About Denise Prevedel

Sou engenheira-agrônoma e mestra em agronomia pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Atualmente, sou doutoranda em agronomia pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

O que você precisa saber sobre a cobertura do solo com nabo forrageiro

Cobertura do solo com nabo forrageiro: quando e como cultivar, benefícios da produção e seu impacto na cultura seguinte

Manter o solo coberto no outono-inverno é uma alternativa benéfica para o sistema produtivo.

O nabo forrageiro é uma opção que traz benefícios a mais. Além de poder descompactar o solo da sua propriedade, ele pode inibir a emergência e desenvolvimento de plantas daninhas.

Ele possui alta capacidade de reciclar nutrientes e é muito utilizado na sucessão e/ou rotação de culturas com soja, milho e algodão.

Se você deseja melhorar a qualidade do solo e a produtividade da sua lavoura, utilizar o nabo forrageiro pode ser interessante.

Neste artigo, você verá alguns dos motivos pelos quais você deve investir nessa opção. Confira!

Quando e como cultivar o nabo forrageiro?

O nabo forrageiro é uma cultura anual de inverno, com hábito de crescimento ereto, herbáceo e muito ramificado. É tolerante à seca e ao frio, além de ser pouco exigente em fertilidade e tolerante a solos ácidos.

Por ser uma cultura de inverno, sua semeadura deve ocorrer entre os meses de março e abril, quando ainda há disponibilidade hídrica.

A semeadura pode ser realizada a lanço ou em linhas, com espaçamento de 20 cm a 40 cm, distribuindo de 3 kg a 15 kg de sementes por hectare.

Devido ao pequeno tamanho das sementes, é recomendado misturá-las com calcário ou superfosfato simples, na proporção de 1 kg de sementes para 50 kg de corretivo ou fertilizante, com objetivo de facilitar a semeadura.

Por ser muito vigorosa, sua altura varia entre 1 m e 1,8 m. Pode produzir de 5 a 10 toneladas de massa seca por hectare.

Seu sistema radicular pivotante pode atingir até 2 metros de profundidade, sendo capaz de romper camadas compactadas do solo.

Seus restos culturais decompõem rapidamente (baixa relação C/N). Por isso, faça sua consorciação com espécies gramíneas como aveia, centeio e azevém, que possuem decomposição mais lenta e cobertura prolongada do solo.

gráfico com distribuição da massa seca (%) em plantas de nabo forrageiro com 50% das plantas em florescimento

Distribuição da massa seca (%) em plantas de nabo forrageiro com 50% das plantas em florescimento
(Fonte: adaptado de Lima et al. 2007)

Por ser precoce e agressiva, a cultura cobre cerca de 70% do solo em até 60 dias após a semeadura, e é uma excelente opção para cobertura do solo.

Utilização

O nabo forrageiro é uma alternativa para produtores que não conseguiram acompanhar a janela de semeadura do milho safrinha.

Também pode ser utilizado para adubação verde, na rotação ou sucessão de culturas com soja, milho e algodão.

Seu sistema radicular é agressivo. Por isso, funciona como um subsolador natural, por romper as camadas compactadas do solo. Também possui efeito alelopático, que inibe a germinação de plantas daninhas.

Em razão da sua alta capacidade de produção de massa verde, pode ser utilizado na alimentação animal na forma de pastejo direto ou corte para fornecimento no cocho.

Suas flores brancas e roxas enfeitam o campo e funcionam como fonte de alimento para as abelhas no outono-inverno.

A partir de seus grãos pequenos, arredondados e marrons, é possível extrair óleo de excelente qualidade para produção de biodiesel.

A torta, oriunda da prensagem dos grãos para extração de óleo, pode ser utilizada na formulação de rações para alimentação animal.

Por que cultivar o nabo forrageiro?

Recapitulando, a utilização do nabo forrageiro é um método biológico de descompactação do solo, que apresenta diversas vantagens, como:

  • rápido crescimento inicial;
  • cobertura total e rápida do solo;
  • supressão de plantas daninhas;
  • rápida decomposição devido à baixa relação C/N;
  • excelente capacidade de reciclagem de nutrientes (N e P);
  • sua raiz pivotante melhora as condições físicas do solo, atuando sobre sua descompactação;
  • cultura de baixo investimento;
  • suas flores são fontes de alimentos para as abelhas no outono-inverno;
  • seus grãos funcionam como matéria-prima para a produção de biodiesel.

Entretanto, considere alguns pontos antes de utilizar o nabo forrageiro, já que do ponto de vista fitopatológico, o cultivo da cultura pode ser problemático.

Por exemplo, em áreas com histórico e ocorrência recente de mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum), evite o cultivo do nabo forrageiro.

Ele é uma planta hospedeira do mofo-branco, e pode aumentar o inóculo da doença na área.

Além disso, o seu cultivo também não é recomendado em áreas com histórico de nematoides de galhas (Meloidogyne javanica), por ser uma cultura suscetível.

Nessas condições, evite o nabo forrageiro e opte por espécies gramíneas como aveia, centeio, azevém, entre outras.

Invista no cultivo do nabo forrageiro em sua propriedade, pois as vantagens são muitas.

