Pragas agrícolas: guia rápido para identificar e controlar

Pragas agrícolas: saiba quais são, o impacto na sua lavoura, melhores táticas de manejo e mais!

Pragas agrícolas são organismos que se alimentam de cultivos agrícolas, reduzindo sua qualidade e produtividade. No Brasil, a extensa área geográfica facilita o desenvolvimento de muitas espécies desses organismos.

Você sabe identificar as principais pragas agrícolas e controlá-las na lavoura? Ficar por dentro dessas informações te ajuda nas tomadas de decisão no campo.

Neste artigo, veja quais são as principais pragas mais perigosas e todas as formas de manejo possíveis. Boa leitura!

O que são pragas agrícolas?

Existem muitos insetos que danificam as plantas. Porém, para serem consideradas pragas, esses insetos devem causar grandes prejuízos à área plantada.

As pragas agrícolas são capazes de reduzir a produtividade e/ou qualidade dos cultivos agrícolas a partir da sua alimentação. Podem também ser transmissores de doenças.

Os organismos vivos estão presentes em todos os sistemas de cultivo. Quando esses sistemas possuem diversidade biológica, os organismos se mantêm em certo equilíbrio.

Em grandes áreas com uma mesma cultura, a diversidade de organismos presentes nesse ambiente é reduzida.  Por isso, alguns seres perdem seus predadores ou inimigos naturais, elevando assim a sua população.

Com a população aumentando, os organismos assumem o papel de praga e causam prejuízos às culturas agrícolas

Quando um inseto é considerado praga agrícola?

Um inseto pode ser considerado uma praga agrícola quando atinge um nível de dano econômico à cultura. 

De forma geral, um organismo se torna uma praga devido à falta da biodiversidade em grandes áreas com uma única cultura.

Na maioria das regiões agrícolas, uma cultura é cultivada no verão e outra no inverno, em um mesmo ano agrícola.

Os restos vegetais das culturas principais, como a soja, não têm tempo para serem decompostos pelos organismos do solo. 

É assim que as pragas se mantêm na área de cultivo. Quando as culturas hospedeiras são inseridas, na ausência de inimigos naturais, estes organismos aumentam sua população. A partir daí, causam prejuízos à cultura.

Temperatura e umidade também podem fazer um organismo se tornar praga. Esse é o caso de ácaros e pulgões, muito favorecidos por períodos secos.

Períodos muito úmidos e quentes podem favorecer a reprodução dos insetos, acelerando seu ciclo de vida. Além disso, podem ser favoráveis a determinadas doenças de plantas.

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Principais pragas agrícolas e como combatê-las

O impacto das pragas agrícolas depende da cultura hospedeira. Apesar disso, muitas delas causam danos em uma gama de espécies cultivadas. Veja a seguir alguns dos principais insetos-praga e como controlá-las:

A seguir, você poderá ver em detalhes cada uma delas, os danos causados e as formas de controle mais recomendadas.

1. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

Se você trabalha com a cultura do milho, conhece muito bem a lagarta-do-cartucho, considerada uma das mais relevantes nesse cultivo. Essa lagarta tem outras culturas como hospedeiras, incluindo:

Danos causados pela lagarta-do-cartucho

A lagarta-do-cartucho pode reduzir muito a produção agrícola. Essa praga pode atacar qualquer parte da planta, mas a mais afetada costuma ser a parte central do milho.

As larvas da lagarta atacam as plantas em qualquer estágio de desenvolvimento. Além disso, as excreções que a lagarta adulta deixa na planta abre portas para a presença de patógenos.

Plantas com entre 8 e 10 folhas podem ter suas bases cortadas pela lagarta-do-cartucho. A consequência disso é o perfilhamento da cultura, e em casos mais severos, a morte das plantas.

Foto de uma spodoptera frugiperda enrolada

S. frugiperda apresenta a marca de um “Y” em sua cabeça

(Fonte: Kansas State University)

Controle da lagarta-do-cartucho

Para o manejo da lagarta-do-cartucho, o MIP (Manejo Integrado de Pragas) é fortemente recomendado. Ele funciona através do uso de vários métodos de controle em conjunto.

Os principais métodos de controle são: 

  • Rotação de culturas: deve-se analisar minuciosamente quais culturas reduzem a sobrevivência da praga. Afinal, a lagarta é capaz de se alimentar de muitas das culturas normalmente utilizadas na rotação;
  • Uso de variedades resistentes ou mais tolerantes ao inseto (sempre adotando área de refúgio);
  • Controle biológico e  inseticidas: importante ressaltar que inseticidas à base de Bt em cultivares (como o caso do milho, que possui a tecnologia Bt), não devem ser utilizados no controle da lagarta.

Porém, o uso de inseticidas deve ser feito com a rotação dos mecanismos de ação. Isso vai evitar o surgimento de populações resistentes.

2. Percevejo-marrom (Euschistus heros)

O percevejo-marrom é uma das principais pragas da soja, estando presente em várias regiões do país. 

