Helicoverpa armigera: histórico, importância, características e tecnologias de manejo

Helicoverpa armigera: como identificar, danos causados, ciclo de vida e culturas afetadas pela praga

A produção agrícola é um dos setores indispensáveis para a vida humana. Porém, com todo grande empreendimento vêm grandes desafios, e a lagarta Helicoverpa armigera é prova disso. Afinal, ela é uma das pragas agrícolas de maior importância nas lavouras.

A espécie já causou prejuízos de R$ 1,5 bilhão somente na Bahia, na safra de 2013. Para evitar mais acontecimentos com esse, medidas de manejo foram intensificadas para manter a praga sob controle.

Neste artigo, saiba tudo sobre identificação, manejo da lagarta helicoverpa e seis formas de controle. Aproveite a leitura!

Histórico da H. armigera no Brasil

A Helicoverpa armigera é uma espécie de mariposa, muito conhecida pelas lagartas que atacam a cultura do algodão. Foi identificada no Brasil em 2013, e antes era considerada uma praga quarentenária

Isso significa que a praga não têm origem no Brasil mas foi aqui introduzida, causando um desequilíbrio da ordem natural.

Assim sendo, essas pragas podem causar sérios prejuízos econômicos em áreas de produção agrícola, causando ameaça à economia. Segundo pesquisadores, a H. armigera foi introduzida no Brasil em 2008 e, aos poucos, alastrou-se pelas regiões produtoras.

Antes, havia dificuldade na identificação da Helicoverpa armigera. Muitas vezes, ela era confundida com outras lagartas, como a lagarta-da-maçã-do-algodoeiro e a lagarta-da-espiga-do-milho, que já existiam no país. 

Ainda, é pequena a diferença entre helicoverpa zea e armigera, o que confunde muito quem produz. Vinda da Oceania, a Helicoverpa armigera se adapta mais facilmente à soja e ao algodão. Por outro lado, a Helicoverpa zea vem do México e causa mais danos ao milho.

Ao longo do tempo, investiu-se em conhecer as características da H. armigera para controlá-la adequadamente, com desenvolvimento de tecnologias adequadas para seu genoma e ciclo de vida.

Ciclo de vida da lagarta helicoverpa spp.

O ciclo de vida da Helicoverpa armigera é composto pelas fases de ovo, lagarta, pupa e adulto. Você pode observar essas etapas a seguir.

 Ciclo de vida H. armigera
Ciclo de vida H. armigera
(Fonte: Embrapa)

Na fase de ovo, há um período de incubação de cerca de 3 dias. O ovo apresenta coloração branco-amarelado após a deposição, e se torna marrom próximo à eclosão da larva.

Após a eclosão dos ovos, é chegado o estágio larval da H. armigera. Ele apresenta seis sub-estágios. As lagartas de primeiro e segundo sub-estágio são pouco móveis na planta e apresentam coloração variando de branco-amarelada a marrom-avermelhada. 

Elas alimentam-se de partes mais tenras das plantas e podem produzir um tipo de teia, ou até mesmo um pequeno casulo. Com o crescimento das lagartas, as colorações mudam, variando de amarelo a verde, apresentando listras de coloração marrom nas laterais. 

É nesse momento de seu ciclo de vida que a praga se torna mais agressiva à cultura. Em seguida, é alcançada a fase de pupa, com duração entre 10 e 14 dias. Nele, a praga apresenta coloração marrom e está em processo de transformação de larva para adulto.

Já adulta, na forma de mariposa, a fêmea tem coloração amarelada e sobrevive em média 12 dias. O macho apresenta cor acinzentada e vive cerca de 9 dias. As mariposas podem ovipositar ovos nas folhas da cultura, dando continuidade ao ciclo de vida da praga.

Bioecologia da Lagarta Helicoverpa, demonstrando o seu potencial de disseminação e consequente alcance em outras culturas
Bioecologia da Lagarta Helicoverpa, demonstrando o seu potencial de disseminação e consequente alcance em outras culturas.
(Fonte: Embrapa)

Culturas de interesse e os danos da Helicoverpa armigera

Uma característica da helicoverpa é ser polífaga. Isso significa que ela pode se beneficiar de muitos hospedeiros, estando presente em uma ampla variedade de espécies de plantas. No Brasil, alguns hospedeiros da lagarta são: 

Os danos que essa lagarta causa às principais culturas de interesse econômico a tornam um alvo importante do manejo de pragas.

Danos causados pela Helicoverpa armigera

É na fase larval que a Helicoverpa armigera na soja e no algodão causa perdas nas culturas. Nela, as lagartas se alimentam de folhas e hastes, causando danos irrecuperáveis às plantas. 

Se a fase mais ativa coincide com o período reprodutivo da cultura, os botões florais, frutos, maçãs, espigas e inflorescências podem ser muito afetados.

As perdas podem ultrapassar 80% em lavouras de feijão e 60% em algodão. Os danos se caracterizam por deformações em folhas e frutos, favorecendo a entrada de doenças para o interior dos tecidos das plantas e a queda precoce de partes das plantas. 

A Helicoverpa armigera é uma praga difícil de controlar e seus danos são irreversíveis. Por isso, o manejo deve ser feito quando as lagartas estão presentes na área de cultivo, mas antes de apresentarem densidade populacional acima do nível de dano econômico.

Uma tática importante no manejo desta lagarta é a adoção do Manejo Integrado de Pragas. A adoção de diferentes estratégias de controle pode reduzir a população da lagarta na área de cultivo, mantendo a sua densidade populacional reduzida.

Manejo Integrado de Pragas da Helicoverpa armigera

Medidas de manejo isoladas não são eficientes para manter a população da praga abaixo dos níveis de dano econômico a longo prazo. Por isso, o que se sabe nesses dez anos de pesquisas para controlar a H. armigera é que o Manejo Integrado de Pragas é essencial. 

Com ele, é possível aplicar práticas adequadas para o contexto específico de cada área.

O MIP utiliza diversas técnicas, sem depender unicamente do controle químico. Com a integração de práticas, todas são potencializadas e protegem a eficiência dos inseticidas

Um dos princípios do MIP é a amostragem da praga. Essa etapa tem o objetivo de determinar qual tipo de manejo utilizar e quando é o momento mais adequado, para reduzir os danos da lagarta na lavoura.

Da mesma forma, o monitoramento e a identificação são práticas essenciais para determinar o momento correto de aplicar medidas de controle mais incisivas. Assim, é possível identificar o nível de equilíbrio e de controle, que indicam quando você deve agir.

Densidade populacional e nível de dano econômico de pragas
Densidade populacional e nível de dano econômico de pragas
(Fonte: Embrapa)

6 técnicas de manejo integrado eficientes contra a helicoverpa

Se você identificou ou desconfia da presença dessa lagarta na sua lavoura, usar técnicas de manejo o quanto antes é essencial. Fique de olho nas principais formas de controle dessa praga agrícola.

1. Controle cultural

Como a H. armigera é polífaga, o controle cultural é uma opção para diminuir a população da praga. A prática consiste em manter a área livre de qualquer planta hospedeira por determinado período. Assim, os espécimes presentes não têm chances de se desenvolver.

Por isso, no período de entressafra, é importante deixar a lavoura sem a presença de plantas de que a H. armigera possa se beneficiar. Isso inclui plantas tigueras da própria cultura recém colhida, daninhas e restos culturais.

Além disso, pode-se utilizar o calendário de plantio curto, em combinação com cultivares de ciclo reduzido. Isso diminui o período de cultivo e possibilita que a lavoura tenha uma janela de inatividade.

Dessa maneira, não se reduz a produção, mas é possível evitar ter plantas em vários estágios de desenvolvimento. Eles servem de fonte de alimento para a lagarta.

2. Controle genético

Outra estratégia de manejo para a lagarta H. armigera é o uso de cultivares resistentes. Uma tecnologia bastante utilizada são plantas com tecnologia Bt, variedades geneticamente modificadas com o gene de uma bactéria que é tóxica para alguns insetos.

As pragas, no entanto, também têm a capacidade de se adaptar a essa tecnologia, que passa a não apresentar a eficiência esperada depois de algumas safras. Felizmente, as áreas de refúgio são alternativas para preservar a qualidade das cultivares resistentes.

Nessa estratégia, parte da área cultivada é semeada com plantas não resistentes, de maneira a evitar a seleção de pragas e manter a eficiência do controle genético. Por isso, a tecnologia Bt e as áreas de refúgio são sempre complementares no manejo.

3. Identificação, amostragem e monitoramento

Conhecer o ciclo de vida dessa lagarta ajuda a entender em que fase ela ataca a cultura e como é possível identificá-la. Além disso, o conhecimento das fases do ciclo de vida é importante para a amostragem da H. armigera para a realização do manejo.

Para identificar a H. armigera, a primeira característica que pode ser observada é a presença de pontuações escuras no quarto e/ou quinto segmento da lagarta. Eles formam um semicírculo e apresentam aspecto mais endurecido.

Características principais da lagarta Helicoverpa que permitem a sua identificação à campo.
Características principais da lagarta Helicoverpa que permitem a sua identificação à campo.
(Fonte: Gabriella C. Gaston em Embrapa)

Por terem colorações diversas ao longo das diferentes fases de seu desenvolvimento, avaliar a disposição das pontuações é a melhor maneira de diferenciá-la das outras espécies. Além disso, verifique as listras nas laterais do tórax, no abdômen e na cabeça.

Caso você ainda tenha dúvidas sobre a identificação da lagarta H. armigera, não deixe de procurar um laboratório que identifique a espécie que você encontrou na sua lavoura. 

A amostragem é feita a partir da contagem dos adultos de H. armigera, por meio de armadilhas luminosas ou com feromônios. A captura e a contagem das mariposas permite prever o potencial de ovos e de lagartas de H. armigera na sua lavoura em um prazo curto.

Tudo isso oferece mais agilidade no manejo. Também é necessário monitorar as plantas durante todo o ciclo do cultivo. Verifique se há presença de lagartas, por meio do pano de batida, ou dos danos que ela causa nas folhas e caules.

Para te ajudar nesse processo, separamos uma planilha gratuita para tornar o MIP na sua fazenda mais assertivo. Basta clicar na imagem abaixo para acessá-la:

Banner planilha- manejo integrado de pragas

4. Controle biológico

Esse tipo de manejo consiste em inserir na área um agente de controle biológico que funcione como inimigo natural da praga.  Entre os insetos benéficos, podemos encontrar os parasitóides e predadores da lagarta. 

Existem também vírus, bactérias, fungos e nematoides capazes de diminuir a população das lagartas. Contra a helicoverpa, a vespa Trichogramma spp. apresenta bons resultados. Há ainda inseticidas biológicos à base de Trichogramma pretiosum.

Outro exemplo de produtos biológicos eficientes contra a H. armigera são aqueles à base da bactéria Bacillus thuringiensis. Elas são capazes de quebrar o ciclo da lagarta.

Como a tecnologia Bt está presente em sementes de cultivares resistentes, o uso das duas técnicas de forma conjunta não é ideal. Isso serve para evitar a pressão de seleção à resistência, que aumenta quando são usados dois produtos com a mesma ação.

Também vale lembrar da existência de inseticidas à base de patógenos virais, como os compostos pelo vírus Nucleopolyhedrovirus. Ele age após ser ingerido pela lagarta, quando ela se alimenta da cultura.

O produto causa redução da alimentação e locomoção da lagarta, até a morte. Este processo dura entre 3 e 7 dias, com efeito mais rápido em lagartas mais jovens. O interessante é que as lagartas contribuem para dispersar o vírus no ambiente.

5. Controle químico

A principal forma de controle da Helicoverpa armigera é o uso de inseticidas químicos em rotação de princípios ativos. O objetivo é evitar a pressão de seleção da praga.

O Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas já identificou casos de resistência de H. armigera a inseticidas à base de piretróide no Brasil. Já a Embrapa demonstrou que há mais de 600 relatos de resistência da H. armigera a vários grupos de inseticidas no mundo.

Por isso, compreender o histórico da área de cultivo quanto à incidência da praga e integrar as práticas de manejo são ações fundamentais. Elas irão assegurar a eficiência das soluções e a longevidade de seus princípios ativos. 

A escolha de um inseticida deve considerar quatro fatores:

  • seletividade a inimigos naturais;
  • custo-benefício;
  • eficiência em campo;
  • combinação de ativos.

Para a maior eficiência do controle químico, você deve utilizar rotação de produtos com diferentes modos de ação dentro do MIP. A aplicação de inseticida deve começar quando a praga atinge o nível de controle no processo de amostragem.

6. Gestão agrícola por softwares

Você pode achar que gestão agrícola não tem nada a ver com manejo de pragas. Entretanto, relembre alguns pontos importantes para o controle da Helicoverpa

  • uso de inseticidas com rotação de mecanismos de ação;
  • aplicação de inseticidas mais seletivos;
  • uso de outras formas de manejo, como tecnologia Bt e produtos biológicos;
  • realização do monitoramento e aplicações somente ao atingir o nível de controle.

Para cada uma dessas questões, a gestão agrícola tem um papel fundamental. Felizmente, muitos processos e informações que guiam as escolhas no campo já são amparadas por tecnologias digitais, a partir de softwares.

Esses softwares automatizam o levantamento de dados e facilitam sua visualização. Ainda, com essa tecnologia, você tem o histórico das safras anteriores. 

Desse modo é possível registrar e consultar os produtos que usou na safra passada e conferir sua eficiência. Além disso, você pode fazer um plano de manejo com a rotação de mecanismos de ação de maneira estratégica.

Você também fará o planejamento agrícola de maneira fácil e poderá saber com antecedência quais os melhores produtos a serem utilizados. Isso permite mais tempo para a busca de melhores preços no mercado.

Assim, fica fácil decidir o que fazer em cada etapa da safra, obtendo o manejo eficiente não só da lagarta, mas da lavoura como um todo. As tecnologias digitais também oferecem um sistema georreferenciado para monitoramento de pragas, por meio de mapas de calor.

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Mapa de monitoramento de pragas com o Aegro

Outra vantagem de contar com um software para a gestão agrícola é o controle financeiro e o manejo de riscos à rentabilidade. A ferramenta permite entender em detalhes: 

  • quanto foi gasto em inseticidas durante a safra passada;
  • qual o custo por talhão;
  • rendimento de cada área;
  • retorno sobre o investimento.

Essas informações têm a finalidade de entender se houve prejuízo ou ganhos nos talhões mais infestados. Com o Aegro, isso fica fácil e simples de ser visualizado. Veja uma prévia a seguir:

Veja também como Elivelton reduziu 40% do seu custo de manutenção de máquinas com aplicativo para agricultura.

Conclusão

Entender sobre a H. armigera é indispensável para evitar danos diretos à lavoura e para um bom planejamento de quais culturas serão implantadas depois. 

Ainda, esse conhecimento te ajuda a entender melhor sobre seus custos de produção e como otimizá-los. 

Para o controle da lagarta helicoverpa é fundamental a adoção do Manejo Integrado de Pragas. Ele ajuda no alcance de um controle eficiente e na manutenção da vida útil dos inseticidas e das cultivares resistentes disponíveis no mercado. 

Você conhecia o ciclo de vida da Helicoverpa armigera? Qual método de controle você utiliza no controle da lagarta? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Você conhece o ciclo de vida da Helicoverpa armigera?

Infelizmente sua lavoura está propensa ao ataque de muitas pragas e doenças.

E com certeza você já deve ter escutado sobre a lagarta Helicoverpa armigera, a qual possui enorme importância para o Brasil.

Em 2013, o prejuízo estimado com o ataque da lagarta foi de R$ 2 bilhões de reais.

Você sabe como fazer o manejo dessa praga na sua lavoura?

Para esse manejo ser realmente adequado devemos conhecer a lagarta, especialmente seu ciclo.

Então, me acompanhe para saber tudo sobre o ciclo, identificação e manejo da Helicoverpa armigera:

(Fonte: Adaptado de Embrapa)

Vamos conhecer um pouco do histórico da Helicoverpa armigera no Brasil

A lagarta foi identificada no Brasil em março de 2013 (safra 2012/13).

Antes disso, a Helicoverpa armigera era considerada uma praga quarentenária A1.

Mas, o que são pragas quarentenárias?

São organismos que não existem no país e que, se presente, podem causar sérios prejuízos econômicos mesmo sob controle permanente, causando ameaça à economia agrícola do país.

Há dois tipos de pragas quarentenárias:

A1: praga ainda não presente no país;

A2: praga presente no país, porém, localizada em algumas regiões, não está amplamente distribuída.

No entanto, alguns pesquisadores concluíram que a introdução de H. armigera no Brasil provavelmente ocorreu antes de outubro de 2008.

No início havia dúvidas sobre a identificação da H. armigera em relação às lagartas: lagarta-da-maçã-do-algodoeiro (Heliothis virescens) e a lagarta-da-espiga-do-milho (Helicoverpa zea), que já existiam no país.

Então, quais as características da H. armigera?

Para conhecer sobre as características desta praga e assim poder controlá-la adequadamente, vamos ver mais sobre seu ciclo e suas características:

Ciclo de vida da Helicoverpa armigera e as características de cada fase

A espécie Helicoverpa armigera apresenta em seu ciclo as fases de ovo, lagarta, pupa e adulto.

Veja a seguir cada uma das fases e suas características de acordo com a Embrapa:

Ovo

Esta fase apresenta período de incubação com cerca de 3 dias.

O ovo apresenta coloração branco-amarelado após a deposição no substrato e se torna marrom próximo à eclosão da larva.

Larva

O estágio larval desta espécie tem seis instares, ou seja, estágios larvais.

As lagartas de primeiro e segundo instares são pouco móveis na planta e possuem coloração variando de branco-amarelada a marrom-avermelhada.

Nessas fases, se alimentam de partes mais tenras das plantas, onde podem produzir um tipo de teia ou até mesmo formar um pequeno casulo.

Com o crescimento das lagartas e adquirindo novos instares, as colorações das lagartas modificam, variando de amarelo-palha a verde, apresentando listras de coloração marrom lateralmente.

Veja na figura diferentes colorações das lagartas.

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Diferentes colorações da Helicoverpa armigera na fase larval
(Fonte: André Shimohiro em Embrapa)

Pupa

Nesta fase imóvel do ciclo de vida apresenta coloração marrom e tem duração de cerca de 10 a 14 dias.

É nesta fase que a Helicoverpa armigera se transforma de larva para adulto.

Adulto

O período de sobrevivência na fase adulta da fêmea é de 11,7 dias e o macho é de 9,2 dias.

As mariposas fêmeas podem ovopositar de forma isolada ou agrupada os ovos nas folhas.

As fêmeas apresentam coloração mais amarelada e os machos acinzentados.

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(Fonte: Embrapa)

É nesta fase que a praga tem grande capacidade de dispersão nos campos de produção.

Agora que conhecemos um pouco mais sobre o ciclo de vida da H. armigera, quais plantas ela pode atacar?

Hospedeiros da Helicoverpa armigera

São chamados de hospedeiros aquelas culturas que a praga pode se alimentar e assim sobreviver.

Desse modo, essa lagarta tem muitos hospedeiros.

Ou seja, a Helicoverpa armigera pode se alimentar e sobreviver de um grande número de espécies de plantas.

Assim, esta praga é considerada também polífaga, ou seja, se alimenta de várias culturas.

No Brasil, alguns hospedeiros da lagarta são: algodão, soja, milho, tomate, feijão, sorgo, milheto, trigo, crotalária, girassol e outras.

E quais são os danos que esta praga pode causar?

Danos causados pela Helicoverpa armigera

É na fase larval que a H. armigera causa perdas nas culturas.

As lagartas podem se alimentar de folhas e hastes das plantas hospedeiras.

Mas, sua preferência é por estruturas reprodutivas da planta hospedeira como: botões florais, frutos, maçãs, espigas e inflorescências.

Devido a esses danos o Sescoop/SP apontou perdas das cooperativas paulistas causadas por Helicoverpa armigera de quase 80% do feijão e 60% da cultura do algodão.

Os danos se caracterizam por deformações, podridões e até quedas de partes das plantas.

Abaixo você pode ver exemplos de danos provenientes do ataque da Helicoverpa armigera em diversas culturas:

danos-helicoverpa-armigera

Danos do ataque de Helicoverpa armigera na cultura do algodão (A), milho (B),
soja (C), feijão (D), tomate (E) e sorgo (F)

(Fonte: Embrapa)

Depois de conhecer mais sobre os danos nas plantas, você deve estar se perguntando como manejar esta praga.

Mas, para o manejo desta praga, você primeiro precisa identificá-la.

Identificação de Helicoverpa armigera

A Helicoverpa armigera apresenta algumas características como a presença de tubérculos (ponto protuberantes) escuros no quarto e/ou quinto segmento da lagarta, formando um semicírculo e apresentando aspecto coriáceo (mais endurecido).

(Fonte: Gabriella C. Gaston em Embrapa)

Caso você ainda tenha dúvidas sobre a identificação da lagarta Helicoverpa armigera não deixe de procurar um laboratório que realize a identificação correta da espécie da sua lavoura.

Agora que conhecemos sobre as características de cada fase do ciclo de vida, você pode estar se perguntando, como isso pode me ajudar no manejo dessa lagarta?

Como o ciclo de vida da Helicoverpa armigera pode ajudar a combater essa praga

O conhecimento do ciclo de vida dessa lagarta te ajuda a entender em que fase a praga ataca a cultura e como é possível identificá-la.

Além disso, o conhecimento das fases do ciclo de vida é importante para a amostragem da H. armigera para a realização do manejo.

Mas, quais são as estratégias de manejo para Helicoverpa armigera?

Estratégias de manejo para Helicoverpa armigera

Inseticidas

A Helicoverpa armigera pode ser controlada por inseticidas químicos ou biológicos.

Já existem vários inseticidas biológicos registrados para o controle desta praga em várias culturas.

Além disso, nos fungicidas químicos apresentam vários princípios ativos.

Para a escolha de um inseticida, você deve considerar três fatores:

  • Seletividade do produto;
  • Custo;
  • Eficiência de campo.

Para a maior eficiência da utilização de controle químico, você deve utilizar rotação de produtos com diferentes modos de ação dentro do manejo integrado de pragas (MIP).

Para saber mais sobre o MIP veja o artigo: “Manejo Integrado de Pragas: 8 fundamentos que você ainda não aprendeu.” e continue lendo esse texto, pois falaremos mais sobre esse assunto.

Nesse sentido, a aplicação de inseticida deve ser iniciada quando a praga atinge o nível de controle no processo de amostragem.

Por isso que precisamos identificar tão bem essa praga, de forma que as aplicações e, consequentemente, o manejo seja bem feito.

Ademais, não deixe de ler sobre amostragem no próximo tópico.

Você também pode utilizar o tratamento de sementes com inseticidas, para retardar o início da aplicação de inseticidas na cultura.

>> Leia mais: “Defensivos agrícolas: 8 curiosidades que você deveria saber.”

Você consegue consultar os inseticidas que são registrados para a sua cultura no manejo da H. armigera no Agrofit.

Não se esqueça de procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) para te auxiliar no combate desta praga.

Além disso, o IRAC (Comitê de ação à resistência a inseticidas) divulgou que ocorreram casos de resistência de H. armigera aos inseticidas a base de piretróide no Brasil.

