About João Paulo Pennacchi

Sou engenheiro eletricista formado pela UNIFEI e engenheiro-agrônomo formado pela UFLA. Mestre e doutor em agronomia/fisiologia vegetal pela UFLA e PhD em ciências do ambiente pela Lancaster University. Atualmente desenvolvo pesquisa na área de fisiologia de culturas agrícolas pela UFLA.

Otimize seu maquinário com piloto automático agrícola

Piloto automático agrícola: entenda como funciona o sistema de máquinas automáticas e a possibilidade de uso em sua propriedade

A atividade agrícola deve ser executada da maneira mais profissional possível

Isso inclui o uso eficiente de recursos, máquinas, combustível, tempo e mão de obra. Os avanços tecnológicos fizeram com que muitas dessas atividades fossem automatizadas na agricultura. 

A automação agrícola envolve desde as práticas técnicas de campo até a gestão de pessoas. O piloto automático agrícola é um bom exemplo.

Neste artigo, confira os tipos de sistemas de piloto automático, quais operações podem ser realizadas com eles e muito mais! Boa leitura.

O que é o piloto automático agrícola?

O piloto automático das máquinas agrícolas funciona como um carro de controle remoto.  Isso quer dizer que o controle da máquina é remoto. Ou seja, não há contato direto do operador.

Porém, há uma diferença: um carro por controle remoto conta com um operador.

Na máquina em piloto automático, a operação acontece praticamente sem intervenção humana. Isso acontece através de uma série de processos.

A direção de deslocamento, velocidade, tempo de movimento e as paradas são coordenados com parâmetros pré-estabelecidos. A atividade a ser executada também é considerada.

Essa tecnologia também é chamada maquinário autônomo.

A evolução dos sistemas de piloto automático

Os sistemas de piloto automático começaram a se tornar possíveis a partir da década de 1990. O surgimento do GPS foi o motivo. 

A partir daí, as máquinas foram sendo adaptadas para executar de maneira automática algumas atividades. Por exemplo, andar em linha reta e seguir um trajeto pré-definido.

O papel do operador era diminuído, mas ainda necessário para atividades como: 

  • alinhamento da máquina no início do circuito;
  • controle de acionamento e levantamento do implemento acoplado;
  • manobra de retorno;
  • realinhamento à nova rota.

Alguns sistemas ainda são utilizados, baseando-se em sinais luminosos no campo ou na própria máquina. O objetivo é guiar o deslocamento do trator.

Porém, outros avanços nos últimos anos permitem que o piloto automático seja cada vez menos dependente da operação humana.

Como funciona o sistema de piloto automático?

A tecnologia de piloto automático se baseia em um sistema de georreferenciamento, como o GPS. 

A interação entre esse sistema e o sistema de controle da máquina e do implemento também são importantes.

Para isso, o sistema apresenta uma quantidade mínima de componentes:

Ilustração de máquina em preto e branco, com lupas em peças específicas

Componentes do sistema de piloto automático de um trator 

Fonte: (USP)

  • Antena (a): a antena recebe o sinal de georreferenciamento através do GNSS (Sistema de navegação global por satélites);
  • Computador (b): o computador de bordo contém o software. Através dele, é possível ajustar a rota, controlar o sistema de operação da máquina e do implemento de acordo com o sinal da antena;
  • Sensor de inércia (c): notifica oscilações e também faz a compensação da inclinação vertical;
  • Atuador da direção (d): adéqua e equaliza as rotas do trator e do implemento;
  • Sensor de esterçamento (e): acoplado às rodas do trator, permite controle automático do esterçamento da máquina.

Tipos de sistema de piloto automático

Existem dois tipos básicos de sistemas e estes são definidos de acordo com a interação entre a máquina e o implemento agrícola:

1. Sistemas passivos

Nesses sistemas, a rota é traçada baseada no deslocamento e posicionamento do implemento agrícola. 

A roda do trator é adequada para que o implemento avance de maneira correta.

Nos sistemas passivos, o trator e o implemento seguem rotas diferentes. Por isso, podem ocorrer danos em partes do cultivo pelo trator, principalmente em operações de tratos culturais.

2. Sistemas ativos

Nesses sistemas, o controle de posicionamento é feito com o trator e o implemento seguindo a mesma rota. Assim, há um maior controle sobre o deslocamento.

Nos sistemas ativos, há a necessidade de atuadores na máquina ou no implemento, ajustando suas rotas. 

Esses atuadores são normalmente mecânicos, elétricos ou hidráulicos.

Quais operações podem ser feitas com essa tecnologia?

A maior parte das atividades que envolvam tratores ou implementos agrícolas podem ser adaptadas para o uso de piloto automático

A possibilidade de ter uma máquina autônoma depende da capacidade de adequá-la para a tarefa.

O uso de máquinas com piloto automático pode ser feito para as seguintes tarefas:

  • Preparo do solo: essas máquinas podem ser usadas em conjunto com mapas de inclinação e fertilidade da área. Atuam tanto no preparo quanto na correção nutricional do solo;
  • Plantio: o piloto automático evita a sobreposição de plantio ou áreas vazias. Além disso, há melhor controle no número de sementes por área, melhorando o estande inicial;
  • Aplicação de produtos fitossanitários: o uso de piloto automático pode gerar uso mais eficiente de insumos e evitar toxicidade. Ele não permite a sobreposição de áreas. Além disso, permite que os produtos sejam aplicados em horários alternativos, com condições climáticas ideais.
  • Colheita: na colheita, o uso de máquinas autônomas pode evitar o amassamento de plantas e danos ao cultivo. Além disso, a velocidade é mais uniforme e evita perdas.
Foto de painel de bordo de máquina com piloto automático: é possível ver uma ilustração da lavoura com uma linha reta e uma seta vermelha, que indica o trajeto a ser feito pela máquina

Exemplo de tela de computador de bordo de máquina com piloto automático 

Fonte: (Hexagon)

Vantagens de utilizar o piloto automático

Existem diversas razões para investir e utilizar a tecnologia de piloto automático e máquinas autônomas. 

A maioria está relacionada ao aumento da eficiência e qualidade do serviço. A redução de custos ao longo prazo também é uma forte vantagem.

Mas existem outras:

  • Diminuição de falha humana;
  • Menor fadiga do operador;
  • Possibilidade de atuação sob baixa visibilidade devido à escuridão ou neblina;
  • Eficiência de aplicação e diminuição da sobreposição de áreas;
  • Maior homogeneidade da lavoura;
  • Diminuição do tempo de atividade e do gasto de combustíveis;
  • Redução na ociosidade do maquinário;
  • Menor possibilidade de dano à cultura ou ao maquinário;
  • Possibilidade de integração com outras técnicas de agricultura de precisão.

 Desvantagens do piloto automático agrícola

Apesar de todas as vantagens, o sistema de piloto automático exige um alto investimento.

Você também precisa de treinamento específico para uma boa utilização e aproveitamento de todas essas vantagens.

Há várias opções de marcas e modelos, com diferentes preços. Você deve verificar a viabilidade e o melhor sistema para seu maquinário.

Além disso, é importante incluir investimentos em maquinário e formação de pessoal antes de implementar o sistema.

Ao se decidir pela aquisição e uso dessa tecnologia, informe-se com o vendedor sobre as necessidades de instalação e calibragem do sistema em seu maquinário. 

Além disso, informe-se sobre custos dessas tarefas, caso não estejam incluídos.

banner-eficiencia-maquinas

Conclusão

O uso de tecnologias de automação são prioridades em tarefas relativas ao cultivo e à gestão da propriedade.

