Sensoriamento remoto na agricultura: 7 coisas que você deveria saber

Sensoriamento remoto na agricultura: Veja como funciona, quais suas aplicações e como isso pode te auxiliar na hora da tomada de decisão.

O sensoriamento remoto vem se tornando cada vez mais presente na agricultura.

Há muitas maneiras de inserir essa ferramenta na sua propriedade, e no texto de hoje vamos ver algumas delas para você ficar mais familiarizado. 

Mas afinal, o que é essa ferramenta? E será mesmo que ela pode te ajudar na propriedade ou é só mais uma moda?

Confira os 7 tópicos mais interessantes e suas respostas sobre o sensoriamento remoto na agricultura e conheça tudo sobre o tema!

1. O que é e para que serve sensoriamento remoto?

É o conjunto de técnicas que tem como objetivo a obtenção de informações sobre alvos na superfície terrestre.

Essas informações são obtidas por meio do registro da interação da radiação eletromagnética com a superfície, que é realizado por sensores distantes (imagens de satélite) ou remotos (fotos aéreas).

Participação do sensoriamento remoto na agricultura 5.0

Participação do sensoriamento remoto na agricultura 5.0
(Fonte: Hayrton (2019))

2. Georreferenciamento e sensoriamento remoto

O sensoriamento remoto, como já comentamos, é o conjunto de técnicas que permite conseguir informações da superfície terrestre e o que há nela.

Isso ocorre através da interação eletromagnética com a superfície. Sem contato físico, a forma de transmissão de dados é pela radiação eletromagnética.

Já o geoprocessamento é o conjunto de técnicas e metodologias para obter, arquivar, processar e representar os dados georreferenciados. Tudo isso com técnicas matemáticas e computacionais.

Por isso, os dois em conjunto são consideradas técnicas fundamentais para registrar e aumentar a eficiência do uso da terra, especialmente ao longo do tempo. 

A agricultura de precisão, que contém o conceito da variabilidade do campo, é uma das áreas em que podemos aplicar essas ferramentas, já que elas permitem verificar onde e como é essa variabilidade das áreas agrícolas.

sensoriamento remoto na agricultura

Satélites e drones para monitorar sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta
(Fonte: Senar)

3. Coleta de dados em sensoriamento remoto

A coleta de dados em sensoriamento remoto é obtida por sensores colocados em diferentes tipos de plataformas carregadoras.

A plataforma carregadora pode ser laboratório, campo, aéreo ou orbital. Vamos ver a seguir mais sobre cada uma delas:

Níveis de coletas de dados do sensoriamento remoto

Níveis de coletas de dados do sensoriamento remoto
(Fonte: Jocilene Barros (2018))

Laboratório

Utiliza radiômetros e estes registram a radiação refletida pelas plantas, folhas e solos em locais onde pode ser controlada a iluminação.

Campo

Também podem ser utilizados radiômetros. Neste caso, eles podem ficar presos em suportes acima dos alvos estudados.

Podem ser utilizados veículos com guindastes hidráulicos, que são conhecidos como cherry pickers. 

Aéreo

Neste caso, o nível de coleta é dividido em diferentes altitudes:

  • Alta altitude (ao redor de 20 km);
  • Média altitude (menos de 20 km até 5 km);
  • Baixa altitude (abaixo de 5 km).

São usados para simular diferentes condições de obtenção de dados. Quanto menor a altitude utilizada, menor a influência atmosférica.

Aqui podemos incluir o uso de drones, com a vantagem de utilizá-los quando precisar das informações.

Orbital

Nesse nível de coleta são utilizados os satélites como plataformas.

Aqui é possível realizar a cobertura de grandes áreas e a repetitividade temporal, muito importante para áreas extensas.

sensoriamento remoto na agricultura

Nível de coleta de dados orbital
(Fonte: Bernadete Prado Ramires)

4. Qual a diferença entre os sensores ativos e passivos?

Você sabia que existem sensores ativos e passivos? Sabe dizer qual a diferença entre eles?

Os sensores passivos só podem operar quando há luz solar, pois dependem disso para iluminar as imagens que captura, ou seja, dependem das condições atmosféricas. 

Já os sensores ativos não necessitam da luz solar, podendo ser utilizados também durante a noite, além de não dependerem de condições atmosféricas.

Outra diferença entre os sensores é que os passivos atuam na região espectral do óptico (400 nm a 2.500 nm), já os ativos atuam na faixa das micro-ondas. 

Utilizando as imagens tanto do sensoriamento remoto óptico quanto das obtidas nas micro-ondas, você pode obter maior riqueza de informações.

Curvas espectrais e comprimentos de onda

Curvas espectrais e comprimentos de onda – visível, infravermelho próximo e infravermelho médio
(Fonte: Rafael Briones Matheus (Parque da Ciência))

5. Aplicações do sensoriamento remoto na agricultura

Na agricultura o sensoriamento remoto pode ser usado para diversas atividades como:

  • Estimativa de área plantada;
  • Estimativa de produção agrícola;
  • Vigor vegetativo das culturas;
  • Manejo agrícola em nível de país, estado, município ou ainda em nível de microbacia hidrográfica ou fazenda;
  • Análise da cobertura vegetal, topografia, drenagem e tipo de solo;
  • Determinação das áreas de preservação de mananciais, reservas florestais e áreas agrícolas;
  • Detecção de falhas na irrigação, adubação ou preparo do solo;
  • Sintomas de injúrias por produtos fitossanitários;
  • Manchas de solo com baixa produtividade;
  • Áreas com erosão laminar;
  • Identificação de reboleiras de baixo vigor causadas por nematoides ou patógenos de solo;
  • Regiões com maiores potenciais de produção.

Como vimos acima, com o sensoriamento remoto conseguimos captar o vigor das plantas. 

Aqui vale uma explicação mais longa, já que a detecção do vigor das plantas e, consequentemente, da sua saúde, resulta em diversos outros resultados como estimativa de produção e outros.

Isso é possível pois a banda de radiação do NIR – Infravermelho Próximo, diferencia plantas vigorosas (que refletem mais o NIR) e plantas mais fracas (que absorvem a radiação). 

As imagens em NIR, que são obtidas por satélites, são tratadas em uma equação denominada de NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) que transforma as leituras de NIR em tons de cores.

Índice de vegetação e comportamento espectral

Índice de vegetação e comportamento espectral
(Fonte: Rayssa Viveiros Espírito Santo)

6. Sensoriamento remoto e irrigação

Já vimos os diversos usos que o sensoriamento remoto pode ter dentro da agricultura, vamos ver agora um pouco mais de como ele pode ser utilizado na irrigação das culturas.

Sensoriamento remoto na irrigação

Sensoriamento remoto na irrigação
(Fonte: Hidrodinâmica Irrigação)

O sensoriamento remoto na agricultura pode ser usado, por exemplo, para estimar a evapotranspiração real (ETr), o que ajuda a identificar se a quantidade de água aplicada é ideal, abaixo ou superior à necessária, como feito por Silva et al. (2012).

sensoriamento remoto na agricultura

Sensoriamento remoto na irrigação, anel formado por emissor entupido ou inadequado
(Fonte: Cultivar (Irriger/Farmers Edge) – Nelson Sá)

7. Sensoriamento remoto na soja

O sensoriamento remoto na cultura da soja está sendo aplicado de diversas maneiras.

Utilizando um VANT com câmeras multiespectrais, as imagens são analisadas e utilizadas para a geração de um mapa que indica a distribuição de cada campo de produção aptas para beneficiamento e eventual produção de sementes (DroneShow).

Com o uso de câmera termal será possível monitorar plantas em situação de seca e, com a ajuda de um sensor, medir a deficiência de potássio nas folhas mesmo antes dos sintomas aparecerem (Embrapa, 2019).

Perfil temporal das áreas de soja da região norte do Rio Grande do Sul

Perfil temporal das áreas de soja da região norte do Rio Grande do Sul gerado a partir de imagens NDVI (índice de vegetação) dos meses de outubro a maio, safra 2005/06. Em destaque a evolução temporal do NDVI nas etapas de semeadura (A), máximo desenvolvimento vegetativo (B) e colheita (C).
(Fonte: Santos et al. (2014))

Há também estudos com o uso do sensoriamento remoto para identificar sintomas de ferrugem em soja. 

sensoriamento remoto para identificar sintomas de ferrugem em soja.

Estágios da doença causada pelo patógeno (esquerda) e quatro tipos de folhas com os diferentes níveis de severidade da ferrugem (direita)
(Fonte: Cui et al. (2009))

Como fazer o sensoriamento remoto da sua lavoura

Existem formas muito práticas de aplicar técnicas de sensoriamento remoto nas fazendas. Uma delas é contratar soluções integradas à gestão rural.

Com o Aegro Imagens, por exemplo, você pode obter mapas NDVI para a sua lavoura durante toda a safra.

As imagens são geradas pelo satélite Sentinel-2 em uma frequência de 3 a 5 dias e ficam organizadas em ordem cronológica.

Isso te ajuda a acompanhar o desenvolvimento do cultivo com passar do tempo e identificar potenciais problemas com agilidade.

https://youtu.be/_-4LJXin1sY

Além disso, você pode analisar os resultados do sensoriamento remoto juntamente com o histórico de operações agrícolas realizadas em cada talhão.

Esse é um jeito fácil de conferir se as suas atividades de manejo estão tendo o impacto desejado na saúde da plantação.

Assim, as imagens de satélite se tornam uma ferramenta estratégica para o seu planejamento de safra, pois auxiliam você a tomar decisões mais assertivas.

Peça uma demonstração gratuita do Aegro Imagens e simplifique o uso de NDVI na sua fazenda!

Conclusão

No texto de hoje vimos alguns exemplos de como o sensoriamento está sendo utilizado na agricultura.

Você pôde conhecer também as principais diferenças entre sensores ativos e passivos, técnicas de sensoriamento remoto na irrigação e na cultura da soja.

Por último, você conferiu como uma solução para imagens de satélite integrada à gestão rural facilita a aplicação dessa tecncologia no dia a dia das fazendas.

Assim, fica claro que o sensoriamento remoto na agricultura é uma importante ferramenta que veio para auxiliar o produtor na tomada de decisão.

>> Leia mais:

O que é SIG na agricultura e como essa tecnologia pode ser útil na sua fazenda

Como realizar a aplicação localizada de insumos e otimizar os custos da sua lavoura

Saiba as vantagens da Cafeicultura de Precisão e como aplicá-la

Gostou do texto? Têm mais dicas sobre sensoriamento remoto na agricultura? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

Índice de vegetação: o que ele pode mostrar sobre sua lavoura

Índice de vegetação: Veja como funciona, quais suas aplicações e como essa tecnologia no campo pode te auxiliar na melhor tomada de decisão.

Com o avanço da tecnologia, novas ferramentas de manejo e gestão agrícola como os índices de vegetação têm surgido para facilitar a vida no campo.

