About Henrique Fabrício Placido

Sou engenheiro agrônomo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre pela ESALQ/USP e especialista em Gestão de Projetos. Atualmente, sou doutorando pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) na linha de pesquisa de plantas daninhas.

Todas as dicas para sua aplicação de herbicida pré-emergente para milho

Herbicida pré-emergente para milho: importância na lavoura, principais recomendações de uso e quais produtos utilizar 

Os herbicidas pré-emergentes são excelentes ferramentas no combate à resistência. Mas, quando as recomendações técnicas não são seguidas, podem ocasionar grandes estragos na lavoura. 

Porém, não se preocupe! Neste artigo daremos várias dicas de como evitar problemas de fitotoxidade em sua lavoura e garantir a eficiência no controle de plantas daninhas. Confira a seguir!

8 dicas para garantir a aplicação segura de herbicida pré-emergente para milho

Os herbicidas pré-emergentes são assim denominados por serem aplicados antes da emergência das plantas daninhas. Eles têm seu efeito durante a germinação das sementes e/ou crescimento inicial das plântulas. 

Veja as oito principais dicas que eu separei para garantir uma aplicação segura de herbicida pré-emergente para milho.

1ª Dica

Use uma boa tecnologia de aplicação e tenha seu pulverizador sempre revisado e calibrado.

herbicida pre emergente milho

(Fonte: Revista Exame)

2ª Dica 

Tenha certeza de que o produto que deseja utilizar é recomendado para as características do seu solo e qual é a dose recomendada nesta situação (por exemplo: matéria orgânica, teor de argila e pH).

3ª Dica  

Certifique-se que conseguirá respeitar o período mínimo entre a aplicação do herbicida pré-emergente para milho e a semeadura da cultura (se houver esta restrição). 

4ª Dica 

Certifique-se que as culturas que serão plantadas em sucessão (rotação de culturas) ou consórcio com o milho não serão afetadas por estes herbicidas.

5ª Dica 

Se houver palha no solo, verifique se o produto será efetivo mesmo nestas condições!

6ª Dica

Veja se as condições climáticas posteriores à aplicação (seca ou muita chuva) não podem ampliar o efeito do produto ou prejudicá-lo. 

7ª Dica 

Não aplique sobre grande quantidade de matéria verde. As plantas podem reter estes produtos e impedir sua chegada no solo, onde realmente são efetivos.

8ª Dica

Algum manejo realizado antes ou depois da aplicação do herbicida pode modificar seu efeito, por exemplo calagem ou distribuição de ureia. Esteja atento!

herbicida pre emergente milho

Épocas de aplicação de herbicidas na cultura do milho, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(Fonte: Embrapa)

Herbicida pré-emergente para milho: Produtos recomendados para aplicação em milho convencional 

Atrazina

Quando aplicar: Pode ser aplicado na pré-emergência da cultura imediatamente antes da semeadura, simultaneamente ou logo após a semeadura. Em aplicações em pós-emergência da cultura e plantas daninhas, deve-se acrescentar óleo vegetal. 

É um herbicida que fornece bom controle quando aplicado na pré-emergência ou pós-emergência precoce das plantas daninhas. 

Espectro de controle: Controla plantas daninhas de folha larga como picão-preto, guanxuma, caruru, corda-de-viola, nabo, leiteira, poaia, carrapicho-rasteiro e papuã. 

Também é muito utilizada para controle de soja tiguera no milho, em aplicação isolada ou associada aos herbicidas mesotrione ou nicosulfuron! 

Lembre-se: é muito importante que haja um manejo eficiente da soja tiguera para se respeitar o vazio sanitário. 

Dosagem recomendada: 3 a 5 L ha-1, dependendo das características do solo e plantas daninhas presentes. 

Pode ser misturado com: Glifosato (se misturado em pós-emergência – milho RR), mesotrione, nicosulfuron, S-metolachlor. 

Cuidados: Recomenda-se aplicação em solo úmido. Aplicação em solo seco, período de seca após aplicação de até 6 dias ou presença de palha cobrindo o solo podem diminuir a eficiência do produto.

S-metolachlor

Quando aplicar: Aplicar na pré-emergência da cultura e das plantas infestantes. 

Espectro de controle: Ótimo controle de gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha e papuã), e bom controle de algumas folhas largas de sementes pequenas (ex: caruru, erva-quente e beldroega)

Dosagem recomendada: 1,5 a 1,75 L ha-1, dependendo da planta daninhas a ser controlada. 

Pode ser misturado com: Atrazina e glifosato.

Cuidados: Deve ser aplicado em solo úmido. 

Isoxaflutole

É muito importante consultar e seguir as recomendações da empresa para evitar toxicidade no cultivo.  

Quando aplicar: Deve ser aplicado na pré-emergência do milho e das plantas daninhas. 

Espectro de controle: Exerce bom controle em gramíneas anuais e algumas folhas largas como caruru e guanxuma. 

O grande diferencial deste herbicida é que, em condições de seca, pode permanecer no solo por um período razoável (> 80 dias), até que nas primeiras chuvas é ativado, o que irá coincidir com a emergência de várias plantas daninhas.  

Dosagem recomendada: 100 a 200 mL ha-1, dependendo das características do solo e plantas daninhas presentes (somente para solos com textura média e pesada). 

Pode ser misturado com: Atrazina. 

Cuidados: Não é recomendado para solo arenoso e com baixo teor de matéria orgânica. 

Trifluralina

Quando aplicar: Aplicar no sistema de plante-aplique ou até 2 dias após da semeadura do milho. 

Espectro de controle: Bom controle de gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha e papuã).

Dosagem recomendada: 1,2 a 4,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo. 

Pode ser misturado com: Atrazina e glifosato.

Cuidados: Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. Solo coberto com resíduos vegetais (palha) ou com alta infestação de plantas daninhas diminuem a eficiência do produto. Formulações antigas devem ser incorporadas, pois são degradadas pelo sol. 

herbicida pre emergente milho

(Fonte: Grão em Grão)

Atrazina+Simazina 

Quando aplicar: Aplicar na pré-emergência total da cultura e das plantas daninhas logo após o plantio. 

Espectro de controle: Folhas largas como picão preto, carrapicho de carneiro, corda de viola e leiteiro. Algumas gramíneas (capim-marmelada e capim-colchão). 

Dosagem recomendada: 3,0 a 6,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada.

Cuidados: Deve se aplicado em solo úmido.

Herbicida pré-emergente para milho Clearfield 

Imazapir+imazapic

Quando aplicar: Deve ser aplicado na pré-emergência do milho e das plantas daninhas. 

Espectro de controle: Plantas daninhas de folhas larga (leiteiro, trapoeraba, picão-preto e corda de viola), algumas gramíneas (capim-colchão e capim-carrapicho) e tiririca. 

Qual a dosagem recomendada: 100 g ha-1.

Cuidados: Utilizar exclusivamente na pré-emergência de milho clearfield. Para milho convencional, o intervalo de segurança para o plantio de milho deverá ser de 300 dias.

Atenção! As sugestões feitas neste artigo são para híbridos de milho para produção de grãos. Outras cultivares como milho pipoca, milho doce ou milho em consórcio com forrageiras possuem outras indicações de manejo. 

É importante que a recomendação de produtos fitossanitários seja feita por um agrônomo. Mas o produtor deve estar sempre atento a novas informações para auxiliar em sua recomendação. 

guia de manejo do milho

Conclusão

Neste artigo vimos a importância do manejo de herbicida pré-emergente para milho e as principais dicas para não ter problemas no cultivo.

Além disso, citamos os principais herbicidas aplicados em pré-emergência que podem ser utilizados para controle de plantas daninhas na cultura do milho.

Com essas informações, tenho certeza que você irá realizar um bom manejo de herbicidas pré-emergentes na sua lavoura de milho!

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Qual herbicida pré-emergente para milho você utiliza? Qual é a principal invasora da sua lavoura? Baixe gratuitamente aqui o Guia para Manejo de Plantas Daninhas e faça o melhor controle!

Herbicidas pré-emergentes para soja: Os melhores produtos e suas orientações

Herbicidas pré-emergentes para soja: Importância e quais as principais perguntas que você deve se fazer antes de usá-los!

O Brasil possui atualmente 50 casos registrados de plantas daninhas resistentes a herbicidas. 

Além disso, temos aquelas que são naturalmente de difícil controle. E ainda nos preocupamos com plantas resistentes em países vizinhos que podem ser dispersadas para cá. 

Agora, com certeza, você deve estar pensando em como lidar com todos esses problemas e evitar novos na sua lavoura de soja…

Uma das alternativas de sucesso no manejo da resistência de daninhas são os herbicidas aplicados em pré-emergência! E é sobre eles que vamos falar a seguir. Confira! 

Casos de resistência a herbicidas no Brasil 

Como mencionei acima, temos 50 casos registrados de resistência a herbicidas no país. Dentre eles, temos algumas grandes preocupações:

Temos ainda a questão da resistência em países vizinhos, como picão preto resistente a glifosato no Paraguai.

Neste contexto, os herbicidas pré-emergentes têm sido uma ótima alternativa para o sucesso no manejo da resistência.

