Como organizar a entrega do IR e Livro Caixa do Produtor Rural

Estratégias eficazes para simplificar a declaração do Imposto de Renda e o LCDPR

Todos os anos, geralmente, entre os meses de março e maio, os contribuintes reúnem a documentação necessária para elaborar a Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF) e o Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR).

Mas fazer a declaração gera muitas dúvidas que, se não forem esclarecidas, podem dificultar o processo e, em alguns casos, resultar em multas desnecessárias. Principalmente, para os produtores rurais, que devem ficar ainda mais atentos devido às particularidades da atividade.

Portanto, para facilitar o processo, o ideal é que o acompanhamento fiscal da sua empresa rural seja feito durante todo o ano-calendário e não somente no período de entrega do Imposto de Renda.

Quem é obrigado a declarar imposto de renda de produtor rural

  • Quem recebeu rendimentos isentos, tributáveis ou não na fonte, superior a R$ 40 mil ou receita bruta superior a R$153.199,50 oriunda de atividade rural;
  • Quem teve ganho de capital, direitos e bens adquiridos, sujeitos à incidência de imposto e que tenha realizado operações de mercadorias, bolsa de valores ou de mercados futuros;
  • Quem tem propriedade ou posse de bens e direitos, incluindo terreno ou valor superior a R$800 mil.

Imposto de Renda Produtor Rural: Esclareça as principais dúvidas sobre a declaração

Quem é deve entregar o LCDPR

O produtor rural que auferir receita bruta total da atividade rural superior ao limite estabelecido de R$4,8 milhões, deverá entregar o arquivo digital do LCDPR até o final do prazo de entrega da DIRPF.

Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR): o que você deve saber

O que deve conter no LCDPR

No LCDPR devem constar informações de preencimento obrigatório como:

  • Dados cadastrais do produtor e dos terceiros que atuam na atividade rural;
  • Credenciais bancárias para identificação de movimentações e origem dos recursos financeiros;
  • Datas de entrada e saída de todos os lançamentos financeiros, bem como recibos, notas fiscais e contratos;
  • Descrição da operação e de cada lançamento, além de contar com o saldo final do produtor rural.

Como se preparar para entregar a DIRPF e o LCDPR

Organize a documentação

Para realizar a declaração do imposto de renda e do livro caixa do produtor rural, é fundamental ter todos os documentos roganizados e atualizados. Entre os documentos necessários, estão:

  • Comprovantes de receita e despesas;
  • Notas fiscais de vendas e compras de produtos agrícolas;
  • Documentos que comprovem a propriedade da terra e/ou maquinário utilizado na produção;
  • Recibos de pagamento de INSS para empregados rurais;
  • Cálculo dos rendimentos, levando em conta as particularidades da atividade rural.

Alguns gastos, como aquisição de máquinas e equipamentos, podem ser deduzidos do imposto de renda.

Realize o planejamento tributário

O produtor rural pode realizar um planejamento tributário adequado para reduzir os custos com o Imposto de Renda. A orientação de um profissional da área de contabilidade pode ajudar a identificar as melhores estratégias e formas de reduzir a carga tributária.

O planejamento tributário envolve diversas atividades que visam otimizar a carga fiscal de uma empresa de forma planejada, o que pode contribuir na preparação para a entrega do imposto de renda. 

Esteja atualizado quanto às regras

O imposto de renda pode sofrer modificações em suas regras de um ano para outro. Por isso, é importante estar ciente das regras e prazos estabelecidos pela Receita Federal para a DIRPF para produtor rural, bem como das particularidades do setor.

Utilize um software para facilitar a entrega do LCDPR

O preenchimento e a entrega do LCDPR pode ser automatizada e poupar seu tempo no controle tributário. Neste sentido, com um software é possível modernizar e aprimorar os processos operacionais do seu negócio.

O LCDPR da Aegro tem o objetivo de auxiliar você, produtor, na entrega do Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR).

Com essa ferramenta você:

  • Importa suas receitas e despesas;
  • Define os CPFs que precisam do livro caixa;
  • Define os imóveis rurais;
  • Define a participação de cada pessoa física no imóvel rural.
captura de tela do Anotador no sistema de gestão rural Aegro, documentação do Livro Caixa Digital do Produtor Rural LCDPR
Tela com todos os meses para o Livro Caixa do Produtor Rural no Aegro

Após o preenchimento do LCDPR no aplicativo, é possível gerar o arquivo final assinado e pronto para enviar para a Receita Federal.

Quer saber como organizar a entrega do livro caixa e IR? Agende já uma demonstração gratuita com um de nossos especialistas e descubra como o Aegro pode te ajudar com a gestão tributária!

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Descomplique a entrega do Livro Caixa do Produtor Rural: Guia Completo

Conheça os prazos, a importância da entrega e conteúdo essencial do Livro Caixa Digital do Produtor Rural!

O livro caixa é uma ferramenta essencial para qualquer produtor rural que deseje manter suas finanças organizadas e em conformidade com a legislação vigente.

Seja você um pequeno agricultor familiar ou um grande proprietário de terras, a adoção e o correto preenchimento do livro caixa são passos fundamentais para uma gestão financeira eficaz e transparente.

Neste artigo, exploraremos a importância do livro caixa para o produtor rural, como fazer e quando entregá-lo.

Importância do Livro Caixa para o Produtor Rural

Controle Financeiro: O livro caixa é uma ferramenta valiosa para acompanhar todas as entradas e saídas de recursos financeiros relacionados à atividade rural. Ele permite um controle preciso das receitas e despesas, facilitando a identificação de possíveis excessos ou deficiências financeiras.

Evidência Contábil: Manter um livro caixa atualizado proporciona uma base sólida para evidenciar a movimentação financeira da propriedade rural. Isso é crucial para comprovar a origem dos recursos e demonstrar transparência em eventuais auditorias fiscais ou demandas legais.

Planejamento Financeiro: Ao registrar todas as transações financeiras, o produtor rural pode analisar padrões de gastos e receitas ao longo do tempo. Isso permite um melhor planejamento financeiro, identificando áreas de investimento ou corte de custos que possam otimizar a rentabilidade da atividade rural.

Cumprimento Legal: Em muitos países, a legislação tributária exige que os produtores rurais mantenham registros contábeis precisos, como o livro caixa. O não cumprimento dessas obrigações pode resultar em penalidades financeiras e complicações legais.

Solução Aegro para o Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR)

Quem está obrigado ao Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR)?

A entrega anual do LCDPR é obrigatória para todos os produtores que encaixam com as normas estabelecidas no artigo 22, conforme o Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal.

Produtores que tiveram resultados inferiores a esse podem apresentar o LCDPR de forma voluntária. Entretanto, a partir dessa apresentação voluntária, a atividade será obrigatória para os próximos anos.

