About João Paulo Pennacchi

Sou engenheiro eletricista formado pela UNIFEI e engenheiro-agrônomo formado pela UFLA. Mestre e doutor em agronomia/fisiologia vegetal pela UFLA e PhD em ciências do ambiente pela Lancaster University. Atualmente desenvolvo pesquisa na área de fisiologia de culturas agrícolas pela UFLA.

Quando a irrigação de café pode ser uma alternativa rentável para sua lavoura?

Irrigação de café: entenda os benefícios e desafios, custos envolvidos, potencial de ganho e compensação econômica do investimento

O déficit hídrico é um dos fatores de maior impacto na cafeicultura, prejudicando a sobrevivência, o crescimento e a produtividade das plantas. 

Contar apenas com a variação de chuva ao longo do ano aumenta a incerteza e os riscos da cultura do café. 

Por isso, o uso da irrigação tem se tornado uma alternativa bastante interessante, permitindo o aumento da produção do cafeeiro e também da qualidade das bebidas.

Mas quando vale a pena investir na irrigação de café? Qual método pode ser o mais adequado para a sua lavoura? Confira essas e outras respostas a seguir!

Por que irrigar o cafeeiro?

A principal intenção de irrigar o cafeeiro é fornecer uma quantidade de água ideal para o bom crescimento e desenvolvimento das plantas. 

Ao  corrigir a umidade do solo, a planta pode se aproximar do seu potencial produtivo, diminuindo perdas e aumentando a produção.

Essa técnica diminui o risco da atividade agrícola, que passa a não depender apenas dos níveis de chuva naturalmente acumulados. 

Ao manter o fornecimento de água ideal, a planta aumenta a eficiência do seu processo de fotossíntese, que é a sua maior fonte de biomassa.

Além disso, a cultura do café tem seu florescimento estimulado pela precipitação após um período de seca. Nesse caso, o uso de irrigação pode induzir floradas mais homogêneas, gerando maior produtividade, grãos de maior peneira e maturação mais igualitária de frutos.

A cafeicultura irrigada representa 12% da área total de café do país, mas responde por 30% da produção. Isso mostra a vantagem do uso da irrigação na produtividade quando comparada à cultura de sequeiro.

6 principais métodos de irrigação na cultura do café

Existem alguns métodos mais empregados para a irrigação do café. São eles:

  1. canhão hidráulico: é um sistema com alto consumo de energia e pode ainda causar desuniformidade de aplicação e desperdício de água;
  2. malha: é um método simples e efetivo, com baixo custo de implantação;
  3. pivô central: é um sistema preparado para irrigar uma área circular de lavoura e com boa uniformidade;
  4. microaspersores: é um sistema de irrigação localizada com alto rendimento e precisão;
  5. Gotejamento: usado para irrigação localizada, possui custo mais elevado, mas com alto rendimento e precisão;
  6. Tripas: é um sistema de irrigação localizada de custo mais baixo que os microaspersores e gotejamento.

A recomendação do método de irrigação depende de fatores como:

  • topografia da área;
  • disponibilidade de água na propriedade;
  • porosidade do solo;
  • nível tecnológico da fazenda;
  • condições climáticas como pluviosidade, temperatura e velocidade do vento.
gráfico com custo de implantação de sistemas de irrigação de café
Custo de implantação de sistemas de irrigação
(Fonte: Esalq, 2013)

Quando utilizar irrigação no cafeeiro?

As condições climáticas ideais para a cultura do café são temperaturas entre 19℃ e 21℃ e precipitação anual acumulada de 1.400 mm. 

Na maioria das regiões, onde a cultura é mais presente, as condições se aproximam das ideais.

Porém, tem-se verificado a alteração de padrões climáticos em algumas regiões, o que pode ocasionar aumento de temperatura e regime hídrico mais variável. 

O déficit hídrico a partir de 150 mm passa a causar danos no vigor e produtividade de plantas de café.

A recomendação de irrigação está muito ligada às condições climáticas de cada região.  Quanto maiores as limitações climáticas – como temperaturas altas e disponibilidade hídrica baixa – mais benéfica se torna a irrigação. 

Qual o potencial de ganho com uso da irrigação de café?

Assim como a recomendação do uso, o potencial da irrigação do café também depende das limitações climáticas da região.

Em regiões quentes e secas, o uso de irrigação pode aumentar a produtividade em 100%. Nas demais regiões o ganho pode variar de 25% a 60%.

Além disso, a irrigação proporciona uma florada mais homogênea, que pode garantir uma frutificação mais robusta, com grãos maiores e de maior qualidade. Isso aumenta a qualidade do café em termos de classificação de peneira e quantidade de defeitos.

Finalmente, a irrigação pode aumentar a qualidade de bebida do café pelo acúmulo de qualidades sensoriais do produto final.

Compensação econômica

A compensação econômica da implantação de um sistema de irrigação de café vai depender das limitações climáticas da região, da capacitação técnica da propriedade e do sistema escolhido.

Isso definirá os custos de produção e operação e também os ganhos em produtividade e qualidade do café

A tabela a seguir mostra um comparativo financeiro da implantação e produção de cafeeiros em sequeiro e irrigado.

O ganho com o sistema de irrigação no estudo de caso apresentado abaixo foi de 41% de aumento no lucro final por hectare. Esse índice, entretanto, pode ser maior ou menor de acordo com os fatores acima citados. 

Em alguns casos, o investimento na irrigação pode ser pago já na primeira safra  ou em um período maior, de até 2,2 anos, dependendo das realidades dos estudos de caso.

tabela com custos de produção de cafeeiros em sequeiro e irrigado obtidos em estudo de caso
Custos de produção de cafeeiros em sequeiro e irrigado obtidos em estudo de caso
(Fonte: Educampo, 2015)

Quais os desafios para a implementação da irrigação?