Os índices de vegetação estão cada vez mais populares, entretanto, assim como o GPS não são um novo conceito.

Esses modelos matemáticos – ou algoritmos – baseados no sensoriamento remoto, buscam avaliar e caracterizar a cobertura vegetal.

Mas isso é apenas a ponta do iceberg, confira a seguir quais são e como funcionam os principais índices de vegetação!

Entendendo mais sobre os índices de vegetação

Antes de falarmos a respeito dos índices de vegetação, precisamos entender alguns princípios do sensoriamento remoto.

O sensoriamento remoto, por definição, trata-se da coleta de dados ou de imagens por sensores para posterior análise e processamento.

Pode ser realizado através de sensores presentes nos satélites, veículos aéreos (como drones) ou até mesmo veículos terrestres.

Por ser remoto, isso significa que é possível obter informações acerca de cultivos agrícolas, por exemplo, sem o contato direto do sensor com a lavoura.

Isso tudo é possível graças à radiação eletromagnética, ou REM, que pode ser natural ou artificial. 

A representação contínua da REM, por comprimento de onda, frequência ou energia é chamada espectro eletromagnético (como mostra a figura abaixo).

O sol é a nossa principal fonte de REM, com todos os objetos expostos a ela.

Espectro eletromagnético em função da frequência e comprimento de onda

Espectro eletromagnético em função da frequência e comprimento de onda
(Fonte: Chemistry Libretexts)

As interações existentes entre a REM oriunda do sol e a superfície das plantas permite a obtenção de informações a respeito do objeto que o emitiu.

Ocorrendo de forma simultânea, essas interações podem ser classificadas em três tipos: reflectância, transmitância e absorbância.

Como as radiações absorvidas, refletidas e transmitidas são complementares e devem sempre totalizar 100%, isso permite a extração de diversas informações.

Essas interações, principalmente a refletância, ocorrem em diferentes intensidades  e comprimentos de ondas nas mais diversas superfícies.

Essas variações fazem com que cada superfície apresente uma radiação eletromagnética característica, ou assinatura espectral, como vemos nas figuras abaixo.

 Diferentes interações entre a REM (luz incidente) e a superfície foliar, representada em corte longitudinal
(Fonte: adaptado de Portz, 2011)

Diferentes assinaturas espectrais

Diferentes assinaturas espectrais folha verde (a), folha seca (b) e solo (c) frente aos comprimentos de onda do espectro visível (B,G,R) e infravermelho (IR)
(Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE))

Dentro do espectro luminoso, as plantas apresentam grande absorbância nas faixas do  azul (400-500 nm)  e vermelho (600-700 nm).

Isso graças à presença dos pigmentos (clorofilas, xantofilas e carotenoides) e a estrutura celular da superfície das folhas. É aqui que entram os índices de vegetação.

O que são os Índices de Vegetação e como funcionam

Os índices de vegetação são modelos matemáticos que vêm sendo desenvolvidos com base na reflectância das coberturas vegetais.

Ao integrar a reflectância de duas ou mais bandas espectrais, ou comprimentos de ondas, os índices de vegetação conseguem realçar determinadas características.

Para o cálculo dos índices de vegetação é comum a utilização da reflectância das assinaturas espectrais.

Quando conhecemos as interações entre a REM e as plantas nos diferentes comprimentos de onda, podemos desenvolver e utilizar inúmeros índices de vegetação.

Tais índices de vegetação podem ser utilizados para a determinação de uma gama de parâmetros biofísicos e características da vegetação.

Diferentes padrões de reflectância de folhas com diferentes estados

Diferentes padrões de reflectância de folhas com diferentes estados, morta ou seca, estressada e saudável
(Fonte: DronEng)

O  índice  de área  foliar, a biomassa, a porcentagem de cobertura do solo, a atividade fotossintética, deficiências hídricas e até mesmo estimativas de produtividade são alguns desses parâmetros.

O sensoriamento remoto fornece a base para o desenvolvimento dos índices de vegetação, a reflectância das culturas.

As principais vantagens da utilização dos índices de vegetação estão na eficiência, rapidez e praticidade das mensurações.

Ao contrário dos monitoramentos convencionais, essas técnicas permitem a identificação de variabilidade nas lavouras durante seu desenvolvimento.

Permitindo adubações e pulverizações otimizadas, manejo preciso das pragas e doenças antes da colheita e não apenas para os cultivos subsequentes.

>> Leia mais: O que é SIG na agricultura e como essa tecnologia pode ser útil na sua fazenda

Principais índices de vegetação

Apesar de hoje em dia os índices de vegetação estarem crescendo no mercado, seu  conceito data da década de 70. São inúmeros índices de vegetação existentes como o NDVI, EVI, SAVI e VARI.

Cada um apresenta uma finalidade e funcionalidade diferente e são usados mundialmente, não apenas na avaliação de lavouras.

a) Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI)

O NDVI é a sigla em inglês para Normalized Difference Vegetation Index e trata-se do índice mais conhecido no mercado.

Esse índice de vegetação atua com sensores infravermelho próximo (NIR), analisando a resposta espectral das plantas nas bandas do vermelho e do infravermelho próximo.

O índice de vegetação NDVI pode ser utilizado no das lavouras para detecção de déficit hídrico, danos de pragas, estimativa de produtividade e outros.

O cálculo do índice de vegetação NDVI é feito através da fórmula:

NDVI

Onde, IVP é reflectância no faixa do Infravermelho próximo e V é a reflectância na faixa do vermelho e seus valores variam de -1 a 1.

Portanto, valores próximos de 1 indicam uma vegetação ativa e saudável, enquanto próximos de 0 ou negativos outros objetos ou vegetação menos ativa ou senescente.

índice de vegetação

Plantas com diferentes características foliares, seja devido à seca, nutrição ou fitossanidade apresentam diferentes valores de NDVI
(Fonte: Earth Observatory – NASA)

A seguir separei duas imagens que mostram como os dados ficam quando processados.

Os valores mais elevados em vermelho indicam a vegetação mais ativa, que domina a imagem no período úmido (esquerda) ao contrário do período mais seco (direita).

Imagens processadas referentes ao cálculo NDVI

Imagens processadas referentes ao cálculo NDVI em dois períodos, úmido (esquerda) e seco (direta)
(Fonte: Borato & Gomide – Embrapa, 2013)

b) Índice de Vegetação Melhorado (EVI)

O índice de vegetação melhorado é calculado de forma similar ao NDVI, apresentando algumas modificações que garantem a correção de luz refletida.

Onde:

NIR = Reflectância do infravermelho próximo; 
RED = Reflectância do vermelho; }
BLUE = Reflectância do azul; 
L = ajuste de fundo; 
C1 e C2 = Coeficientes de resistência a aerossóis.

É comum que partículas em suspensão na atmosfera e sinais de fundo do dossel (cobertura do solo) levem à formação de reflexos indesejáveis.

Esses reflexos prejudicam a captura e consequentemente a interpretação dos dados.

Os dados produzidos pelo índice de vegetação melhorado não saturam tão facilmente quanto os do NDVI.

O EVI é destinado especialmente em regiões que concentram grandes quantidades de biomassa vegetal (elevados teores de clorofila) como as florestas tropicais.

c) Índice de Vegetação Ajustado ao Solo (SAVI)

Como o próprio nome sugere, o SAVI surgiu da necessidade de atenuar os efeitos causados pelo solo na captura dos dados.

Seu cálculo é realizado pela mesma fórmula do NDVI acrescido da constante L, que varia de acordo o maior ou menor grau de cobertura do solo.

O índice SAVI é muito utilizado em áreas que apresentam baixas densidades de vegetação ou de início de plantio.

c) Índice Resistente à Atmosfera na Região Visível (VARI)

O índice de vegetação VARI, assim como o EVI, foi designado para realizar correções dos efeitos atmosféricos.

O VARI é destinado principalmente para detecção de áreas de estresse nas lavouras e analisa o nível de ‘verde’ capturado dos dados (ou imagens).

Diferente dos índices de vegetação anteriores, que são baseados em sensores infravermelho próximo (NIR), as imagens VARI são geradas pelos sensores RGB.

A tendência de uso de imagens RGB não busca a substituição da tecnologia NDVI, mas sim a ampliação das técnicas de mensuração.

Analisando índices de vegetação na sua lavoura

Agora que você já conheceu os principais índices de vegetação existentes, deve estar se perguntando como aplicá-los na sua lavoura.

Uma forma prática de obter essas informações é por meio de um software de gestão rural, como o Aegro.

No Aegro, você pode contratar imagens de satélite para as áreas da sua propriedade e verificar o índice NDVI da plantação.

As imagens são geradas pelo satélite Sentinel-2, em uma frequência de 3 a 5 dias, e ficam organizadas em ordem cronológica no sistema.

https://youtu.be/Y3aajQ7Dlig

Isso te ajuda a acompanhar e evolução da safra com o passar do tempo e identificar mudanças no vigor da vegetação com facilidade.

Além disso, os dados do sensoriamento remoto podem ser analisados juntamente com o histórico de operações agrícolas realizadas em cada talhão.

Assim, você consegue entender se as suas atividades estão tendo o resultado esperado na saúde do cultivo e tomar decisões de manejo mais assertivas.

Simples, não é mesmo? Conheça a solução da Aegro para imagens de satélite e descomplique o uso de NDVI no seu dia a dia.

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Conclusão

O sensoriamento remoto e os índices de vegetação são ferramentas muito poderosas que podem auxiliar nos manejo das lavouras.

Os diferentes índices de vegetação nos permitem obter diferentes informações e formular mapas que auxiliam nas tomadas de decisão.

Ao contrário das avaliações convencionais, as informações obtidas pelos índices de vegetação permite agir nos cultivos atuais e não nos subsequentes.

>> Leia Mais: 

NDRE versus NDVI: Qual é melhor para sua fazenda
Drones na agricultura: Como eles te ajudam a lucrar mais
Drones e agricultura de precisão: 8 pontos para você considerar

E você, já utiliza os índices de vegetação para monitoramento de sua lavoura? Conte pra gente nos comentários! 

Agricultura de precisão: equipamentos essenciais e novidades do mercado

Agricultura de precisão: equipamentos mais utilizados, etapas e recomendações de como e quando usar, além das inovações tecnológicas.  

Com tecnologias de ponta para o setor e interligando toda a propriedade, a agricultura de precisão (AP) é uma abordagem que envolve uma integração de técnicas agrícolas. 

Buscando minimizar perdas, na AP são utilizados métodos inovadores desde a amostragem de solo e de plantas até para os silos de grãos e os armazéns. 

Mas com tantas novidades para AP no mercado, quais são essenciais na lavoura? 

Aproveite este artigo para ficar por dentro das inovações e dos principais equipamentos para implementar a agricultura de precisão na sua produção rural. Confira!

Para que serve a agricultura de precisão? 

A agricultura de precisão trata nosso ambiente de uma forma desuniforme, o que é mais condizente com a realidade.