Impactos na produção de grãos em sucessão 

Como você sabe, manter o solo coberto durante a entressafra é uma alternativa benéfica para o sistema produtivo.

Os benefícios do nabo forrageiro nas culturas são evidentes. Seu cultivo prepara o solo para a semeadura de culturas como soja, milho e algodão.

O nabo forrageiro, solteiro ou em consórcio com aveia-preta, produz volume considerável de massa seca para cobertura do solo.

tabela com produção de massa seca da parte aérea do nabo forrageiro solteiro e consorciada com aveia-preta

Produção de massa seca da parte aérea do nabo forrageiro solteiro e consorciada com aveia-preta
(Fonte: adaptado de Forte et al. 2018)

Essa cobertura proporciona diversos benefícios ao solo e às culturas em sucessão, devido à rápida decomposição dos seus resíduos vegetais. Há disponibilização, de imediato, dos nutrientes no solo.

Veja o aumento da produtividade de grãos de milho após o cultivo de nabo forrageiro.

tabeça com cobertura do solo com nabo forrageiro contribui para o aumento da produtividade de grãos do milho em sucessão

 A cobertura do solo com nabo forrageiro contribui para o aumento da produtividade de grãos do milho em sucessão
(Fonte: adaptado de Forte et al. 2018)

O milho cultivado após o nabo forrageiro pode produzir mais de uma tonelada por hectare em relação ao seu cultivo em área de pousio.

Culturas como soja, feijão, algodão, entre outras, também se beneficiam com a inserção do nabo forrageiro no sistema produtivo.

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Conclusão

O nabo forrageiro é muito utilizado como cobertura do solo e adubação verde, na rotação e/ou sucessão de culturas e na alimentação animal.

Por ser tolerante à seca e à geada é uma ótima opção de cultura de outono-inverno.

Suas raízes descompactam o solo, permitindo um preparo biológico do mesmo. Possui alta capacidade de reciclagem de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo.

A partir dessas informações, você sabe que fazer a cobertura de solo com nabo forrageiro traz inúmeros benefícios para a sua lavoura.

>> Leia mais: Saiba como o estilosante pode ser uma boa opção para a cobertura do solo”

Já tentou fazer a cobertura do solo com nabo forrageiro? Como você costuma fazer em sua propriedade? Deixe sua experiência aqui nos comentários.

Por que a ervilhaca para cobertura do solo pode ser uma ótima opção para sua fazenda

Ervilhaca para cobertura do solo: melhores práticas para cultivo e os benefícios para a produção de grãos em sucessão 

Você está procurando uma boa alternativa para cobertura do solo no outono-inverno? A ervilhaca pode ser uma ótima opção!

Essa leguminosa é uma excelente alternativa como cobertura do solo e adubação verde, além de servir como forrageira de alta qualidade nutricional para alimentação animal.

Você sabia que a inserção dessa cultura no sistema produtivo também é interessante para as culturas sucessoras?

Neste artigo, você verá alguns motivos pelos quais você deve investir na cobertura do solo com ervilhaca, além de como e quando utilizá-la. Confira!

Quando e como a ervilhaca pode ser cultivada?

A ervilhaca é uma leguminosa anual de inverno, com hábito de crescimento trepador e boa resistência a períodos de geada. Ela não resiste à seca ou ao calor excessivo.

Sua semeadura ocorre entre os meses de março e junho. Quanto mais tardia for, menor será a produção de biomassa vegetal.

A semeadura pode ser realizada a lanço ou em linhas com espaçamento de 20 cm. A profundidade ideal de semeadura deve ser de 3 a 5 cm, distribuindo 40 a 60 kg de sementes por hectare.

A cultura  não tolera solos ácidos e encharcados. Ela se desenvolve bem em solos argilosos e férteis, e se adapta também a solos arenosos, desde que bem fertilizados.

Ela é utilizada principalmente no Sul do Brasil, antes da semeadura do milho primeira safra, e é uma ótima opção para anteceder o cultivo de grandes culturas como soja e feijão.

O cultivo da ervilhaca pode ser solteiro ou em consórcio com outras espécies como aveia, centeio e azevém.

A importância da consorciação está na decomposição mais lenta e na cobertura residual prolongada dessas gramíneas, ao passo que a ervilhaca contribui com o maior aporte de nitrogênio e rápida decomposição dos seus resíduos.

Também é interessante o consórcio da ervilhaca com plantas como o nabo forrageira, que atua na descompactação do solo e ciclagem de nutrientes.

Essa associação aumenta a proteção do solo, devido ao maior aporte de resíduos vegetais e à supressão de plantas daninhas.

Por que utilizar a ervilhaca para cobertura do solo?

Com a inserção da ervilhaca no sistema produtivo, o cultivo de culturas sucessoras pode ser muito mais vantajoso.

Alguns benefícios do cultivo da ervilhaca são:

  • proteção do solo e diminuição dos riscos de erosão;
  • minimiza os danos causados pelo uso intensivo do solo;
  • eleva as taxas de infiltração e retenção de água no solo;
  • adubação verde (leguminosa que fixa nitrogênio e incorpora ao solo);
  • maior disponibilidade de nutrientes;
  • raízes profundas e ramificadas que reduzem a compactação do solo;
  • boa resistência ao frio;
  • forrageira de excelente qualidade nutricional para alimentação animal;
  • pode ser inserida na sucessão, consorciação e rotação de culturas;
  • eficiente no controle de plantas daninhas;
  • cultura de baixo investimento.

