Agrofit: Conheça o maior banco de informações sobre defensivos do Brasil

Agrofit: Saiba como pesquisar no maior banco de informações sobre defensivos agrícolas do Brasil!

Tão comum quanto as pragas do campo são as dúvidas para combatê-las.

O Agrofit é uma importante ferramenta na hora de pesquisar pelos produtos que vamos utilizar em nossa lavoura.

Com informações de doses, formulações, marcas e tudo o que é necessário para as aplicações, o Agrofit agrupa todos os defensivos registrados no Brasil.

Mas você sabe como fazer as pesquisas de forma mais eficiente no site? Confira o passo a passo a seguir!

Agrofit: Como funciona o banco de informações de agroquímicos

O Agrofit é um site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)/Coordenação Geral de Agrotóxicos e Afins, que contém um banco de informações sobre os produtos agroquímicos e afins registrados no Ministério da Agricultura. 

O site permite a realização de pesquisas importantes para controle de pragas na agricultura brasileira.

Para você acessar o banco de informações, primeiramente entre no site do MAPA. A tela que aparecerá inicialmente é essa da figura abaixo! Veja:

Agrofit

Vamos ver agora um passo a passo de como pesquisar no site. Para isso, vamos supor que precisamos buscar informações sobre o controle de plantas daninhas na cultura do milho.

Passo a passo para acessar o Agrofit

1- Após entrar no site, clique em Consulta Aberta (Acesso Livre). Sua tela ficará como na imagem abaixo:

Agrofit

2- A pesquisa pode ser feita clicando nos links que aparecem na parte superior do site. 

3- Você poderá fazer a busca por pragas (insetos, doenças e plantas daninhas), ingredientes ativos, produtos formulados, produtos técnicos ou relatórios.

Vamos selecionar no item “pragas” as “plantas daninhas”. Na sua tela aparecerá a página abaixo:

Como podemos ver, neste caso, você precisará saber o nome da planta daninha que deseja obter informações.

4- Vamos procurar sobre a planta daninha conhecida por corda-de-viola. Para isso, escreva no campo “nome vulgar” o nome da planta daninha (no nosso caso, “corda-de-viola”), como na figura abaixo. 

Caso você já saiba a espécie, você poderá buscar pelo nome científico.

5- Clique em consultar! Aparecerá então a tela abaixo, com todas as espécies de cordas-de-viola.

6- Feito isso, selecione qual espécie deseja informações. No nosso exemplo, vamos clicar em Ipomoea purpurea.

Ao clicar sobre a espécie, você poderá ver informações sobre aquela planta, incluindo os produtos que atuam no seu controle.

O site apresenta as características daquela espécie como: ciclo, forma de reprodução, habitat, características botânicas das folhas, flores e frutos, regiões de ocorrência e os produtos indicados para o seu manejo.

Agora vamos ver caso você deseje encontrar informações específicas para o manejo de plantas daninhas na cultura do milho.

Agrofit: Como pesquisar informações específicas para uma cultura

1- Selecione a consulta por ingredientes ativos. Aparecerá a tela abaixo:

2- Clique em “culturas” e selecione “milho”

3- Clique em consultar e, então, em sua tela aparecerá todos os produtos registrados para a cultura do milho.

4- Selecione agora o produto que você deseja obter mais informações. No exemplo, selecionamos o herbicida atrazina.

Aparecerá em sua tela todas as informações sobre este produto, todos os produtos formulados registrados para a cultura do milho e que contenham como ingrediente ativo a atrazina.

Você também poderá obter informações sobre:

  • Classe do produto
  • Fórmula
  • Nome químico
  • Classe/categoria agronômica (no caso, herbicida)

E, no campo inferior esquerdo aparecerá a quantidade de produtos registrados com aquele ingrediente ativo – que no nosso exemplo são 56. 

Agrofit: Busca por produtos formulados

Você poderá também, fazer a busca por Produtos Formulados. Neste caso, aparecerá a tela abaixo:

Neste caso, você pode pesquisar pelo:

  • Nome da marca comercial
  • Titular do registro
  • Número do registro
  • Ingrediente ativo
  • Aplicação
  • Classe
  • Classificação toxicológica
  • Classificação ambiental
  • Cultura em que é registrado

Em Produtos Formulados você poderá consultar as doses recomendadas; o modo de ação do produto (contato ou sistêmico); como ele pode ser aplicado (terrestre ou aéreo); a classificação toxicológica e ambiental; o titular do registro; marca comercial e as culturas e plantas daninhas para quais são indicados.

Quanto mais informações você tiver, mais rápido encontrará o produto que deseja.

Lembrando que agora estamos sobre um novo marco regulatório sobre a classificação dos produtos.

A classificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que antes eram 4 categorias, passam a ser 5. Além disso, inclui o item “não classificado” para aqueles produtos de baixíssimo potencial de dano.

O Brasil adotou essa reclassificação para utilizar como base os padrões do Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals – GHS), passando a ter regras harmonizadas com as de países da União Europeia e da Ásia.

A reclassificação fica assim:

Categoria 1 – Produto Extremamente Tóxico – faixa vermelha: 43.

Categoria 2 – Produto Altamente Tóxico – faixa vermelha: 79.

Categoria 3 – Produto Moderadamente Tóxico – faixa amarela: 136.

Categoria 4 – Produto Pouco Tóxico – faixa azul: 599.

Categoria 5 – Produto Improvável de Causar Dano Agudo – faixa azul: 899.

Não classificado – Produto Não Classificado – faixa verde: 168.

Não informado – 16.

Produtos cujo processo matriz não foi localizado: 2.

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Conclusão

Vimos no texto de hoje como encontrar produtos em um dos maiores bancos de informações de defensivos do Brasil, o Agrofit.

No Agrofit é possível pesquisar as informações sobre os produtos registrados para todas as culturas.

Você também pode realizar a pesquisa pela praga, doença ou planta daninha, além de consultar os ingredientes ativos e produtos formulados.

Espero que com essas informações você possa fazer melhor uso desse banco de informações tão importante como é o Agrofit!

Ainda tem dúvidas sobre o Agrofit? Tem mais dicas de como fazer a pesquisa sobre produtos utilizados nas lavouras? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

Como fazer o manejo eficiente do capim-colchão

Capim-colchão: Época certa para controle, quais herbicidas usar e confira as principais dicas para evitar o prejuízo da lavoura. 

A planta daninha capim-colchão tem grande distribuição em nosso país e infesta lavouras de grãos e grandes áreas de cana. 

Para os produtores de cana-açúcar, houve relatos de populações com menor suscetibilidade a alguns herbicidas comumente utilizados na cultura. 

Deste modo, é muito importante que ocorra um bom manejo para que não haja seleção de novas populações com menor suscetibilidade a herbicidas ou resistência.  

Quer saber como fazer um manejo eficiente do capim-colchão? Qual é o período ideal e os herbicidas mais indicados? Confira a seguir.

Capim-colchão: Principais pontos sobre esta daninha

No Brasil existem três espécies de gramíneas que são comumente conhecidas como capim-colchão (Digitaria horizontalis, Digitaria ciliaris e Digitaria sanguinalis), família Poaceae.

A espécie D. horizontalis é a mais frequente no país, infestando principalmente lavouras anuais e perenes. Ocorre, geralmente, em populações mistas com D. ciliaris

Já a espécie D. sanguinalis é bem menos frequente, ocorrendo em maior intensidade no sul do país. 

capim-colchão

Plantas adultas de capim-colchão (Digitaria horizontalis

(Fonte: FCAV Unesp)

capim-colchão

Plantas adultas de capim-colchão (Digitaria ciliaris

(Fonte: Wiktrop)

Plantas adultas de capim-colchão (Digitaria sanguinalis

(Fonte: Wiktrop)

Essas três espécies são muito parecidas e difíceis de serem diferenciadas no campo, necessitando de uma lupa para distinguir as características morfológicas. 

A principal diferença das espécies está nas espigueta. 

capim-colchão

Inflorescência de capim-colchão (Digitaria sanguinalis

(Fonte: Luirig)

As espécies de capim-colchão são plantas daninhas de ciclo anual. Podem se alastrar pelo enraizamento de nós dos colmos em contato com o solo úmido.

Estas plantas daninhas apreciam solos férteis – são pouco agressivas em solos pobres.  

Sementes e dispersão do capim-colchão

Estas espécies produzem em média 150 mil sementes por planta, o que está associado à sua dispersão em nosso país. As sementes são facilmente disseminadas pelo vento. 

capim-colchão

Sementes de capim-colchão (Digitaria sanguinalis

(Fonte: Oardc)

A necessidade de luz para germinar varia nestas espécies, sendo que D. horizontalis D. sanguinalis necessitam de luz para germinar. Já a D. ciliaris é indiferente à luz, germinando no escuro também.

A temperatura ideal para germinação destas espécies é a alternância de 25℃ a 35℃

Além da capacidade de interferir nas culturas, diminuindo sua produtividade, estas espécies podem ser hospedeiras de pragas e doenças

As espécies D. horizontalis e D. sanguinalis podem ser hospedeiras de nematoides

Além disso, a espécie  D. horizontalis pode ser hospedeira para o patógeno que ocasiona a mancha branca do milho.