Os principais desafios para a implementação da irrigação no cafeeiro estão relacionados ao uso racional de água e energia

O planejamento e execução da irrigação deve ser feita por um profissional especializado. Além disso, a automatização de cálculos de lâmina de irrigação podem auxiliar na eficiência do processo. 

Outro ponto importante é a constante verificação e manutenção dos equipamentos de irrigação para evitar possíveis danos e problemas.

Finalmente, a boa escolha do sistema de irrigação e o conhecimento das legislações referentes à outorga e uso de água são fundamentais para aumentar a porcentagem de sucesso do empreendimento.

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Conclusão

A irrigação do cafeeiro tem se mostrado uma opção viável e rentável. Ela contribui para diminuir os riscos da atividade agrícola, contornar as variações climáticas regionais, aumentar a produtividade da lavoura e racionalizar o uso de recursos vitais como água e energia.

A escolha do sistema de irrigação, sua instalação, manejo e manutenção são atividades primordiais para o sucesso do empreendimento.

Além disso, as recomendações de lâminas de água de acordo com a fase fenológica da cultura, das características climáticas e de solo também são importantes.

Como você viu, essa técnica se apresenta financeiramente viável através do pagamento de investimento por meio do aumento da produtividade do cafeeiro, da qualidade dos grãos e da bebida.

>> Leia mais:

“Poda do cafezal: como fazer para aumentar sua produção”

“Adubação para café: simples e prática (+ planilha)”

Você tem alguma experiência com relação à irrigação de café? Deixe seu comentário e vamos continuar essa conversa!

O que você precisa saber para fazer sua melhor venda de grãos

Venda de grãos: o que e como fazer para comercializar no momento certo e ter a melhor negociação de seus grãos

Em todas as safras a dúvida é sempre a mesma: será que será possível vender os grãos por um preço bom? Como qualquer produto, as movimentações de compra e venda no mercado refletem diretamente nos preços agrícolas. 

Quanto maior a produção de um produto agrícola específico (maior oferta), menor fica o preço de venda. E isso pode se refletir em baixo lucro ou até em prejuízo para o produtor.

Neste artigo, vamos mostrar algumas dicas de comercialização agrícola e como o planejamento pode ser essencial para garantir mais lucro! Boa leitura!

Quando fazer a venda de grãos para ter mais lucros?

Normalmente, há uma tendência de vender grãos quando o preço tem um leve aumento no mercado. Mas será que essa realmente é a melhor estratégia? A palavra chave para a comercialização de grãos com sucesso é: cautela. 

Você deve entender quais fatores interferem na variação de preços dos grãos e acompanhá-los. Hoje, somente observar os fatores econômicos e as oscilações da bolsa de valores não é suficiente para obter sucesso na venda de seus grãos. 

Conhecer e acompanhar os principais países produtores também é muito importante!

Além disso, é fundamental ter um consultor agrícola de confiança que indique, por meio de experiência e análise do cenário atual, qual é o melhor momento para vender.

Quais fatores influenciam mais os preços de mercado de grãos?

Existem diversos fatores que podem modificar o preço de commodities agrícolas. Normalmente, os preços são estimados pelo que se chama de mercado futuro. Ele é a indicativa das previsões de valores para um determinado produto nos meses seguintes.

Como toda previsão, ela é influenciada por diversos fatores que, no momento de venda, irão definir o preço atual do produto no chamado mercado físico. Abaixo, citamos alguns dos pontos mais importantes.

Área plantada/produção de outros países

A estimativa ou realidade de produção de outros países com potencial de produção alto podem influenciar o preço dos grãos. No caso da soja, os maiores produtores mundiais são Brasil, EUA, Argentina, China e Índia. 

Já no milho, o ranking engloba EUA, China, Argentina, Brasil e União Europeia.

Por exemplo, uma redução na área plantada de milho nos EUA tende a gerar uma ideia de diminuição de oferta no longo prazo, afetando tanto preços atuais como futuros.

Quebras de safra

Ao início das safras, é feita uma previsão de produção total em cada país, de acordo, principalmente, com a área plantada. Essa estimativa vai sendo avaliada e atualizada ao longo da safra.

Condições como ataques de doenças ou pragas e questões climáticas podem causar quebras de safra e diminuição bruscas nessas produção. Isso acaba afetando a oferta e alterando preços.

Estoques mundiais

Os estoques mundiais de cada commodity é um dos fatores de maior impacto nos preços. Eles influenciam diretamente na oferta do produto. Maiores ofertas tendem a diminuir preços de mercado, enquanto menores ofertas valorizam o preço de venda do produto.

Mercados consumidores

Em combinação com a oferta do produto, a demanda também é outro fator definidor dos preços de grãos. Ela depende das condições econômicas e interesses de países compradores.

Para a soja, os maiores consumidores mundiais são a China e a União Europeia, enquanto para o milho são Estados Unidos e China. Os maiores mercados para exportação brasileira são a China para a soja e a União Europeia para o milho

Políticas de juros, de exportação/importação e cotação do dólar

A definição de taxas de juros e dos valores sobre importação e exportação também alteram o preço final dos produtos. Além disso, têm papel crucial na definição dos custos de produção das culturas, principalmente pelo preço de fertilizantes importados.

Taxas mais altas de importação visam, normalmente, fortalecer o mercado interno. Entretanto, elas podem causar aumento de preços de alguns insumos que são obrigatoriamente importados.