Por ser uma leguminosa de inverno, ela mantém o solo coberto na entressafra, o protegendo de diversos problemas relacionados à erosão e lixiviação de nutrientes.

A ervilhaca, solteira ou em consórcio, produz volume considerável de resíduos vegetais para cobertura do solo.

tabela com produção de massa seca da parte aérea de ervilhaca solteira e consorciada com aveia-preta ou nabo forrageiro

Produção de massa seca da parte aérea de ervilhaca solteira e consorciada com aveia-preta ou nabo forrageiro
(Fonte: Adaptado de Forte et al. 2018)

Essa cobertura proporciona melhorias na fertilidade do solo, além de auxiliar na supressão de plantas daninhas.

A importância da consorciação com essas espécies gramíneas está na baixa relação C/N da ervilhaca, com rápida decomposição dos seus resíduos vegetais, deixando o solo descoberto e sujeito a erosão.

Por outro lado, essa rápida decomposição dos resíduos vegetais é benéfica para as culturas sucessoras, devido à rápida liberação dos nutrientes no solo.

Como a ervilhaca impacta a produção de grãos em sucessão

Manter o solo coberto durante a entressafra é a melhor forma de garantir a produtividade da lavoura em sucessão.

A ervilhaca é uma excelente planta de cobertura do solo e beneficia as culturas em sucessão, já que reduz a utilização de adubos nitrogenados devido a sua capacidade de fixar nitrogênio da atmosfera e incorporá-lo ao solo.

A utilização dessa espécie como cobertura do solo produz em torno de 20 a 30 toneladas de massa verde por hectare e 4 a 6 toneladas de massa seca por hectare. Por isso, é uma alternativa rentável e sustentável para a sua propriedade.

tabela com produção de massa verde e seca da parte aérea de ervilhaca

Produção de massa verde e seca da parte aérea de ervilhaca
(Fonte: Ademir Calegari, 2016)

Além disso, é uma ótima opção para o Sistema Plantio Direto e rotação de culturas, pois os nutrientes da planta permanecem na palhada e favorecem a fertilidade da cultura em sucessão.

Veja o aumento da produtividade de grãos de milho e feijão após o cultivo de ervilhaca.

tabela com a cobertura do solo com ervilhaca contribui consideravelmente no aumento da produtividade de grãos de milho e feijão em sucessão

A cobertura do solo com ervilhaca contribui consideravelmente no aumento da produtividade de grãos de milho e feijão em sucessão
(Fonte: adaptado de Forte et al. 2018)

Essa é uma espécie de ampla versatilidade, podendo ser utilizada como cobertura do solo, adubação verde e como forragem para alimentação animal.

Aqui no blog da Aegro também já falamos sobre outras culturas que podem ser interessantes para cobertura de solo no inverno. Faça download gratuitamente clicando na imagem abaixo!

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Conclusão

A ervilhaca para cobertura do solo é uma alternativa com inúmeras vantagens

Ela pode ser utilizada na rotação e/ou sucessão de culturas como cobertura do solo e adubação verde, além de ser uma excelente forrageira para alimentação animal.

Ela aumenta o aporte de nitrogênio pela fixação biológica e reciclagem de nutrientes. Suas raízes profundas e ramificadas auxiliam na descompactação de solos adensados.

Além disso, é ótima na supressão de plantas daninhas por formar um “colchão” sobre o solo. A produtividade das culturas geralmente é mais elevada em sucessão à ervilhaca.

Agora que você tem essas informações, utilize a ervilhaca como cobertura do solo no outono-inverno em sua propriedade e garanta a produtividade da sua lavoura!

>> Leia mais:

Perspectivas para a safra de inverno!

“Saiba como o estilosante pode ser uma boa opção para a cobertura do solo”

Restou alguma dúvida sobre o tema? Você já utilizou ervilhaca para cobertura do solo em sua propriedade? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Resistência do solo à penetração: entenda as causas e como evitar sua ocorrência

Resistência do solo: quais são as causas, consequências, como avaliar o problema e como evitar que ele aconteça na sua lavoura

A resistência do solo à penetração das raízes é um processo grave de degradação que afeta a produtividade das culturas e, com toda a certeza, merece a sua atenção.

A identificação e correção dos níveis críticos de resistência são essenciais para um bom desenvolvimento das raízes da sua lavoura.

Neste artigo, você terá informações sobre como evitar esse problema e como ele afeta a produtividade das culturas. Confira a seguir!

Causas da compactação do solo

Esse processo de degradação causa limitações ao sistema radicular, que não encontra espaço, água e ar suficientes para se desenvolver. Consequentemente, há redução da produtividade das culturas.  

O intenso tráfego de máquinas agrícolas em condições inadequadas de manejo causa a compactação do solo. As alterações físicas do solo formam uma camada compactada (pé-de-grade). 

Elas são causadas devido à pressão feita por máquinas e implementos agrícolas.