E, tratando o ambiente com suas diferenças na qualidade do solo, fertilidade, temperatura do ar, umidade e velocidade dos ventos, podemos proporcionar o manejo necessário para a lavoura atingir todo seu potencial.

mapa de produtividade desuniformidade

Exemplo de mapa de produtividade ilustrando a desuniformidade na produção
(Fonte: Arquivo pessoal do autor)

Utilizando os insumos e manejando o local correto de acordo com sua desuniformidade, conseguimos ir para uma situação mais uniforme.

mapa de produtividade uniformidade

Exemplo de mapa de produtividade ilustrando a maior uniformidade na produção
(Fonte: Arquivo pessoal do autor)

Tudo isso, usando menos insumos nas áreas com menor necessidade e investindo estrategicamente nas áreas com maior prioridade, uniformizando a lavoura.

As vantagens da AP são inúmeras:

  • Diminuição no uso de fitossanitários;
  • Diminuição no uso de adubos;
  • Aplicação de insumos no momento correto;
  • Menores perdas na colheita, etc. 

Agricultura de precisão: equipamentos essenciais nas fazendas 

Há alguns anos, os principais instrumentos utilizados na agricultura de precisão eram os sensores de produtividade em tempo real das colhedoras.

Em seguida vieram os aplicadores de insumo a taxas variáveis.

As colhedoras com sensores de produtividade em tempo real são, de longe, a tecnologia mais adotada atualmente. Elas já estão presentes na maior parte das fazendas de grande porte do nosso país!

agricultura de precisão equipamentos

Agricultura de precisão: equipamentos como console de colhedora com sensor de produtividade e variabilidade espacial já é realidade no campo
(Fonte: Farmers Weekly)

Já os aplicadores de fitossanitários e adubos a taxas variáveis são equipamentos com uso ainda em crescimento no Brasil.

E, mais recentemente, vieram as semeadoras que ajustam a taxa de semeadura para adequar à população de plantas. 

Culturas como o milho, por exemplo, podem ter um incremento expressivo da produtividade com o aumento da população em locais com alta fertilidade.

Já a soja funciona ao contrário: altas populações em solos com alta fertilidade podem levar ao acamamento de plantas. 

Então, nesse caso, a semeadora pode aumentar a população em áreas de baixa fertilidade visando maximizar o lucro daquela área.

Mesmo que os aplicadores a taxas variáveis ainda sejam pouco usados por aqui, são eles que propiciam, na prática, reduções nos usos de insumos na propriedade.

Porcentagem e tempo de uso, mapas, imagens aéreas e equipamentos presentes nas propriedades AP

Porcentagem e tempo de uso, mapas, imagens aéreas e equipamentos presentes nas propriedades que adotam AP
(Fonte: Senar)

Esses aparelhos, aliados às tecnologias de georreferenciamento, mapas de produtividade e fertilidade – e ao já bastante usado piloto automático – conseguem distribuir os insumos em maior ou menor quantidade dependendo da programação.

Mas, nos últimos anos, a chegada dos drones agrícolas e sensores cada vez mais precisos fizeram uma nova revolução na própria AP.

Sensores que indicam como a planta está nutricionalmente, além do acúmulo de biomassa e qualidade do solo, foram acoplados aos drones na agricultura de precisão.

Isso fez com que essas informações pudessem ser geradas com mais rapidez e frequência, facilitando a tomada de decisão na lavoura.

Etapas da agricultura de precisão

A agricultura de precisão se baseia essencialmente em um ciclo de três etapas: 

  • Levantamento de dados
  • Interpretação desses dados; 
  • Medidas de manejo adotadas com base nos dados levantados.

Para cada uma das etapas existem equipamentos para auxiliar o produtor, desde o levantamento dos dados até o manejo propriamente dito.

O levantamento de dados pode ser feito manualmente ou através de sensores, que têm a capacidade de adquirir um volume maior de dados, aumentando sua precisão.

Já a interpretação desses dados é feita pelo produtor rural ou por técnicos capacitados com o auxílio de programas ou softwares de gestão. 

Tecnologia e a agricultura de precisão

Esses programas, ligados aos sensores, são capazes de transformar a informação gerada em mapas e gráficos que vão embasar a tomada de decisões na propriedade.  

E, ao final do ciclo, temos os aparelhos que são instalados aos implementos para, de fato, realizar as mudanças de manejo planejadas na fase de interpretação dos dados coletados.

Na agricultura de precisão, os equipamentos permitem o uso de taxa variável na semeadura, adubação de base/cobertura e uso dos produtos fitossanitários

Eles auxiliam também na precisão do plantio, com ajustes automáticos de espaçamento e velocidade da semeadura.

>> Leia mais: “Software para Agricultura de Precisão: o guia definitivo para escolher um

Kit para Agricultura de Precisão: Equipamentos  essenciais para começar

O essencial para iniciar a Agricultura de Precisão em áreas de grandes culturas é ter uma boa administração do faturamento e gastos da propriedade.

Isso é primordial para reconhecer se o investimento em AP pode gerar retorno favorável.

Constatada a viabilidade, vale investir em equipamentos básicos que cumpram cada uma das etapas que descrevemos anteriormente!

No caso do levantamento de dados, os sensores das colhedoras para gerar mapas de produtividade são o principal equipamento.

Seguido pelas análises de solo em grade e georreferenciadas que são essenciais para se sobreporem aos mapas de produtividade, indicando como a lavoura está performando em cada situação de solo.

Já existem também alguns sensores fixos com baixo custo que podem ser deixados no campo gerando esses dados. 

Também existem formas indiretas de levantar essas informações, como no caso de equipamentos que medem a condutividade elétrica do solo e a relaciona às características físicas e químicas desse solo.

Após levantar os dados e interpretá-los junto a um técnico, é necessário aplicar as medidas de manejo diferenciadas.

Para isso, aplicadores de taxa variável são essenciais, pois são eles que colocam tudo em prática.

Como já vimos aqui, eles podem ser os aplicadores de adubo ou de semente à taxa variável ou sensores que leem, ao mesmo tempo, imagens do solo e aplicam herbicidas de acordo com a quantidade de plantas daninhas.

Novidades de mercado e o futuro do agro

O mercado da Agricultura de Precisão foi revolucionado pela ascensão dos drones, barra de luzes, sensores e algoritmos, por meio da “internet das coisas”.

A popularização dos drones na agricultura possibilitou que sensores avançados fossem capazes de analisar as lavouras em um tempo mais curto.

Os drones agrícolas são uma grande contribuição da agricultura de precisão
Os drones agrícolas são uma grande contribuição da agricultura de precisão (Fonte: DJI)

Isso melhorou o entendimento das informações sobre o que os sistemas de produção dão em resposta aos diferentes manejos adotados, que podem variar.

Por sua vez, os sensores são capazes de levantar essa quantidade de dados de forma rápida graças aos algoritmos e à inteligência artificial, permitindo a relação de dados antes sem relevância com índices de qualidade das lavouras.

Já a “internet das coisas” promete interligar todos os equipamentos e máquinas das propriedades, formando uma rede que levanta, interpreta e define o manejo, tudo na tela do proprietário.   

guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Conclusão 

As inovações não param, por isso que a agricultura de precisão tende a melhorar cada vez mais o agro e a rotina do produtor rural com a implementação dessas tecnologias no campo. 

Neste artigo, vimos os equipamentos essenciais para a agricultura de precisão na fazenda, as etapas de utilização e as novidades de mercado.  

Essas novas tecnologias prometem deixar a lavoura mais eficiente, incrementando a produção de alimentos diante de um cenário de aumento da população mundial e da escassez de comida. 

E ainda mais, aumentando a rentabilidade das fazendas ao minimizar desperdícios. 

>> Leia mais:

“Quais os impactos da nanotecnologia na agricultura?”

Saiba as vantagens da Cafeicultura de Precisão e como aplicá-la

Se na agricultura de precisão equipamentos de ponta fazem a diferença, quais você já utiliza? Gostaria de saber mais sobre AP? Deixe a sua dúvida nos comentários abaixo. 

Mapas de produtividade na agricultura de precisão: Como otimizar seus insumos

Mapas de produtividade na agricultura de precisão: Tudo o que você precisa saber para obter esses mapas e assim otimizar os insumos da propriedade.

Os mapas de produtividade são os passos iniciais para o trabalho com Agricultura de Precisão (AP) nas fazendas. Por meio deles é possível investigar as regiões mais produtivas dentro das lavouras.

Atualmente, quase 100% das colhedoras saem de fábrica com os sensores necessários para mapeamento da produtividade.

Entenda como obter os mapas de produtividade na agricultura de precisão e melhore a tomada de decisão dentro de sua empresa agrícola! Confira!

O que são mapas de produtividade na agricultura de precisão?

Os mapas de produtividade ou “mapas de colheita” são adquiridos durante a colheita por sensores acoplados nas máquinas. Estes equipamentos visam informar a quantidade de produto colhido em cada porção da lavoura.

As informações de produtividade de cada área são espacializadas, auxiliando os gestores nas investigações das variabilidades apresentadas, e melhoram o entendimento das relações causa e efeito de zonas de alta ou baixa produtividade.

Os mapas de produtividade são vitais para o entendimento da variabilidade dos nossos talhões, pois possuem uma grande quantidade de dados.

Por meio dos mapas de produtividade podemos dar os passos iniciais na utilização de técnicas de agricultura de precisão nas nossas fazendas e otimizar a aplicação de insumos.

(Fonte: National Geographic)

Como se pode obter um mapa de colheita?

Os mapas de colheita podem ser obtidos por dois métodos específicos: os métodos diretos e os indiretos.

Dados de produtividade são estimativas realizadas por sensores que coletam ou mensuram a quantidade de produto que é colhida no campo.

Os métodos diretos de mensuração envolvem medições de massa e volume dos produtos colhidos.

Dentre eles, pode-se citar que a mais usual é a “célula de carga” para realização da medição da massa colhida, geralmente mensurada em quilos.

As células de carga são balanças inseridas nas colhedoras que geralmente medem o fluxo de colheita dos produtos num determinado tempo e em uma determinada área.

Essas células de carga estão presentes em máquinas para colheita de café, cana-de-açúcar, batata, entre outras.


Já os métodos indiretos envolvem sensores gravimétricos na maioria dos casos. O sistema mais comum no mercado, principalmente nas colhedoras de grãos, é o da placa de impacto.

sensores

(Fonte: John Deere)

Dentro desse método indireto de mensuração também estão presentes no mercado sensores ópticos que estimam o volume de produto colhido de acordo com a geração de imagens 3D.

A John Deere apresentou esse sistema para a colheita de cana na Agrishow.

As mensurações, sejam elas diretas ou indiretas, devem estar atreladas a um receptor GNSS (Sistema de Navegação Global por Satélite). Também devem estar associadas ao deslocamento da máquina e largura de corte, utilizada nas plataformas dos equipamentos.