Taxas de exportações mais baixas tendem a ser mais interessantes para compradores, causando maior volume de vendas. Além disso, a cotação do dólar acaba influenciando os preços nos mercados internacionais, por ser a moeda usada como base.

Condições inesperadas

Algumas condições alteram sobremaneira os preços de produtos agrícolas, mas nem sempre são esperadas. Recentemente, tivemos dois exemplos bastante marcantes com a pandemia mundial e a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Mercado do milho

Situação atual

Os preços do milho vêm observando uma constante baixa, desde os preços recordes atingidos entre o final de 2021 e 2022 quando ultrapassou os R$ 100/saca. Em março de 2023, alguns pontos influenciaram os preços da commodities no mercado internacional:

  • Nos EUA, a safra de grãos será plantada entre abril e maio e a área destinada ao grão pode impactar os preços. Há uma tendência de que haja crescimento nas áreas de milho em comparação à safra passada;
  • Houve anúncio de estoques de milho dos EUA que esteve abaixo do esperado;
  • Iniciou-se a colheita do milho na Argentina, com estimativas de redução de cerca de 30% na produção esperada para o país nesta safra;
  • O Brasil avançou no plantio da safrinha, apesar do atraso devido ao acúmulo de chuvas e atraso na colheita da safra de soja;
  • Houve uma aceleração das exportações brasileiras de milho, apesar do mercado estar com foco na venda da produção da safra de soja;
  • Há incerteza sobre a continuidade das exportações de milho da Ucrânia pelo acordo do Mar Negro, devido ao conflito com a Rússia.

O valor atual do preço do milho para venda em maio/2023, na bolsa Chicago, é de US$ 6,53/bushel. Esse valor equivale a cerca de R$ 78/saca. No Brasil, o indicador de mercado físico Esalq/B3 é de R$ 82,40/saca, no Porto de Paranaguá.

Previsões futuras

As condições climáticas da safrinha de milho brasileira irão influenciar os preços futuros, bem como o potencial de produção da safra nos EUA. Nesse momento, os EUA podem assumir protagonismo nas exportações por terem estoques maiores que outros países. 

Porém, as exportações brasileiras seguem aquecidas. No Brasil, a tendência é de uma forte pressão de queda nos preços da commodities, motivadas pela previsão de boas condições durante a safrinha e aumento da oferta.

venda de grãos
(Fonte: Canal Rural)

Mercado da soja

Situação atual

Os preços da soja, assim como no milho, vêm observando queda após período de valores recordes em 20221 e 2022, quando ultrapassou os R$ 200/saca. Em março de 2023, os pontos que mais influenciaram os preços da soja no mercado internacional foram:

  • Definição das áreas destinadas a cada plantio nos EUA, com previsão de aumento da área de milho em relação à soja na safra que será plantada a partir desse mês;
  • O final da colheita atrasada no Brasil, principalmente devido às condições de chuvas constantes nas regiões produtores na época da safra, causando aumento da oferta instantânea no mercado;
  • Previsão quebra de safra na soja Argentina, devido a eventos de seca;
  • Incertezas na definição de taxas de juros pelo governo brasileiro, causando instabilidades nas previsões de marcadores econômicos como o PIB e a inflação;
  • Anúncio de greve dos trabalhadores do sindicato de inspetores de grãos na Argentina, podendo influenciar a capacidade de exportação do país vizinho.

O valor atual do preço da soja para venda em maio de 2023, na bolsa Chicago, é de US$ 15,19/bushel. Esse valor equivale a cerca de R$ 170/saca. No Brasil, o indicador de mercado físico Esalq/B3 é de R$ 155,83/saca, no Porto de Paranaguá.

Previsões futuras

As condições climáticas para a safra norte-americana e a possível influência do El Niño nessas condições será um indicador dos preços futuros da soja. Ainda no cenário mundial, deverá haver nova comunicação sobre os resultados da safra da Argentina e do Brasil.

Isso também pode impactar os preços. Com a tendência da manutenção de alta nos preços de venda do farelo de soja, há esperança de que isso ajude a manter os preços dos grãos. 

No cenário brasileiro, espera-se que uma possível alta no dólar e diminuição da oferta da Argentina possam causar uma pequena elevação nos preços, no curto prazo.

Como vender melhor os grãos?

Existem inúmeras formas para obter mais rentabilidade na venda de grãos. E a diversificação dessas modalidades de comercialização pode diminuir seus riscos. Confira as principais operações para a venda de grãos:

Barter 

O termo barter significa “troca”. De forma prática, consiste em uma modalidade que envolve a troca dos grãos por insumos em geral. Esse tipo de negociação acontece com antecedência e não envolve dinheiro.

Hedge

O termo hedge significa “proteção”. Nessa modalidade, os preços são fixados antes da venda, também chamado de operação a termo. O objetivo dessa forma de comercialização é proteger o valor dos grãos devido à grande instabilidade do mercado.

Pré-fixação 

Nessa modalidade, o produtor negocia os grãos com alguma cooperativa ou empresa e “trava” preços. Normalmente entrega fisicamente o produto.

venda de grãos
(Fonte: Dinheiro Rural)

Venda a fixar 

Nessa modalidade, o comprador antecipa o pagamento, mas são descontados juros até a entrega dos grãos. A diferença entre o valor antecipado e os juros aplicados vira a remuneração do produtor rural. 

Essa modalidade não é muito indicada, pois não dá muito lucro ao produtor. Então, fique atento se vale a pena de acordo com as características do seu negócio rural.

Pré-pagamento

Nessa modalidade, o comprador paga os grãos com antecedência e os entrega pessoalmente. Nessa modalidade também existe cobrança de juros. 