Solo sem impedimentos que passou por operações de revolvimento e, consequentemente, se tornou compactado e com crescimento radicular limitado

Solo sem impedimentos que passou por operações de revolvimento e, consequentemente, se tornou compactado e com crescimento radicular limitado
(Fonte: Embrapa)

Sintomas visuais de um solo compactado:

  • menor infiltração de retenção de água;
  • folhas com coloração fora do normal;
  • raízes deformadas, tortas e/ou rasas;
  • baixa emergência das plântulas;
  • potência maior para o preparo do solo;
  • erosão acentuada;
  • empoçamento de água;
  • presença de crostas e zonas endurecidas sob o solo.

Como evitar a resistência do solo à penetração das raízes?

São várias as formas de evitar a resistência do solo:

Essas práticas auxiliam na melhoria da qualidade do solo e no aumento da produtividade das culturas, garantindo a sustentabilidade do sistema produtivo.

Consequências da resistência do solo à penetração das raízes 

No período de desenvolvimento inicial, as plantas são bastante afetadas pela compactação do solo. Isso acontece devido ao desenvolvimento das raízes, e ao fato de a parte aérea estar atrelada à ocorrência ou não de restrições físicas no solo.

tabela com consequências da resistência do solo à penetração das raízes com classes e limites.

(Fonte: adaptado de Canarache)

Os valores críticos de resistência do solo à penetração de raízes variam de acordo com a classe de solo e com a espécie cultivada.

Porém, de modo geral, é considerado que 2,0 MPa seja o valor crítico de resistência ao crescimento radicular das culturas.

Você verá abaixo algumas consequências do aumento da resistência do solo:

  • menor germinação de sementes;
  • crescimento atrasado e não uniforme da lavoura;
  • crescimento radicular lento, reduzindo a produtividade das culturas;
  • aumento dos custos com combustível em operações de descompactação do solo;
  • maior suscetibilidade das culturas à veranicos;
  • predisposição do solo a erosão;
  • menor aeração do solo.

Conhecer os limites críticos de resistência do solo à penetração é importante para empregar o manejo do solo adequado, viável e sustentável para o sistema produtivo.

O manejo deve favorecer o crescimento, desenvolvimento e a produtividade das culturas.

Como avaliar a resistência do solo à penetração?

O penetrômetro é um equipamento muito utilizado para avaliar a resistência do solo à penetração de raízes. Ele perfura o solo para medir sua resistência à penetração e detectar quaisquer camadas compactadas em seu perfil.

Por meio da avaliação, é possível obter informações sobre as condições físicas do solo de sua propriedade, auxiliando no diagnóstico de quão compactado está o perfil do solo.

Além disso, a avaliação informa onde o problema se encontra, permitindo que você tome a decisão de manejo o mais rápido e precisamente possível. Assim, você evita gastos excessivos com a subsolagem do solo, onde o procedimento não é necessário.

Veja alguns benefícios dos medidores de compactação do solo:

  • identificação de camadas compactadas no solo;
  • simples e de fácil utilização;
  • torna possível o manejo adequado para eliminar a compactação do solo;
  • ajuda a assegurar uma melhor estrutura do solo;
  • a identificação precoce da compactação do solo evita perdas de produtividade das culturas.
ilustração de medidor eletrônico de compactação do solo

Medidor eletrônico de compactação do solo
(Fonte: Falker)

Além da precisão de onde fazer a correção, o resultado pode indicar a adoção de práticas agrícolas sustentáveis.

Como corrigir um solo resistente à penetração de raízes?

Algumas técnicas podem te ajudar a corrigir a resistência do solo à penetração. A principal delas é o uso de subsoladores e escarificadores.

Com a utilização desses dois equipamentos é possível romper, de forma mecânica, as camadas compactadas do perfil do solo.

A utilização de culturas de cobertura, adubos verdes e rotação de culturas também podem diminuir a resistência do solo à penetração das raízes.

De preferência, essas culturas devem possuir sistema radicular abundante e agressivo para romper as camadas compactadas e contribuir para a agregação do solo.

Veja abaixo algumas espécies que podem ser utilizadas para esta finalidade:

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Conclusão

O aumento da resistência do solo à penetração limita o crescimento das raízes e a absorção de água e nutrientes, além de afetar a produtividade das culturas. 

O tráfego excessivo de máquinas e implementos agrícolas, dependendo das circunstâncias, é uma das causas do aumento da resistência do solo à penetração.

Utilizando o penetrômetro, você terá acesso a informações de quão compactado está o perfil do solo. 

Ao observar a resistência do solo em sua propriedade, você pode garantir a máxima produção potencial da sua lavoura.

>>Leia mais:

“Entenda o Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (Dres) e como ele pode ser útil para sua lavoura”

Você já passou por problemas com a resistência do solo em sua lavoura? Conte-nos a sua experiência aqui nos comentários!

Por que investir na rotação de culturas com girassol pode ser uma opção vantajosa para sua fazenda

Rotação de cultura com girassol: saiba o que é e como essa ótima opção pode te ajudar a recuperar o solo da sua lavoura

Você está procurando uma boa alternativa para iniciar a rotação de culturas na sua fazenda? Que tal o girassol?! 

