Saiba como obter capital de giro rural para sua fazenda

Capital de giro rural: como é calculado, quais são os tipos, elementos que o compõem, como fazer financiamento rural e mais!

O capital de giro rural é necessário para custear as diversas atividades da fazenda. Isso vale para desde as mais simples às mais complexas, para as quais nem sempre há dinheiro.

Diversos bancos oferecem capital de giro rural, que pode ser investido em implantação e ampliação da produção, beneficiamento, industrialização e serviços rurais, etc. Por isso, ele é de grande relevância para a gestão da sua empresa rural.

Saiba neste artigo como obter recursos para o capital de giro, quais são os tipos e onde usar esse dinheiro. Boa leitura!

O que é capital de giro?

O capital de giro de uma empresa rural é um recurso financeiro que custeia atividades agrícolas. Ele é o dinheiro necessário para custear atividades relacionadas a insumos, salários e manutenções de máquinas, implementos, além da manutenção e investimentos na atividade rural.

Ele pode ser aplicado de várias formas em sua fazenda, sobretudo em despesas de curto prazo. Além disso, o capital de giro também funciona como uma reserva de dinheiro que será utilizada para suprir necessidades financeiras que aparecem ao longo da atividade agrícola.

O capital de giro é calculado da seguinte maneira: a soma das contas a receber, menos as contas a pagar.

  • Capital de giro = (contas a receber + estoque disponível na propriedade) – (soma das contas a pagar + impostos e despesas de um período ou safra).

Por meio dessa conta simples, você consegue saber se sua empresa rural está com a situação financeira confortável. Quanto maior for o resultado positivo da conta acima, melhor.

Onde usar o capital de giro

O dinheiro do capital de giro pode ser aplicado em:

  • despesas de rotina: peças ou consertos de equipamentos, compra de ferramentas, maquinários de pequeno e grande porte, contas de energia;
  • manutenção de atividades realizadas em campo, no escritório ou na sede da fazenda ou agroindústria;
  • geração de fluxo de caixa e balanceamento do ativo e do passivo financeiro;
  • compra de insumos (corretivos de solo, adubos, fertilizantes, agrotóxicos);
  • pagamento de fornecedores, impostos, salários de colaboradores e outras despesas.

Muitas dessas despesas podem ser custeadas por meio do dinheiro do crédito rural. Esse é o exemplo do crédito de custeio, que pode ser utilizado na agricultura e na pecuária.

O capital de giro rural serve também como complemento de recursos para ser utilizado nas despesas da fazenda com certa limitação de uso por conta das regras do MCR (Manual de Crédito Rural).

Como gerir o capital de giro

Obter o capital de giro rural é essencial para a sua fazenda, mas ele também precisa ser bem gerido para que o gasto não saia do controle.

Veja abaixo algumas dicas de gestão eficiente do capital de giro:

  • Já que você está com o dinheiro, o ideal é fazer compras à vista, que geralmente saem mais em conta que a prazo. Lembre-se de pegar a nota fiscal ou recibo da compra;
  • No acompanhamento do fluxo de caixa, é essencial também que você verifique o aumento do preço dos produtos ou serviços, de modo que estabeleça, com base nisso, uma maior margem de lucro na venda da sua produção;
  • Tenha cuidado também com o excesso de empréstimos e financiamentos. Além de ter mais trabalho para gerir todos eles, você precisa honrar cada um e se atrasar as parcelas ainda paga com juros maiores se fosse pago em dia;
  • Evite gastos excessivos e reduza seu custo de produção: você não vai deixar de investir onde precisa, mas sim no que realmente é necessário.

Como se planejar para manter o capital de giro

O planejamento de como será investido o seu capital de giro deve seguir como é feito com o crédito rural. Nele, o projeto precisa ser seguido conforme foi apresentado ao banco.

No capital de giro, esse planejamento exige mais disciplina da sua parte porque o único fiscal que averigua se o dinheiro está sendo aplicado conforme o programado é você.

No planejamento, devem constar ampliação do capital de giro por meio da margem de lucro e o que pode ser feito por meio do aumento da produtividade. Essa ampliação também pode acontecer através da melhoria na qualidade do seu produto e da busca por novos mercados.

Com isso, você tem muito mais possibilidade de criar até o seu próprio capital de giro para a próxima safra, sem precisar depender de financiamentos para isso.

Quais são os tipos de capital de giro na agricultura?

Existem quatro categorias de capital de giro: 

  • capital de giro líquido;
  • capital de giro negativo;
  • capital de giro próprio;
  • e capital de giro associado a investimentos.

Veja abaixo mais detalhes sobre cada um deles.

Capital de giro líquido

O capital de giro líquido é a quantia que sobra após subtrair o passivo circulante (obrigações a serem pagas no período de um ano) do ativo circulante (bem ou direito que pode ser convertido em dinheiro em curto prazo).

Capital de giro negativo

O capital de giro negativo ocorre quando o valor das dívidas em determinado período é maior do que os valores disponíveis em caixa e os bens de capital.

O capital de giro negativo deve ser temporário e de curto prazo. Caso contrário, resulta em desorganização do andamento das atividades, impossibilitando a realização das mesmas.

Para ele ser saneado logo, é preciso ter uma arrecadação futura de curto prazo.    

Capital de giro próprio

O capital de giro próprio é o mais apropriado para se ter. Uma empresa rural com capital de giro próprio é aquela que segue um nível de excelência em gestão.

Com isso, a empresa rural não necessita pegar dinheiro emprestado para ter capital de giro: a cada safra, ela já separa um valor determinado para isso, conforme o planejamento.

Capital de giro associado a investimentos 

O capital de giro associado a investimentos é aquele utilizado na cobertura de despesas com os variados investimentos necessários para a fazenda. Um exemplo é a compra de maquinários, ampliação de galpões ou da estrutura de beneficiamento da agroindústria.

planilha de fluxo de caixa

Quais elementos compõem o capital de giro?

Diversos elementos compõem o capital de giro rural. A finalidade desses elementos é possibilitar que sua fazenda continue realizando as atividades normalmente.

Assim, podemos citar como elementos do capital de giro rural:

  • valores de dinheiro em caixa;
  • valores a receber de contratos;
  • bens de capital (móveis e imóveis);

Geralmente, o capital de giro rural é composto por 50% dos ativos da empresa agrícola. 

Como financiar capital de giro para produtor rural

O financiamento rural de capital de giro  pode ser feito por meio de instituições financeiras, como bancos oficiais, a exemplo do Banco do Brasil, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Banco da Amazônia.

Veja detalhes de cada uma dessas instituições a seguir: 

BB Agro

No Banco do Brasil, o capital de giro rural funciona por meio do BB Giro Agro, crédito rotativo de capital de giro para a atividade agropecuária.

Com o BB Giro Agro, é possível adquirir bens ou insumos utilizados na atividade rural. Isso tanto na fase de produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização.

Podem ter acesso ao BB Giro Agro produtores rurais pessoa física, exceto inscritos no Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

As taxas de juros aplicadas são as do mercado, com prazo de pagamento para 360 dias e possibilidade de renovação automática do crédito.

Capital de giro rural no BNDES

No BNDES, o capital de giro rural está disponível por meio do Pronaf Cotas-Partes.

Esse tipo de financiamento rural destina-se à integralização de cotas-partes por beneficiários do Pronaf associados a cooperativas de produção rural. Também é destinado à ampliação pela cooperativa em capital de giro, custeio, investimento ou saneamento financeiro.

Para solicitar, é preciso ter a Declaração de Aptidão ao Pronaf ativa e ser associado a cooperativas de produção agropecuária com no mínimo 60% dos sócios beneficiários do Pronaf. Também é preciso ter patrimônio líquido mínimo de R$ 25 mil e mínimo de 1 ano de funcionamento.

O interessado deve procurar uma instituição financeira credenciada pelo Banco Central do Brasil para emitir esse tipo de empréstimo. A taxa de juros é de 4,5% ao ano, com prazo de até 6 anos.

Giro Produtor Rural no Banco da Amazônia

O Giro Produto Rural no Banco da Amazônia é para aquisição de bens, matérias-primas, insumos e produtos, com prazo de pagamento em até 2 anos.

O bando dispensa garantias nas operações de até R$ 100 mil, com “taxas de juros atrativas”. Pessoas físicas e jurídicas correntistas do banco podem ter acesso ao Giro Produtor Rural.

Conclusão

Ter um capital de giro rural é essencial para manter a regularidade das atividades da sua empresa agrícola e possibilitar uma gestão correta da propriedade rural.

Há vários meios de obter o capital de giro rural, conforme mostramos acima. Empresas particulares, como as agfintechs (startups do agronegócio que atuam com crédito rural) também são uma boa opção para obter os recursos.

Procure se informar o máximo possível sobre o capital de giro rural, e assim fazer negócios seguros. Assim você terá o seu próprio capital de giro, fruto dos lucros com a sua atividade.  