Eles diminuem a necessidade do uso de herbicidas pós-emergentes e têm pouquíssimos casos de resistência registrados no Brasil no Mundo. 

Mas você sabe o que considerar antes de utilizar os herbicidas pré-emergentes para soja? Separei as principais recomendações.

6 pontos que você deve considerar antes de utilizar herbicidas pré-emergentes para soja 

1. Estou utilizando uma boa tecnologia de aplicação? 

Muitos produtores se acostumaram a utilizar herbicidas pós-emergentes, principalmente glifosato e, infelizmente, descuidaram um pouco da tecnologia de aplicação.

Uma pesquisa de inspeção de pulverizadores, por exemplo, constatou que 50% de todas as máquinas testadas possuíam problemas com adequação do manômetro; conservação de pontas de pulverização; e falhas na calibração do pulverizador. 

Ocorre que, na pós-emergência, geralmente pelo padrão de seletividade dos herbicidas, se a quantidade do produto que chega na planta daninha for menor, o controle fica prejudicado. Mas, se a quantidade for maior, provavelmente não ocorrem grandes problemas. 

E é devido a isso que o termo “chorinho do agricultor” foi consagrado! Essa prática, porém, aumenta a seleção de resistência.

herbicidas pré-emergentes soja

Dessecação de plantas daninhas na entressafra da soja

(Fonte: John Deere)

E, definitivamente, o chorinho do agricultor não funciona com pré-emergentes!

Quando se usa um pré-emergente, a dose deve ser respeitada. Qualquer quantidade a mais pode ocasionar grande problemas à cultura da soja ou à cultura de sucessão.

2. Qual o tipo de solo da área em que irei aplicar os herbicidas pré-emergentes para soja? 

A textura do solo é muito importante para a recomendação de herbicidas pré-emergentes para soja. 

Solos com maior quantidade de argila e matéria orgânica retêm mais herbicidas em seus colóides ou na própria matéria orgânica, deixando menos herbicida na solução dos solos (onde pode ser absorvido e fazer efeito)!

Desta forma, se o produto for recomendado para os dois tipos de solo, costuma-se utilizar maior dose em solo argiloso (conferir sempre indicações da bula). 

Porém, alguns herbicidas não são recomendados para alguns tipos de solo. Atente-se a isso!

Um herbicida muito móvel, por exemplo, pode ser aplicado em solo arenoso e ir diretamente para os lençóis freáticos, o que é prejuízo para o agricultor e para o meio ambiente.

3. A área possui palha ou cobertura verde? 

O herbicida pré-emergente só é efetivo se chegar ao solo. Então qualquer barreira entre o solo e ponta de pulverização pode prejudicar sua ação. 

A palha presente no solo e a maneira que está distribuída afetam diretamente a ação dos herbicidas pré-emergentes. 

Alguns herbicidas possuem pouquíssima capacidade de atravessar a palha e chegar ao solo, como a trifluralina, excelente no controle de gramíneas, mas que em condições de muita palha (> 25% de cobertura do solo) tem seu efeito muito prejudicado.

Além disso, outro fato pouco levado em consideração pelos agricultores é a infestação da área no momento da aplicação. 

Se houver muitas plantas daninhas, com grande cobertura do solo no momento da aplicação, estas podem absorver o produto antes de chegar ao solo, prejudicando seu efeito.

herbicidas pré-emergentes soja

Área de consórcio de milho com brachiaria após a colheita do milho

(Fonte: Soesp)

4. Qual o pH do solo? 

O pH do solo influencia principalmente em herbicidas considerados ácidos e bases fracos como inibidores da ALS e 2,4 D. 

Estes herbicidas, conforme o pH do solo, podem ter maior ou menor mobilidade no solo, o que confunde muito.  

A aplicação de imazetapir, por exemplo, após uma calagem pesada, pode ocasionar maior lixiviação do produto, diminui sua efetividade e pode contaminar o meio ambiente. 

5. Qual o período entre a aplicação do pré-emergente e o plantio da soja?

Você deve ficar muito atento à carência mínima entre o período residual dos produtos utilizados na cultura anterior ou na entressafra para o plantio de soja. 

Todos sabemos que a época de plantio da soja é muito importante para atingir grande produções. Iniciar o plantio cedo evita ataque de pragas no final de ciclo e, consequentemente, adianta o plantio do milho safrinha.

Porém, se o período residual mínimo não terminou, mesmo com ótimas condições para plantio não arrisque: a probabilidade de fitointoxicação é alta. 

Um herbicida comumente utilizado no trigo ou no início da entressafra de soja para controle de folhas largas é o Metsulfuron. Mas o período mínimo entre o plantio da soja e sua aplicação é de 60 dias.

Não respeitar este período, no mínimo, provoca menor crescimento e desenvolvimento das soja.

carryover de metsulfuron em soja

Carryover de metsulfuron em soja

(Fonte: AgroProfesional)

Além disso, herbicidas utilizados em pós-emergência das plantas daninhas, como 2,4 D, podem ter uma certa ação residual e necessitar de um período entre sua aplicação e o plantio da soja. Atente-se a isso! 

6. Qual o período residual do herbicida pré-emergente para soja? Qual cultura irei plantar em sucessão?  

Muitas vezes, nos preocupamos muito com os resíduos que podem prejudicar a soja e esquecemos que eles podem prejudicar a cultura de sucessão. 

Como a seletividade dos herbicidas para as culturas é diferente, às vezes um décimo da dose usada na soja pode prejudicar o milho. 

Desta forma, mesmo 90% do produto sendo degradado pelo tempo, os 10% restantes ainda podem afetar o milho. 

O herbicida imazaquin, por exemplo, pode ser usado na pré-emergência da soja (algumas variedade de soja pode ter maior suscetibilidade) para controle de plantas daninhas de difícil controle como trapoeraba e leiteiro


Porém, devemos esperar um intervalo de 300 dias entre a aplicação deste produto e o plantio de milho.

carryover de imazaquin em milho

Carryover de imazaquin em milho

(Fonte: Alonso)

Herbicidas pré-emergentes para soja: Controle de plantas daninhas de folha larga 

Diclosulam 

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco de sementes, utilizado nas primeiras aplicações do manejo outonal.

Espectro de controle: ótimo controle de folhas largas (ex: buva) e algumas gramíneas (ex: capim-amargoso). 

Dosagem recomendada: 29,8 a 41,7 g ha-1.

Pode ser misturado com: associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e 2,4 D).

Cuidados: o solo deve estar úmido. 

Flumioxazin 

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco de sementes, utilizado nas primeiras aplicações do manejo outonal ou no sistema de aplique plante da soja

Espectro de controle: ótimo controle de folhas largas (ex: buva) e algumas gramíneas (ex: capim-amargoso). 

Dosagem recomendada: 40 a 120 g ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato; 2,4 D e imazetapir).

Sulfentrazone

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco de sementes, utilizado na primeira aplicação do manejo outonal.

Espectro de controle: ótimo controle de plantas daninhas de folhas largas e bom controle de algumas gramíneas. 

Dosagem recomendada: 0,5L ha-1, pois apresenta grande variação na seletividade de cultivares de soja.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato; 2,4 D; chlorimuron e clomazone).

Recomendado principalmente para áreas onde também ocorre infestação de tiririca.

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Herbicidas pré-emergentes para soja: Controle de plantas daninhas de folha estreita

S-metolachlor 

Quando aplicar: herbicida com ação residual utilizado no sistema de aplique plante da soja.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha).

Dosagem recomendada:1,5 a 2,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).

Cuidados: não deve ser aplicado em solos arenosos. O solo deve estar úmido, com perspectivas de chuva. 

Trifluralina 

Quando aplicar: herbicida com ação residual, utilizado na primeira aplicação do manejo outonal.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso e capim-pé-de-galinha).

Dosagem recomendada: 1,2 a 4,0L ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e graminicidas).

Cuidados: deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. Formulações antigas têm problemas com fotodegradação (necessidade de incorporação). Eficiência muito reduzida em solos com grande quantidade de palha ou durante grande período de seca.  

Clomazone

Quando aplicar: herbicida com ação residual, no sistema de plante aplique.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-colchão, capim-pé-de-galinha) e algumas folhas largas de sementes pequena.

Dosagem recomendada: 1,6 a 2,0 L ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato) e sulfentrazone.

Cuidados: Cuidado com deriva em culturas suscetíveis vizinhas. 

É importante que a recomendação de produtos fitossanitários seja feita por um engenheiro agrônomo (a). Mas o produtor deve estar sempre atento a novas informações para auxiliar em sua recomendação. 

Conclusão

Neste artigo, vimos a importância do manejo de herbicidas pré-emergentes para soja. 

Quais são as principais perguntas que um produtor deve se fazer antes do uso de pré-emergentes.

Além disso, citamos os principais herbicidas aplicados em pré-emergência que podem ser utilizados para controle de plantas daninhas em soja.

Com essas informações, tenho certeza que você irá realizar um bom manejo de herbicidas pré-emergentes na sua lavoura de soja!

>> Leia mais:
Como fazer a dessecação de soja para colheita eficiente
“Herbicidas para soja: Manejo certeiro sem prejudicar a lavoura”
Alternativas ao Paraquat de dessecar soja para colheita

Quais herbicidas pré-emergentes para soja você utiliza hoje? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!


