About Henrique Fabrício Placido

Sou engenheiro agrônomo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre pela ESALQ/USP e especialista em Gestão de Projetos. Atualmente, sou doutorando pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) na linha de pesquisa de plantas daninhas.

Tudo que você precisa saber sobre as plantas daninhas do trigo

Plantas daninhas do trigo: como planejar o manejo, quais as principais infestantes e como controlá-las

O trigo é uma cultura muito importante e que pode ser peça-chave para rotação de cultivos e melhor aproveitamento de áreas em algumas regiões do país. 

Além disso, essa cultura é uma aliada do manejo de plantas daninhas, pois tem ótimo fechamento de linha e ótima produção de palhada. 

Porém, para que este uso seja efetivo, é importante conhecer as principais plantas daninhas do trigo e saber como manejá-las. Por isso, confira!

Estratégias de manejo de plantas daninhas do trigo

Em nosso país, o trigo geralmente é cultivado em rotação com a cultura da soja no lugar do milho safrinha.

A principal diferença no manejo de plantas daninhas nesta cultura é que o período de entressafra ocorrerá entre a colheita da soja e o plantio do trigo. 

Desta forma, o produtor deve utilizar este período para controlar as plantas daninhas da área e priorizar a semeadura do trigo no limpo

Apesar do ótimo fechamento de linha do trigo, a ocorrência de plantas daninhas nos estádios iniciais pode ser muito prejudicial à produtividade da cultura. 

Para cultivares de porte baixo, estudos demonstram que o período anterior à interferência é de 12 dias após a emergência.  Já o período crítico de prevenção da interferência vai dos 12 aos 24 dias após a emergência. 

Ou seja, o manejo de plantas daninhas deve ser planejado para a cultura do trigo ficar no limpo por, no mínimo, 12 dias!

Além disso, a semeadura da soja ocorrerá logo após a colheita do trigo. Se a área estiver com plantas daninhas, o produtor terá de semear a cultura principal no sujo (soja) ou terá que prorrogar a semeadura (o que não costuma ser viável).

Uma questão importante no manejo de plantas daninhas no trigo é o padrão de seletividade na cultura.  Como o trigo se trata de uma gramínea, o número de herbicidas que controlam outras gramíneas no meio desta cultura é reduzido.  

Por isso, priorize controlá-las na entressafra (entre a colheita e a semeadura da soja). 

Principais plantas daninhas do trigo

Azevém (Lolium multiflorum)

Essa planta daninha possui grande importância para a cultura do trigo na região Sul do Brasil.

Já foi muito utilizada como cultura de cobertura ou forrageira e, devido a isso, se disseminou em várias áreas. 

O azevém é uma das poucas gramíneas que tem a capacidade de vegetar durante o período de inverno. 

Ele tem seu ciclo anual ou bianual (com ampla variação dependendo do biotipo) ereta, herbácea, amplamente perfilhada e sem ocorrência de pilosidades (glabra). Tem reprodução exclusivamente por sementes!

Estudos demonstram que uma população de 24 plantas de azevém por m2, convivendo com o trigo por 35 dias, pode reduzir em 62% o rendimento de grãos da cultura. 

Recomendação de manejo do azevém

Recomenda-se que o manejo desta planta daninha seja realizado prioritariamente antes da semeadura do trigo!

Caso as plantas estejam em estádio inicial de desenvolvimento, a aplicação de graminicidas será efetiva. Caso contrário, a aplicação sequencial de glifosato + graminicidas será necessária. 

Além disso, pode-se utilizar o herbicida pendimethalin no sistema plante-aplique para controlar as sementes presentes na área. 

Caso esta planta daninha do trigo esteja na área na pós-emergência da cultura, as opções disponíveis serão iodosulfuron, clodinafop e diclofop.

Além de sua capacidade competitiva, existem biótipos resistentes a herbicidas no Brasil.

Até o momento foram relatados quatro casos de resistência de azevém no Brasil. De maneira cronológica, os casos foram:

2010 –  azevém resistente ao herbicida iodosulfuron;

2010 – azevém resistente aos herbicidas clethodim e glifosato;

2016 – azevém resistente aos herbicidas clethodim e Iodosulfuron;

2017 – azevém resistente aos herbicidas Iodosulfuron, pyroxsulam, glifosato.

Caso existam biótipos resistentes desta espécie daninha em sua lavoura de trigo, uma opção para manejá-la é optar por variedades Clearfield®, que serão tolerantes ao herbicida imazamox.

Capim-amargoso (Digitaria Insularis)

O capim-amargoso é uma planta daninha de ciclo perene, herbácea, entouceirada, ereta  e que produz rizomas (estruturas de reserva). 

É uma das principais plantas daninhas do Brasil, ocorrendo em grande parte do território nacional. 

O ponto principal de seu controle é a aplicação nos estádios iniciais de desenvolvimento, pois após a produção de rizomas (aproximadamente 45 após a emergência) sua capacidade de rebrota depois de uma injúria de herbicidas é altíssima. 

Capim-amargoso é uma das principais plantas daninhas do trigo
(Foto: Germani Concenço/Embrapa)

Recomendação de manejo do capim-amargoso

Recomenda-se que o manejo do capim-amargoso seja realizado prioritariamente antes da semeadura do trigo!

Caso as plantas estejam em estádio inicial de desenvolvimento, a aplicação de graminicidas será efetiva. Caso contrário, a aplicação sequencial de glifosato + graminicidas será necessária. 

Além disso, pode-se utilizar o herbicida pendimethalin no sistema plante-aplique para controlar as sementes presentes na área.

Caso esta planta daninha esteja presente na área na pós-emergência da cultura, a opção disponível será clodinafop.

Além de sua capacidade competitiva, há ocorrência de biótipos resistentes a herbicidas no Brasil.

Até o momento foram relatados dois casos de resistência de capim-amargoso no Brasil. De maneira cronológica, os casos foram:

2008 –  capim-amargoso resistente ao herbicida glifosato;

2016 – capim-amargoso resistente ao herbicida haloxyfop.

Aveia (Avena strigosa e A. sativa)

Esta planta daninha possui grande importância para a cultura do trigo na região Sul do Brasil.

Já foi muito utilizada como cultura de cobertura ou forrageira e, devido a isso, se disseminou em várias áreas. 

Esta planta daninha também é uma das poucas gramíneas que tem a capacidade de vegetar durante o inverno. 

Estas espécies têm ciclo anual, são eretas, bastante perfilhadas e com reprodução exclusivamente por sementes. 

Podem ser facilmente diferenciadas pela coloração dos envoltórios das sementes. A Avena strigosa possui coloração escura sendo assim chamada de aveia preta. 

Lavoura de aveia preta
(Foto: Agrolink)

Recomendação de manejo da aveia:

Recomenda-se que o manejo desta planta daninha seja realizado prioritariamente antes da semeadura do trigo!

Caso as plantas estejam em estádio inicial de desenvolvimento, a aplicação de graminicidas será efetiva. Caso contrário, o controle químico envolve a aplicação sequencial de glifosato + graminicidas. 

Se a aveia estiver presente na área na pós-emergência da cultura, as opções disponíveis serão iodosulfuron, clodinafop e diclofop.

Nabo (Raphanus raphanistrum e R. sativus)

As espécies de nabo forrageiro têm ciclo anual, são eretas e com reprodução exclusivamente por sementes. 

Foto de lavoura de trigo infestada com nabo forrageiro
Lavoura de trigo infestada com nabo

Recomendação de manejo do nabo:

Antes do plantio do trigo podem ser utilizados os seguinte herbicidas: glifosato, 2,4 D, metribuzin e metsulfuron. 