Como você controla o capital de giro rural da sua empresa? Você conta com ajuda de contadores ou faz esse controle por conta própria? Deixe seu comentário!

Proagro: o que é e quais as regras do programa de garantia da atividade agropecuária

Proagro: compreenda sua importância, identificar as diversas coberturas disponíveis e entender o que não é contemplado são elementos fundamentais.

O Proagro, Programa de Garantia da Atividade Agropecuária, visa garantir o pagamento das parcelas do crédito de custeio da produção. 

É aplicável a produtores que enfrentam perda de receita devido a eventos climáticos, pragas ou doenças na lavoura. Essencialmente, o Proagro funciona como um programa para sanar possíveis dívidas de custeio. 

Este artigo apresenta as exigências e todas as coberturas disponíveis. Aproveite a leitura!

Proagro: o que é?

O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária, conhecido como Proagro, é um programa governamental com regras próprias que funciona como uma espécie de seguro. Ele serve para garantir o pagamento de financiamentos rurais de custeio agrícola, em casos de lavouras prejudicadas por situações climáticas, pragas ou doenças graves.

Ele foi criado pela Lei 5.969/1973 (já revogada) e é regido pela Lei 8.171/1991, tendo sido regulamentado pelo Decreto 175/1991 e pela Lei 12.058/2009.

O programa é custeado com recursos da União. Esses recursos vêm de contribuições do produtor rural (adicional/prêmio do Proagro) e de receitas da aplicação do adicional colhido. As normas do Proagro constam no MCR (Manual de Crédito Rural).

O foco do Proagro são os pequenos e médios produtores rurais. Porém, pode atender a todos que se enquadram nos limites de coberturas estabelecidos no Manual de Crédito Rural. 

A diferença entre o Proagro e o Seguro Agrícola está na origem do dinheiro utilizado para fazer as indenizações e pagamentos de apólices. O Proagro é um programa governamental. Portanto, o recurso que pode ser pago a um agricultor tem origem nos cofres públicos.

Já os seguros agrícolas fazem parte das modalidades de Seguro Rural, que é operado por instituições privadas voltadas para este fim. Essas instituições são autorizadas pelo Mapa.

Proagro Mais

O Proagro Mais é voltado para beneficiários do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), cujas regras também estão no MCR.

O Proagro Mais abrange o financiamento de investimento rural, permitindo ao beneficiário incluir a parcela do crédito destinada a investimentos. O beneficiário pode apresentar à instituição financeira uma declaração identificando a operação de investimento rural a ser respaldada pelo contrato.

Esse beneficiário pode ainda apresentar o valor da prestação e a data de vencimento.

O Proagro Mais funciona também como uma garantia de renda mínima. Isso é feito por meio do enquadramento de um valor que será vinculado ao orçamento de custeio da lavoura.

O objetivo é garantir a subsistência do pequeno agricultor em caso de perdas de receitas por conta de fenômenos naturais, pragas ou doenças.

Como funciona o Proagro

O Proagro é oficialmente gerenciado pelo Banco Central do Brasil e operado por instituições financeiras autorizadas a fornecer crédito rural. Essas entidades realizam contratos de operações de custeio e são responsáveis por formalizar a participação do agricultor no programa.

Se o pedido de cobertura do Proagro for negado pelo agente financeiro, o produtor rural pode recorrer à Comissão Especial de Recursos. Essa é uma instância administrativa do Proagro.

Em lavouras temporárias, como de soja e trigo, a cobertura começa quando é feito o transplantio ou emergência da planta na lavoura. Ela  termina com a colheita ou o fim do período recomendado para a colheita.

Já nas lavouras permanentes, como a de café, a cobertura começa com o débito do adicional na conta da operação ou recolhimento no adicional ao Banco Central. Ela também termina com o fim da colheita.

Manter em dia o pagamento das parcelas do custeio agrícola não é uma tarefa fácil. Isso se agrava em tempos de aumento dos efeitos das mudanças climáticas.

Além de alterar o regime de chuvas e intensificar secas e geadas, as mudanças climáticas tornaram as pragas e doenças mais destrutivas para a agricultura. 

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), 40% da produção agrícola é perdida para pragas. Elas “roubam a economia global”  mais de US$ 220 bilhões anualmente.

Por isso, se você obtiver crédito de custeio da produção, é de grande importância aderir ao seguro do Proagro ou ao Proagro Mais.

Coberturas do Proagro

O Proagro cobre perdas decorrentes dos seguintes eventos, desde que a lavoura já tenha emergido na área enquadrada no programa:

  • Ventos fortes ou frios;
  • Chuva excessiva, geada, granizo;
  • Seca (áreas não irrigadas);
  • Variação excessiva de temperatura;
  • Doença ou praga sem método conhecido e viável de prevenção ou controle.

Para lavouras irrigadas, as coberturas são as:

  • decorrentes de suspensão de uso de água pelo Poder Público, sendo que o plantio precisa ter sido feito conforme o Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático);
  • causadas pela seca, em locais onde houve o esgotamento natural dos mananciais utilizados para a irrigação – o beneficiário deve optar por essa cobertura na contratação.

O que o Proagro não cobre

A lista do que o Proagro não cobre é grande. Por isso, fique de olho antes de acionar o programa.

  • evento fora da vigência do amparo do Proagro ou do Proagro Mais;
  • incêndio na lavoura;
  • erosão do solo;
  • plantio em desconformidade com o Zarc;
  • práticas inadequadas de controle de pragas e doenças;
  • deficiência nutricional por adubação errada;
  • uso de tecnologia inadequada;
  • exploração de lavoura há mais de 3 anos na mesma área, sem conservação e fertilização do solo;
  • cancro da haste e nematoide de cisto na lavoura de soja implantada com variedades consideradas suscetíveis a essas doenças;
  • doenças conhecidas por “gripe aviária” e “mal da vaca louca”;
  • em lavouras irrigadas: seca, estiagem ou chuva na fase da colheita ou geada; quando considerados eventos comuns e conhecidos para a época e a região;
  • quando há seguro contratado para a lavoura ou para itens do empreendimento;
  • o contrato de crédito não possui cláusula de enquadramento no Proagro ou no Proagro mais;
  • quando o beneficiário apresenta documento referente ao empreendimento falso ou adulterado;
  • ocorrido o sinistro, o cálculo da produção final tenha sido realizado com base em faixas restantes da lavoura já colhida;
  • as coordenadas geodésicas da cultura são distintas da daquelas informadas ao agente do Proagro.

Como é calculada a indenização do Proagro

Segundo as diretrizes do Banco Central do Brasil, a compensação no Proagro é calculada com base nas perdas verificadas e respaldadas pelo perito. 

O beneficiário é elegível à compensação se a perda for coberta pelo Proagro ou Proagro Mais e se puder comprovar a aquisição dos insumos. Além disso, é necessário apresentar comprovantes de despesas válidos. 

Em situações de redução da área enquadrada, a compensação será proporcional à área de emergência das plantas, e se houver produção, as receitas serão deduzidas. 

No Proagro Mais, não há compensação se a receita gerada for igual ou superior a 70% da receita bruta esperada, a menos que haja uma parcela de investimento.

Como recorrer do cálculo, em caso de discordância

O prazo para análise e julgamento do pedido de cobertura é de 45 dias úteis, após recebimento do relatório final. São 5 dias úteis para fazer a comunicação ao beneficiário, após a decisão.  

Os motivos do indeferimento parcial ou total devem ser informados. Em caso de negativa da cobertura, o produtor tem 30 dias úteis para recorrer, por meio de pedido de revisão que deve ser apresentado ao agente do Proagro.

O recurso pode ser encaminhado à CER (Comissão Especial de Recursos), ligada ao Mapa.

A solicitação de recurso deve seguir o formato padrão, incluindo documentação e a assinatura do produtor ou representante legal. O produtor rural tem o direito de acessar os documentos do processo mantidos pelo agente do Proagro. Em casos de pendências administrativas, o agente deve resolver a situação no prazo de 180 dias.

Como acionar o pagamento

O seguro Proagro e o Proagro Mais podem ser acionados por meio das instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central do Brasil a operar com crédito rural. Você pode acionar de duas formas:

  1. diretamente no contrato de financiamento de custeio agrícola, em uma cláusula específica do contrato;
  2. através do Termo de Adesão para atividades que não são financiadas.

No contrato, são descritas as principais condições de enquadramento no Proagro ou no Proagro Mais:

  • a lavoura e a área;
  • produção e produtividade esperada;
  • valor enquadrado;
  • alíquota, a base de incidência e a época da exigibilidade do adicional;
  • o período de vigência do amparo do Proagro ou do Proagro Mais.

Regras do Proagro

Para contratar o seguro, são feitas as seguintes exigências, válidas para o Proagro e o Proagro Mais:

  • coordenadas geográficas da lavoura;
  • orçamento análitico das despesas previstas para a lavoura, com discriminação dos tipos de insumos e rerspectivos valores.