Além dessas modalidades citadas acima, conhecidas como “mercados futuros”, vamos citar algumas outras opções que se enquadram em pré-pagamento:

Comercialização via cooperativas

Essa modalidade irá possibilitar ao produtor o desenvolvimento de um negócio integrado, facilitando o planejamento. Apesar de algumas vantagens na compra de insumos, nessa modalidade você tem menor liberdade na escolha de compradores e fornecedores. 

Comercialização via Tradings e Corretoras 

São as instituições as responsáveis pela negociação tanto nacional quanto internacional. Elas vão facilitar os processos de negociação e chegar a alternativas boas para os produtores e compradores. Contudo, elas cobram uma porcentagem para isso.

Internet 

Com a digitalização, inúmeras empresas responsáveis pela comercialização atuam via sites e redes sociais. Atualmente, por exemplo, a CBC agronegócios é um dos maiores sites de compras e vendas no agro.

venda de graos
(Fonte: Ideal)

5 dicas para melhorar sua venda de grãos

Antes de escolher a melhor modalidade para a venda de grãos, confira as dicas a seguir.

Planejamento

Realize o planejamento de sua safra sempre. Isso irá facilitar em todas as etapas da produção agrícola e, principalmente, na comercialização.

Gestão da propriedade

Tenha na sua equipe pessoas que entendam sobre os fatores que interferem nos preços dos grãos. Assim, você irá vender seus produtos agrícolas com mais tranquilidade.
Especialmente na colheita, é preciso ter uma gestão precisa da sua fazenda. Com o Aegro você pode fazer isso em alguns cliques.

Diversificação 

Diversifique as formas de comercialização. Assim, as chances de prejuízos vão diminuir. Para fazer isso, é claro, conte com ajuda de especialistas ou consultores que te ajudem a entender quais as melhores formas de comercialização para se utilizar em conjunto.

Perfil

Verifique qual o perfil de sua propriedade rural e quais modalidades de comercialização se enquadram melhor com seu empreendimento.


(Fonte: Olhar Direto)

Atenção ao mercado externo e interno

Fique atento em tudo que ocorre no setor e as perspectivas do agronegócio no Brasil e no mundo. Com essas dicas, tenho certeza que terá mais segurança na tomada de decisão no momento da venda!

Ganhe qualidade nas vendas com o Aegro

O primeiro passo para vender com mais qualidade e menor custo é um bom planejamento.

Com o Aegro você pode planejar suas atividades, custos, insumos e monitorar sua safra. Analise seu histórico de safras anteriores para identificar oportunidades de redução de custo e ações necessárias para melhorar a qualidade e produtividade da safra.

Além dos recursos oferecidos para planejamento e gestão, o Painel de Controle é seu grande aliado para identificar na gestão de suas vendas. No painel o sistema calcula o lucro esperado através das informações de produtividade, custo e valor projetado de venda. 

Assim, você pode identificar oportunidades para reduzir o custo e aumentar a produtividade para garantir um lucro maior, além de projetar diferentes cenários com base no valor de venda.

Ninguém merece ficar calculando na mão ou em planilhas, não é mesmo? Deixe que o software de gestão agrícola Aegro faça os cálculos para você!

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Descubra o lucro esperado com o painel de controle do Aegro

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Conclusão

Após todo o esforço para garantir uma boa safra, é preciso também que a venda seja rentável. Neste artigo, você viu como realizar a venda de grãos de forma mais estratégica para conseguir driblar a instabilidade econômica.

Falamos sobre hedge, barter, comercialização via cooperativas e outras operações praticadas no mercado. Espero que com essas dicas você consiga realizar uma boa venda dos seus grãos!

Como você está planejando sua venda de grãos? Tem acompanhado as oscilações de mercado? Compartilhe este artigo com sua equipe para deixarem todos na mesma página.

Agronegócio no Brasil: Como está nosso setor e o que você pode esperar

Agronegócio no Brasil: Qual a importância do setor hoje, como ele está e quais são as principais projeções que você precisa saber.

O agronegócio no Brasil é forte: tem grande participação no PIB e a tendência é continuar crescendo.

Conhecer bem este mercado permite ter mais base para tomar decisões e identificar onde vale mais a pena investir seus esforços e recursos financeiros.

Qual cultura tem mais perspectivas de crescimento? Será que exportar pode ser um bom caminho? Todas essas perguntas são respondidas através do cenário do agro no país.

Neste artigo, vamos falar sobre a situação atual do setor agro e o que você pode esperar daqui para a frente. Confira a seguir!

O que é agronegócio no Brasil: conceito e definição

O agronegócio, ou agribusiness, é definido como o conjunto de atividades relacionadas à agricultura e pecuária e suas cadeias produtivas.

De acordo com o artigo 681 do Projeto de Lei 487/2013, o agronegócio é a rede de negócios que integra as atividades econômicas organizadas de fabricação e fornecimento de insumos. Ele também inclui:

Tipos de produtos gerados pelo setor

O agronegócio brasileiro não é baseado apenas em alguns produtos. Há uma diversidade inimaginável de produtos diretos e indiretos desse ramo.

Basicamente, existem 3 principais vertentes do agronegócio e cada uma entrega produtos diferentes para a população:

  • Agricultura: a agricultura fornece produtos baseados em culturas agrícolas que podem ser para consumo direto, indireto ou para outras atividades da agroindústria, como: frutas, verduras, legumes, grãos, fibras, madeira, culturas bioenergéticas, fumo, dentre outras;
  • Pecuária: a pecuária fornece basicamente carnes para consumo direto e para a agroindústria, como: bovinos, suínos, peixes, frango, ovinos, leite, ovos, dentre outros.
  • Agroindústria: a agroindústria é a parte responsável pelo beneficiamento de matéria prima proveniente da agricultura e pecuária em produtos industrializados, como: produtos de madeira, móveis, papel e celulose, biocombustível, têxtil, vestuário, produtos do fumo, açúcares, óleos vegetais, conservas de produtos frescos, bebidas, produtos amiláceos, cosméticos, dentre outros.   

