Aplicações com Manejo Integrado de Pragas: o que você precisa saber para reduzir os custos da sua lavoura
Manejo Integrado de Pragas (MIP), como o próprio nome diz, é uma técnica de controle de pragas da sua lavoura.
Em lavouras de cultura do milho no Brasil, a lagarta-do-cartucho do milho pode causar nível de dano econômicos que chegam a variar de 15% a 35% da produção
Em condições favoráveis, os valores podem chegar a 100%, como aconteceu em algumas fazendas do Centro-Oeste no final de 2015, segundo Caio Efrom, pesquisador da Fepagro.
É realmente um dos maiores problemas enfrentado pelos agricultores.
O controle dasprincipais pragas agrícolas da sua propriedade parece algo difícil de ser resolvido ou avaliado? Cenas como esta são comuns na sua fazenda?
Saiba que existem diversas outras maneiras de controle eficiente de pragas que não utilizam produtos químicos e reduzem custos. Confira neste artigo como reduzir drasticamente as suas aplicações com o Manejo Integrado de Pragas.
O que é Manejo Integrado de Pragas?
Afinal, o que é o MIP?
O Manejo Integrado de Pragas é um conceito de tomada de decisão que utiliza diversas tecnologias e tipos de ferramentas para o controle de pragas nas propriedades agrícolas.
A figura abaixo nos mostra outras alternativas além do controle químico e que, certamente, irão auxiliar no MIP presentes nas nossas propriedades.
Nesse sistema, é necessário conhecer o comportamento do nosso oponente nessa batalha que tarda em terminar.
Utilizando apenas um único método (o químico) e um só tipo de produto (mecanismo de ação) para combater a praga, deixamos que apenas os insetos resistentes àquele produto sobrevivam.
E assim, cada vez mais enfrentamos problemas com pragas resistentes aos químicos existentes no mercado.
O MIP demandará um estudo a respeito dos níveis de dano econômico de cada praga, e com o monitoramentodas pragas, será pensado na melhor tomada de decisão.
O controle químico não é proibido no MIP, porém deve ser analisado alguns conceitos básicos a respeito das pragas.
Alguns termos são essenciais no MIP. Temos o Nível de dano Econômico (NDE) e o Nível de Controle (NC).
Como mostra o gráfico abaixo, as pragas devem ser controladas antes de atingir o NDE. Uma vez que, neste ponto, a nossa cultura já estará sendo prejudicada economicamente pela praga.
Conhecendo as nossas propriedades teremos a avaliação do sistema como um todo.
Se houver um predador natural de alguma praga, a aplicação pode se tornar desnecessária, e a economia de dinheiro será evidente.
O MIP preza pelo ambiente tentando se autorregular, minimizando os gastos com inseticidas, melhorando, desta forma, as questões ambientais.
Evidentemente, em certos casos o controle será inevitável, seja ele químico ou biológico.
Reduza suas aplicações com Manejo Integrado de Pragas
A adoção dessa filosofia de controle permite um manejo mais inteligente das pragas.
Aplicações mais efetivas e aporte de recursos mais eficientes são consequências dessa metodologia.
Frente a tais manejos, a redução de custos e geração de sustentabilidade nos sistemas produtivos são evidentes, a médio ou longo prazo.
Com a utilização do MIP, podemos chegar a reduzir as aplicações em até 68%.
Para isso, as informações de monitoramento são essenciais para o gestor da fazenda realizar ou não uma medida de controle, dependendo se atingiu o nível de controle ou não.
O software agrícola Aegro possibilita que dados da presença da praga sejam coletados em tempo real.
Os dados são obtidos por meio do GPS do seu celular, o que nos possibilitará saber os locais mais infestados.
Em vez de aplicar o produto químico em área total, matando na maioria das vezes os insetos que seriam úteis para combater as pragas, não seria mais inteligente aplicar somente nos talhões com NC (Nível de Controle)?
Assim, reduziríamos custos nas áreas onde não necessitam de aplicação, utilizando menos produtos e preservando o meio ambiente, o solo e possíveis contaminações residuais dos grãos nos campos.
Mas… se o MIP é tão bom, por que ainda não é adotado?
Ainda existe muita resistência na utilização do MIP.
A falta de informações a respeito do controle de diversas pragas faz com que a aceitação seja ainda mais difícil.