Principais e melhores manejos na dessecação para pré-plantio de milho

Dessecação para pré-plantio de milho: Saiba quais pontos considerar e quais produtos utilizar no manejo das principais plantas daninhas

A entressafra com certeza é o momento ideal para fazer um bom manejo de plantas daninhas na sua lavoura! Nesse período, é possível utilizar muitas técnicas de manejo como o controle cultural, mecânico e químico. 

No caso do manejo químico, utilizar uma quantidade maior de mecanismos de ação de herbicidas melhora o controle de plantas daninhas de difícil controle e previne a resistência. 

E como realizar um manejo eficiente de plantas daninhas antes do plantio de milho? Saiba mais a seguir:

Dessecação de plantas daninhas para pré-plantio de milho: Principais pontos 

A cultura do milho possui uma capacidade maior de competição com plantas daninhas, podendo conviver até 30 dias sem perdas na produtividade. 

Porém, o alto investimento justifica que seja feito um ótimo manejo de plantas daninhas na entressafra.

Saiba os principais pontos na dessecação de plantas daninhas para pré-plantio de milho:  

dessecação pré-plantio milho

Plântula de capim-amargoso

(Fonte: Lorenzi, 2014 )

  • Rotacionar técnicas de manejo para evitar a seleção de plantas daninhas resistentes a herbicidas;
  • Controlar plantas daninhas dentro do estádio recomendado de controle: 2 a 4 folhas para folhas largas; e 2 a 3 perfilhas para gramíneas;
dessecação pré-plantio milho

Plântula de leiteiro, no estádio ideal de controle

(Fonte: Lorenzi, 2014)

dessecação pré-plantio milho

Plântula de capim-branco, no estádio ideal de controle

(Fonte: Arquivo do autor)

  • Realizar manejo outonal ou antecipado, com uso de aplicações sequenciais;
dessecação pré-plantio milho

Inversão de flora após manejo de plantas daninhas perenizadas

(Fonte: Arquivo do autor)

  • Usar de herbicidas pré-emergentes;
  • Respeitar período residual de herbicidas para evitar Carry over (danos a culturas seguinte);
  • Seguir as boas práticas na tecnologia de aplicação.

Dessecação para pré-plantio de milho: Principais herbicidas utilizados no manejo de entressafra 

Quando houver plantas daninhas de folhas largas (buva, por exemplo) e folha estreita (ex: capim-amargoso) de difícil controle na área, deve-se priorizar o manejo de plantas de folhas estreita na entressafra, devido à seletividade do milho. 

Herbicidas pós-emergentes: 

Paraquat

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas provenientes de sementes (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle da rebrota de plantas maiores,

Espectro de controle: não seletivo. 

Dosagem recomendada:  1,5 a 2,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: apresenta muitos problemas com incompatibilidade de calda. 

Cuidados: Necessidade de bom molhamento das folhas. Está sendo retirado do mercado por problemas de toxicidade. 

2,4 D 

Quando aplicar: utilizado nas primeiras aplicações de manejo sequencial. 

Espectro de controle: plantas daninhas de folhas largas (ex: buva).

Dosagem recomendada: 1,2 a 2 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato) e/ou pré-emergentes. Cuidado com problemas de incompatibilidade no tanque (principalmente graminicidas). 

Cuidados: Cuidar com período entre a aplicação de 2,4D e o plantio de milho, nas doses recomendadas, esperar um período mínimo de 8 dias. 

Glifosato

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: não seletivo.

Dosagem recomendada: 2,0 a 4,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: 2,4 D, graminicidas), pré-emergentes (ex: sulfentrazone) ou de contato (ex: saflufenacil). 

Produtos à base de dois sais ou em formulação granulada possuem maiores problemas de incompatibilidade de calda! 

Cuidados: muitos casos de resistência. Há perdas de eficiência quando associado a produtos que aumentam o pH da calda. 

Glufosinato de amônio

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas provenientes de sementes (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. 

Espectro de controle: não seletivo, porém mais efetivo em folhas largas. 

Dosagem recomendada: 2,5 a 3,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e graminicidas). 

Saflufenacil 

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. 

Espectro de controle: plantas daninhas de folhas larga (ex: buva).

Dosagem recomendada: 70 a 100 g ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato). 

Cletodim

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: controle de gramíneas. 

Dosagem recomendada: 0,5 a 1,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: geralmente associado ao glifosato. Quando misturado com 2,4 D, aumentar 20% da dose de clethodim. 

Haloxyfop

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: controle de gramíneas. 

Dosagem recomendada: 0,55 a 1,2 L ha-1.

Pode ser misturado com: geralmente associado ao glifosato. Quando misturado com 2,4 D, aumentar 20% da dose de haloxyfop.

O uso de adjuvantes deve seguir a recomendação de bula!

Herbicidas pré-emergentes:

Atrazine 

Atualmente o herbicida mais utilizado para a cultura do milho!

Quando aplicar: Pode ser aplicado na pré-emergência da cultura imediatamente antes da semeadura, simultaneamente ou logo após a semeadura. Em aplicações em pós-emergência da cultura e plantas daninhas, deve-se acrescentar óleo vegetal. 

O produto fornece bom controle quando aplicado na pré-emergência ou pós-emergência precoce das plantas daninhas. 

Espectro de controle: controla plantas daninhas de folha larga como picão-preto, guanxuma, caruru, corda-de-viola, nabo, leiteira, poaia, carrapicho-rasteiro e papuã. 

Também é muito utilizada para controle de soja tiguera no milho, em aplicação isolada ou associada aos herbicidas mesotrione ou nicosulfuron! 

Lembre-se, é muito importante que haja um manejo eficiente da soja tiguera para se respeitar o vazio sanitário. 

Dosagem recomendada: 3 a 5 L ha-1, dependendo das características do solo e plantas daninhas presentes. 

Pode ser misturado com: glifosato (se misturado em pós-emergência – milho RR), mesotrione, nicosulfuron, S-metolachlor e simazine. 

Cuidados: Recomenda-se aplicação em solo úmido. Aplicação em solo seco, período de seca após aplicação de até 6 dias ou presença de palha cobrindo o solo (plantio direto) podem diminuir a eficiência do produto.

S-metolachlor

Herbicida com grande potencial de ser inserido no manejo de plantas daninhas na cultura do milho. Pode ser utilizado para ampliar o espectro de controle de herbicidas para folha larga. 

Quando aplicar: na pré-emergência da cultura e das plantas infestantes. 

Espectro de controle: Ótimo controle de gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha e papuã), e bom controle de algumas folhas largas de sementes pequenas (ex: caruru, erva-quente e beldroega)

Dosagem recomendada: 1,5 a 1,75 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada. 

Pode ser misturado com: atrazine e glifosato.

Cuidados: Deve ser aplicado em solo úmido. 

Isoxaflutole

Herbicida técnico que exige alguns conhecimentos prévios quanto a características do solo (teor de argila e matéria orgânica) e cuidados com as condições climáticas no momento e após a aplicação.

É muito importante consultar e seguir as recomendações da empresa para evitar toxicidade no cultivo.  

Quando aplicar: deve ser aplicado na pré-emergência do milho e das plantas daninhas. 

Espectro de controle: exerce bom controle em gramíneas anuais e algumas folhas largas como caruru e guanxuma. 

O grande diferencial deste herbicida é que, em condições de seca, ele pode permanecer no solo por um período razoáv 80 dias), até que nas primeiras chuvas é ativado, o que irá coinc (opens in a new tab)”>el (> 80 dias), até que nas primeiras chuvas é ativado, o que irá coincidir com a emergência de várias plantas daninhas.  

Dosagem recomendada: 100 a 200 mL ha-1, dependendo das características do solo e plantas daninhas presentes (somente para solos com textura média e pesada). 

Pode ser misturado com: atrazine. 

Cuidados: Não é recomendado para solo arenoso e com baixo teor de matéria orgânica. 

Trifluralina

Herbicida muito utilizado no passado que pode voltar a ser inserido no manejo de plantas daninhas do milho, principalmente devido ao lançamento de novas formulações que não necessitam ser incorporadas (menor problema com fotodegradação).  

Quando aplicar: no sistema de plante-aplique ou até 2 dias após da semeadura do milho. 

Espectro de controle: bom controle de gramíneas de semente pequena 

Dosagem recomendada: 1,2 a 4,0 L ha-1, dependendo da planta daninhas a ser controlada e nível de cobertura do solo. 

Pode ser misturado com: atrazine e glifosato.

Cuidados: Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. Solo coberto com resíduos vegetais (palha) ou com alta infestação de plantas daninhas diminuem a eficiência do produto. 

>> Leia mais: “Plantação de milho: 5 passos para maior produção e lucro

Conclusão

Neste artigo vimos a importância do manejo eficiente de dessecação para pré-plantio de milho. 

Discutimos a quais principais pontos o produtor deve se atentar para realizar o planejamento do manejo de plantas daninhas na entressafra. 

Falamos sobre as principais ferramentas de controle químico que podem ser utilizadas no período de entressafra. Discutimos ainda como realizar seu posicionamento correto para não ocasionar danos à cultura do milho.  

Com essas informações, tenho certeza que você irá realizar um bom manejo de herbicidas!