Caso esta planta daninha esteja presente na área na pós-emergência da cultura, as opções disponíveis serão metsulfuron, 2,4D, iodosulfuron e bentazon.

Até o momento foram relatados dois casos de resistência de nabo no Brasil. De maneira cronológica, os casos foram:

2001 – nabo resistente aos herbicidas metsulfuron, imazetapir, clorimuron, nicosulfuron, cloransulam;

2013 – nabo resistente aos herbicidas metsulfuron, imazetapir, clorimuron, sulfometuron, cloransulam, iodosulfuron e imazapic.

Buva (Conyza spp.)

A buva é uma das principais plantas daninhas do Brasil, ocorrendo em grande parte do território nacional. 

Estas espécies têm ciclo anual, são eretas, com ramos e folhas pubescentes, propagando-se exclusivamente por sementes. Suas sementes são facilmente disseminadas pelo vento!

Lavoura de trigo infestada por buva
(Fonte: Mais Soja)

Recomendação de manejo da buva:

Como essa é uma espécie que suas sementes necessitam de luz para germinar, a cultura do trigo é muito utilizada para auxiliar em seu manejo! 

Se bem controlada, o bom fechamento de linha e a palhada depois da colheita vão segurar a emergência destas sementes no período mais propício (período frio). 

Antes do plantio do trigo podem ser utilizados os seguinte herbicidas: glifosato, 2,4 D, metribuzin e metsulfuron. 

Caso esta planta daninha esteja presente na área na pós-emergência da cultura, as opções disponíveis serão metsulfuron, 2,4D, iodosulfuron e bentazon.

Até o momento foram relatados oito casos de resistência de buva no Brasil. De maneira cronológica os casos foram:

2005 – Conyza bonariensis resistente ao herbicidas glifosato;

2005 – Conyza canadensis  resistente ao herbicidas glifosato;

2010 – Conyza sumatrensis resistente ao herbicidas glifosato;

2011 – Conyza sumatrensis resistente ao herbicidas clorimuron;

2011 – Conyza sumatrensis resistente aos herbicidas glifosato e clorimuron;

2016 – Conyza sumatrensis resistente ao herbicidas paraquat;

2017 – Conyza sumatrensis resistente ao herbicidas saflufenacil;

2018 – Conyza sumatrensis resistente aos herbicidas diuron, paraquat, glifosato, 2,4 D e saflufenacil.

Para te ajudar no controle da buva e de outras espécies invasoras em sua lavoura, preparamos um Guia para Manejo de Plantas Daninhas de difícil controle. Baixe gratuitamente aqui!

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Conclusão

Neste texto vimos as particularidades do manejo de plantas daninhas do trigo.

Mostramos a importância de semear no limpo e o que devemos priorizar no manejo de plantas daninhas para as diferentes fases do cultivo. 

Vimos também os casos de ervas daninhas resistentes e as indicações de manejo para o controle adequado na cultura do trigo!

>> Leia mais: 

Quais são as principais pragas do trigo e como combatê-las

O que você precisa saber para fazer a melhor aplicação de 2,4 D em trigo

Quais plantas daninhas mais afetam sua lavoura hoje? Qual tem sido seu maior problema no manejo de plantas daninhas no trigo? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Principais pragas do arroz: como identificar e combatê-las na cultura

Pragas do arroz: saiba quais as principais pragas, como identificá-las, técnicas de amostragem e mais. 

Na safra de 2018/2019 foram plantados 1,69 milhões de hectares no Brasil, sendo 79,5% de áreas de arroz irrigado e 20,5% de arroz de sequeiro, produzindo um total de 10,44 milhões de toneladas.

Sabemos que o arroz faz parte da alimentação básica do brasileiro, compondo inúmeros pratos típicos do país. 

Como seus grãos são consumidos diretamentes ou com alguns processos de beneficiamento, o manejo de pragas implica diretamente sobre a produtividade e qualidade final do produto. 

Desta forma, é muito importante que os agricultores conheçam as principais pragas e saibam identificá-las. 

Neste artigo, separei para você informações importantes sobre as principais pragas do arroz.

Gorgulho aquático ou bicheira do arroz (Oryzophagus oryzae)

Considerada uma das pragas mais importante da cultura do arroz irrigado. 

Seus adultos possuem coloração cinza e começam seu ataque no início do período quente, nos meses de setembro a dezembro

Assim, os adultos do gorgulho aquático atacam as folhas da cultura sem provocar grandes danos, deixando cicatrizes longitudinais brancas nas folhas. Mas após isso, as fêmeas depositam seus ovos nas folhas

Quando os ovos eclodem, surgem as larvas que vão ocasionar os verdadeiros danos ao se alimentarem das folhas e irem para as raízes do cultivo. Nas raízes, estas se tornarão pupas.  

As larvas preferem as raízes novas para sua alimentação, por isso, geralmente cortam a parte central delas. 

Durante o ciclo da cultura, geralmente, ocorrem duas gerações larvais: uma próximo à irrigação (20 dias após irrigação) e outra 70 dias após emergência. 

Para o controle desta praga o monitoramento é muito importante, iniciando-se 20 dias após a irrigação.

Desta forma, percebe-se os danos ocasionados pelas larvas pela ocorrência de plantas menores de coloração amarelada e que podem ser facilmente arrancadas (consequência dos danos nas raízes). O dano econômico ocorre a partir de cinco larvas por amostra. 

Foto de gorgulho aquático

Gorgulho-aquático: inseto adulto (A); larva (B); raiz danificada (C)
(Fonte: Embrapa Clima Temperado, Pelotas – RS, 2009)

No mês de março, retornam ao período de hibernação que ocorre na própria lavoura ou em áreas adjacentes. Demonstrando assim, a importância do manejo de plantas daninhas na lavoura e áreas próximas. 

Lagarta da panícula (Pseudaletia sequax e P. adultera)

A fase adulta desta praga é uma mariposa que possui um ponto escuro no centro das asas anteriores. 

Assim, o início do ciclo desta praga ocorre pela oviposição nas folhas e colmo do arroz. Após 8 dias aparecem as lagartas com coloração pardo-escura para a espécie P. adultera e rosada para P. sequax

Essa praga ataca as folhas nos estádios iniciais do arroz e, com o passar do tempo, as panículas da cultura. 

A lagarta da panícula pode iniciar sua ocorrência na fase de afilhamento, porém é mais frequente na fase de emissão da panícula, permanecendo até a colheita

Ela possui hábitos alimentares noturnos, ficando abrigadas na parte inferior das plantas na maior parte do dia. 

Por isso, as amostragens devem ser realizadas ao entardecer e com maior frequência (se possível diariamente) na formação da panícula, verificando a presença da lagarta e a ocorrência de grãos ou parte das panículas no solo.

Foto de mariposa, praga do arroz

Mariposa de Pseudaletia sequax
(Fonte: Agrolink)

Pragas do arroz: Percevejo do colmo (Tibraca limbativentris)

Estes percevejos quando adultos possuem coloração marrom e, quando jovens, coloração preta. 

Seu ciclo de vida inicia pela oviposição nas folhas e, após 8 dias, surgem as ninfas. 

O ataque do percevejo ocorre logo após a emergência, quando a praga se alimenta da seiva proveniente do colmo, ocasionando pontuações marrons na planta e podendo evoluir para o sintoma de coração morto. 

Já em plantas mais desenvolvidas, o ataque do colmo pode resultar na má formação da panícula, apresentando coloração da panícula branca ou esterilidade parcial dos grãos. 

Atenção: a amostragem deve ser feita com cuidado, pois 70% dos insetos se encontram abrigados na parte inferior da planta. Caso ocorram, seu controle deve ser realizado o quanto antes para evitar danos à panícula. 