Veja mais sobre resistência de pragas a defensivos em “5 pragas agrícolas resistentes a defensivos agrícolas e como combatê-las.”

Controle biológico

Este tipo de manejo utiliza outro organismo para controlar a praga, chamados de agentes de controle biológico ou inimigos naturais de pragas.

Você pode utilizar o parasitóide Trichogramma sp., veja como ele atua no controle da Helicoverpa:

A mariposa da Helicoverpa armigera deposita seus ovos nas folhas, frutos e pétalas.

Seus ovos liberam um odor que atrai o parasitoide, que vai até o ovo parasitando-o, assim em vez de nascer uma nova lagarta, pode emergir até dois adultos de Trichogramma.

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Vespa de Trichogramma spp. parasitando ovo, como controle biológico
(Fonte: 3rlab)

Além disso, há alguns produtos biológicos (inseticidas) que podem ser utilizados no controle desta praga como falamos no item acima de Inseticidas.

Controle genético

Outra estratégia de manejo para a lagarta Helicoverpa armigera é o uso de cultivares resistentes.

Uma tecnologia bastante utilizada é o uso de plantas Bt.

Plantas Bt são plantas geneticamente modificadas com o gene de Bacillus thuringiensis.

Você pode se perguntar, o que são plantas geneticamente modificadas?

São apenas plantas que possuem em seu genoma um ou mais genes de outra ou da mesma espécie, mas que tenham sido modificados e/ou inseridos por meio de técnicas da engenharia genética.

A bactéria Bacillus thuringiensis é naturalmente encontrada no solo, produz uma proteína que é tóxica para alguns insetos.

Para evitar a perda desta tecnologia Bt por ter insetos resistentes, você deve utilizar áreas de refúgio.

Veja neste texto tudo sobre áreas de refúgio para plantas Bt e faça essa prática corretamente!

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(Fonte: Infográfico: Tudo o que você precisa saber sobre refúgio para plantas Bt)

Controle cultural

Como esta praga é polífaga, no controle cultural você deve deixar sua área sem hospedeiros para a lagarta.

Então, no período de entressafra você pode deixar sua área sem a presença de plantas hospedeiras de Helicoverpa armigera.

Esta estratégia é muito conhecida em soja, o vazio sanitário (veja mais sobre isso aqui).

Além disso, pode utilizar o calendário de plantio curto, para não ter planta em vários estágios de desenvolvimento, que servem de fontes de alimento para a lagarta.

Para determinar qual estratégia você deve utilizar na sua lavoura e qual a melhor época de implementá-la, você pode utilizar o MIP:

Helicoverpa armigera e MIP

O manejo integrado de pragas (MIP) está se tornando uma prática bastante eficaz no manejo de pragas.

Assim, o MIP utiliza diversas técnicas de manejo para manter a população da praga abaixo do nível de dano econômico.

nível de ação mip

(Fonte: Ebook Guia Definitivo do Planejamento Agrícola para Soja e Milho – baixe gratuitamente clicando aqui)

Para saber mais sobre MIP veja este texto que escrevi “Manejo integrado de pragas: 8 fundamentos que você ainda não aprendeu.”

E claro que o MIP pode ser utilizado no manejo da H. armigera.

Assim, um dos princípios do MIP é a amostragem da praga, e com isso, pode determinar se é necessário utilizar algum tipo de manejo, entre eles os que listamos acima.

Então, um dos pilares do MIP é o monitoramento da lavoura para determinar o momento correto para manejar a praga.

Por isso, vamos conhecer um pouco sobre amostragem de Helicoverpa armigera:

Amostragem para Helicoverpa armigera

Você pode utilizar a amostragem dos adultos de H. armigera.

A amostragem de adultos pode ser realizada com armadilhas luminosas ou armadilhas com feromônios.

Amostrar adultos fornece uma previsão do potencial de ovos e lagartas de H. armigera na sua lavoura.

Além disso, permite o tempo ágil para adotar as medidas de manejo.

Mas além do monitoramento dos adultos, você deve monitorar as plantas durante os seus vários estádios de vida.

Você pode monitorar as plantas para a verificação de lagartas com pano de batida, saiba mais sobre esse método neste artigo:

Tudo o que você precisa saber sobre Manejo Integrado de Pragas [Infográfico]

Além disso, aqui disponibilizamos gratuitamente uma planilha para você fazer seu MIP. Baixe aqui!

planilha-mip

Por isso que precisamos identificar tão bem essa praga, de forma que as aplicações e, co

Conclusão

Neste texto, você viu sobre o ciclo de vida da Helicoverpa armigera, suas características e o manejo desta praga.

Além disso, também foi possível relacionar a importância do Manejo integrado de Pragas (MIP) para esta praga.

Agora que você sabe os danos que esta praga pode ocasionar, não deixe de monitorar e manejar sua lavoura.

Este conhecimento pode te ajudar a reduzir as perdas da sua lavoura contra esta praga e aumentar ainda mais seus lucros.

>>Leia mais:

“Principais pragas agrícolas: Como se preparar”

“Pragas do milho: Principais manejos para se livrar delas”

Você conhecia o ciclo de vida da Helicoverpa armigera? Qual método de controle você utiliza no controle da lagarta? Você utiliza manejo integrado de pragas? Adoraria ver seu comentário abaixo.

8 fundamentos sobre MIP (Manejo Integrado de Pragas) que você ainda não aprendeu

Fundamentos do Manejo Integrado de Pragas: o que você precisa saber para começar o MIP em sua área e ter o controle adequado de pragas.

O Manejo Integrado de Pragas ou MIP, tem se tornado uma alternativa bastante eficaz no combate de pragas.

As lavouras são muito afetadas pelas pragas, o que tira o sono de qualquer agricultor. Então, como isso pode ser minimizado?

O começo da solução é fazer o planejamento agrícola, antecipando e se preparando contra os inimigos naturais que podem surgir na sua lavoura.

Assim, no planejamento de sua lavoura você pode, e deve,  usar o manejo integrado de pragas (MIP).

A partir da implantação do MIP é possível reduzir as pulverizações com inseticidas em até 68%.

Por isso aqui vamos entender os fundamentos do MIP para colocá-lo em seu planejamento.

1. O que é Manejo Integrado de Pragas (MIP)?

É a utilização de diversas técnicas de  manejo para manter a população da praga abaixo do nível de dano econômico, relacionando com aspectos econômicos, sociais e ecológicos.

Tomar uma decisão não é uma tarefa nada fácil.  E o MIP pode te auxiliar nessa tarefa.

Você deve estar se perguntando o que são essas diversas técnicas de manejo?

2. Algumas técnicas de manejo utilizadas no MIP

Primeiramente, você utiliza qual tipo de manejo para controlar as principais pragas agrícolas em sua lavoura?

O primeiro manejo que veio à sua cabeça certamente foi o controle químico.

Sobre o controle químico, você pode ler aqui 5 dicas infalíveis para uma aplicação de defensivos mais eficaz.

Mas, você pode utilizar outros tipos de manejo em sua cultura.

manejo integrado de pragas

(Fonte: Amici mecanização agrícola).

Um bom exemplo de controle integrado é o controle biológico, que utiliza organismos benéficos para o controle de pragas, ou seja, utiliza um inimigo natural para reduzir a ocorrência da praga em sua lavoura.

Um exemplo de controle biológico no manejo integrado de pragas é a utilização do ácaro predador no manejo do ácaro rajado em diversas culturas, como feijão, cultura do milho e soja.

controle biológico e manejo integrado de pragas

(Fonte: Governo do Estado de São Paulo, APTA e Instituto Agronômico)

Além disso, você pode utilizar outras técnicas integradas de manejo.

Tais como rotação de culturas, mudas sadias, eliminação de plantas doentes, época de plantio e o controle genético (variedades resistentes).

Esses métodos são utilizados principalmente, antes ou na instalação da lavoura, por isso, o MIP faz parte do planejamento agrícola, como já citei lá no começo do texto.

Claro, que você pode utilizar o controle químico, mas deve realizar as pulverizações de uma forma mais consciente e racional.

E o MIP pode te ajudar a realizar essas pulverizações de forma racional, veja como a seguir:

3. Mantenha as pragas abaixo do Nível de Dano Econômico

Você deve estar se perguntando, como assim, “manter a praga abaixo do nível de dano econômico”?

Nível de dano econômico é a menor densidade populacional da praga que causa dano econômico.

Devemos realizar o controle da praga quando a população da mesma alcançar o “Nível de Controle” (NC),  assim não haverá nenhum dano econômico para a cultura.

nivel de dano economico

No MIP é necessário o monitoramento da praga para você saber quando atingiu o NC.

Assim, aqui disponibilizamos gratuitamente uma planilha para você fazer seu MIP. Saiba qual o Nível de Controle de cada praga e quando você deve aplicar, mantendo tudo organizado. Clique na figura a seguir para baixar!

E antes de falar sobre monitoramento das pragas, vamos falar de alguns benefícios que o MIP pode trazer para sua lavoura.

4. Benefícios do MIP (Manejo Integrado de Pragas)

Manejar sua lavoura no momento certo pode reduzir o custo de produção, através da utilização de menos aplicações de defensivos agrícolas.

Com este tipo de manejo há menores riscos para o meio ambiente e esta prática pode ser utilizada em propriedades de qualquer tamanho.

Pode reduzir o número de aplicações e diminuir 8% (cerca de 70 mil reais) do seu custo de produção na sua lavoura de soja com a utilização do MIP .

Embrapa e Emater apontam o manejo integrado de pragas e doenças reduziu o uso de defensivos em quase 50%.

Reduzir o custo de produção torna seu negócio mais lucrativo.

Para conseguir esses resultados você deve seguir as etapas do MIP.

5. Etapas Fundamentais para você seguir

Para implementar o MIP algumas etapas a serem seguidas são:

1.Avaliação do ecossistema: conheça as pragas da cultura e qual seu nível pelo monitoramento;

2.Tomada de decisão: com o monitoramento e o nível de dano econômico saiba qual é o momento certo para efetuar o controle;

3.Escolha da estratégia de controle a ser utilizada na sua lavoura: avalie suas opções de controle após o estabelecimento da praga na lavoura: controle biológico ou químico.

Além disso, a regra número 1 é o planejamento da sua lavoura, primordial para não permitir que a praga se estabeleça na cultura.

E regra número 2: você deve conhecer sua lavoura, quais são as pragas existentes, áreas com maior incidência de pragas e qual a incidência.

Para isso, o monitoramento é essencial.

6. Monitoramento da lavoura

Um dos pilares do MIP é o monitoramento da lavoura para determinar o momento correto para manejar a praga.

Para isso, há necessidade de realizar o monitoramento frequentemente.

Primeiramente, para o monitoramento, você deve conhecer as pragas que atacam sua cultura.

O pano de batida é um dos métodos de monitoramento que você pode usar na sua propriedade.

Aliás, é o método mais utilizado de monitoramento e você pode saber como fazê-lo aqui.

metodo-pano-de-batida

Método de pano de batida utilizado para o monitoramento de pragas (dimensões de 1×1,5m)

Você pode fazer planilhas para anotar os dados do monitoramento.

ficha MIP

Exemplo de planilha para o monitoramento da praga em sua lavoura, amostrando 10 pontos

(Fonte: Fundação MS)

Ou você pode usar um aplicativo que guarda seus dados de maneira muito mais segura.

Monitoramento Aegro

Com o Aegro você pode fazer o monitoramento de forma digital. Peça uma demonstração grátis aqui

O monitoramento com mapas de danos pode ser feito digitalmente e diretamente na área pelos funcionários da fazenda e você ainda pode conferir quando e onde esse monitoramento foi realizado.