As máquinas autônomas já são uma realidade no Brasil, e você também pode ter essa tecnologia na sua lavoura.

Isso poderá trazer grandes vantagens, como a redução de custos e maior facilidade no trabalho. Vale a pena considerar esse investimento na lavoura.

Leia mais >>>

“Fazendas digitais: saiba mais sobre a nova maneira de produzir”

E você, já usa piloto automático agrícola na sua fazenda? Notou facilidade no seu trabalho no campo? Adoraria ler seu comentário!

Veja as soluções para os principais problemas na colheita do trigo

Colheita do trigo: saiba como programar, organizar e evitar problemas até na pós-colheita

Em qualquer atividade agrícola, planejamento e equipamentos adequados são necessários para evitar perdas. Eles também aumentam a sua produtividade.

Esses elementos são fundamentais até a colheita do trigo. Essa etapa impacta diretamente na qualidade e rendimento do produto final.

Neste artigo, você verá como passar pelas etapas mais importantes na colheita.

Veja também os principais problemas e soluções para diminuir perdas e aumentar a produtividade do trigo. Aproveite a leitura!

Sincronização de plantio e colheita do trigo

A colheita, apesar de ser a última atividade executada, deve ser planejada desde antes do plantio

No Brasil, as épocas de plantio são recomendadas conforme  as características específicas de cada região.

Essas recomendações são bem detalhadas para as datas de plantio nas principais áreas produtoras, tanto para trigo sequeiro como para irrigado. As datas de plantio podem variar de março a setembro.

Além da data de plantio, o ciclo da cultivar também irá influenciar na data da colheita. 

O ciclo do trigo pode variar de 100 a 170 dias. Isso depende da região e do cultivar escolhida (ciclo curto, médio ou longo). 

A colheita normalmente ocorre no inverno no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste. No Sul, acontece na primavera.

Esse é o primeiro desafio da colheita: estar em sintonia com as culturas anteriores e com a preparação posterior da área de plantio.

Esquema gráfico que representa as datas de plantio e colheita de trigo no Brasil, a depender da região

Datas de plantio e colheita de trigo no Brasil

(Fonte: adaptado de Conab)

Principais problemas na colheita do trigo

Ao longo da colheita, vários problemas podem aparecer na sua lavoura. Dentre esses problemas, é possível destacar dois principais.

Problemas climáticos

As condições climáticas podem causar problemas na colheita do trigo. Eles afetam muito as condições da lavoura.

Como as condições climáticas são difíceis de ser controladas, é importante ficar por dentro das previsões climáticas. Faça a escolha da melhor cultivar para a região, cuide da janela de plantio e das condições esperadas.

Isso pode ser feito com a ajuda de meios de informação, serviços meteorológicos ou um sistema especializado em agronegócio.

Como o Aegro que, em parceria com a Climatempo, oferece previsões meteorológicas de hora em hora integradas à gestão da fazenda. Além disso, há também histórico de chuva e da janela de pulverização. 

Geadas

Na região Sul do Brasil,  a ocorrência de geadas no mês de agosto e até setembro podem comprometer a floração e frutificação da lavoura. 

Isso diminui a produtividade, encurta o ciclo da cultura e adianta a colheita.

Chuvas

Outro fator importante são as possíveis chuvas de primavera durante a colheita no Sul. 

Chuvas de curta duração e pouco volumosas podem não causar danos físicos. No entanto, elas podem alterar a umidade das palhadas e do grão, dificultando a colheita.

Ainda na região Sul, chuvas mais fortes, granizo ou vendavais podem causar a derrubada de plantas e acamamento. Por isso, a produção é comprometida caso esses eventos aconteçam na proximidade da época de colheita.

Umidade e calor

Outro problema potencial é a perda de qualidade tecnológica do trigo por germinação de sementes na espiga

Isso ocorre quando há condições de maior umidade (provavelmente após a chuva) e aumento da temperatura. Essas condições meteorológicas provocam a quebra de dormência da semente ainda na planta.

Problemas técnicos 

Os principais problemas técnicos relacionados à colheita do trigo são causados pela regulagem da colhedeira.

O principal modelo de colhedeira de trigo se baseia no sistema de trilha. As principais regulagens que devem ser realizadas na colhedeira são:

  • Velocidade da máquina;
  • Altura de corte da plataforma;
  • Rotação do molinete e do cilindro;
  • Abertura do côncavo.

As recomendações variam conforme a umidade do grão e a altura das plantas

O ideal é iniciar a colheita com grãos em umidade entre 16% e 18%, terminando com umidade em torno de 14% a 13%. Além disso, a velocidade de colheita deve ser entre 5 km/h e 8 km/h.

A boa escolha  desses parâmetros diminui os danos mecânicos nos grãos.

Tabela com indicativo de parâmetros de colhedeira de trigo, em relação à abertura entre cilindro e côncavo e rotação do cilindro

Indicativo geral para parâmetros de colhedeira de trigo

Cuidados pós-colheita

As principais atividades  da pós-colheita de trigo são a secagem e o armazenamento.

A umidade recomendada para o armazenamento do grão de trigo é de 13%. Ela pode ser ajustada em pós-colheita por secagem natural ou forçada. 

A  temperatura de secagem deve estar entre 40 e 60 graus.

Abaixo, são mostrados os principais manejos para evitar perdas durante o armazenamento

  • Manejo integrado de pragas;
  • Tratamento preventivo e/ou curativo de grãos em casa de infestação;
  • Monitoramento da massa de grãos;
  • Avaliações de fungos tóxicos e micotoxinas;
  • Avaliações de resíduos de produtos químicos ou contaminantes.

Importância do trigo no Brasil

O trigo é uma cultura de grande importância alimentar ao redor do mundo. Ele representa até 30% das calorias consumidas diariamente

Os maiores produtores mundiais são a União Europeia, seguida de China, Índia e Rússia.

No Brasil, o consumo de trigo tem aumentado nos últimos anos, aquecendo o mercado e a produção no país. 

A produção quase dobrou nos últimos 10 anos.

A principal região produtora de trigo no Brasil é a região Sul, com destaque para os estados do Rio Grande do Sul e Paraná

Há expansão do trigo para o Sudeste e Centro-Oeste. Isso principalmente em regiões com temperaturas mais amenas em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul.

e-book culturas de inverno Aegro

Conclusão

A produtividade agrícola é dependente de muitos fatores no campo. Porém, por estar mais próxima ao final do ciclo da cultura, a colheita é muito importante.

É muito importante entender e corrigir os principais problemas relacionados à colheita.

Devido às peculiaridades dessa cultura nas diferentes regiões do território nacional, você deve sempre recorrer a um profissional

Ele irá fazer recomendações específicas para sua microrregião e condições de cultivo.

E você? Já está se preparando para a colheita do trigo? Conte aqui nos comentários o que você tem feito!

8 melhorias que a mecanização agrícola traz para a sua fazenda

Mecanização agrícola: entenda as vantagens, o uso de tecnologias mais modernas na propriedade e as principais técnicas disponíveis atualmente

O dia a dia de quem produz é desafiador

A execução das atividades no campo é definitiva para o sucesso ou fracasso do seu negócio. 

Aumentar a eficiência dos processos na propriedade é uma necessidade. A mecanização agrícola te dá mais organização, desde o preparo do solo até a pós-colheita.

Neste artigo, você conhecerá mais sobre as técnicas de mecanização agrícola, os benefícios do seu uso e os principais desafios. Confira!

O que é mecanização agrícola?