Situação atual do agronegócio brasileiro

O agronegócio não envolve apenas os grandes produtores e as propriedades modernas e com alto potencial de investimento. Toda a cadeia de produção e beneficiamento de produtos está envolvida nesse setor.

Esse retrato normalmente é baseado no Censo Agropecuário do IBGE, sendo que o último foi feito em 2017. O agronegócio emprega, direta ou indiretamente, cerca de 1 em cada 3 trabalhadores no Brasil.

Do total de mais de 30 milhões de pessoas empregadas pelo agronegócio (37% de todos os empregos do país), a divisão é feita da seguinte forma:

  • 42% de pessoas empregadas na pecuária;
  • 21% de pessoas empregadas na agricultura;
  • 21% de pessoas empregadas no comércio agropecuário;
  • 15% de pessoas empregadas na agroindústria.

Há um total de 5 milhões de propriedades agrícolas no Brasil, que ocupam aproximadamente 40% do território nacional. Dessas propriedades, 3,8 milhões se encaixam na classificação de pequenos produtores.

Isso representa 77% das propriedades, ocupando 23% do total das áreas utilizadas.

Entre 2006 e 2017, o panorama de distribuição das terras agrícolas teve uma alteração. Houve aumento da porcentagem de matas naturais e plantadas e diminuição de áreas de lavouras permanentes.

Infográfico que mostra o cenário do agronegócio no brasil entre 2006 e 2017
(Fonte: IBGE)

Isso se deveu sobretudo ao Novo Código Florestal, instaurado através da Lei 12.651/2012. Essa lei instituiu e aumentou a porcentagem das Áreas de Preservação Permanentes e de Reservas Legais nas propriedades agrícolas.

Importância do agronegócio para o Brasil

O principal gerador de renda para o agronegócio brasileiro é a soja, seguida pela carne bovina e milho com grande destaque. Além disso, outros produtos como leite de vaca, frango, cana, suínos, café, algodão e ovos tem grande importância.

Na soma de toda a produção do agronegócio brasileiro, o Valor Bruto de Produção de 2022 é estimado em R$ 1,38 trilhão.

Estimativa de produção de soja, milho, leite, cana, algodão e café
(Fonte: CNA)

Para 2022, a tendência é de que o país atinja sua máxima histórica na safra de grãos, com um total de 261,4 milhões de toneladas. Esse alto rendimento do agronegócio impacta a economia brasileira, e é o principal definidor do sucesso econômico do país.

Desde 2010, o agronegócio tem tido papel de destaque em reverter a balança comercial brasileira do negativo para o positivo. Enquanto os outros setores apresentaram balanço negativo, o agronegócio sempre obteve alto balanço positivo.

Isso se deve ao balanço positivo entre exportações e importações no setor. 

Em 2021, o agronegócio foi responsável por mais da metade de todas as exportações brasileiras. Isso levantou os ganhos econômicos em meio a uma das maiores crises mundiais da história.

Essa influência do agronegócio para o país também é refletida no PIB (Produto Interno Bruto). O PIB é calculado trimestralmente e também apresenta um valor médio anual. A importância do PIB do agronegócio tem sido cada vez maior no PIB total do país.

Em 2020, o PIB do agronegócio, calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), assumiu 26,6% do PIB brasileiro. Desde então, essa porcentagem só aumentou. 

Em 2021, essa participação chegou a 27,4%. A tendência é que haja aumento para 2022.

Segurança alimentar: um desafio para o setor agrícola

Existem 3 fatores principais que criam um grande desafio à produção agropecuária. São eles:

  • Aumento da população mundial, que deve passar de 9 bilhões de pessoas em 2050;
  • As condições climáticas cada vez mais inconstantes e extremas;
  • A necessidade do uso racional e sustentável de recursos como água, energia, insumos, dentre outros.

Todos estes fatores estão aumentando a pressão pela produção de alimentos, fibras, culturas energéticas e muitos outros recursos do agronegócio.

A população brasileira, assim como em outros países, vem crescendo. A estimativa é de que entre 2020 e 2021 houve um aumento de 0.72%

Ainda, o país deve ter uma população entre 230 e 235 milhões de pessoas em 2050, um aumento entre 8% a 10% da população atual.

Há uma estimativa de que a agropecuária brasileira tem potencial para colocar no mercado uma produção capaz de alimentar 800 milhões de pessoas. Isso significa cerca de 10% da população mundial.

Alguns pontos são cruciais para o bom desenvolvimento do agronegócio brasileiro, dentre eles: extensão territorial, clima tropical e subtropical, alta insolação, disponibilidade hídrica e facilidade de mão de obra.

É claro que esse alcance depende da distribuição e do poder de aquisição da população, a nível local e mundial. 

Por exemplo, no Brasil, ainda há uma parte da população em situação de insegurança alimentar, mesmo com a produção nacional de alimentos sendo bem maior que o consumo local.

Porém, é claro o impacto do agronegócio brasileiro no cenário de produção de alimentos, fibras e combustíveis no mundo. Isso é notado não apenas pela alta produção, mas pela capacidade de alta exportação para suprir demandas de outros mercados.

Gráfico com demonstração de produtos com maiores e menores produções no brasil
(Fonte: CNA)

Quais os principais problemas e limitações?