Deixar o inseto no campo, em certos casos, permitirá o controle natural das pragas presentes nas lavouras, sem que o produtor tenha que gastar dinheiro com aplicações de inseticidas.Por isso que precisamos nos conscientizar.
Controle de pragas no futuro
Como será o manejo integrado de pragas no futuro?
Hoje em dia já existem produtos comerciais e estudos a respeito de insetos irradiados, transgenia e organismos estéreis geneticamente modificados.
O irradiamento de insetos já é fonte de estudos no Cena, em Piracicaba-SP.
Os insetos irradiados são estéreis, o que impossibilita a criação de novas gerações após o cruzamento com as populações presentes nas propriedades.
O Aedes do Bem é um exemplo de sucesso desse processo de irradiação.
O futuro é promissor!E você vai aproveitar a tecnologia ao seu alcance?
Conclusão
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é, com a mais absoluta certeza, a maneira mais responsável e eficiente de manejo de pragas.
Atualmente, as lavouras brasileiras estão perdendo produtividade devido à falta de controle no uso de inseticidas e manejo inadequado de químicos nas propriedades.
Será que não compensa alguns minutos de planejamento no controle de pragas com o MIP nas nossas fazendas?
É claro que sim! Siga essas dicas, reduza suas aplicações e, assim, se beneficie com o manejo!
Defensivos agrícolas: entenda os diferentes tipos, dicas de aplicação e segurança no uso destes produtos tão importantes na produção de alimentos
São defensivos agrícolas os produtos utilizados nos setores de produção, para o controle de seres vivos prejudiciais à lavoura e aos ambientes urbanos.
Tanto os produtos sintéticos químicos (como fungicidas, herbicidas, inseticidas, acaricidas, nematicidas e bactericidas), quanto aqueles de os defensivos agrícolas biológicos são classificados defensivos.
Esses produtos têm a capacidade de controlar os organismos nocivos aos cultivos, paralisando o crescimento e/ou reprodução.
Neste artigo, veja a importância dos defensivos, quais são os principais tipos e mais! Boa leitura!
O que são defensivos agrícolas?
Defensivos agrícolas são produtos químicos, físicos ou biológicos destinados à proteção de culturas agrícolas e dos seres humanos, controlando seres vivos considerados nocivos. Eles podem ser chamados de agrotóxicos, produtos fitossanitários, pesticidas, praguicidas, etc.
Vale lembrar que não existe diferença entre agrotóxico e defensivo agrícola. Os dois termos significam a mesma coisa: produto que têm a função de “defender” as lavouras do ataque seres vivos considerados prejudiciais.
Para que isso ocorra, os defensivos devem ser utilizados seguindo as boas práticas agronômicas, bem como as recomendações técnicas específicas.
Além disso, a sua utilização deve ser realizada de forma sustentável. Isso é possível ao aliar outros métodos de controle disponíveis, de forma integrada.
O uso incorreto pode causar resistência dos organismos ao defensivo agrícola. A perda da eficiência de uma molécula causa danos econômicos aos agricultores e à agricultura de forma geral. Algumas práticas que podem causar resistência são:
ausência da rotação de ingredientes ativos;
planejamento inadequado com identificação incorreta do organismo praga;
aplicação e uso da dose incorreta do produto.
É importante lembrar da diferença entre fertilizantes e defensivos agrícolas. Fertilizantes são recomendados para adubação das culturas, e não são efetivos no controle de doenças.
Os defensivos, por sua vez, são eficientes no combate às pragas e doenças. Eles interferem em alguma fase do desenvolvimento ou reprodução desses seres nocivos.
Importância do uso de defensivos agrícolas
O Brasil é o 5º maior país em extensão territorial, com as mais diversas condições climáticas ao longo da sua área. Além disso, o país conta com uma produção de grãos expressiva, além de inúmeras outras culturas agrícolas.
Este cenário contribui para que as mais diversas doenças e pragas de plantas se estabeleçam nas culturas agrícolas. As temperaturas altas do país contribuem com isso, acelerando a reprodução da maior parte dos insetos/pragas.
Além disso, não há inverno rigoroso no Brasil. O frio ajuda a diminuir a população inicial das pragas no começo das safras.
É fato que as aplicações de defensivos devem acontecer somente quando necessário. O uso indiscriminado, desrespeitando a bula, a legislação brasileira e todas as normas de segurança é crime.