Após o monitoramento da cultura, você deve procurar qual o nível de controle para cada praga.

Quando a praga atingir o NC , você deve utilizar algum método de controle em sua lavoura para não ter perdas de produção.

Há várias publicações gratuitas que ajudam você a determinar quais as pragas podem ocorrer em sua lavoura.

Algumas publicações sobre as pragas da soja:

Artropodes soja

(Fonte: Embrapa)

Manual de Pragas Soja

(Fonte : Agrolink clique aqui para acessar)

Nesta publicação da Fundação MS, você encontra sobre a identificação da praga, seu ciclo de vida e o dano na cultura.

A identificação com foto da praga te ajuda a compreender seu comportamento e ver se há infestação desse inseto na sua lavoura.

falsa medideira

(Fonte: Fundação MS  clique aqui para acessar)

E também encontra o NC (Nível de Controle ou Nível de Ação de Controle), ou seja, qual a quantidade de insetos identificados no monitoramento indica que se deve fazer o controle.

falsa medideira

No caso da falsa-medideira, deve ser feito o controle quando for encontrado 40 lagartas grandes por pano de batida.

Você já identificou a praga e descobriu que a infestação está em nível de controle, mas qual método de controle utilizar?

7. Métodos de controle de pragas. Qual medida de controle utilizar?

Para determinar qual tipo de medida utilizar, você pode consultar publicações, como as relatadas acima, que além da descrição da praga também mostram quais os métodos de manejo.

E também consulte um engenheiro-agrônomo para a prescrição de algum produto.

Consultando o Agrofit , você consegue ver os produtos químicos e biológicos registrados para sua lavoura, a praga que o produto controla e a dose que deve ser utilizada do produto.

Você pode pesquisar os produtos por pragas (insetos, doenças e plantas daninhas), ingrediente ativo e produtos formulados.

8. Manejo integrado de pragas e doenças

Os principais fundamentos do MIP são os mesmos para controle de plantas daninhas e doenças.

Porém, existe também o manejo integrado utilizado para doenças, o qual é chamado deMID (manejo integrado de doenças).

Este tipo de manejo ainda é de pouca utilização para as doenças, em função do nível de dano econômico que ainda é difícil de ser medido.

Isso porque, na maioria das vezes, quando se identifica uma doença em campo, esta já causou perdas de produção.

Por isso, é difícil determinar qual é o nível de dano econômico para as doenças antes de ocorrer reduções de produtividade e, consequentemente, perdas econômicas.

Mas, já existem algumas pesquisas para  aperfeiçoar o MID.

Para a ferrugem da soja, foram monitorados os esporos do patógeno Phakopsora pachyrhizi, para determinar a presença precoce do fungo e determinar quando utilizar fungicidas para esta doença.

Conclusão

Voltando a pergunta inicial, como posso minimizar perdas por pragas? Primeiramente, realize o planejamento de sua lavoura.

O MIP faz parte deste planejamento.

Realizando o Manejo Integrado de Pragas, você saberá o momento certo de fazer o controle, reduzindo custo de produção e aumentando sua lucratividade.

Espero que você tenha muito sucesso com sua lavoura!

>> Leia mais:

Descubra como eliminar o besouro castanho

Tudo o que você precisa saber sobre controle da broca-das-axilas

Tem algum tipo praga tirando seu sono? Tem dúvidas sobre os fundamentos do manejo integrado de pragas? Adoraria ver seu comentário aqui embaixo.

Como fazer Manejo Integrado de Pragas (MIP) na cultura do milho

Manejo Integrado de Pragas em milho: Saiba como fazer esse manejo com as particularidades da cultura do milho e obtenha o controle eficiente dos insetos na lavoura.

Você acha que não dá certo o manejo integrado de pragas no milho? Ou que não conhece bem esse manejo e prefere “não arriscar”?

Neste artigo eu explico tudo o que você precisa saber para começar a fazer o Manejo Integrado de pragas na cultura do milho.

E tenho certeza que assim você conseguirá controlar as principais pragas agrícolas eficientemente, podendo até gastar menos.

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O tal do MIP e a cultura do milho

No MIP são utilizadas todas as técnicas de controle apropriadas, a fim de manter a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar danos econômicos.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) surgiu na década de 40 e voltou a tona com as infestações intensas da lagarta Helicoverpa spp., justamente nas lavouras de milho.

o que é MIP

Isso nos mostrou que uma única ferramenta de controle não é sustentável ao longo do tempo e pode até agravar a situação com o desenvolvimento de resistência a inseticidas.

Se você ainda não se convenceu sobre a importância do MIP, pense nele como um mecanismo para evitar a seleção de insetos resistentes.

O MIP é importante para todas as culturas, para o milho não seria diferente.

Muitas pragas atacam o milho e podem causar danos que podem devastar a lavoura, por isso a escolha integrada das ferramentas de controle são fundamentais.

Muitas informações interessantes sobre MIP você vai encontrar nesse outro texto: Tudo o que você precisa saber sobre Manejo Integrado de Pragas.

Como fazer o MIP?

Para fazer o MIP adequadamente entender alguns conceitos importantes:

  • Nível de dano econômico: acima desse nível de população da praga há danos econômicos para o produtor;
  • Nível de controle: é quando devemos fazer alguma medida de controle. É abaixo do nível de dano econômico, pois demora algum tempo para as medidas de controle darem resultados.
  • Monitoramento: a partir do monitoramento você identifica as pragas presentes na lavoura, e assim determina a necessidade ou não de se fazer o controle. E ainda qual a ferramenta deve ser utilizada.
nivel de dano economico

Saiba qual o nível de controle de cada praga e quando você deve aplicar, mantendo tudo organizado. Baixe a planilha gratuita clicando na figura a seguir!

Como começar o manejo integrado de pragas no milho?

Se você já percebeu os benefícios do MIP mas ainda não sabe por onde começar, não se preocupe.

Você não vai precisar gastar rios de dinheiro nem quebrar a cabeça para isso.

Fizemos um passo a passo para iniciantes nesse manejo:

1. Saiba os conceitos do MIP, especialmente de nível de dano econômico e nível de controle (que você viu nesse texto, logo ali em cima);

2. Conheça sua região: quais as pragas que são favorecidas pelo clima, solo e relevo que estou?

3. Conheça sua propriedade: mantenha um histórico das principais pragas que atacaram sua lavoura nas últimas safras;

4. Escolha cultivares de milho que sejam menos suscetíveis ao ataque dessas pragas da região e que costumam te causar problema na fazenda;

5. Faça o controle de plantas daninhas que também podem ser hospedeiras dessas pragas, como ervas daninhas;

6. Não faça duas safras de milho consecutivas na sua área;

7. Faça adubação verde, com diferentes espécies que não sejam atacadas pelas principais pragas da área;

8. Escolha antecipadamente e com calma os produtos que irá utilizar para o controle das pragas. Para isso, faça seu planejamento agrícola e planejamento financeiro;

9. Dentre os produtos, verifique se algum deles pode ser substituído por produto biológico, diversificando  os métodos de controle;

10. Durante a safra, faça monitoramentos frequentes e os guarde em local seguro;

11. Apenas aplique inseticidas quando a praga atingir o nível de controle (você verá mais a frente, ainda nesse texto, o nível de controle das principais pragas de milho);

12. Após aplicações de defensivos, os monitoramentos devem continuar, verificando se houve controle das pragas.

Para te ajudar nesses passos tenho alguns artigos que recomendo a leitura:

>> As perguntas (e respostas!) mais frequentes sobre manejo integrado de pragas

>>Tudo o que você precisa saber para fazer sua lista de defensivos agrícolas na pré-safra

monitoramento-georreferenciado-aegro

Com o Aegro, seu monitoramento de pragas é georreferenciado e guardado com segurança, sem perda de dados ou confusão de não saber ao certo qual talhão foi feito o monitoramento

3 Principais pragas da cultura do milho e seu nível de controle

Bom já falamos do nível de controle, monitoramento e identificação das pragas. Mas quais são as principais pragas da cultura o milho? E quais seus níveis de controle?

Neste artigo listamos as mais importantes e principais pragas do milho. Além de trazer ótimas informações sobre o controle das mesmas.

Abaixo você também pode conferir, dentro do ciclo da cultura, quando as pragas infestam e qual o nível de controle para cada uma delas:

manejo integrado de pragas no milho

Aqui vou destacar 3 importantes pragas!

Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)

A cigarrinha-do-milho mede de 3,7 a 4,3mm de comprimento, tem o corpo de coloração amarelo-pálida e possui as asas semitransparentes.

cigarrinha-do-milho

(Fonte: Epagri)

Ela transmite os agentes causais do enfezamento-pálido (espiroplasma), do enfezamento-vermelho (fitoplasma) e da virose-da-risca.

Os enfezamentos reduzem a absorção de nutrientes pelas plantas, por consequência redução na produtividade, ou seja, prejuízo.

Ainda não foi estabelecido ao certo seu nível de controle, mas como esse inseto é vetor de doenças, a tolerância dele na lavoura é baixa.

Para você saber as principais medidas de controle, além de uma planilha exclusiva com todos os produtos químicos e biológicos recomendados para a cigarrinha-do-milho.

Lagarta-do-cartucho do milho (Spodoptera frugiperda)

Uma das principais pragas da cultura do milho, e pode reduzir a produção entre 34 e 52%.

Este inseto pode atacar mais de 100 culturas, entre elas sorgo, soja, arroz, algodão, soja, pastagem, etc.

lagarta-do-cartucho

(Fonte: Epagri)

Apresenta colorações variadas, podendo ser parda, esverdeada e até preta.

Essa lagarta tem quatro pontos escuros e proeminentes no dorso do penúltimo segmento abdominal, que formam os vértices de um quadrado, facilitando seu reconhecimento.

A lagarta-do-cartucho penetra no colmo, criando galerias, o que provoca um sintoma conhecido por “coração morto”, que ocorre por causo do dano no ponto de crescimento da planta.

Monitoramento e controle da lagarta-do-cartucho

Saiba passo a passo como fazer:

  1. Vistoriar semanalmente pelo menos 20 plantas em cinco locais diferentes em cada talhão da lavoura;
  2. Faça essas vistorias até 60 dias depois da emergência do milho;
  3. Até 30 dias depois da emergência, essa praga deve ser controlada quando 20% das plantas estiverem infestadas;
  4. Dos 40 aos 60 dias, aplique inseticidas com 10% de plantas infestadas.

Principais formas de controle da lagarta-do-cartucho:

Você pode ver os métodos de controle em detalhes neste artigo: “Não cometa erros no manejo: 5 métodos de controle da lagarta-do-cartucho”

Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis)

pulgão-do-milho

(Foto: Epagri)

O pulgão-do-milho mede de 0,9 a 2,6mm de comprimento, possui antenas e pernas de coloração preta e o corpo com cores variando de verde-amarelada à azul-esverdeada.

Possui grande importância nos campos de produção de sementes.

Como dano direto, suga a seiva e libera um líquido em que se desenvolve fumagina.

A fumagina diminui a fotossíntese e reduz a liberação de pólen, o que provoca falhas na polinização.

Monitoramento e controle do pulgão do milho:

  1. Fazer 5 amostragens de 20 plantas a cada 10 ha de lavoura;
  2. Avalie com nota zero (0) as plantas sem pulgões;
  3. Avalie com nota 1 quando existirem até 100 pulgões por planta;
  4. Avalie com nota 2 para aquelas plantas com mais de 100 pulgões;
  5. Aplique inseticidas quando pelo menos 50% das plantas estiverem com nota 2, e apenas até a fase de pendoamento do milho.

Embora seja recomendado em alguns casos o tratamento de sementes, em geral, esse método de controle não é muito eficaz.

Isso porque os maiores danos são observados no período de pendoamento da cultura.