Dentre estas espécies, somente a D. ciliaris possui registro de biótipos resistentes à herbicida no Brasil. 

Sendo registrada em 2002 como resistente a herbicidas inibidores da enzima ACCase ou comumente chamados de graminicidas (haloxyfop e fluazifop).

Manejo de capim-colchão na entressafra do sistema soja-milho

A entressafra, com certeza, é período ideal para realizar um bom manejo do capim-colchão, pois existe um número maior de opções a serem utilizadas!

O ideal é que a aplicação ocorra em plantas com até 2 perfilhos, pois as chances de sucesso são maiores!

Herbicidas pós-emergentes: 

Cletodim 

Possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendável dose de 0,5 a 1,0 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Haloxyfop 

Possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendável dose de 0,55 a 1,2 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Este são os exemplos mais comuns de graminicidas utilizados no mercado. No entanto, existem outros produtos com ótimo desempenho e que seguem a mesma lógica de manejo. 

Novas formulações de graminicidas vem sendo lançadas com maior concentração do ingrediente ativo (responsável pela morte da planta) e com adjuvante incluso. (Ex: Verdict max®, Targa max® e Select one pack®)

Quando forem misturados 2,4D e graminicidas deve-se aumentar a dose do graminicida em 20%, pois este herbicida reduz sua eficiência. 

Glifosato

Possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial. Indicado na dose de 2,0 a 4,0 L ha-1

Paraquat 

Pode ser utilizado em plantas pequenas (até 2 perfilhos) provenientes de sementes ou em manejo sequencial para controle da rebrota de plantas maiores. Recomendável na dose de 1,5 a 2,0 L ha-1. Adicionar adjuvante não iônico 0,5 a 1,0% v.v. 

Glufosinato de amônio 

Pode ser utilizado em plantas pequenas (até 2 perfilhos) provenientes de sementes ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. Recomendável dose de 2,5 a 3,0 L ha-1. Adicionar óleo mineral 2,0% v.v. 

Herbicidas pré-emergentes:

Diclosulam 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e graminicidas). O solo deve estar úmido. Recomendações de dose de 29,8 a 41,7 g ha-1

Flumioxazin

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas e imazetapir) ou no sistema de aplique plante da soja. Recomendável na dose de 70 a 120 g ha-1.

S-metolachlor

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado no sistema de aplique plante da soja, na dose de 1,5 a 2,0 L ha-1. Não deve ser aplicado em solos arenosos. 

Trifluralina 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas). Recomendável na dose de 1,2 a 4,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo. Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. 

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Manejo do capim-colchão na pós-emergência das culturas de soja e milho

Para plantas pequenas ou rebrota de plantas perenizadas na soja, temos como opção eficiente somente o uso de graminicidas (clethodim, haloxyfop e outros). 

Em caso de soja RR podem ser associados ao glifosato. 

Em áreas com grande infestação devem ser utilizados herbicidas pré-emergentes no sistema de “aplique plante” para diminuir o banco de sementes e o número de aplicações em pós-emergência (diclosulam, flumioxazin e s-metolachlor).

A inclusão de pré-emergentes em diferentes etapas do manejo é fundamental, principalmente em áreas com grandes infestações. Como diminuem a necessidade de aplicações em pós-emergência e previnem a seleção de plantas resistentes, trazem ótimo custo-benefício ao produtor. 

O controle de capim-colchão no milho é mais complexo, pois o milho também é uma gramínea. Assim, existem poucas opções que são seletivas ao milho e controlam capim-colchão. 

Dentre elas temos herbicidas pré-emergentes aplicados em sistema de “aplique plante” (ex:trifluralina, s-metolachlor e isoxaflutole) ou herbicidas utilizados em pós-emergência precoce (ex: nicosulfuron, tembotrione e mesotrione). Porém, não há opções eficientes para controle de plantas mais desenvolvidas ou perenizadas.    

Conclusão

Neste artigo vimos a importância econômica que o capim-colchão possui em nosso país e como realizar um manejo eficiente em lavouras de grãos. 

E vimos quais herbicidas são mais utilizados para o controle na pré e pós-emergência das culturas.

Espero que com essas dicas passadas aqui você consiga realizar um manejo eficiente do capim-colchão!

>> Leia mais:

Como fazer o manejo eficiente do capim-amargoso

O guia completo para controle de capim-pé-de-galinha

Como identificar e fazer o controle de tiririca na lavoura

Como você controla a infestação de capim-colchão na lavoura hoje? Já enfrentou casos de resistência? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como fazer o manejo eficiente do capim-colonião

Capim-colonião: Época certa para controle, quais herbicidas utilizar e as principais dicas para evitar o prejuízo da lavoura

O capim-colonião é uma forrageira muito utilizada para alimentação animal, por sua adaptação ao clima do país e grande capacidade de crescer e se desenvolver. 

Forma uma grande quantidade de massa verde, podendo chegar a 3 m de altura. 

Porém, essa grande capacidade de crescer e se desenvolver rapidamente é muito prejudicial quando infesta algum cultivo, diminuindo muito a produtividade

Quer saber como fazer um manejo eficiente de capim-colonião? A seguir, explicarei o período ideal para controle e os herbicidas mais indicados. Confira!

Capim-colonião: Principais pontos sobre essa planta daninha

O capim-colonião (Panicum maximum Jacq.) é uma planta daninha de ciclo perene, que tem reprodução por sementes e de forma vegetativa (rizomas). 

Seu florescimento ocorre durante um longo período. É comum encontrar plantas florescendo e frutificando durante todo o ano. 

A produção de rizomas subterrâneos possibilita a fácil recuperação de danos mecânicos na parte aérea, como roçadas. 

capim colonião

Plantas adultas de capim-colonião (Panicum maximum
(Fonte: Tropical forages)

Essa planta daninha tolera ambientes secos por um curto período, não tolerando também  solos encharcados por longo período. 

Além disso, é bastante suscetível a geadas.  

O capim-colonião pode ser encontrado em quase todas as regiões do país, infestando principalmente a cultura da cana-de-açúcar, citros e grãos. 

Não tolera temperaturas mais frias, por isso não é muito encontrada em todas as regiões do país. 

Como esta espécie é utilizada como forrageira, o tipo de variedade encontrada na região geralmente depende muito do que os agricultores costumam produzir.

E, devido ao manejo incorreto, acabaram produzindo sementes que infestam outras áreas. 

Sua ampla dispersão está associada à capacidade de produzir uma grande quantidade de sementes (mais de 120 mil sementes por planta), que são facilmente disseminadas pelo vento durante todo o ano.

capim colonião

(Fonte: USDA Plants)

Suas sementes possuem maior capacidade de germinação em temperaturas entre 20ºC e 30ºC. Por isso, a alta germinação pode ocorrer o ano todo, dependendo da região do país.

Alguns pesquisadores afirmam que daninhas são plantas cuja utilização ainda não foi descoberta. Porém, no caso do capim-colonião, sua utilização já foi descoberta!

Por isso falaremos dos benefícios de utilizar esta espécie como forrageira e dos malefícios de tê-la como invasora. 

Benefícios do capim-colonião

É uma ótima forrageira para regiões quentes e com boa distribuição de chuvas, pois produz um grande quantidade de massa verde, com boa palatabilidade para o gado. 

Além disso, pode ser usada na fitorremediação de solos que contêm metais pesados

As plantas novas chegam a conter 13% de proteína!

Malefícios do capim-colonião

Essa planta é problema principalmente na cultura da cana-de-açúcar, pois, no início de seu desenvolvimento, se assemelha à cultura, dificultando o controle.  

Lembrando que, quando utilizada como forrageira, essa planta não chega a florescer!

Além disso, pode ocorrer acúmulo de glicosídeos cianogênicos em sua inflorescência, o que intoxica rapidamente os animais que a consomem.

capim colonião

Inflorescência de capim-colonião (Panicum maximum
(Fonte: Conabio)

Dessa forma, pode ser muito prejudicial quando infesta uma área de pastagem ou de integração lavoura-pecuária. 

Além disso, pode ser hospedeira de nematoides

capim colonião

(Fonte: USDA Plants)

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Manejo de capim-colonião na entressafra do sistema soja-milho

Herbicidas aplicados em  pós-emergência: 

Cletodim

Possui ótimo controle de plantas pequenas (20 cm a 40 cm) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendada dose de 0,40 a 0,45 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Haloxyfop

Possui ótimo controle de plantas pequenas (20 cm a 40 cm) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendável na dose de 0,5 a 1,2 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Este são os exemplos mais comuns de graminicidas utilizados no mercado. Porém, existem outros produtos com ótimo desempenho, que seguem a mesma lógica de manejo. 

Quando forem misturados 2,4D e graminicidas, deve-se aumentar a dose do graminicida em 20%, pois este herbicida reduz sua eficiência. 

Glifosato

Possui ótimo controle (20 cm a 40 cm) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (associado a pré-emergentes), na dose de 5,0 a 6,0 L ha-1

cultivares de panicum maximum

(Fonte: Disponível em Bueno e Pereira

Herbicidas aplicados em pré-emergência:

Flumioxazin 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas e imazetapir); ou no sistema de aplique plante da soja, na dose de 90 a 120 g ha-1.