Além disso, essa praga possui um período de hibernação, em que a partir no mês de março pode se abrir na resteva ou em plantas hospedeiras, como a planta daninha rabo de burro  (Andropogon sp.). 

Demonstrando assim, que o manejo de plantas daninhas pode interferir sobre o controle de pragas em sua lavoura.  

Foto de percevejo do arroz

Percevejo do colmo
(Fonte: Agrolink)

Lagarta-da-folha (Spodoptera frugiperda)

A lagarta-da-folha possui três fases de vida: larva, lagarta e mariposa, apresentando coloração marrom-acinzentada.

Em todos os estágios essa praga é prejudicial à cultura, causando danos desde o estabelecimento do estande adequado até na diminuição da área foliar.

Além disso, pode diminuir consideravelmente a produtividade dos grãos e, quando não manejada a tempo, a lagarta pode levar à morte da planta.

Na prática, cada lagarta pode reduzir cerca de 1% no rendimento de grãos por m² e ela  costuma atacar as plantas o início da manhã, por isso, fique atento!

Foto de lagarta do arroz

Lagarta-da-folha
(Fonte: Bayer)

Percevejo-do-grão (Oebalus poecilus e O. ypsilongriseus)

Os percevejos causam danos em diversas culturas, no arroz não é diferente.

Assim como o percevejo-do-colmo, se alimenta da sucção de seiva e influencia diretamente na qualidade dos grãos.

O percevejo-do-grão causa o chochamento e gessamento dos grãos, os deixando extremamente frágeis, o que é prejudicial no beneficiamento. 

Fique atento: pois plantas daninhas podem ser hospedeiras dessa praga!

Então, o fundamental é realizar a amostragem com frequência porque tanto as ninfas quanto os adultos se deslocam com facilidade. 

Foto de percevejo-do-grão

Percevejo-do-grão (Oebalus poecilus)
(Fonte: Agrolink)

Pragas do arroz: Pulgão-da-raiz (Rhopalosiphum rufiabdominale)

Essa praga apresenta uma coloração escura, por isso talvez você tenha dificuldade de encontrá-lo, pois pode até se confundir com o solo.

Mas apesar de pequena, pode ocasionar danos consideráveis em sua produtividade.

Para encontrar o pulgão-da-raiz, minha dica prática é a seguinte:

  • Arranque as plantas e divida as raízes em partes, assim você conseguirá verificar com maior facilidade a presença do pulgão;
  • Outra dica é colocar um papel branco e agitar as plantas, para que os pulgões possam se soltar das plantas.

Contudo, antes de pensar em qualquer medida de controle realize o monitoramento da área para te auxiliar na tomada de decisão. 

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Conclusão

A cultura do arroz desempenha um papel muito importante no mercado interno do país, compondo a alimentação básica do brasileiro. 

Por isso, o controle de insetos-praga deve ser eficiente para evitar redução na produtividade e qualidade final dos grãos. 

Neste artigo, você viu as principais pragas do arroz, suas características e o período ideal de controle. 

Com essas informações, você poderá melhorar seu planejamento pré-safra e evitar gastos desnecessários. 

Espero que consiga prevenir o ataque das pragas em sua lavoura de arroz

Têm problemas com pragas do arroz em sua lavoura? Realiza as medidas de prevenção para evitar essas pragas? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Benefícios do trigo mourisco para o solo da lavoura

Trigo mourisco: veja quais características tornam esta cultura uma excelente opção para inserir no seu sistema de rotação de culturas. 

A maior parte dos produtores brasileiros concordam que realizar uma boa rotação de culturas e construir um bom perfil de solo pode solucionar muitos problemas da agricultura atual.

Porém, muitos agricultores relatam que ainda existem barreiras regionais ou operacionais que os impedem de implementar um sistema de rotação em sua propriedade. 

Entretanto, algumas culturas têm se mostrado promissoras para rotação em diferentes contextos, como o trigo mourisco. 

Esta planta possibilita realizar três safras em uma mesma área, em que sua produção pode ser utilizada na alimentação humana e animal. 

Também pode ser utilizada como cobertura verde solteira ou consorciada com outras coberturas ou milho. 

Ficou interessado em saber mais sobre as características e benefícios do trigo mourisco? Confira!

Histórico do trigo mourisco

O trigo mourisco, tartara ou trigo sarraceno é uma cultura da família das Poligonáceas com nome científico de Fagopyrum esculentum Moench.

Apesar do nome comum, não tem nenhuma semelhança botânica com o trigo convencional e recebe este nome devido ao uso para produção de farinha. 

Proveniente das regiões centrais da Ásia, o trigo mourisco é uma planta muito cultivada na Polônia e Ucrânia compondo vários pratos da culinária típica desses países.  

Sendo introduzida no Brasil no século 20, por imigrantes na região sul. 

Desta forma, inicialmente o trigo mourisco foi produzido por estes imigrantes para consumo próprio por ser uma opção mais barata de alimento em relação a outros cultivos, como arroz e trigo que demandam mais insumos.

Atualmente, o maior produtor nacional desta cultura é o estado do Paraná com cerca de 2.640 ton ao ano de trigo mourisco.

Sendo a maioria desta produção de grãos destinada ao mercado internacional (Japão e França) e o restante ao mercado nacional de produtos saudáveis, como a fabricação de soba (macarrão japonês).

trigo mourisco

Sementes de trigo mourisco
(Fonte: Beleza da terra)

Por que usar trigo mourisco na rotação de culturas?

Um dos diferenciais do trigo mourisco é o bom desenvolvimento em solos pobres com presença de metais pesados, sem necessidade de adubação e com rusticidade a pragas e doenças. 

Além disso, possui um bom fechamento de rua, o que contribui com o manejo de plantas daninhas e suprime nematoides

Esta cultura é de uma família diferente da maioria das culturas utilizadas no Brasil, possuindo características com efeitos benéficos que se encaixam em vários contextos produtivos do país, como veremos a seguir.  

Lavoura de Trigo Mourisco

Lavoura de trigo mourisco
(Fonte: Sementes com vigor)

Ciclo curto do trigo mourisco

O trigo mourisco é uma cultura de ciclo curto, de aproximadamente 75 dias, o que possibilita a realização de três safras na mesma área, implantação como cultura de cobertura ou consórcio com outras culturas. 

Além disso, pode ser utilizado na alimentação animal, seja pelo fornecimento dos grãos ou como feno ou silagem. 

Porém existem restrições quanto ao fornecimento diário (dependendo do animal), que se não forem levadas em consideração podem ocasionar algumas doenças. 

Com isso, em regiões mais frias o produtor deve realizar o planejamento de seu ciclo para não cair em épocas de geadas – em que esta cultura é muito suscetível.

Bom aproveitamento da fertilidade natural do solo

Este cultivo tem ótimo desenvolvimento em solos pobres, pois seu sistema radicular tem maior facilidade de absorver fósforo e potássio de maiores profundidades, o que é muito benéfico para ciclagem de nutrientes no solo.  

Mas quando utilizada como cultura, o uso de formulados (NPK) pode melhorar muito sua performance.  

Além disso, esta cultura tem alta tolerância a metais pesados, podendo ser cultivada, por exemplo, em áreas com alto teor de alumínio ou cobre. 

Na região Sul vem sendo muito estudada como opção para ser cultivada na entrelinha da cultura da uva, devido ao alto teor de cobre presente nestas áreas.

Facilidade no manejo de plantas daninhas

Esta cultura possui um bom fechamento de linha que inibe a germinação de plantas que dependem de luz para germinar (por exemplo buva), além delas terem alta competitividade por seu bom aproveitamento de nutrientes. 