Algumas medidas de controle se mostram mais eficientes, como a escolha de cultivares menos suscetíveis ao ataque de pulgões e pulverizações de inseticidas de V4 a VT (pendoamento).

MIP e milho Bt

O milho Bt é aquele transformado geneticamente e que expressa as toxinas da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt).

Essa toxina tem efeito inseticida para várias pragas, como a lagarta-do-cartucho que comentamos aqui.

O milho Bt foi aprovado no Brasil em 2008/2009, permitindo a uma diminuição, nos primeiros anos de uso, da aplicação de inseticidas para o controle de pragas do milho.

No entanto, hoje são necessários outros métodos de controle, realizando o Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Isso para assegurar que essa tecnologia funcione e não seja perdida por desenvolvimento de resistência.

Se você quer saber mais sobre pragas resistentes veja: “5 pragas agrícolas resistentes a defensivos agrícolas e como combatê-las”.

Para isso, devemos fazer áreas de refúgio para plantas Bt.

Para saber mais sobre área de refúgio para plantas Bt e como fazer, confira nosso artigo: Tudo o que você precisa saber sobre área de refúgio para plantas Bt [Infográfico]

área-de-refúgio

Conclusão

O controle químico é uma fenomenal ferramenta de controle, e é a prática mais adotada na safra ou safrinha do milho, pela facilidade e visualização rápida do controle.

Contudo, não podemos utilizar só esse método de controle.

Isso causa desequilíbrios e desenvolve a resistência dos insetos aos defensivos agrícolas.

O MIP é um conjunto de medidas que faz o controle de pragas ser ainda mais eficiente, e você pode até gastar menos devido ao menor uso de inseticidas.

Aqui você aprendeu como começar a fazer o manejo integrado de pragas no milho em passos simples e muito eficazes, além de conhecer os principais conceitos desse manejo.

Agora é só colocar tudo isso na prática da lavoura!

O artigo foi útil para você? Tem alguma dúvida sobre Manejo Integrado de Pragas no milho? Deixe seu comentário!

Tudo o que você precisa saber na pré-safra sobre as principais pragas de milho e sorgo

Conheça agora as principais pragas do milho e fique atento na Pré-safra. Não deixe sua produtividade do milho safrinha cair.

Você já entrou na lavoura e notou alguma coisa errada, como folhas comidas e plantas tombadas? Ao ver esses danos, você já sabia qual era a praga e como controlar?

É comum não reconhecer o inseto, ou não saber o melhor controle para combatê-lo.

A pré-safra é o momento ideal para conhecer um pouco mais sobre essas pragas, e melhorar seu diagnóstico da lavoura.

Assim você evita perdas de produção do milho.

E olha que pragas podem causar muitas perdas! No milho pode chegar até a 91%.

Principais pragas do milho: Pragas iniciais

Tanto na cultura do milho como na de sorgo, vamos ter pragas no início do ciclo. São aquelas pragas que você nem bem semeou a cultura e já estão dando trabalho!

Agora confira as principais pragas iniciais e como combatê-las:

1. Corós

Os corós estão presentes nas lavouras de milho e de sorgo, com maior ocorrência nos meses de outubro, novembro e dezembro.

As larvas se alimentam do sistema radicular das plantas, o que gera falhas nas linhas de plantio.

O principal manejo é com inseticidas, mas você pode realizar outras técnicas que colaboram para o manejo.

As principais técnicas que auxiliam na redução dos níveis populacionais dos corós são:

  • preparo antecipado da área;
  • eliminação de hospedeiros alternativos e plantas voluntárias (como plantas daninhas);
  • destruição dos restos de cultura após a colheita.
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A foto da esquerda mostra o Coró, e a da direita o dano causado em plantas de milho.

( Fonte: 3rlab)

2. Larva-arame

A larva-arame (Conoderus spp., Melanotus spp.) ataca as sementes após a semeadura e o sistema radicular da planta. Já adianto que essa praga também pode ser encontrada na cultura do sorgo.

Seu controle pode ser feito pelo tratamento com inseticidas fosforados sistêmicos, registrados para as culturas. Mas também, pode ser feito através de uma boa drenagem da camada agricultável do solo, pois força a larva a aprofundar-se, reduzindo o dano no sistema radicular.

A rotação de culturas também é eficaz para redução dos níveis populacionais;

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Larva-arame

( Fonte: Sistemas de Produção Embrapa)

3. Lagarta-rosca

As lagartas reduzem o número de plantas por metro linear, uma vez que cortam as plantas rentes ao solo. Mais uma dica aqui: essa praga também é encontrada na cultura do feijão!

lagarta-rosca

Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

(Fonte: Agrolink)

lagarta-rosca-adulto

Inseto adulto de lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

( Fonte: Unesp)

Para o controle dessa praga é importante fazer o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos.

Também é fundamental a eliminação antecipada de plantas invasoras, já que as mariposas preferem ovipositar em plantas ou restos culturais ainda verdes.

4. Lagarta-elasmo

Essa praga causa prejuízos entre os estádios V1 e V8, aproximadamente.

lagarta-elasmo

(Fonte: Pioneer)

A lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) também está presente nas culturas do sorgo e do feijão. A ocorrência dessa praga está associada à períodos de estiagem no início da cultura. Além disso, fique mais atento a áreas de solos arenosos e com palha, que podem favorecer a praga.

5. Larva alfinete

A larva-alfinete (Diabrotica speciosa) tem grande importância na cultura do milho, estando presente também na cultura do sorgo.

Esse inseto ataca o sistema radicular, o que deixa a planta mais suscetível ao acamamento, o que provoca o sintoma conhecido por “pescoço de ganso”.

larva-alfinete-pescoço-de-ganso

(Fonte: Monsanto, Rafael Veiga – TD Cerrados Oeste)

Na fase adulta, o inseto alimenta-se de muitas culturas como, por exemplo, o feijão e a soja. Mas para colocar seus ovos preferem gramíneas como o milho e o sorgo.

ciclo larva alfinete

(Fonte: Monsanto)

As principais medidas de controle para larva-alfinete são:

  • eliminação de restos culturais;
  • uso de inseticidas granulados ou em pulverização no sulco de plantio.

O controle biológico com os fungos Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e Paecilomyces lilacinu é uma ótima alternativa e pode ser utilizado em conjunto com o método químico.

planilha de planejamento da safra de milho

Principais pragas do milho: pragas da parte aérea

6. Lagarta-do-cartucho

A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) é uma das principais pragas do milho, causando grandes perdas, e também encontradas na cultura do sorgo.

A lagarta-do-cartucho penetra no colmo, criando galerias, o que provoca um sintoma conhecido por “coração morto”, que ocorre por causo do dano no ponto de crescimento da planta.

Essa lagarta pode causar redução de rendimento de 17% a 55,6%.

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Sintomas de “coração morto” em plantas de milho atacadas por lagarta-do-cartucho

(Fonte: Agricultura no Brasil)

A principal forma de controle da lagarta-do-cartucho é através da aplicação de inseticidas.

Mas existe também um importante inimigo natural dessa praga, a “tesourinha” (Doru luteipes), que preda ovos e lagartas pequenas.

A lagarta-do-cartucho pode também atacar as espigas causando grandes danos.

7. Lagarta-da-espiga do milho

A lagarta-da-espiga do milho (Helicoverpa zea) é outra importante praga do milho que também ataca o sorgo.

lagarta-da-espiga

(Fonte: 3rLab)

O controle químico através de inseticidas para o manejo de lagarta-da-espiga não é muito eficiente, já que a larva está protegida na espiga.

Uma das alternativas para o manejo é o controle biológico, com o uso de parasitoides e predadores, como a tesourinha (Doru luteipes).

A tesourinha deposita seus ovos nas camadas de palha da espiga e tanto a forma jovem quanto os adultos se alimentam dos ovos e das pequenas larvas da praga. Uma tesourinha pode consumir aproximadamente 42 ovos por dia .

Os ovos da lagarta-da-espiga também podem ser parasitados por Trichogramma, sendo outra forma eficiente de controle biológico. 

8. Broca-da-cana

A broca-da-cana (Diatraea saccharalis) está presente na cultura do milho e sorgo, atacando desde V6 até o final do ciclo.

broca-da-cana

(Fonte: Agranja)

Segundo a Embrapa, o controle pode ser feito do mesmo modo como é feito em cana-de-açúcar, através da liberação do parasitoide de ovos Trichogramma spp. ou através do parasitóide de larva, a vespa Cotesia flavipes.

Mais informações sobre a broca-da-cana podem ser verificadas nesse folder da Embrapa.

9.Pulgão

Os maiores danos do pulgão no milho (Rhopalosiphum maidis) são vistos durante o seu pendoamento, sendo também presente na cultura do sorgo.

Os danos mais expressivos são observados em altas infestações, especialmente quando as culturas estão em estresse hídrico, ou ainda quando há fonte de inóculo nas proximidades.

No caso do sorgo há ainda uma outra espécie conhecida por pulgão-verde (Schizaphis graminum), infestando a cultura desde a emergência das plantas até a maturação dos grãos.

O inseto suga seiva das folhas e introduzem toxinas que provocam bronzeamento e morte da área afetada.

Ainda  pode transmitir o vírus do mosaico da cana-de-açúcar, o que causa muitos danos ao sorgo.

pulgão-verda

Pulgão-verde

(Fonte: Sistema de Produção Embrapa)

O controle pode ser feito naturalmente pela chuva e inimigos naturais.

No entanto, você pode evitar a infestação pelo tratamento de sementes ou do solo com inseticidas sistêmicos seletivos aos inimigos naturais.

10. Percevejos

Os percevejos no milho podem atacar de forma severa no início da cultura. No entanto, esses insetos também se alimentam dos grãos em enchimento.

Isso pode causar danos econômicos elevados, reduzindo, segundo Embrapa, até 59,5% do peso dos grãos e mais de 98% na germinação e vigor das sementes.

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(Fonte: Pioneer)

Os percevejos estão muito presentes no final do ciclo da soja e após a colheita eles buscam fontes alternativas de alimento, como as plantas daninhas. Por isso, um dos principais manejos para esta praga é iniciar o plantio no limpo.

A boa dessecação antecipada irá ajudar a reduzir a população de percevejos na área.

As duas principais espécies são o percevejo marrom e o percevejo barriga-verde.

As principais medidas para o manejo são o tratamento de sementes e o monitoramento da área.

Segundo Kaminski (2014), se houver infestação elevada até V3 deve ser feito o controle, pois os danos podem ser desastrosos.

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Danos causados por percevejos em milho

Fonte: Pioneer

Na cultura do sorgo, os percevejos atacam as panículas. No caso, há dois grupos principais:

  • Percevejos grandes: percevejo-gaúcho (Leptoglossus zonatus), percevejo-verde (Nezara viridula) e percevejo-pardo (Thyanta perditor);
  • Percevejos pequenos: percevejo-do-sorgo (Sthenaridea carmelitana) e percevejo-chupador-do-arroz (Oebalus spp.).
percevejo-sorgo

Percevejo-do-sorgo

(Fonte: Discover Life)

O controle pode ser biológico é feito por parasitoides de ovos. Já o controle químico é limitado pela dificuldade de entrar com o trator no campo.

É recomendado utilizar pulverização aérea quando o monitoramento indicar 1 percevejo a cada 10 plantas. O controle dos percevejos pode ser feito com inseticidas fosforados ou carbamatos.

11. Helicoverpa armigera

Por fim, não podemos deixar de falar da Helicoverpa armigera.

helicoverpa-armigera

(Fonte: Bayer)

Essa praga causou grande preocupação entre os produtores de soja, milho e algodão.

Seu principal controle é através do manejo integrado de pragas, utilizando cultivares geneticamente modificadas que expressam a toxina Bt, inseticidas biológicos e químicos, que sejam seletivos aos inimigos naturais.