A mecanização agrícola é o conjunto de técnicas utilizadas no planejamento, execução e desenvolvimento dos processos de produção. Tudo isso acontece com o uso de máquinas, implementos, ferramentas ou qualquer outro meio mecânico. 

Em diferentes escalas, essa mecanização já vem acontecendo desde o começo das atividades agrícolas. 

Benefícios da mecanização agrícola

A invenção de ferramentas e técnicas sempre esteve ao lado de quem produz.

A mecanização é motivada por uma ou várias necessidades, e traz benefícios como:

  • economia de recursos, insumos e tempo;
  • aumento da velocidade de execução de uma tarefa;
  • menor necessidade de mão de obra;
  • aprimoramento da qualidade e eficiência da atividade;
  • menos retrabalhos;
  • sustentabilidade ambiental e econômica;

A mecanização agrícola pode solucionar grandes gargalos da atividade agrícola. Grande parte da evolução da agricultura está ligada à mecanização.

A tendência é que essa relação também seja responsável pelas alterações futuras do meio agrícola. 

Afinal, a melhoria dos processos de automação e mecanização são uma das bases da chamada Agricultura 4.0.

banner - eficiencia de maquinas agricolas

Dificuldades nas atividades agrícolas

As limitações da atividade agrícola são, em geral, relacionadas a 3 pontos principais:

  • a terra;
  • a mão de obra;
  • o capital.

No Brasil, o maior gargalo está relacionado ao capital. 

Isso ocorre principalmente pelos altos custos de produção. As altas taxas tributárias para compras de insumos e máquinas também são uma causa.

Otimizações no uso e preparo da terra e maior eficiência de mão de obra podem gerar retorno positivo. 

Dessa forma, soluções que diminuem custos e aumentam o controle e a eficiência darão maior rentabilidade ao negócio.

Ilustração com fundo preto, que mostra em blocos coloridos os três fatores  da mecanização agrícola do aumento de rentabilidade: controles, eficiência, custos.

Fatores de aumento da rentabilidade

(Adaptado de: ScadiAgro)

8 melhorias que a mecanização agrícola traz para a sua fazenda

1. Preparo do solo

Ferramentas mecânicas como escarificadores, grades, arados e subsoladores auxiliam no preparo do solo. 

O uso de implementos mecanizados pode aumentar a qualidade do preparo, diminuindo os riscos de erosão e permitindo sistemas como o plantio direto.

Mecanização agrícola: foto de um arado subsolador vermelho, em um fundo branco

Arado subsolador

(Fonte: Ruralista)

2. Correção do solo

O processo de calagem é crucial para adequar condições do solo para a cultura. Usar máquinas para distribuição homogênea desses insumos diminui o desperdício e aumenta a eficiência.

Foto de um distribuidor de calcário vermelho, com uma grande caçamba e quatro rodas

Distribuidor de Calcário

(Fonte: Agriexpo)

3. Adubação

As adubadoras são máquinas primordiais para menores perdas na aplicação e homogeneidade de fertilizantes. Isso tanto em pré-plantio quanto cobertura.

4. Plantio

A operação de plantio é crucial para o desenvolvimento de um estande inicial de plantas e potencial produtivo. As semeadoras de plantio convencional e direto aumentam muito a eficiência do processo.

Mecanização agrícola: Foto de uma semeadora adubadora verde, com várias rodas pequenas no centro e duas rodas grandes nas extremidades.

Semeadora adubadora

(Fonte: Agrofry)

5. Pulverização

Máquinas pulverizadoras são muito utilizadas durante o ciclo de produção. 

Elas são úteis na aplicação de fertilizantes ou para o controle de pragas, doenças e insetos, além de manter a capacidade produtiva da lavoura

Mecanização agrícola: Foto de um pulverizador autopropelido amarelo, da marca PLA

Pulverizador autopropelido

(Fonte: Interagrovial)

6. Sistemas de irrigação

O controle da umidade do sistema solo-planta pode ser feita por diversos sistemas mecânicos de irrigação, como pivô central

Esse controle permite maiores potenciais produtivos, além do uso racional de água no cultivo.

7. Colheita

A mecanização da colheita através de colhedeiras permite a diminuição nas perdas. Além disso, há mais rapidez no processo, o que evita degeneração na qualidade do produto final.

Foto de colhedeira de grãos vermelha

Colhedeira de grãos

(Fonte: Cenep)

8. Pós-colheita

O processamento da produção pode incluir tarefas como a classificação, limpeza, secagem e ensilagem. O uso de máquinas permite maior homogeneidade e velocidade nesse processo, garantindo maior qualidade do produto final.

Técnicas modernas e o futuro da mecanização agrícola

A Agricultura Digital é um conceito que está ganhando bastante destaque no meio agrícola. Ela se baseia no uso de tecnologias de ponta em várias atividades.

A automação agrícola é uma de suas bases.

Inovações tecnológicas serão ainda mais vistas na mecanização agrícola. Dentre essas novas ferramentas, há:

  • Drones e aviões: podem ser usados tanto para o monitoramento de características das áreas como para aplicação de insumos como fertilizantes e defensivos.
  • Sistema de localização: permite mapear diferentes áreas da propriedade com alta resolução;
  • Sensores: captam de dados do solo, planta ou clima sem interrupções e de maneira mais eficiente;
  • Máquinas autônomas: dispensam a mão de obra humana e executam atividades por meio da combinação de sensores e sistema de localização. Isso acontece baseado em dados pré-coletados ou em tempo real;
  • Sistemas inteligentes: controlam atividades como irrigação, de maneira mecânica e com pouca ou nenhuma intervenção humana;
  • Agricultura de precisão: se baseia no uso das tecnologias acima mencionadas para um monitoramento da propriedade;

Conclusão

São várias as etapas da produção agrícola que podem ser melhoradas através do uso da mecanização e automação.

A mecanização agrícola permite uma maior otimização de processos por meio da economia de tempo, dinheiro e recursos

O uso combinado dessas técnicas pode levar a um aumento grandioso da eficiência da propriedade. Por isso, não deixe de considerar essas tecnologias.

>> Leia mais:

“Quanto custa o abastecimento de máquinas na sua produção agrícola?”

“Consultor gera economia de R$ 20 mil em operações de máquinas usando software rural”

Restou alguma dúvida sobre a mecanização agrícola? Quais ferramentas você ainda não implantou? Adoraria ler seu comentário!

5 formas de implementar a automação agrícola na sua fazenda

Automação agrícola: veja quais são as possibilidades, os benefícios, áreas de atuação e muito mais!

A agricultura mundial está em um processo de modernização nas últimas décadas. O aumento da eficiência de processos e um controle maior de atividades são os objetivos.

Por isso, o conceito de agricultura 4.0 tem sido bastante discutido no campo.

Tratores, semeadoras, pulverizadores e colhedeiras vêm sendo automatizados. A avaliação de lavouras por meio de drones e softwares de gestão de recursos humanos também.

Neste artigo, você saberá mais sobre como a tecnologia de automação está presente nas atividades agrícolas e todos os seus benefícios. Aproveite a leitura!

Importância da automação para a Agricultura 4.0

Você já deve saber que as principais bases da Agricultura 4.0 são:

  • gestão a partir de dados;
  • produção a partir de novas ferramentas e técnicas;
  • sustentabilidade;
  • profissionalização.

A automação tem papel importante em cada uma dessas etapas. 

Ela gera dados confiáveis e em intervalos de tempos melhores. Isso permite maior assertividade nas tomadas de decisão e gestão da propriedade.

A automação agrícola também é crucial no uso e implantação de novas ferramentas e técnicas agrícolas baseadas em sensores mais modernos. 