Para ter direito ao Proagro ou ao Proagro Mais, você paga uma porcentagem no valor total a ser coberto. O valor é similar ao prêmio pago na contratação do seguro.

Ele precisa estar previsto no contrato de crédito. Afinal, é debitado pela instituição financeira na conta onde é controlado o histórico de financiamento.

O valor do adicional varia de acordo com a modalidade do programa, cultura e sistema de produção. Conforme passam-se os anos, o valor do adicional é aumentado para o produtor.

Taxas atuais do programa

Para lavouras irrigadas, as taxas de juros do Proagro e do Proagro Mais são de 2%. Para soja em sequeiro, a taxa é de 5% do Proagro e 3,8% do Proagro Mais. As demais culturas zoneadas (em sequeiro) possuem 4% de taxa no Proagro, e 3% no Proagro mais.

Agora, confira as taxas para milho, trigo, feijão, cereais de inverno e outros:

  • Milho (sequeiro) na 1ª safra e 2ª safra: 5% no Proagro e 3,8% no Proagro Mais; 
  • Milho (sequeiro) na região Sul: 8,5% no Proagro e 7,5% no Proagro Mais;
  • Milho (sequeiro) nas demais regiões: 7% no Proagro e 5% no Proagro Mais;
  • Trigo (sequeiro): 8,5% no Proagro e 7% no Proagro mais;
  • Cereais de inverno (aveia, cevada e canola) no Sul e no Sudeste: 8,55% no Proagro e 7% no Proagro Mais;
  • Cereais de inverno (aveia, cevada e canola) nas demais regiões: 7% nos dos programas;
  • Feijão (1ª safra): 4% no Proagro e 3,5% no Proagro Mais;
  • Feijão (2ª e 3ª safra): 6,5% no Proagro e 5% no Proagro Mais.
  • Sorgo (sequeiro): não há taxa no Proagro, e 3% no Proagro Mais;
  • Lavouras não zoneadas: não são permitidas no Proagro, e 3% no Proagro Mais;
  • Empreendimentos não financiados: 6% nos dois programas;
  • Empreendimentos em áreas agroecológicas: 2% nos dois programas.
Banner do Guia de Crédito Rural. à esquerda a descrição do ebook e à direita uma foto com moedas e uma planta.

Conclusão

Os seguros Proagro e Proagro Mais desempenham um papel crucial para aqueles que buscam financiamento para custear a produção agrícola. 

Em tempos passados, durante sua criação, sua importância já era notável, mas hoje é ainda mais significativa diante da crescente influência das mudanças climáticas.

É fundamental compreender as regras desses programas para evitar surpresas ao solicitar uma possível indenização. 

Ter o suporte de um especialista na área é essencial. Já adquiriu o Proagro? Surgiram dúvidas sobre as normas do programa? Compartilhe seus questionamentos nos comentários abaixo!

Você já contratou o Proagro? Restou alguma dúvida sobre as regras do programa? Deixe seu comentário abaixo!

MDF-e para produtor rural: como funciona e como emitir

MDF-e Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais para produtores rurais: entenda sua definição, quem está sujeito à obrigatoriedade de emissão, qual sua finalidade e demais informações relevantes!

O MDF-e (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais) é um documento emitido para o transporte de cargas. Muitas empresas e produtores rurais ainda desconhecem.

O documento é regido pelo Ajuste SINIEF 21/2010.  Nele, é instituída a obrigatoriedade do documento para alguns produtores emitentes de NF-e (Nota Fiscal Eletrônica), modelo 55.

Neste artigo, abordaremos detalhadamente o documento, esclareceremos quem possui a obrigação de emiti-lo e forneceremos instruções sobre como proceder. Acompanhe!

O que é MDF-e para produtor rural?

O Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e), modelo 58, é um documento digital com validade jurídica assegurada pela assinatura digital do emissor, conforme exigido pela Secretaria da Fazenda (Sefaz). 

Sua finalidade é registrar operações de transporte de mercadorias, integrando a Nota Fiscal Eletrônica e o CT-e (Conhecimento de Transportes). 

O MDF-e inclui informações cruciais, como origem e destino, dados do veículo e do motorista. 

Ao substituir a versão em papel, simplifica as responsabilidades do contribuinte e possibilita o monitoramento em tempo real das operações pelos órgãos fiscais.

Quem é obrigado a emitir o MDF-e?

Desde abril de 2020, o MDF-e é obrigatório nas operações de transporte intermunicipal em todos os estados. A exceção é São Paulo, que segue sua legislação própria.

Via de regra, o  MDF-e deve  ser emitido pela transportadora  emitente do CT-e.

No entanto, quando não há um transportador contratado, a responsabilidade pela emissão do Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e) recai sobre o emissor da NF-e. Essa condição aplica-se aos casos de transporte de bens ou mercadorias conduzido em veículos de propriedade própria, arrendados ou na contratação de um transportador autônomo.

Na contratação de uma transportadora para o transporte das mercadorias, o documento deverá ser emitido pelo transportador responsável pelo serviço.

Se você vai realizar o transporte em veículo próprio ou arrendado, ou se for contratado um transportador autônomo, você pode precisar emitir o MDF-e.

O MDF-e deve ser emitido nas operações dentro do Estado e entre Estados. 

A emissão do MDF-e não é obrigatória nas operações realizadas por produtores rurais e acobertadas por Nota Fiscal Avulsa Eletrônica, modelo 55. 

Emissão de MDF-e simplificada

Para que serve o MDF-e?

O Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos registra o transporte de mercadorias. Além disso, concentra todos os dados necessários em um só documento.

Nele ficam registrados:

  • todos os documentos (NF-e ou CT-e) das mercadorias que estão sendo transportadas;
  • o local de origem e destino da carga;
  • informações sobre o motorista e o veículo.

O MDF-e desempenha um papel crucial na fiscalização da mercadoria nos postos de controle. Ao apresentar esse documento, a fiscalização é capaz de verificar integralmente todas as informações relacionadas ao trânsito da mercadoria.

O que é necessário para emitir o MDF-e?

Para emitir o Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos, você precisa ter um certificado digital. É através dele que você assinará o documento.

O credenciamento na Sefaz também é necessário, além de um sistema que emita o MDF-e.

Como emitir o MDF-e para produtor rural

Se você emite NF-e, já deve utilizar um programa para sua emissão. Neste mesmo programa, é possível preencher e emitir o Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos.

Para evitar erros, procure sempre importar os dados diretamente da NF-e ou do CT-e através da sua chave de acesso ou arquivo XML.

Você deverá preencher o MDF-e com as seguintes informações:

  • informações e identificação dos documentos relativos à carga transportada;
  • local de origem e destino do transporte;
  • nome e documento do motorista;
  • possuir número sequencial por estabelecimento e série;
  • assinatura digital do emitente, com certificado digital.

Ao preencher o documento, realize a transmissão para que ele seja autorizado. Se algum campo foi informado incorretamente, o MDF-e será rejeitado. Caso isso aconteça, corrija a informação antes de tentar transmitir novamente.

Antes de começar o  transporte das mercadorias, é preciso imprimir o DAMDF-e (Documento Auxiliar do Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos).

Este documento é a comprovação de que o MDF-e foi autorizado e deverá ser apresentado em caso de fiscalização durante a viagem. Assim, é importante anexá-lo às notas fiscais e CT-e.

Com todos esses documentos em mãos, você já pode despachar a mercadoria, realizando o mesmo itinerário informado no MDF-e.

Cancelamento ou alterações no MDF-e

Você pode cancelar o MDF-e autorizado, desde que solicite em até 24 horas desde a autorização.

É possível também incluir, trocar ou substituir novos condutores no MDF-e autorizado, caso seja preciso alterar o motorista informado anteriormente.

MDF-e para transportes para mais de um Estado

Se a carga for destinada para mais de um estado, o transportador deverá emitir um MDF-e para cada estado em que irá descarregar

Só é possível utilizar o mesmo MDF-e para cidades de destino no mesmo estado.

Após a entrega das mercadorias no endereço de destino, é necessário enviar o comando de encerramento através do programa emissor de MDF-e. Dessa forma, o veículo estará disponível para iniciar uma nova viagem.

Se o MDF-e não for encerrado por quem o emitiu, não será possível iniciar um novo MDF-e para o mesmo veículo, com mesmo estado de origem e destino e com outra data. 

Neste caso, você receberá uma mensagem de rejeição do MDF-e. O encerramento do MDF-e também se dá quando houver transbordo ou substituição do veículo.

Diferença entre MDF-e e CT-e

O MDF-e costuma ser confundido com o CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico). Porém, eles não são a mesma coisa.

A emissão do CT-e tem como objetivo acobertar a prestação de serviço de transporte. Ele também certifica que a transportadora está informando ao fisco sobre a operação de transporte que está sendo realizada.