Há fenótipos dessa praga resistentes a produtos que contém como ingredientes ativos organofosforados ou ciclodienos (endossulfan).

Os casos de resistência são localizados em áreas com histórico de aplicações contínuas desses produtos. As culturas hospedeiras do percevejo-marrom incluem algodão, pastagens e soja.

Danos causados pelo percevejo-marrom

A presença dos percevejos-marrons causa grãos chochos. Isso acontece porque essas pragas atacam as vagens da soja. Os percevejos também podem ser vetores de doenças causadas por fungos.

Foto de um percevejo marrom

(Fonte: Embrapa e Irac)

Formas de controle do percevejo-marrom

Nas aplicações para o controle de lagartas, use produtos que tenham modo de ação diferente dos inseticidas utilizados no controle de percevejos. Para o controle de ambos, os mesmos ingredientes ativos podem ser utilizados. 

Desta forma, é importante não utilizar os mesmos ingredientes ativos. Assim, você evita problemas com a resistência de pragas aos inseticidas.

Faça aplicações somente nas áreas que apresentam densidade populacional que corresponde ao nível de ação. Para isso, faça o monitoramento da infestação.

O monitoramento com mapas de danos pode ser feito digitalmente e diretamente na área pelos funcionários da fazenda. Além disso, é importante analisar quais plantas podem ser utilizadas na rotação de culturas. Afinal, elas não podem ser hospedeiras do percevejo. 

3. Lagarta Helicoverpa (Helicoverpa armigera)

Helicoverpa armigera é uma praga que se alimenta de várias culturas. Feijão, soja, milho, algodão, café e citros são alguns exemplos.

Fotos de helicoverpas, uma das principais pragras agrícolas

(Fonte: Foto André Shimohiro em Embrapa)

Danos causados pela Lagarta Helicoverpa

A presença da lagarta reduz significativamente a produção, e pode acabar com a cultura desde os estádios iniciais. 

Ela se alimenta de todas as partes das plantas. Isso pode causar o apodrecimento e a queda das estruturas da sua cultura.

Formas de controle da Lagarta Helicoverpa

No Brasil, foram encontrados casos de resistência da praga aos inseticidas piretroides. Por isso, os manejos mais indicados para a lagarta são:

  • Uso de plantas resistentes Bt (sempre utilizando área de refúgio);
  • Rotação de culturas;
  • Vazio sanitário;
  • Manejo dos inimigos naturais de pragas; 
  • Manejo Integrado de Pragas.

O controle químico também deve ser utilizado. Porém, não se esqueça da rotação de mecanismos de ação.

Evite o uso de inseticidas fosforados e piretroides no início da cultura, já que são considerados de tóxicos para os inimigos naturais.

Como se preparar para as principais pragas agrícolas

4. Corós 

Os corós são larvas consideradas importantes pragas de solo. Tanto na fase larval quanto na adulta, podem causar danos às culturas.

No Brasil, os gêneros Phyllophaga, Dilobodereus e Liogenys são os de maior ocorrência.

  • Phyllophaga causa danos principalmente na cultura do milho safrinha e da soja na região Centro-Oeste do país.
  • Diloboderus tem maior ocorrência na região Sul do país, causando danos principalmente em cereais de inverno no Rio Grande do Sul.
  • A ocorrência de Liogenys se dá principalmente na região Centro-Oeste, nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Góias, causando danos na cultura da soja e milho.

Danos causados por Corós

Os corós se alimentam de raízes de plantas, causando danos de redução do rendimento das culturas. Isso pode afetar o estande inicial de plantas, e em alguns casos, é necessário o replantio.

Na fase adulta, os besouros se alimentam principalmente de folhas e de partes das plantas em diferentes estádios de desenvolvimento.

Formas de controle dos corós

O não revolvimento do solo, característico do sistema plantio direto, favorece o desenvolvimento e sobrevivência dos corós.

A rotação de culturas com plantas não hospedeiras também pode auxiliar no controle. Algumas espécies de crotalária, por exemplo, tem ação tóxica aos corós e podem ser utilizadas.

O tratamento de sementes com inseticidas é uma medida complementar. Porém, não é efetivo quando as larvas estão maiores. A população de corós que justifica o controle é diferente a depender da espécie em que ocorre.

Os corós não se distribuem uniformemente na área. Sendo assim, você pode aplicar o controle químico apenas nos locais de ocorrência

Alguns dos inseticidas recomendados para o controle de diferentes espécies de corós, grupos químicos e ingredientes ativos e culturas em que são recomendadas sua aplicação.

Para amenizar o problema, recomenda-se semear primeiro as áreas com histórico de corós. Assim, as plantas terão contato com os corós em estádios mais brandos e conseguirão desenvolver seu sistema radicular.

Medidas que favoreçam o desenvolvimento rápido das plantas também são aliadas no controle dos corós. Por exemplo, adubação equilibrada, inoculação com bactérias, correção do solo, dentre outras.

5. Mosca-branca (Aleyrodidae)

A mosca-branca é um inseto que suga a seiva da planta e provoca danos ao seu desenvolvimento. Isso reduz a produtividade e também a qualidade da produção.