Quando há mais de uma pessoa na área de exploração rural, o valor total das receitas anuais deve ser dividido entre as partes. Ou seja, quem tiver o rendimento acima do teto entra na lista dos declarantes.

Qual o prazo de entrega do LCDPR?

O prazo para a entrega do LCDPR inicia em 15 de março de 2024 e encerra em 31 de maio de 2024, proporcionando um total de 77 dias para concluir os ajustes e entregar o documento. Assim, a data limite para a entrega do LCDPR é 31/05/2024.

Como Fazer o Livro Caixa do Produtor Rural

Conforme o manual da Receita Federal para o Livro Caixa do Produtor Rural (LCDPR), é necessário apurar o resultado da exploração da atividade rural no Brasil por meio da escrituração deste livro. 

Ele deve abranger todas as receitas, despesas de custeio, investimentos e outros valores relacionados à atividade desenvolvida em território brasileiro.

Escolha o Formato: O livro caixa pode ser feito manualmente em um caderno ou em formato digital utilizando planilhas eletrônicas ou softwares de gestão financeira. Escolha o formato que melhor se adapte à sua rotina e preferências.

Registre Todas as Transações: Anote todas as movimentações financeiras relacionadas à atividade rural, incluindo vendas de produtos, compras de insumos, despesas com manutenção de equipamentos, entre outros.

Organize por Categorias: Para uma melhor compreensão e análise dos dados, organize as transações em categorias específicas, como receitas, despesas operacionais, investimentos, entre outras.

Mantenha Atualizado: É fundamental manter o livro caixa sempre atualizado, registrando as transações assim que ocorrerem. Isso evita o acúmulo de trabalho e garante a precisão das informações.

Quais são as multas do LCDPR?

Se você deixar de apresentar o Livro Caixa Digital do Produtor Rural no prazo ou apresentar inadequadamente, poderá receber multas. Penalidades também podem acontecer. As penalidades são a suspensão ou cassação da inscrição de produtor.

As multas, em geral, são:

  • R$ 100 por mês-calendário ou fração, por apresentação fora do prazo;
  • R$ 500 por mês-calendário, por não cumprimento à intimação da Receita Federal para cumprir obrigação acessória ou para prestar esclarecimentos nos prazos estipulados;
  • 1,5%, não inferior a R$ 50, do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias da pessoa física ou de terceiros. Isso em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de informação omitida, inadequada ou incompleta.

Como o Aegro simplifica a entrega do LCDPR?

O Aegro facilita significativamente a entrega do livro caixa do produtor rural de diversas maneiras. 

O sistema oferece ferramentas para o registro de todas as transações financeiras relacionadas à atividade rural, como vendas de produtos, compras de insumos, despesas operacionais, entre outras. 

Com isso, o produtor organiza automaticamente os dados financeiros em categorias específicas, o que facilita a compreensão e análise das informações contidas no livro caixa.

captura de tela do Anotador no sistema de gestão rural Aegro, documentação do Livro Caixa Digital do Produtor Rural LCDPR
Tela do Livro Caixa do Produtor Rural no Aegro

Outra funcionalidade é a possibilidade de compartilhar dados com o contador, permitindo uma transição suave e eficiente dos dados financeiros para a elaboração de relatórios contábeis e a preparação para a entrega do livro caixa.

Os produtores rurais podem acompanhar em tempo real o desempenho financeiro de sua atividade, visualizando relatórios e gráficos que fornecem insights valiosos para a tomada de decisões.

O Aegro auxilia os produtores rurais a manterem-se em conformidade com as obrigações legais relacionadas à entrega do livro caixa, fornecendo orientações e lembretes sobre prazos e procedimentos necessários.

Em resumo, oAegro simplifica e agiliza o processo de entrega do livro caixa do produtor rural, proporcionando maior eficiência, precisão e conformidade com a legislação vigente.

Conclusão

Em resumo, o livro caixa é uma ferramenta indispensável para o produtor rural que busca uma gestão financeira eficiente, transparência nas operações e conformidade com a legislação tributária.

Ao adotar boas práticas de registro e manutenção do livro caixa, o produtor rural estará mais preparado para enfrentar os desafios do mercado e garantir o sucesso de sua atividade agrícola.

Gestão rural com planilhas: Cuidados que você deve ter

Gestão rural: A gestão rural é um processo complexo e o uso de planilhas pode auxiliar na melhor administração do seu negócio

Em qualquer empresa, a gestão é representada pelo processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos com a finalidade de alcançar os objetivos.

Assim, a gestão rural tem como função realizar o estudo dos processos de decisões administrativas ligadas ao agronegócio, aliando os resultados financeiros à produtividade da lavoura.

O uso de uma planilha pode auxiliar na gestão do seu negócio, sendo uma ótima estratégia para a melhorar o desempenho do seu negócio.

Através de dados e cálculos, elas podem auxiliar em estratégias que irão garantir mais sucesso dentro do sistema de produção, principalmente, em um cenário de custos de produção elevados.

Portanto, neste artigo vamos explicar como realizar a gestão rural com o auxílio de planilhas. Boa leitura!

O que é gestão rural?

A gestão rural é o processo de tomada de decisões com a finalidade de administrar um negócio no campo. Essas medidas envolvem tanto os processos de produção quanto estratégias de negócios, visando seu desenvolvimento.

Realizar uma boa administração rural é fundamental para que a empresa obtenha sucesso e se desenvolva no mercado do agronegócio. Para isso, o gestor poderá enfrentar desafios como o controle da produção, gestão de trabalhadores, otimização dos processos, impactos ambientais, entre outros.

A função exige não somente que o gestor tenha conhecimento, mas que também conte com uma equipe qualificada e com ferramentas eficientes.

Como fazer registros eletrônicos nas propriedades?

Nas propriedades rurais, principalmente nas pequenas, é muito comum fazer o registro das contas de forma manual. O que esses gestores talvez não saibam é que o registro eletrônico pode ser mais simples do que imaginam.

O registro eletrônico pode ajudar muito no planejamento de metas e objetivos, dando conta de um volume maior de dados. Também pode ser feito sem custos e a agilidade e precisão na análise são maiores.

Com a informatização na agropecuária, problemas nos processos podem ser identificados com maior rapidez e precisão.

Importância do controle financeiro

Realizar o controle financeiro permite que o produtor tenha maior clareza na observação das entradas e saídas no caixa da empresa rural.

O controle diário, facilita a análise e o planejamento da empresa rural. É importante separar os controles diários dos controles mensais. Essas informações precisam ser registradas de forma sistemática e contínua.

Somente após períodos maiores será possível avaliar tendências e pensar em mudanças.

Os controles diários auxiliam nas decisões rápidas, na obtenção mais imediata de informações e demonstração mais rápida e clara dos dados.