Prepare-se para combater as principais pragas de milho

Monitorar e combater as pragas é uma parte do planejamento agrícola. Para sair conforme o esperado e você ter sucesso na lavoura, o trabalho começa bem antes da semente estar no campo.

Para você ter uma safra sem prejuízos, leia mais sobre planejamento agrícola nestes artigos.
Diminua seus custos com um planejamento agrícola bem feito
Você sabe onde está o gargalo do seu planejamento agrícola?
9 aplicativos para planejamento agrícola que você deveria conhecer

Principais pragas do milho e seu controle

Medidas gerais de controle de pragas

É claro que as pragas tem suas particularidades, e você já viu sobre elas ao decorrer do texto.

Mas há medidas fundamentais para combater todas essas pragas:

1) histórico e monitoramento das pragas na área;

2) rotação de culturas;

3) dessecação antecipada;

4) tratamento de sementes;

5) escolha da tecnologia Bt (no Brasil possível para as culturas de milho, algodão e soja);

6) uso de defensivos agrícolas para pragas do milho.

Além disso, disponibilizamos gratuitamente uma planilha para você fazer seu MIP: saiba qual o Nível de Controle de cada praga e quando você deve aplicar, mantendo tudo organizado. Clique na figura a seguir para baixar!

Conclusão

Saber o histórico da sua área é essencial para fazer o planejamento durante a pré-safra.

Você pode tomar algumas medidas de manejo já na pré-safra, como controle de plantas daninhas, eliminação de restos culturais e verificação das principais pragas da área pelo histórico.

Agora que você já viu os sintomas e quais são as medidas de controle para as principais pragas do milho e sorgo, é só não descuidar de sua lavoura!

Monitore com frequência, faça seu planejamento e aplique todo seu conhecimento!

>> Leia mais:

“Safra de milho: conheça as previsões para 2022/23”

Gostou do texto? Restou alguma dúvida? Ou tem outras dicas sobre o manejo das principais pragas do milho e sorgo? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Tudo o que você precisa saber sobre tecnologia Bt e área de refúgio

Atualizado em 07 de outubro de 2020.
Tecnologia Bt: entenda sua importância e a resistência a insetos, saiba como implementar a área de refúgio em sua fazenda e outras dicas de manejo.

As áreas de refúgio são fundamentais caso você utilize a tecnologia Bt.

Essa prática, inclusive, é obrigatória por lei, como medida fitossanitária para o manejo da resistência de insetos.

Mas o que é exatamente a tecnologia Bt e como funciona a seleção de resistência de pragas a ela?

Você sabe por que é preciso fazer uma área de refúgio e como implantá-la na sua fazenda? Confira essas e outras informações a seguir:

Tecnologia Bt: plantas transgênicas

A tecnologia Bt confere às plantas a capacidade de resistir a determinados insetos-praga. Isso é feito por meio da biotecnologia, com inserção de genes da bactéria Bacillus thuringiensis, que produz uma proteína tóxica para alguns insetos.

A adoção de plantas transgênicas em culturas de interesse agronômico, como milho, soja e algodão, vem ganhando mercado dia a dia, principalmente pela praticidade em seu manejo. 

De acordo com a Céleres, a taxa de adoção de organismos geneticamente modificados passou de 9,2 milhões de hectares na safra 2005/06 para 53,1 mi/ha na safra 2019/200. 

gráfico de adoção da biotecnologia agrícola no Brasil por cultura/milhões de hectares (algodão, milho e soja)

Adoção da biotecnologia agrícola no Brasil por cultura/milhões de hectares
(Fonte: Céleres)

Para o milho, por exemplo, a projeção de uso de plantas transgênicas é de 88,9%, a maioria resistentes a insetos. 

Essa alta adesão das variedades transgênicas se deve à maior eficiência, facilidade, otimização de operações, entre outros que você já conhece.

As plantas com tecnologia Bt conferem resistência a insetos. No Brasil, temos sementes Bt para milho, soja e algodão, sendo a cultura do milho Bt a mais utilizada se comparada a outros países.

As tecnologias Xtend® e Enlist®, que devem chegar ao campo nas próximas safras, trarão novas proteínas de resistência a insetos.

Isso irá expandir a variedade de pragas e lagartas controladas pela tecnologia Bt, tanto em milho quanto em soja.

Principais pragas controladas pela tecnologia Bt

As principais pragas agrícolas controladas pelas plantas Bt de soja, milho e algodão são:

  • Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis);
  • Falsa-medideira (Chrysodeixis includens, Rachiplusia nu, Trichaplusia ni);
  • Vaquinha (Diabrotica speciosa);
  • Broca-das-axilas (Crocidosema aporema);
  • Lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens); 
  • Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus); 
  • Helicoverpa (Helicoverpa spp., incluindo a lagarta-da-espiga H. zea);
  • Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon);
  • Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda);
  • Lagarta curuquerê (Alabama argilacea);
  • Lagarta-rosada (Pectinophara gossypiella);
  • Spodoptera (Spodoptera eridania Spodoptera cosmioides);
  • Broca-do-colmo (Diatrea saccharalis).

O primeiro evento de milho transgênico resistente a insetos foi aprovado no Brasil em 2007, o qual expressa a proteína CryAb de Baccillus thuringiensis Berliner. Devido a isso, o nome “Bt”.

De lá para cá, outros eventos foram lançados e alguns devem sair nos próximos meses.

Para quem não se recorda, o termo “evento” significa  evento de transformação genética e vem do processo de obtenção de uma planta transgênica.

Nesse processo, cada planta produzida é denominada “evento de transformação genética” e é o resultado de uma única célula vegetal, na qual ocorreu a inserção do gene de interesse.

O gene que é introduzido na planta, produz a proteína com ação inseticida. Assim, os insetos morrem ao comer as plantas Bt que expressam essas proteínas inseticidas.

A partir do evento selecionado, é feita a multiplicação das plantas transformadas e, depois, suas sementes transgênicas são comercializadas.

Resistência de insetos à tecnologia Bt

Devido à alta adoção dessa tecnologia, muitas vezes sem as regras de segurança, pode haver resistência de pragas. Esse é o principal risco para a tecnologia.

Algumas práticas para que a resistência não se desenvolva já vêm ocorrendo por parte do melhoramento genético, como expressão de altas doses dessas proteínas inseticidas. 

Também há a incorporação de mais de um gene que expressa mais de uma proteína inseticida na planta (estratégia de “pirâmide de genes”).

Mas essas estratégias só vão dar resultado se o produtor também fizer sua parte, adotando as áreas de refúgio.

Na condição de cultivo em um país tropical como o Brasil, é possível plantar o ano inteiro. Isso faz com que exista alimento para os insetos o ano todo, possibilitando seu desenvolvimento contínuo.

Para piorar, as altas temperaturas possibilitam várias gerações ao ano, o que torna mais rápido o aparecimento de insetos resistentes.

S. frugiperda é o inseto com maior potencial para desenvolver resistência às toxinas Cry1Ab e Cry1F expressas em milho Bt; e Cry1Ac, Cry2Ab2 e Cry1F, expressas em algodão Bt. Uma das razões é sua alta taxa de reprodução.

Inúmeros estudos buscam entender a seleção de resistência das pragas a organismos geneticamente modificados.

Conforme pesquisa da Universidade Federal de Lavras, o processo de transmissão da proteína Bt pode ocorrer ainda nos ovos dos insetos. Pesquisadores da Esalq/USP e UFV, também comprovaram o potencial de evolução da resistência da lagarta-do-cartucho ao milho Yieldgard VT PRO.

Portanto, se nenhuma estratégia para manejo da resistência for adotada na lavoura, a seleção persistente de insetos resistentes será inevitável.

Se você usa tecnologia Bt, coloque a realização de áreas de refúgio em seu planejamento agrícola. Oriente seus vizinhos a utilizar a área de refúgio também, pois caso ele não utilize, pragas resistentes podem entrar em sua propriedade.

checklist planejamento agrícola Aegro

O que é área de refúgio para plantas com tecnologia Bt?

A área de refúgio nada mais é que o plantio de uma área da lavoura sem a tecnologia Bt. Na prática, você deve dividir sua lavoura em uma parte com tecnologia Bt e outra sem tecnologia.

Contudo, os dois híbridos devem apresentar o mesmo porte e ciclo vegetativo.

Essa área tem como objetivo evitar o desenvolvimento de insetos resistentes à tecnologia Bt – e para isso realmente funcionar a área deve seguir algumas regras.

Por isso, separei algumas informações para a implantação da área de refúgio em sua fazenda.

Como implementar uma área de refúgio?

Quando você utiliza uma tecnologia Bt, a área de refúgio é fundamental. Inclusive, essa prática é regulamentada pela Instrução Normativa nº 59, de 19 de dezembro de 2018.

Caso você não utilize o refúgio, pode ser penalizado, pois é medida fitossanitária para evitar o manejo da resistência de pragas.

Por isso, tenha cuidado na escolha do híbrido que vai utilizar com e sem tecnologia. Como já citei, eles devem apresentar algumas características semelhantes.

Outro ponto importante é a distância, pois a área de refúgio não deve estar a mais de 800 m de distância das plantas transgênicas.

Esta é a distância máxima verificada pela dispersão dos adultos de insetos no campo para que se tenha os cruzamentos de adultos sobreviventes da lavoura Bt com insetos da área de refúgio.

Para obedecer à regra, você pode realizar o plantio dos híbridos sem a tecnologia de duas maneiras:

imagem que mostra a implantação da tecnologia bt sendo A) Plantio realizado em faixas ou no perímetro da lavoura; B) Em áreas irrigadas com pivô, o plantio pode ser realizado em faixas ou em parte da área

Como implementar o refúgio: A) Plantio realizado em faixas ou no perímetro da lavoura; B) Em áreas irrigadas com pivô, o plantio pode ser realizado em faixas ou em parte da área
(Fonte: adaptado de Embrapa Milho e Sorgo)

Assim, as áreas de refúgio servem como reservatório de insetos suscetíveis à tecnologia Bt.

Qual o tamanho da área de refúgio?

Para determinar o tamanho da área de refúgio em sua propriedade, o primeiro passo é consultar qual evento foi utilizado.

A empresa detentora da tecnologia Bt irá indicar qual a porcentagem da área deve ser de refúgio, conforme indica a legislação.

Normalmente, a indicação é de 20% para soja, cana-de-açúcar e algodão, em média, e de 5% a 10% para milho.

Fique atento à recomendação no momento da compra de suas sementes.

Refúgio e resistência na lavoura de milho

A utilização de áreas de refúgio em milho é fundamental para a manutenção da tecnologia Bt e para evitar possíveis casos de resistência.

Inúmeros estudos comprovam a eficiência da utilização de áreas de refúgio no milho em áreas que utilizam a tecnologia Bt.

Contudo, já observamos a quebra de resistência à proteína Cry1F.

Essa possível perda da tecnologia pode ser oriunda de lavouras que desrespeitaram a lei e não utilizaram corretamente as áreas de refúgio. Ou pode ter havido negligência no momento da instalação da área.

Um exemplo, é a lagarta-do-cartucho do milho resistente à proteína Cry1F.

Para evitar possíveis outros casos de resistência no milho, pesquisadores alertam produtores a realizar o MIP (Manejo Integrado de Pragas), a instalação da área de refúgio corretamente e realizar constantemente o monitoramento de sua lavoura.

Dicas para o manejo em áreas de refúgio para plantas Bt

As áreas de refúgio para plantas com tecnologia Bt devem ser conduzidas como toda a lavoura convencional, com o uso de fertilizantes, pulverizações de herbicidas, fungicidas e inseticidas.

O controle de pragas na área de refúgio pode ser feito por vários métodos, exceto com a utilização de bioinseticidas à base de Bt.