Ou seja, ele tem a função de fazer a identificação do remetente, destinatário e a rota de entrega da mercadoria. Além disso, o CT-e é emitido para registrar a prestação de serviço da transportadora. Ele também serve para fins de tributação.

O MDF-e engloba todas as informações do remetente, destinatário, motorista, da rota e mercadoria. Ele serve apenas para o acompanhamento do transporte, ou seja, não sofre tributação.

Conclusão

Neste artigo, discutimos a aplicação técnica do Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos (MDF-e). 

Essa ferramenta é essencial para registrar minuciosamente as operações de transporte de mercadorias, abrangendo informações detalhadas sobre as próprias mercadorias, dados do destinatário e remetente, bem como as rotas utilizadas no transporte.

 Se você é um contribuinte de ICMS e emite a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), a emissão do MDF-e para o transporte dos produtos vendidos pode ser compulsória, estando sujeita à legislação específica do seu Estado.

Em síntese, o MDF-e simplifica a gestão logística para produtores rurais ao consolidar informações de transporte, destinatários e rotas. Essencial para atender aos requisitos fiscais, sua emissão eficiente requer conhecimento das normativas estaduais e expertise especializada.

Ficou alguma dúvida sobre o MDF-e para produtor rural? Já precisou emitir esse documento alguma vez? Deixe seu comentário!

Contra nota produtor rural: veja o passo a passo para emitir

Contra nota de produtor rural: entenda o que é, a importância, legislação e como emitir em MG, MT, RS, RO e SP.

A contra nota é um documento essencial para quem produz. Você ainda tem dúvidas de quando e onde emitir?

Ela deve ser emitida pelas empresas que compram mercadorias de produtores rurais não obrigados a emitir documentos fiscais. Isso ocorre devido à regulamentação do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias).

Esta nota fiscal  é uma confirmação de recebimento dos produtos. Ela serve como registro da operação na Receita Federal.

Neste artigo, veja como emitir e a legislação deste documento em alguns estados.

O que é a contra nota de produtor rural

A contra nota do produtor rural é uma nota fiscal emitida pela empresa que está recebendo as mercadorias de produtores rurais pessoa física. 

Ela serve como a confirmação do recebimento dos produtos.

Esse documento mostra se tudo o que a empresa recebeu está correto. Por exemplo, é possível saber se o peso, quantidade e qualidade das mercadorias correspondem ao pedido.

A contra nota permite que os órgãos reguladores fiscalizem todas as operações de compra e venda do setor. Afinal, ela registra a circulação de mercadorias por todo o território brasileiro.

Assim, emitir a contra nota corretamente é estar em conformidade com as leis brasileiras.

Importância de emitir a nota fiscal de produtor rural (NFP-e)

A legislação do ICMS de vários estados exige a emissão da contra nota. Portanto, a empresa que recebe mercadorias de um produtor rural deve tomar alguns cuidados.

Isto significa que somente a emissão da Nota Fiscal de Produtor Rural nas operações com mercadorias não é suficiente.

Contra nota produtor rural: passo a passo para emitir

Para emitir a contra nota de produtor rural, é preciso preencher os campos da nota fiscal de acordo com as exigências legais. Veja como deve ser preenchido abaixo:

1. Informações básicas

Insira a data de emissão, em que o produto foi recebido pela empresa.

Você também deve inserir os documentos básicos da sua empresa rural e seus, como nome completo, CPF e Inscrição Estadual.

Na seção de Indicador da Inscrição Estadual do destinatário, escolha a opção “1 — contribuinte de ICMS”.

2. CFOP e natureza da operação

O CFOP a ser utilizado dependerá da destinação que será dada ao bem ou mercadoria adquirida. Caso seja compra para a industrialização ou comercialização será:

  • 1.101 para compra para a industrialização;
  • 1.102 para compra para a comercialização.

3. Código de Situação Tributária do ICMS

O CST será conforme a tributação da mercadoria adquirida pelo produtor rural. Por exemplo, se a mercadoria não for tributada no seu estado, será:

  • 041 — para empresas do Lucro Real ou Presumido;
  • 400 — para optantes do Simples Nacional.

4. Código de Situação Tributária do PIS/COFINS

Nessa seção, utilize o código 99. Ele é referente a “outras”.

5. Documentos Referenciados

Se foi emitida a NFP-e ou Nota Fiscal Avulsa Eletrônica, você deve inserir a chave de acesso dessas notas. Por isso é muito importante ter controle das notas emitidas, para não perder essas informações.

6. Informações complementares

Você deve preencher esse campo com “Nota Fiscal de Produtor nº ______ emitida em ______”. 

O valor da contribuição no Funrural, se existente, também deve ser inserido.

Legislação da contra nota de produtor rural nos estados

Cada estado tem uma legislação própria para emitir a contra nota de produtor rural. Verifique com atenção o regulamento do ICMS de seu Estado.

Minas Gerais

A regulamentação sobre a contra nota no estado de Minas Gerais se encontra no Artigo 20 do RICMS/MG. A legislação não se aplica  nas operações com produto ou subproduto florestal.

Mato Grosso

A obrigatoriedade da contra nota de produtor rural no estado está prevista no Artigo 201 do RICMS/MT

Todo contribuinte, com exceção do produtor rural, deverá emitir nota fiscal sempre que entrarem mercadorias remetidas por produtores rurais.

A contra nota pode ser utilizada como nota fiscal de ajuste, para corrigir divergências no peso e quantidade recebida pelo comprador.

O produtor rural deverá utilizar essa nota para regularizar seus controles fiscais.

Rio Grande do Sul

A legislação sobre contra nota no Rio Grande do Sul se encontra no Artigo 26 do Livro II — Das obrigações acessórias no RICMS/RS. 

No Estado, todo contribuinte, com exceção do produtor rural, emitirá a contra nota. Isso sempre que em seus estabelecimentos entrarem mercadorias remetidas por produtores rurais.

Rondônia

O Artigo 88 do RICMS/RO traz orientações sobre quem deve emitir a contra nota de produtor rural.

A contra nota de produtor rural não precisa ser emitida se não houver divergência de peso na mercadoria. A Nota Fiscal Avulsa deve ser emitida para a regra valer.

São Paulo

Para o estado de São Paulo, a regulamentação se encontra no Artigo 136 do RICMS/SP.

Os contribuintes, exceto o produtor, emitirá Nota Fiscal quando receber mercadoria de produtor não obrigado à emissão de documentos fiscais.

Conclusão

A contra nota de produtor rural registra a circulação de produtos. Assim, os negócios rurais ficam em conformidade com a regulamentação do ICMS.

Além disso, esse documento é importante também para registrar se houve diferenças entre a quantidade de mercadoria comprada

Assim, para evitar problemas com a legislação, é sempre importante tirar dúvidas com um(a) contador(a).

Você costuma emitir contra nota produtor rural? Já enfrentou alguma dificuldade nesse processo? Deixe seu comentário!

Conheça 4 grandes desafios da comercialização agrícola e saiba como eles te afetam

Comercialização agrícola: saiba o que é, conheça suas quatro funções, canais, compradores, preços e muito mais!

A comercialização agrícola é o grupo de atividades necessárias para os produtos agrícolas chegarem à mesa da população. Esse é um dos principais desafios do agronegócio.

A comercialização agrícola funciona como um sistema econômico que precisa atuar de forma organizada. Além de produzir os alimentos, você precisa estar por dentro de como esse processo funciona.

Afinal, ele impacta diretamente o seu trabalho, no quanto você tem de lucro, no seu capital de giro e em outros aspectos do seu negócio.

Neste artigo, você saberá quais fatores interferem na comercialização agrícola e como ela precisa funcionar para você obter sucesso em seu negócio rural. Acompanhe!

O que é a comercialização agrícola

A comercialização agrícola é um conjunto de ações necessárias para os produtos agrícolas chegarem à cidade

O Estado brasileiro desenvolve políticas públicas sobre o tema desde 1943. Aí foi criada a Comissão de Financiamento da Produção.

Hoje, o apoio oficial à venda dos produtos agrícolas é dado também por meio do crédito rural. A comercialização é um dos quatro tipos de crédito: os outros são os créditos custeio, investimento e industrialização.

O crédito comercialização pode ser usado para:

  • financiar estocagem;
  • proteção de preços e prêmios de risco;
  • equalizar preços; 
  • garantir preços ao produtor.  

Além disso, o Governo Federal apoia também a comercialização agrícola por meio da:

  • PGPM (Política de Garantia de Preços Mínimos);
  • AGF (Aquisição do Governo Federal);
  • EGF (Empréstimo do Governo Federal), dentre outras ações pontuais e regulares.

Funções da comercialização agrícola

Na comercialização agrícola, há funções importantes que fazem parte da venda dos produtos.

A função de comercialização é definida como uma atividade especializada, desempenhada nas várias fases da comercialização.