Ela permite a implantação da agricultura de precisão

Essa maior assertividade diminui o desperdício e uso indevido de recursos como água, produtos químicos, sementes e combustível.

A consequência é um aumento da sustentabilidade ambiental e econômica do agro.

Esse conjunto de técnicas também aumenta a profissionalização das atividades, desde o campo até a administração. Isso diminui muito os seus riscos. 

Áreas de atuação da automação agrícola

Há várias áreas que podem ser automatizadas ou adaptadas para o uso de avanços tecnológicos

Muitos desses avanços estão relacionados ao uso de diversas tecnologias da automação industrial

Sensores, micro controladores e sistemas de localização, como o GPS, são alguns exemplos.

A automação agrícola está presente em áreas como:

  • Captação de dados: o uso de sensores para medições de características de solo, planta e clima aumenta a capacidade de monitoramento dos cultivos;
  • Máquinas e sistemas inteligentes: tratores e implementos com maior tecnologia permitem um manejo diferencial de áreas com características diferentes. Elas são verificadas através dos dados captados;
  • Localização: o uso de tecnologias como o GPS permite o uso combinado de dados e máquinas de sistema inteligente. Eles geram mapas específicos de cada área de acordo com produtividade, características do solo, doenças, nutrição, etc.
  • Armazenagem e análise de dados: o armazenamento de dados em nuvens e o uso de sistemas de análise aumentam a capacidade de entendimento dos processos na atividade agrícola;
  • Gestão: a automação de atividades como controle de estoque, horários de funcionários, compra e venda de produtos auxiliam na gestão da propriedade. Como consequência, os desperdícios são diminuídos e os processos ganham mais eficiência.

5 tecnologias disponíveis para automação agrícola

1. Sensores

Existem inúmeros tipos de sensores para avaliação do sistema de produção agrícola. Alguns exemplos são sensores de:

  • umidade;
  • compactação de solo;
  • temperatura e umidade do ar;
  • coloração e teor de água da vegetação, entre outros.
Sensor de umidade sobre planta. O sensor é pequeno, redondo e prateado.
Sensor de umidade foliar
(Fonte: Walz)

2. Máquinas

Tratores, pulverizadores, semeadoras e colhedeiras com GPS, piloto automático e aplicação diferencial têm grande desenvolvimento tecnológico. O melhor de tudo é que eles têm estado cada vez mais viáveis.

Esquema que mostra como o herbicida é aplicado, através de uma máquina.
Esquema de aplicação diferencial de herbicida
(Fonte: Agronline)

3. Drones e aviões 

O uso de equipamentos que permitam o sensoriamento remoto do cultivo aumenta a capacidade de cobertura e o monitoramento da área.

Além disso, eles podem ser usados também para aplicações de produtos com maior alcance e menor tempo.

Foto de drone sobrevoando lavoura
Drone em uso em área agrícola
(Fonte: Atomic Agro)

4. Sistemas inteligentes

Sistemas automáticos que recebem dados e tomam decisões são uma opção para manejos automáticos. A irrigação é um dos principais.

Um conjunto de sensores e microcontroladores são suficientes para automatizar um sistema de irrigação.

5. Softwares de gestão 

Atualmente, existem opções de softwares de gestão que auxiliam no controle de equipamentos, bens de consumo e pessoas, tanto no campo quanto no escritório. 

Eles substituem o uso de planilhas físicas, uma vez que oferecem uma análise de dados mais rápida, segura e eficiente, otimizando a administração da lavoura.

Um bom exemplo disso é o Aegro, sistema que garante maior controle da fazenda de ponta a ponta, automatizando processos e organizando fluxos de trabalho com poucos cliques.

Foto de uma tela do app Aegro, na apa de operações de safra. Na tela, é possível ver todas as tarefas em andamento.
Planeje e acompanhe todas as operações da safra a partir do Aegro

A partir dessas informações, o software gera indicadores de produção que te ajudam a entender os custos por cultivar, qual o talhão mais produtivo, entre outras métricas de desempenho. 

Foto de uma tela do app Aegro, na aba de análise de cultivos. O andamento dos cultivos é exposto através de barras verdes.
No Aegro, você consegue personalizar sua análise do cultivo

Além disso, ele reúne diversas soluções em tecnologia agrícola, inclusive algumas que citamos anteriormente, em uma só ferramenta.

Como a integração com os sistemas de maquinário da Climate FieldView™ e o Operations Center da John Deere, as imagens NDVI por satélite e os mapas de calor para o manejo de pragas e doenças.     

Você pode pedir uma demonstração do Aegro ou testar o app gratuitamente na sua propriedade por 7 dias!

A agricultura digital e de precisão

O uso do conjunto de tecnologias de automação e comunicação é uma das bases da Agricultura Digital.

Um dos benefícios do uso da agricultura digital é a possibilidade de aumentar a eficiência e assertividade das atividades agrícolas. 

Isso também é conhecido como agricultura de precisão.

A agricultura de precisão é extremamente dependente da automação agrícola na captura de dados por meio de sensores, direta ou remotamente. 

Ela também necessita dos sistemas de localização precisos, que se comuniquem com máquinas automáticas e tecnologia de ponta, como os recursos do Aegro.

Tela do app Aegro, na aba de informações das máquinas. É possível ver todas as tarefas realizadas pelo maquinário.

O Aegro conecta informações das operações realizadas pelas suas máquinas

Isso permite criar e armazenar informações em tempo real ou avaliar no detalhe áreas específicas de talhões. 

Esse processo auxilia no entendimento dos possíveis pontos de melhoria.

Por exemplo, é possível realizar um manejo diferente e mais eficiente em uma área que teve menor produtividade. 

Afinal, você poderá enxergar os problemas de maneira mais prática e rápida, e terá mais tempo hábil para tomadas de decisões.

Foto de uma tela do app Aegro, na aba de imagens NDVI. É possível ver a lavoura através de vista aérea, com as marcações de NDVI na tela.

Monitoramento da saúde e produtividade da lavoura pelos mapas NDVI no Aegro

Conclusão

A agricultura moderna tem sofrido extrema pressão para o aumento da produtividade agrícola. O uso sustentável de recursos e a proteção ambiental também estão nessa agenda. 

Os métodos citados neste texto deixaram de ser um diferencial e estão sendo obrigatórios no meio rural.

A aplicação de técnicas de automação tende a aumentar a capacidade de produção e de uso de recursos

Elas mapeiam os pontos limitantes e dão a você maior autonomia e capacidade de gerenciamento da sua propriedade.

>> Leia mais: “Conheça as 8 melhorias que a mecanização agrícola traz para a sua fazenda

Quais meios de automação agrícola você já utiliza na sua fazenda? Quais ainda não utiliza, mas implementará em breve? Deixe seu comentário abaixo!

Por que o uso da glicina betaína na agricultura é uma aliada da produtividade

Glicina betaína na agricultura: sua importância em resposta a estresses em plantas, sua formação e o potencial uso na lavoura

A produtividade agrícola depende de diversos fatores importantes, como os estresses abióticos. Esses estresses são grandes causadores da diminuição da produtividade.

Existem duas maneiras de lidar com essa situação: prevenindo que aconteça e amenizando seus efeitos nas plantas.

Prevenir estresses não é uma prática agrícola simples, apesar de você poder usar técnicas como a irrigação em casos de seca ou altas temperaturas. 

Neste sentido, a glicina betaína pode ajudar muito!

Quer entender melhor como ela age nos cultivos agrícolas e como você pode fazer o máximo aproveitamento em sua lavoura? Confira a seguir!

O que é a glicina betaína?

