos resistentes, especialmente aos inseticidas piretroides, organofosforados e carbamatos.

Além de haver indícios de sua resistência as plantas Bt no Brasil (como nas reportagens de Universo Agro e  Revista Agrícola).

helicoverpa armigera

Helicoverpa armigera é uma praga polífaga, capaz de atacar muitas culturas
(Fonte: Embrapa)

Agora que você já sabe sobre resistência de insetos, vamos entender agora como ocorre a resistência para plantas daninhas.

Saiba sobre as plantas daninhas que tem resistência a defensivos agrícolas

Existem hoje no mundo 253 espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas!

No Brasil temos 48 casos de resistência, dentre as espécies mais problemáticas estão o Amaranthus palmeri, as espécies de buva, capim-pé-galinha, capim-colchão, azevém, capim-arroz e capim-branco.

A figura abaixo mostra o que acontece no campo quando se utiliza por muito tempo herbicidas com os mesmos mecanismos de ação.

mudança genética

(Fonte: Christoffoleti e López-Ovejero, 2008)

Como podemos ver ano após ano temos uma pressão de seleção imposta pelos herbicidas, que controla as plantas suscetíveis deixando no campo apenas as resistentes.

Com o tempo a população de plantas resistentes fica maior que a de suscetíveis, ficando muito difícil e caro o controle!

O Amaranthus palmeri é um dos casos mais comentados atualmente.

A planta não existia no Brasil e, logo que foi identificada, já se observou resistência aos herbicidas chlorimuron, cloransulam, glifosato e imazethapyr, ou seja, a dois mecanismos de ação (inibidores da ALS e EPSPs)!

palmeri

(Fonte: Embrapa)

Nas fotos abaixo você pode verificar mais casos de plantas daninhas resistentes a herbicidas.

Buva (Conyza sumatrensis): já foram relatados casos de resistência aos herbicidas chlorimuron, glifosato, paraquat, saflufenacil.

conyza sumatrensis

(Fonte: Weeds Brisbane)

No caso da planta daninha picão-preto nós temos duas espécies que apresentam resistência: Bidens pilosa e Bidens subalternans.

bipdi resistente a defensivos agrícolas

(Fonte: IDAO CIRAD)

A Euphorbia heterophylla é conhecida por leiteiro ou amendoim-bravo e é frequentemente encontrada na cultura da soja.

Já foram relatados casos de resistência aos herbicidas chlorimuron, cloransulam, imazamox, imazaquin, imazethapyr, acifluorfen, diclosulam, flumetsulam, flumiclorac, fomesafen, lactofen, metsulfuron, nicosulfuron e saflufenacil.

euphorbia heterophylla

(Fonte: Agro Link)

A planta daninha abaixo é conhecida como capim-pé-de-galinha e recentemente foi relatado um caso de resistência ao herbicida glifosato.

eleusine indica

(Fonte: FNA Nature Search)

O azevém é muito comum nas lavouras da região sul do Brasil e já tem registros de resistência aos herbicidas glifosato, iodosulfuron, pyroxsulam e clethodim.

lolium-multiflorum-in-ahaines-a

(Fonte: Go Botany)

Assim, você vai poder rotacionar os produtos fitossanitários na sua área e manejar de forma eficiente para prevenção a resistência.

E no caso dos fungos resistentes?

Temos muitas espécies de fungos já relatadas como resistentes: Alternaria dauci, Cercosporidium personatum, Colletotrichum fragariae, , Fusarium subglutinans f.sp. ananas, Guinardia citricarpa, Glomerella cingulata, Phytophthora infestans, Plasmopara viticola, Venturia inaequalis, etc.Mas o que sempre tira o sono dos produtores de soja é ferrugem asiática, ela é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizie.

Esse fungo encontrou no Brasil condições ideais de clima para sua rápida disseminação.

O fungo causador da ferrugem asiática é menos sensível aos fungicidas do grupo químico dos “triazóis”.

Nessa publicação da Embrapa você pode aprender mais sobre como identificar a ferrugem da soja e quais técnicas adotar para a prevenção da resistência:

ferrugem asiática

(Fonte: Embrapa)

Assim, algumas estratégias são adotadas para prevenir a resistência como:

  1. Respeitar o vazio sanitário (você deve verificar aqui as datas de acordo com a sua região);
  2. Fazer o manejo integrado;
  3. Usar os fungicidas de modo preventivo e não quando já houver uma alta proliferação da doença;
  4. Adotar o uso de misturas comerciais que contenham ingredientes ativos de diferentes mecanismos de ação;
  5. Rotacionar os mecanismos de ação.

Você ainda pode conferir no site consórcio antiferrugem qual a situação da ferrugem asiática durante a safra da soja.

Além de conferir notícias, confira qual a ocorrência da ferrugem por estádio da soja, por estado e acumulado por data.

ferugem por estado

(Fonte: Consórcio antiferrugem)

Como podemos ver, há maior ocorrência no estado do Paraná.

Manejo integrado de pragas

Manejo integrado de pragas (MIP)  é a chave para tudo o que vimos até aqui!

Seja para manejar insetos, fungos ou plantas daninhas, ele sempre deverá fazer parte do seu planejamento.

Olha quantos manejos você pode integrar ao seu sistema de produção:

manejo integrado de pragas

(Fonte: Amici)

Conclusão

Você percebeu que ter um bom planejamento agrícola ajuda no seu dia a dia e na tomada de decisão.

Lembre-se que é extremamente importante rotacionar os mecanismos de ação dos defensivos agrícolas.

Vou deixar aqui um cheklist para você fazer o seu planejamento agrícola.Vamos juntos prevenir a resistência nas lavouras!

>> Leia mais:

Como fazer o controle de estoque de defensivos agrícolas em 5 passos

Armazenagem de defensivos agrícolas: Como fazer e o que é preciso saber

O que achou do texto? Já teve caso de resistência na sua lavoura? Tem mais dicas de como prevenir a resistência? Adoraria ver seu comentário abaixo!