É importante que você faça uma análise funcional, ou seja: um estudo das funções ou serviços executados durante a venda da produção. 

De acordo com o professor Judas Tadeu Grassi Mendes, Pós-Doutor em Economia Rural, a análise das funções é útil para:

  • avaliar custos de comercialização dos intermediários;
  • comparar custos dentro de uma mesma categoria de intermediários;
  • e entender a diferença nos custos de comercialização entre os produtos. 

Agora, veja abaixo quais são essas funções.

Funções de troca

Envolve a transferência de propriedade dos bens, com a criação da utilidade de posse. Fazem parte dela a compra, a venda e a formação de preços.

Funções físicas

Relaciona-se com as atividades de manuseio e movimentação das mercadorias: transporte, armazenamento, processamento, beneficiamento e embalagem.

A função de transporte é uma das mais importantes, pois faz com que a mercadoria chegue ao destino. Isso envolve a escolha de rotas e meios de transportes.

Funções auxiliares

São funções que facilitam e permitem o funcionamento das funções descritas acima.

Nas funções auxiliares estão incluídas a padronização e a classificação; o financiamento (crédito), o risco, a informação de mercado e a pesquisa de mercado.

Outras funções  

O agrônomo e professor Alberto Martins Rezende, mestre em Economia Aplicada, acrescenta ainda as funções:

  • mercadológica (ajustamento dos produtos para atender ao mercado);
  • de propaganda (indução à compra);
  • terminação (qualidade, quantidade e preço).

As funções devem ser balanceadas. Você ou a pessoa responsável pela negociação deve aumentar as vendas e obter bons lucros.

Canais de comercialização agrícola

Acima, definimos que a função de comercialização envolve o desempenho de atividades especializadas. Veja quem realiza tais ações.

  • Corretor: atua como intermediário na aproximação entre compradores e vendedores, ou vice e versa. Não estoca bens, não financia e nem assume riscos.
  • Facilitador: influencia no processo de distribuição, sem assumir a posse dos bens, nem negociar a compra ou venda;
  • Representante de fabricante: empresa que vende bens de vários fabricantes, de forma independente;
  • Comerciante: influencia a compra, assume o bem e revende.
  • Varejista: vende bens ou serviços ao consumidor final;
  • Agente de vendas: procura clientes e negocia em nome de um fabricante, mas não assume a propriedade dos bens;
  • Força de vendas: grupo de pessoas que vendem produtos e serviços em nome de uma empresa;
  • Atacadista: empresa que vende bens ou serviços comprados para revenda ou uso empresarial.

Assim, o canal de comercialização ou de distribuição é a sequência de etapas por onde passa o produto agrícola, até o consumidor final.

Os canais de distribuição são conjuntos de organizações interdependentes. Elas são envolvidas no processo de tornar um produto disponível para consumo.

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Desafios na comercialização dos produtos 

A comercialização dos produtos agrícolas envolve diversos fatores e ações que devem ser bem executadas.

É importante ter cuidados em ao menos 4 pontos. Acompanhe abaixo. 

1. Prazo de validade dos produtos

A produção agrícola tem prazo de colheita. Ela deve ser feita no tempo certo para poder ser comercializada e suportar melhor longas viagens.

Da mesma forma, tem também prazo para comercialização. Os produtos não podem ficar em estoque por muito tempo, sobretudo frutas, legumes, carnes e produtos lácteos

Outros cuidados essenciais são a organização da logística para manter os produtos em bom estado de comercialização.

2. Custos com frete

Os custos com frete devem estar embutidos na comercialização. Assim, você terá o máximo de lucros possível. Mas, para isso ocorrer, vai depender muito da sua habilidade de negociação.

Alguns compradores já negociam com frete próprio e pegam o produto na fazenda. Outros pedem que a mercadoria seja entregue no local de comercialização ou no porto para embarque.

Então, você deve avaliar sempre qual a opção que não vai te dar prejuízo ou reduzir seu lucro.

3. Época em que as culturas são produzidas (sazonalidade)

Este é um fator que contribui bastante para a obtenção de lucros na comercialização agrícola.

Se tem muito produto no mercado, o preço cai; se não tem, ele sobe.

Produtos comercializados em suas épocas normalmente vão ser comercializados quando há muitos concorrentes no mercado.

O preço pode subir dependendo de outros fatores, sobretudo climáticos. 

Eles podem favorecer uma redução do abastecimento. Assim, a grande procura faz os preços subirem, mesmo em épocas normais de comercialização.

Estocar produtos também é algo muito utilizado para comercialização em melhor preço, quando há redução da oferta.

4. Instabilidade nos preços

A produção agrícola, comercializada em nível nacional ou global, sofre diversas influências no seu preço.

Um bom exemplo é o que ocorre atualmente com a alta dos preços dos fertilizantes. Eles têm grande impacto nos custos de produção agrícola, e devem ser repassados para evitar prejuízos.

fidelizar clientes na consultoria agrícola

(Fonte: Shutterstock)

Compradores de produtos agrícolas

Com o avanço das tecnologias e das comunicações, as fronteiras dos negócios deixaram de existir.

Qualquer produto, desde que atenda às exigências dos compradores, pode ser comercializado para qualquer local do mundo.

Os compradores estão nas feiras livres (consumidores diretos), podem ser outros agricultores, atacadistas e varejistas, restaurantes, etc.

Os preços da comercialização agrícola 

A formação de preços dos produtos agrícolas depende de vários fatores. Eles podem ser:

Tipo de cultura

Há produtos mais valorizados que outros, tanto no mercado interno quanto externo. Essa preferência influencia na formação do preço.

Qualidade

Produtos certificados ou com selos de qualidade são mais valorizados no mercado. A  procedência, produção sustentável e orgânica também contam.

Sazonalidade

A demanda e a oferta do produto são de grande importância para formação de preços. A sazonalidade ou época em que estão disponíveis no mercado vai influenciar no valor final.

Tendência

Essa é uma importante estratégia na formação de preços. A tendência envolve diversos fatores, desde a demanda por maior consumo até a busca por determinado produto em específico.

Ela deve ser feita sempre com base em critérios técnicos que envolvem o histórico dos preços. A tendência pode indicar a necessidade de inovação e uso de tecnologia para atendimento das demandas.

Ciclos

Os produtos agrícolas podem ser influenciados pelos ciclos de preços, geralmente em períodos mais longos (um ano ou mais) de estabilidade. Por isso, sobem de valor. 

Geralmente, os agentes de mercado atuam com mais firmeza para ajustar os valores. Tudo isso é feito conforme os produtos.

Movimento brusco

Problemas emergenciais, como desastres naturais ou o início de uma guerra, podem ser a razão de um movimento brusco no mercado. Isso faz com que os preços subam de uma hora para outra, podendo ou não se manterem depois. 

Época de comercialização (safra ou entressafra) 

Os produtos comercializados na época da safra sofrem com baixa dos preços, sobretudo se houver grande produção. 

No entanto, essa situação pode ser revertida por outros fatores externos ou internos que geram alta dos preços. Por exemplo, fatores climáticos, desabastecimento em grandes regiões produtoras, etc.

Oscilação do mercado (no caso de produtos exportados)

A oscilação no mercado de commodities é uma das principais características desses produtos. Afinal, há variáveis que interferem nos valores a nível internacional;

Fatores climáticos, sanitários, políticos ou sociais

Os preços dos produtos agrícolas podem ser afetados por fatores não previstos. Isso pode gerar uma baixa da procura pela impossibilidade de comercialização em determinados estabelecimentos comerciais.

Alguns exemplos desses fatores são a Pandemia do Coronavirus e a Guerra entre Rússia e Ucrânia.

Como é feita a comercialização agrícola

Há produtos, como os grãos, que também possuem características próprias de comercialização. Uma delas é o barter, uma troca de insumos pela produção de grãos.

Outra opção de comercialização de grãos é o hedge, no qual os preços são fixados conforme a cotação da bolsa de valores.

É possível, ainda, negociar grãos a preços pré-fixados, com pagamentos antecipados. Também é possível por meio de cooperativas, que armazenam e negociam os produtos dos cooperados.

As tradings e corretoras possuem também papel de grande relevância na comercialização agrícola. Elas atuam no mercado internacional, com commodities.

Essas empresas são especializadas em suas áreas de atuação. Por isso, são muito exigentes com o tipo de mercadoria que vão comercializar. 

Elas prezam muito pela qualidade do produto para atendimento a mercados mais exigentes.

Como são feitas as entregas dos produtos comercializados

Na negociação, as partes decidem se o preço da mercadoria será com base no tipo de entrega. Essa entrega pode ser feita de duas formas: por FOP ou por CIF.

Por FOB, o comprador é responsável pelo transporte do produto comercializado. Esse comprador também é responsável por eventuais perdas no transporte. Nessa modalidade, a remuneração é menor.

Por CIF, quem faz a entrega é o próprio vendedor. Ele também é responsável pelo valor do frete e pelas eventuais perdas do produto.

