Tudo o que você precisa saber sobre Plantio Direto

O Sistema de Plantio direto (SPD) é um manejo diferenciado do solo, que busca diminuir o impacto da agricultura sobre ele.

A utilização das técnicas desse sistema já é muito adotada no Brasil: segundo a Febrapdp, cerca de 35 milhões de hectares estão sobre o SPD, o que corresponde a 90% das áreas ocupadas com lavouras de grãos no país.

Em contrapartida, entre as vantagens da consolidação do sistema estão o aumento da produtividade, conservação e melhoria do sistema produtivo, além da diminuição dos custos de produção.

O que plantio direto?

O plantio direto é um sistema no qual o plantio ocorre sem revolvimento (ou como revolvimento mínimo) do solo, ou seja, sem aração ou gradagem leve niveladora como acontece no plantio convencional.

Com a utilização de semeadora específica, as sementes são depositadas em um sulco ou cova com profundidade e largura adequados e em que haja manutenção da cobertura do solo (palhada/cobertura morta).

O sistema de plantio direto é diferente do manejo do solo e é necessário para garantir as características físicas, químicas e biológicas do solo. Confira os pilares do Sistema de Plantio Direto (SPD) a seguir para entender melhor:

  • Mínimo ou não revolvimento do solo;
  • Manutenção da cobertura do solo (cobertura morta);
  • Rotação de culturas – rotação, sucessão e/ou consórcio de outras culturas de espécies diferentes.

Para consolidar o plantio direto e manter seus pilares, é preciso aprimoramento constante.

Em grandes áreas, muitas vezes se usa apenas a palha sobre o solo, ignorando os outros pilares e o potencial completo da prática.

O uso de técnicas de plantio direto completo melhora o Manejo Integrado de Pragas, doenças e controle de plantas daninhas.

O plantio direto foi adotado no Brasil no início da década de 1970 como alternativa para combater a erosão e, desde então, se tornou um dos principais sistemas de manejo conservacionista do solo.

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Quais as vantagens do Plantio Direto?

Uma das maiores vantagens do plantio direto é a cobertura do solo com palhada, que contribui para sua estruturação, promovendo a formação de agregados e o aumento da matéria orgânica, o que melhora a fertilidade do solo.

Outras vantagens também podem ser listadas com o plantio direto, especialmente na conservação do solo e na eficiência produtiva. Confira as principais:

  • Redução da erosão hídrica e eólica;
  • Maior retenção de umidade;
  • Menor compactação do solo;
  • Redução do uso de combustível e maquinário;
  • Menos necessidade de fertilizantes e corretivos devido à melhoria da fertilidade;
  • Maior atividade biológica no solo (minhocas, micro-organismos benéficos);
  • Aumento da matéria orgânica, melhorando a fertilidade;
  • Melhor ciclagem de nutrientes;
  • Melhor aproveitamento da água da chuva;
  • Menor estresse hídrico para as plantas;
  • Maior produtividade a longo prazo;
  • Redução da emissão de CO₂ (menor revolvimento do solo);
  • Sequestro de carbono no solo;
  • Menor impacto ambiental e uso mais racional dos recursos naturais.

Além disto, a também palhada contribui com processos aleloquímicos que podem realizar o controle de doenças e favorecer os ciclos biológicos do solo.

Aleloquímicos de restos culturais

Aleloquímicos de restos culturais: processos, fatores que controlam e efeitos potenciais sobre os componentes do agrossistema
(Fonte: Adaptado de Moreira e Siqueira, 2006, p. 258)

Desvantagens do Plantio Direto

No sistema de plantio direto há mais características a serem manejadas e observadas do que as aplicadas no sistema convencional, como o não revolvimento do solo, a palhada e a rotação de culturas.

Por conta disso, existem algumas desvantagens identificadas do sistema que podemos citar, como:

  • Mais dificuldade no controle de plantas daninhas: Em um primeiro momento é possível que se invista mais em herbicidas para o controle de algumas plantas daninhas, pois o solo com palhada pode favorecer a germinação;
  • Compactação do solo: Se a drenagem ou descompactação do solo não for bem planejada antes da implantação do sistema, é possível que ocorram necessidades de revolvimento e nivelamento novamente; 
  • Dificuldade de germinação de sementes: Dependendo da época de semeadura realizada (se em momentos muito úmidos), em conjunto com a palhada no solo, é possível que ocorram alguns problemas de germinação;
  • Troca de maquinário: Alguns maquinários comumente utilizados, como arados e grades deixam de serem necessários no sistema produtivo. 

A implantação do SPD e sua manutenção antes, durante e depois da safra exigem mais conhecimento técnico e um planejamento agrícola maior do produtor.

Você vai precisar organizar a rotação de cultura, os manejos para a palhada, fazer melhor controle de plantas daninhas. Se possível, vai precisar de uma assistência técnica especializada para acertar no manejo.

Como é feito o plantio direto?

Primeiro, precisamos construir palhada e, para isso, a escolha da cobertura certa é fundamental. É essencial que na escolha da cultura de cobertura você considere a relação de decomposição da palhada. Isso está ligado à relação carbono/nitrogênio (C/N) das plantas de cobertura.

Ainda assim, vale lembrar que não existe a melhor planta para cultura de cobertura. O milheto, por exemplo, é uma das plantas que contribui na expansão do plantio direto pela sua grande produção de matéria seca tanto aérea como radicular.

Além disso, seu uso pode chegar a incrementar o sistema com quantidades de potássio que podem substituir a adubação com cloreto de potássio em soja, por exemplo.

