Incentivos fiscais para quem produz: entenda se você tem direito

Incentivos fiscais: veja o que são, as modalidades mais comuns, as diferenças entre os benefícios e muito mais!

A carga tributária no Brasil pode se tornar um peso para muitas empresas. Os governos das diversas esferas criam medidas legais para reduzir a carga tributária dos contribuintes.

Essas medidas são chamadas benefícios fiscais

O planejamento tributário dos negócios é impactado por eles, que podem reduzir ou até mesmo eliminar os gastos com contribuições.

Neste artigo, você saberá quais são os tipos de incentivos e quais são os impostos impactados. Boa leitura!

O que são incentivos fiscais

Incentivos fiscais, também conhecidos como benefícios fiscais são um regime especial de tributação que envolve uma vantagem ou redução na tributação de produtor rural

Esse benefício pode vir em forma de:  

  • isenção;
  • redução da base de cálculo;
  • crédito presumido;
  • redução de taxas;
  • deduções;
  • amortizações, entre outros.

A alta carga tributária é um dos grandes problemas para o crescimento da economia no Brasil.  Portanto, a União, os Estados e Municípios utilizam os benefícios fiscais. 

A redução de impostos e incentivos fiscais na promoção de políticas públicas são exemplos de benefícios.

Os incentivos fiscais são aplicados com duas finalidades:

  • Promover o desenvolvimento e a instalação de empresas nos locais onde eles são concedidos. Isso gera aumento da renda e mais empregos;
  • Reduzir as desigualdades sociais com a desoneração de produtos considerados essenciais para a população. 

Qual a diferença entre benefício fiscal e incentivo fiscal?

Não existe uma diferença significativa entre benefícios e incentivos fiscais. 

O benefício fiscal é mais amplo que o incentivo. Entretanto, eles estão diretamente relacionados à eliminação ou redução de tributos.

O incentivo é uma espécie de benefício fiscal. Portanto, nem todo benefício é um incentivo, mas todo incentivo é um benefício fiscal.

Benefícios fiscais: Esquema que mostra que benefício tributário é um benefício fiscal, e incentivo fiscal é um tipo de benefício tributário. Consequentemente, também é um benefício fiscal

Incentivo fiscal é um tipo de benefício fiscal

Fonte: (ReseachGate)

4 modalidades mais comuns de benefícios fiscais

Não existe apenas um tipo de benefício fiscal. É possível listar várias, mas as principais são:

1. Anistia ou redução de débitos

A anistia ou redução dos débitos é o benefício aplicado para os contribuintes com débitos tributários em aberto. 

Ou seja, se você tem tributos em aberto, o governo pode oferecer possibilidades de pagamento com multas ou juros menores.

2. Isenção

A isenção ocorre quando o crédito tributário é excluído

As regras para isenção estão descritas nos artigos 175 a 179 do CTN (Código Tributário Nacional). Nestes casos, o imposto não incide sobre as operações ou prestações especificadas.

3. Redução da base de cálculo

A redução da base de cálculo tem como objetivo a redução da tributação sobre determinadas mercadorias e operações. 

Neste caso, a alíquota de tributação não se altera. O que ocorre é uma redução na base que serve de cálculo do imposto.

4. Crédito presumido

O crédito presumido é uma hipótese de crédito com o objetivo de reduzir o imposto cobrado sobre as operações praticadas. 

É possível ter esse crédito sobre o ICMS de produtor rural. Isso unifica a cobrança do imposto em vez de o contribuinte ter que pagar um valor para cada etapa da circulação da mercadoria.

Relação dos incentivos fiscais com os impostos

Os benefícios fiscais estão relacionados com os tributos, impostos ou contribuições. 

Eles podem ser concedidos de forma geral ou sobre determinado tributo, como ICMS, PIS e Cofins.

Para que o benefício fiscal ocorra, existe sempre uma renúncia total ou um deslocamento da receita pelo Estado. Para reduzir um tributo, existem diversas estratégias:

  • dar isenção total, reduzir a alíquota a zero ou reduzir o percentual da alíquota;
  • reduzir a base de cálculo sobre a qual ele incide;
  • conceder crédito após a apuração do tributo a ser pago;
  • dar anistia ao contribuinte sobre débitos tributários.

Na esfera federal, a concessão dos incentivos considera o regime de tributação escolhido pela empresa. Neste caso, somente pessoas jurídicas optantes pelo lucro real é que podem usar os benefícios fiscais. 

Se seu agronegócio recolhe imposto pelo lucro presumido ou utiliza o Simples Nacional, não poderá aproveitar os incentivos federais.

Nas esferas municipais e estaduais, o tipo de tributação é irrelevante. 

Afinal, os impostos como ICMS, ISS (Imposto Sobre Serviços) ou IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) não são impactados pelo regime de tributação.

Em 2021, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar n.º5 de 2021 (PLP 5/2021). 

Ele prorroga para 15 anos (prazo final 2032) os incentivos e benefícios fiscais vinculados às operações relativas ao ICMS.

Essa Lei expandiu as disposições da Lei Complementar 160/2017  dos benefícios vinculados sobre o ICMS. 

Isso desde que destinados à manutenção ou ao incremento das atividades comerciais e prestações interestaduais com produtos agropecuários e extrativos vegetais in natura. 

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Programa Mais Leite Saudável

No âmbito federal, foi criado um programa especial para os produtores e cooperativas de leite com CNPJ. 

O Programa Mais Leite Saudável é um benefício fiscal. Os contribuintes poderão descontar os créditos presumidos da contribuição do PIS/Pasep e Cofins. 

Isso desde que relativos às operações de aquisição de leite in natura, que são insumos para produção de produtos alimentícios.

O crédito presumido pode ser utilizado para o desconto no valor das contribuições devidas em cada período de apuração. 

Mesmo que esse crédito não seja aproveitado no mês, ele poderá ser utilizado nos meses seguintes.  

Os contribuintes podem solicitar o ressarcimento do dinheiro, desde que estejam habilitados no programa.

Conclusão

Os benefícios fiscais podem contribuir para o desenvolvimento da sua fazenda. Assim, a gestão financeira do seu negócio estará alinhada com o seu planejamento estratégico.

Além disso, os incentivos fiscais podem ajudar a reduzir os impostos, de acordo com as leis do país. 

Portanto, é importante que você pesquise e conheça todos os incentivos concedidos pelos Estados e Municípios ao seu setor. 

Se tiver dúvidas, procure um profissional da área. Essa pessoa estará apta a orientar sobre os benefícios do setor e se houve alguma mudança na lei.

>> Leia mais:

“Entenda os impactos da reforma tributário no agronegócio e nas contas da sua fazenda”

Imposto de renda para produtor rural: leis e normas para ficar de olho”

Você já conhecia os incentivos fiscais? Já utilizou algum deles no seu negócio rural? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Veja como regular sua fazenda na Operação Declara Grãos

Operação Declara Grãos: saiba o que é, quais as consequências para quem não se regularizar e regras por região

Manter sua empresa rural em dia é fundamental. Estar com o Imposto de Renda atualizado é uma das principais formas de fazer isso.

Se você deixou de apresentar as declarações de IR entre 2017 (ano-calendário 2016) e 2021, saiba que há uma forma de regularizar.

Isso, é claro, se sua receita das atividades rurais tiver sido superior a R$142.788,50 (no ano).

Neste artigo você descobrirá como se regularizar e quais os benefícios a operação traz para você e para seu negócio. Boa leitura!

O que é a Operação Declara Grãos

A operação Declara Grãos é uma ação da Receita Federal que regulariza produtores rurais com pendências na Declaração de Imposto de Renda — Pessoa Física. 

A operação possibilita que produtores rurais que não fizeram a declaração do IR nos últimos anos se regularizem.

Este trabalho acontece nos estados:

  • São Paulo;
  • Rio Grande do Sul; 
  • Minas Gerais;
  • Santa Catarina;
  • Paraná.

A ação começou com a análise de notas fiscais eletrônicas emitidas por empresas que compraram mercadorias de produtores rurais. 

Essas notas fiscais foram cruzadas com dados dos sistemas da Receita Federal. Com isso, auditores constataram um grande número de contribuintes que não apresentaram suas declarações.

No Rio Grande do Sul, mais de 12.000 contribuintes deixaram de apresentar declarações de ajuste anual do Imposto de Renda — pessoa física.

No estado de São Paulo, a omissão desses rendimentos chegou a aproximadamente R$9,7 bilhões entre os anos 2017 a 2021. Cerca de R$533 milhões em impostos provenientes do Imposto de Renda deixaram de ser recolhidos.

A operação também tem como alvo produtores que apresentaram a declaração, mas não informaram os devidos valores no anexo de atividade rural. 

Também são analisados a exploração de atividade rural em imóveis arrendados e as despesas utilizadas nas atividades rurais. São analisados principalmente os veículos classificados como utilitários e de carga.

Como fazer a regularização

A Receita Federal informa os contribuintes em débito por meio de correspondências, indicando a necessidade da regularização. 