>> Leia mais: “Como fazer um contrato de hedge e como ele pode assegurar sua rentabilidade

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Conclusão

A comercialização agrícola é um sistema complexo. 

É preciso estar atento a todos os detalhes, com o objetivo de reduzir os riscos que envolvem a comercialização

Fatores relacionados à logística e que interferem nos preços também devem ser cuidados.

É importante que tais atividades sejam realizadas por pessoas ou empresas especializadas. Assim, há garantia de que os lucros finais sejam satisfatórios.

Você já conhecia o termo comercialização agrícola? Quais profissionais costuma chamar para te ajudar nessa etapa? Adoraria ler seu comentário.

BPO Contábil: como sua fazenda pode se beneficiar desse serviço

BPO contábil: conheça as rotinas, vantagens, como e quem pode fazer esse serviço e muito mais!

Para deixar a gestão mais eficiente, você pode terceirizar alguns processos secundários da sua fazenda. Um desses processos é a contabilidade rural.

A contabilidade lida com questões legais, tributárias e fiscais. Ter uma equipe especializada pode ser o menor caminho para a assertividade da gestão.

Essa equipe pode ser terceirizada por um BPO (Business Process Outsourcing), dado o nível de especificidade e complexidade da área contábil. 

Neste artigo, você vai saber o que é o BPO contábil e o que ele pode oferecer para seu negócio rural. Boa leitura!

O que é BPO Contábil?

O BPO é a terceirização de processos secundários dos negócios. Em outras palavras, é delegar algumas atividades a empresas especializadas.  Esse tipo de prática permite a redução de custos e o aumento da produtividade. Além disso, possibilita que você foque em atividades estratégicas.

O BPO contábil faz os processos contábeis do seu negócio. Em vez de você ou sua equipe interna realizarem esses processos, uma empresa terceirizada faz esse trabalho. 

Os fornecedores de BPO precisam ser empresas com conhecimentos técnicos mais específicos. Esta prática diminui muito os erros técnicos.

Quais rotinas contábeis podem ser terceirizadas?

O BPO Contábil une processos e tecnologia para proporcionar mais agilidade e eficiência às empresas. Dentre as rotinas que podem ser terceirizadas, há:

  • Elaboração do balanço do patrimônio rural;
  • Apuração dos impostos e emissão de guias;
  • Entrega de obrigações fiscais, sociais e acessórias;
  • Elaboração de folhas de pagamento;
  • Relatórios e demonstrativos contábeis;
  • Controle de vencimento de certidões e alvarás.

Vantagens do BPO Contábil

O BPO contábil garante que as obrigações fiscais serão cumpridas. Isso evita entraves com a Receita Federal. Além dessa grande vantagem, há muitas outras.

1. Mais eficiência nos processos

Contratar um BPO aumenta a eficiência dos processos internos da sua propriedade rural. Afinal, sem as obrigações contábeis nas suas mãos, você pode se dedicar ao gerenciamento de processos operacionais da fazenda. 

2. Redução dos custos operacionais 

O BPO contábil reduz os custos com a contratação de colaboradores especialistas nas áreas  de contabilidade, na gestão de pessoas e nas questões fiscais. 

Eles criam planejamentos estratégicos muito seguros. Ainda, podem reduzir os pagamentos de tributos que não são necessários na sua situação.

3. Aperfeiçoamento dos controles fiscais 

A sua empresa irá se manter atualizada sobre as alterações legislativas na área tributária, reduzindo as chances de erros ou multas. 

Os profissionais de BPO contábil vão cumprir todas as obrigações tributárias e fiscais para o seu negócio. Outra vantagem é que você sempre pode contar com o conhecimento desses profissionais para tirar quaisquer dúvidas.

4. Análise para possíveis investimentos

O profissional de BPO pode te ajudar com análises para que seus investimentos sejam mais eficazes e certeiros.  Ao optar por esse recurso, você pode obter melhores resultados e escolher os melhores investimentos.

5. Garantia de regularidade 

O BPO oferece a garantia de que sua empresa vai atuar de acordo com a legislação. 

A equipe responsável irá te orientar sobre políticas e diretrizes que devem ser seguidas no desenvolvimento das atividades. Qualquer inconformidade é detectada e solucionada de forma rápida e eficaz.

Esquema que mostra os benefícios do BPO contábil: redução de processamentos manuais, acesso às tecnologias, trabalho mais rápido, benefícios financeiros, vantagem competitiva e maior desempenho

Todos os tipos de BPO oferecem muitos benefícios para a sua empresa rural

Fonte: (Taugor)

Como fazer BPO Contábil

O primeiro passo é buscar um excelente fornecedor.  Os serviços contratados e as responsabilidades desse fornecedor devem estar claros.

Além disso, na organização interna, é necessário desenhar como funciona o processo antes do BPO. 

Na parte contábil, quase todas as atividades podem ser terceirizadas. Mas ainda assim é preciso saber como será a troca de informações e documentos com o fornecedor e quais os responsáveis por esta etapa.

Após implantado, o BPO precisa de monitoramento por parte do contratante. É importante manter os processos sob controle. Assim, você poderá identificar falhas nos resultados. 

Para ter um serviço de qualidade e com os melhores resultados, escolha uma empresa de confiança no mercado.

Quem pode fazer o BPO Contábil?

Nos serviços de BPO contábil, você pode contar com apoio na emissão e no processamento da documentação. Tudo é feito diretamente pela empresa terceirizada.

Para ser considerado BPO contábil, o serviço precisa oferecer todas as etapas da contabilidade externas à empresa, tais como: 

Vale lembrar que serviços de BPO financeiro não oferecem a parte contábil.

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Diferença entre BPO contábil, financeiro e fiscal

O BPO contábil é a realização dos processos contábeis da empresa por outra empresa.

O BPO financeiro é a contratação de uma empresa terceirizada para a gestão das finanças do seu empreendimento. Ele é responsável por toda ou parte da gestão financeira. 

Já o BPO fiscal faz o processamento e o cruzamento de informações fiscais da empresa. Ou seja, deve atender às obrigações fiscais e acessórias, além de manter os impostos sempre atualizados.

Esses três tipos de BPO oferecem um gerenciamento estratégico.  Para as empresas que não possuem um setor contábil interno, essa assessoria é a solução para que os negócios não fujam da regularidade.

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Conclusão

BPO contábil é a terceirização de serviços contábeis da empresa. 

Ao optar pelo BPO, os processos contábeis da sua fazenda são executados por especialistas externos.

O BPO possibilita que você e sua equipe interna foquem em atividades estratégicas. Isso  melhora os resultados da fazenda, reduz seus custos e aumenta sua produtividade. 

Você já conta ou pensou em contar com BPO contábil na sua propriedade? Deixe seu comentário abaixo!

Veja como calcular a margem de lucro da sua fazenda

Margem de lucro da fazenda: como calcular margem bruta e líquida, como garanti-las, dicas e muito mais!

A manutenção de um caixa saudável da atividade agrícola é o primeiro passo para uma boa gestão. 

É necessário entender, exatamente, para onde está indo o dinheiro, o trabalho e a rentabilidade da sua produção. 

A consequência disso é saber se há uma boa margem de lucro no seu negócio rural. Com essa informação, você pode tomar decisões muito mais assertivas.

Neste artigo, veja como obter a margem de lucro do seu negócio e como a tecnologia pode te ajudar nesta gestão. Boa leitura!

O que é margem de lucro?

Margem de lucro é um indicador financeiro muito utilizado para avaliar a saúde financeira das empresas. 

O lucro bruto ou líquido são a diferença entre o faturamento obtido com as vendas dos produtos e os custos da sua fazenda.

A margem de lucro, por sua vez, é o percentual obtido da relação entre o lucro bruto ou líquido com a receita total do seu negócio.

Ou seja, ela é a porcentagem do preço de um produto que corresponde ao lucro do negócio.

Ter conhecimento sobre a margem de lucro é imprescindível para o sucesso da empresa rural. Afinal, ela auxilia na formação do preço de vendas dos seus produtos, garantindo a saúde financeira da fazenda.

Como calcular a margem de lucro da fazenda?

Para garantir a margem de lucro da empresa rural, saber apenas o preço de venda do produto final não é suficiente. É preciso ir além.

É necessário conhecer profundamente os custos de produção. Isso é tão importante quanto conhecer os preços de venda do seu produto.

A margem de lucro é afetada pelos custos de produção. Assim, conhecer seu orçamento é fundamental para definir o preço de venda. A partir dessa informação, você saberá qual será o seu lucro. 

Nesse momento, contar com a tecnologia é fundamental para fazer contas precisas. Por isso, separamos um kit gratuito com duas planilhas para você.

Com uma, você irá calcular os seus custos de produção. Com a outra, vai comparar seus custos com as fazendas de todo o Brasil. Clique na imagem abaixo para baixar:

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O que é o lucro?