Porém, caso o corte seja feito depois da época ideal, pode-se acabar perdendo esse aporte nutricional. O recomendado é conhecer as plantas de cobertura e realizar um planejamento agrícola efetivo para que tudo corra adequadamente.

Primeiros passos para fazer técnicas de plantio direto

  • Definição das culturas de cobertura, inclusive época de plantio e corte;
  • Definição das rotações de cobertura, como quais culturas e épocas do ano;
  • Orçamento dos insumos para esse sistema;
  • Dimensionamento da equipe de trabalho e maquinário para o sistema.

É necessário também verificar o maquinário específico para esse sistema de plantio direto. O rolo faca, por exemplo, é muito utilizado para fazer a cobertura morta. 

Se possível, faça o planejamento do sistema junto a um profissional da área, ele pode te trazer informações valiosíssimas.

Agora, é importante considerar a quantidade esperada de produtividade da cultura, que é fator importante na definição de adubação.

Além de que, as culturas de cobertura podem ser atrativos de inimigos naturais de pragas, e aqui tem um guia da Embrapa para o reconhecimento destes inimigos naturais.

A tabela abaixo apresenta os recursos “ofertados” pelas plantas atrativas aos inimigos naturais e que contribuem para o aumento da eficiência dos mesmos com o controle biológico:

tabela apresenta os recursos “ofertados” pelas plantas atrativas aos inimigos naturais

(Fonte: Embrapa)

Além disso, saiba mais sobre plantio direto na cultura da soja em: “Plantio direto na soja: Como fazer ainda melhor na sua lavoura”.

Sistema de plantio direto na palha

Proposto por Herbert Bartz na década de 70, o sistema de plantio direto na palha revolucionou a agricultura brasileira.

Foi esse sistema que permitiu que nosso país ficasse em pé de igualdade, décadas depois, com os maiores produtores de alimentos do mundo. Confira como o plantio direto se diferencia de outras práticas agrícolas:

  • Cultivo convencional: Uso intenso do revolvimento da camada arável por meio de grades, arados e subsoladores (intenso preparo do solo);
  • Cultivo mínimo: Se preza pelo não revolvimento do solo;
  • Plantio direto na palha: É baseado em três pilares: a rotação de culturas, o não revolvimento do solo e a cobertura permanente com resíduos vegetais sobre a superfície do solo.

O sistema de plantio direto tem como uma de suas bases a proteção do solo através da cobertura vegetal. Desta forma, a produção de resíduos é um dos fatores mais importantes para a adoção do sistema.

Nesse caso, a biomassa vegetal que protege o solo pode ser obtida de duas formas. A primeira é após a safra, adotando o cultivo de plantas de cobertura como milheto, sorgomilhonabo forrageiro, leguminosas como o guandu, entre outras culturas.

A segunda é através do consórcio entre cereais, como milho e sorgo, e forrageiras tropicais, como as brachiarias.

Para a cobertura permanente do solo na entressafra, é importante não só a quantidade de resíduo, mas também a relação entre carbono e nitrogênio (C/N) desse material vegetal.

Quanto maior o teor de nitrogênio no resíduo, mais rápida será a decomposição deste pelos microrganismos do solo. Veja na tabela abaixo:

plantio direto na palha
(Fonte: Adaptado de Teixeira et al. (2009))

Cobertura vegetal

Apesar de leguminosas como guandu, crotalária e lab-lab serem usadas como plantas de cobertura, seus resíduos não oferecem a persistência necessária para proteger o solo contra a erosão em climas tropicais. No entanto, pode ser usada na rotação de culturas, adubação verde e controle de nematoides.

Além da cobertura morta, outro pilar do plantio direto é o não revolvimento do solo. Com o tempo, a falta de cobertura vegetal pode levar a problemas de erosão e compactação.

Para combater a compactação em sistemas sem revolvimento, as raízes das plantas são essenciais. As forrageiras tropicais, como as do gênero Brachiaria, geram até 5 vezes mais biomassa radicular do que aérea, melhorando a estrutura do solo, sua porosidade, infiltração de água e aumentando a matéria orgânica.

Os sistemas de plantio direto com consórcio de forrageiras tropicais aumentaram os teores de matéria orgânica do solo em 2% em apenas 6 anos, tanto na superfície quanto em profundidade.

Vantagens do sistema de Plantio Direto na Palha

O não revolvimento do solo e o aporte de resíduos vegetais aumentam a matéria orgânica, protegendo o solo e reduzindo a erosão.

A cobertura vegetal diminui o impacto das gotas de chuva, e as raízes melhoram a infiltração de água, o que retém mais nutrientes e água para as culturas.

Isso favorece a atividade biológica do solo e diminui perdas por lixiviação, essencial para cultivos de sequeiro, onde a água é o principal fator limitante.

O plantio direto também tem menores custos de implantação, pois dispensa o uso de implementos que consomem combustível, representando 25% a 30% do custo no sistema convencional.

A semeadora com disco de corte e modelos adaptados, como a semeadora com terceira caixa para consórcio de braquiária, tornam o processo mais eficiente.

Plantio direto e convencional: Qual a diferença?

Os manejos agrícolas devem garantir produtividade e, ao mesmo tempo, preservar a sustentabilidade do sistema produtivo.

Neste contexto, a sustentabilidade não se refere apenas ao meio ambiente, mas também à viabilidade econômica do negócio.