Essa oleaginosa de ciclo curto é uma excelente alternativa para safrinha nas regiões produtoras de grãos!

A inserção do girassol no sistema produtivo proporciona a diversificação de culturas e de renda, além de aumentar a oportunidade de comercialização.

Separei neste artigo alguns motivos pelos quais você deve investir na rotação de culturas com girassol e como fazer um manejo adequado dessa cultura na propriedade. Confira!

Quando e como o girassol pode ser cultivado

Em decorrência da janela de semeadura mais curta na safra 2020/2021, muitos produtores procuram alternativas além do milho safrinha.

A atitude não ameaça a predominância do milho, que representa mais de 90% da safrinha, mas abre espaço para culturas como o girassol. E ele é uma excelente alternativa de cultura de inverno para a rotação nas regiões produtoras de grãos.

A época de semeadura varia de acordo com a região. No Rio Grande do Sul, a cultura se adapta bem ao cultivo da primeira safra. Já na região Centro-Oeste (maior produtora), adapta-se ao cultivo de inverno (safrinha).

O girassol pode ser cultivado em sistema solteiro, após a colheita da cultura principal (entressafra) ou em consórcio com a cultura de interesse comercial.

Além disso, também pode ser cultivado em associação com outras espécies, como o nabo forrageiro

Essa associação aumenta a proteção do solo devido ao maior aporte de resíduos vegetais, reduzindo assim a incidência de plantas daninhas.

Culturas como o girassol passaram a ser mais atrativas a partir da criação do PNPB (Programa Nacional de Biodiesel) em 2004, pois se tornaram mais uma opção de cultivo comercial. 

Por que fazer a rotação de cultura com girassol?

Como se sabe, a sucessão soja-milho safrinha não é, a longo prazo, uma alternativa benéfica para o sistema produtivo.

Com a inserção do girassol na rotação de culturas com a soja, milho e outros grãos, o cultivo pode ser muito vantajoso.

Essa cultura tem baixo custo de implantação e um bom retorno econômico.

Abaixo há alguns benefícios do cultivo do girassol:

  • ciclo curto de produção (90 a 130 dias);
  • seu sistema radicular pivotante permite reciclar os nutrientes do solo;
  • ótima tolerância à seca;
  • absorve mais água e nutrientes;
  • amplas possibilidades em esquemas de sucessão, consorciação e rotação de culturas;
  • melhor aproveitamento da mão de obra da propriedade;
  • produz óleo comestível;
  • tem efeito alopático (inibidor) sobre várias plantas daninhas;
  • tem ampla adaptação a diferentes condições climáticas;
  • cultura de baixo investimento.

Grande parte da planta de girassol pode ser aproveitada. 

O sistema radicular pivotante permite a ciclagem de nutrientes do solo, as hastes e folhas têm boa produção de massa verde, as flores atraem polinizadores para as áreas de plantio e os aquênios (principal parte comercializada) são fontes de óleo. 

rotação de cultura com girassol - O sistema radicular do girassol, bastante ramificado e profundo auxilia na descompactação de solos adensados e na absorção de água e nutrientes

O sistema radicular do girassol, bastante ramificado e profundo auxilia na descompactação de solos adensados e na absorção de água e nutrientes
(Fonte: Michael Palomino, 2018)

Com preços aquecidos e uma grande versatilidade de comercialização, o girassol se apresenta como uma excelente alternativa para a segunda safra (safrinha).

Aspectos importantes de manejo

Ninguém quer perder a lucratividade, seja na safra verão ou na safrinha! 

O girassol é uma cultura que se desenvolve bem na maioria dos solos brasileiros e pode ser cultivado em praticamente todo o país.

Um dos maiores problemas do cultivo do girassol está no estabelecimento e uniformidade das plantas.

A população adequada varia de 40 mil a 45 mil plantas por hectare, com espaçamento entre linhas entre 50 cm e 90 cm. 

Assim, é buscado o estabelecimento de três plantas por metro linear, devendo ser a semeadura uma operação cuidadosa.

Veja alguns cuidados que devem ser tomados na implantação da cultura para evitar perdas.

  • sementes de qualidade e de cultivares adaptados à região;
  • escolha de áreas sem problemas de acidez e compactação;
  • época de semeadura, baseada no zoneamento agroclimático da região;
  • correta adubação;
  • cuidados na semeadura para um bom estabelecimento e uniformidade de plantas.

Outro desafio a ser enfrentado no cultivo do girassol está na pequena quantidade de defensivos agrícolas registrados para a cultura.

Além disso, áreas com alta incidência de aves podem ser alvos de ataques, prejudicando a produtividade da lavoura.

Apesar desses riscos, existe um bom mercado para a venda. A  inserção do girassol na rotação de culturas é uma alternativa rentável e sustentável para a sua propriedade.

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Conclusão

O girassol é uma oleaginosa com grande potencial energético. Por isso, é uma ótima alternativa para a rotação de culturas nas regiões produtoras de grãos.

Seu sistema radicular pivotante auxilia na descompactação de solos adensados.

A cultura pode ser utilizada no outono-inverno, na rotação e/ou sucessão de culturas com soja, milho e algodão.