O lucro é a diferença entre a receita bruta e o custo total. Ele pode ser líquido ou bruto.

O custo total é composto pelo custo operacional total e o custo de oportunidade sobre todo o capital investido na fazenda.

O período considerado na análise é de um ano. Portanto, é fundamental conhecer a receita bruta e o custo total no mesmo período.

Como calcular o lucro da fazenda

Para calcular o lucro da fazenda, você deve subtrair a receita bruta do custo total de produção:

Lucro = Receita Bruta — Custo Total

Para que a atividade rural seja sustentável no longo prazo, o lucro deve ser positivo

Este lucro deve ser reinvestido para o crescimento da empresa, garantindo o sucesso econômico da empresa rural no longo prazo.

Cálculo do lucro bruto da fazenda

Agora que você já sabe calcular o lucro da sua fazenda, precisa saber também calcular o lucro bruto. Você vai precisar desse número para calcular a margem bruta da sua propriedade.

Para descobrir seu lucro bruto, você deve calcular:

Lucro bruto = receitas totais — custos operacionais

Cálculo do lucro líquido da fazenda

Você também precisará saber o lucro líquido da sua fazenda. Afinal, irá precisar desse número para encontrar a margem líquida.

Para descobrir, você precisa calcular:

Lucro líquido = receitas totais — custos totais

Margem Bruta

Se você considera o resultado da conta receita — despesa como lucro, pode estar afastando seu negócio do sucesso.

Nessa conta, são consideradas apenas as despesas diretas ou operacionais. Mão de obra, fertilizantes, água e combustível fazem parte dessas despesas. 

A margem bruta é um importante indicador gerencial que pode ser extraído da demonstração do resultado do exercício

O custo operacional efetivo são as despesas diretas ou custos variáveis. Eles são os que geraram um desembolso direto por você.

A margem bruta representa a eficiência comercial da atividade. Ou seja, indica se a sua empresa rural está comprando bem os insumos e matéria prima. Também indica se está comercializando bem a produção.

Nela, são consideradas apenas as despesas de apenas um ciclo de produção

As atividades de pecuária e agricultura têm uma alta representatividade dos custos variáveis na receita. Eles podem afetar a margem de lucro. 

Uma parte destes custos pode estar atrelada a insumos que crescem proporcionalmente ao volume de produção.

Outra parte destes custos apresenta alta volatilidade, relacionada a fatores externos à fazenda, como: câmbio, oferta, demanda e clima.

Existem outros tipos de indicadores derivados da margem bruta. 

Um exemplo é a margem bruta por hectare. Ela é utilizada para avaliar a viabilidade econômica da produção por cada hectare utilizado. 

Como calcular a margem bruta da fazenda

A margem bruta é calculada como a diferença entre a receita bruta e o custo operacional efetivo:

Margem Bruta = (lucro bruto / receita líquida) x 100 

Se a margem bruta for negativa, isto significa que a atividade é economicamente inviável a curto, médio e longo prazo.  Nesse caso, você estaria pagando para produzir.

Se a margem bruta for igual a zero é preciso ficar em alerta

Este resultado mostra que a margem paga os custos operacionais. Porém, ela não paga os demais custos com depreciação, custo de oportunidade, entre outros.  

Neste caso, a atividade pode ser inviável no médio prazo.

Margem líquida

A margem líquida é a diferença entre a receita bruta e o custo operacional total

Nela, são consideradas as despesas que não geram desembolso imediato. Depreciação de máquinas e equipamentos, custo de oportunidade do capital e mão de obra familiar são alguns exemplos.

A margem líquida é uma análise de médio prazo. Ela considera todos os custos operacionais e relacionados aos bens de produção da fazenda. O período considerado na análise é de um ano.

A análise da viabilidade econômica no médio prazo permite avaliar se a receita bruta paga o custo operacional efetivo. Também avalia se ela é suficiente para pagar os custos de depreciação e mão de obra familiar.

Como calcular a margem líquida da fazenda

Para calcular a margem líquida, você deve fazer a seguinte conta:

Margem Líquida = (lucro líquido / receita líquida) x 100

Se a margem bruta for negativa, a margem líquida também será negativa.

Se a margem líquida for positiva, a atividade está pagando as contas de custeio, custos com depreciação e mão de obra familiar no médio prazo. 

5 passos para alcançar uma boa margem de lucro da fazenda

1. Levante seus custos

O primeiro passo para entender e garantir uma margem de lucro é o levantamento de todos os custos.

Junte todos os custos relacionados ao processo de produção, dos mais complexos aos mais simples.

Este levantamento de todos os custos envolvidos deve ser realizado de forma precisa e criteriosa.  A forma com que esse levantamento é realizado depende muito das características de cada processo de produção

2. Faça a apropriação dos custos levantados

O segundo passo é a apropriação dos custos levantados em cada setor da fazenda. 

Isto é, saiba precisamente onde foi gasto cada insumo e cada hora trabalhada. Esses detalhes são  fundamentais para o entendimento dos custos.

3. Analise seus custos

O terceiro passo consiste em analisar estes custos e estudar melhorias na utilização dos insumos. A partir dessa avaliação, serão tomadas ações e decisões no processo de otimização e diminuição dos custos.

4. Faça uma boa gestão de estoque

Faça uma gestão eficaz e eficiente do estoque

Estoques mal geridos podem representar um grande obstáculo para o alcance de boas margens dentro de uma empresa rural.

Compras estratégicas podem reduzir significativamente o custo de produção da sua fazenda. Isso contribui para o sucesso na obtenção de margens de lucro satisfatórias.

5. Conte com um software de gestão

Para calcular e garantir uma boa margem de lucro na sua fazenda, muitas contas são necessárias.

Você pode facilitar esse processo através de um software de gestão agrícola como o Aegro. Com ele, controlar todos os seus custos e receitas é muito mais simples e intuitivo.

Foto de tela do aplicativo Aegro, na aba de custos. Há um gráfico redondo colorido.

Analisar os custos da sua fazenda é mais fácil com o Aegro

Afinal, todos os dados da sua fazenda, desde os da lavoura até o financeiro, ficam concentrados em um só lugar.

Outra facilidade é conseguir monitorar a rentabilidade do seu negócio. Nesses momentos, contar com a tecnologia pode te dar uma grande ajuda.

Conclusão

O conhecimento sobre os custos de produção e o cálculo correto da margem de lucro pode contribuir para o sucesso da sua atividade rural.

A correta separação e análise entre margem bruta, líquida e lucro pode auxiliar na correta avaliação dos indicadores econômicos. Isso irá embasar as tomadas de decisão na fazenda. 

Com esses conceitos bem definidos, é possível refinar a gestão da fazenda e ter melhores parâmetros para a tomada de decisão.

Como você calcula a margem de lucro da fazenda? Usa algum software ou planilha para te ajudar? Deixe seu comentário!

Importância da contabilidade rural + 7 passos para começar na sua fazenda

Importância da contabilidade rural: saiba tudo sobre inventário rural, registro de perdas, registros contábeis e as características dessa área!

A contabilidade rural é um instrumento capaz de ajudar quem produz a melhorar a gestão da fazenda. Como consequência, a lucratividade também melhora.

Toda a informação que essa área fornece sobre a fazenda pode ajudar na tomada de decisões estratégicas, especialmente com um softwares de contabilidade, que capacitam empresas rurais para serem mais competitivas.

O cumprimento das exigências fiscais também depende da contabilidade, que evita pendências e o recebimento de multas.

O que é contabilidade rural?

A contabilidade rural é responsável pela gestão financeira, econômica e patrimonial de atividades relacionadas ao agronegócio e à produção rural.

O objetivo da atividade é organizar, registrar, controlar e interpretar as operações econômicas realizadas nas propriedades rurais de todos os tamanhos.

É por conta disso que a importância da contabilidade rural é tão grande, e por especialidade considera características como:

  • Receitas;
  • Despesas;
  • Terra;
  • Equipamentos;
  • Insumos;
  • Empréstimos;
  • Patrimônio líquido da empresa rural.

A atividade rural apresenta particularidades que a diferenciam de outros setores da economia, o que torna importante contar com um profissional de contabilidade especializado em agronegócio.

Além disso, ao seguir a legislação brasileira e as normas do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), as empresas do setor rural podem ter uma avaliação mais precisa de sua performance financeira e operacional.

Manter os registros contábeis atualizados e realizados com frequência traz diversos benefícios, como o acesso a melhores condições de crédito e financiamento.

Qual a importância da contabilidade rural?

A importância da contabilidade rural é garantir uma gestão saudável e estratégica dentro da sua propriedade rural, permitindo identificar os pontos que demandam maior atenção e as atividades mais rentáveis.