É relativamente fácil identificá-la na lavoura. Afinal, o inseto possui corpo amarelo pálido e asas brancas. 

O ciclo de vida dura de 38 a 74 dias, e as fêmeas podem colocar entre 100 a 300 ovos durante toda a sua vida. As principais culturas hospedeiras são:

  • Grandes culturas como feijão, soja e algodão;
  • Plantas daninhas hospedeiras que sobrevivem na entressafra, dificultando a quebra do ciclo da praga.

Danos na cultura

Os danos observados podem ser diretos, quando apresentam descoloração ou manchas foliares diretas na cultura.

Esses danos também podem ser indiretos, quando atuam como vetoras de doenças nas culturas de interesse agrícola. Nesses casos, é necessário o controle do inseto para controle da doença. Outros danos incluem:

  • Alterações no desenvolvimento;
  • Prateamento das folhas;
  • Branqueamento do caule;
  • Clareamento das veias na folhagem
  • Queda precoce de folhas e manchas em fibras no algodão;

Formas de controle da mosca-branca

O MIP também é recomendado para o controle. Você pode utilizar o controle cultural, com cultivo de espécies não hospedeiras.

O monitoramento da mosca-branca também é necessário, e pode ser realizado com o uso de armadilhas amarelas que atraem os adultos. Inseticidas do grupo químico dos tetranortripenóides são recomendados para o controle em todas as culturas.

Os fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e Isaria fumosorosea também são recomendados para o controle.

Cultivares resistentes também são uma alternativa de controle eficiente.

Em caso de observação e controle ineficiente com inseticidas, é necessário investigar qual a raça ou biótipo que está ocorrendo na área. Algumas raças ou biótipos da mosca-branca são resistentes a diversos produtos.

6. Pulgões (afídeos)

Os pulgões podem causar danos em várias espécies de plantas, incluindo grandes culturas como soja e cereais de inverno.

Existem mais de 1.500 espécies relatadas. A coloração dos pulgões em fase adulta, e ninfa (anterior a fase adulta) pode variar de amarelada, branca, preta, vermelha e verde. No entanto, sua aparência é semelhante.

Os pulgões são favorecidos e causam maiores problemas em anos de clima seco e quente, principalmente na região sul do Brasil (Rio Grande do Sul). Nessa região, causam sérios problemas na cultura do trigo, como disseminação de viroses.

São encontrados principalmente na face inferior da folha e em tecidos novos.

Pulgões em folha, uns com coloração verde escuro, outros mais claros e amarelados

Pulgão da espécie Aphis gossypii 

(Fonte: Guimarães e colaboradores, 2013; Constanza e colaboradores, 2018)

Danos causados por pulgões

Os pulgões podem causar danos em diversas partes das plantas, incluindo raízes, caules, folhas e até mesmo em espigas.

Devido ao hábito alimentar sugador, os pulgões causam amarelecimento das folhas e encarquilhamento (folhas retorcidas e redobradas que servem de abrigo). 

Outro dano é a disseminação de viroses. Além disso, devido a alimentação, soltam substâncias açucaradas que favorecem o desenvolvimento do fungo fumagina

Formigas podem ser observadas quando há presença de grandes populações de pulgões.

Formas de controle dos pulgões

Diversas medidas de controle podem e devem ser tomadas para o controle eficiente de pulgões, dentre elas:

  • Eliminação de restos culturais em que os pulgões encontram-se associados;
  • Rotação de culturas não hospedeiras;
  • Eliminação de plantas daninhas hospedeiras na área de cultivo;
  • Adubação nitrogenada;
  • Instalação de armadilhas adesivas amarelas;
  • Controle químico com produtos recomendados, como produtos sistêmicos. Uma boa regulagem do pulverizador também é essencial, porque os pulgões ficam na face interior das folhas;
  • Controle biológico: a depender da espécie de pulgão, existem diferentes inimigos naturais que podem ser utilizados no controle;
  • O controle genético através do uso de cultivares resistentes. Porém, é preciso identificar corretamente qual é a espécie de pulgões que ocorre e provoca danos na área de cultivo.

Vale salientar que a recomendação para o controle químico é o uso de produtos seletivos aos inimigos naturais.

Os pulgões não eram considerados pragas de importância, mas passaram a ser devido ao uso errado de produtos não seletivos.

7. Larva minadora (Liriomyza huidobrensis)

A larva minadora é uma espécie de mosca do gênero Liriomyza spp. Ela é pequena e possui coloração amarela e preta. Tem como característica depositar ovos no interior das folhas, onde eles eclodirão. 

Com a eclosão dos ovos, as larvas formam minas. Após a fase de larva, ocorre a fase de pupa. Essa fase ocorre no solo ou nas folhas, dificultando o seu controle. O ciclo de vida deste inseto tem duração curta, aproximadamente 17 dias.

Danos causados pela larva minadora

Os danos na cultura incluem a construção de galerias ou minas. Isso afeta a fotossíntese pela redução da área foliar.