É utilizada na produção de óleos para alimentação humana, para a produção de biodiesel e para produção de farelo para a alimentação animal. Além disso, possui flores que enchem os olhos de todos que se deparam com a cultura.

Agora que você tem essas informações, pese vantagens e desvantagens para cogitar o plantio de girassol em sua próxima safra ou safrinha!

>> Leia mais:

“Por que realizar a cobertura de solo no inverno”

Restou alguma dúvida sobre rotação de cultura com girassol? Quais espécies agrícolas você utiliza para a rotação em sua propriedade? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Entenda as causas da degradação do solo e como evitar sua ocorrência

Degradação do solo: o que causa, quais as consequências para a agricultura, como recuperar um solo degradado e mais!

O solo é a base da agricultura, onde as plantas encontram condições necessárias para crescer e se desenvolver.

Estima-se que 33% dos solos do mundo estão degradados e, por ser um recurso finito, sua perda e degradação não são recuperáveis em um curto período.

Os principais problemas de degradação enfrentados no Brasil são a erosão, perda de carbono orgânico e o desequilíbrio de nutrientes.

Apesar dos dados alarmantes, é possível agir para conservar e restaurar esse recurso através da compensação ambiental e da resolução da degradação do solo.

Reunimos neste artigo as principais informações sobre a degradação do solo para que você mantenha seu solo produtivo. Confira a seguir!

Consequências da degradação do solo para a agricultura

A degradação do solo está relacionada ao manejo inadequado do solo e da água, ocasionando:

  • perdas de solo por erosão;
  • redução da fertilidade natural devido à lixiviação de nutrientes;
  • compactação do solo;
  • acidificação e salinização do solo;
  • poucos indícios de atividade biológica e matéria orgânica;
  • menor retenção e infiltração de água;
  • assoreamento e contaminação de corpos hídricos;
  • perda da capacidade produtiva do solo;
  • destruição da fauna e da flora.

Dessa forma, torna-se essencial a adoção de práticas conservacionistas do solo para restaurar e manter a sua fertilidade, visando o aumento da produtividade das culturas.

Principais causas da degradação do solo

A degradação do solo pode ser causada por diversos fatores que ocorrem de forma natural ou pela ação do homem. Na atividade agrícola, destacam-se:

Erosão

A erosão é a causa mais visível da degradação do solo. Consiste na retirada e transporte de sedimentos da superfície do solo, principalmente por ação do escoamento superficial das águas de chuva.

Ações humanas como o desmatamento, plantio em terreno inclinado, monocultivo, uso excessivo de fertilizantes e defensivos agrícolas podem intensificar a ocorrência de processos erosivos.

foto de erosão do solo ocasionada pelo excesso de chuva e não adoção de práticas conservacionistas do solo

Erosão do solo ocasionada pelo excesso de chuva e não adoção de práticas conservacionistas do solo
(Fonte: Coagril)

Além de prejuízos ao meio ambiente, a erosão acelerada reduz o potencial produtivo do solo, acarretando perdas na produção agrícola.

A remoção da cobertura vegetal sobre a superfície do solo propicia a ocorrência de erosão, por retirar a proteção do solo contra o impacto direto das gotas de chuva, potencializando sua degradação.

Já o solo coberto apresenta menores perdas de água por evaporação, ajuda a conter a erosão e proporciona maior retenção e infiltração de água no solo.

Veja abaixo algumas práticas agrícolas que auxiliam na diminuição de processos erosivos do solo:

A adoção dessas práticas pode prevenir e/ou reduzir a ocorrência de processos erosivos do solo.

Compactação

A compactação do solo é frequentemente associada à pressão excessiva exercida por implementos agrícolas utilizados no manejo das lavouras.

As alterações físicas do solo ocasionadas por conta dessa pressão formam uma camada compactada, popularmente conhecida como “pé-de-grade”.

Esquema de um solo sem impedimentos no qual operações de revolvimento levaram à compactação limitando o crescimento radicular

Esquema de um solo sem impedimentos no qual operações de revolvimento levaram à compactação limitando o crescimento radicular
(Fonte: Embrapa)

Abaixo alguns sintomas visuais do efeito da compactação do solo:

  • presença de crosta e zonas endurecidas na superfície do solo;
  • empoçamento de água;
  • erosão excessiva;
  • maior potência para o preparo do solo;
  • baixa emergência de plântulas;
  • raízes tortas, deformadas e/ou rasas;
  • folhas com coloração anormal;
  • menor retenção e infiltração de água.

Solos compactados são impermeáveis, o que impede a penetração de água e movimentação de nutrientes.

Esse fenômeno faz com que os atributos químicos, físicos e biológicos do solo sejam alterados, influenciando de forma negativa o crescimento e desenvolvimento das plantas.

Salinização

Em regiões áridas e semiáridas, a concentração progressiva de sais é mais frequente, devido à alta taxa de evaporação da água do solo. Quando a água das chuvas ou da irrigação evapora e não carrega os sais, ocorre a salinização do solo.