S-metolachlor 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado no sistema de aplique plante da soja, na dose de 2,5 L ha-1. Não deve ser aplicado em solos arenosos. 

Trifluralina 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas).

Recomendada dose de 0,9 a 4,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo. Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. 

Sulfentrazone

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato). Recomenda-se dose de até 0,5 L ha-1, pois apresenta grande variação na seletividade de cultivares de soja

>> Leia mais: “Últimas notícias sobre ervas daninhas: Dicamba e Amaranthus palmeri

Manejo na pós-emergência das culturas de soja e milho

Para plantas pequenas ou rebrota de plantas maiores na soja, temos como opção eficiente somente o uso de graminicidas (clethodim, haloxyfop e outros). 

Em caso de soja RR, podem ser associados ao glifosato

Em áreas com grande infestação devem ser utilizados herbicidas pré-emergentes (flumioxazin e s-metolachlor) no sistema de “aplique plante” para diminuir o banco de sementes e o número de aplicações em pós-emergência.

O inclusão de pré-emergentes em diferentes etapas do manejo é fundamental, principalmente em áreas com grandes infestações. Assim pode-se controlar os diferentes fluxos de emergência ocasionados pela dormência das sementes. 

O controle de capim-colonião no milho é mais complexo, pois o milho também é uma gramínea e existem poucas opções que são seletivas ao milho e controlem capim-colonião. 

Para controle do banco de sementes, podemos aplicar herbicidas pré-emergentes em sistema de “aplique plante” (ex:trifluralina, s-metolachlor e isoxaflutole). 

Para controle de plântulas em estádio inicial (20 cm a 30 cm) temos as seguintes opções: 

  • Nicosulfuron
  • Atrazina+mesotrione
  • Atrazina+mesotrione.   

Em caso de milho RR ou LL, podem ser utilizados glifosato ou amônio-glufosinato, respectivamente, para controle desta planta daninha em pós-emergência. 

Conclusão

Neste artigo vimos a importância econômica que o capim-colonião possui em nosso país e como realizar um manejo eficiente em lavouras de grãos. 

Entendemos a importância de conhecer a biologia da planta daninha antes de manejá-la. 

E vimos algumas estratégias de manejo para controle eficiente, evitando seleção de resistência. 

Com essas dicas, espero que você consiga realizar um manejo eficiente do capim-colonião!

>> Leia mais:

Como fazer o manejo eficiente do capim-amargoso

O guia completo para controle do capim-pé-de-galinha

Como fazer o manejo eficiente do capim-colchão

Como você controla a infestação de capim-colonião na lavoura hoje? Adoraria ver seu comentário abaixo!

O guia completo do manejo do caruru Amaranthus palmeri

Caruru Amaranthus palmeri: Época certa para controle, quais herbicidas usar e as principais dicas para minimizar casos de resistência e evitar o prejuízo da lavoura. 

O caruru-palmeri (Amaranthus palmeri) é uma planta daninha exótica que teve seu primeiro relato no Brasil em 2015, no Mato Grosso. 

O que mais preocupa é o histórico de infestação e agressividade que esta planta apresenta nos Estados Unidos e Argentina, associados a uma grande capacidade de selecionar resistência a herbicidas

Nesses países, a presença de Caruru-palmeri é critério de desvalorização das terras atualmente. Isso porque ela eleva os custos de manejo e possui grande potencial para reduzir a produtividade dos principais cultivos. 

Quer saber como identificar corretamente e realizar um manejo eficiente do caruru Amaranthus palmeri? A seguir, explicarei o período ideal para controle e os herbicidas mais indicados. Confira!

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Caruru Amaranthus palmeri: Principais pontos sobre essa daninha

A principal característica que torna o caruru Amaranthus palmeri um planta daninha de grande importância econômica é sua agressividade competitiva. Ainda, essa planta daninha pode ser hospedeira de pragas importantes, como a cochonilha.

Principalmente devido ao ótimo arranjo espacial de suas folhas, que possuem excelente captação de luz e, consequentemente, produção de energia.

caruru amaranthus palmeri
Distribuição simétrica das folhas de caruru Amaranthus palmeri em torno de seu caule
(Fonte: Purdue Extension

No Brasil existem relatos de que esta planta tenha taxa de crescimento de 4 cm a 6 cm por dia, podendo atingir mais de 2 m de altura. 

Desta forma, não existe cultura que consiga competir com esta planta daninha, podendo ser prejudicial em diversas fases do  ciclo do cultivo. 

Foram registradas perdas rendimento de até 90% na soja e 79% no milho

Além disso, sua capacidade de dispersão é muito alta. As plantas fêmeas podem produzir de 200 mil a 1 milhão de sementes por planta, dependendo das condições do ambiente.

Um detalhe importante é que as plantas fêmea podem produzir sementes viáveis, mesmo não sendo polinizadas pelas plantas macho.  

As sementes de caruru Amaranthus palmeri possuem tamanho muito pequeno. Assim, podem ser facilmente dispersadas pelo vento, por animais e por implementos agrícolas que trabalham em áreas contaminadas. 

caruru amaranthus palmeri
Sementes de caruru Amaranthus palmeri
(Fonte: Idtools) 

Um dos pontos mais cruciais é que os produtores possam realizar a correta identificação desta planta daninha em suas lavouras e, rapidamente, comuniquem o Mapa, para que os grupos de contenção desta praga o auxiliem. 

O problema é que o Brasil possui várias espécies nativas que possuem características semelhantes ao caruru-palmeri.  

Mas, fique tranquilo, pois vamos te passar algumas dicas que ajudarão no momento da identificação!

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Identificação do caruru Amaranthus palmeri

As folhas do caruru Amaranthus palmeri possuem lâminas foliares de formato variado, entre o formato de ovado a rômboico-ovada. 

Não possui pilosidade (presença de pelos) em qualquer superfície da planta.

caruru amaranthus palmeri
Plântula de Caruru-palmeri
(Fonte: Purdue Extension

O comprimento dos pecíolos das folhas costuma ser maior ou igual ao comprimento do limbo foliar, principalmente em folhas mais velhas. 

caruru amaranthus palmeri
Comprimento do pecíolo em relação a folha de caruru-palmeri
(Fonte: Purdue Extension)

O principal ponto de identificação da espécie está na inflorescência. O caruru-palmeri possui flores femininas e masculinas em plantas separadas, diferente das espécies nativas do Brasil, que possuem os dois sexos na mesma planta. 

As plantas fêmeas possuem brácteas rudimentares, que envolvem a inflorescência.

caruru amaranthus palmeri
Inflorescência masculina (esquerda) e inflorescência feminina (direita) de caruru Amaranthus palmeri
(Fonte: IMAmt) 

Além disso, podem (mas não obrigatoriamente) ocorrer marcas d’água em formato de “V” no limbo foliar e presença de um pequeno pelo no término do limbo foliar. 

caruru amaranthus palmeri
Marca d’água em formato de “V” invertido nas folhas de caruru Amaranthus palmeri
(Fonte: Purdue Extension

caruru amaranthus palmeri
Presença de pelo no término do limbo foliar de caruru-palmeri
(Fonte: Daniel Tuesca

A espécie mais facilmente confundida com o caruru-palmeri é o caruru-de-espinhos (Amaranthus spinosus). 

Mesmo algumas espécies possuindo algumas das características citadas acima, você deve analisar o conjunto para a correta identificação. 

Para facilitar o processo de identificação, veja o compilado dessas informações: 

caruru amaranthus palmeri
P: presença da característica na espécie; PV: presença variável da característica na espécie; – -: Ausência da característica na espécie. Caruru-palmeri (Amaranthus palmeri); Caruru-de-espinhos (Amaranthus spinosus); Caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus); Caruru-roxo (Amaranthus hybridus); Caruru-gigante (Amaranthus retroflexus); Caruru-da-mancha (Amaranthus viridis). (Fonte: Embrapa)

O problema da resistência do Caruru Amaranthus palmeri no Brasil

Acredita-se que o caruru-palmeri tenha sido introduzido no país por meio de colhedoras trazidas da Argentina, que não passaram pela devida limpeza. Assim, essas sementes infestaram lavouras do Mato Grosso. 

Após a confirmação da espécie, o MAPA, em parceria com outras instituições, iniciou ações para conter a dispersão e tentar a erradicação nessas áreas. 

Após testes, foi identificado que estas populações já possuem resistência ao glifosato devido à seleção ocorrida no país de origem. 

No ano seguinte, 2016, foram identificadas populações com resistência múltipla a inibidores da EPSPs (ex: glifosato); e inibidores da ALS (ex: chlorimuron, cloransulam e imazethapyr).

O grande problema é que esta espécie possui um grande histórico de infestação e resistência a herbicidas em vários outros países. 

Além dos casos relatados no Brasil, foram relatados 62 casos de resistência em outros 3 países. 