Sensores acessórios também estão presentes nos sistemas para realização das calibrações, como sensores de umidade, sensores de rotação e inclinômetros que auxiliam nas calibrações internas dos mecanismos de geração dos mapas. 

mapas de produtividade na agricultura de precisão

(Fonte: John Deere)

mapas de produtividade na agricultura de precisão

É necessário que sensores estejam sempre ajustados e calibrados para a máquina e produto que está sendo colhido

(Fonte: LAP Esalq)

Como os mapas de produtividade na agricultura de precisão auxiliam no entendimento das lavouras

É fato que os mapas de produtividade são importantes no conceito de agricultura de precisão, uma vez que evidenciam as variabilidades presentes nos talhões.

Quando contratamos um terceiro para realização da colheita, se desejamos receber os mapas de produtividade, os valores pagos pelo serviço são maiores.

Porém, o que fazer com tais mapas de produtividade? Como analisar e transformar em informações úteis para o benefício da próxima safra?

Vamos começar explicando acerca dos mapas de produtividade e como utilizá-los de forma benéfica, visando aumentar a produtividade da lavoura.

Ninguém melhor do que as plantas que estão semeadas para nos mostrar como está o solo onde estão inseridas.

As plantas irão responder, positivamente ou não, de acordo com as características do solo onde foram semeadas.

O que isso quer dizer? A resposta é simples! Se a planta estiver bem desenvolvida e produzindo bem, os mapas de produtividade irão demonstrar que aquelas regiões estão produzindo mais.

Isso se deve ao fato do solo estar com bons níveis físico-químicos, seja boa fertilidade; boa porosidade; boa textura; entre diversos outros fatores.

E se os mapas apresentarem baixa produção agrícola em determinados locais? 

Simples! Se as regiões apresentarem baixas produtividades, os solos daquelas regiões estão com algum problema que merece redobrada investigação.

Nas regiões de baixa produtividade, a fertilidade do solo pode estar baixa; a porosidade do solo pode estar afetada por problemas como compactação; as regiões podem apresentar nematóides no solo; entre uma infinidade de outros fatores que podem estar influenciando aquelas regiões produtivas.

Porém, uma vez que se sabe onde estão localizadas as variabilidades da lavoura, fica muito mais fácil o entendimento e tratamento localizado da propriedade.

Mapas de fertilidade e agricultura de precisão

Como trabalhar com aplicação localizada de insumos, uma vez que possuo os mapas de produtividade?

Após coletar as amostras de solo georreferenciadas e gerar os mapas de fertilidade, com o auxílio dos mapas de produtividade, é possível a obtenção dos mapas de exportação de nutrientes e criação do mapa de recomendação.

O mapa de recomendação deve estar associado ao mapa de colheita. Uma vez que eu sei onde são extraídas maiores quantidades de nutrientes, é possível repor esses nutrientes de maneira localizada.

A aplicação baseada na exportação de nutrientes de maneira localizada se fundamenta na otimização do uso dos insumos, com uma premissa de racionalização, pois se aplica de acordo com as devidas necessidades.

mapas de produtividade na agricultura de precisão

Interpretação de mapas de produtividade de culturas agrícolas é um dos papéis da AP

(Fonte: LAP Esalq)

Essa aplicação localizada chega a ser mais racional, visto que a aplicação atende a doses exigidas pelas culturas em cada porção da área. Isso reduz custos e minimiza os impactos ambientais de lixiviação e perda de nutrientes.  

Para geração desses mapas de recomendação baseados na exportação dos nutrientes por meio da colheita, basta multiplicar cada pixel do mapa de produtividade pela quantidade de nutrientes extraídos pela cultura.

Os valores de extração podem ser encontrados na literatura. Mas podem variar de acordo com a região, clima, solo e cultura e devem ser utilizados com devido cuidado.

(Fonte: Unifertil)

Atualmente, existem empresas que prestam serviços deste tipo de mapeamento.

A plataforma da InCeres consegue processar mapas de produtividade, fertilidade e gerar mapas de recomendação, conforme equações já existentes no banco de dados.

Mapeamento da produção e lucratividade da lavoura

Lavouras que apresentarem as mesmas variações de produtividade ao longo do ano podem ser subdivididas em zonas de manejo distintas.

Áreas mais produtivas geralmente aceitam maiores doses de insumos e continuam respondendo em aumentos de produtividade até certo limite.

Áreas de baixo potencial, que geralmente não respondem ao aumento das doses de insumos aplicados, devem ser manejadas com doses menores de adubação.

Com os custos de produção tabulados é possível a criação dos mapas de lucratividade. Isso auxilia no gerenciamento das partes mais lucrativas da lavoura. 

mapas de produtividade na agricultura de precisão

Uma das mais importantes ferramentas da Agricultura de Precisão é o mapa de colheita

(Fonte: LAP Esalq)

Dessa forma, áreas menos produtivas, porém com menores custos de produção, também podem se tornar rentáveis ao longo da safra.

Conclusão

Os produtores que ainda não possuem dados coletados e mapeamento da produtividade acabam perdendo avaliações importantes da suas áreas produtivas.

Aqueles que ainda não mapeiam suas fazendas, não o fazem por desconhecimento da utilização dos sensores ou falta de profissionais capacitados para realizar as calibrações e processamento dos dados.

Existem ainda aqueles que nem sabem que sua máquina já possui tais equipamentos; que pagaram caro no momento da compra, porém nunca chegaram a utilizá-los, simplesmente por não quererem mais trabalho no momento da operação.

O mapa de produtividade é uma ferramenta importante para o entendimento das lavouras.

Sua adoção nas fazendas brasileiras ainda é baixa, pois os agricultores não conhecem a sua utilização e ainda possuem grandes dificuldades no processamento dos arquivos gerados pelas colhedoras.

>> Leia mais:

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Você já utiliza os mapas de produtividade na agricultura de precisão? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo.


Drone para pulverização: quando a tecnologia vale a pena?

Drone para pulverização: principais vantagens e desvantagens, custo-benefício, informações técnicas e mais!

Os drones ganham cada vez mais mercado e popularidade no agronegócio brasileiro.  Muitas operações agrícolas já vêm sendo realizadas com auxílio desses equipamentos, como os mapeamentos e pulverizações com drones agrícolas.

A utilização de drone para pulverização agrícola, por exemplo, já é uma realidade. Assim como toda nova técnica, existem vantagens e desvantagens do drone na agricultura.

Neste artigo, veja os prós e contras do uso de drones para pulverização agrícola, seu custo-benefício, seus princípios de funcionamento e os principais modelos disponíveis no mercado. Boa leitura!

Importância do uso de drone para pulverização

Estudos da Embrapa Soja na safra 2020/21 mostraram que a aplicação por drones para pulverização agrícola tem um grande impacto na produtividade das culturas.

Esse aumento da eficiência se deve principalmente ao modo de aplicação . Além disso, o drone de passar veneno se mostra eficiente em áreas de difícil acesso.

O drone para pulverização, também conhecido como drone de passar veneno, consegue levar o produto a partes mais internas do dossel, que normalmente não são alcançadas em outros métodos.

Os primeiros testes com drone para pulverização foram realizados em 2017, em Porto Alegre, utilizando o drone Pelicano da Skydrones. A primeira aplicação ocorreu em Pelotas, com uso de herbicida dessecante aplicado com drone para sistema de plantio direto de soja e arroz.

Com o passar do tempo, as aplicações foram se popularizando. Mas a utilização da pulverização com drones ainda é baixa no Brasil.

Como funcionam os drones de pulverização agrícola?

A pulverização realizada com drones para pulverização agrícola (ou VANTs — Veículos Aéreos Não Tripulados) segue os mesmos parâmetros pré-estabelecidos na pulverização convencional.

Geralmente, antes da realização da pulverização, são feitas as avaliações da cultura alvo.

Após a avaliação do estágio da cultura, são escolhidos bico, forma de jato e vazão do produto a ser aplicado.

O preparo do princípio ativo e da calda segue os mesmos modelos da pulverização convencional, como ordens de adição e formulações. Posteriormente, os planos de voo serão inseridos e estes equipamentos vão iniciar a realização das operações em campo.

Registros necessários para a operação na fazenda

Drones em geral, sejam eles utilizados para qualquer fim, se enquadram em categorias diferentes e necessitam de certas autorizações para voo em diversos casos. É necessário o cadastramento da aeronave na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Os drones são considerados aeronaves e, por isso, são obrigados a seguir as leis e regras do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), Anac, Ministério da Defesa e Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

Para se informar e saber mais sobre a legislação de drone de pulverizacao no Brasil, acesse o site do Decea.

Na contratação de empresas prestadoras desse serviço, confira se ela possui as autorizações e regulamentações dessas instituições do governo.

Como desvantagens do uso de drone para pulverização agrícola, podemos destacar duas principais:

  • Autonomia: Muitos dos drones pulverizadores hoje em dia utilizados para pulverização tem limitação de tempo de vôo e aplicação por motivos como carga de bateria e capacidade de armazenamento de líquidos;
  • Cobertura de área: se comparados a pulverizadores autopropelidos, a capacidade de cobertura de área dos drones pulverizadores ainda é baixa. Enquanto autopropelidos podem fazer 70 ha/h, mesmo os drones mais avançados ainda não alcançam nem a metade dessa cobertura.

Drone pulverizador: preço e custo-benefício

O preço de um drone pulverizador varia entre R$ 60.000,00 e R$ 250.000,00, dependendo do fabricante e das funcionalidades. Modelos com tanque de 50 litros podem custar até R$ 150.000,00.

O investimento em drones agrícolas depende da região, tipo de cultura e custos adicionais, como manutenção e operação.

Muitos produtores compram drones não só para uso próprio, mas também para prestação de serviços, ajudando a amortizar o investimento. Para ficar mais simples a sua escolha de drones, montamos uma tabela a seguir, confira:

Drone agricola: Valor

ModeloCapacidade de CargaÁrea Coberta
por Hora
Preço médio
DJI Agras T5040 Kg21 hectaresR$197 mil
Drone Pulverizador S5040 litros20 hectares R$ 124 mil
XAG P10050 Kg80 hectaresSob consulta
DJI Agras G1010 kg10 hectaresR$ 80 mil
DJI Agras T4040 kg30 hectaresR$ 150 mil

Valor dos Drones Agrícolas

Os drone de pulverização agrícola têm sido cada vez mais utilizados para otimizar operações de pulverização e aplicação de insumos nas fazendas. O valor dos drones agrícolas é frequentemente justificado pelas economias que proporcionam em insumos e mão de obra, além de aumentar a precisão nas aplicações.

  • Retorno sobre investimento (ROI): Investir em um drone agrícola pode parecer caro no início, mas os ganhos em produtividade e eficiência nas operações compensam rapidamente o investimento.
  • Economia de insumos: Com a aplicação precisa de defensivos e fertilizantes, os drones reduzem consideravelmente o desperdício de produtos.
  • Aumento da produtividade: Drones oferecem uma aplicação mais rápida e direcionada, o que se traduz em uma melhor gestão da lavoura e menor perda por pragas ou doenças.