>> Leia mais:

Como funciona o herbicida tembotrione para controle de plantas daninhas

Quais herbicidas você utiliza na dessecação para pré-plantio de milho? Aproveite e baixe gratuitamente aqui o Guia para Manejo de Plantas Daninhas e saiba como controlá-las melhor em sua lavoura!

Tudo o que você precisa saber sobre dessecação para plantio de soja

Dessecação para plantio de soja: Seletividade para culturas, carry over, além de todos os manejos e opções de produtos para utilizar no controle de plantas daninhas.

O manejo de plantas daninhas na entressafra é considerado o mais importante no sistema de produção de grãos. 

Isso porque neste período existe um número maior de ferramentas que podem ser utilizadas, como herbicidas de diversos mecanismos de ação, além de técnicas de controle mecânico e cultural. 

Quando se trata da soja, é de extrema importância que o cultivo comece no limpo, pois a cultura tolera convívio com daninhas por um curto período de tempo.

E como realizar um manejo eficiente de plantas daninhas para plantar soja no limpo? Confira a seguir!

Pontos importantes sobre a dessecação de plantas daninhas para o plantio de soja 

Como citado anteriormente, a cultura da soja tolera o convívio com plantas daninhas por um período muito curto: em torno de 18 dias após a emergência. Em condições adversas, essa tolerância pode ser de 7 dias após a emergência ou até menos. 

Vamos então abordar pontos importantes sobre a dessecação para plantio de soja no limpo:

Identificação de plantas daninhas 

A identificação correta de quais plantas daninhas existem em sua área e sua distribuição são essenciais para que as estratégias de manejo funcionem sem um gasto excessivo de dinheiro.  

Você precisa identificar as plantas daninhas ainda quando pequenas, pois são mais fáceis de controlar.

Além disso, saiba quais daninhas podem estar presentes no banco de sementes da área (através do histórico da sua área). Assim você está mais preparado quando elas emergirem.

Quando houver plantas daninhas de folhas larga (buva, por exemplo) e folhas estreitas (Ex: capim-amargoso) de difícil controle na área, deve-se priorizar o manejo de plantas de folhas largas na entressafra, devido à seletividade da soja. 

Baixe gratuitamente aqui o Guia para Manejo de Plantas Daninhas e saiba como controlá-las melhor em sua lavoura!

Resistência a herbicidas 

Após identificar as plantas daninhas presentes na área, é muito importante saber quais destas possuem histórico de resistência na área ou no país, pois importantes ferramentas de manejo podem não funcionar. 

Além disso, é importante que o manejo seja planejado para evitar a seleção de resistência, utilizando práticas como: 

  • Rotação de mecanismo de ação de herbicidas;
  • Rotação de culturas;
  • Adubação verde;
  • Consórcio entre culturas (por exemplo: milho/brachiaria). 

Consórcio milho com brachiaria

(Fonte: FundaçãoMS)

Estádio das plantas daninhas na área

O estádio em que a planta daninha está é determinante para a eficiência dos herbicidas. De modo geral, quanto menor a planta daninha, mais facilmente será controlada. 

Para daninhas de folhas largas, recomenda-se que o controle seja feito com 2 a 4 folhas. Para folhas estreitas, com 2 a 3 perfilhos. 

Cuidado! Para algumas plantas daninhas, como capim-pé-de-galinha e o caruru-palmeri, este período é muito curto. 

dessecação para plantio de soja

Dessecação para plantio de soja: capim-pé-de-galinhas dentro do estádio ideal de controle – 2 perfilhos

Caruru-palmeri dentro do estádio ideal de controle: 4 folhas

(Fonte: On Vegetables)

Quando as plantas crescem e se desenvolvem, a quantidade de ceras e estruturas na superfície das folhas pode aumentar, dificultando a entrada e transporte dos herbicidas (caso da trapoeraba).

Além disso, podem desenvolver estruturas de reserva que facilitam o rebrote após o manejo (como o capim-amargoso). 

Manejo outonal (manejo antecipado ou sequencial)

O manejo de plantas daninhas deve ser feito logo após sua emergência para facilitar o manejo das plantas daninhas devido ao menor estádio de desenvolvimento. 

Além disso, se houver plantas perenizadas na área, provenientes de escapes do cultivo anterior, o manejo deve começar o mais rápido possível, caso sejam necessárias aplicações sequenciais de herbicidas. 

>> Leia Mais: “Como fazer o manejo de plantas daninhas em plantio direto

Uso de herbicidas pré-emergentes 

Atualmente os pré-emergentes são grandes aliados do combate à resistência, pois:

  • Controlam as plantas daninhas logo em sua emergência;
  • Para as principais plantas daninhas, existem poucos ou nenhum caso de resistência registrados no país;
  • Diminuem a necessidade de aplicações em pós-emergência.

O problema do uso dos pré-emergentes é que existem mais pontos a serem considerados para sua correta recomendação. Devemos considerar o teor de argila, pH do solo, quantidade de palha no solo, clima, infestação e período residual. 

Veja neste vídeo que eu separei:

É importante saber qual o objetivo do pré-emergente, pois precisa ser aplicado antes da emergência das sementes. 

A buva, por exemplo, possui maior emergência durante período de junho a setembro (Variando um pouco conforma a região), com clima ameno e maior umidade (tendo menor emergência durante o ciclo do cultivo). 

Já o capim-amargoso emerge o ano interior (conforme a disponibilidade hídrica). 

dessecação para plantio de soja

Emergência de plântulas de buva

(Fonte: Arquivo do autor)

 Além disso, o alvo é o solo. Desta forma, se houver muita palha, o pré-emergente deve ser capaz de ultrapassar essa barreira. 

Se houver uma massa verde grande na área (plantas daninhas com grande cobertura do solo), não se recomenda a aplicação destes produtos, pois ficam retidos nessa massa. 

Seletividade da cultura e Carry over

Quando são utilizados herbicidas com período residual seja ele longo (Ex: metsulfuron 60 dias) ou curto (Ex: 2,4 D ⋍ 14 dias), é importante que as culturas que sejam plantadas dentro deste período sejam seletivas ao produto.

Caso a cultura não seja seletiva, a carência mínima deve ser respeitada, para que não ocorra o Carry over (Fitointoxicação da cultura por resíduo de herbicidas). 

dessecação para plantio de soja

Carryover de metsulfuron em soja

(Fonte: AgroProfesional)

Tecnologia de aplicação e condições climáticas adversas

Para a eficiência da aplicação de herbicidas, as boas práticas de tecnologia de aplicação devem ser respeitadas.  

Após um período de seca prolongado na entressafra (o que aconteceu este ano em diversas regiões do país), deve-se esperar que as plantas se restabeleçam e consigam absorver o produto.

Após alguns dias de uma chuva representativa, deve-se aplicar os herbicidas dentro das condições climáticas recomendadas, com uso de bons adjuvantes. Deve-se evitar uso de baixa vazão (nestas condições, o mínimo recomendo são 100 L ha-1 de volume de calda).

Caso ocorram plantas daninhas perenizadas de difícil controle na área, recomenda-se que seja feita a roçagem destas plantas (um pouco antes da chuva). Quando iniciarem o rebrote, provavelmente com o início das chuvas, aplicar nas folhas novas. 

dessecação para plantio de soja

Dessecação de plantas daninhas (capim-amargoso) fora do estádio recomendado

(Fonte: Copacol)

Principais herbicidas utilizados no manejo de entressafra da soja

Herbicidas pós-emergentes: 

Paraquat

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas provenientes de sementes (< 10 cm ou 3 perfilhos) ou em manejo sequencial para controle da rebrota de plantas maiores.

Espectro de controle: não seletivo. 

Dosagem recomendada:  1,5 a 2,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: apresenta muitos problemas com incompatibilidade de calda. 

Cuidados: Necessidade de bom molhamento das folhas. Está sendo retirado do mercado por problemas de toxicidade. 

Chlorimuron 

Quando aplicar: utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial e fornece efeito residual.

Espectro de controle: plantas daninhas de folhas largas (ex: buva).

Dosagem recomendada: 60 a 80 g ha-1.

Pode ser misturado com: geralmente associado a outros herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).

Cuidados: Muitas áreas com buva resistente. 

2,4 D 

Quando aplicar: utilizado nas primeiras aplicações de manejo sequencial. 

Espectro de controle: plantas daninhas de folhas largas (ex: buva).

Dosagem recomendada: 1,2 a 2 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato) e/ou pré-emergentes.

Cuidado com problemas de incompatibilidade no tanque (principalmente graminicidas). 

Cuidados: quando utilizar 2,4 D próximo à semeadura de soja, deve-se deixar um intervalo entre a aplicação e a semeadura de 1 dia para cada 100 g i.a. ha-1 de produto utilizado.

Glifosato

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 4 folhas ou 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: não seletivo.

Dosagem recomendada: 2,0 a 4,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (Ex: 2,4 D, graminicidas), pré-emergentes (ex: sulfentrazone) ou de contato (ex: saflufenacil). 

Produtos à base de dois sais ou em formulação granulada possuem maiores problemas de incompatibilidade de calda! 

Cuidados: muitos casos de resistência. Perdas de eficiência quando associado a produtos que aumentam o pH da calda. 