No entanto, a necrose de folhas e a própria alimentação das fêmeas por “picada” pode facilitar a entrada de patógenos nas plantas.

Formas de controle da larva minadora

Assim como em inúmeras espécies de pragas, a larva minadora tornou-se um problema pelo uso excessivo de produtos não seletivos.

Para o monitoramento da população de moscas na área de produção, pode-se utilizar armadilhas amarelas adesivas ou painéis plásticos. Segundo o Agrofit, não existem produtos comerciais para o controle biológico. 

De forma geral, em ambientes equilibrados, as populações da larva minadora se mantêm equilibradas em função dos inimigos naturais.

A principal forma de controle é o químico. Ele tem ação especialmente sobre as larvas que encontram-se dentro da epiderme das folhas. É essencial que os produtos utilizados sejam capazes de penetrar na folha, alcançando o seu interior. 

Dentre os translaminares, segundo o Agrofit, são utilizados principalmente aqueles com abamectina e ciromazina em sua composição. 

Outras estratégias podem ser utilizadas para maior eficiência do controle químico, como:

  • eliminação de restos culturais;
  • Eliminação de plantas hospedeiras alternativas (incluindo plantas daninhas);
  • Rotação de culturas com plantas não hospedeiras.

8. Ácaro-rajado (Tetranychus urticae)

O ácaro-rajado é considerado uma das espécies mais importantes dentre os ácaros-praga. Ele pode atacar inúmeras espécies agrícolas.

O ácaro-rajado possui manchas escurecidas nas laterais do seu corpo.

Ácaros-rajados sobre folhas, com algumas ovas

(Fonte: Oliveira e colaboradores, 2016)

Danos causados pelo ácaro-rajado

Os danos são observados na face inferior das folhas. Eles são causados pela alimentação da praga a partir da clorofila e da seiva das plantas. Os danos se caracterizam pela presença de manchas esbranquiçadas nas folhas.

É possível observar a presença de teias em formato desordenado e pequenos grânulos, também no verso inferior da folhas.

A alimentação dos ácaros provoca o amarelecimento das folhas. Com o passar do tempo as folhas caem, reduzindo a produção.

Formas de controle do ácaro-rajado

O controle de ácaros é realizado através do uso principalmente de acaricidas. É importante ressaltar que devem ser utilizados somente produtos registrados para a cultura de interesse.

Para a cultura do algodão por exemplo, existem 89 produtos registrados no Agrofit.

Para a cultura da soja, as opções disponíveis são 39. Esses produtos incluem abamectina , flupiradifurona, óleo vegetal, piridabem, propargito, diafentiurom, fluazinam e bifentrina + metomil.

Manejo das principais pragas agrícolas

Em busca da otimização do controle de pragas, utiliza-se o MIP e o MID (Manejo Integrado de Pragas e Doenças). Eles são caracterizados pelos diferentes métodos de controle de forma conjunta.

O controle de pragas e doenças nas lavouras se inicia antes mesmo da semeadura. 

A base do sucesso do controle é o monitoramento das áreas, com levantamento das pragas incidentes e de sua população. Assim, o controle será feito no momento correto, antes de danos econômicos ocorrerem. 

1. Controle legislativo

Através de instruções normativas e leis, busca-se evitar a introdução das pragas nas áreas de cultivo. 

Além disso, inspeção e monitoramento de materiais vegetais são feitos. Por exemplo, quando os vegetais transitam entre países, são feitas medidas de quarentena.

Isso mantém os materiais vegetais em observação por dado período de tempo, a fim de identificar a presença de alguma praga que poderia ser introduzida no país.

Além disso, pelas condições climáticas favoráveis à praga nos demais estados, evita-se que os materiais contaminados sejam levados. Isso porque a praga facilmente passaria a causar prejuízos às culturas. 

Quando detectados os materiais contaminados, eles são destruídos.

2. Controle genético

Ele consiste no uso de cultivares resistentes ou tolerantes a determinada praga. O controle genético é o método mais barato e eficaz de controle. Ele pode ser aplicado a grandes áreas de cultivo. 

No entanto, é necessário que outros métodos sejam empregados em conjunto. Isso evita que o material deixe de ser resistente às pragas (quebra de resistência).

Um caso clássico é a tecnologia Bt, aplicada ao milho para o controle da lagarta-do-cartucho. As áreas de refúgio na lavoura são fundamentais para que populações de lagartas resistentes não sejam selecionadas.

Além disso, é fundamental conhecer quais são as pragas de ocorrência na lavoura e quais são as mais limitantes. Isso garante que as cultivares mais adequadas sejam implementadas na área. 

No caso de alguns fungos e nematoides, é necessário conhecer qual a raça que está ocorrendo na área. A resistência genética das cultivares, em muitos casos, é direcionada a uma raça específica do patógeno.

3. Controle cultural

Consiste no uso de diferentes tratos culturais, para auxiliar na redução da população de patógenos na área de cultivo.

Tratos culturais como uso de material de propagação sadio (sejam eles mudas ou sementes), certificados e de boa procedência são fundamentais.