Como essas são plantas daninhas de folha larga, permite o uso de graminicidas para controle de gramíneas em pós-emergência.

Portanto, essa pode ser uma ótima estratégia para áreas com alta infestação de capim-amargoso, alternativamente ao uso de aveia ou brachiaria que também são gramíneas.

Rusticidade a pragas e doenças

Como o trigo mourisco é de uma família diferente da maioria das culturas do país, pode ser utilizado para interromper o ciclo das principais pragas e doenças que atacam as culturas brasileiras. 

Estudos também comprovam que o trigo mourisco pode ser uma excelente ferramenta no combate aos nematoides, inibindo a reprodução de Pratylenchus e suprimindo o desenvolvimento em 90% de formas juvenis de Meloidogyne e Incógnita. 

Além disso, a cultura atrai abelhas que são muito importantes para a polinização de várias culturas.

Principais desafios do trigo mourisco no Brasil

Atualmente esta cultura não tem produção de sementes em todo o Brasil, tendo maiores iniciativas na região Sul, principalmente com parcerias entre instituições de pesquisa e extensão (IAPAR, EPAGRI e EMATER) e produtores. 

Outra característica é que quando este trigo é destinado para a produção de farinha, deve ter uma estrutura própria de beneficiamento (moinho) para não ser contaminado com glúten, sendo um dos seus maiores diferenciais de mercado. 

Seus subprodutos também podem ser utilizados para confecção de travesseiros e tatames. 

Farinha de Trigo Mourisco

Farinha de Trigo Mourisco
(Fonte: Sabor em grãos)

Divulgação do kit de 5 planilhas para controle da gestão da fazenda

Conclusão

Vimos neste artigo a importância da rotação de culturas e as principais barreiras que dificultam sua implantação em algumas propriedades. 

Falamos sobre o potencial de utilização do trigo mourisco na rotação de culturas, adubação verde e consórcio com outras culturas. 

Além disso, citamos algumas características como bom aproveitamento da fertilidade do solo, bom desenvolvimento em áreas com metais pesados, rusticidade a pragas e doenças e bom fechamento de entrelinha. 

Você conhecia esta cultura? Já cultivou trigo mourisco? Ficou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo! 

Qual o melhor software agrícola?

Software agrícola: veja quais as funcionalidades que um bom aplicativo precisa ter para o controle eficaz da fazenda  

Softwares rurais são ferramentas especificamente criadas para melhorar a gestão da fazenda.

Eles facilitam tanto o acompanhamento da rotina de manejo da lavoura quanto a gestão administrativa e financeira do negócio rural, unificando e organizando as informações.

Você já se perguntou quais funcionalidades um software agrícola precisa ter para atender todas as necessidades da sua propriedade? Confira!

O que um bom software agrícola precisa ter?

Para fazendas de médio e grande porte, a gestão da informação é essencial, principalmente para unir dados e permitir que pessoas de diversas áreas se comuniquem.

Pois quando todas as atividades da fazenda são geridas da maneira correta, o produtor rural tem maior confiança para planejar o futuro, diminuindo assim os riscos para realizar novos investimentos.

Na prática, por exemplo, quando a empresa rural precisa adquirir um implemento agrícola, necessita de altos investimentos e para isso é fundamental o planejamento!

Não apenas pensando na compra do equipamento, mas também nas manutenções e consertos no tempo certo.

Ainda, realizando uma boa gestão, o produtor consegue realizar um planejamento adequado para a compra de fitossanitários que são essenciais na proteção de cultivos. Controlando assim as entradas e saídas de produtos para não ser pego de surpresa no momento da aplicação.

A seguir, fiz uma lista das principais funcionalidades que um bom aplicativo para produtor rural precisa ter, pensando em todas as informações importantes que se deve ter acesso para gerenciar a fazenda de maneira descomplicada.

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Gestão de patrimônio e máquinas agrícolas com software para agricultura

A gestão do patrimônio é essencial para qualquer negócio, possibilitando que os investimentos feitos durem mais tempo e ajudem a alcançar altas produtividades. 

Dentre os patrimônios da fazenda, os maquinários costumam ocupar uma grande fatia dos investimentos, demandando muitos cuidados. Por isso o produtor deve estar sempre atento às manutenções, consertos e planejamento de renovações de frota. 

Muitas vezes a aquisição dessas máquinas é por meio de financiamentos, por isso a contabilidade da fazenda deve estar sempre a par destes investimentos. Além disso, o produtor deve ter um bom dimensionamento de frota para evitar super ou subutilização dos equipamentos. 

Para resolver isso, um bom software para gestão agrícola deve controlar as operações das máquinas mostrando de maneira detalhada seu desempenho.

Indicadores de desempenho e custos de máquinas agrícolas no software Aegro
Exemplo de controle de custos e atividades do maquinário com o software Aegro

Planejamento de safra

Um bom planejamento da safra é o segredo de altas produtividades!

Antes do início da safra, o produtor com auxílio de um engenheiro agrônomo, seja ele consultor, técnico de cooperativa ou funcionário da fazenda, deve planejar todas as operações que serão realizadas para implantação e condução das culturas escolhidas.

Decidindo assim qual variedade utilizar, qual o espaçamento, preparo do solo (calagem, gessagem, adubação) e quais defensivos agrícolas serão necessários durante a safra.

Neste processo de planejamento, as informações de safras anteriores, bem como as especificações de cada talhão, são fundamentais para a tomada de decisão – sendo uma maneira de visualizar a viabilidade do manejo utilizado na safra anterior e quais ajustes podem ser realizados, otimizando processos e diminuindo custos. 

Além disso, as recomendações decididas no planejamento devem estar acessíveis para todos os funcionários que vão realizá-las, de maneira simples e didática.

Assim, o processo produtivo fluirá melhor. 

Listagem e detalhes de operações agrícolas no software Aegro
Organize o calendário agrícola e as suas recomendações de manejo pelo Aegro

Monitoramento de pragas em um software agro

Um importante aliado da recomendação agronômica é o levantamento de pragas! O software para agronegócio ideal deve gerar informações detalhadas de infestações de insetos, doenças e plantas daninhas presentes em cada talhão. 

Desta forma, o engenheiro agrônomo responsável pode melhorar o planejamento da safra ou modificá-lo conforme a necessidade. 

Muitas vezes todo o investimento para aumento de produtividade é perdido por problemas no manejo, por isso escolha um software para gestão de fazendas que te ajude a manter sua lavoura em segurança

Mapa de calor mostrando os focos de pragas e doenças na lavoura
Mapeie as infestações existentes na lavoura com ajuda do Aegro

Gestão financeira e comercial

Muitas vezes o produtor possui ótima capacidade técnica no manejo de sua lavoura, porém tem grandes dificuldades de organizar suas finanças e planejar a venda de seus grãos.

Por isso, ter um software rural que organize todos os seus custos e ajude no controle de pagamentos, de cobranças e gere fluxo de caixa é essencial para a sanidade financeira do seu negócio.

Essa função digital será fundamental para a comunicação com o seu setor financeiro ou assistente contábil, auxiliando fortemente na gestão do negócio rural. 

Desta forma o proprietário pode realizar inspeções sobre as finanças de seu empreendimento a qualquer momento!

Listagem de despesas e receitas de uma fazenda no software Aegro
Fluxo de caixa automatizado no software de gestão agrícola Aegro

O software para fazendas deve ser baseado na nuvem

Com o avanço das redes de telecomunicações, o acesso à internet no campo é cada vez maior. 

Por isso, um bom software de gestão rural deve manter todas as informações disponíveis, utilizando nuvens de armazenamento

Assim mesmo que o tratorista esteja no meio da fazenda, ele terá diversas informações sobre a operações que vai realizar – otimizando o tempo e aumentado a eficiência do trabalho. 

