Vantagens e desvantagens de fazer adubação verde em sua propriedade

Adubação verde vantagens e desvantagens: Conheça agora as principais informações desta prática agrícola.

É comum enfrentar problemas no seu ambiente de produção agrícola, como a compactação ou a presença de doenças e sementes de invasoras no solo.

Esses problemas aumentam o seu custo de produção e podem até diminuir sua produtividade.

Mas, você pode utilizar uma técnica agrícola para te auxiliar nesses problemas, especialmente quanto ao manejo de solo.

Esta técnica é a adubação verde.

Assim, em um estudo com adubação verde na cultura da cana-de-açúcar, o ganho de produtividade chega a ficar entre 15 e 20 toneladas de cana por hectares no primeiro corte.

Em outro estudo, o sistema de plantio direto sobre os resíduos dos adubos verdes proporcionou aumento de 10% na produtividade da cultura da soja.

adubação verde vantagens e desvantagens

Produtividade da cultura de soja sobre a influência de diferentes adubos verdes
(Fonte: Cardoso et al., 2014)

Então, acompanhe este texto para conhecer mais sobre adubação verde vantagens e desvantagens e como realizar essa prática. Confira a seguir!

Vantagens propiciadas pela adubação verde

1ª Vantagem: Aumento da capacidade de armazenamento de água no solo

A estrutura do solo deve ser como uma esponja.

Ou seja, deve ter poros grandes que drenam a água quando chove demais, chamado de macroporos.

O solo também deve apresentar poros menores que guardem a água para o período de estiagem, os chamados microporos.

Dessa forma, há um aumento da porosidade do solo e, consequentemente, melhor infiltração da água no solo.

Assim, as raízes das plantas de adubação verde ou culturas de cobertura formam esses macro e microporos no solo, aumentando a capacidade de armazenamento de água.

Isso vai resultar em maior resistência da sua próxima cultura em períodos de estiagem.

>> Como fazer adubação potássica em soja

2ª Vantagem: Descompactação do solo

Esse aumento na porosidade faz com que ocorra a descompactação efetiva do solo.

Isso ocorre especialmente quando você realiza adubação verde com diversidade de espécie, sendo recomendado a mistura de 5 espécies para esse fim.

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(Fonte: Agroecologia)

3ª Vantagem: Melhora o impacto causado pela água da chuva

Com um solo melhor estruturado há redução do impacto com a água das chuvas de alta intensidade, reduzindo a erosão.

4ª Vantagem: Aumento da atividade biológica do solo

Pode ocorrer um aumento da proliferação de microrganismos que são responsáveis pela degradação dos restos de culturas.

Há também, o favorecimento de microrganismos que realizam o controle natural de outros organismos prejudiciais às plantas, como os causadores de doenças.

5ª Vantagem: Reciclagem de nutrientes

Como há o plantio de plantas de adubação verde e a sua incorporação no solo, isso promove maior quantidade de nutrientes disponibilizados no solo.

Ademais, o sistema radicular mais profundo das plantas utilizadas como adubos verdes condiciona o solo para que a sua cultura de soja, milho ou outra explore melhor os nutrientes e água do solo.

6ª Vantagem: Aumento do incremento de nitrogênio

Na adubação verde com espécies leguminosas há incremento de nitrogênio no solo, seja por meio da fixação biológica ou incorporação de biomassa.

Algumas espécies de leguminosas podem fixar de N, 159 kg/ha/ano como no caso da Crotalaria juncea.  

E isso pode te ajudar na redução do uso de adubos minerais.

Por exemplo, na cultura da cana-de-açúcar podemos aumentar entre 15 a 20 toneladas de cana/ha no primeiro corte.

7ª Vantagem: Aumento do teor de fitomassa

Com a utilização de adubos verdes, você pode aumentar a quantidade de matéria orgânica disponível no solo.

8ª Vantagem: Controle de doenças, nematóides (pragas agrícolas)

Espécies de crotalárias podem ser utilizadas para o controle de nematoides.

O nematoide Meloidogyne javanica (nematóide das galhas) pode ser controlado com a rotação de soja com milho mais Crotalaria spectabilis.

Para o nematoide das lesões (Pratylenchus brachyurus) na cultura da soja pode-se utilizar as plantas Crotalaria spectabilis, Crotalaria breviflora e Crotalaria ochroleuca.

Além disso, outro estudo demonstrou que houve a redução de nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis) com espécies de plantas utilizadas na adubação verde.