Os controles mensais são fundamentais para o acompanhamento e controle dos recursos, apresentando uma visão de conjunto e de relevância.

Quais são as ferramentas de gestão rural?

As ferramentas de gestão rural sempre existiram, mesmo antes do computador. Um exemplo disso é o livro caixa de papel. Porém, com os avanços da tecnologia, surgiram novos métodos para simplificar tarefas e processos na gestão rural.

Essas ferramentas tecnológicas tendem a aumentar a eficiência das propriedades rurais e otimizar seus resultados. 

Arquivos em papel

Apesar de ainda serem utilizados em muitos negócios, os arquivos de papel apresentam diversas desvantagens em relação às demais ferramentas de gestão rural.

Este material exige espaço para arquivamento e, muitas vezes, gera uma verdadeira bagunça no escritório. Além disso, ao anotar informações importantes em arquivos de papel, o produtor assume riscos.

Um simples descuido pode causar erros no caixa ou até mesmo na declaração do imposto de renda, por exemplo.

Com os arquivos de papel também fica mais difícil contar com a contribuição dos colaboradores da fazenda. Será muito difícil manter isso sem comprometer algo no futuro.

Planilhas

As planilhas de Excel são úteis em muitos casos, pois permitem a visualização das informações em gráficos e podem ser compartilhadas com os demais membros da equipe.

Contudo, para fazer a gestão da fazenda, é necessário criar diversas planilhas diferentes, para financeiro, contábil, estoque e planejamento da safra, por exemplo.

Dessa forma, o gestor da fazenda precisa preencher as mesmas informações mais de uma vez em diferentes lugares, o que acaba tornando o processo mais demorado e desgastante.

Além disso, sempre existe o risco de perder os arquivos e todo o histórico da propriedade, caso o produtor não faça backups da maneira adequada.

Softwares da gestão rural

Ao contar com um software de gestão criado especificamente para propriedades rurais, o produtor tem em mãos uma ferramenta eficiente, que gera dados valiosos para a tomada de decisão na fazenda.

O software de gestão rural da Aegro conta com sete módulos integrados que apoiam a administração de todos os setores da fazenda, eliminando a necessidade de lançar a mesma informação mais de uma vez.

O programa ainda torna as informações mais fáceis de entender, pois os dados são apresentados em gráficos bem organizados e funcionais.

Com o software Aegro é possível fazer o planejamento da safra, o controle de custo de produção, o controle de estoque rural, o caderno de campo, o controle de máquinas e patrimônio, produção e venda e indicadores agrícolas.

Quais os tipos de planilhas que podem ser usadas?

Existem diversas planilhas que podem ser usadas na gestão rural, auxiliando na gestão eficiente dos recursos e do negócio. As principais planilhas que são utilizadas na gestão rural são:

  • Fluxo de caixa;
  • Controle de estoque;
  • Custos de safra;
  • Depreciação de máquinas agrícolas;
  • Controle de custos com insumos.

Conclusão

Realizar uma boa gestão da fazenda é fundamental para seu negócio rural ter mais sucesso e melhorar a rentabilidade.

Neste artigo mostramos como fazer a gestão do seu negócio rural, as vantagens de utilizar a planilha e quais são as principais planilhas para usar na sua propriedade. Com esses recursos você tem melhor controle de custos, estoque, fluxo de caixa e custos de safra.

Como as ondas de calor e seca podem afetar a soja e milho

Ondas de calor e seca: O efeito de temperaturas acima das ideais e baixas pluviosidades para as culturas agrícolas e como o produtor pode se precaver para manter bons níveis de produtividade nesses casos

Introdução

É cada dia mais comum ouvirmos no meio rural que o clima tem influenciado negativamente na produção agrícola. O agronegócio é, em sua maioria, uma “indústria a céu aberto”, o que faz com que a atividade seja muito mais susceptível aos efeitos climáticos, sejam eles amenos ou mais extremos.

A temperatura é um fator primordial para o crescimento de plantas juntamente com a disponibilidade de água, os nutrientes, a radiação solar e demais fatores. Porém, grandes alterações de temperatura, tanto para mais ou para menos, podem causar prejudicar o crescimento de plantas e gerar queda de produtividade.

Com uma tendência de aumento global de temperatura, espera-se que as perdas por ondas de calor na agricultura mundial sejam cada vez maiores e mais recorrentes, por isso é importante conhecermos os efeitos da temperatura e água nas plantas, quais as soluções para diminuir os riscos e as técnicas de manejo para amenizar seus efeitos.

Nesse artigo trataremos do efeito das ondas de calor em cultivos agrícolas, com ênfase especial em milho e soja. Siga conosco.

Estresses abióticos e suas causas

Os estresses abióticos são definidos como alterações em fatores não-vivos que levem a condições não ideais para os cultivos agrícolas. Eles normalmente são alterações nos seguintes fatores: temperatura, precipitação, nutrientes, nível de poluentes ou materiais tóxicos, salinidade, etc.

A influência do clima, contudo, é a mais comumente reportada como limitante, sendo que a restrição hídrica e as altas temperaturas são as mais impactantes na agricultura tropical brasileira. Apesar de terem efeitos um pouco diferentes, normalmente os estresses de altas temperaturas (térmico) e de baixa disponibilidade de água (hídrico), acontecem em conjunto. 

Os padrões de alteração de elevação de temperatura e alteração do regime de chuvas são normalmente influenciados por efeitos climáticos, como o El Niño e La Niña e também por padrões globais que se alteram ao longo dos anos.

No Brasil, o fenômeno La Niña normalmente é relacionado à evento de seca e altas temperaturas no Sul do país, como observado na safra 2022/23. Já o El Niño causa efeitos similares na região Centro-Oeste, como visto no início da safra 2023/24.

Efeitos do El Niño e La Niña no Brasil (Fonte: Kasuya)

Como as ondas de calor e seca influenciam as plantas?

Toda planta tem uma faixa ideal de temperatura e estado hídrico em que ela tem seu ponto ótimo de metabolismo. Temperaturas acima ou abaixo da faixa ideal causam diminuição na eficiência metabólica, na atuação de enzimas, refletindo nos níveis de transpiração, respiração e fotossíntese. Isso acarreta perda na acumulação de biomassa e impactos negativos na produtividade.

Ao vivenciar uma situação de estresse, as plantas lançam mão de estratégias para acelerar sua produção, gerar sementes e perpetuar a espécie. Algumas dessas estratégias são o encurtamento de ciclo, senescência foliar, aborto e derrubada de estruturas reprodutivas (como flores e frutos). Essas estratégias de sobrevivência, normalmente são contrárias à alta produção. 