O plantio convencional e o plantio direto tem diferenças significativas, principalmente no revolvimento do solo. Veja mais informações abaixo:

1. Plantio Convencional

O uso de implementos como arado e grade niveladora leve surgiu em regiões onde o solo congelava, e o revolvimento ajudava no descongelamento.

A prática é indicada para corrigir características do solo, já que a remoção das camadas superficiais proporciona:

  • Redução da compactação do solo;
  • Incorporação eficiente de corretivos e fertilizantes;
  • Aumento da porosidade e melhoria na permeabilidade;
  • Controle de plantas daninhas, por meio do corte e enterrio.

Etapas do plantio convencional

  1. Afrouxamento do Solo: O solo é descompactado, as plantas daninhas são retiradas, e a superfície é preparada para receber corretivos e fertilizantes. São usados arados, escarificadores ou grades pesadas, com atuação de até 15 cm a 20 cm de profundidade.
  2. Destorroamento e Nivelamento: Agradagem é feita para quebrar torrões e nivelar o solo. Esse processo, geralmente realizado com grades leves, é realizado em duas passadas.
  3. Adubação e Semeadura: Com o solo nivelado, é possível realizar a adubação e a semeadura da lavoura, que podem ser feitas simultaneamente para maior eficiência.
  4. Manejo da Cultura: Após o plantio, segue-se o manejo da cultura, garantindo que a lavoura receba os cuidados necessários para um bom desenvolvimento.

Essa sequência de etapas otimiza a preparação do solo, garantindo melhores condições para o plantio e desenvolvimento das culturas.

2. Plantio Direto 

O sistema de plantio direto em comparação ao plantio convencional (preparo intensivo do solo) tem impactos inferiores.

Percebemos isso especialmente quando observamos as condições físicas e de fertilidade do solo, além do aumento das condições biológicas. As etapas realizadas para a implantação do sistema são:

  • Etapa 1: Eliminação das camadas compactadas do solo. 
  • Etapa 2: Depois da eliminação das camadas compactadas, o objetivo é deixar a área homogênea, nivelando-a com sulcos ou valetas.
  • Etapa 3: REalize o manejo de adubação e correção das necessidades do solo. Caso necessário, é feita a calagem com calcário incorporado em profundidade.
  • Etapa 4: É feito o controle do crescimento das plantas daninhas.
  • Etapa 5: Deve ser espalhada a palha de resto de culturas. Pode-se usar um picador de palhas.
  • Etapa 6: Deve ser feito o manejo com herbicidas para garantir o controle das plantas daninhas;
  • Etapa 7:  É realizado o plantio com semeadoras que abrem o sulco e depositam as sementes. 
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Plantio direto por culturas: O que muda?

O plantio direto (PD) pode variar conforme a cultura, já que diferentes plantas têm necessidades e comportamentos distintos no solo. No caso de culturas como soja e milho, por exemplo, as práticas de manejo precisam ser ajustadas para otimizar o uso do sistema.

Para cada cultura são feitos ajustes na cobertura do solo, manejo de nutrientes, controle de pragas e doenças e o controle de plantas daninhas. 

A adaptação do sistema para cada cultura é necessária para garantir a eficácia do plantio direto e maximizar a produtividade. Confira abaixo:

1. Milho 

    No plantio direto de milho,  o solo precisa estar coberto por palha, que pode ser obtida por consórcio de culturas, plantios de inverno ou outras práticas. 

    A cobertura deve ser densa e de alta relação C/N, garantindo uma decomposição lenta. A dessecação da vegetação de cobertura deve ser planejada com antecedência ao plantio, para que a palha esteja seca para evitar problemas com a semeadura. 

    Já a semeadura precisa ser feita com discos de corte ondulados e controlando a velocidade para garantir a uniformidade do plantio. 

    Enquanto a adubação deve ter aplicação de fósforo na linha de semeadura, o potássio pode ser adubado de forma antecipada, enquanto o nitrogênio deve ser parcelado para evitar perdas. 

    O SPD pode favorecer o desenvolvimento de pragas, como o coró e o percevejo barriga-verde, além de doenças como a antracnose e a mancha-branca, que podem ser controladas com rotação de culturas. 

    2. Soja

      O plantio direto de soja preserva a saúde do solo ao evitar o revolvimento, mantendo sua estrutura, biodiversidade e matéria orgânica. 

      Esse sistema pode trazer uma série de benefícios, como a redução da erosão, melhor infiltração de água, aumento da matéria orgânica, menor emissão de carbono e redução de custos, já que não é necessário arar ou gradear o solo. 

      Para que seja bem-sucedido, é aconselhado realizar o manejo adequado de plantas daninhas, controlar a compactação do solo e adotar a rotação de culturas, para a sustentabilidade da lavouras a longo prazo.

      3. Trigo 

        O plantio direto do trigo é uma técnica que segue os mesmos princípios do plantio direto em outras culturas, como a soja, onde o solo é semeado sem revolvimento, preservando sua estrutura original. 

        No caso do trigo, essa prática ajuda a conservar a umidade e evitar a erosão, além de aumentar a matéria orgânica e melhorar a infiltração de água. 

        A adoção do plantio direto no trigo também contribui para eliminação da necessidade de preparo do solo, como aragem e gradagem. 

        No entanto, o sucesso dessa prática depende do manejo adequado de plantas daninhas, controle de pragas e doenças.

        A rotação de culturas, especialmente com leguminosas, também deve entrar como uma dos cuidados da saúde do solo e produtividade.

        A técnica é indicada principalmente em regiões com solo bem estruturado e boa gestão de nutrientes.