Em resumo, o valor dos drones agrícolas está em sua capacidade de aumentar a rentabilidade da fazenda enquanto reduzem os custos operacionais.

Quanto cobrar para pulverização com drone?

O preço de pulverização com drone pode variar bastante dependendo de vários fatores, como a região, a área a ser coberta, o tipo de cultura, os custos operacionais do drone, entre outros. Abaixo estão alguns pontos para ajudá-lo a calcular quanto cobrar:

Fatores que influenciam o preço

  1. Área a ser pulverizada: O preço costuma ser calculado por hectare. Normalmente, a área mínima para pulverização é de 5 a 10 hectares por operação.
  2. Tipo de insumo: Se for pulverização com defensivos, fungicidas, herbicidas ou fertilizantes, o preço pode variar. Alguns produtos são mais caros do que outros e isso impacta no custo.
  3. Tipo de cultura: Culturas de maior valor, como frutas ou vegetais, podem ter um preço mais alto pela necessidade de maior cuidado e precisão.
  4. Distância e custos de deslocamento: Se a propriedade estiver em uma área mais distante, o custo de deslocamento do operador e do drone deve ser considerado.
  5. Equipamento e manutenção: O custo com o drone (compra, manutenção, treinamento, etc.) também deve ser levado em consideração.
  6. Certificação e regulamentos: Em algumas regiões, é necessário ter certificação ou licença para operar drones, o que pode gerar custos adicionais.

Preço médio:

Em geral, o custo por hectare para pulverização com drone no Brasil gira entre R$ 30,00 a R$ 100,00 por hectare, dependendo dos fatores mencionados. Para grandes áreas, é possível negociar descontos por volume.

Exemplo de precificação:

  • Área grande (acima de 100 hectares): O preço pode ser negociado para R$ 30,00 a R$ 50,00 por hectare, pois o custo por hectare tende a diminuir com o aumento da área.
  • Área pequena (5-10 hectares): Pode cobrar em torno de R$ 80,00 a R$ 120,00 por hectare.
  • Área média (20-50 hectares): O preço pode cair para R$ 50,00 a R$ 80,00 por hectare, devido ao maior volume de serviço.

Qual é o melhor drone pulverizador?

A escolha do melhor drone pulverizador depende de algumas variáveis, como o tipo de cultura, a área de cobertura, a carga útil, o orçamento e as condições de operação.

No entanto, alguns modelos se destacam pela sua performance, características técnicas e confiabilidade no mercado agrícola. Abaixo trazemos informações mais detalhadas de alguns tipos que têm se destacado no mercado.

1. Drones Agras

A marca Agras tem grande aceitação no Brasil e dispõe de modelos com diferentes características, se adaptando bem às necessidades de diversos produtores.

O modelo Agras T40 tem capacidade de carga de pulverização de 40 kg e carga de até 50 kg para sólidos.

Apresenta sistema inteligente de voo e detecção de obstáculos, o que permite boa navegação e capacidade de manobra do drone. O agras t40 preço é estimado em torno de R$ 150.000,00, dependendo do pacote de baterias e acessórios.

O equipamento pode fazer em média 21,3 ha/h com uma autonomia de bateria de cerca de 7 a 10 minutos, que é o mesmo tempo para recarga total da bateria. O kit de 3 baterias permite voo praticamente contínuo como troca e recarga de baterias.

O preço é bastante variável, mas fica em torno de R$ 150.000,00 para um pacote inicial. Ao incluir kits adicionais, o preço tende a aumentar.

Outros modelos da mesma marca são os drones Agras T30 (30L), T20 (20 L) e T10 (8L) com capacidades reduzidas se comparados ao T40. Os preços também variam entre eles, com valores entre R$ 70.000,00 e R$ 150.000,00, dependendo do pacote de ferramentas e baterias incluídos no pacote de compra.

Drone para pulverização Agras T40
Drone DJII Agras T40 (Fonte: Xmobots)

2. Drones Eavision

A empresa EAVISION chegou ao Brasil há pouco tempo mas deve se destacar rapidamente no mercado. Seu drone de maior destaque no momento, apresentado na Agrishow 2023, é o EA-30X PRO.

A sua capacidade é de 30 L para pulverização e 40 L para semeadura. Permite uma cobertura de aplicação de até 22,5 ha/h, com eficiência de até 92%.

A autonomia da bateria é de cerca de 8 a 12 minutos e o carregamento da bateria leva cerca de 10 minutos. Outros modelos da da empresa são o Falcon, o Tucano e o EA-30X.

Drone para pulverização EA-30X
Drone EAVISION EA-30X (Fonte: EAVISION)

3. Drones Jiyi Uav

O principal drone da empresa é o C-50 que tem capacidade de 50 L de líquido para aspersão. Outros modelos variam de 6 a 30 kg (ou L) e se adaptam às necessidades de diferentes produtores.

Drone para pulverização C-50
Drone Jiyi Uav C-50 (Fonte: Jiyi)

4. Drones XAG

O principal drone da XAG é o XAG P100 que tem capacidade de 40 L e 60 L para líquidos e sólidos. Outros modelos com menores capacidades de tanque também estão disponíveis.

Os grandes avanços dos drones recém lançados pela empresa são relacionados à baixa necessidade de interação com um operador. Os sistemas de defesa de voo e detecção de obstáculos são bastante desenvolvidos.

Drone para pulverização XAG P100
Drone XAG P100 (Fonte: Megadrone)

Drones de maior capacidade

Os drones de maior capacidade são indicados para fazendas de grande porte que necessitam de operações intensivas de pulverização ou semeadura em grandes áreas.

  • Drones de 100 litros: Drones como o drone pulverizador 100 litros preço são capazes de cobrir grandes áreas com uma única carga, sendo ideais para culturas de larga escala.
  • Autonomia prolongada: Com maior capacidade de carga, esses drones requerem menos recargas, o que aumenta a eficiência no campo.
  • Preço e retorno sobre investimento: Embora o preço do drone pulverizador 100 litros seja mais alto, a economia em tempo e a maior produtividade justificam o investimento.

Esses drones são recomendados para produtores que desejam maximizar a produtividade e reduzir custos em grandes áreas de cultivo.

Vantagens e desvantagens de drone para pulverização

O uso de drones para pulverização apresenta grandes particularidades, e sua indicação de uso precisa ser muito bem estudada. Veja as principais vantagens dessa técnica.

  • Precisão: os drones pulverizadores podem efetuar a aplicação de produtos em áreas bastante específicas da lavoura. O drone para lavoura facilita o tratamento das plantas de forma precisa, atingindo até as áreas mais difíceis de acesso;
  • Eficiência no uso de produtos: por ser mais preciso e poder ser rastreado por sistemas de GPS agrícola, os drones agrícolas pulverizadores podem pulverizar diferencialmente em áreas contrastantes, gerando economia e aumentando eficiência do processo;
  • Diminuição no uso de água: normalmente as aplicações por drones pulverizadores utilizam cerca de 10 a 15 L de calda/ha, enquanto que máquinas terrestres necessitam aplicar 80 a 100 L/ha de calda;
  • Diminuição da necessidade de mão de obra: esses equipamentos podem voar por conta própria ou controlados por apenas uma pessoa. Isso diminui os riscos de erros humanos e também a exposição de operadores a produtos;
  • Diminuição da compactação do solo e danos às plantas: o uso de drones não causa compactação do solo e nem danos de derrubada ou arranquio de plantas, comuns em outras técnicas;
  • Aplicação de herbicida com drone: Os drones também são utilizados para a aplicação de herbicidas de forma mais precisa, evitando o desperdício de produtos químicos e minimizando os impactos ambientais.
  • Terrenos em declive ou com alta umidade de solo: as condições do terrenos muitas vezes limitam a entrada de máquinas mais pesadas, o que não acontece com o drone;
  • Uso específico para algumas culturas: culturas como o milho, em estágio avançado de desenvolvimento, limitam a entrada de certas máquinas pela altura da planta. Isso também não ocorre com uso de drones.

Manutenção e Desafios Técnicos dos Drones Agrícolas

Apesar das grandes vantagens que os drones de pulverização agrícola oferecem no agronegócio, é fundamental considerar a manutenção preventiva desses equipamentos para garantir seu bom funcionamento a longo prazo.

A vida útil de um drone agrícola pulverizador, como o drone DJI Agras T40, depende diretamente do cuidado com suas peças, como baterias, motores e hélices. Um plano de manutenção eficiente pode reduzir o risco de falhas durante as operações, evitando paradas imprevistas e perdas de produtividade.

Outro desafio comum para quem utiliza drones profissionais para agricultura é a autonomia limitada. Por exemplo, um drone pulverizador 50 litros ou até mesmo o drone T40 exige trocas frequentes de baterias para cobrir grandes áreas de cultivo.

Isso pode impactar o valor do drone pulverizador a longo prazo, já que a frequência de recargas ou substituições precisa ser calculada com precisão para manter a operação viável.

As condições meteorológicas, como ventos fortes e chuvas, também afetam o desempenho, tornando fundamental o planejamento das atividades em momentos ideais.

Além disso, conhecer os custos de manutenção e operação de modelos como o drone para pulverização ou o drone agrícola de 30 litros pode ajudar os produtores a determinar quanto custa um drone pulverizador ao longo de sua vida útil.

Isso inclui não apenas o preço inicial do drone para lavoura, mas também os custos operacionais associados à sua manutenção.

Compreender esses desafios técnicos e preparar-se para eles pode garantir uma maior eficiência no uso dos drones agro no campo, otimizando os custos operacionais e aumentando a rentabilidade agrícola.

Drone para pulverização AEGRO

Drones Agro: Inovações e Avanços Tecnológicos

Os drones agrícolas estão se tornando ferramentas essenciais na modernização do agronegócio. Eles não são utilizados apenas para a pulverização, mas também para outras operações como a semeadura e o mapeamento. Nos últimos anos, os drones agro evoluíram significativamente, trazendo diversas inovações tecnológicas:

  • Aumento da capacidade de armazenamento: Drones com maior capacidade de carga conseguem cobrir áreas maiores com menos interrupções para recarga.
  • Maior autonomia de voo: As melhorias na autonomia das baterias e na eficiência de voo permitem maior tempo de operação contínua, resultando em mais produtividade no campo.
  • Monitoramento inteligente: Sistemas avançados de monitoramento e controle de voo, que reduzem a necessidade de intervenção humana, aumentam a precisão e a segurança das operações.
  • Tecnologia de mapeamento e aplicação de insumos: Utilizando sensores e GPS, os drones agro aplicam defensivos e fertilizantes com extrema precisão, minimizando o desperdício e maximizando os resultados das operações.

Os drones agrícolas não só oferecem eficiência e precisão nas atividades, mas também contribuem para uma agricultura mais sustentável, economizando água e produtos químicos.