Os estresses por calor ou seca, causam problemas principalmente nos processos abaixo:

  • Germinação: a temperatura e a umidade do solo são fatores primordiais para a germinação de sementes. Por esse motivo, falta de água e temperaturas muito altas ou baixas normalmente causam baixa germinação e emergência, falhas no estande e diminuição do número de plantas por área, além de afetarem o vigor inicial da lavoura;
  • Transpiração: temperaturas muito altas e baixa umidade no solo fazem com que as plantas fechem seus estômatos para evitar murcha permanente e morte;
  • Fotossíntese e acúmulo de biomassa: ao fechar os estômatos as plantas limitam a entrada de gás carbônico do ar, o que diminui a fotossíntese e, consequentemente, a acumulação de biomassa na forma de matéria seca, impactando na produção; 
  • Aporte de nutrientes: A baixa transpiração e a falta de água no solo diminuem o aporte de nutrientes que vêm através da solução do solo absorvida pelas raízes.
  • Enzimas e pigmentos: há uma diminuição na concentração e atividade enzimática e nos pigmentos, causando clorose, baixa eficiência fotossintética, limitando o metabolismo e a produção;
  • Florescimento: a etapa do florescimento é muito sensível aos estresses térmico e hídrico, com aborto e queda de flores, diminuição da taxa de fecundação e esterilidade; 
  • Manutenção e enchimento de grãos: os estresses fazem com que as plantas abortem e derrubem estruturas reprodutivas, além de limitar o enchimento de grão e a granação das estruturas que permanecem, diminuindo grandemente a produção.

Influência do calor e seca na soja e milho

Além dos fatores citados acima, o calor e seca alteram o ciclo de produção da soja e do milho. Os estresses abióticos atuam de maneira diferente em cada estádio de desenvolvimento das culturas do milho e da soja.

Em termos de condições ideais, há diferenças entre a soja e o milho, principalmente por serem plantas com metabolismos diferentes, C3 e C4. A soja se desenvolve melhor em temperaturas na faixa dos 20 aos 28 oC, enquanto o milho tem uma faixa mais alta de 24 a 30 oC. Em termos hídricos, há grande variação entre os materiais genéticos, mas a faixa de 400 a 800 mm ao longo do ciclo, é o mais comum para ambas as culturas.

Além das influências citadas acima, há alterações também no ciclo das culturas e suas épocas de plantio e colheita. Condições de pouca pluviosidade combinada com calor extremo normalmente levam ao atraso no plantio da soja, pois o produtor aguarda por condições mais propícias e seguras para o plantio.

Dessa forma, um plantio tardio da soja causa um atraso em sua colheita e consequente atraso no plantio do milho. A soja tardia corre mais riscos de perdas por doença, além da diminuição da produtividade por questões como radiação e temperatura.

Já no milho, um atraso na safrinha aumenta grandemente a possibilidade de limitação hídrica no final do ciclo, com a redução natural de chuvas no Outono e consequente perda de produtividade.

Ciclo vegetativo da soja (Fonte: Aegro)

Ciclo vegetativo do milho (Fonte: Aegro)

Técnicas para manter produtividade frente a ondas de calor

Existem técnicas que podem ser usadas para aumentar a tolerância e amenizar os efeitos das ondas de calor e secas no campo. Hoje em dia, cada vez mais se usam técnicas conservacionistas que visam dar maior robustez ao sistema agrícola como um todo.

Abaixo citamos alguns exemplos:

  • Aumento da matéria orgânica solo e de microrganismos benéficos;
  • Potencializar crescimento de raízes;
  • Uso de genótipo tolerantes ao calor e à seca;
  • Uso de produtos hormonais, nutricionais e bioestimulantes;
  • Uso de irrigação;
  • Boas práticas agrícolas como plantio direto, adubação verde, integração florestal, dentre outras;
  • Monitoramento do clima;
  • Análise de risco e zoneamento climático de culturas para região de implantação;
  • Gestão da propriedade;
  • Seguro agrícola.

Conclusão

As condições climáticas afetam grandemente a viabilidade e rendimento das culturas agrícolas. Condições não-ideais de temperatura e pluviosidade causam alterações metabólicas nas plantas, levando à limitação da produção.

Esses extremos climáticos podem ser causados por fenômenos específicos regionais ou fazem parte de um padrão global. As perdas por esse motivo podem causar quebras de safra de produtos agrícolas, com consequente alteração nos seus preços, levando a insegurança alimentar.

O produtor pode lançar mão de técnicas para se prevenir ou para amenizar os efeitos nocivos dos estresses abióticos e deve estar atento às possibilidades que são apresentadas.

Recuperação judicial para o produtor rural: Veja em que casos se aplica

Recuperação judicial: A inclusão dos produtores rurais na Nova Lei de Recuperação Judicial e Falência trouxe mais segurança jurídica para o setor

O agronegócio é um setor muito importante para a economia nacional, mas, como todo segmento da economia, o produtor rural também está sujeito a passar por crises econômicas e financeiras.

Essas questões podem levar o produtor rural à necessidade de realizar a renegociação das dívidas, e solicitando a abertura da recuperação judicial junto aos credores.

A recuperação judicial do produtor rural tem passado por mudanças significativas ao longo dos últimos anos.

Sancionada em 2021, a Nova Lei de Recuperação Judicial e Falência trouxe mudanças importantes e proporcionou mais segurança jurídica à atividade econômica do produtor rural e ao agronegócio.

Neste artigo vamos esclarecer alguns pontos sobre a recuperação judicial do produtor rural. Boa leitura!

O que é recuperação judicial?

A recuperação judicial é o instituto aplicável a empresas que estejam em situação de crise econômico-financeira. Contudo, essa crise tem viabilidade econômica de ser revertida em curto ou médio prazo por meio da repactuação dos compromissos.

Assim, a recuperação visa garantir o restabelecimento da empresa no mercado, evitando a falência, na medida em que a atividade empresarial garante os interesses da sociedade, uma vez que é fonte produtora, gera empregos e resguarda os interesses dos credores.

A Lei nº 11.101/2005 estabelece as regras para solicitar a recuperação judicial pelas empresas e sociedades empresárias.

O artigo 48 da referida Lei estabelece que poderá requerer a recuperação judicial o empresário devedor que, no momento do pedido:

  1. Exerça regularmente suas atividades há mais de dois anos;
  2. Não seja falido; e, se foi, que estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado;
  3. Não ter, há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial;
  4. Não ter, há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial;
  5. Não ter sido condenado ou não ter, como ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na lei de recuperação e falência.

O que é recuperação judicial para produtor rural?

A Lei nº 14.112/2020 trouxe a possibilidade do produtor rural pessoa física de requerer um plano de recuperação judicial similar àquele destinado aos microempresários individuais.