        4. Arroz

        O plantio direto do arroz tem ganhado espaço, principalmente em áreas com sistemas de irrigação, como nas regiões de arroz de várzea, onde o solo é mantido alagado. 

        O principal desafio está relacionado à necessidade de manter a umidade do solo constante, especialmente em sistemas de irrigação.

        Para isso, é preciso o manejo adequado da água, para que o solo fique suficientemente úmido, mas sem causar encharcamento excessivo, o que pode afetar o crescimento das plantas de arroz.

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        5. Cevada

          O plantio direto da cevada é uma prática cada vez mais adotada, especialmente em regiões com clima temperado, onde a cultura é amplamente cultivada para a produção de malte e alimentação animal. 

          A cevada é plantada diretamente no solo sem a necessidade de revolvimento, o que ajuda a preservar a estrutura do solo, reduzir a erosão e melhorar a infiltração de água.

          O plantio direto acaba favorecendo o aumento da matéria orgânica no solo e reduz os custos operacionais, pois elimina a necessidade de arar ou gradear o terreno.

          Embora a cevada seja mais sensível a certos fatores climáticos e do solo, com um manejo adequado, o plantio direto pode ser uma técnica eficiente e sustentável para essa cultura.

          6. Feijão 

            O plantio direto do feijão é  mais comum em regiões de clima tropical e subtropical, onde o sistema pode trazer benefícios em termos de conservação do solo e aumento da produtividade, desde que o manejo seja adequado.

            E, assim como em outras culturas, com o feijão é preciso fazer o controle eficaz de plantas daninhas, já que o manejo sem preparo do solo pode dificultar o controle dessas espécies. 

            7. Sorgo

              O sorgo é uma cultura adaptável a condições de clima seco e solo menos fértil, por isso o plantio direto é especialmente eficaz em áreas de menor disponibilidade de água, onde a técnica ajuda a manter a umidade por mais tempo e melhora a retenção de água no solo. 

              A prática também permite que o sorgo se beneficie de uma maior infiltração de água e reduz o impacto das chuvas intensas, que podem causar erosão.

              Com um bom manejo de água e controle de plantas daninhas, o plantio direto de sorgo pode ser uma prática eficiente, que impacta positivamente a preservação do solo.

              Quais os impactos do sistema de plantio direto?

              O solo é o principal regulador do ciclo do carbono e o maior objetivo é buscar manejos que o tornem dreno de carbono da atmosfera e não fonte.

              Você sabia que 40% de C a mais pode ser sequestrado sobre SPD do que aqueles sob cultivo convencional? Veja o estudo comparativo:

              Estimativa da taxa de adição ou perda anual de C dos diferentes sistemas de manejo no Cerrado:

              Estimativa da taxa de adição ou perda anual de C dos diferentes sistemas de manejo no Cerrado

              (Fonte: Corraza et al.)

              O sistema também contribui muito na maior mineralização do nitrogênio em solo com cultivo convencional do que com sistema de plantio direto.

              Além de contribuir no aumento nos exsudatos liberados pelas raízes e da diversidade de estirpes de FBN, tem impacto positivo na diversidade de espécies de fungos micorrízicos arbusculares nativos em solo de cerrado.

              Agricultura de precisão e Sistema de Plantio Direto

              O desafio de manejar as variações das lavouras e a possibilidade de manejá-la visando aumentar a eficiência no uso de insumos é possível com a agricultura de precisão (AP).

              A partir de amostragem de solo georreferenciada pode ser gerado o mapeamento da fertilidade e, com isso, é possível a utilização da taxa variável de corretivos e fertilizantes.

              Mas é importante lembrar que nem todos os problemas da lavoura estarão resolvidos desta forma. É necessário encarar que os manejos devem ser sustentáveis para valerem a pena, com integração de todos os conceitos do plantio direto.

              Ou seja: é preciso mobilizar pouco o solo, manter palhada em boa quantidade e bem distribuída, além de realizar a rotação de culturas.

              Aí sim, com informações da diferenças dos atributos de solo e vegetação, você conseguirá otimizar os fertilizantes e outros insumos.

              Calcule seus custos e compare com outras fazendas

              De que forma o plantio direto contribui para a fertilidade do solo?

              Por que o plantio direto contribui para a fertilidade do solo? Essa é a pergunta que irei te responder neste artigo. Então confira!

              Não é à toa que cada dia o sistema de plantio direto ganha novos adeptos.

              Segundo dados da Embrapa Soja de 30 anos de estudo o sistema de plantio direto mostrou 60% a mais de produção em relação ao convencional.

              O revolvimento mínimo no solo propicia aumento do teor de matéria orgânica, diminui as erosões, além de inúmeros outros fatores que colaboram com a fertilidade do seu solo.

              Você provavelmente já sabe de alguns benefícios do SPD (Sistema de Plantio Direto), mas talvez não tenha se atentado para toda a sua importância quanto à fertilidade do solo e nutrição de plantas.

              Então, confira neste artigo as principais dicas sobre o plantio direto, seu impacto na fertilidade do solo e toda sua importância para a agricultura brasileira.

              O que é plantio direto e seus princípios

              O plantio direto é um método de manejo baseado no revolvimento mínimo dos solos, com cobertura do mesmo e diversificação de culturas.

              Assim, no sistema de plantio direto (SPD) não há revolvimento do solo por arados ou grades, além da formação de palhada e rotação de culturas.

              No Brasil, ele foi introduzido a partir da década de 1970, inspirado em modelos europeus e norte-americanos.