9ª Vantagem: Controle de plantas daninhas

Adubos verdes podem ser eficientes em suprimir as plantas espontâneas (daninhas).

Além disso, também pode reduzir o banco de sementes de plantas daninhas, já que o solo fica coberto na entressafra.

10ª Vantagem: Redução da quantidade do uso de defensivos agrícolas

Como você consegue controlar algumas pragas agrícolas na sua lavoura pode ocorrer redução do uso de defensivos agrícolas.

11ª Vantagem: Recuperação de áreas degradadas

A adubação verde pode ser utilizada para recuperar áreas degradadas.

A pesquisadora da Embrapa Cerrados Arminda Moreira de Carvalho explicou que é necessário o cultivo de plantas específicas para a recuperação e/ou manutenção da matéria orgânica.

Como consequência ocorre a manutenção das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.

Pensando em todas essas vantagens, a adubação verde pode melhorar o desenvolvimento da sua cultura, e consequentemente, a sua produtividade agrícola.

Um estudo comprovou que o cultivo de crotalária na primavera proporcionou maior produtividade do milho em sucessão comparada à área de pousio.

Mas, depois de observarmos tantas vantagens, quais são as desvantagens da adubação verde?

Desvantagens da adubação verde

Após definirmos tantas vantagens para esta técnica, fica difícil pensar em desvantagens.

Mas, podemos incluir como desvantagens ou até mesmo questões a serem pensadas no planejamento desta prática agrícola:

1ª Desvantagem: Custo de implantação da adubação verde

Como em toda atividade, há um custo para implantar e conduzir a sua “lavoura” de adubos verdes.

Este custo pode ser facilmente dissolvido no seu sistema de produção quando pensarmos nos benefícios que esta prática pode trazer.

No entanto, não se esqueça de considerar esse custo em seus registros financeiros para conhecer os custos reais de sua produção agrícola.

2ª Desvantagem: Adubação verde sem planejamento

Como em qualquer atividade, quando realizada sem planejamento pode ocorrer prejuízos ou não gerar lucros.

Preparamos um passo a passo sobre alguns pontos que você deve levar em consideração no planejamento da sua adubação verde, não deixe de conferir em um dos itens abaixo.  

Mas antes de falarmos sobre planejamento, vamos relembrar o que é adubação verde.

O que é adubação verde e cultura de cobertura?

A adubação verde é uma prática agrícola que algumas espécies de plantas são plantadas e depois em um determinado estágio de desenvolvimento são incorporadas no solo.

Adubos verdes são plantas utilizadas para a melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo.

Esta técnica é bastante antiga, havendo relatos de utilização há 4000 a.C.

Você já deve ter ouvido falar em plantas de cobertura, será que existe alguma diferença entre adubação verde e cultura de cobertura?

A diferença está apenas no manejo empregado em cada uma delas.

Enquanto, a adubação de cobertura as plantas são incorporadas no solo, como já mencionamos.

As plantas de cobertura ficam no solo para formar uma camada protetora, que levará mais tempo para se decompor e disponibilizar os nutrientes no solo.

Alguns autores não realizam uma real distinção entre adubação verde e cultura de cobertura e acabam discutindo os dois temas juntos.

Mas, após todas essas informações você pode estar se perguntando o que realmente pode ganhar com a prática de adubação verde, veja exatamente isso a seguir:

Adubação verde vantagens e desvantagens: Quais os ganhos reais com a prática?

Podemos falar que a prática da adubação verde traz ganhos de aumento de produtividade da sua cultura.

Além disso, você também pode recuperar e manter a estabilidade e a durabilidade da capacidade produtiva do solo.

E também, reduz o seu custo com a utilização de adubos e defensivos agrícolas no controle de pragas.

Como já vimos no tópico sobre as vantagens da adubação verde, há muitos benefícios que esta prática pode trazer para a sua propriedade.

Além disso, também falamos que esta prática pode reduzir o custo na sua propriedade, quando bem planejada.

Outro ponto importante é sobre a estruturação do solo. Tendo aumento da porosidade, capacidade de infiltração e armazenamento de água.

E você pode conseguir essas vantagens na sua propriedade se realizar o plantio de espécies corretas para a sua propriedade.

Mas não se esqueça que, como qualquer outra atividade agrícola na sua propriedade, a adubação verde deve ser planejada, assim, deve estar incluída dentro do seu planejamento agrícola.