Esta alteração na lei trouxe mais segurança ao inserir regras claras em relação ao pedido de recuperação judicial para produtores rurais em crise nos negócios.

Antes da Nova Lei de Recuperação Judicial, apenas empresas rurais legalmente constituídas como tal eram reconhecidas pela Justiça como detentoras do direito de pedir recuperação judicial.

Ou seja, apenas produtores rurais inscritos na Junta Comercial podiam requerer a recuperação judicial.

Após a aprovação da Lei, os produtores rurais que desenvolvem sua atividade como pessoa física também podem, com determinadas condições, se tornar pessoa jurídica para pleitear a recuperação judicial.

Dessa forma, não é mais necessário o registro perante a Junta Comercial para entrar com pedido de recuperação judicial, bastando apenas que ele comprove o exercício da sua atividade rural por pelo menos dois anos.

Como funciona a recuperação judicial para produtor rural?

O artigo 48 da referida Lei institui que poderá requerer a recuperação judicial o produtor rural que exerça regularmente suas atividades há mais de dois anos e que atenda aos requisitos:

  1. No caso da atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo de 2 anos por meio da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), ou por meio da obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir a ECF;
  2. Para comprovação do prazo de 2 anos, o cálculo do período de exercício de atividade rural por pessoa física é feito com base no Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR), ou por meio de obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir o LCDPR, e pela Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF) e balanço patrimonial.

Além disso, a Lei determina que estarão sujeitos à recuperação judicial os créditos que decorram exclusivamente da atividade rural e estejam discriminados nos documentos citados nos itens I e II.

Outra inovação trazida pela Lei é a possibilidade de o produtor rural optar pelo procedimento simplificado, que era medida exclusiva para microempresas e empresas de pequeno porte, desde que o valor da dívida sujeita à recuperação judicial não exceda R$ 4,8 milhões.

Ademais, as dívidas referentes à aquisição de propriedades rurais de acordo com o repasse de recursos oficiais e fiscais não podem ser incluídas na recuperação. Também não poderão ser incluídas as dívidas amparadas em Cédula de Produtor Rural (CPR).

Divergências de entendimento da recuperação judicial do produtor rural

Apesar dos avanços para o produtor rural a partir da aprovação da Lei nº 14.112/2020, ainda existem incertezas sobre a recuperação judicial para esse público.

Uma divergência é de entendimento sobre a inclusão dos créditos constituídos antes do registro do produtor rural na Junta Comercial na recuperação judicial. 

Esse tema ficou com uma lacuna aberta na Lei, e a interpretação jurídica predominante tem sido de que esses créditos também devem ser considerados na disputa entre os credores.

Outra controvérsia diz respeito ao fato de que, durante o período de suspensão das execuções, alguns credores, como os titulares de propriedade fiduciária de imóveis ou arrendadores mercantis, não estão sujeitos aos efeitos da recuperação judicial.

Assim, esses credores podem apreender ou alienar os bens do devedor, com exceção daqueles bens considerados como sendo bens de capital essenciais à sua atividade empresarial.

Por se tratar de produtores rurais, os tribunais possuem entendimento divergente se os produtos agrícolas, como soja e milho, devem ser considerados bens de capital para a atividade empresarial.

Dessa forma, portanto, não podem ser vendidos ou apreendidos durante o período de suspensão das execuções. Isto é, se esse conceito abarca apenas os imóveis, as máquinas e os utensílios necessários para a produção.

Conclusão

A possibilidade da Recuperação Judicial para o produtor rural foi um avanço na legislação brasileira. Os empresários do setor rural estão sujeitos aos mesmos problemas dos demais empresários.

Essa legislação foi capaz de demonstrar que houve um ganho social, traçando critérios objetivos para a concessão do benefício também para os produtores rurais pessoas físicas, resultando em maior segurança jurídica para o setor agrícola e para os credores.

Quebra de safra e as perspectivas para 2024

Quebra de safra: Qual a previsão de perdas agrícolas e diminuição da produção de lavouras para a safra 2024 e como influenciam a cadeia do agronegócio

Introdução

Cada dia mais os produtores agrícolas brasileiros têm se acostumado com expressões bastante usadas no meio rural: “quebra de safra”, “perda de lavoura”, “replantio da lavoura”, “colher para pagar os custos”, “não vale a pena colher”, dentre outros.

Todas essas expressões estão relacionadas a problemas que ocorrem durante o ciclo de uma determinada cultura e que diminuem grandemente, ou totalmente, a sua produção. Isso gera uma perda tão grande que é chamada de “quebra de safra” e aterroriza produtores rurais no mundo inteiro. 

As quebras de safra tem sido cada vez mais discutidas e têm causado incerteza e insegurança no meio rural, principalmente levando em conta os altos investimentos feitos pelos produtores safra após safra.

Nesse artigo discutimos a quebra de safra como um todo e fazemos projeções para a safra de 2024, já em andamento.

Qual a definição de safra e quando ela começa e termina?

Antes de falarmos em quebra de safra é importante definirmos termos que usaremos ao longo do texto. No Brasil, o período da safra é compreendido entre os meses de Julho e Junho do ano posterior. Por exemplo, a safra 2023/24 começou em 1 de Julho de 2023 e acabará em 30 de Junho de 2024.

Porém, na prática, a safra é definida como o período que vai do início dos plantios da primeira lavoura, principalmente de grãos, até o final da colheita das lavouras subsequentes. Normalmente, ao se falar em Safra 2024, falamos das colheitas que ocorreram no ano de 2024, compreendendo o período entre Outubro de 2023 e Setembro de 2024.

As principais culturas para cada safra no Brasil são as seguintes:

  • Primeira safra: soja, milho, algodão, feijão, trigo, arroz;
  • Segunda safra: milho, feijão, sorgo, arroz, amendoim, algodão, trigo;
  • Terceira safra: milho, cereais de inverno, feijão, plantas de cobertura;

O que é e o que causa a quebra de safra?

A quebra de safra pode ser definida como a redução da produção de um determinado produto agrícola durante um período de produção. Por exemplo, no início de uma safra de grãos são previstos: a área de plantio e o total de sacas a ser produzido.

Quando ocorrem situações que causam altas perdas nas lavouras, a produção é muito menor que a prevista no início da safra, gerando uma quebra de safra. Isso pode acontecer em âmbito local, regional, estadual, nacional ou mesmo global.

Os principais eventos que podem gerar quebra de safra são:

  • ataques de pragas;
  • ataques de animais;
  • incidência de doenças;
  • competição por plantas daninhas;
  • fogo;
  • condições climáticas como: seca, inundações, ventos, geadas e ondas de calor.

A quebra de safra normalmente é medida pelo percentual de redução em relação à produção prevista. Dessa forma, uma quebra de safra de soja de 10% no país representa que produziremos apenas 90% do estimado no início da safra.