No entanto, não há necessidade de aguardar o recebimento da carta ou ir a uma Unidade da Receita Federal para corrigir.

Caso você constate que deixou de apresentar a declaração nos anos anteriores, providencie as declarações dos exercícios faltantes. 

Se você apresentou a declaração, mas não preencheu o anexo de atividade rural, deve preenchê-lo devidamente.

A regularização das declarações é vantajosa para você. Assim, evita penalidades como o pagamento de multa e processo administrativo. A regularização muda conforme os Estados. Confira agora quais regras se enquadram na sua região.

Rio Grande do Sul — Operação Declara Grãos

No Rio Grande do Sul, a Operação Declara Grãos está na sua terceira fase. Ela começou em julho de 2021. Foram enviadas correspondências para mais de 3.100 contribuintes.

As correspondências também foram enviadas para a caixa postal dos contribuintes no (e-CAC) Centro de Atendimento Virtual da Receita Federal.

Aqueles que possuem os números de telefone ou e-mails cadastrados também receberam aviso da postagem dessas cartas. Na terceira fase, serão notificados:

  • contribuintes que tiveram receita  de atividade rural superior a R$142.788,50 (no ano) receberão notificação;
  • aqueles que exploram atividade rural em imóveis arrendados ou que arrendam seus imóveis para tal finalidade.
  • aqueles que adquiriram veículos e os classificam como despesas da atividade rural. Muitos desses veículos podem ter sido deduzidos de forma errada. Afinal, podem não ter sido utilizados exclusivamente na atividade rural.

Após o recebimento da notificação, o contribuinte tem 30 dias para enviar a Declaração do Imposto de Renda para os exercícios 2017 a 2021 (anos-calendário 2016 a 2020).

Se for o caso,  deve pagar o imposto à vista ou parcelado em até 60 vezes. Vale lembrar que a parcela mínima é de R$ 200,00. A regularização deve ser feita acessando as fichas de declaração no e-CAC e no site da Receita Federal.

São Paulo — Operação Declara Grãos

A operação no Estado é realizada em etapas. 

Os contribuintes começaram a ser notificados em setembro de 2021. Quem não entregou a declaração a partir de 2017 deve reunir toda a documentação e transmitir o documento.

Para regularizar a situação, o contribuinte deve entregar a Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física com o Anexo da Atividade Rural. É obrigatório declarar as receitas da atividade. 

Caso já tenha entregue, deve apresentar a declaração retificadora para informar as receitas de sua atividade.

Se esse for seu caso, você deve baixar o PGD (Programa Gerador de Dados) da Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física. Ele deve corresponder ao exercício e ano-calendário das receitas. 

Após isso, você deve preencher o documento. Em seguida, entregue o documento conforme as orientações contidas no próprio programa.  Para obter o Programa Gerador de Dados, acesse o site da Receita Federal.

Você pagará as diferenças através da emissão de um Darf, disponível no PGD

O programa calcula os valores para pagamento, no prazo de validade ou acrescido com juros. Os juros aparecerão caso você esteja fora do prazo de vencimento. O pagamento também pode ser parcelado. 

Este parcelamento deve ser solicitado diretamente no e-CAC, na opção “Pagamentos e Parcelamentos”. Em seguida, vá para a opção “Parcelamento — Solicitar e Acompanhar”.

O prazo para regularização é informado na correspondência enviada pela Receita Federal.

Minas Gerais — Operação Grão em Grão

Iniciada em junho de 2021, a Operação de Grão em Grão analisou as atividades de mais de 80 mil contribuintes.  Houve indícios de cerca de R$7 bilhões em receitas não declaradas, com estimativa de recuperação de R$250 milhões.

Todas as informações necessárias para a regularização podem ser acessadas no menu “Meu Imposto de Renda” no site da Receita. 

No site, você terá acesso ao download dos programas, orientações para pagamento e informações sobre atividade rural.

Santa Catarina e Paraná — Operação Declara Agro

A Operação Declara Agro nos estados de Santa Catarina e Paraná, teve início em maio de 2021.  Desde então, a Receita já identificou mais de 30.900 mil contribuintes rurais desregulados.

Nas próximas etapas da operação, serão apurados: 

  • a não emissão de notas fiscais eletrônicas de venda de produtos rurais;
  • aqueles produtores que levaram para suas declarações valores inferiores à soma das notas fiscais emitidas.

Devem declarar rendimentos os produtores rurais que:

  • tenham receita bruta acima de R$147.700,00;
  • tenham rendimentos tributáveis superiores a R$28.500;
  • possuam propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor superior a R$300.000. Esse valor é considerado independentemente do faturamento ou rendimentos auferidos no exercício.

Todas as informações relacionadas à regularização podem ser acessadas no site da Receita Federal, pelo menu “Meu Imposto de Renda”.

O que acontece se eu não regularizar o Imposto de Renda?

Após a notificação, se você não fizer a regularização no prazo estipulado, estará sujeito à multa.

O valor cobrado será de no mínimo 75% sobre o saldo de imposto apurado. Esse valor pode chegar até a 225%.

Além disso, você pode sofrer outras penalidades, como:

  • inscrição na dívida ativa;
  • cobrança judicial de crédito tributário;
  • correção monetária dos impostos e juros.

Ainda, seu CPF pode ser bloqueado. Assim, você não poderá obter certidões negativas para liberação de empréstimos e manutenção de contas bancárias.

planilha de controle de endividamento rural com rateio por participante

Conclusão

A regularização das pendências com a Receita Federal traz uma série de ganhos.

E ela só depende de você! Se esse for seu caso, faça a entrega da declaração quanto antes, e evite problemas futuros.

Afinal, a saúde financeira do seu agronegócio também depende de você estar em dia com o Fisco.

E você, ainda tem alguma dúvida sobre a Operação Declara Grãos? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Baixa performance no negócio rural? Saiba analisar os indicadores financeiros da fazenda

Indicadores financeiros da fazenda: conheça todos os indicadores de performance e sua importância no agronegócio

Os indicadores de desempenho são ferramentas usadas pela gestão para medir o desempenho da sua fazenda.  Esses indicadores também são conhecidos como KPI (Key Performance Indicator).

Eles são fundamentais para acompanhar e entender os resultados do seu negócio, bem como para fazer uma boa gestão de custos.  A partir dessa análise, é possível identificar os pontos de melhoria e fazer um bom planejamento financeiro da sua fazenda.

Neste artigo, você vai saber tudo sobre os indicadores e qual a importância de cada um no desempenho do seu negócio. Boa leitura!

Importância dos indicadores da fazenda

Os indicadores podem auxiliar o seu empreendimento rural de diferentes maneiras e etapas. Ele pode ser usado não só por grandes produtores, mas também por pequenos e médios.

Os indicadores podem avaliar desde o plantio até o controle de qualidade da colheita. Diante de tantos dados e informações, é preciso saber selecionar quais são importantes. 

Esse processo deve ser feito com frequência para que a produtividade e os resultados da propriedade sejam mantidos.  Dessa forma,  você deve eleger os indicadores agrícolas mais adequados e acompanhá-los com frequência.

Os indicadores financeiros ajudam no aumento da produtividade e do lucro da fazenda. Além disso, tornam as tomadas de decisão mais conscientes.  Assim, as chances de sucesso são muito maiores. 

Indicadores financeiros da fazenda

Os indicadores financeiros te ajudam a avaliar a rentabilidade da fazenda e a reduzir os custos que afetam a produtividade.  Existem dois indicadores principais: rentabilidade e lucro operacional.

Porém, o valor da sua propriedade, seu lucro por hectare e os resultados dos investimentos também são bons indicadores. Você deve usá-los conforme a sua realidade.

A análise desses dados possibilita fazer o planejamento de cortes de custos, reajustes e investimentos para a expansão do negócio. O lucro operacional informa o quanto de receita está sendo gerada na fazenda. 

Ele pode ser expresso por hectare, calculado pela divisão da receita pela cultura que está sendo produzida.  Se o valor do lucro operacional obtido na divisão for baixo, é um sinal de que é preciso reavaliar a sua produção.

Talvez seja possível obter lucros maiores com a produção de um grão mais barato. Se o resultado encontrado for negativo, a fazenda não está gerando lucro e está apresentando prejuízo com suas atividades. 

Outros dois indicadores financeiros são o monitoramento do fluxo de caixa e a comparação entre custos fixos e variáveis. 

Se um dos custos estiver muito elevado em relação ao outro, ou se os valores variam muito entre meses, é preciso investigar e avaliar o que está causando isso. 

planilha de fluxo de caixa

Como medir os indicadores financeiros na fazenda

Por muito tempo, produtores contaram com o registro em cadernos e planilhas para avaliar o desempenho financeiro.  Com a tecnologia, surgiram soluções digitais mais práticas. Elas são seguras e completas para fazer essa análise.

Um exemplo disso são os sistemas de gestão como o Aegro, que reúnem o controle de informações operacionais e financeiras. Ao invés de gastar tempo cruzando dados, você recebe indicadores de produção e relatórios automáticos com base nas informações registradas no aplicativo. 