A glicina betaína é uma molécula classificada como uma amina quaternária. Ela contém em sua fórmula elementos químicos como oxigênio, hidrogênio, carbono e nitrogênio.

Fórmula química de uma glicina betaína

Fórmula química de uma glicina betaína
(Fonte: FCiências)

A glicina betaína é sintetizada nos cloroplastos das plantas a partir da colina, um nutriente com metabolismo similar ao de aminoácidos.

Ela é uma molécula presente inicialmente em folhas, mas que pode ser transportada pela planta.

Ela não é o final da cadeia de reações e pode ser precursora de outras moléculas como o piruvato, o hormônio etileno e o aminoácido metionina, através de outras vias metabólicas.

Qual a função da glicina betaína?

A glicina betaína, como molécula isolada, tem função de osmoproteção nas células vegetais. 

Osmoprotetores são moléculas capazes de se acumular em células, evitando a perda excessiva de água para as células vizinhas, atuando no ajuste osmótico.

O princípio de ação dos osmoprotetores é aumentar a quantidade de solutos dentro de uma célula para evitar que a água saia dessa célula para outra, por meio da osmose.

Existem alguns tipos de moléculas com função de osmoproteção, como: as betaínas (de onde deriva a glicina betaína), os aminoácidos (como a prolina) e açúcares (como a trealose).

Quando a osmoproteção é necessária em plantas?

A osmoproteção é normalmente necessária em plantas quando, por algum motivo, o teor de água nas células vegetais vivas começa a diminuir

Esse processo evita a perda excessiva de água e a dessecação da célula vegetal.

Os estresses abióticos, como seca, temperatura alta e salinidade causam diversas reações nas plantas, desde processos bioquímicos, fisiológicos ou físicos, alterando seu metabolismo e diminuindo sua eficiência.

Esses estresses acabam sendo indutores dessas alterações, como:

  • seca: a diminuição da água no solo pode acontecer por um balanço negativo entre evapotranspiração do sistema solo-planta e a pluviosidade. Isso diminui o potencial hídrico do solo e gera diminuição da entrada de água nas células das raízes;
  • alta temperatura do ar: aumento da temperatura do ar causa maior pressão para a transpiração pelos estômatos para diminuir a temperatura foliar, além de aumentar também a evaporação de água do solo. Isso agrava ainda mais os efeitos da seca;
  • salinidade: solos com elevados níveis de sal tem um potencial hídrico reduzido, causando maior retenção de água em suas partículas e aumentando a dificuldade das raízes em retirar água do solo, causando um efeito similar ao da seca.

A combinação dos três fatores normalmente causa um estresse de maior impacto, elevando os riscos de desidratação das células das plantas e aumentando a necessidade de mecanismos de osmoproteção.

Como a água é transportada nas plantas?

O fluxo de água pela planta se dá pela diferença de potencial hídrico na trajetória solo-planta-atmosfera. Os valores, normalmente, são muito maiores no solo, depois na planta são muito menores no ar atmosférico.

O potencial hídrico é sempre um valor negativo. Abaixo você verá valores comuns para o potencial no solo, no interior da planta e na atmosfera.

Perceba que os valores são muito maiores (próximos a zero) no solo e muito mais negativos no ar, definindo o fluxo de água.

Esquema do potencial hídrico no sistema solo-planta-atmosfera

Esquema do potencial hídrico no sistema solo-planta-atmosfera
(Fonte: USP)

Qualquer diminuição no teor de água no solo poderá causar uma diminuição no conteúdo de água interno da planta. 

A diminuição nos teores internos de água inicia um processo de sinalização ao longo da planta, desencadeando a síntese de diversas moléculas e a alteração de vários processos, bioquímicos, fisiológicos e físicos.

Qual o modo de ação da glicina betaína?

A busca por soluções para uma resposta mais eficiente de plantas a estresses abióticos tem passado pelo uso de substâncias com efeito protetor aos danos causados nos processos bioquímicos, fisiológicos e físicos do metabolismo vegetal.

A síntese de glicina betaína é aumentada após a sinalização de diminuição do teor de água na planta. O aumento desses compostos causam uma série de efeitos na planta em diversos níveis e locais.

Inicialmente, esses efeitos são relacionados à manutenção da turgescência, ou seja, evitando a murcha celular, mas também apresentam funções específicas. 

Veja quais são as mais importantes:

  • diminuição de radicais livres sintetizados em resposta ao estresse;
  • proteção dos sistemas de recepção de luz das plantas;
  • manutenção da fotossíntese e da atividade de enzimas relacionadas a ela;
  • manutenção da integridade de membranas;
  • homeostase iônica;
  • proteção de órgãos de reprodução;
  • osmorregulação e osmoproteção;
  • acúmulo de outras moléculas de resposta a estresses, como a prolina.

Qual é a utilidade da glicina betaína na agricultura?

A síntese de glicina betaína é inerente às plantas em condições de estresses abióticos, mas sua aplicação no sistema pode trazer benefícios. 

Ela pode ser utilizada como um bioestimulador, causando um efeito inicial na planta.

Ao se aplicar a molécula de maneira externa, é causada uma indução de estado de alerta da planta, prévio ao evento de estresse. 

Isso pode gerar uma resposta mais rápida e eficiente dos mecanismos de proteção à diminuição do teor de água nas células, seja qual for o estresse responsável por isso.

Já foram reportados efeitos positivos da aplicação de glicina betaína na agricultura, via solo, foliar ou por fertirrigação.

Dentre elas há grãos, hortaliças, oleaginosas e forrageiras, como arroz, feijão, soja, cevada, trigo, milho, aveia e azevém.

Além disso, existem produtos registrados para aplicação de glicina betaína, como Vegetal B60, Amino Proline, e outros com presença de precursores da molécula, como o Biopower Gold.

Recomendações de uso da glicina betaína

Aqui apresentamos a recomendação de uso dos produtos Amino Proline  e Bipower Gold para algumas culturas agrícolas de interesse:

tabela com recomendações de uso de produtos

Recomendações de uso de produtos
(Fontes: Bulas de Amino Proline e Biopower Gold)

planilha de controle dos custos com insumos Aegro, baixe grátis

Conclusão

O uso de bioestimulantes é uma opção viável para diminuir os impactos causados por fatores não-ideais.

A previsão futura é de que a atividade agrícola estará cada vez mais à mercê de eventos climáticos pouco previsíveis e que podem causar severas perdas à agricultura mundial. 

O uso da glicina betaína na agricultura tem sido visto como uma opção viável para reduzir os impactos da diminuição do teor de água em células vegetais. 

Sua ação pode manter o potencial produtivo de culturas agrícolas, mesmo em condições não-ideais de cultivo.

>>Leia mais:

“Saiba como funcionam os bioativadores e quais são os tipos disponíveis no mercado”

Você já conhecia os potenciais do uso da glicina betaína na agricultura? Assine nossa newsletter para receber mais conteúdos como esse!

Guia rápido da adubação de boro e zinco no café

Boro e zinco no café: entenda a importância desses nutrientes para a sanidade, vigor e produtividade do cafeeiro e as opções de produtos 

A nutrição de plantas é, junto do clima e da interação de microrganismos, um dos fatores primordiais para a produção vegetal. 

Cada tipo de nutriente apresenta particularidades com relação às suas fontes, modo de absorção, teores recomendados, mobilidade no solo e na planta, pH ideal para absorção, dentre outros.

Por isso, fazer o manejo adequado de micronutrientes pode te ajudar a garantir a produtividade do café.

Neste artigo, você verá  a importância de micronutrientes específicos como boro e zinco para a cultura do cafeeiro e as suas formas de correção na lavoura. Acompanhe!