Aliado a isso, com a alta dos custos de produção, é cada vez mais importante que o planejamento do uso seja rigoroso, seguindo as boas práticas agronômicas. Cada aplicação desnecessária resulta em redução do retorno econômico do cultivo.
Além disso, os defensivos agrícolas otimizam o tempo de manejo de uma lavoura. Consequentemente, você gasta menos tempo e economiza com:
horas trabalhadas com os tratoristas;
com o combustível utilizado no maquinário;
com diárias dos trabalhadores;
reduz compra de muitos produtos;
manutenção de equipamentos/implementos de um modo geral.
Tipos de defensivos agrícolas
Os defensivos agrícolas podem ser de vários tipos, de acordo com o que controlam, sendo eles fungicidas, inseticidas, herbicidas, bactericidas, acaricidas e nematicidas. Vamos falar melhor sobre cada um desses insumos agrícolas a seguir:
Fungicidas
São utilizados para o controle de fungos causadores de doenças de plantas, como as manchas foliares, ferrugens, podridões radiculares, fungos de pós-colheita. Eles podem ser de contato, mesostêmicos e sistêmicos.
Os fungicidas de contato são aqueles que não penetram nos tecidos das plantas. Eles permanecem apenas sobre os tecidos externamente. Se a doença estiver com alta severidade, estes produtos não serão capazes de curar os tecidos internos.
Os de contato possuem diversos sítios de ação na célula fúngica, ou seja, são fungicidas multissítios. Isso é benéfico para o manejo de resistência, associando-os a fungicidas sistêmicos (de um sítio-específico de ação).
Já os mesostêmicos e translaminares não são capazes de translocar por toda planta. Eles são aplicados em uma face da folha e conseguem em partes translocar para o outro lado, protegendo ambas as faces.
Os fungicidas sistêmicos, em contrapartida, são aplicados em um local da planta, e têm a capacidade de serem translocados via sistema vascular para outras partes da planta.
Os fungicidas são divididos em 14 grupos, em função do seu mecanismo de ação.
Informações sobre resistência de fungos a fungicidas podem ser encontradas no Comitê de Ação a Resistência de Fungicidas – Frac Brasil. Nele, são publicadas estratégias de manejo para diferentes culturas.
Inseticida agrícola
São utilizados no controle de insetos. Vale ressaltar que, no caso de ácaros, alguns destes produtos não são eficientes.
Assim como os fungicidas, o inseticida agrícola pode agir por contato direto com o inseto, por ingestão, fumigação (deve ser inalado em forma de gás pelo inseto) serem absorvidos (sistêmicos)ou não pelas plantas.
Os inseticidas são classificados conforme seu sítio de ação, sendo cinco os principais grupos:
Ação em nervos e músculos: incluem 12 sítios primários de modos de ação;
Ação no crescimento e desenvolvimento: incluem 7 sítios primários de ação. Inseticidas reguladores de crescimento apresentam menor risco ao desenvolvimento de resistência aos inseticidas por parte dos insetos;
Ação na respiração celular;
Modo de ação no sistema digestivo ou intestino médio: um sítio primário de ação.
Modo de ação desconhecido ou inespecífico: incluem 15 sub-grupos.
O Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas publica recomendações de manejo de resistência para inseticidas para diferentes culturas agrícolas. Ele também publica relatos de resistência de espécies de insetos aos inseticidas.
Acaricidas
São utilizados para o controle de ácaros. Afinal, estes organismos possuem particularidades quando comparados aos insetos, sendo classificados como aracnídeos.
Alguns inseticidas e fungicidas podem ter ação acaricida, a depender do seu modo de ação. Alguns exemplos de acaricidas são o enxofre e a abamectina.
No entanto, produtos biológicos também são recomendados, como aqueles à base de:
Beauveria bassiana;
Phytoseiulus macropilis;
Metarhizium anisopliae;
Hirsutella thompsonii ;
Neoseiulus californicus (recomendados no controle de Tetranychus urticae conhecido como ácaro-rajado).
Herbicidas
São destinados ao controle de plantas daninhas, como o glisosato, e possuem diferentes modos de ação. São classificados de acordo com sua função, e podem ser seletivos ou não seletivos:
Seletivos: capacidade da espécie ou variedade de plantas, a qual se deseja realizar o controle de plantas daninhas, de tolerar o herbicida.