Casos de resistência simples de caruru Amaranthus palmeri a herbicidas:

  • Inibidor da EPSPs (ex: Glifosato)
  • Inibidor da tubulina (ex: Trifluralina)
  • Inibidor do Fotossistema II (ex: Atrazina)
  • Inibidores de ácidos graxos de cadeia longa (ex: S-metolachlor)
  • Auxinas sintéticas (ex: 2,4 D)
  • Inibidor da ALS (ex: Chlorimuron)
  • Inibidor da HPPD (ex: Mesotrione)

Casos de resistência múltipla de caruru Amaranthus palmeri a herbicidas:

  • Inibidor da EPSPs (ex: Glifosato) + Inibidor da ALS (ex: Chlorimuron)
  • Inibidor da ALS (ex: Chlorimuron) + Inibidor da Protox (ex: fomesafen)
  • Fotossistema II (ex: Atrazina) + Inibidor da HPPD (ex: Mesotrione)
  • Inibidor da ALS (ex: Chlorimuron) + Inibidor da HPPD (ex: Mesotrione)
  • Inibidor da EPSPs (ex: Glifosato) + Inibidor da Protox (ex: fomesafen)
  • Inibidor da EPSPs (ex: Glifosato) + Fotossistema II (ex: Atrazina) 
  • Inibidor da ALS (ex: Chlorimuron) + Inibidor do Fotossistema II (ex: Atrazina) + Inibidor da HPPD (ex: Mesotrione)
  • Inibidor da EPSPs (ex: Glifosato) + Inibidor da ALS (ex: Chlorimuron) + Inibidor do Fotossistema II (ex: Atrazina)
  • Inibidor da EPSPs (ex: Glifosato) + Inibidor da ALS (ex: Chlorimuron) + Inibidor da Protox (ex: fomesafen) + Inibidores de ácidos graxos de cadeia longa (ex: S-metolachlor)
  • Inibidor da EPSPs (ex: Glifosato) + Inibidor da ALS (ex: Chlorimuron) + Fotossistema II (ex: Atrazina) + Inibidor da HPPD (ex: Mesotrione) + Auxinas sintéticas (ex: 2,4 D)

Manejo de caruru Amaranthus palmeri na entressafra do sistema soja-milho

O ponto primordial no manejo do caruru-palmeri é o estádio de desenvolvimento. Por se tratar de uma planta daninha de difícil controle, é recomendado que aplicação ocorra até, no máximo, 5 cm. 

Plantas com mais de 8 cm apresentam menor suscetibilidade a herbicidas. E, devido à sua taxa de crescimento altíssima, isso ocorre em poucos dias após a emergência. 

Após perenizadas, deve-se realizar um manejo com aplicações sequenciais espaçadas em 15 dias. 

Devido a estas características, o uso de herbicidas aplicados em pré-emergência é primordial para realizar um bom controle. 

Ainda não existem herbicidas registrados para controle de caruru Amaranthus palmeri disponíveis no mercado no Brasil. Por isso, é muito importante que ao suspeitar/identificar esta planta daninha em sua lavoura, comunique ao MAPA. 

Atualmente no Brasil, os órgãos de defesa agropecuária tem recomendado “tolerância zero” em áreas com infestação do caruru-palmeri. 

Todas as plantas devem ser controladas antes do florescimento, associando diversas técnicas de manejo para que isso seja realizado. 

Vamos descrever algumas alternativas de manejo que vêm sendo utilizadas em outros países que esta planta infesta e de resultados preliminares de pesquisas no Brasil.

caruru amaranthus palmeri
Infestação de caruru Amaranthus palmeri em lavoura de soja
(Fonte: IMAmt) 

Herbicidas pós-emergentes: 

Glufosinato de amônio

Pode ser utilizado em plantas pequenas (até 5 cm) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. Recomendável dose de 2,5 a 3,0 L ha-1.

Paraquat

Pode ser utilizado em plantas pequenas (até 5 cm) ou em manejo sequencial para controle da rebrota de plantas maiores, na dose de 1,5 a 2,0 L ha-1.

2,4 D 

Utilizado em primeiras aplicações de manejo sequencial, geralmente associado a outros herbicidas sistêmicos (ex: glifosato) ou pré-emergentes. Recomendável dose de 1,2 a 2 L ha-1

Cuidado com problemas de incompatibilidade no tanque (principalmente graminicidas). 

Quando utilizar 2,4 D próximo à semeadura de soja, deve-se deixar um intervalo entre a aplicação e a semeadura de 1 dia para cada 100 g i.a. ha-1 de produto utilizado.

Saflufenacil 

Pode ser utilizado em plantas pequenas (até 5 cm) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. Indicada dose de 35 a 100 g ha-1.

Dicamba

Utilizado em primeiras aplicações de manejo sequencial, geralmente associado a outros herbicidas sistêmicos (ex: glifosato) ou pré-emergentes, na dose de 1,0 a 1,5 L ha-1

Deve-se ocorrer um intervalo mínimo de 30 dias entre a aplicação do produto e a semeadura da soja, para que não ocasione danos ao cultivo. 

Glifosato

Mesmo não sendo efetivo para as populações presentes no país, pode ser usado no manejo para controle de outras plantas daninhas.

Herbicidas pré-emergentes:

Flumioxazin 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes.

Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e 2,4 D) ou no sistema de aplique plante da soja. Recomendada dose de 120 g ha-1.

Sulfentrazone 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. 

Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e 2,4 D). Recomenda-se dose de até 0,5 L ha-1, pois apresenta grande variação na seletividade de cultivares de soja

S-metolachlor 

Herbicida com ação residual  para controle de banco de sementes.

Utilizado no sistema de aplique plante da soja e milho, na dose de 1,5 a 2,0 L ha-1. Não deve ser aplicado em solos arenosos. 

Manejo na pós-emergência da soja 

Fomesafen

Realizar uma aplicação de 20 a 30 dias após emergência da cultura, na dose de 0,9 a 1,0 L ha-1.

Lactofen

Realizar uma aplicação no estádio inicial de desenvolvimento da cultura, na dose de 0,62 a 0,75 L ha-1.

Este herbicida provoca muitos sintomas de fitointoxicação nas folhas cultura. Após um período de algumas semanas, porém, estes sintomas desaparecem e as perdas no crescimento costumam ser compensadas por maior engalhamento da cultura!

Manejo na pós-emergência do milho

Atrazine

Pode ser aplicado na pré-emergência da cultura imediatamente antes da semeadura, simultaneamente ou logo após a semeadura. Em aplicações em pós-emergência da cultura e plantas daninhas deve-se acrescentar óleo vegetal. 

Recomendações de dose de  3 a 5 L ha-1, dependendo das características do solo e plantas daninhas presentes. Pode ser misturado com: glifosato (se misturado em pós-emergência – milho RR), mesotrione, nicosulfuron, S-metolachlor. 

Glufosinato de amônio

No caso de milho Liberty Link! Pode ser utilizado em plantas pequenas (até 5 cm) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores, na dose de 2,5 a 3,0 L ha-1.

Perspectivas para controle do caruru-palmeri

Nos próximos anos, existem previsões da liberação comercial de novos “traits” de resistência a herbicidas para as culturas de soja e milho.

  • Soja: Enlist (2,4D colina, glifosato e glufosinato de amônio) e Xtend (Dicamba, glifosato).
  • Milho: Enlist (2,4D colina, glifosato, glufosinato de amônio e haloxyfop).

Isso aumentará as opções de manejo para caruru-palmeri em pós-emergência das culturas!

Conclusão

Neste artigo, vimos a importância econômica que o caruru Amaranthus palmeri possui em outros países e o potencial de dano, se não contido, no Brasil. 

Entendemos quais são as principais características que devem ser examinadas para correta identificação desta daninha.

Vimos algumas recomendações que têm sido eficientes em outros países e o resultado de teste preliminares no Brasil.   

 Espero que com essas dicas passadas aqui você consiga realizar a correta identificação do caruru-palmeri e saiba como iniciar o planejamento do manejo caso esta daninha infeste sua lavoura!

>> Leia mais:

Como fazer o manejo eficiente do capim-amargoso

O guia completo para controle de capim-pé-de-galinha

Últimas notícias sobre ervas daninhas: Dicamba e Amaranthus palmeri

Restou alguma dúvida sobre como identificar o caruru Amaranthus palmeri caso ocorra em sua lavoura? Inscreva-se para receber mais conteúdos como este!

O guia completo para o controle de capim-pé-de-galinha

Capim-pé-de-galinha: Época certa para controle, quais herbicidas utilizar e as principais dicas para minimizar casos de resistência e evitar prejuízos.

A Eleusine indica, conhecida no Brasil como capim-pé-de-galinha, é uma das 5 plantas daninhas mais problemáticas do mundo.

E o que mais preocupa os agricultores brasileiros é o número de casos de resistência que esta espécie apresenta ao redor do mundo.

Já há populações dessa daninha resistentes a 8 mecanismos de ação de herbicidas, que afetam 10 países.

Quer saber como fazer um manejo eficiente de capim-pé-de-galinha? A seguir, explicarei o período ideal para controle e os herbicidas mais indicados. Confira!

Capim-pé-de-galinha: principais pontos sobre essa planta daninha

O capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) é uma espécie de planta daninha de ciclo anual que pode infestar lavouras anuais e perenes, se desenvolvendo bem em qualquer tipo de solo. Pode ser encontrado em quase todas as regiões do país, afetando a maioria dos cultivos de grãos.