Além disso, pode-se alterar a época de cultivo (respeitando o zoneamento agrícola), e o local. Por exemplo, realizar semeaduras no início do zoneamento é uma alternativa. Nesse período, a pressão de pragas é menor.

Também é possível pontuar as áreas mais úmidas da lavoura, utilizando cultivares mais adaptadas. Isso, é claro, desde que possuam ciclo próximo à cultivar utilizada no restante da área.

A nutrição equilibrada também é fundamental. Concentrações muito elevadas de alguns nutrientes, como o nitrogênio, tornam as plantas mais suscetíveis ao ataque de pragas. O mesmo acontece com deficiência de potássio.

A rotação de culturas também é um método bastante eficaz, quando é realizada de forma correta. Porém, vale lembrar que a rotação pode reduzir a população da praga, mas não controlar.

A eliminação de plantas hospedeiras faz com  que na entressafra, as pragas não sobrevivam. 

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4. Controle físico/mecânico

Esse método altera principalmente as condições de temperatura, umidade e radiação da lavoura. Você pode empregar, por exemplo, o tratamento térmico de mudas e sementes

O mesmo método é utilizado em sementes de olerícolas. O uso da água ou vapor quente, por determinado período de tempo, ajuda a eliminar  fungos associados às sementes.

5. Controle biológico

O controle biológico consiste na inserção em massa de organismos benéficos às plantas e inimigos naturais das pragas. Estes organismos já encontram-se naturalmente nos locais de cultivo, no entanto, em menor densidade.

O controle biológico é muito utilizado em conjunto com o controle químico.

No entanto, é importante ressaltar que os produtos de controle biológico exigem que as recomendações do fabricante sejam seguidas.

Antes da aquisição de um microrganismo, é necessário verificar as recomendações do fabricante. Afinal, um mesmo microrganismo pode ser recomendado para o controle de diferentes doenças.

Outro ponto importante é consultar a compatibilidade dos produtos de controle biológico com outros produtos que serão utilizados na lavoura.

6. Controle através da modificação do comportamento de insetos

Esse método consiste no uso de armadilhas atraentes e repelentes. Hormônios e esterilização de insetos alteram seu comportamento e reprodução.

7. Controle químico

É empregado através do uso de produtos fitossanitários, que devem seguir sempre as boas práticas agronômicas. 

Além disso, utilize sempre produtos registrados no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para a cultura em questão.

Faça o controle químico com cuidado em relação aos ingredientes ativos. Não se esqueça de fazer a rotação para evitar que as pragas tornem-se resistentes.

Como a tecnologia pode ajudar no controle das pragas agrícolas?

O controle eficiente de pragas começa com informação. Com o Aegro, você mapeia infestações direto do campo, acompanha o histórico da área e toma decisões mais assertivas sobre os métodos de controle.

Além disso, o Aegro oferece dados climáticos atualizados, ajudando a prever o risco de ocorrência de doenças nas lavouras. Isso significa menos desperdício com defensivos e mais produtividade.

Com o Manejo Integrado de Pragas (MIP) aliado à tecnologia, sua lavoura ganha em eficiência e sustentabilidade.

Quanto mais monitoramento e planejamento, melhor o uso dos recursos e maior o retorno. Use o Aegro para:

  • Monitorar pragas direto no aplicativo;
  • Registrar o histórico de ocorrências;
  • Visualizar mapas da fazenda;
  • Planejar pulverizações com base em dados;
  • Tomar decisões rápidas e com segurança.
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Tudo o que você precisa saber sobre resistências a defensivos agrícolas

Afinal, você sabe o que é resistência a defensivos agrícolas?

Neste artigo abordaremos tudo sobre resistência a defensivos agrícolas: insetos, plantas daninhas e doenças.

Você vai aprender porque a resistência é desenvolvida e como evitar que ocorra na sua lavoura.

O que é resistência a defensivos agrícolas?

Quando a planta daninha, o inseto ou fungo não está mais sendo controlado por um produto fitossanitário, podemos ter um caso de resistência.

Como acontece a resistência?

Nas lavouras sempre vai haver populações tolerantes e sensíveis aos produtos fitossanitários.

Uma parte dessa população (seja ela de insetos, fungos ou plantas daninhas), já é resistente a determinados ingredientes ativos, ou seja, isso é natural, já ocorre no ambiente.

Com o uso contínuo do mesmo produto na área ocorre um processo conhecido por seleção, no qual os organismos resistentes não vão morrer, é a chamada pressão de seleção!

Vamos conhecer mais sobre os casos de resistência a defensivos agrícolas  no Brasil!

Como acontece a resistência de insetos a inseticidas?

barata_resistente a inseticida

(Fonte: Fernando Gonsales em Science Blogs)

Brincadeiras à parte, agora vejamos a figura abaixo que  ilustra muito bem como realmente acontece o processo de resistência de insetos aos inseticidas.

resistencia

(Fonte: Bernardi et al.,2016)

Como podemos perceber, após o uso contínuo de inseticidas pertencentes ao mesmo mecanismo de ação, ocorre uma pressão de seleção e apenas sobrevivem os insetos resistentes.