Não-seletivos: atuam sobre todas as espécies de plantas. Para este grupo, a aplicação deve ser dirigida ao alvo, evitando as plantas de interesse agrícola, ou então utilizando culturas transgênicas (que sejam resistentes aos herbicidas, como no caso de algumas cultivares de soja).
Os herbicidas são ainda classificados em função da época em que são aplicados sobre os cultivos em:
Pré-plantio: o qual tem como finalidade o controle da população inicial de plantas daninhas presentes na área e no banco de sementes (no solo), e que podem emergir. São amplamente utilizados como dessecantes.
Pós-plantio, pré-emergência ou pós-emergentes: aplicados após a emergência da cultura de interesse e das plantas daninhas. São absorvidos pelas raízes ou folhas.
Outra classificação é em função da translocação, podendo ser de contato, quando atuam próximo ao local onde foram aplicados, e sistêmicos, quando translocam via sistema vascular nos tecidos da planta.
Nematicidas
Os nematicidas são defensivos agrícolas naturais ou biológicos, utilizados no controle de nematóides (pequenos vermes que habitam o solo e podem causar doenças em plantas, como o nematoide das galhas).
Os nematicidas podem estar inclusos na classe dos inseticidas e fungicidas (quando têm esta ação, conforme o Agrofit).
Alguns nematicidas importantes são compostos por microrganismos, como exemplo:
Bacillus firmus;
Bacillus subtilis;
Bacillus amyloliquefaciens.
Além disso, também podem ser compostos pelo fungo Purpureocillium lilacinum, no controle de Meloidogyne incognita (nematoides-das-galhas). Esses produtos são aprovados para uso em todas as culturas.
Bactericidas
São produtos utilizados exclusivamente no controle de bactérias. Neste caso, alguns fungicidas, especialmente aqueles classificados como orgânicos (compostos por enxofre e cobres fixos, como o oxicloreto de cobre e óxido cuproso).
Os bactericidas não são tão usuais em grandes culturas.
Todo defensivo agrícola no Brasil exibe no rótulo sua classificação toxicológica (potencial de risco à saúde humana) e sua classificação ambiental (potencial de risco ao meio ambiente).
Essa classificação recebe um código em cores:
(Fonte: Anvisa)
É necessário ter muito cuidado na utilização dos defensivos. Por isso, se atente aos rótulos, use somente quando necessário e siga todas as recomendações de segurança.
E então você pode se perguntar: quais são os agrotóxicos mais perigosos? A resposta não é tão simples. Um agrotóxico, mesmo que com classe pouco tóxica, pode ser perigoso se utilizado de forma inadequada.
A recomendação é de que sempre se busque utilizar o defensivo de classificação toxicológica menor, que seja eficiente no controle que se deseja. Por isto, o conhecimento técnico sobre como os defensivos atuam nas plantas e nas pragas, é indispensável.
Quantos tipos de agrotóxicos existem no Brasil?
A cada ano, novos produtos são registrados no país. Atualmente, são mais de 5 mil agrotóxicos registrados no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Muitos são elaborados a partir de misturas de moléculas já existentes. Afinal, o desenvolvimento de uma nova molécula pode levar mais de 10 anos, além de envolver vários custos.
Na figura a seguir, é possível observar a evolução na comercialização e quais os ingredientes ativos mais vendidos e utilizados no país, desde 2009.
Principais ingredientes ativos (i.a) comercializados no Brasil de 2009 a 2020 (Fonte: Matias, 2021)
Dados de área tratada, valor de produto aplicado, volume, custo médio, dose média aplicada, área tratada por cultura e valor de produto aplicado por estado. Os dados demonstram que soja, milho e algodão, são as culturas em que os defensivos são utilizados em maior volume. O estado do Mato Grosso é o que mais utiliza os defensivos no país. (Fonte: Sindiveg, 2021)
Planejamento e aplicação de agrotóxicos
Para eficiência do uso e aplicação segura de um defensivo agrícola, uma série de cuidados devem ser tomados. Utilizar apenas produtos registrados no Mapa para a cultura de interesse é o principal.
Produtos não registrados para a cultura não devem ser utilizados. Além disso, é necessário ficar de olho em outros detalhes. Acompanhe-os a seguir.
Uso do Equipamento de Proteção Individual
Utilize obrigatoriamente o Equipamento de Proteção Individual, composto por viseira, respirador, jaleco, avental, luva e calça.
Além disso, é importante observar a ordem de retirada do EPI. Comece pelas roupas, lave as mãos com as luvas e somente então retire o respirador.