              Nos EUA e na Europa era necessário o revolvimento do solo para aquecê-lo, uma vez que os solos ficavam cobertos com neve e isto prejudicava o desenvolvimento das sementes.

              Assim, segundo especialistas como Dirceu Gassen, aqui em ambiente tropical e subtropical, o revolvimento não é necessário.

              Na verdade, muitos defendem que o revolvimento das áreas poderá até ser prejudicial.

              Isso porque ele afeta a estrutura dos agregados nos solos e pode acarretar em maiores incidências de plantas daninhas.

              O sistema de plantio direto possui 3 princípios:

              1. Mínimo revolvimento do solo

              Para que o revolvimento do solo seja mínimo, o indicado aos produtores é que apenas o solo na linha de semeadura seja mobilizado.

              Para que isso seja realizado todos os anos, o preparo inicial das áreas é essencial.

              Neste preparo inicial deve ser realizado correção das camadas superficiais com a calagem, e se necessário, a correção nas camadas mais profundas por meio da gessagem.

              Para saber mais sobre realização da calagem e gessagem confira o artigo “Como fazer calagem e gessagem nas culturas de soja, milho e pastagem”

              2. Manutenção do solo coberto

              A manutenção do solo coberto, seja por meio de palhada ou plantas vivas deve ser realizada durante o ano todo, o que é bem possível no nosso clima.

              No entanto, em ambientes tropicais como esses, a cobertura do solo deve ser bem planejada, uma vez que as condições climáticas favorecem a rápida decomposição do material vegetal.

              Veja como realizar adubação verde e utilizar culturas de cobertura neste artigo “Adubação verde e cultura de cobertura: Como fazer?”

              3. Rotação das culturas

              Quando o assunto é a diversificação das culturas, este é um dos pontos chave a serem levados em conta na hora do planejamento de seu sistema de plantio direto.

              Deve-se realizar sistemas de rotação, sucessão e/ou consorciação de culturas.

              A diversificação de culturas prevê inúmeros benefícios ao solo quando bem planejada e organizada.

              Desse modo, a combinação de espécies vegetais com características diferentes auxiliam no manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas.

              Ademais, diferentes espécies possuem diferentes raízes que perfuram o solo e liberam substâncias.

              Isso melhora a estrutura do solo, favorecendo a formação de macro e microporos, o que aumenta a retenção de água, a descompactação do solo e outros, sendo fundamental para o aumento de fertilidade do seu solo.

              Todos esses princípios do SPD contribuem para as condições físicas, químicas e biológicas dos solos, e vamos entender melhor sobre eles, começando pela cobertura do solo:

              por-que-plantio-direto-fertilidade-solo

              (Fonte: Geoview)

              Cobertura do solo: como e porque fazer

              Vale ressaltar que a manutenção da cobertura do solo é vital para o sucesso do plantio direto.

              A formação de resíduos ou palhada sobre o solo é algo difícil de ser atingido para adoção do plantio direto em ambiente tropical.

              Isso ocorre porque em condições de altas temperaturas e umidade a degradação ocorre  em velocidade muito elevada.

              Assim, para manter uma cobertura vegetal consistente não podemos revolver o solo e devemos introduzir plantas com elevado potencial de produção de matéria seca.

              Esse elevado potencial de produção de matéria seca é determinado pela composição química do resíduo, o qual afeta diretamente sua velocidade de decomposição.

              A relação C/N do resíduo dessas plantas é o principal parâmetro a ser avaliado para se estimar o comportamento no solo.

              A velocidade de decomposição do resíduo é diminuída quando a relação C/N diminui, já que quanto mais nitrogênio (N) maior a velocidade de decomposição.

              Leguminosas têm, em geral, resíduos que se decompõem mais rápido quando comparados aos resíduos das gramíneas, já que sua relação C/N é menor.

              Portanto, para ambientes em que temos a rápida decomposição dos restos culturais, deve-se optar pela introdução de gramíneas no sistema de plantio direto para criação e manutenção da palhada nas áreas.

              Nas regiões onde a decomposição é mais lenta, pode-se optar por leguminosas ou outras espécies vegetais de mesmas características.

              E por que essa cobertura de solo influencia a fertilidade do solo?

              Por que o plantio direto contribui para a fertilidade do solo?

              A conservação da palhada evita a destruição mecânica dos agregados do solo pela chuva e o arraste de terra provocado pela enxurrada, resultado dos processos erosivos.

              Se este solo geralmente superficial não é levado pelas erosões, ele consequentemente armazenará mais nutrientes, fertilizantes e corretivos quando comparados com o manejo convencional.

              Além disso, o não revolvimento do solo favorece populações de ciclo biológico longo como consumidores de palha, inimigos naturais, corós, grilos e cupins.

              Com esse não revolvimento as raízes das plantas de safras anteriores se decompõe e se transformam em resíduos orgânicos, liberando nutrientes de forma mais gradual às plantas.

              A matéria orgânica transforma-se em compostos de alta solubilidade nos solos, e tal fator associado a menor variação de temperatura propicia o melhor crescimento radicular.

              O plantio direto ainda propicia o restabelecimento da fauna nativa dos agroecossistemas e condições favoráveis ao desenvolvimento de inimigos naturais, auxiliando no manejo integrado de pragas (MIP).

              Ademais, como já falamos, a diversificação de espécies faz com que a estrutura do solo seja melhorada, resultando em maior retenção de água, maior exploração das raízes, e, assim, maior fertilidade do solo.

              agua-no-solo-plantio-direto

              Água disponível entre a capacidade de campo e o ponto de murcha permanente, para solo em SPD e sistema convencional, no cultivo do milho
              (Fonte: Dalmago et al. em Almeira e Favarin, 2015)

              Dicas de como começar a fazer um plantio direto

              Os produtores que querem iniciar com o plantio direto devem pensar primeiramente na rotação de culturas a ser utilizada na área.