Eles demonstram a rentabilidade da safra, produtividade por talhão ou cultivar, os custos por maquinário, o fluxo de caixa e muito mais. Veja como é bem simples acessar todos esses dados no Aegro:

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Simplifique a gestão do seu negócio com a importação financeira de contas a pagar e receber

A importação de histórico financeiro é o jeito mais simples e prático de começar a utilizar o Aegro. 

Importe os dados de contas a pagar e receber de suas planilhas ou de outras ferramentas e ganhe agilidade no uso do sistema. Assim, você mantém o controle do seu histórico e garante a eficiência do seu time, reduzindo o tempo gasto com a digitação dos dados para outras atividades.

Seus dados são importados de uma vez, permitindo que o Aegro utilize as informações para gerar as análises necessárias para o controle do negócio.

Tela que mostra importação de histórico financeiro com Aegro

Quer saber como o Aegro pode agilizar ainda mais as atividades do seu negócio? Clique aqui e assista a uma demonstração gratuita!

5 principais indicadores agrícolas da sua fazenda

A escolha dos indicadores de desempenho do seu agronegócio deve ser feita com cuidado. Eles devem ser escolhidos conforme os dados que você quer analisar. 

Quando os indicadores não conseguem te ajudar a caminhar na direção do seu objetivo, eles não devem ser utilizados

O primeiro passo para escolher os indicadores agrícolas deve ser definir os objetivos do negócio. Só assim será possível mensurar o progresso e os resultados obtidos.

1. Indicadores de produtividade

Não existe apenas um indicador de produtividade. Também existe a lucratividade por campo, a taxa de aumento da produção e a eficiência da utilização de mão de obra.  Eles são utilizados para monitorar e medir o sucesso de cada etapa do processo produtivo. 

2. Indicador de lucratividade por campo

Este é um dos principais indicadores de produtividade. A lucratividade por campo avalia detalhadamente o desempenho de cada parte da área de plantio.

Esse indicador permite identificar as áreas com pior desempenho que necessitam de atenção. Dessa forma, você conseguirá tomar decisões mais precisas para expandir os negócios.

3. Indicador da taxa de aumento da produção

O indicador da taxa de aumento da produção ajuda a avaliar a expansão exata da produtividade da fazenda.  Para chegar ao resultado, basta subtrair o valor atual da produção pela produção obtida no ano anterior.

Por exemplo, suponha que sua safra de soja no ano de 2020 foi de 100 toneladas. Em 2021, a produção foi de 135 toneladas

Como a produção em 2021 foi maior que em 2020, teremos uma taxa de crescimento da produção de soja. Se o resultado fosse menor, teríamos a taxa de contração da produção.  Fazendo os cálculos, temos:

Diferença de produção = safra atual — safra anterior

Diferença de produção = 135 – 100

Diferença de produção = 35 toneladas

Taxa de crescimento = diferença de produção / safra anterior

Taxa de crescimento = 35 / 100

Taxa de crescimento = 0,35

Taxa de crescimento = 35%

Assim, a taxa de aumento da produção de soja entre 2020 e 2021 foi de 35%.

4. Indicador da eficiência de utilização de mão de obra

O indicador da eficiência de utilização de mão de obra permite calcular a taxa de produtividade dos colaboradores da sua fazenda. 

Neste caso, você deve considerar as unidades produzidas, a quantidade de pessoas trabalhando e as horas trabalhadas. Você pode calcular o indicador da seguinte forma:

Produtividade da mão de obra = Quantidade produzida / (quantidade de funcionários x horas de trabalho)

Assim, quanto maior for a maior quantidade produzida em relação ao número de horas trabalhadas pelos funcionários, maior a produtividade da mão de obra.  Ou seja, o aumento da produtividade acontece quando a produção aumenta e um menor período.

5. Indicadores de Administração

Os indicadores de administração são aqueles capazes de medir o desempenho da administração da propriedade rural.  Isto é, esses indicadores trazem informações importantes sobre a lavoura, a estocagem e a gestão de pessoas

Um dos principais indicadores de administração é a idade da plantação. Ele é importante para avaliar o potencial de produtividade da plantação. Existem outros indicadores, como:

  • Quantidade de plantas por hectare;
  • Número total de plantas;
  • Capacidade de estoque;
  • Capacidade de armazenamento.

Conclusão

No artigo, você viu que existem diversos indicadores para avaliar o desempenho das atividades da sua fazenda.  Esses indicadores são ferramentas utilizadas pelos gestores para auxiliar no diagnóstico do desempenho dos negócios.

Aliado aos objetivos definidos por você, produtor, os indicadores são as melhores ferramentas para acompanhar e entender os resultados obtidos na sua fazenda. 

>> Leia mais:

BPO financeiro: como ele pode ser vantajoso para o produtor rural

Contabilidade rural: 7 dicas para começar agora e efetivamente!

E você? Já avalia os indicadores financeiros na fazenda? Quais você utiliza na sua propriedade? Adoraria ler seu comentário.

Saiba o que são contratos agrários e como funciona a tributação

Contratos agrários: entenda as diferenças entre arrendamento, parceria e condomínio rural e saiba mais sobre a tributação de cada um deles!

Muitas vezes, quem tem uma propriedade rural não tem interesse em explorar uma cultura agrícola.

Através de um contrato agrário, é possível transferir a posse ou uso do espaço para outra pessoa ou empresa. 

Assim, o dono da terra pode lucrar sem produzir, e quem não possui uma terra pode realizar atividades agrícolas.

No entanto, existem algumas especificidades na tributação de cada um desses contratos agrários. Neste artigo, vamos explicá-los e sanar as principais dúvidas sobre eles. Confira!

O que são contratos agrários?

Contratos agrários servem para registrar acordos de posse ou uso de um imóvel rural para fins de atividades rurais.

Os principais tipos de contratos agrários são:

Os contratos de arrendamento e parceria podem ser escritos ou verbais, mas o fisco recomenda que os contratos sejam sempre documentados.

Nos contratos rurais, o acordo deve seguir as normas estabelecidas pelo Estatuto da Terra e pelo Decreto n.º 59.566/66 e devem estar presentes todas as informações importantes do negócio, como:

  • nome completo de ambas as partes;
  • lugar e data da assinatura do contrato;
  • características do arrendador e arrendatário;
  • objeto do contrato;
  • tipo de atividade que será exercida na terra;
  • destinação do imóvel, entre outros.  

Existem outras formas de contratos agrários, como os comodatos. Eles são presentes quando não há pagamento. Ou seja, é uma espécie de empréstimo do imóvel rural. 

Esse contrato geralmente acontece no grupo familiar. Por exemplo, quando um pai cede a terra sem custo para que o filho explore a atividade rural. 

O comodato é um exemplo de contrato atípico. Além dele, existem outros tipos, como:

  • empreitada agrária;
  • compáscuo (pacto comum de pastos);
  • cambão (troca de dias de trabalho pelo direito de plantio de roça);
  • pastoreio de invernagem.

Como no contrato de comodato não existe receita, via de regra não haverá tributação do imposto de renda.

Já em relação aos contratos pagos, existem especificidades que você verá com mais detalhes a seguir.

Contrato de arrendamento rural

O contrato de arrendamento rural ocorre quando o proprietário de um imóvel rural cede o espaço a um produtor. Esse produtor irá realizar a atividade rural através do pagamento de um aluguel.

O proprietário do imóvel recebe apenas o valor acordado do aluguel, independente do faturamento de quem produz.

O arrendatário tem direito de usar o solo para atividades agrárias permitidas por lei. Já o arrendador terá o direito de receber o aluguel pela terra.

Então, no contrato de arrendamento rural, o proprietário não está relacionado diretamente à atividade desenvolvida.

Valores do contrato de arrendamento rural

O valor do arrendamento não pode ser superior a 15% do valor do imóvel. Esse valor inclui as benfeitorias estipuladas no contrato.

Se o arrendamento for parcial e tiver exploração intensiva de alta rentabilidade na terra, o valor do arrendamento pode chegar a 30%.

O preço do aluguel pode ser ajustado em quantia fixa de dinheiro. Entretanto, o pagamento pode ser feito em quantidade de frutos em preço corrente no mercado local.

Renovação de contratos agrários

Ao término do contrato, o arrendatário terá o direito de preferência à renovação do arrendamento. 

No entanto, cabe ao arrendador notificar o arrendatário das propostas recebidas até seis meses antes do vencimento do contrato.

Não existindo esse comunicado no prazo, considera-se o contrato renovado automaticamente. 

Há uma exceção: se o arrendatário manifestar sua desistência nos 30 dias seguintes ao término do prazo.

Foto de dois homens em uma lavoura, dando as mãos em sinal de cumprimento. Um está de camisa xadrez e boné, o outro com camiseta verde,

Fonte: (Shutterstock)

Contrato de parceria rural

No contrato de parceria rural, o proprietário do imóvel cede apenas o uso da terra para que outro produtor rural possa explorar.