Apesar de todos os avanços do agronegócio e da sua grande importância no cenário econômico brasileiro, ainda existem problemas e limitações a serem solucionados. Os principais são:

  • Infraestrutura de transportes: a limitação de vias para escoamento da produção e recepção de bens de consumo é um fator ainda limitante para o agronegócio brasileiro. Isso principalmente considerando o isolamento geográfico de áreas importantes na produção agropecuária, como a região centro-oeste;
  • Infraestrutura de armazenamento: em muitas áreas produtoras a falta de infraestrutura de armazenamento dificulta a negociação dos produtos agrícolas. Afinal, você tem que vendê-los no momento posterior à colheita, sem poder esperar por melhores preços;
  • Carga tributária e dolarização: a combinação de alta carga tributária brasileira, falta de subsídio para a ricultura e necessidade de importação de insumos cotados em dólar, fazem com que a margem de lucro de muitos produtores seja baixa. Isso acaba aumentando os riscos do agronegócio no país. 

Projeções futuras do agribusiness 

Saber as projeções para o agronegócio brasileiro é importante para identificar a direção que o mercado está tomando. Isso possibilita saber quais as tendências de demanda e preços, e as melhores oportunidades de investimento e posicionamento de produto.

De acordo com estudos publicados pelo Mapa, os itens que serão mais dinâmicos futuramente serão soja, algodão e milho, carnes suína, bovina, frango e frutas.

Isso será motivado, principalmente, pelo mercado de exportações e pela demanda estrangeira. Além de dinâmicos, todos esses itens também serão produtos com maior potencial de crescimento nos próximos 10 anos.

Como exemplo disso, podemos observar que a safra de grãos deve chegar a  331 milhões de toneladas na safra 2030/31, com um aumento total de 27% nos próximos 10 anos. Para isso será necessário um aumento de 12% da área cultivada.

Enquanto algumas culturas apresentarão expansão de área, outras terão redução. Observe a variação nas tabelas a seguir:  

Esse acréscimo de área virá da incorporação de áreas novas, de pastagens naturais e da substituição de áreas de outras lavouras.

Principais desafios e bases futuras do agro no Brasil

São muitos os pontos importantes e que irão reger o crescimento e sucesso do agronegócio brasileiro no futuro próximo. Dentre eles, se destacam:

  • Sustentabilidade: a necessidade do uso sustentável de recursos como terra, água, energia e insumos será crucial tanto no quesito ambiental como econômico do agronegócio;
  • Tecnologia: o uso de novas tecnologias de agricultura de precisão, sensoriamento remoto e automação agrícola já são uma realidade e aumentarão sua presença;
  • Mão de obra: a capacitação de mão de obra será necessária para o bom uso das tecnologias disponíveis atuais e futuras presentes no campo;
  • Infraestrutura: a necessidade de melhorar as vias de transporte e armazenamento de produtos e insumos para diminuir o desperdício da produção e aumentar os seus ganhos;
  • Pesquisa: será necessário um esforço grande em pesquisa para novas soluções, técnicas e tecnologias capazes de servir de base para os ganhos sustentáveis de produtividade necessários;
  • Gestão agrícola: uma gestão inteligente de propriedades agrícolas já é um diferencial e passará a ser decisiva no sucesso da atividade agrícola;
  • Marketing: o bom posicionamento de produtos e a necessidade de levar aos consumidores e tomadores de decisão informações precisas e corretas sobre o agronegócio serão cruciais para quebrar mitos sobre a produção agrícola brasileira, tanto no Brasil quanto no exterior. 

Impactos e benefícios

Não é difícil encontrar, em redes sociais ou outras fontes, narrativas contrárias ao setor, que consideram o agronegócio ruim. A maioria dessas narrativas são baseadas em alguns aspectos, como os seguintes:

  • Ambiental: uso exagerado de defensivos agrícolas que contaminam o meio-ambiente, extenuação dos recursos do solo e perda de biodiversidade pelo uso de monoculturas;
  • Econômico: concentração de renda mão de grandes produtores e de empresas internacionais, gerando pouco desenvolvimento ao Brasil;
  • Social: diminuição da oferta de empregos no campo causando êxodo rural e má distribuição de terras.

É fácil notar que muitos desses pontos já foram apresentados anteriormente e que os benefícios econômicos ao país são indiscutíveis.

A porcentagem de pequenos produtores no total das propriedades brasileiras mostra a importância da agricultura familiar. Isso principalmente em culturas de importância como feijão, fumo e mandioca.

Além disso, os avanços em maquinários e a diminuição da necessidade de mão de obra não são exclusivas do agronegócio e sim uma tendência global

Porém, se há diminuição de oportunidades diretas no campo, há aumento na cadeia produtiva do agronegócio. Ela engloba 37% de todos os trabalhadores do país.

Ambientalmente, nenhuma outra atividade no país requer preservação de grandes porcentagens de áreas de proteção ambiental como o agronegócio.

Além disso, as tecnologias de doses e aplicações de defensivos agrícolas têm apresentado grande avanço no sentido de menor impacto ambiental e substituição por produtos biológicos.

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Conclusão

Conhecer como está o agronegócio no Brasil permite saber como anda o mercado e além disso, possibilita fazer projeções e tendências realistas.

Considerando a importância do agronegócio para o Brasil e sua participação mundial, nota-se que a atividade será ainda mais crucial no futuro.

É uma necessidade para você, que produz, fazer do agronegócio uma atividade sustentável, baseada em seus 3 pilares: socialmente justa, economicamente viável e ambientalmente correta. 

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Você costuma acompanhar as movimentações do mercado agro? Gostaria muito de compartilhar ideias sobre o agronegócio no Brasil! Deixe seu comentário abaixo.