Agora que já discutimos adubação verde vantagens e desvantagens, veja este passo a passo de alguns itens que devem ser levados em conta no planejamento desta prática agrícola.

Planejamento da adubação verde: custos e orçamento

Primeiramente, você não pode se esquecer de planejar. Isso é muito importante para a administração da sua fazenda.

E lembre-se que em qualquer atividade o planejamento é essencial. Vamos ao passo a passo:

Passo 1: Primeiramente conheça a sua propriedade

Você deve conhecer as áreas que deseja realizar esta atividade na sua fazenda.

Saiba a dimensão dessa área, qual o tipo de solo, quais cultivos foram realizados neste local anteriormente, e tenha a análise de solo em mãos.

Passo 2: Qual o seu objetivo com a adubação de verde?

Com o passo anterior e com o alinhamento de seu objetivo, você saberá qual o problema a ser solucionado com a adubação verde na sua propriedade.

Ou seja, você quer melhorar a porosidade do solo ou ter maior teor de matéria orgânica ou controlar alguma praga de solo ?

Dessa maneira, a sua escolha de espécies para adubação será muito mais assertiva.

Por exemplo, se sua área tem problemas com o nematoide das lesões radiculares Pratylenchus brachyurus.

Nesse caso, você pode utilizar alguma espécie de Crotalária como Crotalaria-spectabilis, Crotalaria-ochroleuca e Crotalaria-breviflora.

Veja algumas das características de duas espécies de Crotalária.

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(Fonte: Piraí Sementes)

Passo 3: Planejamento da compra de insumos

Agora que você sabe qual a área que irá realizar a adubação verde e qual a espécie de planta irá utilizar, você já pode planejar seus insumos.

Faça os cálculos e estime a quantidade de sementes necessária e seu preço.

Considere também os demais custos que podem ter na implantação e na condução da adubação verde, como algum defensivo agrícola.

Neste item, você deve realizar o orçamento de todos os insumos que irá utilizar.

Não se esqueça de anotar tudo em um caderno, planilha ou software agrícola, assim você saberá exatamente seus custos, possibilitando verificar o custo-benefício dessa atividade.

Passo 4: Planejamento das atividade para a instalação da adubação verde

Você deve planejar qual o período que irá iniciar o plantio.

Dessa forma, deve organizar quais as máquinas e implementos agrícolas que serão utilizados e quanto tempo você irá utilizá-los durante a implantação da cultura.

Certifique ainda que as máquinas, implementos agrícolas e a mão de obra estarão disponíveis para esta atividade.

Outro ponto importante para o planejamento das atividades é o acompanhamento das condições meteorológicas durante o período de plantio.

Aqui você deve orçar o custo com máquinas e implemento, ou seja, a hora máquina.

Mantenha tudo isso registrado, mantendo sua equipe consciente de quando e como serão realizadas as operações agrícolas da adubação verde.

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Com o Aegro é muito mais simples planejar e manter sua equipe ciente do que é necessário fazer e em quanto tempo é preciso finalizar as atividades.

Passo 5: Compra de insumos e aluguel de máquinas (se necessário)

Verifique a necessidade da compra de outros insumos, além das sementes, e aluguel de máquinas.

Averigue também se vai ser preciso contratar mão de obra para essas atividades.

Lembre-se de colocar todos esses custos em caderno, planilha ou software para saber exatamente quais serão seus custos e, consequentemente, seus reais ganhos.

Passo 6: Preparo do solo, plantio e condução das plantas de adubação verde

Depois de seu planejamento é hora de pôr a mão na massa!

Comece com o preparo do solo, depois, o plantio e a condução da “lavoura” de plantas utilizadas como adubo verde.

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Passo 7: Incorporação das plantas no solo

De acordo com a variedade que você utilizou para adubação verde, há um momento ideal para realizar a incorporação dessas plantas no solo.

Para isso, você deve conhecer o ciclo de cultivos e as características da espécie que você escolheu.

Passo 8: Fechamento dos custos que foram utilizados na prática de adubação verde

Neste item, você deve colocar todos os seus gastos (custos realizados) com a adubação verde.

Com os registros do seu planejamento, você consegue verificar onde foi gasto a mais ou a menos, observando onde poderá melhorar na próxima vez que realizar a adubação verde.

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Passo 9: Comparar as produtividade na sua próxima cultura (benefícios com a adubação verde)

Após a realização da adubação verde, quantifique qual a sua produtividade na próxima safra e compare com as produtividades anteriores.