Glufosinato de amônio

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas provenientes de sementes (< 10 cm ou 3 perfilhos) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. 

Espectro de controle: não seletivo, porém mais efetivo em folhas largas. 

Qual a dosagem recomendada: 2,5 a 3,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e graminicidas). 

Saflufenacil 

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. 

Espectro de controle: plantas daninhas de folhas larga (ex: buva).

Dosagem recomendada: 35 a 100 g ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato). 

Cletodim 

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: controle de gramíneas. 

Dosagem recomendada: 0,5 a 1,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: geralmente associado ao glifosato. Quando misturado com 2,4 D, aumentar 20% da dose de clethodim. 

Haloxyfop

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: controle de gramíneas. 

Dosagem recomendada: 0,55 a 1,2 L ha-1.

Pode ser misturado com: geralmente associado ao glifosato. Quando misturado com 2,4 D aumentar 20% da dose de haloxyfop.

O uso de adjuvantes deve seguir a recomendação de bula!


dessecação para plantio de soja

Infestação de buva na soja devido à falha de manejo na entressafra

(Fonte: Arquivo do autor)

Herbicidas pré-emergentes:

Diclosulam 

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco de sementes, utilizado na primeira aplicação do manejo outonal.

Espectro de controle: ótimo controle de folhas largas (ex: buva) e algumas gramíneas (ex: capim-amargoso). 

Dosagem recomendada: 29,8 a 41,7 g ha-1.

Pode ser misturado com: associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e 2,4 D).

Cuidados: solo deve estar úmido. 

Flumioxazin 

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco de sementes, utilizado na primeira aplicação do manejo outonal ou no sistema de aplique plante da soja

Espectro de controle: ótimo controle de folhas largas (ex: Buva) e algumas gramíneas (ex: capim-amargoso). 

Dosagem recomendada: 40 a  120 g ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, 2,4 D e imazetapir).

S-metolachlor 

Quando aplicar: herbicida com ação residual utilizado no sistema de aplique plante da soja.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha).

Dosagem recomendada:1,5 a 2,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).

Cuidados: não deve ser aplicado em solos arenosos. O solo deve estar úmido, com perspectivas de chuva. 

Trifluralina 

Quando aplicar: herbicida com ação residual, utilizado na primeira aplicação do manejo outonal.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (Ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha).

Dosagem recomendada: 1,2 a 4,0 L ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e graminicidas).

Cuidados: deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. Formulações antigas tem problemas com fotodegradação (necessidade de incorporação). Eficiência muito reduzida em solo com grande quantidade de palha ou durante período seco.  

Sulfentrazone

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco de sementes, utilizado na primeira aplicação do manejo outonal.

Espectro de controle: ótimo controle de plantas daninhas de folhas largas e bom controle de alguns gramíneas. 

Dosagem recomendada: 0,5 L ha-1, pois apresenta grande variação na seletividade de cultivares de soja.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, 2,4 D, chlorimuron e clomazone).

Recomendado principalmente para áreas onde também ocorre infestação de tiririca!

É importante que a recomendação de produtos fitossanitários seja feita por um agrônomo. Mas o produtor deve estar sempre atento a novas informações para auxiliar em sua recomendação. 

Conclusão

Neste artigo, vimos a importância do manejo eficiente de dessecação para plantio de soja. 

Mostramos as principais ferramentas de controle químico que podem ser utilizadas no período de entressafra e como realizar seu posicionamento correto para não ocasionar danos à cultura da soja.  

Além disso, citamos técnicas importantes que devem ser utilizadas no manejo integrado de plantas daninhas.  

Com essas informações, tenho certeza que você irá realizar um bom manejo de herbicidas na sua dessecagem pré-plantio de soja!

Quais herbicidas você utiliza na entressafra? Restou alguma dúvida sobre a dessecação para plantio de soja? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Consultoria agrícola: como expandir e ser ainda melhor

Consultoria agrícola: O que você precisa considerar antes de entrar neste mercado e 5 dicas para se manter competitivo. 

Uma grande revolução tecnológica vêm ocorrendo no agronegócio brasileiro nos últimos anos. 

E um grande parceiro nesta revolução tecnológica são as empresas e profissionais autônomos que prestam consultoria agrícola.

Mas como ganhar a credibilidade dos produtores? E, mais difícil ainda, como se diferenciar dentre tantas consultorias?

Para isso, é preciso considerar alguns pontos e ter estratégias. E é sobre isso que vamos falar neste artigo! Confira!

Como entrar no mercado de consultoria agrícola?

Ingressar no mercado de consultoria agro pode ser um pouco abstrato os profissionais. 

Isso porque não se está vendendo um produto físico ou processo único, como um maquinário agrícola ou uma aplicação de calcário!

De modo geral, a consultoria funciona através da identificação e detalhamento de um problema ou oportunidade que uma empresa rural possui. E, em seguida, o consultor agrícola vende a informação que possibilita resolver o problema ou aproveitar a oportunidade.

Essa informação geralmente é materializada na forma de um relatório que detalha, de maneira simples e objetiva, os passos que o empresário rural deve seguir para alcançar seus objetivos. 

Só aí temos dois desafios a serem superados: a falta de credibilidade do novo consultor/consultoria por parte dos produtores e a entrada em um novo negócio em um mercado que já está saturado.

Mesmo que você tenha experiências profissionais anteriores, como ser consultor de uma grande empresa, o trabalho em sua própria consultoria é completamente diferente.

Por isso, é muito importante que um novo profissional responda a algumas perguntas antes de se aventurar neste mercado. Veja também este vídeo que separei sobre o assunto!

Como começar sua Consultoria - 3 Passos Essenciais

Confira alguns passos que podem te ajudar a começar sua consultoria agrícola.

1º: Quais serviços vou prestar? 

É importante que um novo profissional tenha uma boa capacitação associada a um amplo conhecimento técnico para que suas informações sejam importantes para o mercado. 

Atualmente, muito se fala sobre profissionais multitarefas (e outras terminologias). 

Porém, no ramo da consultoria agrícola, é importante que o consultor domine plenamente uma área de especialização para que posso atuar com segurança.

Também é importante delimitar quais os tipos de serviços você dará enfoque. Você poderá se especializar em agricultura de precisão, em insetos, em doenças ou em uma cultura em específico, como grãos, café e citros.
Dominar o manejo de pragas do algodão ou manejo nutricional da cana-de-açúcar são alguns exemplos.

Caso o consultor ache importante fornecer outros serviços que complementam o seu, pode formar um time de consultores ou trabalhar em parceria com outras empresas. 

2º: Preciso delimitar meu público-alvo?

Sim! É muito importante o consultor delimitar com exatidão os clientes em potencial. Assim é possível melhorar a estratégia de marketing e se especializar, cada vez mais, em resolver os problemas de seu público. 

No início, é normal que um consultor preste serviços em uma maior quantidade de áreas. 

Porém, é importante se especializar em uma área, como já comentamos você pode ser especialista em determinadas culturas ou determinados serviços, como telemetria ou pragas, por exemplo.

Trabalhe para que quando um produtor rural precise de um serviço nesta área, seu nome seja o mais cotado!  

3º: Qual meu posicionamento no mercado?

É muito importante que o consultor saiba exatamente qual seu diferencial em relação ao mercado. Quais benefícios o cliente terá por fazer negócios com você e não com  outras empresas que prestam o mesmo serviço? 

Entenda que o diferencial deve ser alinhado com o que o cliente necessita. Diferenciais apenas em relação ao custo do serviço geralmente não são sustentáveis, pois o nível de cobrança por parte do cliente será o mesmo. 

Nesse sentido, é interessante que você invista na sua consultoria em soluções mais ágeis, como ao utilizar mais tecnologia e realizar cursos na sua área de especialização.

Além destas 3 respostas, é importante que o consultor saiba precificar o seu serviço.

Por isso, é importante que você tenha em mente o quanto suas soluções trarão de lucro para o produtor rural, estabelecendo um preço pelo serviço que seja interessante para ambas as partes.

Para novos consultores, é muito importante formalizar o negócio. Isso trará mais segurança para você e seus clientes.

5 dicas para começar sua consultoria agrícola

Se você já sabe que tipo de serviço prestar, quem é seu público-alvo e o posicionamento que quer adotar no mercado, seguir essas 5 dicas pode te ajudar!

Dica 1 – Defina sua especialização

É importante que o consultor domine sua área de atuação e sempre se mantenha atualizado.

Como o consultor estará, na maioria das vezes, resolvendo problemas de seus clientes, deve estar preparado para resolvê-los de maneira eficiente – e o mais rápido possível! 

Infelizmente, como a agricultura é muito dinâmica, o consultor pode ter uma janela de atuação pequena para resolver um problema. Por isso, você deve estar preparado. 

De acordo com um estudo realizado pelo Laboratório da Consultoria, os atributos profissionais de maior peso no ramo de consultoria são conhecimento e experiência!

Além disso, especializações em áreas correlatas podem auxiliar muito no trabalho. Cursos de gestão de projetos ou marketing são opções!

Dica 2 – Conheça e use boas ferramentas em sua consultoria agrícola

Ter um bom conhecimento das ferramentas do Office é essencial para várias profissões. Para consultores, não é diferente! Se não tem um bom domínio destas ferramentas, busque treinamentos.