Armazenagem de grãos: o que você precisa saber sobre silos

Armazenagem de grãos: saiba como escolher entre silos bolsa, silo próprio de pequeno, médio porte ou silos de uso conjunto e dicas para evitar perdas

Investir em armazenagem de grãos é a certeza de que o planejamento estratégico da fazenda está na sua mão. E esse pode ser um grande diferencial na sua rentabilidade, além de ser fundamental para a comercialização agrícola

Para quem produz, saber bem em qual tipo de armazenagem investir é essencial. Ainda, essa etapa envolve muito planejamento e conhecimento das estruturas do seu próprio negócio.

Neste artigo, discutimos sobre os principais tipos de silos para grãos, inclusive suas vantagens e desvantagens para que você faça a melhor escolha! Boa leitura!

O que são as unidades armazenadoras de grãos?

Uma unidade armazenadora de grãos é uma estrutura que tem como finalidades o recebimento de grãos, sua conservação e distribuição. As unidades armazenadoras mais comuns são os silos e armazéns.

É muito importante que o armazenamento de grãos seja feito de forma correta e cuidadosa. Afinal, ele influencia nas características do produto a ser entregue ao mercado. Grãos armazenados em condições não ideais podem sofrer diversos danos, como: 

  • perda de qualidade sensorial;
  • diminuição nos teores de massa seca ou compostos específicos de qualidade;
  • ataques de patógenos e insetos que impactam no seu valor de venda.

É importante ressaltar que a qualidade dos grãos não pode ser melhorada, apenas preservada durante um bom armazenamento. Por isso é necessário entender onde armazenar seus grãos para que eles não se deteriorem e percam valor.

Quais são as regras para armazenar grãos?

Se você pensa em aproveitar seus silos e prestar o serviço de armazenagem de grãos, é necessário ficar de olho na Lei nº 9.973. Essa Lei regula essa atividade, e também deve ser considerada caso você queira conseguir um financiamento público para a construção.

Nela e na Instrução Normativa Nº 29 de 8 de Junho de 2011 há diretrizes para a instalação e manutenção de estruturas de armazenagem na propriedade. Isso garante a qualidade dos grãos armazenados, a segurança do ambiente e das pessoas.

Para a armazenagem de grãos, há uma lista de requisitos técnicos necessários para a obtenção da certificação de armazenamento.

  • Cadastramento;
  • Localização;
  • Infraestrutura;
  • Isolamento/acesso;
  • Ambiente de atendimento ao público;
  • Escritório;
  • Sistemas de pesagem;
  • Sistemas de amostragem;
  • Determinação da qualidade do produto;
  • Sistema de limpeza;
  • Sistema de secagem;
  • Sistema de movimentação do produto;
  • Sistema de armazenagem;
  • Sistema de segurança. 
planilha de controle de estoque

Quais são as etapas de armazenagem de grãos?

Desde a colheita, até o transporte e outras atividades de pré-armazenamento, há uma série de etapas a serem cumpridas para que a armazenagem de grãos seja eficiente. As principais etapas anteriores ao armazenamento são:

  • Recepção;
  • Amostragem;
  • Pré-limpeza;
  • Secagem;
  • Classificação;
  • Limpeza de sementes e grãos;
  • Armazenamento.

Essas etapas visam homogeneizar a amostra em termos de umidade e outras características do grão. Além disso, a etapa ajuda a classificá-los e retirar impurezas que podem causar problemas, além de diminuir a qualidade do lote.

Tipos de armazenamento de grãos

Existem estruturas para armazenagem de grãos com diferentes funções. Normalmente essas funções se referem às estruturas que são destinadas à armazenagem de longo prazo, com grãos secos.

Porém, existem outros tipos de silos de armazenagem com funções específicas:

  • Silos de espera: são os silos que recebem grãos ainda úmidos por um curto espaço de tempo, para posterior transporte e transferência a silos secadores;
  • Silos secadores: são silos que visam homogeneizar a umidade dos grãos a um nível pré-estabelecido. Esses silos podem apresentam ventilação forçada e sistema de aquecimento para agilizar o processo de secagem;
  • Silos de expedição: são silos elevados que recebem a massa de grãos dos silos armazenadores, facilitando a carga dos veículos transportadores. 

Para escolher o tipo de armazenagem ideal, é necessário ficar de olho em alguns detalhes. Afinal, alguns fatores podem influenciar a decisão da melhor solução para armazenamento na propriedade. Por exemplo:

  • Tipo do produto e suas características;
  • Tempo de armazenagem previsto;
  • Quantidade de produto a ser armazenado;
  • Maquinário disponível e mão-de-obra;
  • Incidência de pragas e patógenos na região;
  • Microclima do local do armazenamento;
  • Dimensão, relevo e face de exposição da propriedade.

Silos de bolsa

Os silos de bolsa, também conhecidos como “bags”, são alternativas àqueles construídos em estrutura metálica.

Nesse caso, é preciso que os grãos estejam secos para que não estraguem. Assim, avalie se o baixo custo desse tipo de armazenagem de grãos compensa os custos com secagem de grãos ou o risco de esperar o grão secar em campo.

Também considere que esse tipo de silo pode sofrer mais facilmente com ataques de animais, além de pragas agrícolas de armazenamento. Tudo isso pode danificar uma grande quantidade de grãos.

armazenagem de grãos
(Fonte: Dinheiro Rural)

Silos fixos ou permanentes

Os silos permanentes são unidades de armazenamento que podem ser construídas de diversos materiais. Mais comumente, encontram-se silos metálicos, de alvenaria, de concreto ou mesmo de madeira.