              Ou seja, devem pensar e se planejar na diversificação de espécies a serem introduzidas nos sistemas e na formação de palhada.

              Plantas que produzem grandes volumes de biomassa são as mais utilizadas, como por exemplo as braquiária e milheto.

              Assim, as chamadas plantas de cobertura possibilitam a ciclagem dos nutrientes e quando morrem, a sua liberação na superfície do solo se dá por meio da decomposição da palhada.  

              A obtenção da palhada sobre o solo também pode ser pelo consórcio de plantas.

              Muitos produtores estão optando pelo plantio do milho nas culturas de verão, seja safra ou safrinha, consorciado com braquiária.

              consorcio-milho-braquiaria

              (Fonte: Rural Pecuária)

              Esse consórcio tem se tornado um investimento de baixo custo para a melhoria da fertilidade solo.

              Em áreas manejadas com plantio direto pelo consórcio milho-braquiária já há relatos de maior resiliência à estresses.

              Isso também possibilita uma segunda ou até terceira safra, quando os produtores colocam o gado nas áreas, o que acabou sendo chamado de “safrinha de boi”.

              Benefícios do Plantio Direto

              Manutenção da temperatura do solo numa faixa ideal para as plantas;

              Diminuição da perda de água por evaporação;

              Reduz o impacto da gota da chuva na superfície do solo, reduzindo com isso as perdas de água e solo por erosão;

              Aumento da atividade microbiana, e animal como um todo, do solo;

              Melhora na estrutura do solo;

              Redução das infestações de plantas daninhas.

              plantio-direto-raízes

              (Fonte: Pioneer)

              Esses fatores auxiliam nos ganhos em produtividade das culturas, desde que bem realizados e manejados.

              A temperatura ideal auxilia a emergência das sementes e contribuem para formação de um dossel mais homogêneo.

              A diminuição das perdas de água por evaporação propicia aos produtores uma maior estabilidade de produção ao longo do tempo, especialmente em anos de seca, uma vez que mais água fica retida na palhada e na matéria orgânica do solo nesse sistema.

              Com menores erosões nas áreas, água e nutrientes são mantidos no solo e auxiliam em melhores desenvolvimentos das culturas.

              A rotação das culturas e construção de palhada no solo é o principal fator para que ocorra o algum incremento da matéria orgânica do solo.

              Porém, é importante que aqueles que desejam praticar o plantio direto tenha em mente que isto é um trabalho a longo prazo, sendo necessário cerca de vários anos para que se consiga pequenos aumentos nos teores de matéria orgânica nos solos.

              Resultados de pesquisas de mais de 30 anos da Embrapa Soja mostram que a cada 1kg de C orgânico acumulado no solo corresponde ao aumento de 1 kg por hectare na produtividade da soja.

              E para isso, o mesmo estudo apontou a necessidade de 12 anos de manejo no sistema de plantio direto.

              Áreas sem palhada ou cobertura vegetal, auxiliam a lixiviação dos nutrientes e perdas nas camadas mais profundas.

              Isso, além de prejudicar o desenvolvimento das culturas, pode acabar poluindo os rios e cursos d’água com fenômenos como a eutrofização.

              No entanto, para que todos esses benefícios sejam aproveitados, especialmente a melhora na fertilidade do solo, o SPD tem que ser bem feito, e isso envolve planejamento.

              Plantio direto e planejamento agrícola

              Os produtores que desejam começar o plantio direto em suas áreas devem planejar bem todas suas fases.

              O planejamento agrícola é essencial para o sucesso de todo o ciclo do plantio direto, desde a instalação da cultura principal até as culturas de cobertura.

              A decisão sobre a rotação de cultura pode deve ser feita com base no levantamento da área e no conhecimento das espécies da rotação.

              Se você tiver problemas com nematóides, com certas espécies de plantas daninhas ou até algumas doenças, algumas espécies de cultura de cobertura podem ajudar.

              Assim, faça uma escolha consciente de quais são as melhores espécies de cobertura, e a possibilidade de se fazer também o consórcio milho-braquiária.

              Para isso ainda é necessário orçar os custos dessas práticas, contando com o benefício depois, mas sempre tendo em mente o capital que você tem disponível para a safra.

              As máquinas utilizadas nesse sistema também possuem certas peculiaridades e é necessário certo nível de treinamento para realização das operações.

              Recomendo fortemente que você anote em caderno, planilha ou software agrícola tudo o que será necessário para começar esse sistema, especialmente o orçamento.

              Durante e após a safra também anote seus resultados, inclusive por talhão, e assim você saberá exatamente quais foram seus ganhos, seus gastos totais e como foram em relação àqueles orçados.

              custoorçadoerealizado

              Com o Aegro você consegue seu custo orçado e realizado de forma muito mais ágil e descomplicada

              diagnostico de gestao

              Conclusão

              Aqui vimos porque o plantio direto contribui para a fertilidade do solo.

              O sistema de plantio direto oferece soluções para os desafios atuais e futuros da agricultura quando o assunto é o aumento das produtividades e maior eficiência do sistema.

              O plantio direto traz benefícios tais como: a maior retenção de água e facilidade de infiltração no solo, redução da erosão e perda de nutrientes.