Para saber mais sobre como os drones estão transformando a agricultura, confira nosso artigo completo sobre drones na agricultura.

Banner de chamada para o download da planilha de cálculos de insumos

Como Aegro pode auxiliar na gestão agrícola?

A gestão eficiente das atividades agrícolas é essencial para maximizar a produtividade e reduzir custos, principalmente com o uso de tecnologias avançadas como drones.

A plataforma de gestão agrícola da Aegro oferece ferramentas que ajudam os produtores a planejar, monitorar e otimizar suas operações agrícolas de maneira integrada. Com Aegro, você pode:

  • Planejar e registrar todas as atividades agrícolas, desde o plantio até a colheita;
  • Acompanhar o uso de insumos e aplicar defensivos de forma mais eficiente;
  • Controlar os custos operacionais e melhorar a rentabilidade da fazenda;
  • Gerar relatórios detalhados para acompanhar os resultados das operações agrícolas.

Embora Aegro não gerencie ainda diretamente drones, sua plataforma oferece suporte completo para a gestão agrícola, facilitando a integração de novas tecnologias nas fazendas.

Guia absolutamente completo sobre agricultura de precisão

O que é agricultura de precisão? Como implementar essa técnica na sua lavoura? Vou te mostrar nesse guia completo. Confira!

A Agricultura de Precisão (AP) inclui muitas tecnologias.

Mas, sinceramente, essas inúmeras tecnologias nem sempre se encaixam em todas as operações e todos os produtores.

Você precisa ter um objetivo bem definido, investigar e avaliar completamente as opções antes da implementação.

Vou te explicar como implementar essa técnica na sua lavoura a seguir!

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O que é Agricultura de Precisão (AP)?

O termo Agricultura de Precisão (AP) surgiu no começo da década de 1980, nos Estados Unidos. No entanto, a prática de seus conceitos fundamentais já são utilizadas há muito mais tempo.

Para ser mais exato, desde o século passado alguns agricultores já gerenciavam suas lavouras de forma localizada. Nessa época, a aplicação de calcário era o “carro-chefe”.

O termo AP possui várias definições feitas pelos mais diversos pesquisadores e estudiosos da área.

Mas o conceito fundamental é que as lavouras não são uniformes, necessitando de formas de manejo que explorem essas diferenças encontradas em cada talhão, tirando proveito econômico disso.

o que é agricultura de precisão e seus benefícios

Você pode conferir aqui o infográfico completo sobre o que é agricultura de precisão, incluindo as fontes dessas estatísticas.

A Agricultura de Precisão não é uma tecnologia única, mas sim um sistema de gestão.

A AP pode ser considerada como um conjunto de muitos componentes. Dos quais produtores podem selecionar para formar um sistema que atenda às suas necessidades (Reza Ehsani, Prof.ª na UF/IFAS – Estados Unidos).

A AP é um sistema que fornece conhecimento para melhorar a tomada de decisões.

E, se usado corretamente, pode contribuir para reduzir o desperdício, aumentar os lucros e proteger o meio ambiente.

Se você ficou gostou do assunto e quer se aprofundar ainda mais, aprenda com estes:

>> 3 cursos de Agricultura de Precisão grátis (+ graduação e pós graduação que você pode fazer).

Agora que você já sabe melhor o que é agricultura de precisão, vou falar como usar as ferramentas certas para obter excelentes resultados.

Onde usar ferramentas de agricultura de precisão na fazendas e na pré safra?

Primeiro, entenda quais são as necessidades da sua fazenda.

Um dos principais benefícios do uso da AP está no aumento da eficiência na utilização dos insumos.

A AP faz com que sejam utilizadas as quantidades necessárias de insumos para sua lavoura, no momento certo e no lugar certo.

E é claro que isso vai depender do nível de produção que você deseja atingir, já que (em geral) produções elevadas utilizam mais insumos.

No entanto, lembre-se que existe um limite de alta produtividade que realmente resulta em lucro para o produtor (ponto de equilíbrio).

Confira como um software de gestão agrícola pode te ajudar a ter o ponto de equilíbrio da sua safra.

aegro

Com isso, temos o uso de insumos mais eficiente e de forma mais racional. Assim é possível evitar contaminações ambientais, lixiviações de nutrientes e redução de custos de produção.

Você pode economizar e utilizar menos insumos, mas não vou te enganar: esteja ciente que em alguns casos há o aumento do uso de insumos, seja para aumentar as produtividades e os ganhos, e/ou para suprir as necessidades do solo.

Isso porque você pode estar utilizando mais insumos ou menos do que o necessário e a AP vem para ajustar no entendimento dessas relações.

Como já tratamos o que é agricultura de precisão, vou falar agora sobre a AP no cenário brasileiro e mundial.

Agricultura de precisão no Brasil e no Mundo

A agricultura de precisão vem crescendo a cada dia no Brasil e no mundo.

agricultura de precisão no Brasil

Você pode conferir aqui o infográfico completo sobre o que é agricultura de precisão, incluindo as fontes dessas estatísticas

No Brasil, por volta de 70 a 80% dos usuários de AP a utilizam na análise e preparação do solo.

Isso indica a grande importância dada aos produtores brasileiros na aplicação de fertilizantes e corretivos em taxa variável.

Na minha visão, esses números podem ser provenientes de dois fatores: o grande impacto que esses insumos produzem nas contas das propriedades e pela grande difusão da AP para esses fins no Brasil.  

A regulagem de equipamentos e plantio aparecem como terceiro e quarto lugar nas atividades em que é utilizado AP pelos agricultores brasileiros segundo o infográfico.

Não é preciso ir muito a fundo nessa questão.

Realizar a regulagem ou o plantio corretamente não são práticas simples e requerem anos de experiência, além de profissionais capacitados para sua realização.

O que é Agricultura de Precisão: Monitoramento da lavoura

Dentre as atividades em que menos utilizam a AP estão coleta e análise de dados do plantio e monitoramento da lavoura.

Não pode ser coincidência com o que eu vejo constantemente no campo: imensa preocupação com o plantio e com a colheita, mas nem tanto assim durante a condução da lavoura.

Na época de plantio e colheita é comum ver os produtores no campo dia sim e outro também. Porém, durante o ciclo das plantas, essa frequência é diminuída.

É claro que o plantio e a colheita são os pontos vitais.

Mas, convenhamos, saber o que ocorre na lavoura durante toda a safra também é importante. E creio que a AP pode tornar isso muito mais simples e fácil.

Para conferir uma maneira mais simples, segura e prática de monitorar sua fazenda, veja este vídeo:

Como você pode perceber, temos desuniformidade nos campos. Ou seja, o campo e sua lavoura não é igual em toda sua extensão.

E, por meio da AP, os produtores podem explorar essas manchas da melhor maneira possível.

Às vezes, na mesma fazenda existem regiões de maior potencial produtivo e outras de menor potencial. O grande lance é saber cultivar e fazer ambas as regiões gerarem lucro.

Mas como faço para uma região de baixo potencial produtivo gerar lucro?

Existem várias maneiras de explorar as regiões de baixo potencial:

  • reduzir os custos investidos naqueles talhões de baixo potencial;
  • redistribuir os insumos das áreas de baixa para áreas com maiores potenciais;
  • reduzir o número de amostragens de solo nestes talhões;
  • plantar outra cultura menos exigente ou mais adaptada às condições daquele talhão;
  • reservar tais talhões para APP ou reserva legal.

Vale ressaltar que as regiões de baixo potencial devem ser avaliadas com cautela. Apenas um ano de produtividade baixa não torna uma região em área de baixo potencial.

É necessário verificar qual é o problema.

Se não for por falta de água ou de insumos e sim coisas que não podemos mudar em tempo hábil (como textura, profundidade do solo e outros), você pode seguir meus conselhos anteriores.

Preciso de equipamentos caros para praticar AP?

Essa pergunta é clássica quando o assunto é Agricultura de Precisão.

Já ouvi centenas de vezes ao visitar os mais diversos produtores, estando eles produzindo 200 hectares ou 10.000 hectares.

“Agricultura de Precisão não é pra mim, é muito cara! Sou pequeno produtor!”

equipamento de agricultura de precisão

Como a Agricultura de Precisão é utilizada no maquinário agrícola pelos produtores brasileiros

É evidente que os produtores já sabem que existem determinados locais em sua lavoura que todo ano produzem mais.

A AP está relacionada à utilização massiva de informações que podem ser obtidas de cada propriedade.

Ninguém sabe mais sobre o que acontece em suas terras que o próprio produtor, que na maioria dos casos, cultiva nos mesmos locais há anos.

Em pequenas propriedades, a Agricultura de Precisão pode ser realizada por um gestor mais criterioso, que simplesmente relata tudo o que ocorre dentro da propriedade.

Assim ele já sabe quais talhões tem maior potencial produtivo.

Com tais informações, esse gestor toma decisões mais assertivas quanto a adubações e tratos culturais.

Isso também é AP! E um exemplo de sua aplicação sem investir dinheiro em equipamentos caros.

Fazendas maiores trabalham com escalas de produção maiores. Então, a divisão em zonas de manejo mais produtivas se torna um pouco mais trabalhosa.

Nesses casos, podem ser analisados mapas de colheita, mapas de índice de vegetação, mapas de textura de solo, condutividade elétrica e outras informações disponíveis.

Veja como escolher um software de agricultura de precisão neste artigo: “Software para Agricultura de Precisão: O guia definitivo para escolher um”.

Monitoramento da variabilidade das culturas

O mapeamento da produtividade das lavouras, obtido por meio dos mapas de colheita pode ser considerado o primeiro passo para implantação da AP nas fazendas.

Em grandes extensões cultivadas, onde a colheita manual já caiu em desuso, a forma de identificar regiões mais produtivas é com o mapa de colheita.

Ele é um excelente apontador da variabilidade presente na área.

mapa-produtividade

(Fonte: Molin e Mascarin)

Mapas de anos anteriores podem auxiliar no planejamento da pré safra.

O que os mapas obtidos com a utilização de AP podem mostrar aos produtores?

  • Resposta real da cultura frente ao manejo utilizado;
  • Identificação de zonas mais produtivas;
  • Visualização da lavoura como um todo;
  • Identificação de áreas limitantes à produção;
  • Possibilidade de utilização de tratamentos localizados;
  • Possibilidade de redução de custos e manejo diferenciado;
  • Identificação de pragas e doenças na lavoura;
  • Identificação de áreas com maior biomassa;
  • Saúde da vegetação;
  • Problemas com fertilidade;
  • Água no solo.

Atualmente, temos o avanço da utilização de satélites e sensores na agricultura.

Eles podem estar acoplados às máquinas agrícolas, drones, motocicletas, quadriciclos e mesmo serem carregados por meio de dispositivos móveis ou aplicativos de celulares.

Dessa forma, com os mapas em mãos, os agricultores podem investigar o campo. É possível identificar problemas como pragas e doenças, fertilidade dos solos, áreas compactadas, áreas com problemas de água etc.