No caso na cultura do milho, a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e a lagarta-das-maçãs (Helicoverpa armigera) já foram relatadas como resistentes a alguns inseticidas.

Conhecer os mecanismos de ação é essencial para prevenirmos a resistência aos inseticidas

No caso desses produtos, os principais mecanismos podem atuar sobre: sistema nervoso e/ou musculatura, crescimento ou no desenvolvimento, no intestino médio e sobre o metabolismo respiratório.

Mas você pode conferir com calma os mecanismos de ação neste folder aqui.

lepidoptera defensivos agrícolas

(Fonte: Irac)

Com isso você pode saber exatamente como rotacionar os mecanismos de ação e ajudar na prevenção a resistência.

>> Leia mais: “Defensivos agrícolas genéricos ou de marca: a batalha definitiva do que usar na sua propriedade

E as culturas Bt?

A tecnologia Bt, no Brasil disponível para soja e cultura do milho e algodão, veio para ajudar nesses casos.

Porém, a tecnologia Bt também possui relatos de casos de resistência pelo mundo, e até mesmo no Brasil com a lagarta Spodoptera frugiperda..

Por isso é muito importante, especialmente no caso de insetos, a adoção de métodos que auxiliam no manejo.

A figura abaixo mostra o que acontece no campo quando você tem refúgio de milho com proteína Bt.

refugio do milho

(Fonte: BioGene)

Os insetos das áreas  de milho Bt (resistentes à tecnologia já que sobreviveram no campo Bt) e não Bt (não resistentes) se reproduzem, e assim a resistência é combatida.

Portanto, mais importante para as tecnologias funcionarem é você adotar as áreas de refúgios.

Segundo Ministério da Agricultura, para milho e soja o recomendado é que a área de refúgio para plantas Bt seja de 20%, enquanto que para algodão, 10%.

Olhe a figura abaixo, você pode ter várias ideias de como implantar na sua área.

manejo da resistência a defensivos agrícolas

(Fonte: Abrasem em Pioneer)

Quer saber mais sobre como manejar resistência de insetos??

Entre nesse site do IRAC, você poderá agregar mais informações.

Um exemplo preocupante de resistência é a  Helicoverpa armigera.

A espécie ataca várias culturas, como soja e milho, e pode ter seleção de indivíduos resistentes, especialmente aos inseticidas piretroides, organofosforados e carbamatos.

Além de haver indícios de sua resistência as plantas Bt no Brasil (como nas reportagens de Universo Agro e  Revista Agrícola).

helicoverpa armigera

Helicoverpa armigera é uma praga polífaga, capaz de atacar muitas culturas
(Fonte: Embrapa)

Agora que você já sabe sobre resistência de insetos, vamos entender agora como ocorre a resistência para plantas daninhas.

Saiba sobre as plantas daninhas que tem resistência a defensivos agrícolas

Existem hoje no mundo 253 espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas!

No Brasil temos 48 casos de resistência, dentre as espécies mais problemáticas estão o Amaranthus palmeri, as espécies de buva, capim-pé-galinha, capim-colchão, azevém, capim-arroz e capim-branco.

A figura abaixo mostra o que acontece no campo quando se utiliza por muito tempo herbicidas com os mesmos mecanismos de ação.

mudança genética

(Fonte: Christoffoleti e López-Ovejero, 2008)

Como podemos ver ano após ano temos uma pressão de seleção imposta pelos herbicidas, que controla as plantas suscetíveis deixando no campo apenas as resistentes.

Com o tempo a população de plantas resistentes fica maior que a de suscetíveis, ficando muito difícil e caro o controle!

O Amaranthus palmeri é um dos casos mais comentados atualmente.

A planta não existia no Brasil e, logo que foi identificada, já se observou resistência aos herbicidas chlorimuron, cloransulam, glifosato e imazethapyr, ou seja, a dois mecanismos de ação (inibidores da ALS e EPSPs)!

palmeri

(Fonte: Embrapa)

Nas fotos abaixo você pode verificar mais casos de plantas daninhas resistentes a herbicidas.

Buva (Conyza sumatrensis): já foram relatados casos de resistência aos herbicidas chlorimuron, glifosato, paraquat, saflufenacil.

conyza sumatrensis

(Fonte: Weeds Brisbane)

No caso da planta daninha picão-preto nós temos duas espécies que apresentam resistência: Bidens pilosa e Bidens subalternans.

bipdi resistente a defensivos agrícolas

(Fonte: IDAO CIRAD)

A Euphorbia heterophylla é conhecida por leiteiro ou amendoim-bravo e é frequentemente encontrada na cultura da soja.