Quais os efeitos da quebra de safra?

A quebra de safra normalmente traz efeitos desastrosos a várias partes da cadeia produtiva do Agro. Isso acontece pois ela envolve danos econômicos que comprometem a saúde financeira do produtor e limitam seus investimentos nas safras seguintes.

As principais consequências da quebra de safra são:

  • Aumento de preços de produtos agrícolas e seus derivados;
  • Diminuição de estoques locais, nacionais ou mundiais;
  • Impacto em mercados e bolsas;
  • Falta de alimentos e outros produtos de origem vegetal como combustíveis e fibras; 
  • Insegurança alimentar ou energética;
  • Perdas econômicas e falência de organizações e produtores.

Previsões para safra 2024

Qualquer pessoa envolvida no agronegócio brasileiro já ouviu em algum momento, a partir de Setembro do ano passado que o “El Niño tem causado impactos grandes na safra”.

O evento climático trouxe irregularidade de chuvas na época do plantio em algumas áreas do país e causou veranicos em estágios importantes da definição da produção de soja e milho. Essas condições combinadas de baixa pluviosidade acumulada e altas temperaturas atingiu grandemente a região Centro-Oeste, mas menos a região Sul, por exemplo.

Estima-se que em geral, possa haver uma quebra de safra de grãos de cerca de 2,5%, no Brasil. É importante notar que esse valor é relativo às previsões de produção ao início da safra e não com a produção da safra passada.

Soja

A soja é o maior produto agrícola brasileiro e o Mato Grosso, o maior produtor dessa “comoditie”. Para essa safra a previsão não é nada animadora, com recorde de quebra de safra prevista para o MT.

A pior quebra de safra já registrada no estado foi de 11% na safra de 1990. A previsão para esse ano é de que haja quebra de safra de 20% devido, principalmente, à restrição de chuvas e altas temperaturas.

Mesmo assim, estima-se que haja aumento na produção nacional de soja nessa safra, devido a boas condições em outras áreas produtoras.

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Descrição gerada automaticamente

Anomalias na precipitação nas duas últimas semanas de Dezembro/2023 (Fonte: Canal Rural)

Milho

O milho safra tem sofrido com as mesmas condições não-ideais ocorrentes na soja. Há uma previsão de queda de produção geral de 11% no milho, se comparado à safra passada, porém, isso se deve à menor área e não a uma quebra de safra.

Porém, espera-se que haja uma quebra de safra devido às condições climáticas da safra e ao atraso do plantio da safrinha, o que limita a janela de chuvas ao final do ciclo.

Ainda não há uma previsão geral de quebra de safra por causa da safrinha ainda estar se iniciando.

Plano Safra e sua importância

O Plano Safra é um plano do Governo Federal que propicia investimentos nos setores agrícolas, na forma de renda, investimentos, carta de crédito, subsídios e seguros. Os montantes são normalmente repartidos entre produtos familiares, médios produtores e grandes produtores. Na safra 2023/24, o montando destinado ao Plano Safra foi de 340 bilhões de reais.

Em situações de quebra de safra é importante que haja flexibilidade para que esses recursos sejam aumentados ou realocados, de maneira a diminuir o impacto negativo na economia, uma vez que a agricultura é o grande carro-chefe do PIB brasileiro.

Conclusão

As condições não-ideais que ocorrem durante o ciclo de uma cultura no campo ao longo da safra podem causar diversos tipos de impacto nas lavouras. O seu grau de impacto é medido pela perda em relação à previsão de produção.

Perdas em níveis avançados podem causar quebras de safra, levando a impactos regionais, nacionais ou globais. É preciso que o produtor esteja atento e se utilize de ferramentas que o auxiliem a diminuir os riscos de perder produção.

Atualmente, as previsões de perdas de safra ao redor do mundo são cada vez mais frequentes e o ano de 2024 no Brasil deve seguir esse padrão. Estresses abióticos (condições climáticas) e bióticos (doenças, pragas, plantas daninhas), são os maiores riscos. Conhecer as previsões climáticas e o monitoramento da possibilidade de incidência de pragas e doenças pode auxiliar o produtor a se prevenir ou atuar de forma corretiva em sua lavoura. Além disso, a boa gestão da propriedade é um fator de importância para evitar que perdas de produção levem à inviabilidade da atividade agrícola.

Rentabilidade na lavoura: Confira as dicas

Rentabilidade em sua lavoura: Com o auxílio da tecnologia, planejamento e técnicas de manejo é possível melhorar a rentabilidade da sua lavoura

Pode-se até dizer que não existe uma receita exata para ser bem sucedido na agricultura. Entretanto, o avanço das tecnologias, aperfeiçoamento da pesquisa, alternativas de manejo e novas oportunidades para comercialização, tem ajudado a melhorar a produtividade agrícola.

Além disso, existem boas práticas de gestão que podem melhorar a produtividade e a rentabilidade como um todo, como a projeção ou preparação da fazenda para um contínuo processo de produção e uma visão sistêmica do produtor para maior lucratividade no campo.

Ou seja, pensar no longo prazo e traçar estratégias conjuntas, podem ser a chave para o sucesso da lavoura. Neste artigo, vamos mostrar tudo que pode melhorar a rentabilidade da sua lavoura. Boa leitura!

O que é produtividade da lavoura?

A melhoria da rentabilidade dos grãos está pautada no investimento em preparação do solo e insumos – como sementes e fertilizantes -, máquinas e equipamentos e outras tecnologias, como a agricultura de precisão.

Além disso, está cada vez mais difundido no mercado o uso de produtos biológicos, que agem de diferentes maneiras, por exemplo, no aumento da resiliência das plantas frente a situações de escassez hídrica e condições de temperatura extrema, tornando-as mais resistentes e capazes de produzir, agindo como uma garantia de produtividade em cenários adversos.  

O que é rentabilidade da lavoura?

Diferentemente da produtividade, que envolve os aspectos gerais da produção, na rentabilidade temos outras variáveis importantes que vão além do campo, como a comercialização do produto, armazenagem e financiamentos.

Dessa forma, obter a máxima rentabilidade, produtividade e rendimento da lavoura não depende apenas das condições adequadas de solo e clima, é necessário escolher, de forma estratégica, insumos e práticas assertivas de manejo e comercialização.

Manejo e desempenho da lavoura

A tecnologia para aumento da eficiência nos processos agrícolas está cada vez mais difundida no Brasil. O bom desenvolvimento das lavouras tem sido possível pela profissionalização no setor do agronegócio.