Separei algumas dicas que podem lhe auxiliar no manejo de sua área de refúgio:

  • elimine plantas daninhas, pois elas podem ser hospedeiras de pragas resistentes;
  • realize o monitoramento de pragas constantemente, isso irá facilitar o manejo;
  • evite a aplicação constante de inseticida. Quanto maior o número de aplicações, menor sua efetividade para evitar o desenvolvimento de resistência dos insetos;
  • realize a rotação de culturas;
  • realize o Manejo Integrado de Pragas, evitando fazer apenas um tipo de controle.

Conclusão

A utilização da área de refúgio é fundamental para manutenção da tecnologia Bt e para evitar possíveis casos de resistência em sua fazenda.

Nesse artigo, falamos sobre a tecnologia Bt e as pragas controladas por ela. Mostramos ainda a importância da área de refúgio e como implantá-la em sua propriedade.

Lembre-se que, apesar do processo de seleção de populações resistentes ocorrer dentro de cada propriedade, os insetos se dispersam por toda a região, fazendo com que os prejuízos sejam para todos.

Assim, mesmo que na sua fazenda você tenha implantado áreas de refúgio e realizado o MIP, se os seus vizinhos ainda não estão fazendo isso, você também poderá ter problemas.

Por isso, é preciso da compreensão de todos e a ação conjunta!

Você utiliza sementes com a tecnologia Bt? Restou alguma dúvida sobre área de refúgio? Deixe seu comentário!

Atualizado em 07 de outubro de 2020 por Rayssa Fernanda dos Santos
Agrônoma pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestra em fitotecnia pela Esalq/USP, doutoranda em agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), ênfase em produção vegetal, e com MBA em Marketing.

As perguntas (e respostas!) mais frequentes sobre Manejo Integrado de Pragas na soja

O Manejo Integrado de Pragas na soja é uma técnica que já demostrou seus resultados. Ela reduz e otimiza custos.

O MIP pode ser aplicado em qualquer tipo cultura, desde que feito da maneira correta. Neste artigo iremos abordar as principais perguntas e respostas sobre MIP.

Você sabia que o manejo integrado de pragas pode reduzir em 50% a aplicação de defensivos?

O Brasil utilizou em aproximadamente 140 milhões de litros de inseticidas na safra 2013-2014, o que tem um custo de US$ 2,5 bilhões e isso só para a cultura da soja.

Um estudo realizado pela Embrapa mostra que é possível reduzir o número de aplicações quando se adota o MIP.

manejo integrado de pragas na soja

(Fonte: Embrapa)

Já sabemos que a prática de MIP ajuda a reduzir custos, o que contribui para aumentar a renda do produtor.

Mas…

>> Veja sobre custos aqui:  Entenda os custos de produção agrícola e esteja no comando de sua fazenda

Como integrar o manejo integrado de pragas na soja na minha lavoura?

Primeiramente vamos definir o conceito.

O MIP é a utilização de diversas práticas que facilitam o manejo de pragas, como, por exemplo:

  • Controle químico: uso de inseticidas, herbicidas, fungicidas, acaricidas, entre outros;
  • Agentes biológicos: uso de predadores e inimigos naturais;
  • Inseticidas naturais;
  • Rotação de culturas;
  • Nutrição adequada das plantas;
  • Variedades resistentes; etc.

Às vezes não sabemos, mas já adotamos parte do MIP na nossa lavoura através do uso de alguma dessas práticas.

Para saber mais sobre MIP leia este artigo aqui: Tudo o que você precisa saber sobre Manejo Integrado de Pragas [Infográfico]

bases-e-pilares-do-MIP

De qualquer maneira, é fundamental fazer o monitoramento da área ao longo de todo o ciclo da cultura, assim você pode montar o histórico da sua área.

>> Veja mais aqui: Manejo integrado de pragas: 8 fundamentos que você ainda não aprendeu

Como monitorar?

Ao longo do ciclo da cultura você vai notar a  predominância de algumas pragas de acordo com o ciclo da cultura.

No caso da soja você deverá se atentar em quatro fases, a figura abaixo resume o que é mais provável de se encontrar em cada fase da cultura.

manejo integrado de pragas na soja

Se você tem problemas também com ferrugem-asiática na soja saiba como combatê-la lendo este artigo.

>> 9 curiosidades que você não sabe sobre ferrugem-asiática da soja e como combatê-la

Para a cultura do milho a figura abaixo ilustra as principais pragas agrícolas que podem ser observadas durante o ciclo.

Este calendário pode te ajudar a identificar e Como fazer manejo integrado de pragas (MIP) na cultura do milho

manejo-integrado-de-pragas-no-milho

Falando em milho, para saber como conseguir produtividades incríveis veja este artigo:

>> Como produzir 211 Sacas de Milho por hectare com Gestão Agrícola

No início da cultura, as pragas de solo vão ser mais recorrentes.

pragas-milho-inicio-cultura

(Fonte: Pionner)

Para você saber mais recomendo esses três guias ilustrados sobre as pragas nas culturas do milho e da soja.

Pragas da soja no brasil e seu manejo integrado

Como realizar o monitoramento?

O ideal é que o monitoramento seja feito em todas as fases do ciclo da cultura.

Um método muito utilizado é a batida de pano.

manejo integrado-de-pragas pano de batida
  1. Para isso você precisará de um pano com um metro de largura por um metro de comprimento;
  2. Estenda o pano na entrelinha da cultura;
  3. “Chacoalhe” as plantas;
  4. Conte os insetos que estão no pano.

Simples, fácil e eficiente, não é mesmo?

Nessa ficha da Embrapa dá para monitorar, acompanhar e definir se já atingiu o nível de controle.

Mas preencher fichas quase que semanalmente, interpretá-las e guardá-las em local seguro além de díficil, o monitoramento se torna confuso.

Com um software de gestão agrícola você tem tudo isso de forma organizada e salva seguramente.

aegro-monitoramento

Até aqui vimos como fazer o monitoramento e como identificar as pragas, mas e a tomada de decisão?

Quando e como devo tomar a decisão?

A decisão de controle deve ser baseada no nível de dano econômico. E este vai depender de qual e quanto de inseto (ou dano na cultura por aquele inseto) foi encontrado no monitoramento.

Pragas agrícolas com maior potencial de dano à lavoura requerem mais cuidados e por isso menores são os valores de nível de controle.

A Escala Davis nos ajuda a quantificar os danos causados pelas pragas. Vamos ver o exemplo abaixo para lagarta-do-cartucho:

Boas-Praticas-Escala-Davis

(Fonte: Biogene)

Se você tem problemas com a lagarta-do-cartucho na sua lavoura, saiba que você pode estar correndo um certo risco. Monitore e planeje o controle desta praga.

Mas afinal, o que é nível de dano econômico e nível de controle?

Como podemos ver na figura abaixo o controle deve ser feito sempre que a densidade do inseto for maior que o nível de controle.

Assim evita-se que atinja o nível de dano econômico no qual ocorrerá prejuízos a produtividade.

aegro-manejo-integrado-de-pragas-na-soja

O próprio monitoramento ou o uso de armadilhas com feromônios ajuda a avaliar a flutuação populacional da praga.

Os feromônios são sinalizadores químicos e podem ser classificados em três técnicas:

  • coleta massal: grande quantidade de insetos é atraída para a armadilha o que contribui para a redução da população;
  • atrai-e-mata: aqui é utilizado um inseticida e o feromônio, o inseto é atraído e entra em contato com o produto;
  • confusão sexual: ocorre a liberação de feromônio naquele ambiente o que impede do macho encontrar a fêmea para o acasalamento, resultando na queda da população de insetos.

Agora que você identificou, monitorou a praga e decidiu (pelo nível de dano econômico) que tem que controlar a praga…

>> Reduza drasticamente suas aplicações utilizando o Manejo Integrado de Pragas

Qual método de controle de manejo integrado de pragas utilizar?

Todos os manejos são bem-vindos, desde a aplicação de inseticidas até o controle biológico.

dano-economico-e -praticas

(Fonte: Entomol)

A tomada de decisão deve estar aliada ao inseto presente na lavoura e a sua densidade populacional. Assim, consegue-se decidir pelo método de controle mais adequado.

pragas-soja

(Fonte: Canal Rural)

O controle biológico é um dos métodos utilizados no manejo integrado de pragas.

Trata-se do uso de fungos, bactérias e insetos produzidos em laboratório para combater as pragas e doenças no campo.

O uso dos chamados biodefensivos está crescendo em média 15% ao ano e tem previsão de ter uma participação de 10% no setor até o ano de 2026.

O Trichogramma sp. é uma vespa que parasita ovos de muitos insetos considerado pragas.

tricograma

(Fonte: Frutíferas)

As cartelas com os ovos da vespa (Trichogramma sp.) são colocadas nas plantas assim que se observa a presença de mariposas-praga na área.

Sabe qual a melhor parte? O custo é de 30 a 45% mais barato que o controle químico.

A Helicoverpa armigera nas últimas safras foi a praga que mais causou preocupação dentre os produtores, principalmente nas culturas de soja, milho e algodão.

helicoverpa-armigera

(Fonte: AMTec Bio-agrícola)

O melhor método para manejar a Helicoverpa armigera é o cultural, tornando o ambiente desfavorável para a praga e favorável aos inimigos naturais de pragas agrícolas.

O ideal é realizar a rotação de cultura e destruir as plantas voluntárias, pois assim evita-se que a praga tenha acesso constante ao alimento.

O método físico também pode e deve ser utilizado, este consiste no uso de armadilhas e iscas.

cultura-armadilha

(Fonte: AMTec Bio-agrícola)

O manejo com culturas armadilhas é fácil de fazer, confira o passo a passo:

  1. Plantamos a cultura principal e nas áreas laterais a cultura armadilha (certifique-se de que seja uma cultura hospedeira da praga);
  2. Na cultura armadilha pode ser aplicado açúcar ou feromônio)
  3. Os insetos adultos vão preferir fazer a oviposição na cultura armadilha;
  4. Antes das lagartas atingirem a fase de pupa faz-se o controle, que pode ser realizado através do manejo biológico com Bacillus thuringiensis (Bt).

A bactéria Bacillus thuringiensis (Bt) pode ser utilizada como bioinseticida ou como plantas transformadas expressando toxinas.

Lembre-se também, que além dos métodos de controle, você pode aliar o uso de plantas atrativas a inimigos naturais.

Assim consegue-se manter o equilíbrio do ambiente e atrair inimigos naturais dos insetos pragas.

inimigos-naturais

(Fonte: Insecta News)

>> Leia mais: “As melhores formas de controle para cigarrinha-das-pastagens

Conclusão

O Manejo Integrado de Pragas na soja é essencial para quem almeja garantir produtividade na lavoura.

Muito métodos podem ser empregados como o uso de inseticidas, controle biológico e cultura.

Lembre-se de sempre rotacionar os mecanismos de ação dos inseticidas para evitar a pressão de seleção sobre as pragas.

Agora que você sabe a resposta das principais perguntas sobre o MIP vá ao trabalhe, utilize menos defensivos agrícolas e mantenha sua alta produtividade!

>> Leia mais:

“Como fazer um manejo efetivo de pragas do algodão”

Controle biológico das lagartas da soja

7 pragas de armazenamento de grãos para você combater

Gostou do texto? Tem mais perguntas? Ou tem outras dicas sobre o MIP? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda): como livrar sua lavoura dessa praga

Atualizado em 29 de agosto de 2022.

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda): saiba como identificar, quais culturas ela afeta, tipos de monitoramento e mais!

A lagarta Spodoptera frugiperda (ou lagarta-do-cartucho) é uma praga com grande potencial de dano agrícola. Ela é um inseto polífago, que se alimenta de diversas culturas, como milho, soja e algodão. Sua incidência nas lavouras cresce a cada ano.