              Desse modo, o SPD contribui muito para a fertilidade do solo e, assim, para o aumento de produtividade.

              Além disso, evita assoreamento de rios, auxilia a menor compactação do solo, economia de combustíveis e menor número de operações.

              Entretanto, todos esses benefícios só ocorrem com as técnicas bem realizadas, exigindo um planejamento agrícola adequado.

              E você? Já utiliza o sistema de plantio direto em sua fazenda? Pretende começar a utilizá-lo visando os  inúmeros benefícios que ele proporciona frente ao sistema convencional? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo.

              Como fazer o manejo de plantas daninhas em plantio direto

              Você faz plantio direto na sua área mas tem problemas com o manejo de plantas daninhas?

              Ou fica na dúvida do que aplicar para um controle eficiente nesse sistema?

              A cobertura do solo traz muitos benefícios, podendo aumentar sua produtividade em 30%.

              Os benefícios incluem o manejo de plantas daninhas, mas requer cuidados.

              Além, é claro, de algumas dicas que você precisa saber para um bom manejo.

              Confira todas elas aqui e agora:

              Benefícios do plantio direto no manejo de plantas daninhas

              Se você ainda não sabe os principais benefício do plantio direto, aqui estão eles:

              • Eliminação ou redução das operações de preparo de solo;
              • Manutenção da cobertura morta (palha): maior umidade, menor erosão, efeitos nas plantas daninhas, etc;
              • Rotação de culturas: quebra de ciclo de pragas, doenças e plantas daninhas.

              Todos esses pontos têm grande influência no manejo de plantas daninhas, e todos eles podem ser utilizados a favor do controle das plantas daninhas.

              Então a resposta é sim, o plantio direto como um todo podem ajudar no manejo de plantas daninhas.

              A palha é o principal ponto do plantio direto que afeta o crescimento da população de plantas invasoras no sistema de plantio direto:

              Os efeitos da palha no manejo de plantas daninhas em plantio direto

              A palha tem 3 diferentes efeitos no manejo de plantas daninhas:

              • Efeitos Alelopáticos: há muitas substâncias que são liberadas pela palha, neste caso, impedindo a germinação do banco de sementes de plantas daninhas;
              • Efeitos Físicos: é preciso que a semente tenha reservas significativas para conseguir transpor a palha, fazendo com que somente sementes grandes germinem; com menos luz chegando ao solo, apenas as sementes fotoblásticas negativas ou neutras (que germinam no escuro ou são indiferentes) conseguem germinar;
              • Efeitos Biológicos: degeneração das sementes por macro ou micro-organismos do solo.

              Mas é preciso entender que as práticas de controle precisam ser adaptadas em relação ao sistema convencional de plantio.

              Assim se forem adotadas as mesmas práticas de controle, o plantio direto pode vir a atrapalhar o manejo.

              Dessa forma, vemos que o principal para o sucesso no seu manejo não é o sistema em si, mas sim, deve ser feita a adoção correta e planejada das mais diferentes ferramentas de controle.

              Me acompanhe agora no manejo de plantas daninhas em grandes culturas:

              plantio direto com manejo de plantas daninhas

              (Fonte: Senar)

              Manejo de plantas daninhas no plantio direto e em grandes culturas

              Vamos agora abordar alternativas de herbicidas para o controle de plantas daninhas em importantes culturas, especialmente em soja, milho e cana-de-açúcar.

              Leia também: >> Devo comprar Defensivos genéricos ou de marca?

              Em todas as culturas é necessário realizar uma dessecação bem feita.

              Para isso ocorrer saiba quais as plantas daninhas mais problemáticas da sua área para escolher produtos adequados.

              Existem algumas plantas invasoras, como grama seda, capim armagoso, trapoeraba.

              O importante é saber identificá-las corretamente.

              Para isso o manual de identificação e controle de plantas daninhas do Brasil.

              Recomendo muito o uso de herbicidas dessecantes (como glifosato, paraquat ou glufosinato) associados a herbicidas residuais.

              Assim, em uma única operação, é feito a dessecação e a aplicação do herbicida residual (ou pré-emergente), que terá o papel de manter a cultura sem invasoras durante a parte inicial do seu ciclo.

              Adicionalmente, o uso de herbicidas residuais diminuem a pressão de seleção de plantas daninhas resistentes ao glifosato, o que é um grande problema do plantio direto.

              Por isso, é importante ter conhecimento do seu campo e fazer o planejamento agrícola bem feito.

              Assim, essas estratégias como podem ser pensadas anteriormente, contribuindo para economia de recursos sem perda de produção.

              Manejo de plantas daninhas em soja no plantio direto

              É claro que a palha ajuda no controle de plantas daninhas, como já vimos o efeito dela no tópico acima.

              Estudo de Guerra et al. (2015), por exemplo, mostra que 6 toneladas de diferentes culturas foram eficientes no controle de amendoim-bravo, planta daninha é importante em soja, também conhecida por leiteiro.

              Mas temos que nos atentar as plantas daninhas que ocorrem mesmo em plantio direto.

              Desse modo, é importante o uso dos herbicidas pré-emergentes (diclosulam, chlorimuron, metribuzim, etc) na dessecação ou na pré-emergência da soja.

              O capim-amargoso é uma planta daninha muito problemática no cultivo de soja, ocasionando perdas de até 40% em produtividade na cultura.

              capim-amargoso-manejo-plantas-daninhas

              (Fonte: Cotrijui)

              Em pré-plantio e com o amargoso antes da perenização, é recomendado uma aplicação de inibidor da ACCase.