Seu ciclo de vida pode durar de 120 a 180 dias, dependendo da região. Sua reprodução ocorre via sementes.

capim-pe-de-galinha
Plantas adultas de capim-pé-de-galinha, daninha que é uma planta de ciclo anual
(Fonte: Roundup Ready)

Sua ampla dispersão está associada à capacidade de produzir uma grande quantidade de sementes (mais de 120 mil sementes por planta), que são facilmente disseminadas pelo vento durante todo o ano.

capim-pe-de-galinha
Sementes de capim-pé-de-galinha
(Fonte: Weedimages)

Suas sementes possuem maior capacidade de germinação em temperaturas entre 35°C a 20°C.  Por isso, a alta germinação pode ocorrer o ano todo, dependendo da região do país.

É muito importante realizar o correto controle de capim-pé-de-galinha, pois essa planta daninha pode ser “ponte verde” para  doenças que afetam plantas cultivadas.

O  capim-pé-de-galinha pode ser hospedeiro de agentes patogênicos que atacam cultivares de importância econômica. Pode ser hospedeiro, por exemplo, do vírus do mosaico listrado do milho, de alguns fungos e do nematóide das galhas.  

O problema da resistência do capim-pé-de-galinha no Brasil

O primeiro caso de resistência de capim-pé-de-galinha a herbicida no Brasil foi registrado em 2003. Na ocasião, houve seleção de uma população resistente dessa planta a alguns herbicidas Inibidores da ACCase (graminicidas), no Rio Grande do Sul.

Porém, este caso não foi tão alarmante, pois estas plantas eram resistentes a alguns graminicidas específicos. Mas, continuavam sendo controladas pelos dois graminicidas mais usados no país: clethodim e haloxyfop.

Além disso, poucos anos depois houve grande expansão dos cultivos RR e o capim-pé-de-galinha era facilmente controlado com glifosato.

Treze anos, depois devido ao uso indiscriminado do glifosato, ocorreu a seleção de populações de capim-pé-de-galinha resistentes no centro-oeste do Paraná.

Nesse momento, os produtores brasileiros começaram a ter maior preocupação com essa espécie. Isso porque não existem muitas opções no mercado para controle eficiente de graminicidas perenizadas.

No ano seguinte, ocorreu o que os produtores mais temiam. Houve registro de uma população com resistência múltipla a inibidores da ACCase (graminicidas) e ao glifosato.

Essa população tem resistência aos herbicidas glifosato, fenoxaprop e haloxyfop.

O grande problema é que essa espécie possui grande histórico de infestação e resistência a herbicidas em vários países.

Além do casos registrados no Brasil, foram relatados 30 casos de resistência em outros dez países.

capim-pe-de-galinha
Lavoura de algodão infestada com capim-pé-de-galinha com resistência a herbicidas inibidores da ACCase
(Foto: Edson Andrade Junior em Circular Técnica ImaMT)

Veja casos de resistência simples de capim-pé-de-galinha a herbicidas:

  • Inibidor da EPSPs (ex: glifosato)
  • Inibidor do Fotossistema I (ex: paraquat)
  • Inibidor da ACCase (ex: cletodim)
  • Inibidor da ALS (ex: imazapyr)
  • Inibidor da formação de microtúbulos (ex: trifluralina)
  • Inibidor do Fotossistema II (ex: metribuzin)
  • Inibidor da Protox (ex: oxadiazon).

Casos de resistência múltipla de capim-pé-de-galinha a herbicidas:

  • Inibidor da EPSPs + Inibidor da ACCase
  • Inibidor da EPSPs + Inibidor do Fotossistema I
  • Inibidor da GS + Inibidor do Fotossistema I
  • Inibidor da EPSPs + Inibidor da ACCase + Inibidor da GS (ex: glufosinato) + Inibidor do Fotossistema I

Manejo de capim-pé-de-galinha na entressafra do sistema soja-milho

A entressafra com certeza é o momento ideal para realizar um manejo eficiente do capim-pé-de-galinha, pois existe um número maior de opções a serem utilizadas!

O ideal é que a aplicação ocorra em plantas com até 1 perfilho, pois as chances de sucesso são maiores!

Herbicidas aplicados em pós-emergência:

Os casos de resistência a inibidores da ACCase e glifosato ainda não estão extensamente disseminados no Brasil. Desse modo, a recomendação desses herbicidas dependerá do histórico da área.

Cletodim

Possui ótimo controle de plantas pequenas (até 1 perfilho) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendável dose de 0,5 a 1,0 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Haloxyfop

Possui ótimo controle de plantas pequenas (até 1 perfilho) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendável dose de 0,55 a 1,2 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Este são os exemplos mais comuns de graminicidas utilizados no mercado. Porém, existem outros produtos com ótimo desempenho que seguem a mesma lógica de manejo.

Quando forem misturados 2,4D e graminicidas, deve-se aumentar a dose do graminicida em 20%, pois esse herbicida reduz sua eficiência.

Glifosato

Possui ótimo controle de plantas pequenas (até 1 perfilho). Pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (associado a pré-emergentes). Recomendável dose de 2,0 a 3,0 L ha-1.

Paraquat

Pode ser utilizado em plantas pequenas (até 1 perfilho) provenientes de sementes ou em manejo sequencial para controle da rebrota de plantas maiores. Recomendável dose de 1,5 a 2,0 L ha-1. Adicionar adjuvante não iônico 0,5 a 1,0% v.v.

capim-pe-de-galinha
Capim-pé-de-galinha é relativamente resistente à seca e também às altas umidades
(Fonte: Weeds)

Herbicidas aplicados em pré-emergência:

Diclosulam

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e graminicidas). O solo deve estar úmido. Recomendações de dose de 29,8 a 41,7 g ha-1.

Flumioxazin

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas e imazetapir) ou no sistema de aplique plante da soja. Recomendável dose de 70 a 120 g ha-1.

S-metolachlor

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes.

Utilizado no sistema de aplique plante da soja, na dose de 1,5 a 2,0 L ha-1. Não deve ser aplicado em solos arenosos.

Trifluralina

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes.

Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas). Recomendável dose 1,2 a 4,0 L ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo. Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões.

Sulfentrazone

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes.

Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato). Recomenda-se dose de até 0,5 L ha-1, pois apresenta grande variação na seletividade de cultivares de soja.

Manejo na pós-emergência das culturas de soja e milho

Para plantas pequenas ou rebrota de plantas maiores na soja, temos como opção eficiente somente o uso de graminicidas (clethodim, haloxyfop e outros).

Em caso de soja RR, podem ser associados ao glifosato.

Em áreas com grande infestação, devem ser utilizados herbicidas pré-emergentes (diclosulam, flumioxazin e s-metolachlor) no sistema de “aplique plante”. Assim, diminui-se o banco de sementes e o número de aplicações em pós-emergência.

A inclusão de pré-emergentes em diferentes etapas do manejo é fundamental, principalmente em áreas com grandes infestações.

O controle de capim-pé-de-galinha no milho é mais complexo, pois o milho também é uma gramínea. Existem poucas opções que são seletivas ao milho e controlam capim-pé-de-galinha.

Para controle do banco de sementes podemos aplicar herbicidas pré-emergentes em sistema de “aplique plante” (ex:trifluralina, s-metolachlor e isoxaflutole).

Para controle de plântulas em estádio inicial (até 1 perfilho) temos as seguintes opções:

Porém, não há opções eficientes para controle de plantas mais desenvolvidas ou perenizadas.   

>> Leia mais:  “Como fazer o manejo eficiente do capim-colonião”

Conclusão

Neste artigo vimos a importância econômica que o capim-pé-de-galinha possui em nosso país e como realizar um manejo eficiente em lavouras de grãos.

Entendemos a importância de conhecer a biologia da planta daninha antes de manejá-la.

Vimos ainda algumas estratégias de manejo para controle eficiente, evitando seleção de resistência.

Espero que com essas dicas passadas aqui você consiga realizar um manejo eficiente do capim-pé-de-galinha!

>> Leia mais: “Guia para controle eficiente da trapoeraba
>> Leia mais: “Guanxuma: 5 maneiras de livrar sua lavoura dessa planta daninha
>> Leia mais: “O guia completo do manejo do Caruru Amaranthus palmeri

Como você controla a infestação de capim-pé-de-linha na lavoura hoje? Já enfrentou casos de resistência? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Guia para o controle eficiente da trapoeraba

Trapoeraba: Saiba qual é a época certa para controle, quais herbicidas utilizar e as principais dicas para evitar prejuízos na lavoura.

Quem nunca teve dificuldades no manejo da trapoeraba? Não é para menos, essa planta daninha tem sementes aéreas, sementes subterrâneas, se propaga por pedaços dos seus ramos e tem tolerância a alguns herbicidas.

Nem mesmo a boa e velha enxada é eficiente em resolver o problema!  

Como fazer, então, um bom manejo da trapoeraba? Qual o período ideal e os herbicidas mais indicados? Confira a seguir!  

Identificação das principais espécies de trapoeraba no Brasil

No Brasil as espécies mais comuns de trapoeraba são:

Commelina benghalensis

Está é a espécie mais frequente no Brasil, infestando lavouras anuais, perenes e hortas.

Prefere solo fértil, úmidos e sombreados.