Ela pertence à ordem Lepidoptera, e é uma espécie de mariposa que possui estágio de vida larval característico. Ela também pode ser conhecida como “armyworm” ou lagarta-militar, já que possui comportamento invasivo e em grande escala.

Além disso, a lagarta-do-cartucho é assim conhecida por atacar o cartucho (parte central) do milho, além de diversas outras partes dessa e de outras plantas.

Confira a seguir como identificar a lagarta-do-cartucho na sua lavoura, quais culturas ataca e quais estratégias e cuidados você deve ter para um controle eficiente. Confira!

Como identificar a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

O ciclo de vida da lagarta-do-cartucho inclui as fases de ovo, seis estágios de larva, pupa e fase adulta. Identificar a lagarta em cada uma dessas fases é essencial para evitar danos e conseguir realizar o controle o quanto antes.

Isso é possível através das características biológicas da lagarta em cada uma das fases do seu ciclo de vida. Veja esses detalhes a seguir:

Fase de ovo

Nessa fase, a lagarta-do-cartucho possui coloração verde-clara, logo após a oviposição pela mariposa. Após 12 horas, o ovo fica alaranjado, e a cor fica escura próximo ao momento da eclosão (em função da coloração da cabeça da lagarta).

Cada fêmea pode ovipositar até 1000 ovos. O período de incubação deles (até a eclosão) é entre 2 a 4 dias, a depender da temperatura (temperaturas mais altas aceleram o processo).

Fotos das ovas da lagarta-do-cartucho
Na imagem A é possível visualizar a cor alaranjada dos ovos de Spodoptera frugiperda 12 horas após a oviposição (postura). Na figura B, os ovos adquirem coloração escura, e é possível observar as lagartas eclodidas.
(Fonte: Da Rosa, Barcelos 2012)

Estágios de larva

A alimentação inicial das lagartas é a partir da casca dos ovos recém eclodidos. No total, ocorrem seis ou sete ínstares na fase larval (aumento do tamanho da lagarta). A duração do período larval é de aproximadamente 23 dias, a depender da temperatura.

Lagarta-do-cartucho sobre folha de milho
Fase larval da lagarta-do-cartucho. Na figura A, é possível observar os 5 principais estágios da fase larval e a coloração das lagartas em cada um deles. Na figura B, é possível visualizar os detalhes da lagarta, com três pares de pernas torácicas e cinco pares de falsas pernas abdominais
(Fonte: Da Rosa, Barcelos 2012)

Fase de pupa

A fase de pupa ocorre após o desenvolvimento completo da lagarta. Ele pode acontecer no solo, dentro do próprio cartucho do milho, no pendão e até mesmo nas espigas (entre a palha). Tem duração entre 6 a 55 dias, também a depender da temperatura.

Pupa da lagarta-militar em folha
O período pupal é bastante dependente da temperatura, no inverno, ou em regiões mais frias, a lagarta pode inclusive hibernar em casulos.
(Fonte: Da Rosa, Barcelos 2012)

Fase adulta (traça ou mariposa)

O aspecto visual da fase adulta é uma mariposa, de coloração cinza-escuro (machos) a marrom acinzentado (fêmeas). Ela tem aproximadamente 4 cm de comprimento.

O tempo para que o ciclo de vida seja completo é menor no verão, com média de 30 dias. Por outro lado, esse ciclo aumenta no inverno, podendo durar até 50 dias.

Quais culturas a lagarta-do-cartucho (ou lagarta-militar) ataca?

A lagarta-do-cartucho do milho, apesar de ser mais frequente na cultura do milho, pode provocar danos significativos em diversas outras culturas. Soja e algodão são atacados desde a emergência, e arroz, trigo, cana-de-açúcar, cevada e triticale também são alvos.

A lagarta-do-cartucho passou a atacar outras espécies além do milho em função da redução dos seus inimigos naturais. Isto ocorreu pelo uso desenfreado de inseticidas de amplo espectro, não seletivos

Isso provocou a redução dos inimigos naturais da lagarta em outros cultivos. Além disso, sem o uso de rotação de princípios ativos, a lagarta adquiriu resistência a diversos inseticidas. Como consequência, ocorreu comprometimento do seu controle, o que agravou a situação.

Danos causados pela lagarta-do-cartucho do milho

Os danos causados na cultura do milho são mais intensos. Os sintomas são as folhas raspadas e perfuradas, cartucho destruído, espigas danificadas e excreções das lagartas nas plantas

Além disso, as lagartas perfuram a base da planta, causando o sintoma de “coração morto”. Os danos têm maiores impactos quando o ataque ocorre em plantas com 8 a 10 folhas e em períodos de seca.

Na fase de emergência, a lagarta-do-cartucho pode danificar as plântulas, causando o seu tombamento. Consequentemente, isso reduz a população de plantas da lavoura e a produtividade da cultura.

Foto dos danos causados pela lagarta-do-cartucho em folhas e espiga de milho
Danos podem ser observados em folhas (com raspagem e perfurações), e em espigas
(Fonte: J.Crozier, PlantWise)

Como diferenciar a lagarta-do-cartucho das demais lagartas Spodoptera?

Pode ser confuso distinguir a lagarta-do-cartucho das demais espécies do complexo Spodoptera. No entanto, esta distinção é importante para direcionar o melhor controle. Veja um passo-a-passo para identificar essa praga na sua lavoura!

  • Passo 1 – Verifique se a lagarta tem cabeça escura com uma marca clara em forma de “Y” de cabeça para baixo na fronte.
Lagarta-militar, com indicação da cabeça com desenho de Y
(Fonte: PlantWise)

Passo 2 – Cada um dos segmentos do corpo deve possuir um padrão de quatro pontos elevados quando observado de cima.

Foto ampliada da lagarta-do-cartucho
(Fonte: PlantWise)

Passo 3 – Veja se a lagarta possui quatro pontos escuros que formam um quadrado no penúltimo segmento do corpo.

Cabeça da lagarta-militar, com indicações dos quatro pontos
(Fonte: PlantWise)

Passo 4 – Verifique se as lagartas jovens são verdes, mudando para a cor marrom conforme maior tempo de vida.

Lagartas-militares juntas sobre folha de milho
(Fonte: PlantWise)

Controle da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

Você pode fazer o controle da Spodoptera frugiperda através de 5 métodos: tratamento de sementes, variedades transgênicas, Manejo Integrado de Pragas, controle químico ou biológico. Veja um pouco mais sobre cada um deles a seguir.

Tratamento de sementes

O tratamento da semente é considerado um método preventivo, que retarda a aplicação foliar. O custo é relativamente baixo e a economia de tempo são vantagens em comparação a uma aplicação foliar, especialmente em grandes áreas.

Se o histórico de pragas da sua área relata infestação da lagarta-do-cartucho, esse método é essencial para começar uma lavoura sadia.

A escolha do inseticida para o tratamento deve seguir alguns padrões. O produto, para ser efetivo, tem de ser sistêmico e, de preferência, de menor impacto ambiental.

Variedades transgênicas com atividade inseticida

O termo Bt, de tecnologia Bt, é composto pelas iniciais do nome científico da bactéria Bacillus thuringiensis.

Esse microrganismo, naturalmente encontrado no solo, produz uma proteína que é tóxica para alguns insetos (por exemplo, a lagarta-do-cartucho). Essa proteína não tem efeito sobre outros organismos.

Mas não se esqueça que pode ocorrer redução da eficiência do milho ou da soja Bt sobre a lagarta-do-cartucho.

Neste cenário, é fundamental manter a vigilância e o monitoramento de pragas nas lavouras, além do refúgio de plantas Bt. Veja um exemplo de como o refúgio acontece na cultura do milho.

Ilustração que msotra como deve ser feita a área de refúgio
Ilustração que msotra como deve ser feita a área de refúgio
Exemplificação de áreas de refúgio em diferentes configurações.
(Fonte: Embrapa Milho e Sorgo, 2014). 

MIP (Manejo Integrado de Pragas)

A grande preocupação no momento é o desenvolvimento de populações da lagarta-do-cartucho resistentes a produtos químicos e de tecnologia Bt.

O MIP (manejo integrado de pragas), além de ajudar a reduzir as aplicações de defensivos, te ajuda a manejar corretamente essa e outras pragas. 

O MIP visa utilizar todos os métodos de controle da lagarta-do-cartucho que estejam disponíveis. Dentro do MIP, você também pode fazer o controle químico.

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Controle químico: inseticida para lagarta-do-cartucho

Se você decidir utilizar inseticidas, faça rotação de inseticidas com diferentes modos de ação (grupos químicos). Isso serve para evitar que a praga desenvolva resistência a inseticidas individuais ou a grupos de inseticidas.

Evite o uso de inseticidas de amplo espectro, dando preferência àqueles seletivos aos inimigos naturais. A boa escolha do inseticida leva em consideração o nível de dano da cultura, estágio de desenvolvimento da praga e a presença de inimigos naturais.

Para consulta dos inseticidas recomendados para a cultura do milho, no combate da lagarta-do-cartucho, basta acessar o portal da Agrofit

Controle biológico da lagarta-do-cartucho

A lagarta-do-cartucho pode ser também combatida através do controle biológico, seja na fase de ovo (ideal) ou na fase de lagarta. Para o controle dos ovos, podem ser utilizadas as vespinhas Trichogramma, vendidas comercialmente no Brasil.

A espécie Trichogramma sp. parasita ovos da praga num raio de aproximadamente 10 metros a partir do ponto de liberação. Uma fêmea pode parasitar entre um e dez ovos por dia.

Produtos registrados para matar a lagarta-do-cartucho em todas as culturas (47), são encontrados a base de:

  • Trichogramma pretiosum (parasitóide);
  • Baculovírus;
  • Bacillus thuringiensis (não devem ser utilizados em áreas com tecnologia Bt);
  • Metarhizium anisopliae (fungo)

Monitoramento da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

Para evitar que a lagarta-do-cartucho atinja grandes níveis populacionais, é necessário monitorar a lavoura. Você pode fazer isso de duas formas:

1. O uso de armadilhas de feromônio

A armadilha contém um dispositivo que exala substância similar ao da mariposa fêmea para atrair o macho.

Deve-se utilizar, no mínimo, uma armadilha por hectare. O nível de controle ocorre quando a armadilha captura três mariposas. A armadilha delta, com feromônio sexual sintético, é muito utilizada para o monitoramento de adultos de Spodoptera frugiperda.

2. Monitoramento em campo

É importante observar os danos na sua cultura também para fins de monitoramento. Para monitorar lavouras de milho, existe uma escala que pode te ajudar.

Você deve recorrer ao uso de inseticidas quando atingir 20% das plantas com nota maior ou igual a 3 na escala de Davis. Nas lavouras Bt, esse número é reduzido para 10%.

Conclusão

O MIP é a chave para um controle preventivo e eficaz no manejo de lagarta-do-cartucho.

A adoção de métodos de controle de forma integrada e consciente é a prática mais inteligente de diminuição do inseto numa propriedade rural.

Após conhecer mais sobre a praga e como combatê-la, escolha aqueles métodos de controle que mais se encaixam na sua propriedade. Aproveite as dicas e acabe já com essa praga na lavoura.

Você está enfrentando problemas com a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) na sua lavoura? Conhece algum outro método de controle que não está no artigo? Adoraria ler seu comentário.

redatora Bruna Rohrig

Atualizado em 29 de agosto de 2022 por Bruna Rohrig.

Bruna é agrônoma pela Universidade Federal da Fronteira Sul, mestra em fitossanidade pela Universidade Federal de Pelotas e doutoranda em fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul na área de pós-colheita e sanidade vegetal.