O que são micronutrientes e qual a sua importância?

Os nutrientes minerais se dividem entre macro e micronutrientes, conforme a quantidade necessária para o desenvolvimento vegetal.

Apesar de serem requeridos em menores quantidades, os micronutrientes são tão limitantes para a produtividade quanto os macronutrientes. 

Conforme a lei do mínimo, a produção é definida pelo elemento mais limitante no solo, seja ele um macro ou micronutriente.

foto de um barril de madeira com as siglas dos nutrientes  e no meio onde estão N, P e K tem uma abertura saindo grãos de soja e espalhando para fora - Lei do mínimo para a produção vegetal
Lei do mínimo para a produção vegetal
(Fonte: AgroFácil)

Nutrientes podem ser considerados essenciais para as plantas quando se encaixam nos critérios de essencialidade. São eles:

  • ser parte de um composto vital para a planta; 
  • ser necessário para que a planta complete seu ciclo de vida;
  • não pode ser substituído por outro nutriente ou elemento.

Os micronutrientes vegetais são: boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo) e zinco (Zn). 

Cada um desses elementos tem funções específicas no metabolismo de plantas. As deficiências de boro e o zinco são frequentes na agricultura brasileira.

O boro no cafeeiro

Funções

O boro é um micronutriente essencial para plantas e atua em múltiplas funções, como:

  • germinação do grão de pólen e crescimento do tubo polínico: isso faz com que o boro seja primordial para o desenvolvimento e pegamento de florada, influenciando no potencial de produção de frutos;
  • divisão e diferenciação celular, síntese de celulose e lignina, e síntese de parede celular: isso aumenta a resistência das plantas ao ataque de pragas e doenças;
  • translocação de açúcares da folha para outros órgãos;
  • crescimento de meristemas.

Sintomas da deficiência

A deficiência de boro nas plantas é comum em condições de campo devido à sua alta mobilidade no solo e potencial lixiviação.

Os principais sintomas dessa deficiência nutricional no cafezal aparecem em folhas novas e regiões de crescimento. Os mais comuns são: 

  • folhas menores, verde-claras e com deformações;
  • diminuição do crescimento radicular; 
  • morte da gema apical e superbrotação;
  • baixo pegamento de florada.
três fotos com sintomas da deficiência de boro em café: folhas verde-claras, deformadas e superbrotação
Sintomas da deficiência de boro em café: folhas verde-claras, deformadas e superbrotação
(Fonte: Emater)

Correção

O boro é um nutriente com alta mobilidade no solo, porém com baixa mobilidade na planta, sendo imóvel no floema. Sendo assim, a recomendação é de correção de boro via solo.

Os teores ideais desse nutriente são de 40-80 ppm em nível foliar, ou acima de 0.5 mg/dm3 no solo. Em valores abaixo desses, a correção é recomendada.

As principais fontes de boro para aplicação no solo são o ácido bórico, o Boráx e a ulexita. Os dois primeiros são solúveis em água, e a solubilidade da ulexita depende da razão entre sódio e cálcio, que também fazem parte desse composto.

As recomendações para a produção do cafeeiro são de 6,5g de B por saca de café ou, para 30 sacas/ha, seriam necessários cerca de 200 g/ha de B, o que representa cerca de 1 kg/ha de ácido bórico. 

Porém, devido à alta lixiviação e perda, não é incomum que doses maiores sejam recomendadas, como de 2 a 6 kg/ha de boro.

Toxidez

Níveis de boro com cerca de 100 ppm em nível foliar são considerados tóxicos. Os sintomas de toxidez são folhas rajadas de verde e amarelo com bordas deformadas.

O zinco no cafeeiro

Funções

O zinco também é um micronutriente essencial para plantas e atua em múltiplas funções, dentre elas:

  • componente de enzimas: são importantes como facilitadores de reações da fotossíntese durante a formação da glicose;
  • atua na síntese do triptofano: esse aminoácido é precursor da molécula de auxina, um importante regulador do crescimento de plantas;
  • importante na síntese de proteínas.

Sintomas da deficiência

A deficiência de zinco é comum no cafeeiro. Os sintomas aparecem normalmente em folhas novas, devido à sua baixa mobilidade na planta, assim como o boro. Os mais comuns são: 

  • folhas alongadas, finas e com bordas enroladas;
  • destaque das nervuras verdes pelo amarelecimento do limbo foliar; 
  • encurtamento de internódios nas pontas dos ramos com formação de roseta;
  • redução de tamanho dos frutos.
Sintomas da deficiência de boro em café: folhas alongadas e finas, nervuras verdes e limbo amarelado
Sintomas da deficiência de boro em café: folhas alongadas e finas, nervuras verdes e limbo amarelado
(Fonte: Yara)

É importante ressaltar que os sintomas de deficiência de zinco são semelhantes aos sintomas de toxidez por glifosato, sendo primordial detectar sua origem para decidir o melhor manejo.

Correção

A correção de zinco pode ser feita via solo ou foliar no cafeeiro. Os teores ideais são de 8 a 20 ppm em folhas e em torno de 3 mg/dm3 no solo.

A recomendação de 6 kg/ha de zinco é comum para a adubação via solo. Nesse caso, você deve se atentar a alguns fatores que podem diminuir a disponibilidade de zinco para a planta. São eles:

  • presença de fósforo (P) em excesso;
  • solos mais arenosos;
  • aumento do pH do solo.

Toxidez

Os níveis de toxidez de zinco podem variar conforme a fase de desenvolvimento da cultura. Porém, valores acima de 20 ppm nas folhas são normalmente considerados como tóxicos. 

O excesso de zinco em época de florada pode causar abortamento de flores

O monitoramento das quantidades de zinco no solo e na folha, assim como o acompanhamento preciso das atividades de manejo da lavoura, são importantes para detectar a possibilidade de toxidez desse nutriente.

A importância do manejo correto de boro e zinco no café

O manejo dos teores de nutrientes no solo é crucial para o bom andamento da lavoura e expressão máxima do potencial produtivo da cultura.

No caso dos micronutrientes, seu uso tem que ser ainda mais cuidadoso visto que, por serem requeridos em menor quantidade, um erro de cálculo ou falha na aplicação pode facilmente causar deficiência ou toxidez.

gráfico com relação entre disponibilidade de nutrientes e produção de plantas
Relação entre disponibilidade de nutrientes e produção de plantas
(Fonte: Faquin, 2002)

Isso acontece normalmente com o zinco e o boro, e suas concentrações têm de ser bem manejadas e monitoradas através de análises de solo e foliares.

Abaixo, você verá valores de referência para teores foliares dos dois nutrientes ao longo do ano, para café arábica em produção

Valores adequados de boro e zinco, em teores foliares, para cafezais com produção de 30 a 40 sacas/ha
Valores adequados de boro e zinco, em teores foliares, para cafezais com produção de 30 a 40 sacas/ha
(Fonte: Potafos)
banner-adubacao-cafe

Conclusão

O manejo adequado de nutrientes no solo é fator primordial para o sucesso do cultivo

Realize o manejo no momento da correção dos teores presentes no solo ou na fertilização para viabilizar o crescimento, desenvolvimento e produtividade do cafeeiro.

As recomendações de produtos, doses e épocas de aplicação também são muito importantes para o manejo de micronutrientes, principalmente o zinco e o boro.

Uma consulta a seu assistente técnico é o procedimento ideal para sanar dúvidas e obter os melhores resultados em sua lavoura.