Além disso, softwares de gestão de projetos podem auxiliar muito na realização das consultorias. E, assim, fica mais fácil se organizar e entregar um bom trabalho. 

Alguns softwares que usam metodologia ágil de gestão de projetos são intuitivos e fáceis de usar, como o Trello.

Também é muito importante que o histórico de informações do empreendimento rural esteja com fácil acesso e organizado. Isso facilita muito o processo de entendimento do problema ou identificação de oportunidades para o negócio. 

Com o Aegro, o consultor tem acesso rápido e seguro às informações da fazenda. É possível visualizar as atividades que foram feitas ou estão em andamento e as observações de campo. 

Essa pode ser uma boa saída para se diferenciar de seus concorrentes: uma solução tecnológica que dá agilidade e credibilidade aos seus serviços.

O Aegro disponibiliza para os consultores agrícolas um plano exclusivo com as funções essenciais para registro e acompanhamento das atividades, incluindo MIP e Mapas NDVI.

consultoria agrícola

Visualizar atividades que estão em curso ou já foram feitas na fazenda é rápido e seguro com o software de gestão agrícola Aegro. Dados ilustrativos


>> Leia mais: “5 ferramentas gratuitas que todo consultor agrícola deve conhecer

Dica 3 – Faça uma boa rede de contatos (networking) 

Não é necessário que o consultor domine várias áreas do conhecimento, porém, conhecer profissionais que dominem é um diferencial de mercado. 

Manter contato com bons profissionais de diferentes instituições como universidades, órgãos de pesquisa, empresas e outras consultorias facilitará muito a realização de seus projetos de consultorias.    

Assim, poderá formar parcerias de trabalho dentro do mesmo projeto ou indicar bons profissionais para resolver problemas para os quais você não está capacitado. 

Uma importante ferramenta para ampliar seu networking e divulgar seu trabalho é o LinkedIn.

Dica 4 – Tenha uma boa gestão de pessoas

Durante suas consultorias, você estará lidando com diferentes colaboradores do empreendimento rural, que ocupam diversas posições.

Por isso, mantenha sempre uma postura profissional e ética, tratando a todos com respeito!

Além disso, é importante conhecer as normas do local onde está prestando a consultoria. Utilize os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) exigidos, acesse somentes áreas que têm permissão e etc.

É importante que o consultor entenda que para obter as informações necessárias ou planejar as soluções da consultoria deverá realizar uma boa gestão de pessoas!

Dica 5 – Fidelize seus clientes

A principal forma de divulgação de seu trabalho são clientes satisfeitos! Desta forma, se esforce para cumprir o prazo de entrega com boa qualidade do serviço prestado. Tente superar as expectativas do cliente. 

Clientes satisfeitos, com certeza, se fidelizam ao seu trabalho e lhe abrirão portas para diversos outros serviços.

Conclusão

Ingressar ou se manter competitivo na área de consultoria agrícola nem sempre é fácil.

Neste artigo, discutimos alguns pontos que você deve considerar para iniciar sua consultoria ou para aperfeiçoar os serviços já prestados.

Vimos também algumas ferramentas que podem te auxiliar no processo de gestão e outros aspectos importantes do processo de consultoria para você se destacar nesse mercado.

Espero que com essas dicas passadas aqui você consiga abrir sua consultoria ou melhorar a competitividade de sua consultoria no mercado! 

Consultoria contábil para o agronegócio: 5 dicas para ganhar mais espaço e crescer
Consultora economiza R$ 70 mil em utilização de insumos

Quais foram as principais dificuldades no início de sua carreira? Quais dicas já vem adotando em sua consultoria agrícola? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como fazer o manejo eficiente do capim-colchão

Capim-colchão: Época certa para controle, quais herbicidas usar e confira as principais dicas para evitar o prejuízo da lavoura. 

A planta daninha capim-colchão tem grande distribuição em nosso país e infesta lavouras de grãos e grandes áreas de cana. 

Para os produtores de cana-açúcar, houve relatos de populações com menor suscetibilidade a alguns herbicidas comumente utilizados na cultura. 

Deste modo, é muito importante que ocorra um bom manejo para que não haja seleção de novas populações com menor suscetibilidade a herbicidas ou resistência.  

Quer saber como fazer um manejo eficiente do capim-colchão? Qual é o período ideal e os herbicidas mais indicados? Confira a seguir.

Capim-colchão: Principais pontos sobre esta daninha

No Brasil existem três espécies de gramíneas que são comumente conhecidas como capim-colchão (Digitaria horizontalis, Digitaria ciliaris e Digitaria sanguinalis), família Poaceae.

A espécie D. horizontalis é a mais frequente no país, infestando principalmente lavouras anuais e perenes. Ocorre, geralmente, em populações mistas com D. ciliaris

Já a espécie D. sanguinalis é bem menos frequente, ocorrendo em maior intensidade no sul do país. 

capim-colchão

Plantas adultas de capim-colchão (Digitaria horizontalis

(Fonte: FCAV Unesp)

capim-colchão

Plantas adultas de capim-colchão (Digitaria ciliaris

(Fonte: Wiktrop)

Plantas adultas de capim-colchão (Digitaria sanguinalis

(Fonte: Wiktrop)

Essas três espécies são muito parecidas e difíceis de serem diferenciadas no campo, necessitando de uma lupa para distinguir as características morfológicas. 

A principal diferença das espécies está nas espigueta. 

capim-colchão

Inflorescência de capim-colchão (Digitaria sanguinalis

(Fonte: Luirig)

As espécies de capim-colchão são plantas daninhas de ciclo anual. Podem se alastrar pelo enraizamento de nós dos colmos em contato com o solo úmido.

Estas plantas daninhas apreciam solos férteis – são pouco agressivas em solos pobres.  

Sementes e dispersão do capim-colchão

Estas espécies produzem em média 150 mil sementes por planta, o que está associado à sua dispersão em nosso país. As sementes são facilmente disseminadas pelo vento. 

capim-colchão

Sementes de capim-colchão (Digitaria sanguinalis

(Fonte: Oardc)

A necessidade de luz para germinar varia nestas espécies, sendo que D. horizontalis D. sanguinalis necessitam de luz para germinar. Já a D. ciliaris é indiferente à luz, germinando no escuro também.

A temperatura ideal para germinação destas espécies é a alternância de 25℃ a 35℃

Além da capacidade de interferir nas culturas, diminuindo sua produtividade, estas espécies podem ser hospedeiras de pragas e doenças

As espécies D. horizontalis e D. sanguinalis podem ser hospedeiras de nematoides

Além disso, a espécie  D. horizontalis pode ser hospedeira para o patógeno que ocasiona a mancha branca do milho.

Dentre estas espécies, somente a D. ciliaris possui registro de biótipos resistentes à herbicida no Brasil. 

Sendo registrada em 2002 como resistente a herbicidas inibidores da enzima ACCase ou comumente chamados de graminicidas (haloxyfop e fluazifop).

Manejo de capim-colchão na entressafra do sistema soja-milho

A entressafra, com certeza, é período ideal para realizar um bom manejo do capim-colchão, pois existe um número maior de opções a serem utilizadas!

O ideal é que a aplicação ocorra em plantas com até 2 perfilhos, pois as chances de sucesso são maiores!

Herbicidas pós-emergentes: 

Cletodim 

Possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendável dose de 0,5 a 1,0 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Haloxyfop 

Possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendável dose de 0,55 a 1,2 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Este são os exemplos mais comuns de graminicidas utilizados no mercado. No entanto, existem outros produtos com ótimo desempenho e que seguem a mesma lógica de manejo. 

Novas formulações de graminicidas vem sendo lançadas com maior concentração do ingrediente ativo (responsável pela morte da planta) e com adjuvante incluso. (Ex: Verdict max®, Targa max® e Select one pack®)

Quando forem misturados 2,4D e graminicidas deve-se aumentar a dose do graminicida em 20%, pois este herbicida reduz sua eficiência. 

Glifosato

Possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial. Indicado na dose de 2,0 a 4,0 L ha-1

Paraquat 

Pode ser utilizado em plantas pequenas (até 2 perfilhos) provenientes de sementes ou em manejo sequencial para controle da rebrota de plantas maiores. Recomendável na dose de 1,5 a 2,0 L ha-1. Adicionar adjuvante não iônico 0,5 a 1,0% v.v. 

Glufosinato de amônio 

Pode ser utilizado em plantas pequenas (até 2 perfilhos) provenientes de sementes ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. Recomendável dose de 2,5 a 3,0 L ha-1. Adicionar óleo mineral 2,0% v.v. 

Herbicidas pré-emergentes:

Diclosulam 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e graminicidas). O solo deve estar úmido. Recomendações de dose de 29,8 a 41,7 g ha-1

Flumioxazin

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas e imazetapir) ou no sistema de aplique plante da soja. Recomendável na dose de 70 a 120 g ha-1.

S-metolachlor

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado no sistema de aplique plante da soja, na dose de 1,5 a 2,0 L ha-1. Não deve ser aplicado em solos arenosos. 

Trifluralina 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas). Recomendável na dose de 1,2 a 4,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo. Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. 