Neste caso, pode ou não abranger benfeitorias e instrumentos, como tratores e colheitadeiras.

Nesse modelo de contrato, existe cessão apenas do uso e não da posse da terra. Por isso, ambos partilham os riscos da atividade.

Desastres ambientais, prejuízos e lucros são divididos. O percentual deve ser acordado no contrato de parceria.

No contrato de parceria, o proprietário da terra também é um produtor rural. Ele deve ter Inscrição Estadual e Nota Fiscal de produtor.

Existem cinco modos parceria rural:

  • Agrícola: para realização de atividade de produção vegetal;
  • Pecuária: animais para cria, recria, invernagem ou engorda;
  • Agro-industrial: para atividade de transformação de produto agrícola, pecuária ou florestal;
  • Extrativa: atividade extrativa de produto agrícola, animal ou florestal;
  • Mista: quando o objeto da cessão englobar mais de uma das modalidades de parcerias.

Embora ambos sejam produtores rurais, apenas um acaba colocando a mão no campo. No entanto, os dois são responsáveis pela atividade que ali será desenvolvida. 

As parcerias têm prazo mínimo geral de 3 anos. 

Além disso, a quota do proprietário na remuneração não poderá ser superior a:

  • 20%, quando colabora apenas com a terra nua;
  • 25%, quando colabora com a terra preparada;
  • 30%, quando colabora com a terra preparada e a moradia;
  • 40%, caso contribua com o conjunto básico de benfeitorias;
  • 50%, caso contribua com a terra preparada e o conjunto básico de benfeitorias, além do fornecimento de máquinas e implementos agrícolas;
  • 75%, nas zonas de pecuária ultra-extensiva em forem os animais de cria em proporção superior a 25% do rebanho e comissão mínima de 5% por animal vendido.

Expirado o prazo do contrato, o parceiro terá preferência para firmar novo contrato.

Contrato de condomínio rural

Um condomínio rural existe quando dois ou mais produtores resolvem explorar a mesma atividade na mesma terra. A exploração acontece em conjunto.

Assim, eles formam um condomínio com uma Inscrição Estadual. Todos os documentos de compra e de venda são emitidos em nome do condomínio.

Neste caso, os produtores partilham as despesas e as receitas da atividade rural desenvolvida. No entanto, cada um na proporção acordada no contrato de condomínio.

É muito comum ver contrato de condomínio na produção familiar. Nesses casos, o pai é o proprietário da terra, mas os filhos exploram aquela propriedade com ele.

Elementos obrigatórios dos contratos agrários

A legislação estabelece alguns requisitos que devem ser aplicados nos contratos agrários. São eles:

  1. Conservação dos recursos naturais;
  2. Aplicação de prazos estabelecidos em lei;
  3. Proteção do mais fraco na relação contratual;
  4. Valores do aluguel fixados nos limites legais;
  5. Proibição de prestação de serviços gratuitos pelo arrendatário e parceiro outorgado.

Seguir todos os requisitos é fundamental para não ter problemas com o seu contrário agrário.

Como funciona a tributação dos contratos agrários

Há uma diferença dos riscos da atividade entre o contrato de arrendamento e o contrato de parceria. Além disso, há grande diferença na forma de tributação, principalmente para o imposto de renda.

É importante relembrar a tributação do produtor rural pessoa física para apurar o IR (Imposto de Renda).

Existem duas formas do produtor rural pessoa física tributar o IR: pelo lucro real ou pela presunção de 20%.

Na opção do lucro real, são usadas: receitas — despesas — investimentos.

Assim, você chega na base de cálculo do IR. Aí é aplicada a alíquota de até 27,5%. 

No caso de optar pelo lucro presumido, sobre a receita bruta será aplicada a presunção de 20% (neste caso não se deduzem despesas e investimentos).

Através dessa base de cálculo a alíquota de até 27,5% de IR será aplicada.

É importante ressaltar que, quando se fala em contrato, sempre existem pelo menos duas figuras envolvidas: o proprietário da terra e o produtor que desenvolverá a atividade rural. 

Cada um possui uma regra diferente para tributar o IR. Então, independente de qual seja a sua parte no contrato agrário, fique de olho nas regras.

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Imposto de Renda no contrato de arrendamento

No contrato de arrendamento, para o proprietário há apenas a receita recebida mediante aluguel. 

Todo o valor recebido será tributado diretamente no IR, porque o recebimento de aluguel não é considerado uma atividade rural. 

Essa tributação do IR pelo proprietário da terra deve ser feita mensalmente pelo Carnê-Leão.

Ou seja, todo valor recebido pelo proprietário será tributado diretamente pela alíquota de até 27,5% de IR. 

Por exemplo: a cada R$ 1.000 de receita, o proprietário irá pagar 27,5% de IR. Então, a cada R$ 1.000, serão pagos R$ 275 de Imposto de Renda.

Já para o produtor que explorou a terra para desenvolver a atividade rural, pode usar o valor pago referente ao arrendamento como uma despesa dedutível no cálculo do IR.

Assim, o valor pago pelo produtor rural será deduzido como despesa para a formação da base de cálculo do IR na opção do lucro real.

Imposto de Renda no contrato de parceria rural

No caso do contrato de parceria, o proprietário da terra é um parceiro do produtor rural. Então, ambos serão tributados como atividade rural para fins do Imposto de Renda. 

Um produtor pessoa física pode pagar o IR como lucro real ou optar pela presunção de 20% da receita bruta.

No caso do lucro real,a apuração de cada parceiro será respectivo às suas receitas, despesas e investimentos.

Se o proprietário optar pelo lucro presumido de 20%, sobre o percentual do seu lucro será aplicada a presunção de 20%. Só depois será aplicada a alíquota do IR de até 27,5%

Neste caso, a alíquota efetiva será de até 5,5%.

Por exemplo: a cada R$ 1.000 de receita do proprietário será aplicada a presunção de 20%, resultando numa base de cálculo de IR de R$ 200. 

Então, será aplicada a alíquota de 27,5%, totalizando R$ 55 de IR a cada R$ 1.000 de receita num contrato de parceria.

Imposto de Renda no condomínio rural

Todos os produtores são tributados pela atividade rural.

Assim, todas as despesas e receitas serão proporcionais ao percentual de cada condômino.

Se todos são considerados produtores rurais, todos devem tributar o IR como atividade rural na sua proporção de receita e despesa. 

As partes também podem optar pelo lucro real para calcular o IR ou pela presunção de 20% sobre a sua receita bruta. Desses cálculos, é possível chegar ao valor do IR devido.

Qual contrato agrário é o melhor para a fazenda?

Todos os contratos têm vantagens e desvantagens. É necessário analisar as expectativas dos envolvidos e o que de fato será feito para ser realizada a correta tributação. 

O planejamento tributário ajuda a alinhar as expectativas para saber qual contrato é mais interessante para cada envolvido. 

É muito importante respeitar o que está acontecendo na prática agrícola. Assim, não haverão surpresas desagradáveis em uma fiscalização futura.

Não deixe de consultar um profissional em caso de dúvidas. O processo de criar um contrato agrário pode ser muito mais fácil se for acompanhado por um especialista.

Fiscalizações da Receita Federal nos contratos agrários

A Receita Federal tem feito fiscalizações com foco em contratos agrários. Uma das operações mais famosas é a Declara Grãos.

A expectativa é de que essas fiscalizações sejam intensificadas e avancem pelos Estados nos próximos meses.

Para evitar problemas com a Receita Federal, é muito importante ter documentado com clareza se o contrato agrário é de arrendamento ou de parceria. 

Também é fundamental que partes envolvidas declarem corretamente a condição, pois o fisco vai conferir as informações.

O foco da operação Declara Grãos é justamente identificar se ocorreu alguma sonegação de IR pelos produtores rurais.

Muitos foram notificados pela divergência de informação prestada pelos participantes de contratos agrários.

Ou seja, o produtor rural acabou declarando como contrato de arrendamento enquanto o proprietário declarou contrato de parceria, em tese mais vantajoso para ele. 

Mas se o contrato é de fato de arrendamento, não adianta declarar o mais “vantajoso”. É importante declarar o contrato real.

Lembre-se que a Receita Federal já possui muitas informações do produtor. Movimentações bancárias e notas fiscais eletrônicas emitidas são exemplos.

Em um contrato de parceria, os dois produtores devem emitir nota fiscal referente a seus frutos. 

Então, se não existe nota fiscal emitida pelo proprietário, fica claro que o contrato vai se configurar como um arrendamento. Afinal, esse proprietário recebeu apenas os valores da operação.

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Conclusão

Neste artigo, você conferiu diferentes formas de contratos agrários e especificidades da tributação no caso do proprietário e do produtor.

Viu que os contratos podem ser de arrendamento, parceria, comodato ou até mesmo para formação de um condomínio rural.

Cada um deles tem prós e contras que precisam ser avaliados caso a caso. Isso pode ser visto com mais clareza a partir de um bom planejamento tributário.