Escolha do produto correto
Escolha o produto correto para o organismo alvo. É indispensável que a praga ou patógeno seja devidamente identificado. A identificação incorreta pode levar ao uso de um produto que não seja eficiente.
Além disso, o uso de um fungicida em um local sem o fungo específico desse determinado produto compromete o controle. O produtor gastará recursos financeiros e não terá o controle eficiente da doença a campo.
Planeje as pulverizações
O planejamento da pulverização vem de encontro com o item anterior. O conhecimento sobre quais as pragas e doenças têm ocorrido na área de cultivo e seus aspectos biológicos é indispensável.
Afinal, as pragas e doenças podem sobreviver em restos culturais e hospedeiros alternativos (incluindo plantas daninhas). Desta forma, faz parte do controle, planejar inclusive a rotação de culturas e/ou eliminação de plantas daninhas da área.
De posse das informações do histórico da área, é possível reduzir a população das pragas e patógenos causadores de doenças em plantas. Isso reduz, inclusive, o uso de defensivos, quando bem planejado e implantado. Isso traz benefícios financeiros, à saúde e ao meio ambiente.
Cuidado com as condições climáticas
Outro fator indispensável é observar ascondições climáticas ideais para a aplicação dos defensivos.
Uma das discussões recentes acerca deste assunto, está em torno da restrição do uso e comercialização do herbicida 2,4-D., justamente pela não observância das recomendações técnicas.
Para o uso do herbicida 2,4-D, é indispensável que as recomendações técnicas sejam observadas, especialmente velocidade do vento e condições climáticas.
Além das condições climáticas, a tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas também deve ser considerada.
Cuidar da velocidade de aplicação e da escolha da ponteira ideal (ela deve ser, preferencialmente, com injeção de ar e de adjuvantes) são ações que minimizam o problema de deriva.
Como reduzir o uso de defensivos agrícolas com uso de tecnologia
O uso de tecnologia está ajudando a evoluir o agronegócio brasileiro. Segundo a Embrapa, o manejo integrado de pragas reduz aplicações de defensivos em quase 50%.
Além de ser importante para aumentar seu lucro, prejudica menos o meio ambiente, a saúde de seus funcionários e garante sua própria segurança.
Uma das etapas do MIP é o monitoramento. É por meio dele que você verifica se a praga, planta daninha ou microrganismo causador de doenças de plantas atingiu o nível de ação de controle. Só então você pode proceder com a aplicação.
O monitoramento pode ser feito e anotado de várias formas. Porém, a forma mais adequada e segura é por aplicativos. Neles, você pode acessar seus dados de qualquer lugar e nunca perdê-los.
Além disso, com aplicativos como o Aegro, você georreferencia seus pontos de amostragem com facilidade. Através deles, você pode saber exatamente o que está acontecendo no campo e como fazer aplicações mais seguras.
(Fonte: Aegro)
Para ver os recursos do Aegro em ação, teste 7 dias gratuitamenteou peça uma demonstração gratuita.
Conclusão
Os defensivos agrícolas já são, há muito tempo, essenciais para a agricultura pela praticidade e economia de tempo ao produtor rural.
Apesar de trazerem benefícios na produção de alimentos no mundo, é preciso responsabilidade e cuidado para utilizá-los quando necessário e da maneira correta.
Na dúvida, não deixe de consultar um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a) e de pedir as recomendações ideais para a sua cultura e para a doença que está a atingindo.
Como você tem utilizado os defensivos agrícolas na sua lavoura? Compartilhe conosco a sua experiência, gostaria de ver seu comentário abaixo!
Atualizado em 11 de julho de 2022 por Bruna Rhorig.
Bruna é agrônoma pela Universidade Federal da Fronteira Sul, mestra em fitossanidade pela Universidade Federal de Pelotas e doutoranda em fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul na área de pós-colheita e sanidade vegetal.
Alguns estudos chegam a mostrar perdas de 10% a 12% em produtividade, devido à aplicação de defensivos agrícolas mal feita.
E você sabe bem a importância do uso de defensivos na lavoura?
Sabia que seu mau uso pode aumentar os custos de produção, não proteger a lavoura e ainda trazer riscos ao meio ambiente e ao homem?