E mesmo que este tratorista esteja offline, todas as informações deverão estar disponíveis no seu celular ou tablet e quando voltar a rede devem ser atualizadas.  

Registro de operação agrícola no aplicativo Aegro
O app Aegro funciona mesmo sem internet e garante sincronização automática dos seus dados

Além disso, opte por um software agro em que o produtor rural possa cadastrar novos colaboradores no sistema, dando acesso aos mesmos, indiferente de onde estejam, sendo uma forma de facilitar vários processos do sistema produtivo. 

Estando na nuvem, todas as operações e processos podem ser atualizados em tempo real, o que facilita o planejamento de atividades e controle de estoque. 

Qual é o melhor software agrícola?

Baseado em todas as funcionalidade que consideramos importantes para um bom software agrícola, recomendamos para você o Aegro. Esse aplicativo une as áreas operacional e financeira da fazenda na nuvem e pode ser acessado pelo computador ou celular, mesmo sem internet. 

Com ele, toda a sua equipe trabalha de forma mais integrada em uma plataforma de fácil usabilidade. Veja abaixo um resumo de suas funcionalidades de administração rural:

  • Gestão de patrimônio e de máquinas;
  • Operações agrícolas;
  • Gestão financeira e comercialização;
  • Monitoramento integrado de pragas – MIP;
  • Imagens de satélite e NDVI;
  • Integração com o Climatempo; 
  • Cotação de seguro rural; 
  • Anotador – ferramenta para preenchimento do Livro Caixa Digital do Produtor Rural;
  • Entre outras funções para o controle da fazenda. 
Aplicativo Aegro para computador, celular e tablet

Comece a usar o aplicativo de gestão agrícola Aegro agora mesmo:

Conclusão

Vimos neste texto a influência da tecnologia para altas produtividades e a importância de um software agrícola para maior rentabilidade.

Elencamos também as principais funcionalidades para um controle completo da fazenda: gestão de máquinas e patrimônio, planejamento da safra, monitoramento de pragas, gestão financeira e comercial e a acessibilidade destas informações.

Alternativas ao Paraquat de dessecar soja para colheita

Dessecar soja: Entenda por que o produto foi proibido, quais as normas para o processo de transição e as perspectivas do mercado para novos substitutos. 

Atualmente, o herbicida Paraquat vem sendo largamente utilizado no Brasil, sendo um dos oito fitossanitários mais comercializados no país. 

Esta intensa comercialização se deve à sua utilização em 11 culturas para manejo de plantas daninhas e dessecação de culturas, com objetivo de facilitar a colheita mecanizada.

No entanto, mesmo apresentando ótimos resultados na lavoura este produto causa um risco elevado para a saúde do aplicador.

Se você quer saber mais sobre a situação atual deste produto para dessecar soja e quais são as perspectivas caso ele realmente seja proibido, confira a seguir!

Para que serve o Paraquat?

O Paraquat é um herbicida que atua no processo fotossintético das plantas, impedindo o transporte de elétrons e formando radicais livres que são extremamente tóxicos às plantas, o que causa necrose dos tecidos. 

Este herbicida possui ação não seletiva (atinge todas as plantas) e é utilizado para o controle de plantas daninhas em pós-emergência. 

Indicado para controle de folhas largas – até 4 folhas – e de gramíneas de até 3 perfilhos (provenientes de sementes) ou usado na última aplicação do manejo sequencial de plantas perenizadas.  

Além disso, é amplamente utilizado como dessecante na pré-colheita de algumas culturas, com o objetivo de remover ramos e folhas verdes e uniformizando a maturação. 

Essa dessecação é uma prática que facilita a colheita mecanizada. 

Assim, o Paraquat é um dessecante muito eficiente e com ação rápida (sintomas aparecem em até 30 min após aplicação) e por não se translocar pela planta, possui baixos riscos de contaminação dos grãos ou fitotoxidade em sementes. 

dessecar soja

Nos cloroplastos, o Paraquat atrapalha a fotossíntese
(Fonte: Paraquat Information Center)

Por que o Paraquat foi proibido no Brasil?

Por volta de 2008, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciou o processo de reavaliação de 14 fitossanitários utilizados no país, dentre esses o Paraquat. 

Após uma série de estudos, em 2017 a Anvisa relatou que este produto pode causar danos à saúde do aplicador, pois aumenta o risco da doença de Parkinson e pode causar mutações em células, além de apresentar alta toxicidade aguda. 

Devido a isto, por meio da RDC Nº 177, de 21 de Setembro de 2017 foi decidido proibir a produção, importação, comercialização e utilização de produtos técnicos e formulados à base do ingrediente ativo Paraquat. 

Porém deixando um prazo de três anos com uso controlado da molécula, para que as empresas pudessem contrapor a decisão com novos estudos e o setor produtivo tivesse tempo de encontrar novas alternativas. 

Entretanto, durante esse período de transição foram proibidas algumas modalidade de uso:

  • Produção e importação de produtos formulados em embalagens de volume inferior a cinco litros;
  • Utilização nas culturas de abacate, abacaxi, aspargo, beterraba, cacau, coco, couve, pastagens, pêra, pêssego, seringueira, sorgo e uva; 
  • A modalidade de uso como dessecante; 
  • Aplicações costal, manual, aérea e por trator de cabine aberta. 

Medidas preventivas e período de pesquisas

Durante o período de transição as empresas ampliaram seu programas de treinamento e capacitação para diminuir o risco do produto. 

Assim, se uniram em uma Força Tarefa do Paraquat, visando implementar essas medidas preventivas e realizar mais estudos para contrapor a decisão da Anvisa. 

Veja mais neste vídeo do canal da AB AgroBrasil:

Outro ponto é que todo produtor que fosse utilizar o Paraquat, seria necessário assinar um termo de responsabilidade, reconhecendo e assumindo os riscos do uso do produto.  

Após o período de três anos, que se completa no dia 22 de setembro de 2020, caso as empresas não consigam apresentar novos estudos que contraponham à decisão da Anvisa, ficará realmente proibido o uso de Paraquat no Brasil. 

Assim, será responsabilidade das empresas recolher todos os estoques do herbicida em poder de revendas ou produtores para que o produto seja efetivamente retirado do mercado.

Isso deve acontecer no prazo máximo de 30 dias após a data de proibição

Logo após esse período, os órgãos de fiscalização do governo pretendem realizar fiscalizações nos estabelecimentos e fazendas e, caso encontre estoques do produto, poderá aplicar multas ao responsável.

Por que o Paraquat fará falta para dessecar soja?

No processo de maturação dos grãos, a planta envia nutrientes ao grão até que o mesmo atinja o ponto máximo de acúmulo de matéria seca, chegando ao ponto de maturidade fisiológica (cessando o transporte de nutrientes) no estádio R7 da cultura.  

A partir deste ponto, os grãos não vão mais se desenvolver nem crescer, mas não podem ser colhidos devido ao teor de umidade elevado (o que dificulta o armazenamento e o custo com secagem) e a presença de ramos e folhas verdes que atrapalham a colheita mecanizada.

Por isso, a aplicação de um herbicida que seque a planta rapidamente é fundamental para colher em condições melhores e não deixar o grão exposto a condições adversas. 

Este problema é agravado em regiões que têm histórico de excesso de chuvas na colheita, pois o produtor tem uma janela muito curta para não ter prejuízos com a elevada umidade nos grãos

dessecar soja

Dessecação pré-colheita da soja
(Fonte: Rehagro)

Herbicidas alternativos ao Paraquat para dessecar soja

Infelizmente, até o momento não temos produtos disponíveis no mercado com a mesma eficiência do Paraquat para realizar a dessecação da soja.