Pode ser diferenciada das outras espécies pela pela presença de 3 pétalas nas flores, onde uma tem tamanho reduzido. E suas folhas são geralmente mais largas que as das demais espécies.

trapoeraba
Planta adulta de Commelina benghalensis; trapoeraba é uma planta anual que prefere solos argilosos
(Fonte: Popovkin, 2013)

Commelina diffusa

Espécie frequente em quase todo o país, infesta principalmente cultivos perenes.

Prefere solo fértil, com boa umidade e semi-sombreados. Folhas com lâminas que lembram uma gramínea. Rizomas ausentes.

trapoeraba
Planta adulta de Commelina diffusa
(Fonte: Meyer, 2012 – Flora Digital UFRGS)

Commelina erecta

Espécie menos frequente em nosso país, infesta cultivos perenes.

Prefere solo fértil, com boa umidade. É bastante suscetível a geadas e ao cultivo mecânico do solo.

Possui rizomas sem frutificação, flores com duas pétalas grandes azuis e uma pétala residual.

Possui como diferencial um florescimento vistoso, sendo por muitas vezes cultivada como planta ornamental.

trapoeraba
Planta adulta de Commelina erecta
(Fonte: Evangelista, 2017)

Interferência de trapoeraba em culturas

A infestação de trapoeraba em uma lavoura de milho pode interferir na sua fisiologia, diminuindo a fotossíntese e transpiração do cultivo.

Para a cultura da soja, pesquisas demonstram que a trapoeraba possui habilidade competitiva semelhante ao cultivo. A densidade de infestação é fator determinante na redução da produtividade.

Como exemplo disso, pesquisas demonstram que 58 plantas por m² reduzem a produtividade da soja em 15%, enquanto 230 plantas m² reduzem 49%.

Além da interferência direta, a trapoeraba dificulta a colheita mecânica e pode aumentar o teor de água nos grãos ou sementes colhidas.  

Mais que problemas de interferência direta, esta planta daninha pode ser hospedeira de pragas e doenças.

A trapoeraba pode ser hospedeira do percevejo marrom e nematoide das galhas.

Trapoeraba: principais pontos sobre essa daninha

É muito importante destacar que não foram registrados casos de resistência a herbicidas para as espécies de trapoeraba no Brasil!

Mundialmente, registrou-se apenas um caso nos Estados Unidos para a espécie Commelina diffusa resistente a 2,4 D.  

Deste modo, é muito importante entender a biologia desta planta daninha para realizar um manejo eficiente e não selecionar plantas resistentes.

Estima-se que uma planta da trapoeraba pode produzir 1.600 sementes!

trapoeraba
Sementes da espécie Commelina benghalensis
(Fonte: Scher, 2019)

O grande diferencial desta planta daninha é a capacidade de produzir 4 tipos de sementes, aéreas (2)  e subterrâneas (2), além da grande capacidade de pedaços de ramos formarem uma nova planta.

trapoeraba
Formação de sementes aéreas da espécie Commelina benghalensis
(Fonte: Pellegrini e Forzza)

trapoeraba
Formação de sementes subterrâneas da espécie Commelina benghalensis
(Fonte: Matos de Comer)

Como os ramos cortados em situação de boa umidade são extremamente eficientes em formar novas plantas, os métodos de capina tradicionais somente espalhariam estas plantas em uma área maior.

Entenda as particularidades que dificultam o manejo de trapoeraba

Sementes grandes e pequenas produzidas na parte aérea, auxiliam na dispersão da espécie para novas áreas.

Sementes grandes e pequenas produzidas na parte subterrânea, ou seja nos rizomas, auxiliam na perpetuação da espécie na área infestada.

Existe diferença no enterrio sobre a capacidade de emergência destas sementes. Enquanto sementes de parte aérea emergem de até 2 cm, as subterrâneas emergem de até 12 cm.

Assim, o cultivo do solo para impedir a emergência de sementes não é tão eficiente!

Além disso, a  germinação desta espécie é favorecida por temperaturas dentro da faixa de 18°C a 36°C. A luz favorece a germinação, porém não é essencial.

Outra questão importante é que as sementes de trapoeraba possuem dormência. Ou seja, mesmo com condições ideais, a germinação não ocorre devido a um impedimento natural.

E o que isso influencia no manejo?

Plantas daninhas com dormência apresentam vários fluxos de emergência, muitas vezes fora do período de aplicação de herbicidas, o que dificulta seu manejo.

Além disso, esta planta daninha possui características morfológicas que dificultam seu manejo quando estão em estágio de desenvolvimento avançado.

Quando adulta, suas folhas possuem maior acúmulo de tricomas (pelos) e ceras o que dificulta a absorção e transporte do herbicida na planta.

trapoeraba
Estruturas presentes na superfície foliar da espécie Commelina benghalensis
(Fonte: Monquero, 2005)

Por isso é importante que o controle seja feito com plantas pequenas de 2 a 4 folhas.

A seguir, mostrarei como fazer o manejo correto desta planta daninha na soja e no milho.

Manejo de trapoeraba na entressafra do sistema soja-milho

Herbicidas pós-emergentes

O principal ponto para manejo eficiente de trapoeraba em pós-emergência é a aplicação em plantas pequenas (até 4 folhas). Elas absorvem maior quantidade de herbicidas.

Outro ponto muito importante é a tecnologia de aplicação utilizada. Como são plantas que podem ter menor capacidade de absorção, é importante seguir os princípios básicos para uma aplicação eficiente.

Para controle de trapoeraba, você deve priorizar uma boa cobertura do alvo e evitar baixo volume de calda, não sendo recomendado menos que 100 L ha-1.

Glifosato

Quando em estádios iniciais (até 4 folhas),pode ser eficiente no controle desta planta daninha. Recomenda-se duas aplicações sequenciais: 1ª 2,0 L ha-1 e 2ª 1,5 L ha-1.

Carfentrazone

Oferece ótimo controle em pós-emergência desta planta daninha, principalmente em estádios iniciais (até 4 folhas), geralmente associado a outros herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).

Recomendações de dose de 59 a 75 mL ha-1.

2,4 D

Quando em estádios iniciais (até 4 folhas), pode ser eficiente no controle desta planta daninha. Recomendações de dose de 1,0 a 1,5 L ha-1.

Chlorimuron

Utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial sobre plantas pequenas (até 4 folhas). É geralmente associado a outros herbicidas sistêmicos (ex: glifosato) e fornece efeito residual, na dose de 60 a 80 g ha-1.

>>Leia mais: “Planta tiguera: Quais os manejos mais eficientes para sua lavoura

Herbicidas pré-emergentes

Flumioxazin

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes.

Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, 2,4 D) ou no sistema de aplique plante da soja. Recomendável dose de 50 g a 60 g ha-1.

Sulfentrazone

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes.

Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glyphosate e 2,4 D). Recomenda-se dose de até 0,5 L ha-1, pois apresenta grande variação na seletividade de cultivares de soja.

Manejo na pós-emergência das culturas de soja e milho

Soja

Na pós-emergência da soja, pode ser utilizado chlorimuron. Se a soja for RR, pode-se realizar aplicações sequenciais de glifosato.

Milho

Atrazina

Quando em estádios iniciais (até 4 folhas), pode ser eficiente no controle desta planta daninha.

Recomendações de dose de 4 a 5 L ha-1, dependendo das características do solo.

Nicosulfuron

Deve ser aplicado na pós-emergência do milho, quando as plantas estiverem com 2 a 6 folhas.

Cuidado com a diferença de suscetibilidade dos híbridos. Recomendações de dose de 1,25 a 1,5 L ha-1  + óleo mineral.

>>Leia mais: “Guanxuma: 5 maneiras de livrar sua lavoura dessa planta daninha

Banner de chamada para o download da planilha de cálculos de insumos

Conclusão

Neste artigo vimos a importância econômica que a trapoeraba possui em nosso país e como realizar um manejo eficiente em lavouras de grãos.

Entendemos a importância de conhecer a biologia da planta daninha antes de manejá-la.

Vimos que o estádio de aplicação e uso da correta tecnologia de aplicação são determinantes no controle desta daninha.

Espero que com as dicas passadas aqui você consiga realizar um manejo eficiente da trapoeraba!

>>Leia mais: “O guia do manejo eficiente da buva
>>Leia mais: “Como fazer o manejo eficiente do capim-amargoso

>> Leia mais: “Últimas notícias sobre ervas daninhas: Dicamba e Amaranthus palmeri

Você já teve problemas com infestação de trapoeraba em sua lavoura? Quais técnicas utilizar para manejá-la? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Guanxuma: 5 maneiras de livrar sua lavoura dessa planta daninha

Guanxuma: época certa para controle, quais herbicidas utilizar e  as principais dicas para evitar prejuízo na lavoura.

A guanxuma é um grande problema na lavoura.

Ela causa interferência direta na plantação, reduzindo o rendimento dos grãos na cultura da soja, por exemplo.

Além disso, sua presença pode indicar uma possível compactação do solo, demonstrando que o cultivo está suscetível à seca e ao tombamento.

Neste artigo, mostrarei como identificar, manejar e controlar a guanxuma na sua lavoura. Confira!

Identificação das principais espécies de guanxuma no Brasil

No Brasil as espécies mais comuns são:

Sida glaziovii

Ocorre frequentemente em solos arenosos das regiões tropicais do Brasil. Infesta principalmente áreas de pastagens, beiras de estrada, carreadores pomares e culturas perenes em geral.