Porém o monitoramento e amostragens a campo de áreas da lavoura são essenciais.  

Lembrando que o monitoramento da lavoura também é a base do Manejo Integrado de Pragas, além de ser fundamental para seu planejamento agrícola.

O que é Agricultura de Precisão: Como fazer o planejamento de amostragem

Com o auxílio das amostragens e conceitos de Agricultura de Precisão, os produtores tentam representar um todo de seus talhões, analisando apenas uma porção dele.

A amostragem podem ser utilizada para avaliar diversos atributos na agricultura.

Podem ser atributos físicos ou químicos do solo, pragas e doenças das lavouras, estado nutricional das culturas, entre outras.

Aqui vamos focar nas amostragens de solos para posteriormente realizar uma aplicação localizada de insumos.

Os  produtores que possuírem mapas de colheita, mapas de condutividade elétrica do solo, mapas de biomassa da vegetação, podem utilizá-los para planejar suas amostragens.

O ideal é sempre tentar verificar regiões onde estão presentes as maiores diferenças nos atributos.

Abaixo segue uma mapa de planejamento da amostragem direcionada com base em um mapa de colheita.

mapa de produtividade em agricultura de precisão

(Fonte: Boletim Técnico 2 LAP)

Amostragem em grade regular para Agricultura de Precisão

Na AP, as amostragens são georreferenciadas.

Ou seja, é possível a localização do ponto amostrado e o processamento destas informações pode ser realizado e visualizado em softwares de AP.

Existem diversas maneiras de planejar a amostragem em nossas propriedades, a mais comum é a amostragem em grade.

A grade pode ser definida segundo informações que os produtores possuem de suas propriedades, zonas de manejo ou grade regular.

No Brasil, a amostragem mais utilizada é a em grade regular. É normalmente realizada com uma amostra composta a cada 3 a 5 hectares e em alguns casos ainda maior.

grades de amostragem em agricultura de precisão

(Fonte: Boletim Técnico 2 LAP)

Esse é um assunto que gera grandes discussões, especialmente quanto ao número e forma de caminhamento nas amostragens.

A comunidade acadêmica de AP preza por densidades amostrais de no mínimo 1 amostra a cada 2 hectares.

A comunidade norte americana já trabalha, na maioria dos casos, com 1 amostra por hectare.

Malhas amostrais maiores podem não representar os atributos dentro dos talhões, como apresentado no trabalho científico neste link.

O que é agricultura de precisão: Densidade amostral 

Em cada ponto deve ser amostrado várias subamostras em um raio de 1 a 5m.

O número de subamostras também varia de acordo com cada fazenda ou empresa que presta o serviço, normalmente temos de 6 a 15 subamostras.

pontos-amostrais

(Fonte: Embrapa)

A densidade amostral é muito importante para o posterior processamento das informações e criação dos mapas que melhor representem os nossos talhões.

interpolação-ap

(Fonte: Boletim Técnico 2 LAP)

A grade amostral e toda a parte de processamento das informações podem ser criadas com a utilização de softwares de Agricultura de Precisão.

>> Leia mais: “Drones e agricultura de precisão: 8 Pontos para você considerar”

guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Conclusão

Agora você já sabe o que é agricultura de precisão e como implementá-la.

A Agricultura de Precisão tem como fundamento o manejo diferenciado das lavouras. Para isso acontecer, existem muitas ferramentas que podem ser incorporadas em sua propriedade.

Um bom planejamento, incluindo a AP, é indispensável para reduzir os custos e explorar o máximo potencial de nossas lavouras.

Através desse artigo você conheceu a Agricultura de Precisão e como ela pode ajudar na sua lavoura.

Agora cabe a você buscar soluções e ferramentas que melhor se adaptem ao seu sistema de manejo.

Utilizar todas as informações disponíveis é a melhor forma de planejar e não cometer os mesmos erros de manejos anteriores.

>> Leia mais:

Drone para pulverização: Como funciona e os principais modelos do mercado

Mapas de produtividade na agricultura de precisão: Como otimizar seus insumos

Saiba as vantagens da Cafeicultura de Precisão e como aplicá-la

Restou alguma dúvida sobre o que é Agricultura de Precisão e como ela pode te ajudar na fazenda? Você já utiliza algumas das ferramentas que mencionei? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Drones na agricultura: Como eles te ajudam a lucrar mais

Drones na agricultura: Veja os modelos existentes, as diferenças entre eles e faça a melhor escolha para sua propriedade!

Do planejamento à colheita, diversos tipos de drones podem auxiliar nas tarefas agrícolas.

Alguns são capazes até de estimar a produtividade da lavoura! Eles também estão muito mais populares e acessíveis ao produtor.

Neste artigo, vamos apresentar as contribuições dos drones na agricultura e os principais modelos disponíveis no mercado hoje. Confira!

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Drones na agricultura: benefícios para sua propriedade

Os drones evoluíram muito em poucos anos e passaram a contribuir em áreas que antes nem se cogitava sua presença, como na agricultura.

Hoje eles estão mais acessíveis e podem contribuir muito nas lavouras, auxiliando a gestão e permitindo até mesmo aumento da produtividade das culturas.

Entretanto, muitos ainda desconhecem esses benefícios, como você pode ver na imagem abaixo:

Drones na agricultura
Aceitação e uso de drone ou veículo aéreo não tripulado (VANTs) pelos consumidores
(Fonte: Revista IPecege. Felipe Artioli e Tatiane Beloni, 2016)

Os três principais usos dos drones na agricultura são: pulverização, topografia e imagens.

Vamos falar melhor sobre a utilização dos drones a seguir:

1. Acompanhamento das plantações

Através de fotografias tiradas pelos drones, é possível identificar:

  • Falhas no plantio
  • Locais com alta infestação de plantas daninhas
  • Ataque de pragas
  • Doenças
  • Excesso ou falha de irrigação

O monitoramento acontece por meio de sensores infravermelhos, capazes de monitorar cada planta.

Conseguindo visualizar o mapeamento de pragas e doenças, assim como sua disseminação, você pode tomar decisões mais rápidas. Isso evita perdas maiores de produtividade.

Drones na agricultura
(Fonte: Sensix)

Isso ajuda na realização da agricultura de precisão, que considera as diferenças de cada parte da fazenda para realizar as operações agrícolas.

2. Demarcação de áreas

Com a visão aérea proporcionada pelo drone, você tem mais propriedade para fazer a demarcação de áreas. Assim, pode selecionar as melhores áreas para plantio, evitando que sejam ultrapassados limites.

O mesmo serve para áreas de preservação e fontes de água.

Drones na agricultura
Identificação de linhas de falha de plantio
(Fonte: Aero)

3. Monitoramento da fazenda

O drone também pode ser muito útil no monitoramento da fazenda, o que pode economizar tempo e recursos.

Drones na agricultura
(Fonte: Horus)

O monitoramento das plantações com recursos de alta qualidade, como são os drones, auxilia no planejamento da lavoura.

Outra vantagem é identificar problemas que não foram vistos, contribuindo para uma maior produtividade.

A Horus Aeronaves é uma das empresas que oferecem drones para o serviço de mapeamento aéreo.

4. Drone para pulverização precisa

As tecnologias embarcadas permitem que os drones estejam cada vez mais precisos.

Por isso, alguns modelos possibilitam fazer pulverização em locais exatos. Isso reduz o gasto com produtos fitossanitários, realizando a aplicação apenas onde é necessário.

Segundo a Horus, com drones na agricultura, é possível obter economia de até 50% na aplicação de insumos.

Esse resultado está relacionado à geração de mapas com diversos índices de vegetação.

Com essas informações, são feitos mapas de aplicação em taxa variável, que indicam ao maquinário onde aplicar e fazendo com que a agricultura de precisão seja efetiva na propriedade.

Os primeiros testes de pulverizações de fitossanitários foram feitos em 2017, em Porto Alegre (RS), com o drone Pelicano, da Skydrones.

A primeira aplicação real ocorreu em Pelotas (RS), com uso de um herbicida dessecante aplicado para plantio direto de soja e arroz.

Um dos grandes benefícios do uso de drone para pulverização de defensivos é a substituição de trabalhadores. Isso elimina risco de exposição, uma vez que também não há piloto embarcado.

Outras vantagens incluem: aplicações complementares, rapidez, precisão, qualidade e aplicações localizadas.

Além disso, a Agência Nacional de Aviação Civil permite a utilização de drone para pulverização com peso de até 25 kg (equipamento + carga).

Por isso, segundo a Sindag, é possível usar um drone tipo avião para mapear extensas áreas, gerando mapas de infestações de plantas daninhas, e pulverizar com drone multirotor. Isso pode levar de dois a três dias, com economia de 95% em herbicidas.

5. Monitoramento da Pecuária

Os drones também ajudam a facilitar a contagem do gado na fazenda.

Além disso, é possível verificar se há animais feridos, ausentes ou em nascimento, graças às câmeras de imagem térmica com que são equipados.

Os drones ajudam ainda a observar as condições dos pastos para saber se precisam ser reformados ou se estão adequadosDrones na agricultura
(Fonte: Drone Images)

Com ajuda de drones também fica mais fácil:

  • Verificar ocorrência de áreas desmatadas
  • Identificar nascentes de rios e olhos d’água
  • Buscar focos de incêndio
  • Explorar áreas de difícil acesso
  • Verificar áreas para abertura de estradas
  • Contar e/ou buscar animais perdidos
  • Fazer a vigilância e monitoramento
  • Monitorar plantações
  • Detectar secas ou excessos hídricos
  • Identificar locais com pragas, doenças e plantas daninhas
  • Estimar a produtividade
  • Fazer o mapeamento agrícola e hídrico
  • Realizar a agricultura de precisão

Drones na agricultura: Diferentes tipos

Há diversas opções para uso de drones na agricultura. Para escolher qual atende melhor sua necessidade, é preciso conhecer as diferenças entre eles.

E também é preciso ressaltar que o uso dos drones exigem regras, então fique sempre de olho nelas.

Os drones podem ser classificados conforme o número de hélices, tamanho ou alcance. Vou especificar cada um deles!

Drone de rotor único

É o mais popular do mercado.

Possui apenas um rotor no interior e uma hélice para estabilização. São utilizados para voo pairado, com capacidade de carga e longa duração de voo.

Drones na agricultura
(Fonte: Prodrone)

Tricóptero

Possui três tipos diferentes de motores no interior: três controladores, quatro giroscópios e um suporte de pilotagem.

Os motores ficam na extremidade, nos três braços, e cada um deles tem um sensor de localização integrado.

Esses drones conseguem se manter estabilizados durante o trajeto, não sendo preciso aplicar correções manuais.

Drones na agricultura
(Fonte: Xataka)

Quadcóptero

Possui quatro lâminas de rotor.

Dois motores movem-se no sentido horário e os outros no sentido anti-horário, o que ajuda na aterragem mais segura.

É o mais vendido, pois é de fácil fabricação, mais veloz e de preço mais acessível. Além disso, tem força para carregar os acessórios.