              Se o capim-amargoso já estiver perenizado, faça aplicação sequencial, com a primeira com inibidor da ACCase e a segunda com um produto de contato, como o paraquat.

              Após a implantação da soja, pode utilizar herbicidas pré-emergentes (como Spider ou Dual Gold) e pós-emergentes também inibidores da ACCase.

              Manejo de plantas daninhas em milho no plantio direto

              Para aplicação em pré-emergência na cultura do milho é recomendado a atrazina + s-metolachlor, sendo que essa associação asseguram o controle de gramíneas na área. O mecanismos de ação será mais eficiente.

              >> 7 passos infalíveis do planejamento agrícola para acertar na semeadura do milho

              A aplicação de amicarbazone em pré-emergente é muito eficaz, especialmente se na sua área o problema é com corda-de-viola ou outras plantas daninhas de folhas largas e sementes grandes.

              Além disso, o isoxaflutole tem boa ação em gramíneas, e algumas espécies daninhas de folhas largas, mesmo sobre palha e com alguma estiagem.

              O capim-amargoso também tem causado muitos problemas para os produtores de milho, sendo seu manejo em  em pré-plantio igual ao da cultura da soja, como falamos no tópico anterior.

              A única diferença fica por conta da necessidade de intervalo de 15 dias entre o graminicida e plantio de milho.

              Após a implantação da cultura, uso de Soberan ou Callisto associados a atrazina podem ser utilizados, enquanto que o nicosulfuron não tem boa eficácia para capim-amargoso.

              >> Tudo o que você precisa saber na pré-safra sobre as principais pragas de milho e sorgo

              >> Não erre mais: tudo o que você precisa saber para a compra de sementes de milho

              Manejo de plantas daninhas na cultura de cana-de-açúcar

              Existem diferenças entre o cultivo com palha ou sem palha na cultura da cana-de-açúcar?

              Se você é produtor de cana, já sabe que sim.

              Com a presença de palha do cultivo de cana anterior, devido a proibição da queima para a colheita houve uma mudança radical na comunidade infestante devido a palha.

              Anteriormente havia predomínio de plantas daninhas folhas estreitas, com a palha agora temos  domínio de folhas largas, as quais possuem sementes que conseguem atravessar a palha.

              corda-de-viola-cana-palha

              Canavial infestado por corda-de-viola

              (Fonte: Raffaela Rossetto em Embrapa)

              Estudos indicam eficácia no controle de controle de corda-de-viola, acima de 90% para aplicação dos seguintes herbicidas:

              • Amicarbazone (1225 g i.a. ha-1);
              • Diuron + hexazinone + sulfumeturon (1386,9 + 391 + 33,35 g i.a. ha-1);
              • Amicarbazone + isoxaflutole (840 + 75 g i.a. ha-1);
              • Sulfentrazone (900 g i.a. ha-1);
              • Imazapic (154 g i.a. ha-1);
              • Tebuthiuron + isoxafluote (900 + 75 g i.a. ha-1).

              Estes e outros herbicidas, como saflufenacil e mesotrione, podem ser utilizados no controle de plantas daninhas na palha em cana-de-açúcar.

              Nem tudo são flores: atenção no manejo de plantas daninhas em plantio direto

              Como sabemos, o preparo de solo no plantio direto é muito reduzido.

              O problema é que o preparo do solo é uma alternativa para o manejo de muitas plantas daninhas.

              preparo-manejo-de-plantas-daninhas

              Preparo do solo para controle de plantas daninhas

              (Fonte: Agro Atlas)

              Inclusive, em situações extremas, os produtores de grãos estão precisando entrar com o preparo de solo para controle de plantas daninhas agressivas.

              É o caso de capim-amargoso, com resistência e/ou dificuldades no controle.

              Assim, todo o trabalho de anos de sistema de plantio direto é interrompido.

              Por isso, é preciso manejar muito bem sua lavoura e plantas daninhas mesmo com o plantio direto.

              Nesse sentido, indico sempre o uso de pré-emergentes e culturas de cobertura/adubação verde na entressafra.

              Essas duas práticas evitam que as plantas daninhas consigam germinar e se tornar uma planta adulta, que produz sementes e se torna difícil de controlar.

              Além de evitar o desenvolvimento de plantas daninhas resistentes, especialmente ao glifosato, o que é um grande problema em áreas de plantio direto.

              Não são boas práticas você sair aplicando qualquer tipo de herbicida. Eu recomendo você consultar um profissional agrícola para te ajudar neste processo.

              Outra prática que nem todo mundo sabe que é fundamental no plantio direto e que traz muitos benefícios é a rotação de culturas:

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              Rotação de culturas no manejo de plantas daninhas

              Rotação de culturas além de um dos pilares do plantio direto, também tem grande influência no manejo de plantas daninhas.

              rotação de culturas

              (Fonte: Boas Práticas Agronômicas)

              Principalmente por representar assim uma rotação nos herbicidas utilizados, o que é importante na prevenção da seleção de ervas daninhas resistentes a herbicidas.

              Além do que as plantas daninhas têm elevada capacidade adaptativa, assim em determinado cultivo podem predominar determinadas plantas, enquanto que outro cultivo outras plantas podem ser predominantes.

              Assim conhecer as principais plantas daninhas dos seus cultivos ao longo do ano agrícola é fundamental para melhor controle.

              >> Leia mais:

              “Como utilizar o herbicida 2,4-D e quais cuidados tomar ao usá-lo” 

              “Erva-de-passarinho: como livrar a lavoura dessa daninha”