Alguns processos estão sendo beneficiados pelo uso da tecnologia, o que significa também otimização do tempo e investimentos, redução dos gastos com combustíveis, sementes e insumos. É possível citar alguns processos:

  • Correção do solo baseado em análise;
  • Adubação da área conforme necessidade nutricional da cultura;
  • Controle de erosão e compactação do solo para melhor aproveitamento de água;
  • Investimento no tratamento de grãos para garantir melhoria na qualidades das sementes;
  • Redução do espaçamento, permitindo maior densidade de plantio e otimização do uso de máquinas plantadoras;
  • Manejo de pragas, doenças e plantas daninhas;
  • Regulagem e manutenção do maquinário para plantio.

Diferença entre lucratividade e rentabilidade

É comum que as pessoas confundam as definições de rentabilidade e lucratividade, mas elas representam conceitos distintos fundamentais para avaliar o desempenho financeiro da lavoura.

A lucratividade é a capacidade de gerar lucro, ou seja, é o ganho que a empresa consegue gerar sobre o trabalho desenvolvido.

Já a rentabilidade está relacionada ao retorno sobre o investimento realizado na lavoura.

Melhoria na rentabilidade da lavoura

Alguns processos podem aumentar a rentabilidade da lavoura, como:

  • Investimento em um sistema de gestão de campo;
  • Aplicação de novas tecnologias;
  • Manejo adequado;
  • Ampliação da área de plantio;
  • Investimento no desenvolvimento genético das sementes e armazenagem própria.

Contudo, para melhorar esses processos, é possível adotar algumas práticas:

Planejamento da safra

Para realizar o planejamento da safra é importante incluir no orçamento, previamente, uma pesquisa dos fluxos financeiros como: 

  • Investimentos;
  • Receitas e despesas;
  • Benfeitorias e maquinários;
  • Logística;
  • Entre outros.

Cada cultura tem sua estimativa, suas particularidades ambientais e socioeconômicas próprias.

Monitorar o funcionamento das colheitadeiras

Para se ter uma boa colheita, o perfeito funcionamento das colheitadeiras é fundamental, avaliando sempre que possível, a altura do corte, velocidade, entre outras questões.

Além disso, ter funcionários capacitados para o bom uso e aproveitamento das máquinas contribui para a melhor rentabilidade da lavoura.  

Aplicação de tecnologia no processo de plantio

A agricultura 4.0 traz uma evolução na comunicação entre os equipamentos, como o uso de GPS em máquinas para melhorar a eficiência e diminuir os gastos com combustíveis.

O uso de sensores para fazer leituras não só das máquinas, mas também do meio ambiente também contribui para melhorar o desempenho da lavoura. Esses sensores captam informações do solo e geram mapas de fertilidade e zonas de manejo.

Contratar mão de obra qualificada

A carência de colaboradores capacitados afeta o resultado do produtor. Ao investir em treinamento e qualificação de mão de obra, há redução do desperdício e, automaticamente, ganho de rentabilidade e produtividade, aumentando a lucratividade do negócio.

Armazenamento próprio

O uso de tecnologia no campo possibilita produzir mais. Realizar o investimento em armazenagem na própria fazenda, permite decidir sobre o momento ideal para negociar a produção no mercado, além de evitar problemas com frete ou ausência de armazéns em portos.

Qual a lavoura mais lucrativa?

A rentabilidade de um cultivo pode ser influenciada pelo custo de produção, pelo preço de mercado, pela volatilidade do câmbio e pelas condições climáticas. 

As características da propriedade rural onde o cultivo será implantado, especialmente quanto ao solo, também são um fator importante.

A produtividade por hectare é um dos principais índices para descobrir o potencial de lucro de determinada lavoura.

Para reduzir os riscos e aumentar os resultados, agricultores devem adotar estratégias como o uso da tecnologia e a diversificação das culturas, além de procurar apoio técnico para o desenvolvimento da plantação.

É possível citar os cinco cultivos mais rentáveis do Brasil:

Algodão

Uma lavoura de algodão pode render quatro vezes mais por hectare do que uma plantação de soja. Entretanto, a cultura requer cuidados especiais e alto conhecimento técnico.

Soja

O ciclo da soja dura em média quatro meses, além disso, é relativamente fácil de se cultivar e se adapta a diversos tipos de solo e clima, além de oferecer alta produtividade por hectare.

Milho

O milho é um cereal fácil de cultivar e tem ciclo produtivo rápido, o que permite a colheita de até três safras anuais. 

Café

Para maximizar a lucratividade do café, é preciso ter mão de obra especializada e realizar o beneficiamento. O clima favorável do Brasil e os avanços tecnológicos permitem melhorias no padrão quantitativo e qualitativo dos grãos.

Laranja

O clima favorável do Brasil e a tecnologia aplicada no plantio permitem que a produção seja realizada em larga escala, o que contribui para a rentabilidade da cultura.

Conclusão

Existem inúmeras medidas para potencializar os recursos disponíveis e obter maior rentabilidade com a produção agrícola na fazenda.

Um sistema de gestão alinhado, com planejamento e monitoramento adequados farão com que haja redução de perdas na propriedade rural. Dessa forma, promove a agilidade de processos e o aumento de ganhos do seu negócio rural.

Conciliação bancária na fazenda: o que é e como fazer (+ planilhas grátis)

Conciliação bancária na fazenda: saiba como identificar fraudes, com que frequência fazer, sua importância e muito mais!

A conciliação bancária pode ajudar muito o gerenciamento da sua fazenda. Associada a outros procedimentos contábeis, ela pode garantir o sucesso e o crescimento do seu negócio.

Fazer a conciliação bancária é uma forma simples e rápida de evitar surpresas nas finanças.

Neste artigo, você vai saber como fazer e porque ela é importante, além de ter acesso a materiais que te ajudarão muito. Acompanhe!

O que é conciliação bancária?

A conciliação bancária é o processo de comparar o extrato da conta bancária com as informações do controle financeiro da fazenda. 

Com ela, você compara o que você recebeu e pagou com os valores que entraram e saíram da sua conta bancária.

A conciliação é essencial para a boa gestão financeira da empresa.

Além disso, ela te ajuda nas tomadas de decisões, permite identificar fraudes, lançamentos errados, valores não compensados e compras canceladas.

Se você recebe ou paga aos fornecedores por meio de boletos, cartão de crédito ou débito, esse processo é importante para evitar prejuízos.

Pode parecer algo complicado se a movimentação financeira da sua fazenda for muito grande. 

Mas não se preocupe! Se você tiver um bom profissional que controla e lança cada evento financeiro diariamente, não terá muitos problemas ao realizar a conciliação bancária.

A importância da conciliação bancária

É a partir da conciliação que as possíveis inconsistências são percebidas. 

Um pequeno erro de lançamento pode não trazer muitos prejuízos. Porém, ao longo de um ano, vários erros de lançamento e recebimento podem atrapalhar a saúde financeira do negócio.