Também é importante que o contrato seja declarado corretamente à Receita Federal, pois os dados informados tanto pelo proprietário quanto pelo produtor são cruzados.

E você, já arrendou ou efetuou uma parceria rural? Ainda tem dúvidas sobre as diferentes formas de tributação dos contratos agrários? Deixe seu comentário a seguir!

BPO financeiro: entenda como aliar este processo a gestão agrícola

BPO financeiro: saiba o que é, serviços oferecidos, vantagens para a empresa rural e muito mais!

Cuidar da rotina de uma propriedade rural não é fácil. Entre plantios, colheitas e maquinários, nem sempre quem gere a fazenda tem tempo hábil para cuidar das finanças.

Muitas vezes, a terceirização de processos financeiros pode ser uma ótima solução. Há diversas tarefas assumidas pelo contador para melhorar a saúde financeira da empresa. Cuidar das entradas e saídas do caixa é apenas uma delas.

Neste artigo, você saberá como funciona o BPO financeiro, quais as vantagens para o  produtor rural e muito mais! Confira!

O que é BPO financeiro?

BPO financeiro é a terceirização da gestão financeira de uma empresa. Ou seja, quando uma empresa contrata outra para gerenciar suas finanças. 

Quem contrata serviços de BPO financeiro irá passar para outra empresa responsabilidades como caixa, planejamento e contas.

O processo desse serviço funciona como a ponta inicial da gestão financeira. 

Após o serviço da empresa responsável pelo BPO financeiro, os relatórios com informações da empresa contratante podem ir para o setor de contabilidade rural.

Normalmente, o contador  é o braço direito do produtor rural na tomada de decisão tributária. O contador também está completamente presente na gestão financeira do agronegócio. 

Diferença entre BPO financeiro, assessoria e consultoria

Apesar de parecerem a mesma coisa, BPO financeiro, assessoria e consultoria são bem diferentes. 

No BPO financeiro, a parte financeira da empresa é completamente passada para outra empresa. Trata-se de um processo mais operacional.

A consultoria irá fornecer uma espécie de diagnóstico financeiro da empresa. Ela irá identificar os problemas existentes, mas quem os resolve é a própria empresa contratante.

A assessoria funciona de maneira diferente. Quem identifica os problemas da empresa é o próprio gestor, e a assessoria fornece suporte técnico para a resolução.

Na assessoria e na consultoria, é o gestor da empresa quem coloca a mão na massa para resolver as questões financeiras. 

Com o BPO, essas questões são resolvidas sem precisar de ações concretas do gestor, e é ideal para quem quer praticidade nos negócios.

Como escolher uma solução de BPO financeiro?

Antes de escolher a melhor solução de BPO financeiro no mercado, é importante analisar suas demandas e rotinas. Assim, será possível identificar qual empresa pode responder de maneira mais adequada ao seu negócio.

Na hora de escolher o profissional ou a empresa de BPO financeiro, considerar a possibilidade de integração do prestador de serviço com as informações financeiras da sua fazenda é importante. Dessa forma, ele vai poder conhecer a fundo a realidade financeira da sua empresa.

Quais são os serviços de BPO financeiro?

O profissional de BPO financeiro contratado pode realizar diversas funções em quatro campos diferentes:

1. Planejamento

No campo do planejamento financeiro, quem oferece o BPO pode: 

  • solicitar acesso a conta bancária do cliente para agendar pagamentos e retirar o extrato;
  • fazer o orçamento de custos e despesas fixos para os próximos 12 meses;
  • fazer análise de crédito para a empresa;
  • fazer a análise e gestão de indicadores financeiros, como faturamento e margem de lucro.

O objetivo do planejamento é entender o cenário e propor mudanças no processo que respondam às necessidades e expectativas do empreendedor rural que contratou o serviço.

2. Contas a pagar

Nesta etapa é o dia a dia do BPO Financeiro. Neste momento, é quando são geradas as informações estratégicas para a tomada de decisão da empresa. É possível:

  • organizar todos os documentos financeiros de maneira digital;
  • lançar e ajustar os sistemas de contas provisionadas e não provisionadas;
  • agendar as contas a pagar semanalmente;
  • realizar transações de pessoas via folha de pagamento;
  • pagar os fornecedores da empresa;
  • enviar relatórios de contas para o cliente realizar o pagamento no banco;
  • dar baixa dos pagamentos no sistema e no banco.

3. Contas a receber

Aqui, é possível:

  • lançar todas as contas a receber da empresa;
  • realizar a emissão de notas fiscais;
  • dar baixa dos recebimentos no sistema e no banco;
  • controlar os recebimentos do cliente.

4. Fechamento financeiro

Nesse campo, a pessoa profissional pode:

  • emitir relatórios de caixa mês a mês;
  • arquivar e organizar digitalmente os comprovantes para enviá-los à contabilidade;
  • fazer a conciliação bancária da fazenda mensal e diária;
  • fazer o fluxo de caixa.
BPO financeiro: foto de duas mãos sobre uma mesa de trabalho. Uma mão calcula em uma calculadora, a outra digita algo em um notebook. Sobre a mesa, há papeis espalhados.

(Fonte: Shutterstock)

Como saber se preciso de um serviço de BPO financeiro?

Para decidir se você precisa de um BPO financeiro, você pode analisar alguns fatores na sua gestão, como:

  1. Sobrecarga de trabalho: se a carga de trabalho estiver dificultando o desempenho eficiente das atividades financeiras, é possível contratar um profissional para a sua equipe, então o BPO financeiro pode ser uma opção.
  2. Falta de tempo para atividades estratégicas: se as atividades operacionais estão sendo concluídas, mas as atividades estratégicas estão sendo deixadas de lado, é possível passar algumas tarefas operacionais para um BPO financeiro para que a sua equipe possa focar no que realmente importa.
  3. Falta de conhecimento ou experiência: se sua equipe não tem todas as habilidades necessárias para lidar com determinadas atividades financeiras, você pode contratar um BPO financeiro para fornecer a expertise necessária na execução das tarefas.
  4. Redução de custos: o BPO financeiro pode ajudar a reduzir custos operacionais, eliminando a necessidade de contratar colaboradores, investir em equipamentos ou lidar com questões trabalhistas.

Por que contar com um serviço de BPO financeiro? 

Muitas vezes, o controle financeiro das empresas é feito à mão, o que pode gerar muitos erros no percurso. 

O serviço de terceirização/BPO financeiro otimiza e simplifica as finanças da empresa.

Outra vantagem é que quem oferece esse tipo de serviço tem conhecimento suficiente para  lidar com os mais diferentes problemas. 

Isso retira um grande peso das costas de quem gere a empresa.

Além disso, muitas empresas funcionam com pessoal reduzido. Por isso, pode não haver um profissional qualificado para lidar com as finanças – e o BPO financeiro resolve esse gargalo.

Mas, atenção: é importante contratar um profissional que conheça e entenda o agronegócio. 

Afinal, o agro possui particularidades que devem ser observadas, e um profissional especialista pode trazer um grande diferencial para a sua gestão.

Outro ponto que você deve observar é se o software que o profissional vai usar para a sua gestão está alinhado com as necessidades da sua fazenda. 

Um software voltado para a sua fazenda consegue entregar as informações necessárias para a sua tomada de decisão. 

Vantagens do BPO financeiro para o produtor rural

Para quem terceiriza as finanças da empresa, as vantagens são muitas:

  • Finanças sempre organizadas e em dia;
  • fluxo de caixa projetado e atualizado diariamente;
  • segurança das informações e dados da empresa;
  • mais liberdade e tempo para cuidar da propriedade rural;
  • Integração com a contabilidade da empresa;
  • redução de custos e recuperação de crédito;
  • aumento da produtividade;
  • mais precisão para controlar gastos;
  • tomadas de decisão estratégicas e guiadas.

Quais os cuidados que se deve ter com o BPO financeiro?

É importante tomar todos os cuidados para preservar a segurança jurídica e melhorar a experiência com o BPO financeiro. É possível listar os cuidade que devem ser tomados que vão garantir o sucesso da operação:

  • Garantir a segurança dos dados da empresa através de um ambiente único e integrado;
  • Estipular um processo de comunicação claro e direto, seguindo rituais específicos para cada tema;
  • Ser transparente nas infromações;
  • Criar processo de validação do fluxo financeiro em mais de um nível, garantindo a segurança bancária da empresa.

Qual o preço de um BPO financeiro?

A contratação de um BPO financeiro pode ser uma boa saída para pequenas empresas, que podem não ter recursos para contratar pessoas capacitadas para fazer a gestão administrativa. 

Como cada negócio é diferente, vários pontos podem influenciar o custo total de contratação de um BPO financeiro. Entre esses fatores, estão:

  • Regime tributário da empresa;
  • Volume de transações financeiras;
  • Tamanho da empresa;
  • As atividade que serão terceirizadas;
  • Nível de especialização do BPO financeiro.