É uma das principais infestantes em áreas de novos canaviais no cerrado.

Pode ser reconhecida pela coloração prateada de suas folhas.

guanxuma
Planta adulta de Sida glaziovii
(Fonte: Mercadante, 2015)

Sida spinosa

Planta medianamente frequente, infesta geralmente cultivos anuais ou perenes, pomares e pastagens, nas regiões centro e sul do País.

Muito comum em áreas de solo arenoso e tolera solos ácidos e pobres.

guanxuma

Planta adulta de Sida spinosa
(Fonte: Weedimages)

Sida rhombifolia

Dentre as espécies de guanxuma, é a mais comum em áreas cultivadas do país. Infesta principalmente lavouras anuais e perenes, pomares e pastagens.

É mais frequente em cultivos de cereais em sistema de plantio direto.

É curiosamente conhecida como relógio, devido à pontualidade com que suas flores se abrem e se fecham diariamente.

guanxuma

Planta adulta de Sida rhombifolia
(Fonte: Mercadante, 2013)

Interferência de guanxuma nas culturas

A guanxuma tem crescimento inicial lento, o que a torna um planta daninha pouco competitiva. Porém, em estádios mais avançados, possui maior competitividade com culturas e se torna de difícil controle.

Pesquisas demonstram que 10 plantas de guanxuma por m² podem reduzir em 6% o rendimento de grãos da cultura da soja.

Além dos problemas de interferência direta, essa planta daninha pode ser hospedeira de pragas e doenças.

A guanxuma pode ser hospedeira de nematoides das galhas e das lesões.

Sua presença na lavoura também pode ser indicadora de compactação do solo.  

Tome muito cuidado com sinais de compactação!

A compactação limita o crescimento e desenvolvimento das raízes à camada superficial de solo, deixando o cultivo muito suscetível à seca e tombamento.

Guanxuma: principais pontos sobre essa daninha

É muito importante salientar que não foram registrados casos de resistência a herbicidas para as espécies de guanxuma no Brasil!

Mundialmente, registrou-se apenas um caso nos Estados Unidos para a espécie Sida spinosa resistente a imazaquin.  

Desta forma, é muito importante entender a biologia destas espécies para traçar estratégias de manejo eficientes e não selecionar ervas daninhas resistentes.

Esta planta daninha produz em média 510 sementes por planta, podendo a chegar até 28 mil sementes m-2, que são indiferentes à luz. Ou seja, são capazes de germinar no claro e no escuro.

Sua germinação é favorecida com alternância de temperatura em 20°C a 30°C. Já a profundidade de enterrio não possui influência sobre a emergência desta planta daninha.

Mesmo com profundidade de 5 cm, as sementes possuem boa germinação!

Por outro lado, a deposição de matéria orgânica na superfície do solo (palhada) dificulta a emergência das sementes devido à baixa quantidade de reserva nas sementes.  

Nestas condições, a plântula gasta uma grande quantidade de reserva para atravessar essa barreira. Isso a torna mais suscetível ao efeito de herbicidas.  

O grande problema está nas sementes de guanxuma que possuírem dormência, ou seja, mesmo com condições ideais, a germinação não ocorre devido a um impedimento natural.

guanxuma
Sementes da espécie Sida rhombifolia
(Fonte: Teo, 2014)

E o que essas características influenciam no manejo?

Plantas daninhas com dormência apresentam vários fluxos de emergência, muitas vezes fora do período de aplicação de herbicidas, o que dificulta o seu manejo.

Além disso, essa planta daninhas possui características morfológicas que dificultam seu manejo quando estão em estágio de desenvolvimento avançado.

Quando adulta, suas folhas possuem maior acúmulo de tricomas (pelos) e ceras, o que dificulta a absorção e transporte do herbicida na planta.

guanxuma
Estruturas presentes na superfície foliar da espécie Sida rhombifolia  
(Fonte: Albert e Victoria Filho, 2002)

Por isso, é importante que o controle seja feito com plantas pequenas de até 4 folhas.

>>Leia mais: “Guia para o controle eficiente da trapoeraba

Manejo de guanxuma na entressafra do sistema soja-milho

Herbicidas pós-emergentes

O principal ponto no manejo eficiente de guanxuma em pós-emergência é a aplicação em plantas pequenas (até 4 folhas). Elas absorvem maior quantidade de herbicidas e possuem menor capacidade de rebrota.

Outro ponto muito importante é a tecnologia de aplicação utilizada. Como são plantas que podem ter menor capacidade de absorção, é importante seguir estas dicas:

  • Garantir uma boa cobertura do alvo;
  • Utilizar bons adjuvantes, de acordo com as necessidades dos herbicidas;
  • Aplicar em condições climáticas ideias;
  • Cuidar com incompatibilidade de calda, na mistura de tanque de produtos fitossanitários.

Os dois principais herbicidas pós-emergentes em áreas sem cultivos são:

Glifosato

Quando em estádios iniciais (até 4 folhas), é muito eficiente no controle desta planta daninha. Recomendações de dose de 2 L ha-1.

Fui uma importante solução para o controle de guanxuma em pós-emergência da soja (com tecnologia RR), fornecendo ótimo controle sem afetar o cultivo.

2, 4 D

Pode ser utilizado na entressafra para o controle de plantas pequenas (até 4 folhas). Recomendações de dose de 1 a 1,5 L ha-1.

Cuidado com antagonismo em mistura com outros herbicidas!

Herbicidas pré-emergentes

O uso de herbicidas pré-emergentes para o controle dessa planta daninha é essencial!

Como suas sementes possuem dormência, ou seja, com vários fluxos de emergência, estes herbicidas reduzem a necessidade de aplicações em pós-emergência. Eles ainda aumentam a possibilidade da cultura fechar no limpo!

Diclosulam

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes.

Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glyphosate e 2,4 D). O solo deve estar úmido.

Recomendações de dose de 29,8 a 41,7 g ha-1.

Flumioxazin

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes.

Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glyphosate, 2,4 D e imazetapir) ou no sistema de aplique plante da soja. Recomendação de dose de 50 a 120 g ha-1.

Sulfentrazone

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes.

Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glyphosate e 2,4 D). Recomenda-se dose de até 0,5 L ha-1, pois apresenta grande variação na seletividade de cultivares de soja.

Recomendado principalmente para áreas onde também ocorre infestação de tiririca!

Manejo na pós-emergência das culturas de soja e milho

Soja

Cloransulam

Utilizado em pós-emergência da soja, na dose de 35,7 g ha-1.

Imazetapir

Utilizado em pós-emergência precoce da guanxuma e na soja com até 2 trifólios, na dose de 1,0 L ha-1.

Milho

Atrazina

Quando em estádios iniciais (até 4 folhas) é muito eficiente no controle dessa planta daninha.

Recomendações de dose de 4 a 5 L ha-1, dependendo das características do solo.

Mesotrione

Aplicar de 2 a 3 semanas após semeadura do milho, sobre plantas daninhas em pós-emergência precoce (2 folhas). Recomendações de dose de 0,4 L ha-1 + óleo mineral.

>> Leia mais: “O guia completo para o controle do capim-pé-de-galinha

Conclusão

Neste artigo vimos a importância econômica que a guanxuma possui e como realizar um manejo eficiente em lavouras de grãos.

E entendemos a importância de conhecer a biologia da planta daninha antes de manejá-la.

Vimos que o estádio de aplicação, uso de correta tecnologia de aplicação e inclusão de pré-emergentes são determinantes no controle dessa planta daninha.

Espero que com as dicas passadas aqui você consiga realizar um manejo eficiente da guanxuma!

>> Leia mais:

“Planta tiguera: Quais os manejos mais eficientes para sua lavoura”

“Guia do manejo eficiente da buva”

“Como fazer o manejo eficiente do capim-amargoso”

Você já teve problemas com infestação de guanxuma em sua lavoura? Quais técnicas utilizar para manejá-la? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Capim-amargoso: características e como fazer o manejo eficiente

Capim-amargoso: época certa para controle, quais herbicidas usar e as principais dicas para minimizar casos de resistência e evitar prejuízos na lavoura.

A presença de capim-amargoso na lavoura tira o sono de muitos produtores. E não é à toa, pois essa planta daninha tem grande capacidade de crescer e se desenvolver em lavouras de grãos, ocasionando grandes prejuízos à produtividade.  

O custo para controle em áreas com capim-amargoso resistente a glifosato já em estádio de desenvolvimento avançado pode aumentar em até 290%. E se houver infestação simultânea de capim-amargoso e buva, esse custo pode ser 403% maior.

Quer saber como fazer um manejo eficiente do capim-amargoso? A seguir, explicarei o período ideal para controle e os herbicidas mais indicados. Confira!

Capim-amargoso: características e principais pontos sobre essa planta daninha

O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma planta daninha de ciclo perene – seu ciclo de vida pode durar mais de 2 anos. Ela se reproduz através de sementes e produz estruturas de reserva subterrâneas (rizomas).

Essas estruturas de reserva ou rizomas são formadas a partir dos 45 dias após emergência. E isso confere ao capim-amargoso uma grande capacidade de recuperação da parte aérea após danos causados por corte mecânico ou ação de herbicidas.