Por isso, muitas vezes será necessário associar mais de um produto (elevando os custos).

Outro ponto importante é que com a perda desta ferramenta o produtor terá que fazer um planejamento melhor do manejo de plantas daninhas, para que não ocorram escapes no momento da dessecação.

A incidência de plantas daninhas no momento da dessecação prejudica a cobertura das plantas e a ação do produto e, as plantas daninhas que não morrerem com essa aplicação, vão prejudicar o processo de colheita e aumentar a umidade dos grãos. 

Então, as principais alternativas disponíveis no mercado são:

  • Diquat na dose de 2 L/ha;
  • Saflufenacil na dose de 70 g/ha a 140 g/ha + adjuvante não iônico;
  • Glufosinato na dose de 2 L/ha + óleo;
  • Flumioxazin na dose de 50 g/ha.

Além dos herbicidas presentes no mercado, as empresas estão estudando novos herbicidas com características interessantes que talvez possam ter um melhor desempenho ao dessecar soja para colheita.  

Escapes de buva na soja dessecada

Escapes de buva na soja dessecada
(Fonte: Cooperalfa)

Conclusão

Vimos aqui a importância que o Paraquat tem no mercado brasileiro e por que os órgãos reguladores optaram por proibir sua utilização. 

Entendemos melhor como foi o processo de proibição e a nova regulamentação para o período de transição.  

Além disso, ressaltamos que se realmente ocorrer essa proibição, os produtores não poderão manter estoque do produto em sua fazenda. 

Quanto a outras alternativas, os herbicidas disponíveis no mercado possuem menor eficiência e menor custo, porém existem perspectivas de novos produtos a serem lançados. 

Você já testou alternativas para dessecar soja pré-colheita? Aproveite e baixe aqui a planilha gratuita para estimar sua produtividade de soja!

Como é feita a colheita de soja? Veja passo a passo!

Como é feita a colheita de soja: saiba qual é o ponto ideal e as principais orientações para garantir boa produtividade e rentabilidade.

A colheita da soja é um momento de extrema importância e que exige muito planejamento do produtor.

Quando feita fora do momento adequado, pode refletir em menor produtividade. Por isso, é fundamental que as operações de colheita sejam planejadas, evitando que os grãos fiquem expostos às condições climáticas.

É preciso fazer desde a revisão e planejamento logístico dos maquinários até o acompanhamento do clima e fenologia da soja, para garantir a colheita no ponto ideal. 

Por isso, vale a pena se preparar e saber mais sobre como é a feita a colheita de soja de maneira eficiente e melhor. Confira a seguir!

Quando realizar a colheita de soja

A colheita de soja ocorre conforme o ciclo de cada cultivar, sendo normalmente feita entre janeiro e abril nas regiões do Centro-Oeste e Nordeste. A colheita de soja precoce em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul durante janeiro e fevereiro possibilita a semeadura da segunda safra, como o milho safrinha.

Na prática, é recomendável que a colheita da soja seja realizada logo após a maturidade fisiológica do grão, ou seja, quando o transporte de nutrientes para o grão cessa e ela chega ao acúmulo máximo de matéria seca, com as melhores condições fisiológicas. 

Porém, nesse período, a soja se encontra com alta umidade e presença de ramos e folhas verdes, o que impossibilita a colheita mecanizada. Dessa forma, realiza-se o manejo de dessecação, quando necessário, para diminuir o período em que os grãos ficam no campo expostos a condições climáticas adversas, pragas e doenças. 

Assim, o produtor deve realizar a aplicação do dessecante no estádio R7 da cultura, logo após o ponto de maturidade fisiológica, quando pelo menos uma vagem está com coloração madura na haste principal.

Para você identificar no campo a melhor época de aplicação, é simples. Observe o momento em que a soja possuir em torno de 70% de suas vagens com coloração amarronzada ou bronzeada, no estádio R7.

fenologia da soja. Fonte: Coopertradição

Ciclo da cultura da soja
(Fonte: Coopertradição)

Veja mais sobre como fazer um manejo eficiente de herbicidas para soja, mesmo em casos difíceis, e evite problemas em sua área plantada, no artigo: “Herbicidas para soja: manejo certeiro sem prejudicar a lavoura”.

Qual o tempo entre o plantio e a colheita da soja?

O tempo entre o plantio e a colheita pode variar de acordo com a região e a cultivar utilizada, indo de 100 a 160 dias – sendo que os ciclos das cultivares mais plantadas vão de 60 a 120 dias.

De acordo com as características da região, você pode selecionar uma variedade mais tardia ou precoce para ter as melhores condições climáticas em seu ciclo. Além da escolha da cultivar, é importante consultar o zoneamento agrícola da soja e plantar na época certa para que ocorram chuvas nos momentos ideais da cultura (como florescimento e início do enchimento de grãos). 

Após o ponto de maturidade fisiológica dos grãos, considera-se que os mesmos já estão sendo armazenados no campo. Desta forma, se ocorrerem muitas chuvas após esse período, os grãos podem mofar ou brotar dentro das vagens – o que diminui consideravelmente seu preço de mercado.  

Então, um dos primeiros passos para ter uma boa colheita de soja é plantar no tempo certo.

Para te auxiliar nisso, confira o Zarc, aplicativo da Embrapa desenvolvido para que o produtor acesse de forma rápida o Zoneamento Agrícola de Risco Climático. 

como é feita a colheita de soja

(Fonte: Dinheiro Rural)

Umidade e ponto ideal de colheita da soja

A colheita de soja deve ser realizada assim que possível, após os grãos atingirem a maturação fisiológica.

Na prática, a colheita deve ocorrer quando os grãos de soja atingirem teor de água que possibilite a colheita mecânica.

Quando a colheita é realizada fora da faixa do teor de umidade ideal, pode ocorrer perdas na rentabilidade do produtor, devido aos danos mecânicos.

Por isso, o planejamento dessa etapa é fundamental!

Estudos realizados por pesquisadores da Embrapa Soja, indicam que a colheita realizada antecipadamente, com 18% de umidade, proporciona maiores danos nos grãos.

Atualmente, a umidade recomendada para colheita pode variar entre 13% a 15%.

O indicado é que você monitore a umidade de seus grãos nos dias que antecedem a data prevista para colheita, pois as condições climáticas influenciam diretamente nisso.

Monitorando a umidade dos grãos durante a colheita, você também evitará perdas na colheita.

Se logo após a colheita você deseja armazenar sua soja, fique atento aos processos de secagem e condições de armazenamento.

E não se esqueça de verificar qual a umidade dos grãos antes da entrada na unidade armazenadora.

A alta umidade pode lhe trazer problemas futuros, por isso tenha atenção!

Passo a passo para uma colheita de soja eficiente

1º Passo: Planejamento

Planeje seu plantio, para colher no momento certo. Planejando o plantio e a colheita, você evita que as plantas fiquem no campo por um longo período.

2º Passo: Manejo Fitossanitário

Faça uma bom preparo do solo e manejo fitossanitário de pragas, doenças e plantas daninhas.

3º Passo: Maturação

Acompanhe o processo de maturação da sua soja.

4º Passo: Manejo de Dessecação

Faça um bom manejo de dessecação no estádio ideal, utilizando boa tecnologia de aplicação. 

Estima-se que a realização da dessecação para colheita de soja fora do estádio recomendado pode ocasionar perdas de até 12 sacas ha-1.

5º Passo: Revisão

Revise as máquinas que serão utilizadas na colheita como colhedoras, bazucas, tratores e caminhões. Evite surpresas no meio da processo!