>> Leia mais: 

“Acerte no adubo líquido para café e não jogue dinheiro fora”

“Tudo o que você precisa saber sobre a produção de cafés especiais”

Você já precisou realizar o manejo de boro e zinco no café? Conte sua experiência nos comentários, e assine nossa newsletter para receber mais artigos como este.

Pivô central: entenda tudo sobre esse sistema de irrigação (+ planilha grátis)

Pivô central: entenda os princípios de funcionamento, os tipos de pivô, vantagens e desvantagens para fazer a melhor escolha!

A irrigação por sistemas de pivô central é a técnica de maior uso no Brasil atualmente: cerca de 1,6 milhão de hectares foram irrigados através desse sistema em 2020.

Mas o pivô central tem vantagens e desvantagens que precisam ser bem analisadas antes de se fazer um investimento – que costuma ser elevado.

Quer entender melhor o funcionamento desse sistema e saber quanto pode custar essa implantação de fato? 

Neste artigo, separamos essas informações e também uma planilha gratuita para que você estime os custos e decida se vale ou não a pena ter essa opção em sua fazenda. Confira a seguir!

Princípio de funcionamento do sistema de pivô central

O sistema de pivô central é baseado em três etapas principais: a captação de água, seu transporte para a torre central e sua distribuição por aspersão na lavoura.     

A etapa da captação consiste no bombeamento de água de uma fonte hídrica, seja ela superficial (rios, lagos, represas) ou subterrânea (poços, lençol freático).

Essa etapa é importante para a definição do potencial de área a ser irrigada, uma vez que, no pedido de outorga de água, são definidos vazão e  volume disponíveis para a irrigação.

O processo seguinte é o transporte da água da captação para a torre central através de uma adutora equipada, geralmente, com uma motobomba. 

O comprimento da adutora e a potência da motobomba são definidos de acordo com a distância e o desnível do terreno entre o ponto de captação e a torre do pivô.

A última fase do processo é a distribuição de água pelos aspersores através de uma tubulação aérea, sustentada pelas torres centrais e móveis.

No sistema típico de pivô central, as torres são movimentadas por um motor propulsor e giram ao redor da torre central, formando a clássica área circular de irrigação.

Diagrama esquemático das partes de um sistema de pivô central

Diagrama esquemático das partes de um sistema de pivô central
(Fonte: Adaptado de Testezlaf, 2015)

Porém, existem outras variações do sistema, como você verá em seguida.

3 principais tipos de sistemas de pivô

Em termos de estrutura e operação, existem 3 tipos principais de sistema de pivô central:

Pivô central fixo

É o sistema em que a torre central é ancorada em uma superfície de concreto. O sistema fica fixo em uma área específica, e forma uma superfície circular ao redor da torre central.

Pivô central rebocável

É um sistema similar ao fixo. Porém, a torre central é montada sobre dispositivo móvel, o que permite seu transporte para outras áreas, conforme necessário.

Pivô lateral

É um sistema de torres móveis que pode percorrer grandes áreas lineares, cobrindo uma área quadrada.

Exemplos de sistemas de irrigação pivô fixo e lateral

Exemplos de sistemas de irrigação pivô fixo e lateral
(Fonte: adaptado de Free3D)

Vantagens e desvantagens dos sistemas de pivô

Quando comparado a outros métodos de irrigação, os sistemas de pivô central apresentam vantagens e desvantagens.

Em termos da área coberta, o pivô central pode alcançar áreas grandes comparadas a outros sistemas. 

Uma limitação dos sistemas de pivô fixo ou rebocável é que há uma perda na área por causa da forma circular da aplicação. Além disso, um relevo menos plano pode limitar o uso desses sistemas.

Em relação à precisão da aplicação, o sistema de pivô apresenta alta eficiência e precisão de lâmina aplicada se comparado, por exemplo, ao sistema de canhão. Porém, é menos preciso que sistemas de gotejo.

As condições ambientais, como o vento, podem ser limitantes à irrigação por pivô central devido à deriva, diminuindo a precisão.

A mão de obra necessária para controle e operação dos sistemas de pivô é baixa se comparada a outros sistemas. Além disso, um sistema pode ter vida útil de 15 a 20 anos, mas recomenda-se manutenção preventiva antes da safra.

Uma vantagem adicional do sistema de pivô é a possibilidade de fazer a fertirrigação (adição de fertilizantes à água de irrigação). Porém, a aspersão de água na planta toda pode aumentar a incidência de doenças, por criar um microclima favorável.

O uso da irrigação por pivô central utilizando o método Lepa pode trazer vantagens ao sistema de pivô convencional. 

Ele diminui o requerimento de energia, aumenta a precisão de aspersão da lâmina, diminui a deriva por vento, o molhamento das plantas e os riscos de doenças.

Custos de implantação de um pivô central 

O sistema de pivô apresenta um custo de implantação mais elevado que outros sistemas. Ainda, os custos de manutenção e energia são geralmente mais elevados devido à necessidade de movimentação do sistema pelo campo. 

Para que você possa fazer um planejamento desse investimento com mais segurança, preparamos uma planilha gratuita com o que você precisa considerar para cada área a ser irrigada. 

O que considerar para investir em um sistema de irrigação

Tenha em mente que, além dos valores estimados, dentre os fatores mais importantes para o bom desempenho de um sistema de irrigação, destacam-se: 

  • projeto inicial de qualidade
  • água disponível
  • tipos adequados de solo e topografia
  • disponibilidade e uso de energia
  • tipos de cultura.

A escolha por um pivô central ou outro método de irrigação que seja de fato eficiente para sua lavoura também envolve fatores como características topográficas, climáticas, tecnológicas e de mão de obra da propriedade, bem como o perfil financeiro do produtor.

Por isso, vale contatar um profissional capacitado para te ajudar nesse processo!

>> Leia mais: “Plantação de milho irrigado: quando compensa?”

Conclusão

O sistema de pivô central apresenta vantagens e desvantagens em comparação a outros. Porém, a extensão de seu uso no país mostra sua eficiência. 

Neste artigo, vimos os princípios de funcionamento do pivô central e diferentes tipos.

Lembre-se que, por se tratar de um sistema de alto custo de implantação, ter um projeto inicial bem feito é decisivo para o sucesso do investimento.

Aproveite essas informações e a planilha gratuita para fazer a melhor escolha do sistema de irrigação para sua fazenda!

>> Leia mais:

“Como a irrigação de precisão pode otimizar o uso da água e gerar economia na fazenda”

“Tudo o que você precisa saber sobre os tipos de irrigação na agricultura para acertar na escolha”

Você utiliza o pivô central na sua lavoura? Restou alguma dúvida? Assine nossa newsletter e receba mais artigos por e-mail!

Semeadora mecânica ou pneumática: qual é a melhor opção para a sua lavoura?

Semeadora mecânica e pneumática: confira as vantagens, desvantagens e recomendações para o uso em sua propriedade

O processo de semeadura é uma das etapas mais importantes na formação de cultivos agrícolas. Ele impacta na taxa de germinação de sementes, na população inicial e no vigor de plântulas, além de influenciar muito nos resultados de produtividade.

Existem dois tipos básicos de maquinários para semeadura que normalmente são utilizados na atualidade: as semeadoras mecânicas e as pneumáticas.

Ambas apresentam vantagens e desvantagens e podem ser indicadas de acordo com as características da área e da propriedade.

Neste artigo, você verá as principais diferenças técnicas entre as duas opções de semeadoras, suas recomendações, custos e impactos na formação da lavoura. Confira!

Qual a importância da semeadura na atividade agrícola?

A semeadura é uma atividade inicial do processo de produção agrícola, essencial para a definição da produção potencial ao final do ciclo de cultivo.