A maioria dos BPOs financeiros costuma variar entre R$500 e R$ 5 mil mensais, embora esses preços possam variar com o tempo, localização e também as especificidades da sua empresa.

Planilha de fluxo de caixa para sucessão feminina

Conclusão

Terceirizar os serviços financeiros pode ser uma opção para quem precisa cuidar mais a fundo das atividades agrícolas.

Isso garante maior precisão no planejamento financeiro. Uma visão muito mais ampla das finanças e mais organização também são grandes vantagens.

Com a ajuda de softwares de gestão, todo o processo se torna mais simples e intuitivo. 

Com os serviços de terceirização do financeiro, a empresa contratante terá muito mais qualidade financeira, e o contador terá clientes fidelizados.

>> Leia mais:

Contabilidade de custos no agronegócio: todas as dicas para fazê-la

Coloque as contas da fazenda em dia com o app Aegro

Big Data no agronegócio: a revolução dos dados

E você, já oferece os serviços de BPO financeiro na propriedade rural? Quer saber mais sobre o tema? Inscreva-se em nossa newsletter e receba todos os conteúdos diretamente no seu e-mail!

Foto da autora Mariana, sorrindo com uma parede vermelha no fundo

Atualizado em 23 de novembro por Mariana Rezende.

Sou formada em economia e mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atualmente sou doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Economia e graduanda de Ciências Contábeis na mesma instituição.

Faça o controle financeiro da fazenda em 7 passos simples

Controle financeiro da fazenda: saiba o que é, como planejar, quais erros você deve evitar e muito mais!

O planejamento agrícola é uma parte importante da gestão rural. O controle financeiro é uma das etapas desse planejamento. Ele é um fator determinante para a produtividade e rentabilidade da lavoura.

Muitas coisas podem ser feitas para garantir um bom controle financeiro e uma boa gestão de custos. Você sabe quais são?

Para te ajudar nessa missão, este artigo trará as principais etapas para realizar o controle financeiro e como esse processo pode ser facilitado. Acompanhe!

O que é o controle financeiro?

Controle financeiro é o processo de projeção das receitas e despesas de um negócio. As metas a serem alcançadas são definidas a partir desses dados. Com esse controle, você consegue, por exemplo:

  • ter clareza sobre as movimentações financeiras da fazenda;
  • gerenciar melhor as receitas e despesas, além de entradas e saídas de recursos. 
  • ter conhecimento de tudo que entra e sai do caixa, a curto e longo prazo. 
  • entender o que está sendo gasto com investimento e o que é despesa.

O sucesso dos negócios agrícolas está ligado à capacidade dos gestores em fazer o controle financeiro corretamente. Controlar gastos e despesas é fator importante para a saúde financeira da sua propriedade.

Como planejar o controle financeiro

O sucesso dos negócios da fazenda começa com um bom planejamento e com controle financeiro. Para conseguir controlar as contas da fazenda, é preciso saber tudo o que acontece nela.  Você deve reunir  informações como:

  • gastos na produção agrícola;
  • pagamento de funcionários;
  • combustível;
  • assistência técnica;
  • despesas administrativas e financeiras;
  • investimentos;
  • receitas;
  • entradas de dinheiros provenientes da venda de grãos, boi gordo para abate, entre outros.

É importante imaginar possíveis cenários entre custos e receitas. Para isso, conheça a fundo o processo produtivo e estime o valor a ser gasto em cada fase.

Deixe as despesas compatíveis com a receita gerada.

Todos os gastos recorrentes da fazenda, com valores, quantidades e estimativas de produção devem ser registrados e armazenados

É através de um bom planejamento financeiro que você consegue tomar decisões importantes, como:

  • aquisição de maquinário;
  • construção de infraestrutura;
  • contratação de novos funcionários;
  • aquisição de outras propriedades, entre outros.

Uma ferramenta que pode te ajudar nesses aspectos é o diagnóstico de gestão 360º. Ela é gratuita, e você pode acessar clicando na imagem abaixo:

diagnostico de gestao

Como fazer o controle financeiro da fazenda

Se você, além de produzir, possui a responsabilidade de controlar o financeiro da fazenda, deve seguir a rigor alguns passos:

1. Registre e guarde todas as informações importantes

Todos os gastos recorrentes da fazenda devem ser registrados e armazenados. Detalhe os valores e quantidades, as estimativas de produção e receitas.

Fazer esse registro é essencial. É por meio dessas informações que você consegue entender como anda a situação financeira da sua empresa.

Por exemplo, com esses detalhes em mãos você pode tomar decisões assertivas, como:

  • fazer novos investimentos;
  • comprar um novo maquinário;
  • financiar determinado produto;
  • reformar os seus silos, dentre muitos outros exemplos.

2. Faça um fluxo de caixa consistente

O fluxo de caixa é a ferramenta utilizada para conhecer as receitas e despesas da fazenda diariamente. Essa ferramenta ajuda muito nas tomadas de decisão.

Ter um fluxo de caixa organizado possibilita o controle das finanças. Assim, você pode fazer projeções sobre o futuro financeiro da empresa rural. 

Pelo fluxo de caixa, é possível determinar onde estão ocorrendo os principais gastos e quais as atividades trazem mais lucro para a empresa rural. 

Isso facilita a tomada de decisão e a definição de estratégias.

Com o fluxo de caixa, também é possível saber como são as movimentações financeiras semanais e mensais

Fechar as contas ao final do ciclo produtivo ou do ano se torna um processo muito mais simples e automático.

planilha de fluxo de caixa

3. Controle suas fontes de dinheiro

Investimentos

Os investimentos são gastos para obter recursos para atividades agrícolas. É importante lembrar que esses recursos devem ser usados por pelo menos dois períodos produtivos. 

Isso significa que o dinheiro sai do seu bolso. Por isso, ter uma noção completa das suas finanças é primordial para você saber o quanto exatamente pode gastar.

Investimentos dão suporte às atividades operacionais, são permanentes e duram por um longo prazo. Sem eles, as atividades operacionais poderiam não ser feitas ou não ser executadas corretamente.

Financiamentos

Financiamentos são os recursos financeiros vindos de terceiros. Eles também servem para atender demandas de produção.

Assim, você  tem acesso a eles por créditos disponíveis nos bancos. Crédito rural e empréstimos pessoais são apenas alguns exemplos.

Os financiamentos suprem as necessidades de recursos em atividades operacionais e de investimento da empresa. 

4. Organize seus pagamentos

Você já pagou uma conta em atraso? Por conta desse atraso, pagou juros? 

Ao organizar e planejar os pagamentos dos seus fornecedores, você evita esse tipo de situação e os gastos com juros.

O pagamento em dia ajuda a conquistar um bom relacionamento com seus fornecedores. Esse bom relacionamento pode trazer benefícios, como prazos maiores para pagar e descontos por pagamentos antecipados.

Assim, uma forma de controle viável é determinar um dia específico na semana ou no mês para realizar os pagamentos. Isso traz agilidade em outros processos e melhora o gerenciamento de tempo no seu negócio rural.

5. Fique por dentro do mercado

Você produz para vender. Se você vende as suas sacas por um preço abaixo do que você gasta para produzi-las, irá perder dinheiro ou não lucrar.

Por isso, fazer pesquisas de mercado e entender como estão os preços do que você produz é um passo importante. Mas muito além de saber por quanto você irá vender, você deve saber por quanto você irá comprar.

Conhecer fornecedores de produtos de qualidade e com preço baixo pode ser um enorme facilitador.

6. Identifique e corte as fontes de gastos na lavoura

Sua lavoura é sua fonte de renda. Se você precisa fazer o controle financeiro da fazenda, é graças ao que você produz.

Por isso, estar sempre de olho em todos os detalhes operacionais do campo também pode ser uma boa maneira de controlar as finanças.

Assim, você identifica qual maquinário está consumindo combustível a mais, qual talhão tem mais despesas, qual semente tem rendido menos…

A importância de saber desses detalhes é ter tempo hábil para repará-los. Assim você garante que não haverá gastos além do planejado para cada área da fazenda.

7. Invista em um sistema de gestão rural

O uso de um software agrícola pode te ajudar a realizar todos os passos anteriores de forma mais fácil e eficiente. Controlar o financeiro manualmente pode ser muito trabalhoso. Além de demandar muito tempo, o registro em vários papéis ou até mesmo planilhas pode gerar erros e retrabalhos.

Enquanto isso, um sistema digital voltado à administração rural, como o Aegro, agiliza a gestão da sua propriedade e simplifica sua rotina.

Com ele, você centraliza o registro das operações do campo e o controle financeiro em um só lugar, automatizando processos e acompanhando no detalhe os custos de produção. Conheça todos os recursos desta ferramenta em uma demonstração gratuita

Simplifique a gestão do seu negócio com a importação financeira de contas a pagar e receber

A importação de histórico financeiro é o jeito mais simples e prático de começar a utilizar o Aegro. 