Para isso, você pode utilizar planilhas do Excel ou algum software para contabilizar os seus custos e os investimentos.

Com o software Aegro, você consegue ter o custo de produção, seu histórico de safras anteriores e também da atual.

Isso é essencial para analisar os benefícios da adubação de cobertura, e também o lucro real da sua safra.

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Agora que você sabe adubação verde vantagens e desvantagens, custos e planejamento, vamos de falar de algumas plantas que podem ser utilizadas.

Principais espécies utilizadas como adubo verde

Crotalaria juncea

Planta anual, arbustiva e de crescimento ereto.

É a espécie que produz a maior quantidade de biomassa no menor tempo e, consequentemente, fornece nitrogênio em maior quantidade.

Pode ser utilizada no controle de nematoides do gênero Meloidogyne.

Crotalaria spectabilis

Também é planta anual e de crescimento ereto. Sua principal característica é não ser boa hospedeira de nematóides.

Isso é comprovado por este trabalho, em que o número de nematoides por grama de raízes de crotalária foi significativamente menor do que daquele encontrado em raízes de soja.

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(Fonte: Elaine Wutke/IAC)

Ervilhaca (Vicia sativa)

Leguminosa anual de inverno e tem bom fornecimento de nitrogênio.

Feijão de porco (Canavalia ensiformis)

Também chamado de feijão bravo. É uma planta anual, ereta e herbácea.

Esta espécie pode ser eficiente no controle de algumas plantas daninhas, especialmente tiririca.

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(Fonte: Piraí sementes)

Aveia preta (Avena strigosa)

Gramínea que pode ser utilizada no controle de plantas daninhas e pragas agrícolas.

Milheto (Pennisetum glaucum)

É uma planta anual, forrageira de verão, de clima tropical, hábito ereto e porte alto.

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(Fonte: José Avelino Rodrigues em Embrapa)

Aqui coloquei só alguns exemplos que você pode utilizar como plantas de adubo verde.

Mas, você pode encontrar muitas outras espécies, não deixe de verificar qual o seu objetivo com a adubação verde para escolher a espécie adequada.

Conclusão

Neste texto foram discutidas muitas vantagens que a adubação verde pode trazer para a sua propriedade.

Você pode melhorar o desenvolvimento da sua cultura, e consequentemente, a sua produtividade agrícola.

No entanto, para alcançar essas vantagens é necessário um bom planejamento da atividade agrícola, caso contrário, haverá desvantagens em sua prática.

Com um bom planejamento você consegue aumentar o lucro na sua próxima cultura e ainda obtém uma melhora do solo a longo prazo.

Então, mãos à obra para o planejamento e para implantação da adubação verde na sua propriedade!

Veja também:

Por que adubação foliar em soja pode ser uma cilada

Manual rápido de como fazer adubação de soja

O que você precisa saber sobre a cobertura do solo com nabo forrageiro

Você tem alguma dúvida sobre adubação verde vantagens e desvantagens? Quais resultados alcançou com essa prática agrícola? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como fazer adubação potássica em soja

Adubação potássica em soja é uma boa saída para obter altas produtividades, desde que bem feita. Neste artigo detalhamos o que você precisa fazer na lavoura!

Você sabia que o potássio é o segundo elemento mais requerido pela cultura da soja?

A cada 1000 Kg de grãos de soja, são extraídos 20 Kg de K2O.

Esse nutriente fica apenas atrás do nitrogênio nesse quesito, sendo essencial para uma boa produtividade de soja.

Isso porque a falta de potássio resulta em plantas mais suscetíveis a períodos de estresse, como temperaturas muito altas ou baixas, ou mesmo ao ataque de pragas e doenças.

No entanto, são comuns as dúvidas sobre a dose, momento de aplicação e até a identificação da deficiência em campo.

Neste artigo sanamos essas e outras dúvidas, colaborando para a sua adubação potássica em soja!

Como saber se minha lavoura precisa de potássio?

Quando há baixa disponibilidade de potássio sem o aparecimento visual dos sintomas, ocorre o que conhecemos por “fome oculta”.  

A “fome oculta” causa redução de crescimento da planta com consequente redução da produção.