É durante a semeadura que se define:

  • o estande inicial;
  • a distância entre plantas e linhas de semeadura;
  • a população total por área.

Isso definirá o grau de competição entre plantas por luz, nutrientes e água, podendo potencializar a produção de biomassa, quando feito de maneira correta.

Além da necessidade de entregar sementes em quantidade e espaçamento ideal, condições ótimas para a germinação de sementes são criadas através da profundidade de semeadura, aumentando a taxa de germinação e o vigor de plântulas.

O que interfere na qualidade da semeadura?

A semeadura, junto aos processos e insumos utilizados nela, é responsável por grande parte dos custos de produção de um cultivo, desde o preparo do solo até a colheita. 

Esses valores podem variar de acordo com a cultura, mas estão entre 40% e 50% do custo total de produção em grãos.

Esse fato aumenta a necessidade de uma semeadura de qualidade e com o mínimo de falhas possíveis. 

Dentre os fatores que mais afetam a qualidade da semeadura, podemos listar os seguintes:

  • semente: a qualidade da semente deve ser julgada não só por seu potencial de germinação e pelas suas características fisiológicas. É importante ressaltar a homogeneidade de características físicas e morfológicas como tamanho e forma, o que pode impactar no desempenho das semeadoras;
  • semeadora: a escolha da semeadora acontece em função da cultura, do tipo de plantio e das características do solo. Algumas atividades executadas pela máquina semeadora são: corte de palhada, abertura de sulco, distribuição e cobertura de sementes e disposição de fertilizantes;
  • solo: a cobertura do solo, sua umidade e características físicas como granulometria, estrutura, densidade, constituição e topografia podem alterar a qualidade de semeadura e interferir na decisão do maquinário.

Diferenças entre semeadoras mecânicas e pneumáticas

Ao longo do tempo, muitas foram as formas utilizadas por agricultores para a execução da  semeadura. Atualmente, as principais opções para semeadoras são as mecânicas e as pneumáticas.

As semeadoras mecânicas funcionam com base na distribuição de sementes por meio da gravidade. Essas sementes são colocadas em discos que podem ser dispostos na direção vertical, horizontal e inclinada.

Já as semeadoras pneumáticas são mais modernas e funcionam com base na distribuição de sementes através de vácuo. As sementes são retidas em furos pela pressão negativa gerada.

Sistemas de distribuição de sementes em semeadoras mecânicas (esquerda) e pneumática (direita)

Sistemas de distribuição de sementes em semeadoras mecânicas (esquerda) e pneumática (direita)
(Fonte: Mais Soja, 2018)

Hoje em dia, nas propriedades brasileiras, 70% das semeadoras são mecânicas. Porém, a maior disponibilidade de semeadoras pneumáticas, em conjunto com preços mais acessíveis, deve gerar uma igualdade, em porcentagem, em um futuro próximo.

Vantagens e desvantagens dos dois sistemas

Podemos comparar as semeadoras mecânica e pneumática usando vários parâmetros. A seguir, mostramos alguns dos mais importantes:

Custo

As semeadoras mecânicas são, em geral, mais baratas que as pneumáticas. São mais acessíveis para produtores com menores áreas ou investimentos, também por apresentar menor depreciação. 

Já as pneumáticas são mais caras em preço de aquisição e manutenção e, pela tecnologia envolvida, têm maior depreciação.

Tecnologia

As semeadoras pneumáticas apresentam um grau de tecnologia maior que as mecânicas. Isso se dá pela presença de um sistema mais moderno de controle de distribuição da semente. 

Operação

As semeadoras mecânicas necessitam de ajuste e adequação de discos dependendo do tipo da cultura a ser semeada. Isso demanda um maior cuidado e gasto de tempo na operação.

A semeadora pneumática, por sua vez, tem menor necessidade de ajustes durante a operação, pois o sistema de vácuo se adequa a diversos tamanhos e tipos de semente.

Energia

As semeadoras pneumáticas precisam, normalmente, de tratores de maior potência e apresentam maior gasto de energia pela presença da turbina de vácuo. 

As mecânicas são mais robustas e necessitam de menor energia para a operação.

Qualidade

Ambos os tipos são capazes de executar a semeadura com alta qualidade quando bem reguladas e operadas. Porém, com a semeadora mecânica, há uma maior chance de dano mecânico na semente ao passar pelo sistema de discos.

Rendimento

Em termos de rendimento, a semeadora pneumática tende a cobrir uma área maior que a mecânica no mesmo tempo de trabalho. Isso porque a velocidade recomendada para as semeadoras pneumáticas é cerca de 2 km/h a mais que para as mecânicas.

Modelos de semeadoras mais usadas no país

Os maquinários agrícolas para semeadura são normalmente disponibilizados nos tipos de distribuição, mecânico ou pneumático. 

Além disso existem múltiplas opções como semeadoras para plantio convencional ou plantio direto, com ou sem adubadora, de acordo com o número de linhas, para sementes graúdas (milho, soja, algodão, feijão, sorgo e girassol) ou sementes finas (trigo, aveia, arroz, cevada e canola).

Aqui destacamos as marcas e modelos mais utilizados para plantio direto de sementes graúdas no Brasil.

Uma das marcas de maior uso no mercado nacional é a Tatu Marchesan, com os modelos mais comuns sendo o PST4 (mecânica) e o PST4 Suprema (pneumática). 

foto de semeadora azul e amarela da Tatu Marchesan

(Fonte: Tatu Marchesan)

Outra opção é a marca Jumil, sendo os modelos Exacta Air JM 8090 (pneumática) ou Magnum JM 8080 (mecânica) as mais comumente utilizadas.

Outras marcas são a John Deere em que a Série 1113 apresenta opções mecânica e pneumática para um número menor de linhas ou a série DB para maior número de linhas. 

Outra marca disponível é a Stara com a linha Prima (mecânica) e Victória (pneumática).

Além disso, existem outras opções como a Massey Ferguson com os tipos MF 512 MM (mecânica) e XH (pneumática), por exemplo. 

Uma opção adicional é a marca New Holland com a linha Sol Tower com as duas opções, mecânica e pneumática.

Conclusão

A semeadura é responsável por grande parte dos custos de produção de um ciclo de cultura. Sua qualidade é dependente de fatores como a escolha da máquina semeadora mais adequada, sendo que, atualmente, as mais usadas são as mecânicas e pneumáticas.

Essas semeadoras apresentam modos de funcionamento diferentes, assim como múltiplas vantagens e desvantagens, como vimos ao longo do texto. 

A escolha da semeadora deve ser feita de acordo com o tamanho da área, nível tecnológico e capacidade financeira do produtor.

Para áreas maiores e com altas demandas tecnológicas, as semeadoras pneumáticas podem ser mais efetivas devido à maior velocidade de operação e menor necessidade de manutenção. 

Já as semeadoras mecânicas podem ser recomendadas para áreas menores ou para produtores com menor condição financeira.

De qualquer modo, ambas são soluções viáveis, principalmente quando apresentam boas práticas de uso, como manutenção atualizada, regulagem apropriada e operação criteriosa. 

>>Leia mais:

Moderfrota: veja o que é preciso para conseguir recursos

“Regulagem de semeadora: 5 dicas para melhorar seu desempenho”

“Depreciação de máquinas: todos os cálculos de forma prática”

ferramenta Aegro para calcular custos operacionais com maquinário agrícola, calcule agora

Restou alguma dúvida sobre semeadora mecânica e pneumática? Qual você utiliza em sua fazenda hoje? Adoraria ler seu comentário!