6º Passo: Velocidade

Mantenha uma velocidade de colheita constante. Altas velocidades resultam em prejuízo.

7º Passo: Umidade

Acompanhe a umidade dos grãos e a previsão do tempo para iniciar e terminar sua colheita com as melhores condições possíveis. 

8º Passo: Transporte e Armazenamento

Planeje como será feito o escoamento e armazenamento de seus grãos. Acompanhar as tendências de mercado pode ajudar neste processo.

Estima-se que em apenas uma safra o Brasil perde aproximadamente 1,076 milhão de toneladas de soja devido a falhas no transporte. Por isso, o transporte e armazenamento dos grãos devem ser planejados e feitos com muito cuidado. 

como é feita a colheita de soja

(Fonte: Dinheiro Rural)

9º Passo: Relatório 

Anote todos os problemas que ocorreram durante a colheita para evitá-los no próximo ano. 

Além disso, tenha em mãos todas as informações sobre a safra atual e as passadas, com ajuda de um software como o Aegro, isso facilitará qualquer tomada de decisão.

reprodução de uma tela de colheita de soja acompanhada pelo Aegro

Exemplo da gestão da colheita pelo Aegro: dados seguros e acompanhamento da operação em alguns cliques

10º Passo: Resultados

Colha os seus grãos! Faça os cálculos de lucratividade e planeje o futuro do sua empresa rural.

Veja mais neste artigo:Planejamento rural eficiente: maximize sua produtividade e aumente seu lucro”.

planilha controle de custos por safra

Conclusão

Realizar o planejamento da colheita é necessário e fundamental para a qualidade do grão.

Por isso, neste artigo vimos o que devemos saber para colher a soja no momento ideal, assim como realizar um bom manejo de dessecação.

Também vimos a importância de colher com a umidade ideal e de evitar chuvas nesse período. 

Além disso, citamos 10 passos de como se planejar para não ter surpresas desagradáveis e fazer uma colheita eficiente. 

>> Leia mais:

“5 perdas na colheita que você pode estar sofrendo e o que fazer para resolver”

Como é feita a colheita de soja em sua lavoura? Já teve algum problema? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como calcular o custo de milho para silagem

Custo de milho para silagem: Veja quais dados considerar, como se planejar para o futuro e como calcular o preço de venda da silagem. 

O Brasil possui o maior rebanho bovino do mundo, com cerca de 214,7 milhões de cabeças, sendo muitas delas dependentes de silagem.

Além do maior tempo de armazenamento, a silagem de milho possui alto teor nutritivo. É um ótimo complemento na alimentação de bovinos, especialmente em áreas tropicais como o Brasil.  

No entanto, é importante que o produtor tenha em mente seus custos de produção e como fazer milho silagem de qualidade para maximizar seus lucros.  

Veja a seguir: Qual é, em média, o custo de milho para silagem e como estabelecer seu preço de venda. 

Qual o custo de milho silagem por hectare?

O custo total da silagem por hectare gira em torno de R$ 5.000 a R$ 6.500, incluindo gastos com insumos; preparo do solo; plantio; tratos culturais; colheita e ensilagem; depreciação e outros.

Porém, esse valor é maior ou menor dependendo da região e nível de tecnologia empregada.

Por isso, é importante que o produtor tenha seus custos na palma da mão para obter o máximo de rentabilidade. 

Custos de produção da silagem de milho

Custos de produção da silagem de milho
(Fonte: Santos et al., 2017)

Muitas vezes, a depreciação e o custo de oportunidade não costumam ser levados em consideração.

Mas é importante ter um bom planejamento para saber quanto lucraria caso investisse o dinheiro em outro segmento.

Colheita do milho para realizar a ensilagem
(Fonte: Rural Pecuária)

É muito importante ter sempre o dinheiro necessário para renovação de estrutura, maquinário e implementos que são a base para uma boa produção

Além disso, é preciso considerar que podem ocorrer perdas de 10% a 30% devido ao processo de fermentação ou a práticas de manejo inadequadas. 

E, quanto maior a perda, maior o custo de produção, como você pode observar na tabela abaixo:

custo milho silagem

Relação entre perdas e produtividade da silagem
(Fonte: Santos et al., 2017)

Custo de milho para silagem: Produção por hectare

A média de produção do milho para silagem é de 30 a 40 toneladas de matéria seca por hectare. 

Isso depende principalmente de fatores como:

  • Clima da região;
  • Tipo do solo;
  • Híbrido escolhido; 
  • Adubação;
  • Manejo fitossanitário. 

Além do total produzido, é muito importante que o processo de ensilagem seja feito de forma a manter a qualidade do alimento para compensar o investimento feito.  

Para tanto, é fundamental fazer a colheita no momento certo e uma boa compactação, vedação e manejo no painel do silo. 

Processo de ensilamento milho

Processo de ensilamento
(Fonte: Milkpoint)

Como calcular o preço de compra e venda da silagem?

De modo geral, o preço da silagem pode ser calculado em cima do preço de mercado do milho em grãos. 

Seguindo este raciocínio, como o processo de ensilagem é feito com aproximadamente 35% de matéria seca, a cada tonelada temos 350 kg de matéria seca. 

Como, em média, 50% da matéria seca é constituída por grãos, temos 175 kg de grãos na silagem. 

Desta forma, é só multiplicar o preço do milho em grãos pelo preço da saca de milho e chegamos ao valor base. 

Considerando o preço médio da saca de milho em R$ 30, temos: 

R$ 30  ÷ 60 kilos → R$ 0,5 por kilo

R$ 0,5 por kilo x 175 kg → R$ 87,5  por tonelada de silagem

Além do preço base, sabemos que a qualidade nutritiva da silagem influencia totalmente no seu preço devido ao valor agregado. 

Assim, silagens com alta qualidade podem ser vendidas com 10% a 15% acima deste valor base. 

Banner de chamada para o download da planilha de controle de custos de safra

Conclusão

O milho silagem é uma importante estratégia para alimentação de bovinos em regiões com períodos de baixa produtividade de pastagens ou como complemento alimentar.   

Porém, é de suma importância que o produtor saiba calcular os custos de produção para ter uma maior rentabilidade. 

Além disso, os custos de produção e a qualidade da silagem são informações imprescindíveis na precificação da silagem.

Acredito que, com essas informações, você poderá fazer um melhor  levantamento de custos e definição de preços para sua produção de silagem de milho! 

>> Leia mais:

Como fazer o manejo de herbicida para milho

7 dicas dos especialistas para uma safra de milho verão ainda melhor

Principais e melhores manejos na dessecação para pré-plantio de milho

Como você realiza o levantamento de custo de milho para silagem? Adoraria ver seu comentário!

Herbicidas para soja: Manejo certeiro sem prejudicar a lavoura

Herbicidas para soja: Produtos mais recomendados, dicas para manejo em tempo seco e como evitar fitotoxidade na lavoura.

Alguns grandes problemas no manejo de plantas daninhas vêm assustando os sojicultores e impedindo o aumento da produtividade

Produtores enfrentam a buva resistente a 5 mecanismos de ação, dispersão de capim-amargoso para novas áreas, só para citar alguns exemplos.

Além disso, devido à seca em diversas regiões do país, foi difícil fazer um bom manejo de daninhas na entressafra.

Saiba como fazer um manejo eficiente de herbicidas para soja, mesmo nesses casos difíceis, e evite problemas em sua área!

Herbicidas para soja: Manejo de plantas daninhas 

É primordial que o manejo de plantas daninhas na cultura da soja comece na entressafra, pois neste período temos mais ferramentas disponíveis. 

Atenção: plante no limpo a soja, pois a cultura tolera poucos dias de convivência com plantas daninhas (próximo a 12 dias). 