Baixe grátis o Guia para Manejo de Plantas Daninhas

Manejo do capim-colchão na pós-emergência das culturas de soja e milho

Para plantas pequenas ou rebrota de plantas perenizadas na soja, temos como opção eficiente somente o uso de graminicidas (clethodim, haloxyfop e outros). 

Em caso de soja RR podem ser associados ao glifosato. 

Em áreas com grande infestação devem ser utilizados herbicidas pré-emergentes no sistema de “aplique plante” para diminuir o banco de sementes e o número de aplicações em pós-emergência (diclosulam, flumioxazin e s-metolachlor).

A inclusão de pré-emergentes em diferentes etapas do manejo é fundamental, principalmente em áreas com grandes infestações. Como diminuem a necessidade de aplicações em pós-emergência e previnem a seleção de plantas resistentes, trazem ótimo custo-benefício ao produtor. 

O controle de capim-colchão no milho é mais complexo, pois o milho também é uma gramínea. Assim, existem poucas opções que são seletivas ao milho e controlam capim-colchão. 

Dentre elas temos herbicidas pré-emergentes aplicados em sistema de “aplique plante” (ex:trifluralina, s-metolachlor e isoxaflutole) ou herbicidas utilizados em pós-emergência precoce (ex: nicosulfuron, tembotrione e mesotrione). Porém, não há opções eficientes para controle de plantas mais desenvolvidas ou perenizadas.    

Conclusão

Neste artigo vimos a importância econômica que o capim-colchão possui em nosso país e como realizar um manejo eficiente em lavouras de grãos. 

E vimos quais herbicidas são mais utilizados para o controle na pré e pós-emergência das culturas.

Espero que com essas dicas passadas aqui você consiga realizar um manejo eficiente do capim-colchão!

>> Leia mais:

Como fazer o manejo eficiente do capim-amargoso

O guia completo para controle de capim-pé-de-galinha

Como identificar e fazer o controle de tiririca na lavoura

Como você controla a infestação de capim-colchão na lavoura hoje? Já enfrentou casos de resistência? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como fazer o manejo eficiente do capim-colonião

Capim-colonião: Época certa para controle, quais herbicidas utilizar e as principais dicas para evitar o prejuízo da lavoura

O capim-colonião é uma forrageira muito utilizada para alimentação animal, por sua adaptação ao clima do país e grande capacidade de crescer e se desenvolver. 

Forma uma grande quantidade de massa verde, podendo chegar a 3 m de altura. 

Porém, essa grande capacidade de crescer e se desenvolver rapidamente é muito prejudicial quando infesta algum cultivo, diminuindo muito a produtividade

Quer saber como fazer um manejo eficiente de capim-colonião? A seguir, explicarei o período ideal para controle e os herbicidas mais indicados. Confira!

Capim-colonião: Principais pontos sobre essa planta daninha

O capim-colonião (Panicum maximum Jacq.) é uma planta daninha de ciclo perene, que tem reprodução por sementes e de forma vegetativa (rizomas). 

Seu florescimento ocorre durante um longo período. É comum encontrar plantas florescendo e frutificando durante todo o ano. 

A produção de rizomas subterrâneos possibilita a fácil recuperação de danos mecânicos na parte aérea, como roçadas. 

capim colonião

Plantas adultas de capim-colonião (Panicum maximum
(Fonte: Tropical forages)

Essa planta daninha tolera ambientes secos por um curto período, não tolerando também  solos encharcados por longo período. 

Além disso, é bastante suscetível a geadas.  

O capim-colonião pode ser encontrado em quase todas as regiões do país, infestando principalmente a cultura da cana-de-açúcar, citros e grãos. 

Não tolera temperaturas mais frias, por isso não é muito encontrada em todas as regiões do país. 

Como esta espécie é utilizada como forrageira, o tipo de variedade encontrada na região geralmente depende muito do que os agricultores costumam produzir.

E, devido ao manejo incorreto, acabaram produzindo sementes que infestam outras áreas. 

Sua ampla dispersão está associada à capacidade de produzir uma grande quantidade de sementes (mais de 120 mil sementes por planta), que são facilmente disseminadas pelo vento durante todo o ano.

capim colonião

(Fonte: USDA Plants)

Suas sementes possuem maior capacidade de germinação em temperaturas entre 20ºC e 30ºC. Por isso, a alta germinação pode ocorrer o ano todo, dependendo da região do país.

Alguns pesquisadores afirmam que daninhas são plantas cuja utilização ainda não foi descoberta. Porém, no caso do capim-colonião, sua utilização já foi descoberta!

Por isso falaremos dos benefícios de utilizar esta espécie como forrageira e dos malefícios de tê-la como invasora. 

Benefícios do capim-colonião

É uma ótima forrageira para regiões quentes e com boa distribuição de chuvas, pois produz um grande quantidade de massa verde, com boa palatabilidade para o gado. 

Além disso, pode ser usada na fitorremediação de solos que contêm metais pesados

As plantas novas chegam a conter 13% de proteína!

Malefícios do capim-colonião

Essa planta é problema principalmente na cultura da cana-de-açúcar, pois, no início de seu desenvolvimento, se assemelha à cultura, dificultando o controle.  

Lembrando que, quando utilizada como forrageira, essa planta não chega a florescer!

Além disso, pode ocorrer acúmulo de glicosídeos cianogênicos em sua inflorescência, o que intoxica rapidamente os animais que a consomem.

capim colonião

Inflorescência de capim-colonião (Panicum maximum
(Fonte: Conabio)

Dessa forma, pode ser muito prejudicial quando infesta uma área de pastagem ou de integração lavoura-pecuária. 

Além disso, pode ser hospedeira de nematoides

capim colonião

(Fonte: USDA Plants)

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Manejo de capim-colonião na entressafra do sistema soja-milho

Herbicidas aplicados em  pós-emergência: 

Cletodim

Possui ótimo controle de plantas pequenas (20 cm a 40 cm) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendada dose de 0,40 a 0,45 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Haloxyfop

Possui ótimo controle de plantas pequenas (20 cm a 40 cm) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendável na dose de 0,5 a 1,2 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.

Este são os exemplos mais comuns de graminicidas utilizados no mercado. Porém, existem outros produtos com ótimo desempenho, que seguem a mesma lógica de manejo. 

Quando forem misturados 2,4D e graminicidas, deve-se aumentar a dose do graminicida em 20%, pois este herbicida reduz sua eficiência. 

Glifosato

Possui ótimo controle (20 cm a 40 cm) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (associado a pré-emergentes), na dose de 5,0 a 6,0 L ha-1

cultivares de panicum maximum

(Fonte: Disponível em Bueno e Pereira

Herbicidas aplicados em pré-emergência:

Flumioxazin 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas e imazetapir); ou no sistema de aplique plante da soja, na dose de 90 a 120 g ha-1.

S-metolachlor 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado no sistema de aplique plante da soja, na dose de 2,5 L ha-1. Não deve ser aplicado em solos arenosos. 

Trifluralina 

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas).

Recomendada dose de 0,9 a 4,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo. Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. 

Sulfentrazone

Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato). Recomenda-se dose de até 0,5 L ha-1, pois apresenta grande variação na seletividade de cultivares de soja

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Manejo na pós-emergência das culturas de soja e milho

Para plantas pequenas ou rebrota de plantas maiores na soja, temos como opção eficiente somente o uso de graminicidas (clethodim, haloxyfop e outros). 

Em caso de soja RR, podem ser associados ao glifosato

Em áreas com grande infestação devem ser utilizados herbicidas pré-emergentes (flumioxazin e s-metolachlor) no sistema de “aplique plante” para diminuir o banco de sementes e o número de aplicações em pós-emergência.

O inclusão de pré-emergentes em diferentes etapas do manejo é fundamental, principalmente em áreas com grandes infestações. Assim pode-se controlar os diferentes fluxos de emergência ocasionados pela dormência das sementes. 

O controle de capim-colonião no milho é mais complexo, pois o milho também é uma gramínea e existem poucas opções que são seletivas ao milho e controlem capim-colonião. 

Para controle do banco de sementes, podemos aplicar herbicidas pré-emergentes em sistema de “aplique plante” (ex:trifluralina, s-metolachlor e isoxaflutole). 

Para controle de plântulas em estádio inicial (20 cm a 30 cm) temos as seguintes opções: 

  • Nicosulfuron
  • Atrazina+mesotrione
  • Atrazina+mesotrione.   

Em caso de milho RR ou LL, podem ser utilizados glifosato ou amônio-glufosinato, respectivamente, para controle desta planta daninha em pós-emergência. 

Conclusão

Neste artigo vimos a importância econômica que o capim-colonião possui em nosso país e como realizar um manejo eficiente em lavouras de grãos. 

Entendemos a importância de conhecer a biologia da planta daninha antes de manejá-la. 

E vimos algumas estratégias de manejo para controle eficiente, evitando seleção de resistência. 

Com essas dicas, espero que você consiga realizar um manejo eficiente do capim-colonião!

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Como você controla a infestação de capim-colonião na lavoura hoje? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Pesticidas: 8 mitos e verdades que você precisa saber

Pesticidas prejudicam a biodiversidade? Uso de glifosato pode reduzir absorção de nutrientes? Brasil é o país que mais utiliza pesticidas? Tire essas e outras dúvidas agora! 