Além disso, a sua importância está em fornecer informações precisas e confiáveis para decisões assertivas e para o planejamento do negócio. Confira abaixo mais alguns motivos que fazem da contabilidade rural tão importante:

1. Controle financeiro e patrimonial

A contabilidade rural organiza e registra as movimentações financeiras e patrimoniais, como terras, maquinário, rebanhos, estoques e colheitas.

Isso permite que você saiba exatamente quais são seus ativos, passivos e o capital disponível para investimentos.

2. Tomada de decisões estratégicas

Com informações financeiras precisas, é possível realizar um planejamento de safra ainda melhor, com previsão de custos e receitas. Além disso, é fica mais fácil decidir sobre a aquisição de insumos, investir em tecnologia ou expandir a área de cultivo.

3. Gestão de custos e lucratividade

A importância da contabilidade rural também está na identificação de custos de produção por hectare, por unidade de produto ou por ciclo produtivo, permitindo calcular a rentabilidade das atividades. Isso é essencial para saber quais operações são mais viáveis economicamente.

4. Planejamento tributário

O setor rural tem particularidades tributárias, como o ITR, Funrural e regimes específicos de tributação. A contabilidade rural garante todo os cumprimento das obrigações fiscais, evitando multas e otimizando o pagamento de impostos por meio de um planejamento tributário adequado.

5. Prevenção de riscos e perdas

Ao monitorar receitas e despesas, e projetar cenários financeiros para identificar possíveis riscos e implementar estratégias de mitigação.

Entre essas estratégias está a criação de reservas financeiras para enfrentar períodos de baixa produtividade ou adversidades climáticas, garantindo maior estabilidade ao negócio.

6. Facilidade na obtenção de crédito

Os bancos e instituições financeiras exigem relatórios contábeis detalhados como parte do processo para concessão de empréstimos e financiamentos.

Com uma contabilidade bem-feita, é possível comprovar a capacidade de pagamento, apresentar histórico de resultados e justificar a viabilidade do investimento solicitado, o que pode facilitar o acesso a condições de crédito mais vantajosas.

Planilha de controle de endividamento rural

Como fazer a contabilidade rural na fazenda?

A contabilidade rural abrange as diferentes características da atividade do campo. Isso te dá uma visão para explorar os recursos de maneira muito mais eficaz.

Antes de estruturar a contabilidade, é essencial que produtores e contadores responsáveis pela área saibam dos pontos de atenção do negócio

Assim, você pode contar com informações mais precisas para precificar seus produtos e fazer um planejamento financeiro para as safras seguintes. 

Definir a reserva de caixa necessária para a produção, o orçamento de cada safra e acompanhar a evolução dos custos são algumas ações importantes.

Então, para se aprofundar no assunto, é indispensável conhecer as particularidades do negócio. Veja quais são elas:

1. Inventário rural

A contabilidade rural deve registrar o valor patrimonial da fazenda. É pelo levantamento patrimonial que você conseguirá analisar quais são os seus ativos e quais são seus passivos. Sempre registre:

  • Montante de capital em conta; 
  • Máquinas e equipamentos; 
  • Construções como galpões; 
  • Contas a pagar e receber; 
  • Estoque de produção.

Durante o processo de inventário, é fundamental não confundir as despesas pessoais com as despesas da atividade rural.

Também é necessário definir valores monetários para ativos (como árvores frutíferas), mas esse processo pode ser bem difícil.

Então, para determinar esse valor, existem técnicas específicas. Por exemplo, existem softwares que mapeiam itens e determinam seus valores.

2. Registro de perdas

O setor rural, muitas vezes, sofre perdas relacionadas a:

  • Infestação de pragas;
  • Incêndios;
  • Enchentes;
  • Inundações;
  • Tempestades com ventos fortes e granizo.

Qualquer um dos eventos deve ser registrado como despesa não operacional, já que se trata de uma variável cuja ocorrência foge do controle da gestão do negócio.

3. Culturas temporárias e permanentes

O tipo de cultura também tem interferência nos registros contábeis. As culturas temporárias, por exemplo, tem ciclos de curta ou média duração, que após a colheita precisam ser replantadas para continuar produzindo.

Nessa situação, os produtos são classificados como ativos circulantes, pois geram retornos em curto prazo. É fundamental registrar todos os custos associados, como mão de obra, insumos e combustível, garantindo uma gestão financeira precisa e eficient

Já a cultura permanente é de ciclo vegetativo longo, que permite colheitas sucessivas. Não há necessidade de novo plantio.

Nesse tipo de cultura, que o ciclo é maior que um ano, os produtos devem ser categorizados como ativos não circulantes. Ativos não circulantes dão retorno a longo prazo.

4. Ciclos operacionais

Conhecer o ciclo operacional da fazenda é outro ponto importante para o profissional da contabilidade., afinal, o tempo do ciclo de produção varia de acordo com o tipo de cultivo e rebanho.

Os ciclos operacionais, muitas vezes, não correspondem a um ano fiscal. Ou seja, eles podem ser maiores que 12 meses entre o plantio e a venda para o consumidor final.

Para que os registros contábeis sejam feitos corretamente, é fundamental entender o ciclo operacional da empresa.

5. Registros contábeis

O contador da empresa rural será o responsável pelo registro contábil.  Os registros devem englobar as contas de receita, custos e despesas. Portanto, o contador deve ser o responsável pelo cálculo dos encargos financeiros e trabalhistas, aplicações financeiras e imposto de renda da empresa.

Além disso, é recomendado que algumas informações específicas sejam observadas, como:

Atividades de criação de animais

Nessas atividades, o ideal é que os componentes patrimoniais sejam analisados da seguinte forma:

  • Estoque de animais: devem ser avaliados de acordo com a idade e com a qualidade;
  • Nascimento de animais: são calculados a partir da divisão dos custos acumulados pela quantidade de animais nascidos;
  • Custos de animais: encontram-se atrelados ao valor original, uma vez que são recorrentes e variam de acordo com a fase de desenvolvimento do animal.

Outras práticas rurais

Em outras atividade rurais, que não envolvem animais, os registros contábeis devem considerar informações como:

  • Avaliação dos bens: rendimentos vindos das culturas devem ser vinculados a cada produto pelo seu valor original, incluindo todos os custos relacionados ao ciclo operacional;
  • Custos indiretos: em casos de culturas temporárias e permanentes, eles devem ser vinculados a cada produto, individualmente;
  • Estoque de produtos agrícolas: os custos específicos de uma colheita são contabilizados, bem como seu respectivo beneficiamento, seu acondicionamento e sua armazenagem;
  • Despesas pré-operacionais: devem ser amortizadas já na primeira colheita;
  • Imobilizados: podem ser incluídos os custos que aumentam a vida útil de uma cultura permanente;
  • Despesa operacional: ganhos relacionados à avaliação dos estoques dos produtos pelo valor de mercado;
  • Ativos da empresa rural: devem incluir custos necessários para a produção, de acordo com a expectativa de concretização;
  • Ativo circulante: contém informações sobre as despesas com estoque de produtos agrícolas e todos os custos necessários para concretizar a safra no próximo exercício;
  • Ativo permanente imobilizado: trata-se de custos que trarão benefícios a longo prazo, ou seja, em mais de um exercício.

A escrituração contábil das atividades rurais é obrigatória e orientada por um plano de contas. Este plano serve de parâmetro para a elaboração das demonstrações contábeis. 

O plano de contas e a escrituração contábil devem conter os dados sobre ativos, passivos, receitas, custos e despesas

6. Elabore o fluxo de caixa

A partir da elaboração do fluxo de caixa é possível identificar as entradas e saídas financeiras de dinheiro no seu negócio. 

Além disso, o fluxo de caixa fornece informações sobre o saldo disponível e o capital de giro. Basicamente, você deve registrar todos os custos e recebimentos.

Os recebimentos consistem em toda entrada de dinheiro no caixa. Você deve considerar como recebimentos as vendas à vista e a prazo, cartões e rendimentos de aplicações.

Por outro lado, os custos representam todas as saídas de dinheiro do seu caixa.  É preciso registrar todos os pagamentos de fornecedores, custos e despesas financeiras, salários e encargos, impostos e empréstimos.

Para te ajudar nessa etapa, separamos uma planilha completa para você fazer o fluxo de caixa da sua fazenda. Clique na imagem abaixo para baixar:

planilha de fluxo de caixa

7. Conte com um software de gestão agrícola

Para ter acesso e controle de todos os dados da fazenda, é fundamental contar com a ajuda de um software de gestão agrícola

A estrutura contábil e financeira de uma fazenda é muito complexa. Fica complicado ter a percepção correta da situação financeira da empresa com dados nos papéis ou em diversas planilhas.

Muitas vezes, na correria do dia a dia, esquecemos de anotar algumas informações importantes que podem fazer diferença no fim do mês.

Com o software de gestão agrícola, como o Aegro, todas suas informações ficam concentradas em um único lugar. 

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No Aegro você tem todos os seus dados em um só lugar. É muito mais fácil visualizar sua empresa rural com todas as contas organizadas.