O capim-amargoso é adaptado a quase todo o território nacional, infestando a maioria dos cultivos de grãos do Brasil. Estima-se que, atualmente, ela infeste uma área de 8,2 milhões de ha em nosso país.

Sua ampla dispersão está associada à capacidade de produzir uma grande quantidade de sementes (mais de 100 mil sementes por inflorescência). Essas sementes são facilmente disseminadas pelo vento durante todo o ano.

capim-amargoso
Sementes de capim-amargoso são disseminadas durante o ano inteiro
(Foto: Laura Wewerka em Plant Atlas)  

As sementes têm sua germinação indiferente à luz, ou seja, podem germinar no escuro ou no claro. Porém, têm maior porcentagem de germinação na presença da luz.

Além disso, a profundidade de enterrio pode influenciar a capacidade de emergência de sementes de capim-amargoso. Profundidades a partir a 4 cm podem diminuir sua emergência em mais de 90%.

Este fato pode ser justificado por se tratar de sementes pequenas com baixa quantidade de reservas, o que impossibilita atravessar esta barreira de solo para encontrar a luz e fazer fotossíntese.   

O problema da resistência do capim-amargoso no Brasil

O capim-amargoso começou a ter importância econômica a partir da década de 90, com a expansão do plantio direto.

Apesar das grandes melhorias trazidas com a implantação desse sistema de plantio, a prática favoreceu a infestação de algumas plantas daninhas.

Isso porque, no plantio convencional, o revolvimento do solo enterrava as sementes de capim-amargoso. Essa situação ajudava a destruir as estruturas de reservas utilizadas para o rebrote.

Com o aumento da infestação dessa planta daninha em áreas de grãos e o uso indiscriminado do glifosato, houve seleção de plantas resistentes no ano de 2008.

A dispersão dessas populações foi tão grande, que em 2016, 87% das populações coletadas à beira de rodovias nos estados do Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás apresentaram resistência ao glifosato.

Em 2016, foi relatado o primeiro caso de capim-amargoso resistente a graminicidas (fenoxaprop e haloxyfop). Por sorte, estas populações foram selecionadas em áreas de produção convencional de soja e não apresentavam resistência a glifosato.

Porém, devido à larga utilização destes herbicidas em nosso país, existem fortes indícios de que populações com resistência múltipla ao glifosato e graminicidas serão identificadas muito em breve.    

capim-amargoso
Capim-amargoso resistente ao glyphosate foi notificado em 2008
(Foto: Germani Concenço em Embrapa)

Manejo do capim-amargoso na entressafra do sistema soja-milho

A entressafra com certeza é período ideal para realizar um bom manejo do capim-amargoso. Isso porque existe um número maior de opções a serem utilizadas.

O ideal é que a aplicação ocorra em plantas com até 2 perfilhos, pois as chances de sucesso são maiores.

Como o capim-amargoso produz estruturas de reserva – e os herbicidas geralmente não conseguem afetá-las -, o controle tardio demandará aplicações sequenciais para esgotar estas reservas e impedir a rebrota.  

Em geral, as aplicações sequenciais envolvem uma primeira aplicação com herbicidas sistêmicos (ex: glifosate e graminicidas) e aplicações sequenciais com herbicidas de contato (glufosinato de amônio e paraquat).

Porém, dependendo das condições edafoclimáticas (solo e clima), é comum que sejam necessárias até 3 aplicações para controlar plantas perenizadas.

E qual o intervalo ideal entre aplicações?

O intervalo é determinado através do tamanho da rebrota (comprimento entre o solo e inserção da primeira folha rebrotada) após a aplicação. O ideal é aplicar com uma rebrota entre 10 cm e 20 cm.

>> Leia mais: “Últimas notícias sobre ervas daninhas: Dicamba e Amaranthus palmeri

Herbicidas pós-emergentes:

Cletodim

Possui ótimo controle de plantas daninhas pequenas (até 2 perfilhos). Pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato), na dose de 0,5 a 1,0 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Haloxyfop

Possui ótimo controle de plantas daninhas pequenas (até 2 perfilhos). Pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato), na dose de 0,55 a 1,2 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Este são os exemplos mais comuns de graminicidas utilizados no mercado. Porém, existem outros produtos para controle químico com ótimo desempenho e que seguem a mesma lógica de manejo.

Novas formulações de graminicidas vêm sendo lançadas com maior concentração do ingrediente ativo (responsável pela morte da planta) e com adjuvante incluso. (Ex: Verdict max®, Targa max® e Select one pack®)

Glifosato

Mesmo não sendo efetivo para a maioria das populações, pode ser usado no manejo para controle de outras plantas daninhas. Ainda que o capim-amargoso seja resistente à associação de glifosato a graminicidas, melhora o controle.

Quando forem misturados 2,4D e graminicidas, deve-se aumentar a dose do graminicida em 20%, pois este herbicida reduz sua eficiência.

Paraquat

Pode ser utilizado em plantas pequenas (até 2 perfilhos) provenientes de sementes ou em manejo sequencial para controle da rebrota de plantas maiores. Recomendada dose de 1,5 a 2,0 L ha-1. Adicionar adjuvante não iônico 0,5 a 1,0% v.v.

Glufosinato de amônio

Pode ser utilizado em plantas pequenas (até 2 perfilhos) provenientes de sementes ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. Indicada dose de 2,5 a 3,0 L ha-1. Adicionar óleo mineral 2,0% v.v.

capim-amargoso
Sistema radicular de plantas de capim-amargoso aos 45 dias após a emergência. A – Visão geral; B – Detalhes dos rizomas formados
(Fonte: Machado et al.)

Herbicidas pré-emergentes:

Diclosulam

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e graminicidas), solo deve estar úmido. Recomendações de dose de 29,8 a 41,7 g ha-1.

Flumioxazin

Herbicida com ação residual. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas e imazetapir) ou no sistema de aplique plante da soja. Recomendações de dose de 70 a 120 g ha-1.

S-metolachlor

Herbicida com ação residual utilizado no sistema de aplique plante da soja. Recomendável dose de 1,5 a 2,0 L ha-1. Não deve ser aplicado em solos arenosos.

Trifluralina

Herbicida com ação residual utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas). Recomendável dose de 1,2 a 4,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo. Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões.

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Infestação de capim-amargoso em lavoura de soja: cuidados com daninhas na cultura começam no pré-plantio
(Fonte: Agronegócio em foco)

Manejo na pós-emergência das culturas de soja e milho

Para plantas pequenas ou rebrota de plantas perenizadas na soja, temos como opção eficiente somente o uso de graminicidas (clethodim, haloxyfop e outros).

Em caso de soja RR, podem ser associados ao glifosato.

Em áreas com grande infestação, devem ser utilizados herbicidas pré-emergentes no sistema de “aplique plante” para diminuir o banco de sementes e o número de aplicações em pós-emergência (diclosulam, flumioxazin e s-metolachlor).

A inclusão de pré-emergentes em diferentes etapas do manejo de plantas daninhas é fundamental, principalmente em áreas com grandes infestações.

Eles trazem ótimo custo-benefício ao produtor, pois diminuem a necessidade de aplicações em pós-emergência e previnem a seleção de plantas resistentes.

O controle de capim-amargoso no milho é mais complexo, pois o milho também é uma gramínea. Existem poucas opções que sejam seletivas ao milho e controlem o capim-amargoso.

Dentre elas temos:

  • herbicidas pré-emergentes aplicados em sistema de “aplique plante” – como trifluralina, s-metolachlor e isoxaflutole;
  • herbicidas utilizados em pós-emergência precoce – como nicosulfuron, tembotrione e mesotrione).

Porém, não há opções eficientes para controle de plantas mais desenvolvidas ou perenizadas.    

Lembre-se sempre de consultar um engenheiro agrônomo.

capim-amargoso
Lavoura de milho safrinha com alta infestação de capim-amargoso; controle é mais difícil no milho
(Fonte: Notícias Agrícolas)

Perspectivas futuras

Nos próximos anos, existem previsões da liberação comercial de um novo “trait” de resistência a herbicidas para a cultura da soja e do milho.

  • Soja e milho: Enlist (2,4D colina, glifosato e glufosinato de amônio).

Essa tecnologia trará a opção incluir o glufosinato de amônio no manejo de pós-emergência do cultivo, além de possibilitar o uso de haloxyfop em pós-emergência do milho. Isso trará grandes benefícios ao agricultor.  

Existem ainda previsões do lançamento de novos herbicidas pré-emergentes para controle de gramíneas (ex: pyroxasulfone).

Na próxima década, há previsão do lançamento de um novo mecanismo de ação que controla gramíneas em pós-emergência seletivo à soja e milho.

Conclusão

Neste artigo, mostramos a importância econômica que o capim-amargoso possui e como realizar um manejo eficiente em lavouras de grãos.

Entendemos a importância de conhecer a biologia da planta daninha antes de manejá-la. E vimos algumas novidades que serão lançadas no mercado.

Espero que, com essas dicas passadas aqui, você consiga realizar um manejo eficiente do capim-amargoso na condução da lavoura!

Como você controla a infestação de capim-amargoso na lavoura hoje? Já enfrentou casos de resistência? Adoraria ver seu comentário abaixo!