Devido ao padrão de seletividade de herbicidas para soja, priorize o controle de folhas largas na entressafra, como buva e picão preto. 

Existem poucos herbicidas que podem ser aplicados em pós-emergência para controle de daninhas de folha larga que não afetem a soja (ou causem pequena fito). 

Além disso, nesta safra houve inúmeros problemas com a dessecação das daninhas na entressafra. Por causa do tempo seco, muitos produtos perdem eficiência se não aplicados da maneira certa.

Devido à evolução, as plantas criaram mecanismos de impedir a perda de água excessiva em períodos de estiagem prolongada. Um exemplo é o aumento da quantidade de cera na superfície da folhas e desenvolvimento de estruturas que impeçam a perda de água. 

Além disso, a maioria dos herbicidas atua em rotas bioquímicas que, durante o período seco, tem menor atividade – diminuindo inclusive o transporte destes produtos. 

Por isso vou te dar algumas dicas para melhorar o manejo de plantas daninhas em períodos secos:

herbicidas para soja

(Foto: Ururau)

7 dicas para o manejo de plantas daninhas no período seco

Dica 1: 

Mesmo com o tempo seco, se possuir plantas daninhas de difícil controle em sua área (como buva e amargoso), faça uma aplicação no começo da entressafra. Assim, você pega essas daninhas em estádio inicial e trava seu crescimento. 

Dica 2:

Aplique herbicidas pré-emergentes para controlar os primeiros fluxos de emergência no início da chuva. 

Dica 3: 

Utilize uma boa tecnologia de aplicação e mantenha seu pulverizador sempre calibrado. 

Dica 4: 

Tente aplicar nos períodos mais favoráveis do dia, ainda que seja de madrugada. 

Atenção! Produtos que precisam de luz para agir (ex: paraquat e saflufenacil) podem ter um melhor efeito se aplicados de madrugada, mas o dia seguinte não pode amanhecer nublado! 

buva Embrapa

(Foto: Embrapa)

Dica 5: 

Espere de dois a três dias após uma chuva para que as plantas daninhas se restabeleçam antes de uma aplicação.  

Dica 6: 

Evite volumes de calda reduzidos: utilize no mínimo 100 L ha-1. Quando aplicamos herbicidas de contato, este volume deve ser ainda maior, sendo indicado no mínimo 200 L ha-1.

Dica 7:  

Ao dessecar forrageiras como Brachiaria, tenha certeza que não haverá rebrota ou que a matéria morta não prejudicará a soja (estiolamento e alelopatia).

Herbicidas aplicados na pré-emergência da soja 

Diclosulam 

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco de sementes, utilizado nas primeiras aplicações do manejo outonal.

Espectro de controle: ótimo controle de folhas largas (ex: buva) e algumas gramíneas (ex: capim-amargoso). 

Dosagem recomendada: 29,8 a 41,7 g ha-1.

Pode ser misturado com: associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e 2,4 D).

Cuidados: o solo deve estar úmido. 

Flumioxazin 

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado nas primeiras aplicações do manejo outonal ou no sistema de aplique plante da soja.

Espectro de controle: ótimo controle de folhas largas e algumas gramíneas.

Dosagem recomendada: 40 a  120 g ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato; 2,4 D e imazetapir).

Sulfentrazone

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco de sementes, utilizado na primeira aplicação do manejo outonal.

Espectro de controle: ótimo controle de plantas daninhas de folhas largas e bom controle de algumas gramíneas. 

Dosagem recomendada: 0,5 L ha-1, pois apresenta grande variação na seletividade de cultivares de soja.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato; 2,4 D; chlorimuron e clomazone).

Recomendado principalmente para áreas onde também ocorre infestação de tiririca!

Metsulfuron

Quando aplicar: herbicida com ação residual para controle de banco de sementes, utilizado na primeira aplicação do manejo outonal.

Espectro de controle: ótimo controle de plantas daninhas de folhas largas (picão preto, leiteiro, buva e guanxuma). 

Dosagem recomendada: 3,0 a 4,0 g ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e 2,4 D).

Cuidados: deixe um intervalo de no mínimo 60 dias, entre a aplicação do herbicida e a semeadura de soja

S-metolachlor 

Quando aplicar: herbicida com ação residual utilizado no sistema de aplique plante da soja.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha).

Dosagem recomendada:1,5 a 2,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).

Cuidados: não deve ser aplicado em solos arenosos. O solo deve estar úmido, com perspectivas de chuva. 

Trifluralina 

Quando aplicar: herbicida com ação residual, utilizado na primeira aplicação do manejo outonal.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso e capim-pé-de-galinha).

Dosagem recomendada: 1,2 a 4,0 L ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e graminicidas).

Cuidados: deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. Formulações antigas têm problemas com fotodegradação (necessidade de incorporação).

Eficiência muito reduzida em solo com grande quantidade de palha ou durante grande período de seca.  

Clomazone

Quando aplicar: herbicida com ação residual no sistema de plante aplique.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-colchão, capim-pé-de-galinha) e algumas folhas largas de sementes pequena.

Dosagem recomendada: 1,6 a 2,0 L ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato) e sulfentrazone.

Cuidado com deriva em culturas suscetíveis vizinhas! 

fitotoxicidade em soja

Sintoma de fitotoxicidade em soja
(Fonte: Gazziero e Neumaier)

Herbicidas aplicados na pós-emergência da soja

Cloransulam

Quando aplicar: herbicidas para controle de folhas largas na soja. Geralmente utilizado para segurar o desenvolvimento de buva mal dessecada na entressafra. 

Espectro de controle: folhas largas (ex: picão preto, corda de viola, trapoeraba e buva).

Dosagem recomendada: 23,8 a 47,6 g ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada e estádio de desenvolvimento. 

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).

Cuidado com o efeito “guarda-chuva” na soja: o produto deve chegar no alvo. 

Clethodim

Quando aplicar: herbicidas com ótimo controle de gramíneas em estádio inicial: 2 a 4 perfilhos. Pode ser usado no manejo sequencial de touceiras. 

Espectro de controle: gramíneas (ex: capim-colchão, capim-pé-de-galinha e capim-amargoso) e milho tiguera até v4. 

Dosagem recomendada: 0,6 a 1,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada e estádio de desenvolvimento. 

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).

Cuidados: possui antagonismo com 2,4D. Quando misturar, aumente em 20% a dose de clethodim. 

Além deste graminicida, existem vários outros produtos no mercado que possuem variação de eficiência, dependendo da planta daninha. O haloxyfop, por exemplo, é mais eficiente no controle de milho tiguera mais desenvolvido. 

Glifosato

Quando aplicar: herbicida não seletivo (amplo espectro) utilizado apenas em soja RR.

Espectro de controle: folhas largas e folhas estreitas.

Dosagem recomendada: 2,0 a 6,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada e estádio de desenvolvimento. 

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos e pré-emergentes (ex: Clethodim e Cloransulam).

Cuidados: existem muitas plantas daninhas com resistência, porém, é uma excelente ferramenta de manejo para as demais daninhas. 

É importante que a recomendação de produtos fitossanitários seja feita por um(a) agrônomo(a), mas o produtor deve estar sempre atento a novas informações para auxiliar em sua recomendação! 

Conclusão

Neste artigo, vimos as principais dicas para um manejo eficiente em épocas secas.

Apresentamos as principais ferramentas de controle químico que podem ser utilizadas na cultura e seu posicionamento correto para não ocasionar danos ao cultivo.  

Com essas informações, tenho certeza que você irá realizar um bom manejo de herbicidas para soja!

>> Leia Mais: “Alternativas ao Paraquat de dessecar soja para colheita

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