Mas, quando a deficiência de potássio é mais severa, podemos ver alguns sintomas característicos como:

  • Mosqueado amarelado nas bordas dos folíolos das folhas da parte inferior da planta;
  • Áreas cloróticas avançam para o centro dos folíolos;
  • Necrose das áreas mais amareladas nas bordas dos folíolos;
  • Necrose avança para o centro dos folíolos, ocorrendo a quebra das áreas necrosadas;
  • Grãos pequenos, enrugados e deformados;
  • Maturidade da soja atrasada, fato que pode causar haste verde, retenção foliar e vagens chochas.
adubação potássica em soja
(Fonte: Adaptado de Monteiro, Carmello e Dechen)

Cálculo da adubação potássica em soja

A adubação potássica em soja deve ser recomendada de acordo com as tabelas de cada estado.

As tabelas classificam os nutrientes presentes no solo em faixas de muito baixo ou baixo, médio, alto ou muito alto.

Como vemos na tabela abaixo, para adubação de soja na semeadura e no Estado de São Paulo, vamos fazer a de acordo com a produtividade esperada.

tabela-adubação-sp
Indicação de nutrição mineral de semeadura para soja no estado de São Paulo
(Fonte: Embrapa)

Se você está em outro estado como: Minas Gerais, solos dos Cerrados, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, você pode consultar as tabelas aqui.

Vamos ver o exemplo de acordo com a análise de solo abaixo:

Pela análise do solo, o teor de fósforo é igual a 22 mg/dm³ e para o potássio é de 0,4 cmolc/dm³.

Para fazer a interpretação pela tabela de adubação do estado de São Paulo, devemos multiplicar por 10 o valor de potássio de 0,4 cmol/dm³ para igualar as unidades e transformá-lo em mmol/dm³.

Assim temos 4 mmol/dm³ de potássio no nosso solo de exemplo.

Se levarmos em consideração a produtividade esperada maior que 3,5 t/ha, vamos observar que a recomendação para esta faixa é de P2O5 = 50 kg/ha e K2O = 80 kg/ha.

Assim, chegamos na seguinte relação: NPK 00-50-80.

No entanto, não temos essa formulação de fertilizante no mercado!

Então o que fazer?

Uma das formulações mais comuns de NPK pra soja é a 00-20-20.

Esses números significam que a cada 100 Kg desse fertilizante temos 20 Kg de P2O5 e 20 Kg de K2O

Vamos supor que é essa formulação que temos no estoque e faremos os demais cálculos com ela.

Agora veremos quanto aplicar por hectare desse fertilizante NPK 00-20-20 e se vai ser preciso outro tipo de adubo:

Mais sobre adubação potássica em soja: Quantos kg/ha aplicar e quais formulações usar?

Antes de tudo devemos ter em mente que será necessário o parcelamento da dose de potássio, pois a aplicação de doses superiores a 50 Kg/ha de K2O causa intoxicações nas plantas.

Assim,o parcelamento do potássio vai auxiliar a reduzir o risco de salinidade na germinação das sementes, quando houver estresse hídrico.

Em solos de textura média a arenoso, ou seja, quando houver menos de 200 g/kg de argila, o parcelamento de potássio ajuda a evitar as perdas por lixiviação.

Então, aplicaremos equivalente a 50 Kg/ha de K2O na semeadura, e o restante (30 Kg/ha de K2O) como adubação de cobertura.

Como possuímos a formulação  00-20-20, a dose de 250 Kg por hectare dará exatamente 50 Kg/ha de K2O e 50 Kg/ha de P2O5.

Assim, você pode fazer 1/3 da aplicação de potássio na semeadura e 2/3 em cobertura aos 30 dias após a semeadura.

Pessoal, uma observação importante aqui é que antes de você realizar a adubação de cobertura, você precisa ter feito o manejo das plantas daninhas.

Lembre-se: se você adubar a soja (ou qualquer que seja a cultura) na presença das plantas daninhas, estará desfavorecendo a cultura.

As plantas daninhas têm uma grande capacidade competitiva e a maior parte delas é mais eficiente do que as culturas em extrair os nutrientes do solo.

Agora vamos para algumas dicas extras sobre os cálculos de adubação potássica em soja que acabamos de fazer:

Cuidados com unidades e outras informações

Vimos aqui no nosso exemplo que precisamos transformar a unidade de nossa análise de solo.

Isso é muito comum nesses cálculos!

Lembre-se que em alguns estados a unidade do potássio na análise de solo vem em mmolc/dm³.