Registros com erros podem levar o gestor a tomar decisões prejudiciais ao futuro do negócio. Descontos concedidos a clientes podem passar despercebidos e trazer prejuízos.

Um acompanhamento frequente do dinheiro que entra e sai das contas bancárias te dá informações relevantes no fechamento do mês.  

Benefícios da conciliação bancária na fazenda

1. Identificação de fraudes

Monitorar o movimento nas contas bancárias evita fraudes internas. Por exemplo, cheques recebidos como pagamento e não descontados ou depósitos com valores inferiores. 

2. Mais controle das movimentações financeiras

A conciliação bancária possibilita maior controle das finanças da sua fazenda. 

O acompanhamento do dinheiro que entra e sai diariamente te dá uma visão clara do quanto seu negócio movimenta em determinado período.

Com isso, a conciliação ajuda a identificar se as receitas são maiores ou menores que as despesas de sua fazenda. 

3. Saldo bancário confiável

Acompanhar o saldo bancário contribui para as tomadas de decisões. 

Saber exatamente qual quantia sua fazenda tem disponível permite que os investimentos sejam mais efetivos.

4. Melhoria do planejamento orçamentário

A conciliação bancária permite fazer o planejamento e a contabilidade dos custos, investimentos e projeção das receitas e despesas ao longo do ano.

5. Melhoria da previsão do fluxo de caixa

Outra vantagem de se fazer a conciliação é o controle efetivo das despesas e receitas.

Ou seja, você pode acompanhar o fluxo de caixa de seu negócio, e garantir que ele seja mais saudável. 

Como fazer a conciliação bancária?

É possível definir 3 etapas para que o processo de conciliação bancária seja estruturado na sua fazenda. São eles:

  • monitorar fluxo de caixa e extratos bancários;
  • comparar informações internas com lançamentos de entrada/saída;
  • correção de falhas.

Monitoramento do fluxo de caixa e extratos bancários

O fluxo de caixa é o registro de todas as receitas e despesas da empresa. 

Esse controle é importante para comparar os valores que entram e saem. Assim, você identifica se o negócio está dando lucro ou prejuízo.

Os registros podem ser por planilhas ou um software de gestão, e devem ser diários. Essa é uma forma de você evitar que algum valor se perca por não ter sido lançado.

Clicando no botão abaixo, você baixará uma planilha para tornar seu fluxo de caixa ainda melhor. Insira os dados financeiros da sua fazenda e facilite esse processo:

Baseado nesses dados, você conseguirá analisar com mais clareza como está a saúde financeira do seu negócio. 

Além disso, poderá avaliar o quanto poderá investir no seu estabelecimento, a estimativa de crescimento do negócio e o valor do seu salário.

Comparar informações internas com lançamentos de entrada/saída

O lançamento e a comparação de tudo que foi pago e recebido será bem sucedido se todos os documentos forem organizados. 

Os documentos recebidos (como boletos para pagamento de fornecedores) e enviados (como boletos para receber de clientes) devem ser guardados de forma organizada.

Esses documentos, sejam em papel ou eletrônicos, devem ter uma pasta/caixa própria para arquivá-los. Eles podem ser separados por mês do ano, fornecedor ou fluxo de caixa.

Essa organização simplifica a busca, o controle e o lançamento das informações. Como consequência, a estruturação da parte financeira do seu negócio fica mais fácil.

Correção de falhas

Acompanhar a movimentação financeira da empresa ajuda a identificar mais facilmente as falhas que possam existir.

Essas divergências podem ocorrer por causa de um lançamento errado, depósito feito com valor menor do que o esperado, entre outras coisas. 

Ao acompanhar a movimentação de perto, você pode ter tempo para corrigir as falhas e até mesmo para evitá-las.

Como fazer a conciliação bancária?

A conciliação é a comparação do fluxo de dinheiro da fazenda com os valores no extrato bancário.

É possível avaliar se todos os valores lançados na sua planilha realmente constam na sua conta.

Por exemplo: suponha que no dia 22 deste mês você registrou a venda de soja no valor de dez mil reais. 

Ao fazer a conciliação bancária você verificará se, neste dia ou próximo a ele, esse valor realmente entrou na sua conta.

O mesmo vale se você pagou algum fornecedor. 

Mais um exemplo: se no dia 27 você pagou o boleto de um fornecedor no valor de mil reais. 

Essa movimentação foi registrada no seu fluxo de caixa, mas é preciso constatar, pela conciliação bancária, que o valor saiu de sua conta no banco.

Quer simplificar o processo de conciliação do financeiro da fazenda? Clique na imagem abaixo para baixar nossa planilha gratuita:

Como otimizar a conciliação bancária?

Ao contrário do processo lento de verificação manual, o sistema de gestão rural Aegro permite que você faça a conciliação de extrato bancário em alguns minutos.

Isso porque, além de integrar o controle agrícola e financeiro, ele também possui um recurso avançado de importação das movimentações bancárias por arquivo OFX.

Você pode optar por fazer a conciliação bancária manual ou agilizar o processo com a conciliação automatizada, em um clique seus lançamentos são conferidos com o extrato bancário.

Confira e organize o financeiro da fazenda com segurança e agilidade

Assim, com alguns cliques, você consegue transferir suas despesas do banco e compará-las aos lançamentos existentes no sistema.

Ao longo desse processo, você também pode corrigir informações incorretas e fazer o registro rápido de valores que não foram contabilizados.

Automatize sua rotina financeira e tenha uma visão clara de todos os custos de produção. Clique aqui para solicitar uma demonstração gratuita desse e outros recursos!

Com que frequência fazer a conciliação bancária na fazenda?

A conciliação bancária pode ser feita a cada 15 dias, a cada mês, a cada três meses, seis meses. Ela também pode ser feita a cada ano.

Entretanto, é mais indicado que ela seja feita mensalmente.

Ao contrário da conciliação bancária, que pode ser feita em um período maior, é indicado que o fluxo de caixa seja alimentado todos os dias

planilha - faça o planejamento tributário para diferentes fazendas

Conclusão

Com base na conciliação bancária da sua fazenda, você pode monitorar mais de perto como está a saúde das suas finanças.

Estando sempre por dentro do financeiro, é possível planejar os investimentos da melhor maneira possível.

Além disso, você poderá evitar erros e falhas nas transações. A consequência disso é um financeiro mais limpo e claro, com todas as informações sempre disponíveis e atualizadas.

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Rateio de custos simples e efetivo: como aplicar na sua propriedade

6 passos para fazer o planejamento financeiro da sua fazenda com sucesso

Com que frequência você faz a conciliação bancária da sua fazenda? Quais erros já conseguiu evitar através desse controle? Deixe seu comentário abaixo!