Importe os dados de contas a pagar e receber de suas planilhas ou de outras ferramentas e ganhe agilidade no uso do sistema. Assim, você mantém o controle do seu histórico e garante a eficiência do seu time, reduzindo o tempo gasto com a digitação dos dados para outras atividades.

Seus dados são importados de uma vez, permitindo que o Aegro utilize as informações para gerar as análises necessárias para o controle do negócio.

Tela que mostra importação de histórico financeiro com Aegro

Quer saber como o Aegro pode agilizar ainda mais as atividades do seu negócio? Clique aqui e assista a uma demonstração gratuita!

Erros para evitar no controle financeiro da fazenda

Para que a gestão financeira da sua empresa rural aconteça da melhor forma possível, é importante evitar erros como:

  • Fluxo de caixa desatualizado;
  • Não centralizar e organizar todas as entradas e saídas da fazenda, mantendo-as apenas em papéis dispersos;
  • Manter uma mesma conta bancária para a fazenda e para os gastos pessoais;
  • Atrasar ou pular pagamentos.

Evitando todos esses deslizes, você certamente terá uma melhor saúde financeira na sua empresa.

Conclusão

A modernização do agronegócio tem gerado a necessidade de um controle financeiro mais organizado.

Para que o controle seja eficaz, é preciso fazer um planejamento da gestão financeira.

Registre todas as informações importantes para a fazenda, com a organização das receitas, pagamentos de fornecedores, investimentos e financiamentos.

Para facilitar esse controle, não se esqueça de que você pode contar com a ajuda de um software de gestão rural. 

>> Leia mais: “O que é BPO financeiro e por que ele pode ser vantajoso para o produtor rural

E você, como faz o controle financeiro da fazenda? Você usa cadernos, planilhas, ou já aderiu a um software? Deixe seu comentário aqui!

Holding rural: entenda como ela dá segurança e longevidade ao seu trabalho

Holding rural: saiba o que é, os benefícios, como e quando criar, e muito mais!

Você sabia que 70% das empresas familiares rurais brasileiras interrompem as suas atividades após o desaparecimento de seus fundadores? 

A holding rural pode ajudar famílias que produzem e desejam um agronegócio mais promissor, sólido e duradouro.  

Existem muitas outras vantagens, e conhecê-las é fundamental para garantir melhorias no seu negócio.

Neste artigo, você saberá tudo sobre os benefícios da holding rural, além de como e quando criá-la. Aproveite a leitura!

O que é holding rural

Holding rural é a transferência total dos bens de uma família rural através da constituição de uma pessoa jurídica. Ela terá como principal objetivo a gestão total da atividade rural e de todo o patrimônio inerente.

Uma holding rural é a empresa criada para controlar e gerir:

  • bens;
  • imóveis;
  • funcionários;
  • maquinário;
  • veículos;
  • insumos;
  • ações e participações societárias em outras empresas.

Além disso, ela dá todo o suporte ao longo do processo de sucessão familiar no agronegócio.

Quem pode criar uma holding no agronegócio?

A criação de uma holding rural possibilita que o patrimônio da atividade rural seja concentrado em uma pessoa jurídica. Ela terá como sócios as pessoas de um determinado núcleo familiar.  

Podem ser sócios de uma holding no agronegócio qualquer membro da família do produtor rural. A constituição da sociedade deve ser feita por meio de contrato. 

O processo de formação de uma holding tem como objetivo a organização patrimonial, buscando separar os bens de pessoas físicas do negócio. 

Dessa forma, pode-se reduzir as chances do patrimônio familiar ser afetado pelas operações empresariais. 

Além disso, o planejamento sucessório possibilita adiantar a herança dos herdeiros. A manutenção de todos os direitos dos atuais proprietários também é possível.

É importante analisar os regimes de casamento dos sócios envolvidos, a existência ou não de testamentos, pactos pré-nupciais e estruturar as regras de sucessão. Assim, você evita conflitos em um futuro inventário. 

Por que criar uma holding rural?

Além de facilitar a gerência do agro empreendimento, a holding rural traz inúmeras vantagens:

  • carga tributária menor para questões de inventário;
  • redução em média de 14% no imposto de renda;
  • isenção de impostos na distribuição de dividendos;
  • redução da carga tributária em ganhos de capital com a venda de imóveis, entre outros.

Saiba mais sobre cada uma delas a seguir

Redução da carga tributária 

O processo de inventário pode levar em média 5 anos para a sua conclusão. Além disso, é extremamente caro. À medida em que o prazo se estende, maiores são os custos.

Levando em conta impostos e taxas cartoriais, o custo final do inventário sobre o valor de um imóvel alcança 20% do valor do bem.

Esse mesmo procedimento, realizado através da holding rural, tem uma redução de pelo menos 70% desse custo.

O imposto de renda pago pelo produtor rural pessoa física em seus rendimentos é de 27,50%

Quando se trata de rendimentos de uma holding rural, o imposto a ser pago oscila entre um mínimo de 11,33% e um máximo de 14,50%

Isso representa uma economia média de 14% sobre o total dos rendimentos.

Quando o assunto é distribuição de lucros, certamente temos aqui uma das maiores vantagens oferecidas pela holding rural. Toda a distribuição de lucros auferidos pelos sócios cotistas está isenta de qualquer tributação

Holding rural no agronegócio: foto de dois produtores rurais em lavoura de soja, entre as fileiras do plantio.

Fonte: (Informa Paraíba)

Agilidade no processo de sucessão 

Outra vantagem significativa da holding rural é a tranquilidade e facilidade oferecidas na sucessão patrimonial.

Ao constituir a empresa, todos os bens familiares estarão integrados no capital social. Eles serão divididos em cotas entre os integrantes da empresa.

Em caso de morte de qualquer um dos integrantes, a participação do falecido será redistribuída entre os demais membros. Isso funciona de acordo com o contrato social previamente pactuado.

O processo sucessório também fica livre de disputas desnecessárias e desgastes emocionais. 

Em pouco tempo, a holding rural estará em pleno funcionamento. Isso evita longas paradas e até mesmo a descontinuidade do agronegócio.    

Maior poder de negociação

A holding rural oferece mais garantias e solidez do que uma pessoa física. Afinal, ela funciona como uma pessoa jurídica.

Ela facilita o processo de aquisição de insumos agrícolas e maquinários

Além disso, oferece facilidade de negociação com credores e terceiros. 

Também há mais flexibilidade diante das instituições bancárias e financeiras, no momento de captação de crédito rural.

Esse conjunto de vantagens garante mais agilidade na gestão do agronegócio. Os recursos são otimizados e há uma margem maior de lucratividade.

Blindagem patrimonial 

Ao constituir uma holding rural, fica restrita a interferência ao capital social da empresa. 

Isso acontece pelas obrigações ou dívidas pessoais de seus sócios, principalmente em casos de divórcio e separação litigiosa.

Esta restrição garante a incomunicabilidade, inalienabilidade, impenhorabilidade e reversão dos bens

Há a exceção de situações muito especiais e previstas em lei, na qual a pessoa jurídica é desconsiderada. 

Como criar uma holding no agronegócio

1. Planejamento financeiro e análise de patrimônio

Primeiramente, deve-se levantar todo o patrimônio rural existente para montar um planejamento financeiro e tributário

Além disso, defina o montante do capital social e o que será integralizado a ele, como:

  • imóveis;
  • títulos;
  • ações de empresas;
  • valores em dinheiro, etc.

2. Consulte um especialista contábil e jurídico

Conte com uma assessoria especializada, tanto jurídica quanto contábil. 

Essa assessoria irá te ajudar a escolher adequadamente o melhor modelo societário da empresa a ser criada.

Ela levará em consideração a segurança patrimonial e a menor incidência de carga tributária.

3. Tome decisões com os sócios 

Como a holding rural é uma organização que cuidará dos interesses de toda a família, é importante ficar de olho no seguinte detalhe: os sócios devem estar alinhados quanto às expectativas e responsabilidades de cada um.

Isto é, é preciso discutir pontos importantes como:

  • a remuneração dos sócios;
  • divisão dos bens;
  • responsabilidade de cada sócio na administração;
  • interesse de cada um deles em fazer parte ativamente da administração.

Todas as decisões tomadas podem ser documentadas em um contrato regido pelo artigo 118 da Lei nº 6404/76. Assim, você evitará conflitos entre as partes, mantendo todos os interesses preservados.

A escolha do sucessor é uma decisão importante e deve ser tomada com cautela, levando em conta alguns pontos. É preciso entender o perfil dos membros da família e o perfil necessário para a gestão do negócio.

A definição de como será gerido o negócio, com a divisão do patrimônio entre os familiares é uma decisão importante. Afinal, na constituição da holding está ocorrendo a doação de bens.

3.1. Defina o tipo de sociedade

O detentor do patrimônio pode decidir pela divisão igualitária entre todos os herdeiros, mas com a gestão sendo feita por apenas um deles. Outra possibilidade é criar um conselho com todos os herdeiros para a gestão do negócio.

Ainda é possível passar a propriedade de acordo com o interesse de cada familiar e da aproximação dele com o negócio. E também, retirar parentes consanguíneos do negócio.