Importante lembrar que os defensivos agrícolas são chamados oficialmente de agrotóxicos. Embora seja um termo que gera controvérsias, é o termo oficial da legislação brasileira (Lei 7.802/89 e Decretos 98.816/90 e 4.074/2002).
Outros termos também são comumente utilizados, como: produtos fitossanitários, pesticidas, agroquímicos.
O Prof. Dr. José Otávio Menten, da USP/Esalq, trata de pontos importantes como benefícios e riscos do uso de defensivos no Brasil.
Dada a importância da aplicação de defensivos agrícolas para a proteção da lavoura, vou mostrar 5 dicas infalíveis de como torná-la mais eficiente.
Algumas dicas envolvem conhecimento prático e outras, tecnologia de aplicação. Então confira!
1. Consulte a bula antes da aplicação de defensivos agrícolas
Para uma aplicação eficaz, nada melhor do que realmente conhecer o que se está aplicando.
Classes De Classificação Toxicológica dos Produtos Fitossanitários (Fonte: Seagro)
Você pode buscar informação em diversas plataformas, como a plataforma nacional de consulta de produtos fitossanitários, o Agrofit.
Veja como é simples:
Passo 1: Acesse a lista de defensivos agrícolas e faça buscas por pragas e doenças.
É possível conseguir informações sobre os produtos registrados e recomendados para o controle de pragas, plantas daninhas e doenças, com direito a textos explicativos e fotos para facilitar a consulta.
O sistema também conta com dados do Ministério da Saúde e do Ministério do Meio Ambiente, oferecendo melhores informações em defensivos agrícolas para você.
Passo 2: Insira o nome vulgar ou científico da doença.
Passo 3: Realize a busca e veja as informações que aparecerão na sua tela. Você pode ter um relatório descrevendo o que é a ferrugem asiática, sintomas da doença, Bioecologia, controle, fotos da doença e lista de produtos para combater.
Simples e prático! Agora você pode obter informações sobre os produtos mais recomendados para “Ferrugem Asiática”.
Outros sistemas de consulta
Outra opção é a a SEAB/PR.Embora seja estadual, é até mais completa que o Agrofit.
Nesses dois portais é possível consultar os defensivos agrícolas por princípio ou ingrediente ativo; por marca comercial; classe (fungicida, inseticida, herbicida, etc.); cultura recomendada; praga, entre outros. Há, inclusive, links para as bulas dos produtos.
Em que momento da cultura é ideal aplicar o produto;
Se é preciso o uso de adjuvantes;
Qual o volume de calda ideal;
Para quais plantas daninhas, insetos e doenças são indicados;
Em qual estágio dessas pragas a eficiência do produto é melhor e etc.
Ao contrário do que muitos pensam, ter o produto ideal no momento ideal da cultura e da praga não é o suficiente para uma aplicação de defensivos agrícolas eficaz!
Para isso a manutenção e regulagem são fundamentais:
2. Manutenção e regulagem do pulverizador
Ajustar corretamente o equipamento de pulverização eleva a produtividade e reduz custos com produtos agrícolas em até 30%.
Fundamental para a aplicação de defensivos agrícolas eficiente, o pulverizador tratorizado, pulverizador autopropelido ou até um pulverizador costal de 20 L devem estar bem calibrados e com manutenção em dia.
Observe se os bicos não estão entupidos e se são adequados para o tipo de aplicação;
Verifique a barra de pulverização;
Coloque água no tanque do pulverizador;
Regule o pulverizador;
Aplique em uma área plana e de tamanho conhecido;
Durante a aplicação, verifique o volume de água que sai em cada bico de pulverização por determinado tempo (normalmente 10 segundos) e, assim, veja se algum está com problemas;
Somando o volume de água coletado em todos os bicos, você pode verificar se o volume de calda é o desejado.
O volume de calda, quando não adequado, pode representar aplicação de doses acima ou abaixo das recomendadas.
Isso ocasiona um controle não eficaz ou ainda intoxicação das plantas da lavoura (fitotoxicidade).
O volume de calda recomendado é apresentado na bula do produto, variando de acordo com o equipamento.
Em geral, o volume de aplicação recomendado fica entre 100 e 300 L/ha. Aplicações entre 100 e 200 L/ha tem se mostrado eficientes operacionalmente e eficazes no controle.
Como já citado, a escolha dos tipos de bicos é importante. Existem de diversos modelos e vazões para tamanhos de gotas, que se encaixam em diferentes situações:
Bicos para a redução de deriva, bicos mais indicados para aplicação de fungicidas, inseticidas, herbicidas pré-emergentes, herbicidas pós-emergentes.