Embora seja um processo natural, a baixa eficiência da irrigação e a drenagem insuficiente, podem acelerar esse processo.

foto de salinização em solo com plantação

(Fonte: Amazon Fertilizantes)

Essas ações, quando intensificadas por altas temperaturas, promovem grandes evaporações, ocasionando no acúmulo de sais. Isso torna o solo improdutivo em um curto espaço de tempo e, em casos mais graves, leva à desertificação.

Fatores químicos

Os solos podem se degradar em razão da indisponibilidade de nutrientes ou pela presença de elementos tóxicos para as plantas. Assim, esse tipo de dano se dá por falta ou por excesso de determinados elementos no solo.

A adoção de práticas agrícolas inapropriadas podem levar a desequilíbrios químicos do solo como a calagem, adubação e irrigação inadequadas.

A menor disponibilidade de nutrientes devido a alcalinidade, acidez ou alagamentos, contribuem para a degradação da fertilidade do solo. As causas principais são a salinização e a lixiviação de nutrientes no solo, o que prejudica a sua qualidade.

Uso excessivo de defensivos e fertilizantes

O uso indiscriminado de fertilizantes e defensivos agrícolas são as causas mais frequentes da degradação do solo por contaminação química.

Além de provocar alterações químicas na composição do solo, tornando-o improdutivo e prejudicando o seu funcionamento, pode contaminar o lençol freático.

A utilização de fertilizantes químicos sem análise prévia do solo desestabiliza a disponibilidade de nutrientes para as plantas e o uso indiscriminado de defensivos agrícolas pode destruir a biodiversidade do solo.

Para que isso não ocorra, é necessária a realização de análise química do solo a cada safra para repor os nutrientes extraídos pelas culturas, além da adoção do manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas para diminuir o uso de defensivos agrícolas.

Como evitar a degradação do solo

Existem diversos modos de se evitar a degradação do solo ou corrigir seus efeitos. Algumas delas são: 

  • redução do desmatamento;
  • Sistema Plantio Direto;
  • rotação de culturas;
  • adubação verde;
  • terraceamento;
  • cultivo em contorno;
  • precisão na aplicação de fertilizantes;
  • irrigação de forma correta;
  • controle de queimadas;
  • controle de tráfego.

Essas práticas têm reflexos na qualidade do solo e, consequentemente, no aumento da produtividade das culturas, garantindo a sustentabilidade agrícola.

Além disso, são necessárias políticas públicas e legislações para estimular o produtor na adoção dessas práticas conservacionistas do solo.

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Conclusão

O processo de degradação do solo, bem como suas causas e consequências, ocorre por diversas razões e ocasiona perda de produtividade.

A adoção de práticas conservacionistas do solo é primordial para amenizar os efeitos críticos da degradação, que comprometem a fertilidade do solo, diminuem a área produtiva e causam poluição e assoreamento em corpos d’água.

Adote práticas conservacionistas do solo para garantir o máximo potencial produtivo da sua lavoura.

Agora que você tem essas informações, não deixe de observar sinais de degradação do solo em sua propriedade!

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Restou alguma dúvida sobre a degradação do solo? Qual a maior dificuldade em adotar práticas conservacionistas do solo em sua propriedade? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Entenda o Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (DRES) e como ele pode ser útil para sua lavoura

Diagnóstico rápido da estrutura do solo pode ser mais objetivo e econômico. Saiba como fazer a coleta e análise adequadas!

O perfil do solo impacta diretamente a produtividade de uma lavoura. Por isso, fazer a análise adequada é essencial para garantir uma boa produção agrícola!

Até agora, no Brasil, a estrutura das camadas superficiais do solo era avaliada por métodos quantitativos, com difícil aplicação e interpretação de campo.

Para tornar esse diagnóstico mais objetivo e econômico, a Embrapa, em parceria com outras instituições, criou um método inovador chamado DRES (Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo). 

Quer entender melhor como funciona esse método e como utilizá-lo em sua propriedade? Confira a seguir!

Importância da análise da estrutura do solo

A estrutura do solo influencia seu comportamento físico, químico e biológico, dando sustentação à produtividade agrícola.

Assim, o monitoramento de sua qualidade estrutural é extremamente importante por influenciar a aeração, infiltração e disponibilidade de água e nutrientes, além da atividade biológica do solo. Isso tudo interfere, portanto, na produtividade das culturas.

Até agora, no Brasil, a estrutura das camadas superficiais do solo era avaliada por meio de métodos quantitativos, que não a caracterizavam precisamente. Além disso, eram de difícil aplicação e interpretação em condições de campo. 

Pensando nisso, a Embrapa, em parceria com diversas instituições, desenvolveu o DRES (Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo). 

Trata-se de um método inovador e de fácil aplicabilidade no diagnóstico de sinais de construção ou degradação do solo em determinadas situações de manejo. Assim sendo, o DRES permite analisar a qualidade estrutural do solo de forma rápida e econômica.

Esse diagnóstico rápido também pode ser utilizado como indicador de qualidade do solo, pois não demanda alto custo e identifica alterações provocadas pelo manejo do solo. 

No entanto, é importante que seja avaliado em conjunto com os demais atributos (e não individualmente), por potencializar a detecção precoce de alterações na qualidade do solo.

Vou explicar melhor como o DRES funciona!

Como funciona e quando realizar o DRES?

O Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo caracteriza as camadas superficiais do solo a partir da avaliação visual de características que determinam a qualidade estrutural do solo como:

  • tamanho e forma dos agregados do solo;
  • presença ou não de compactação;
  • evidências de atividade biológica;
  • distribuição do sistema radicular, entre outras. 

Essa avaliação deve ser realizada em uma época do ano preestabelecida, podendo ser antes da semeadura ou após a colheita das culturas.

Para o diagnóstico, é preciso realizar a abertura de uma minitrincheira com auxílio de uma pá reta e coletar um bloco de solo nos primeiros 25 cm. 

Essas amostragens devem ser feitas em áreas homogêneas da propriedade, com o solo próximo à consistência friável. É preciso evitar períodos muito úmidos ou de estiagem para não influenciar nos resultados.

Além disso, deve ser retirada a cobertura vegetal da superfície do solo, sempre evitando linhas de tráfego, sulcos de erosões, pontos de acúmulo de matéria orgânica, entre outros. 

A quantidade de blocos dependerá do tamanho da área que se deseja avaliar. No entanto, a recomendação é de que cada área homogênea não ultrapasse 100 hectares.

Etapas do Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo

Após a remoção, o bloco de solo deve ser colocado cuidadosamente em uma bandeja plástica. 

Em seguida, é preciso fragmentar esse bloco do centro para as laterais da bandeja, aplicando força com as mãos para rompimento dos agregados.

Obtidos os agregados, é necessário analisar algumas características como: 

  • tamanho;
  • forma;
  • resistência à ruptura;
  • orientação e rugosidade; 
  • distribuição de raízes; e
  • evidências de atividade biológica.

Isso é importante para definir quantas camadas existem na amostra de solo para analisá-las separadamente. Uma amostra de solo pode ter de 1 a 3 camadas.

Na figura abaixo, você pode observar a presença de raízes tortas e achatadas. Há predomínio de agregados maiores que 7 cm, com pouca porosidade. Também existe presença de solo pulverizado e poucos indícios de atividade biológica, o que são indicativos de degradação do solo.

seis fotos, uma ao lado da outra, de feições de degradação

Feições de degradação
(Fonte: Embrapa)

Já na próxima figura que separei, você pode notar que as raízes cresceram sem restrição, explorando o interior dos agregados. 

Há predomínio de agregados com tamanho entre 1 cm e 4 cm, com baixa coesão, arredondados, faces de ruptura rugosas, presença de agregados grumosos e indícios de alta atividade biológica. Tais características são indicativas de boa qualidade estrutural do solo.

fotos de feições de conservação/recuperação - diagnóstico rápido da estrutura do solo

Feições de conservação/recuperação 
(Fonte: Embrapa)

Como atribuir as notas

Após a divisão e análise das camadas presentes na amostra de solo, é preciso atribuir notas de qualidade estrutural a cada camada.

Essas notas podem variar de 1 a 6, sendo 1 a pior e 6 a melhor condição de estrutura do solo.

Elas são utilizadas como base para calcular o IQES (Índice de Qualidade Estrutural do Solo). Veja na imagem abaixo:

infográfico para atribuir as notas de qualidade estrutural a cada camada de solo

(Fonte: Embrapa)

Com base nesse índice, você ou a equipe técnica da fazenda poderá saber exatamente qual a condição real da estrutura do solo e tomar as medidas necessárias para manejá-lo.

O material com os procedimentos completos para esta avaliação pode ser encontrado gratuitamente no site da Embrapa.

Como melhorar a estrutura do solo?

O modelo atual de produção na região Centro-Oeste do Brasil baseia-se na sucessão soja-milho safrinha.

Esta sucessão pode promover baixa cobertura do solo devido à pequena quantidade de restos culturais e adição insuficiente de matéria orgânica ao solo, favorecendo a degradação.

A qualidade do solo é determinada pela interação entre os atributos químicos, físicos e biológicos. Esses atributos são ferramentas importantes para demonstrar a influência de determinado manejo sobre o solo.

O equilíbrio entre os indicadores de qualidade influencia no potencial de uso do solo, na produtividade e na sustentabilidade da agricultura. 

A avaliação desses parâmetros é fundamental para o emprego do manejo adequado do solo.

A adoção de práticas conservacionistas do solo permitem a manutenção/melhoria da estrutura do solo, determinantes para obtenção de altas produtividades. Algumas delas são:

A avaliação da estrutura do solo pode ser simples, rápida e econômica, por meio da utilização do DRES. 

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Conclusão

O DRES é um método de campo que avalia visualmente a qualidade estrutural do solo nas camadas superficiais.

Essa avaliação permite que técnicos e produtores monitorem a estrutura do solo, detectando de forma rápida e econômica qualquer alteração estrutural, em função do sistema de manejo adotado.

Atente-se à qualidade estrutural do solo para garantir o máximo potencial produtivo da sua lavoura.

Agora que você tem essas informações, não deixe de avaliar a qualidade estrutural do solo da sua propriedade!

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“Saiba como a drenagem do solo na agricultura melhora as condições da sua lavoura”

Restou alguma dúvida sobre o DRES? Qual a maior dificuldade em analisar o solo da sua propriedade hoje? Adoraria ler seu comentário abaixo!