Já foram relatados casos de resistência aos herbicidas chlorimuron, cloransulam, imazamox, imazaquin, imazethapyr, acifluorfen, diclosulam, flumetsulam, flumiclorac, fomesafen, lactofen, metsulfuron, nicosulfuron e saflufenacil.

euphorbia heterophylla

(Fonte: Agro Link)

A planta daninha abaixo é conhecida como capim-pé-de-galinha e recentemente foi relatado um caso de resistência ao herbicida glifosato.

eleusine indica

(Fonte: FNA Nature Search)

O azevém é muito comum nas lavouras da região sul do Brasil e já tem registros de resistência aos herbicidas glifosato, iodosulfuron, pyroxsulam e clethodim.

lolium-multiflorum-in-ahaines-a

(Fonte: Go Botany)

Assim, você vai poder rotacionar os produtos fitossanitários na sua área e manejar de forma eficiente para prevenção a resistência.

E no caso dos fungos resistentes?

Temos muitas espécies de fungos já relatadas como resistentes: Alternaria dauci, Cercosporidium personatum, Colletotrichum fragariae, , Fusarium subglutinans f.sp. ananas, Guinardia citricarpa, Glomerella cingulata, Phytophthora infestans, Plasmopara viticola, Venturia inaequalis, etc.Mas o que sempre tira o sono dos produtores de soja é ferrugem asiática, ela é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizie.

Esse fungo encontrou no Brasil condições ideais de clima para sua rápida disseminação.

O fungo causador da ferrugem asiática é menos sensível aos fungicidas do grupo químico dos “triazóis”.

Nessa publicação da Embrapa você pode aprender mais sobre como identificar a ferrugem da soja e quais técnicas adotar para a prevenção da resistência:

ferrugem asiática

(Fonte: Embrapa)

Assim, algumas estratégias são adotadas para prevenir a resistência como:

  1. Respeitar o vazio sanitário (você deve verificar aqui as datas de acordo com a sua região);
  2. Fazer o manejo integrado;
  3. Usar os fungicidas de modo preventivo e não quando já houver uma alta proliferação da doença;
  4. Adotar o uso de misturas comerciais que contenham ingredientes ativos de diferentes mecanismos de ação;
  5. Rotacionar os mecanismos de ação.

Você ainda pode conferir no site consórcio antiferrugem qual a situação da ferrugem asiática durante a safra da soja.

Além de conferir notícias, confira qual a ocorrência da ferrugem por estádio da soja, por estado e acumulado por data.

ferugem por estado

(Fonte: Consórcio antiferrugem)

Como podemos ver, há maior ocorrência no estado do Paraná.

Manejo integrado de pragas

Manejo integrado de pragas (MIP)  é a chave para tudo o que vimos até aqui!

Seja para manejar insetos, fungos ou plantas daninhas, ele sempre deverá fazer parte do seu planejamento.

Olha quantos manejos você pode integrar ao seu sistema de produção:

manejo integrado de pragas

(Fonte: Amici)

Conclusão

Você percebeu que ter um bom planejamento agrícola ajuda no seu dia a dia e na tomada de decisão.

Lembre-se que é extremamente importante rotacionar os mecanismos de ação dos defensivos agrícolas.

Vou deixar aqui um cheklist para você fazer o seu planejamento agrícola.Vamos juntos prevenir a resistência nas lavouras!

>> Leia mais:

Como fazer o controle de estoque de defensivos agrícolas em 5 passos

Armazenagem de defensivos agrícolas: Como fazer e o que é preciso saber

O que achou do texto? Já teve caso de resistência na sua lavoura? Tem mais dicas de como prevenir a resistência? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Reduza drasticamente suas aplicações utilizando o Manejo Integrado de Pragas

Aplicações com Manejo Integrado de Pragas: o que você precisa saber para reduzir os custos da sua lavoura

Manejo Integrado de Pragas (MIP), como o próprio nome diz, é uma técnica de controle de pragas da sua lavoura.

Em lavouras de cultura do milho no Brasil, a lagarta-do-cartucho do milho pode causar nível de dano econômicos que chegam a variar de 15% a 35% da produção

Em condições favoráveis, os valores podem chegar a 100%, como aconteceu em algumas fazendas do Centro-Oeste no final de 2015, segundo Caio Efrom, pesquisador da Fepagro.

É realmente um dos maiores problemas enfrentado pelos agricultores.

O controle das principais pragas agrícolas da sua propriedade parece algo difícil de ser resolvido ou avaliado? Cenas como esta são comuns na sua fazenda?

Saiba que existem diversas outras maneiras de controle eficiente de pragas que não utilizam produtos químicos e reduzem custos. Confira neste artigo como reduzir drasticamente as suas aplicações com o Manejo Integrado de Pragas.

O que é Manejo Integrado de Pragas?

Afinal, o que é o MIP?

O Manejo Integrado de Pragas é um conceito de tomada de decisão que utiliza diversas tecnologias e tipos de ferramentas para o controle de pragas nas propriedades agrícolas.

A figura abaixo nos mostra outras alternativas além do controle químico e que, certamente,  irão auxiliar no MIP presentes nas nossas propriedades.

bases-e-pilares-do-MIP

Nesse sistema, é necessário conhecer o comportamento do nosso oponente nessa batalha que tarda em terminar.