A lista de defensivos da TeeJet® traz ótimas informações acerca disso.
Para tornar suas aplicações mais eficientes você deve conhecer sobre os adjuvantes:
3. Auxilie sua aplicação de defensivos agrícolas com adjuvantes
Adjuvante é qualquer composto adicionado ao tanque de pulverização que auxilie a aplicação de defensivos agrícolas.
Podem ter diferentes funções e vantagens como regular o pH da calda, reduzir a deriva e, o mais buscado, oferecer uma melhor distribuição na folha da cultura ou da planta daninha… Tudo depende da situação.
Novamente, busque as informações na bula do defensivo a ser aplicado. Nela estão as informações do adjuvante a ser utilizado, volume etc.
É importante ressaltar que alguns produtos não necessitam do uso de adjuvantes, pois já são adicionados na fábrica, ou seja, já vem na formulação.
Nestes casos, o uso do adjuvante pode atrapalhar a eficácia do produto e ainda causar fitotoxicidade para cultura. Assim, você estará jogando dinheiro fora.
4. Limpeza de equipamentos
De nada adianta seguir todas as recomendações anteriores, usar tecnologia de ponta, se você não realizar a limpeza adequada de todos componentes da aplicação.
Em algumas situações, recomenda-se até separar os pulverizadores para cada uma das classes de defensivos. Mas (claro) nem sempre isso é possível.
Assim, uma boa limpeza é a melhor solução.
Sintoma de 2,4D na soja (clorose e deformação) por contaminação de tanque (sem lavagem entre aplicações) (Fonte: Campeonato Brasileiro De Herbologia)
Alguns produtos merecem mais atenção, pois podem depositar no fundo do tanque ou entupir os bicos. Nestes casos, o cuidado deve ser redobrado.
Uma situação comum é a contaminação do tanque por produtos devido à falta de lavagem.
Vou te dar um exemplo! Após a aplicação de herbicidas em milho (com nicosulfuron e atrazina), será realizada aplicação em soja.
Mas estes dois herbicidas não são recomendados para a soja. Portanto, se não for realizada uma boa lavagem do pulverizador, sintomas de fitotoxicidade severos serão observados.
Existem até mesmo produtos comerciais indicados para limpeza do pulverizador com diferentes recomendações e que te ajudarão na lavagem.
5. Levantamento de pragas e manejo integrado
Conhecer o seu problema é a melhor forma de controlá-lo. É muito importante saber quais são os insetos-praga presentes na sua lavoura.
Para tanto, é preciso realizar amostragens, fazer panos de batida, identificar e realizar as contagens dos insetos.
A partir de uma determinada população da praga é que se recomenda a aplicação. Isso é chamado de nível de ação de controle – ou simplesmente nível de controle.
Para tanto, é imprescindível conhecer a infestação da lavoura e o histórico ao longo dos anos.
Para plantas daninhas, por exemplo, você deve saber se há algum caso de resistência a herbicidas. Essas informações são cruciais na escolha do produto aplicado.
Além de conhecer o problema, você precisa utilizar diferentes ferramentas para controlá-lo, como:
Rotacionar os mecanismos de ação dos defensivos;
Utilizar outras medidas de controle;
Cobertura do solo com restos culturais da cultura anterior;
A utilização de diferentes ferramentas para administração rural, não apenas o controle químico, vai tornar o controle mais eficiente e sustentável ao longo do tempo, bem como garantir a eficiência da aplicação dos defensivos agrícolas.
Essas são algumas dicas infalíveis para ter uma melhor eficiência na aplicação de defensivos agrícolas. Na lavoura, você sabe que, mesmo seguindo estas e outras recomendações, podem acontecer problemas.
A lavoura está sujeita a condições climáticas adversas, problemas econômicos, entre outros. Mas se esses problemas já causam impactos até mesmo quando se faz ‘tudo certo’ imagina quando isso não ocorre.
Seguindo essas e outras recomendações, com planejamento agrícola, as chances do sucesso e a eficácia da aplicação de defensivos agrícolas serão com certeza maiores.
Gostou das 5 dicas infalíveis para uma aplicação de defensivos agrícolas mais eficaz? Você faz uso de alguma estratégia diferente? Adoraria ver aqui nos comentários sua opinião!