Após a revolução verde e o aumento das áreas agrícolas, ocorreu consequentemente o aumento do uso de pesticidas. 

Desde então, polêmicas vêm sendo geradas sobre o uso desses produtos em nosso país. 

Por um lado, muitos defendem que o Brasil é o país que mais consome pesticidas no mundo; que inúmeras doenças estão associadas a seu uso; e que a agricultura poderia alimentar o mundo sem utilizá-los. 

Do outro, estão os que pensam que pesticidas são inofensivos; que existe a extrema necessidade de novas moléculas; e que a agricultura não poderia alimentar o mundo sem utilizá-los. 

Neste artigo, vamos discutir alguns mitos e verdades propagados pelos dois extremos e trazer informações técnicas para melhor explicá-los. Confira!

1º mito ou verdade: o Brasil é o país que mais consome pesticidas no mundo (5 litros por habitante) 

Mito. Esta é uma maneira extremamente tendenciosa de mostrar os dados!

Nessa notícia, simplesmente houve uma divisão da quantidade total de pesticidas utilizados no país pelo número total de habitantes. 

Isso não é correto, pois nem todos os produtos serão aplicados em cultivos destinados à alimentação humana.

Devemos considerar inúmeros outros fatores como a área cultivada no país e a diversidade de culturas produzidas. 

Porém, a redução do uso de pesticidas é totalmente possível por meio de recomendações corretas para controle de pragas no momento correto. 

Além disso, utilização de outras técnicas de manejo como a rotação de culturas, adubação verde, controle biológico e indução de resistência têm apresentado ótimos resultados e devem ser mais utilizadas. 

2º mito ou verdade: a utilização de pesticidas prejudica a biodiversidade do meio ambiente 

Verdade. A utilização em larga escala de pesticidas vem afetando drasticamente a biodiversidade, diminuindo a existência de inimigos naturais de pragas, insetos polinizadores e microorganismos benéficos do solo. 

Mesmo se todos os produtores seguirem todas a recomendações de uso e posicionamento técnico, ainda assim ocorreriam alguns impactos ao meio ambiente. 

Porém, o problema é agravado quando a utilização destes produtos é feita de modo indiscriminado, em modalidades proibidas (ex: aplicações aéreas de produtos não autorizados) ou de pesticidas contrabandeados ou falsificados.

Um grande problema que vem sendo relatado é a diminuição da população de abelhas ao redor do mundo. Isso preocupa muito os pesquisadores devido à sua grande importância como polinizadoras de plantas.

pesticidas

(Fonte: DW)

3º mito ou verdade: lavar frutas com bicarbonato de sódio elimina 100% dos resíduos de pesticidas

Mito. A boa higienização de frutas e verduras antes do consumo é essencial. Porém, a utilização de bicarbonato de sódio ou outras técnicas de limpeza não garante a retirada completa de qualquer produto aplicado durante o cultivo de frutas e verduras.

Se o produto for aplicado dentro das recomendações para a cultura, não se preocupe: a ocorrência de resíduos é insignificante ou nula!

Contudo, se aplicado fora da recomendação, pode ocasionar resíduos! Mas, a solução de bicarbonato não será eficiente, pois, como muitos produtos têm ação sistêmica ou fisiológica, esse resíduo estará presente não apenas na superfície externa.

O que realmente tem sido efetivo para impedir a contaminação de alimentos são campanhas de conscientização para uso correto de pesticidas e fiscalização de alimentos, como vem sendo feito pela Anvisa.

Um grande problema em nosso país é detecção de resíduos do uso de agrotóxicos em uma cultura que não tem registro para os mesmos. 

Por isso, é importante que o governo adote medidas para melhorar o suporte fitossanitário de culturas consideradas de suporte fitossanitário insuficiente.

Desta forma, produtores teriam opções disponíveis para controle de pragas em seus cultivos. Estes seriam corretamente recomendados por um agrônomo sem infringir a lei ou prejudicar o meio ambiente e consumidor final.

Fonte: Gazeta do Povo

4º mito ou verdade: o uso de glifosato pode influenciar negativamente na absorção de nutrientes e fixação biológica de nitrogênio da soja RR 

Verdade. Existem trabalhos que demonstraram que, nas primeiras gerações de soja RR, havia menor absorção de nutrientes e água e redução na fixação biológica de N em plantas tratadas com glifosato.

Porém, a empresa detentora desta tecnologia vem tentando contornar este problema nas últimas gerações lançadas

Além disso, vem sendo muito estudados os problemas ocasionados pelo uso intensivo e continuado deste produto ao longo dos anos e qual o impacto, por exemplo, do acúmulo dos composto provenientes de sua decomposição para o meio ambiente. 

Mas, até o momento, não foram detectados problemas tão graves a ponto de ser necessário tirar esta molécula do mercado.  

É importante que existam estudos que avaliem o risco ambiental de diferentes técnicas e produtos que vêm sendo utilizados na agricultura. O mesmo vale quanto à saúde humana, para impedir problemas maiores aconteçam no futuro! 

5º mito ou verdade: alimentos orgânicos são mais saudáveis e devem ser consumidos sempre no lugar de alimentos convencionais 

Mito. Não é possível afirmar que os alimentos orgânicos são mais saudáveis ou de melhor qualidade em relação aos convencionais. Se produzidos de maneira correta, os dois terão a mesma qualidade. 

Muitas pessoas optam por comprar alimentos orgânicos sem se preocupar quanto à sua procedência ou como realmente foram produzidos pelo simples fato de serem orgânicos. 

Fique atento, pois alimentos orgânicos mal produzidos podem estar contaminados com patógenos, insetos ou outras substâncias prejudiciais ao homem.

Por isso quando adquirir um alimento, seja ele orgânico ou convencional, tenha certeza de sua procedência. E faça sempre uma boa higienização antes do consumo.    

6º mito ou verdade: a utilização de pesticidas pode contaminar águas subterrâneas 

Verdade. Alguns estudos recentes demonstraram que alguns pesticidas são comumentes encontrados em águas subterrâneas ou corpos de água. Alguns deles estão proibidos há anos no país, porém ainda persistem nestes locais.   

A contaminação de águas (lençóis freáticos) por pesticidas está diretamente ligada às normas de utilização desses produtos. Se estas não forem seguidas, associadas ao uso indiscriminado, podem ocasionar sérios problemas ao meio ambiente e à saúde humana. 

Um dos grandes avanços que o Brasil conseguiu foi o alto índice de devolução de embalagens de pesticidas. O percentual ultrapassa muitos países desenvolvidos inclusive, o que diminui o risco de contaminação ambiental.

Porém, muito ainda pode ser melhorado. Além disso, estudos contínuos sobre a contaminação ambiental e risco associado são de suma importância, inclusive para preservar os recursos naturais que são explorados através da agricultura.  

7º mito ou verdade: culturas transgênicas transmitiram genes mutantes para plantas daninhas deixando-as resistentes a herbicidas 

Mito. As plantas transgênicas com resistência a herbicidas não têm a capacidade de transferir genes de resistência para outras espécies. 

Se houver possibilidade de uma cultura transgênica cruzar com uma espécie de planta daninha do mesmo gênero (ex: espécies com proximidade botânica podem cruzar), jamais seria aprovada pela CTNBio.  

O problema da resistência de plantas daninhas é explicado pelo uso indiscriminado de um mesmo herbicida em uma grande área, o que pode selecionar indivíduos resistentes.

E, devido ao uso contínuo deste produto, estas plantas se desenvolveram e produzem sementes dominando o ambiente em relação aos indivíduos sensíveis. 

Desta forma, pode-se afirmar que a resistência de plantas daninhas a herbicidas está ligada ao manejo incorreto de herbicidas e não à transferência de genes de cultivos transgênicos.   

pesticidas

Pesticida é substância química ou agente biológico com intuito de destruir, repelir ou mitigar qualquer praga; primeiro pesticida utilizado foi enxofre e depois compostos químicos como arsênio e mercúrio 

(Fonte: MAPA)

8º mito ou verdade: a compra de pesticidas via internet sem receituário agronômico é proibida 

Verdade. O Brasil possui um conjunto de leis que regulamenta a venda de pesticidas. Desta forma, a empresa deve cumprir uma série de normas para realizar a venda, incluindo a forma de armazenamento e transporte desses produtos. 

Além disso, somente é permitida a compra de pesticidas por produtores rurais cadastrados no Card/pro. É preciso ainda comprovar a necessidade de uso por meio de um receituário agronômico. 

Conclusão

Neste artigo vimos algumas notícias sobre pesticidas que são cada vez mais disseminadas pela internet, sobretudo nas redes sociais.  

Discutimos até que ponto essas informações poderiam ser verdadeiras e quais os pontos relevantes sobre o assunto. 

Sempre que ler uma notícia nas redes sociais, antes de compartilhá-la, verifique se a informação é verdadeira com um profissional da área ou com trabalhos científicos confiáveis. 

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“Inseticidas ecdisteroides: como agem nos insetos e por que são uma boa opção de manejo”

Você já recebeu alguma dessas notícias sobre os pesticidas? Ficou surpreso com alguma informação passada? Adoraria ver seu comentário abaixo!