Precisa de menos manutenção e consegue transportar grandes cargas sem necessidade de ajustes de engenharia adicionais.

Hexacóptero

Possui seis motores, com três trabalhando no sentido horário e três no anti-horário. Atinge uma maior altitude, tem mais potência e maior capacidade de carga.

É mais veloz e suporta condições desfavoráveis como ventanias.

A desvantagem é o preço mais elevado, além da necessidade de manutenção mais frequente.

Drones na agricultura
(Fonte: Cuadricoptero)

Octocóptero

Contém oito motores que transmitem a potência para as oito hélices.

Tem capacidade de voo superior em comparação aos anteriores. É muito mais estável e possui alta performance, com excelente estabilidade.

É mais pesado que os anteriores. A autonomia de voo varia com a carga e velocidade.

Drones na agricultura
(Fonte: Computrade)

Drone com asa fixa

Apresenta uma única asa comprida.

Tem capacidade de sobrevoar áreas lineares por maior período de tempo, pois possui um sistema de bateria integrado.

Precisa de maior área para pouso e decolagem.

Tem maior chance de sobreviver a uma queda, pois pode deslizar. A desvantagem é que seu preço é mais elevado.

Drones na agricultura
(Fonte: Horus)

Drones na agricultura: diferentes tamanhos

Drones Muito Pequenos

Podem ser mini drones ou nano/micro drones. Os mini drones possuem tamanho superior a 50 cm até 2 m.

Geralmente são drones com asa fixa e tem baixa capacidade de potência.

Drones na agricultura
(Fonte: Techtudo)

Drones Médios

Nessa categoria, as unidades são um pouco mais pesadas, mas ainda leves e compactas.

Podem transportar cargas de até 200 kg. Têm duração de voo de 5 a 10 minutos.

Drones na agricultura
(Fonte: Jornalismo especializado Unesp)

Drones Grandes

Muito usado para locais inacessíveis aos aviões.

Os drones grandes são classificados de acordo com sua capacidade de alcance e voo.

Drones na agricultura
(Fonte: Computrade)

Uma informação importante que vale destacar é a necessidade de cadastro na Anac de acordo com o peso:

  • Veículos com mais de 25 kg: precisam de registro na Anac
  • Veículos com até 25 kg: cadastro no site da Anac
  • Drones com peso inferior a 250 gramas: não precisam ter qualquer cadastro

De acordo com o Alcance

Alcance muito curto

Distância de voo de 5 km. Tempo de voo de 20 a 45 minutos, com baterias de maior capacidade.

Curto alcance

Distância de voo de 50 Km. Baterias com duração de de 1 a 6 horas

Curto-médio alcance

Distância máxima de 150 Km. Tempo de voo estimado de 8 a 12 horas.

Médio alcance

Alta velocidade e distância de até 650 Km. Na agricultura, pode ser usado para recolher dados meteorológicos.

Longevidade

Tempo de voo de até 36 horas. Chega à altura de até 914 metros.

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Conclusão

Neste artigo vimos quais os tipos de drones existentes. Listamos algumas vantagens de utilizar os drones na agricultura.

O uso de drone pode trazer economia na lavoura, essa tecnologia já ajuda a reduzir custos de aplicações, monitoramento e vigilância nas fazendas. Tudo isso reflete em maior eficácia e aumento de produtividade das lavouras.

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NDRE versus NDVI: Entenda as diferenças e escolha o melhor para sua fazenda

NDRE vs  NDVI: o que são, quando utilizá-los e como esses índices podem melhorar o monitoramento e produção da sua fazenda.

Mapas de vigor de vegetação, como o NDRE e o NDVI, são cada vez mais utilizados nas propriedades agrícolas. Eles permitem obter análises mais precisas da lavoura, detecção dos efeitos de secas e até estimativas de produtividade.

E, com esses dados em mãos, também é possível tomar decisões mais assertivas para administrar melhor a propriedade. Mas, você sabe qual desses índices é o mais indicado para sua lavoura?

Neste artigo, vou te explicar quais são as principais diferenças e quando é melhor optar pelo NDRE ou NDVI. Confira:

NDRE e NDVI: diferentes índices vegetativos  

Os índices se referem ao vigor da vegetação, ou seja, medem a atividade da clorofila presente nas folhas das plantas.

Eles podem ser correlacionados com a quantidade de biomassa presente nas lavouras.

O NDVI e NDRE são apenas dois exemplos de índices vegetativos que podem ser criados a partir do processamento de imagens geradas por sensoriamento remoto.

Eles nada mais são que o produto de uma equação matemática entre valores numéricos de pixels de duas bandas espectrais de uma imagem.

Para o cálculo do (vegetation index) NDVI e do NDRE utilizamos as equações abaixo:

NDRE
(Fonte: Mapear com Drones)

Note que a equação de normalização é a mesma.

A diferença é que mudamos a banda Vermelha (Red) utilizada para o cálculo do NDVI pela Red Edge Band utilizada para o cálculo do NDRE.

Além destes dois índices, existe uma infinidade de outros que podem ser confeccionados a partir do geoprocessamento de imagens. Mas os famosos mapas de NDVI não são tão inovadores e recentes.

O satélite Landsat 5, lançado pela Nasa em 1984, já era equipado com sensores capazes de realizar medições nas faixas necessárias para criação do NDVI.

Evidentemente, com o avanço da tecnologia, os sensores se tornaram melhores. Por exemplo, o satélite Landsat 5 pesa 2,2 toneladas e está distante 705 Km da superfície terrestre. Ele possui resolução temporal de 16 dias e resolução espacial de 30 m.

Hoje há sensores com menos de 1 Kg para criação do NDVI. Além disso, são acoplados a drones ou motocicletas que circulam nas lavouras.

Estes sensores possuem resolução espacial de centímetros e fornecem informações muito mais detalhadas sobre cada m² das áreas.

Sensores e câmeras para criação de NDRE e NDVI

Atualmente existe uma infinidade de sensores no mercado que podem ser utilizados para confecção dos índices de vegetação.

As aeronaves remotamente pilotadas (RPA), mais conhecidas como drones, possuem câmeras que possibilitam a criação tanto do NDVI quanto do NDRE.

3-NDRE

Câmera com bandas para criação do NDVI
(Fonte: Mapir)

4-NDRE

Câmera com bandas para criação do NDRE
(Fonte: Avantagro)

Há ainda os satélites com as bandas para processamento e criação dos índices.

5-NDRE

Satélite Sentinel 2B
(Fonte: ESA)

E há também os sensores portáteis conhecidos como ativos. Eles possuem luz própria e possibilitam o trabalho noturno para leitura do dossel e criação dos índices NDVI e NDRE.

Principais diferenças entre NDRE e NDVI

As principais diferenças entre os índices NDVI e NDRE está na sensibilidade de expressar o vigor da vegetação.

7-NDRE
(Fonte: Farmer to Farmer)

Como você pode notar no gráfico, o RedEdge representa uma área exponencial de reflectância entre a banda do vermelho e a banda do NIR (infravermelho próximo). Ele é melhor em casos de percepção da transição das plantas sadias às inicialmente estressadas.

Já o NDVI não consegue expressar tão bem essa zona de transição, chegando a saturar em alguns casos.

Ele não consegue expressar diferenças nas leituras de culturas como cana-de-açúcar a partir de determinados estágios vegetativos. Já o NDRE demora mais para saturar.  Veja algumas aplicações dos mapas de NDVI e NDRE na agricultura:

  • Monitoramento de lavouras
  • Detecção de efeitos de secas
  • Detecção de danos provocados por pragas
  • Estimativas de produtividade agrícola
  • Mapeamento de áreas agrícolas

Quando devo usar NDVI?

Quando estivermos utilizando o índice NDVI devemos lembrar que estamos trabalhando com as bandas do vermelho (RED) e com a do infravermelho próximo (NIR).

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(Fonte: Integral Drones)

A equação é a diferença normalizada entre essas bandas, como mencionei acima.

A banda do Vermelho (Red) estimula o crescimento vegetativo e floração. Já a banda do NIR está relacionada à distribuição e arranjos do parênquima das plantas, que são espaços com ar. Além disso, a banda do NIR está relacionada aos tamanhos e formas das células vegetais.

Geralmente as plantas saudáveis possuem alta reflectância e transmitância na banda do NIR. Com isso, consequentemente, a porcentagem de absorção dessa banda pelas células das folhas das plantas será mínima.

O índice NDVI é mais indicado para plantas de dossel baixo, que não tenham tanto índice de biomassa. É o caso de soja tardia, feijão ou culturas de portes mais baixos; plantas não tão adensadas.

O valor do índice NDVI varia de -1 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior é a atividade da vegetação naquele pixel.

Valores negativos ou próximos a 0 indicam solo exposto, rios, açudes, edificações ou áreas onde há pouca atividade da clorofila (taxa fotossintética – chlorophyll content).

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Quando devo escolher o NDRE?

O índice NDRE utiliza as bandas do NIR e do RedEdge para sua confecção. Essa última é responsável pela captura daquela parte exponencial do espectro de luz da faixa de borda do vermelho, onde geralmente aparecem os primeiros sinais de estresse nas plantas.

Para culturas perenes, milho próximo ao V6 ou ponto de reprodução, cana-de-açúcar próximo ao ponto de maturação, o dossel de plantas muito alto prejudicará as folhas mais baixas de receberem radiação da banda do NIR.

Nestes casos, a banda do RedEdge irá penetrar melhor nas camadas de folhas mais baixas. Ela deve ser utilizada para melhor representatividade das áreas foliares e saúde da vegetação.

O NDRE para plantas de porte mais baixos terá o mesmo efeito do NDVI. Portanto, o índice NDRE permite trabalhar melhor em plantas de porte alto.

Se o problema nas lavouras for proveniente de doenças fúngicas em plantas de porte alto, o gestor ou consultor agrícola deve optar pelo NDRE. Isso porque as ondas eletromagnéticas utilizadas para o cálculo do NDVI não conseguirão chegar às partes mais baixas das culturas.

Se o problema nas lavouras for proveniente de pragas, a visualização em estágios iniciais possibilita que seja trabalhado com o MIP (Manejo Integrado de Pragas) e doses de herbicidas menores.

guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Conclusão

Agora que você conheceu as diferenças de cada índice vegetativo, pode escolher o manejo correto a ser utilizado em sua propriedade.

O NDRE pode ser utilizado tanto em plantas de porte alto e mais adensadas quanto em  plantas de porte baixo.

Isso quando o intuito for a visualização do intervalo entre o começo e as fases medianas do estresse vegetativo.

Uma vez que a avaliação da saúde da vegetação se dá na planta como um todo, o NDVI deve ser utilizado em culturas de menor porte e menos adensadas.

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Você já utilizou mapas de NDVI ou NDRE dos talhões de suas lavouras? Restou alguma dúvida? Adorarei ver seu comentário abaixo.