Existe ainda uma outra possibilidade que é a de estipular que o negócio vai ser dirigido por uma pessoa externa, como um CEO. Os herdeiros, neste caso, poderiam constituir um conselho administrativo.

Existem muitas possibilidades de organização da sociedade. Porém, o mais importante é que as regras sejam claras e que sejam de conhecimento de todos, para evitar discussões e desentendimentos. 

4. Defina o tipo de sociedade

Existem vários tipos de holding rural.

Holding rural pura

A holding rural pura detém o controle em outras sociedades. Ela minimiza as alterações patrimoniais dos sócios nos negócios e vice-versa.

Além disso, esse tipo de holding minimiza os riscos de que conflitos pessoais afetem as operações da empresa.  A holding pura pode ser destinada à gestão e organização da parte imobiliária.

Neste caso, é necessário definir a finalidade de cada imóvel. Defina se:

  • é de uso pessoal ou da empresa;
  • os imóveis são urbanos ou rurais;
  • os imóveis são destinados à locação, moradia, venda, arrendamento permuta ou incorporação imobiliária.

Definir estas questões é importante, porque a carga tributária pode mudar bastante na transferência da operação da pessoa física para a pessoa jurídica ou da jurídica para física.

Holding rural imobiliária

As holdings imobiliárias são muito utilizadas para que os imóveis não fiquem vulneráveis ao risco do negócio.

Holding rural operacional

As holdings operacionais são criadas sob o controle da holding pura, e permitem um maior controle sobre as decisões tomadas.

Isso viabiliza o desenvolvimento de cada ramo do negócio, sem conflitos do patrimônio adquirido pelos sócios e sua família.

Definido o tipo de holding que será constituída, é preciso definir qual será o tipo societário mais adequado ao negócio. Para isso, é preciso analisar a carga tributária para a estruturação do negócio.

As holdings podem constituir uma Sociedade por Ações ou Sociedade Limitada, com um ou mais sócios, ou uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. 

Além do mais, ao longo da elaboração do planejamento, diversos pontos sobre a natureza e o tipo da atividade rural devem ser considerados. Nessas etapas, é importante ter o auxílio de um bom contador para avaliar o melhor regime de tributação.

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Conclusão 

Constituir uma holding rural certamente trará muitos benefícios. Isso, é claro, desde que haja acerto entre as partes que integrarão a sociedade.

Não só no que se refere à divisão de quotas, mas também na função que cada membro exercerá dentro da empresa.  

Desta forma, quem produz e seu grupo familiar poderão usufruir plenamente de todos os benefícios que a holding rural oferece. 

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Recuperação do ICMS de produtor rural: o que é e como fazer

Recuperação do ICMS de produtor rural: saiba o que é, como o crédito funciona e em quais estados ele está disponível!

A recuperação do crédito de ICMS é um dos benefícios que quem produz possui. No entanto, muitas vezes quem tem direito desconhece essa possibilidade.

Em  diversos estados do país, produtores podem recuperar o ICMS pago na aquisição de insumos, combustível e maquinários.

A solicitação de recuperação do crédito de ICMS não é admitida em todos os estados

Neste artigo, você verá em quais estados é possível fazer a recuperação do ICMS de produtor rural e muito mais! Confira!

Recuperação do ICMS de produtor rural

Para solicitar o crédito, as notas fiscais de compra devem estar em nome do estabelecimento rural. Nas notas, deve constar o CNPJ da fazenda em que os insumos foram utilizados.

A solicitação de recuperação do ICMS de produtor rural pode ser feita no órgão responsável do seu estado. 

Nesse momento, os órgãos fazem a análise do valor relacionado aos impostos pagos nos últimos cinco anos. A partir dessa etapa, é feito o levantamento do valor a que se tem direito. 

Além disso, é necessário apresentar:

  • cópia do contrato de arrendamento ou parceria;
  • inscrição no cadastro de contribuintes do estado;
  • cópia do certificado de cadastro de imóvel rural;
  • matrícula do imóvel rural;
  • cópia dos documentos pessoais dos proprietários;
  • certificado digital de pessoa jurídica;
  • indicar informações sobre máquinas agrícolas que utilizam óleo dentro da propriedade.

Após o deferimento do pedido, o órgão estadual analisará todas as notas fiscais. Se aprovada, o governo emite uma carta de crédito no valor do ICMS das notas fiscais.

Com a carta de crédito é possível adquirir diversos itens para a produção agrícola, como: 

  • adubos;
  • insumos;
  • máquinas agrícolas;
  • combustível;
  • energia elétrica.

O que é o ICMS?

O ICMS é o imposto que incide sobre as operações relativas à circulação de mercadorias.

Ele possui diferentes alíquotas para as operações interestaduais e intraestaduais. Além disso, também pode variar de acordo com a mercadoria comercializada.

Este imposto é o principal fator de arrecadação dos estados

Por isso, a recuperação funciona como uma forma de compensação do ICMS que foi cobrado em operações envolvendo mercadorias.

Como fazer a recuperação do ICMS de produtor rural?

A legislação da recuperação do ICMS de produtor rural pode variar, já que esse imposto é de competência dos estados. Veja como funciona a recuperação do ICMS nos estados em que é permitido o resgate. 

São Paulo

O Governo de São Paulo permite que o crédito acumulado de ICMS pelos produtores rurais seja transferido para as cooperativas. 

No estado, é permitido transferir os créditos de ICMS para a aquisição de:

  • máquinas;
  • implementos agrícolas;
  • insumos agropecuários;
  • embalagens;
  • combustível;
  • energia elétrica;
  • sacaria nova;
  • materiais de embalagem, etc.

Todo produtor inscrito na Secretaria da Fazenda de São Paulo e que possui CNPJ pode solicitar a recuperação do ICMS.

O estado conta com um sistema informatizado próprio para solicitar o crédito do ICMS, o eCredRural.

Santa Catarina

Pela legislação vigente no Estado de Santa Catarina, é possível fazer a recuperação do ICMS de produtor rural. Para que o crédito seja liberado, a Secretaria da Fazenda da região deve autorizar previamente.

O produtor tem o direito de restituir até 10% do valor da produção que foi vendida. 

Ou seja, se o produtor vendeu R$10.000,00 da sua produção agrícola, ele poderá recuperar no máximo R$1.000,00 de ICMS. O crédito é pago em 48 parcelas mensais e sucessivas.

Mato Grosso do Sul

No Estado do Mato Grosso do Sul, a solicitação do crédito é feita através do preenchimento do formulário Socred (Solicitação de Crédito Fiscal) em duas vias. 

Todos os produtores pessoa física ou jurídica inscritos no Cadastro da Agropecuária no estado podem solicitar os créditos fiscais do ICMS. 

Além disso, não podem possuir pendências fiscais ou cadastrais e estar cadastrado no ICMS Transparente.

Assim, o produtor pode preencher o Socred, disponibilizado no Sistema Crefir no Portal ICMS Transparente. Em seguida, pode realizar o pagamento do Daems no valor de 1 Uferms.

Junto ao formulário, devem ser anexados diversos documentos, como:

  • Se o produtor é o remetente da mercadoria, deve anexar NFP (Nota Fiscal do Produtor) e a Nota Fiscal emitida pelo estabelecimento de destino. Nos demais casos, deve ser enviada somente a primeira via da Nota Fiscal emitida pelo estabelecimento remetente;
  • A nota deve conter o registro de passagem ou carimbo de entrada no posto fiscal;
  • No caso de solicitação de crédito fiscal decorrente da prestação de serviço de transporte, devem ser anexos o CT (Conhecimento de Transporte)  e a nota fiscal a que se refere o CT;
  • Comprovante de recolhimento do ICMS.

Minas Gerais

Na região, os produtores rurais inscritos no Cadastro de Produtor Rural Pessoa Física são isentos de imposto nas operações dentro do estado. 

Isso desde que o estabelecimento de destino seja contribuinte do ICMS.

Paraná

No Paraná, para solicitar a recuperação do ICMS de produtor rural, você deve ter Cad/Pro (cadastro de produtor rural) no Sintegra (Sistema de Informações Sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços). 

Após essa etapa, é preciso verificar se as notas fiscais dos insumos foram emitidas com os mesmos dados do cadastro no Sintegra.

Se estiver tudo correto, o produtor deve preencher a Facc (ficha de autorização e controle de crédito). 

Após isso, deve entregar as 4 vias na Agência de Rendas do seu domicílio tributário, anexando os documentos necessários.

planilha de controle de endividamento rural com rateio por participante

Conclusão

Em alguns estados, é possível fazer a recuperação do ICMS pelos produtores fiscais.

A solicitação da recuperação do ICMS de produtor rural varia de acordo com os estados. Pessoas elegíveis a esse benefício são aqueles que adquiriram insumos, maquinário e combustível utilizados na produção agrícola.

Então, é importante que você mantenha sempre organizados os documentos fiscais de compra e venda para que possa solicitar a recuperação.

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