A escolha da dimensão e do material deve ser feita considerando as características da propriedade, do tipo de produto e da capacidade de produção.

Armazéns para sacarias

Nos métodos acima, os grãos são armazenados à granel. Porém, há também a opção de se alocar os grãos em sacos e armazená-los em um armazém. O armazenamento em sacaria possui diversas vantagens, como: 

  • maior controle de lotes;
  • maior facilidade em detecção e separação de grãos estragados;
  • menor custo de implantação;
  • possibilidade de armazenagem de produtos diferentes.

Por outro lado, esse tipo de armazenamento também possui desvantagens, como: 

  • menor capacidade de controle de condições microclimáticas;
  • facilidade na entrada de doenças e pragas;
  • maior custo com sacaria;
  • maior dimensão para a mesma carga em toneladas se comparado ao silo.

Unidades armazenadora nível fazenda para pequeno e médio produtor

Quando pensamos em silos de grande capacidade para armazenamento de grãos, principalmente de soja e milho, imaginamos a realidade de um grande produtor.

Porém, existem opções de unidades armazenadoras para pequenos e médios produtores que podem fortalecer suas capacidades de negócio. É importante que o planejamento seja bem feito, incluindo projeto técnico, custos operacionais, depreciação, maquinários etc.

As principais vantagens em possuir sua unidade armazenadora própria seria:

  • Venda de sua produção em períodos adequados;
  • Redução das perdas que ocorrem no campo;
  • Economia em transporte. Afinal, na safra os custos se elevam em relação à grande logística para transportar os grãos;
  • Maior rendimento na colheita (evita espera dos caminhões nas filas das unidades coletoras, na grande maioria em cooperativas de recebimento;
  • Melhor independência da estratégia de venda de seus grãos.

Silos de armazenamento em conjunto com outros produtores

Outra opção de armazenagem dos grãos são as estruturas conjuntas, sobretudo para produtores que não possuem muito espaço próprio. As cooperativas agrícolas utilizam bastante esse tipo de armazenagem de grãos. 

Dependendo da sua localização e dos acordos firmados entre os produtores, o armazenamento nesse tipo de unidade pode valer a pena. Para isso, coloque na ponta do lápis todo o custo de construção e manutenção de um silo próprio.

Após isso, considere esse custo de construção com o custo do armazenamento em unidades coletoras. Lembre-se de considerar também as vantagens e desvantagens em relação à estratégia de venda em cada uma dessas situações.

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(Fonte: Globo Rural)

O armazenador de grãos em silo próprio compensa?

Exemplo simples, apenas para refletirmos, seria uma unidade de armazenagem de sementes ou grãos de 50 mil sacas. Se o produtor consegue vender com R$ 2 a mais por saca no momento que achar melhor, isso daria R$ 100 mil a mais de rentabilidade.

Este valor poderia ser usado para quitar a parcela do investimento feito com aquisição da unidade armazenadora em agências financiadoras. Com uma média nacional de produção de grãos, em 5 anos esta unidade armazenadora se paga com investimento feito.

É claro que nem sempre encontramos oportunidades de mercado sempre acima com o armazenamento. Mas fica claro que o poder de barganha e a sua independência de estratégia é muito maior, podendo resultar em rentabilidades muito maiores.

Como fazer controle de custo dos silos com tecnologia?

Os silos são estruturas mais ou menos custosas, a depender do tipo que você escolher. Caso você decida implementar um silo na sua fazenda, é necessário ter na ponta do lápis o controle desses custos.

Nesses casos, contar com a tecnologia é fundamental para não dar margem para o erro.

Com o software de gestão rural Aegro você tem um controle detalhado desses gastos e da quantia exata armazenada, isso porque o sistema integra e simplifica o gerenciamento do campo ao escritório.

Veja mais sobre esses recursos em um vídeo rápido de demonstração que preparamos!

Como evitar perdas no armazenamento de soja, milho e outros grãos?

Alguns cuidados são cruciais para a boa manutenção das características dos grãos durante o armazenamento, evitando deterioração do produto e perdas financeiras.

  • Limpeza da unidade de armazenamento: realize a desinfecção das unidades: baixo custo e alta eficiência;
  • Verifique a umidade dos grãos: a umidade da massa de grãos deve ser medida no momento da entrada dos grãos na unidade de armazenamento e, periodicamente, durante o armazenamento. A umidade aliada à temperatura intensifica a perda de qualidade dos grãos.
  • Monitoramento de temperatura e aeração: esses dois fatores são essenciais para a manutenção da qualidade dos grãos. Tanto a temperatura quanto a aeração podem variar de acordo com a região em que seus grãos estão armazenados. 
  • Monitoramento de pragas e roedores: o monitoramento constante da unidade armazenadora é fundamental, pois permite a verificação de infestações por insetos; pragas; roedores; e até mesmo pássaros, no momento inicial, impedindo grandes perdas.
  • Tratamento da unidade: realizar o tratamento preventivo com a aplicação de inseticidas e até mesmo eliminação de pragas presentes nos grãos e muitas vezes invisíveis a olho nu. Opte por inseticidas residuais de contato ou pelo expurgo.
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Conclusão

Antes da armazenagem de grãos, é importante que você identifique todos os custos (financeiros e de mercado) e vantagens dentro de sua realidade. 

Softwares de gestão ou de planejamento de gastos são ferramentas tecnológicas que podem te auxiliar muito na escolha da melhor solução para o armazenamento da sua produção agrícola.

Assim, com todas essas informações e apoio de profissionais e empresas capacitadas, tenho certeza que tomará uma decisão mais consciente e a melhor para sua empresa rural!

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