Utilizando apenas um único método (o químico) e um só tipo de produto (mecanismo de ação) para combater a praga, deixamos que apenas os insetos resistentes àquele produto sobrevivam.

E assim, cada vez mais enfrentamos problemas com pragas resistentes aos químicos existentes no mercado.

estágios de manejo da resistencia de insetos

(Fonte: Fundação MT)

O MIP surge como uma ferramenta de gestão diferente, o qual promove a auto regulação do controle ambiental.

Inseto bom é inseto morto?

É travada uma verdadeira batalha entre os produtores e os seres que habitam suas lavouras. Quem geralmente sai perdendo? Evidentemente, o produtor!

Nem todos os insetos são prejudiciais à cultura, e alguns até mesmo são inimigos naturais das principais pragas.

Por isso, escolher métodos que não prejudiquem esses insetos é fundamental.

Bem como, escolher defensivos agrícolas menos agressivos à esses insetos.

O controle químico é permitido no MIP?

O MIP demandará um estudo a respeito dos níveis de dano econômico de cada praga, e com o monitoramento das pragas, será pensado na melhor tomada de decisão.

O controle químico não é proibido no MIP, porém deve ser analisado alguns conceitos básicos a respeito das pragas.

Alguns termos são essenciais no MIP. Temos o Nível de dano Econômico (NDE) e o Nível de Controle (NC).

Como mostra o gráfico abaixo, as pragas devem ser controladas antes de atingir o NDE. Uma vez que, neste ponto, a nossa cultura já estará sendo prejudicada economicamente pela praga.

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Conhecendo as nossas propriedades teremos a avaliação do sistema como um todo.

Se houver um predador natural de alguma praga, a aplicação pode se tornar desnecessária, e a economia de dinheiro será evidente.

O MIP preza pelo ambiente tentando se autorregular, minimizando os gastos com inseticidas, melhorando, desta forma, as questões ambientais.

Evidentemente, em certos casos o controle será inevitável, seja ele químico ou biológico.

Reduza suas aplicações com Manejo Integrado de Pragas

A adoção dessa filosofia de controle permite um manejo mais inteligente das pragas.

Aplicações mais efetivas e aporte de recursos mais eficientes são consequências dessa metodologia.

Frente a tais manejos, a redução de custos e geração de sustentabilidade nos sistemas produtivos são evidentes, a médio ou longo prazo.

Com a utilização do MIP, podemos chegar a reduzir as aplicações  em até 68%.

Para isso, as informações de monitoramento são essenciais para o gestor da fazenda realizar ou não uma medida de controle, dependendo se atingiu o nível de controle ou não.

O software agrícola Aegro possibilita que dados da presença da praga sejam coletados em tempo real.

aegro - software de gestão agrícola

Os dados são obtidos por meio do GPS do seu celular, o que nos possibilitará saber os locais mais infestados.

Em vez de aplicar o produto químico em área total, matando na maioria das vezes os insetos que seriam úteis para combater as pragas, não seria mais inteligente aplicar somente nos talhões com NC (Nível de Controle)?

Assim, reduziríamos custos nas áreas onde não necessitam de aplicação, utilizando menos produtos e preservando o meio ambiente, o solo e possíveis contaminações residuais dos grãos nos campos.

Mas… se o MIP é tão bom, por que ainda não é adotado?

Ainda existe muita resistência na utilização do MIP.

A falta de informações a respeito do controle de diversas pragas faz com que a aceitação seja ainda mais difícil.

Deixar o inseto no campo, em certos casos, permitirá o controle natural das pragas presentes nas lavouras, sem que o produtor tenha que gastar dinheiro com aplicações de inseticidas. Por isso que precisamos nos  conscientizar.

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Controle de pragas no futuro

Como será o manejo integrado de pragas no futuro?

Hoje em dia já existem produtos comerciais e estudos a respeito de insetos irradiados, transgenia e organismos estéreis geneticamente modificados.

O irradiamento de insetos já é fonte de estudos no Cena, em Piracicaba-SP.

Os insetos irradiados são estéreis, o que impossibilita a criação de novas gerações após o cruzamento com as populações presentes nas propriedades.

O Aedes do Bem é um exemplo de sucesso desse processo de irradiação.

irradiação insetos

(Fonte: Folha de São Paulo)

O futuro é promissor! E você vai aproveitar a tecnologia ao seu alcance?

Conclusão

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é, com a mais absoluta certeza,  a maneira mais responsável e eficiente de manejo de pragas.

Atualmente, as lavouras brasileiras estão perdendo produtividade devido à falta de controle no uso de inseticidas e manejo inadequado de químicos nas propriedades.

Será que não compensa alguns minutos de planejamento no controle de pragas com o MIP nas nossas fazendas?

É claro que sim! Siga essas dicas, reduza suas aplicações e, assim, se beneficie com o manejo!

>>Leia mais:

5 pragas agrícolas resistentes a defensivos agrícolas e como combatê-las

Restou alguma dúvida sobre como é possível diminuir as aplicações com Manejo Integrado de Pragas? Adoraria ver seu comentário abaixo!