Para saber quanto tem de potássio em mg/dm³ na sua área, basta multiplicar o valor (mmolc/dm³) pela massa atômica do elemento, que no caso do potássio é aproximadamente 39.

Depois para encontrar esse valor por hectare em uma camada de 0 a 20 cm, é só multiplicar por dois e você terá o valor de quantos kg por hectare de potássio tem na sua área.

Quer saber mais sobre essa transformação com exemplos práticos?

Veja o vídeo:

Vamos entender agora um pouco mais sobre a época de aplicação.

Época de aplicação de potássio na soja

Já vimos que o potássio é muito importante para a cultura da soja. Também analisamos como fazer o cálculo de adubação para soja de acordo com a análise de solo.

Mas como saber a época de aplicação ideal?

As culturas apresentam uma porcentagem de acúmulo do nutriente em função dos dias após a emergência. Isso é conhecido por Marcha de Absorção.

Para o potássio, podemos observar na figura abaixo que esse nutriente é absorvido pela soja até aproximadamente o estádio R5.5. Ou seja, até o enchimento de grãos, quando se tem de 76% a 100% de granação em um dos quatro nós superiores na haste principal.

Assim, não vai adiantar fazer uma adubação após este período ou muito próximo a ele, pois a planta já não irá mais aproveitar o nutriente.

Também de nada adianta aplicar na época correta, mas de modo inadequado.

Por isso, vamos aos método de aplicação da adubação potássica em soja:

Métodos de aplicação da adubação potássica em soja: Cloreto de potássio a lanço 

As fontes mais comuns de potássio são o cloreto de potássio (KCl) e sulfato de potássio (K2SO4), ambos solúveis em água.

A distribuição de fertilizantes pode ser realizada na semeadura ou a lanço antecipadamente.

A adubação na semeadura consiste em aplicar os fertilizantes e sementes ao mesmo tempo na linha de semeadura.

A adubação a lanço antecipada consiste em fazer a aplicação total ou parcial do fertilizante de forma antecipada. Isso permite que a semeadura ocorra de forma mais rápida.

Temos também a adubação de manutenção de cobertura com potássio a lanço em superfície.

Essa adubação ocorre especialmente quando as doses recomendadas na semeadura ultrapassam 50 Kg por hectare de K2O. Doses superiores a isso na semeadura causam intoxicações às plantas de soja, como já comentamos.

Além disso, produtores do Oeste da Bahia vêm realizando a adubação de manutenção a lanço sem incorporação, utilizando rotação de culturas e consórcio de milho com braquiária.

Isso porque a braquiária tem raízes que podem chegar a três metros de profundidade, fazendo com que o potássio lixiviado possa ser absorvido pela braquiária.

É isso o que chamamos de ciclagem de nutrientes, fazendo com que o potássio possa ser aproveitado pela cultura posterior à braquiária.

Tão importante quanto o fornecimento de potássio é o cuidado para que este não seja em excesso:

Como evitar excesso de adubação potássica em soja

O excesso de potássio nas plantas dificilmente vai causar toxidez, mas é considerado “consumo de luxo”.

O principal problema do excesso desse nutriente é que pode interferir na absorção de outros elementos pelas plantas.

A absorção dos nutrientes é afetada por antagonismo, inibição e sinergismo.

Antagonismo: ocorre quando um nutriente diminui a absorção do outro.

Inibição: a presença de um nutriente em excesso inibe a absorção de outro.

Sinergismo: um nutriente aumenta a absorção de outro.

O excesso de potássio tende a diminuir a absorção de sódio, cálcio, fósforo e enxofre, além de inibir a absorção de magnésio.

Adubação foliar de potássio na cultura da soja: Vale o custo?

O objetivo da adubação foliar é complementar a adubação via solo e não substitui-la, a fim de suprir a planta de nutrientes que estejam abaixo do nível crítico.

Entre as principais vantagens estão a correção dos teores de micronutrientes; a uniformidade de aplicação; e a aplicação de pequenas doses.

A análise foliar é uma importante ferramenta que podemos utilizar na hora de fazer essa recomendação.

Então como coletar as folhas de soja para análise nutricional?

Para isso, temos três passos simples:

1. As amostras de folhas de soja devem ser colhidas entre o início da floração e o pleno florescimento;

adubação potássica em soja
(Fonte: Embrapa)

2. Devem ser coletadas 30 a 40 folhas recém-maduras com pecíolo, ou seja, as 3ª e 4ª folhas trifoliadas a partir do ápice da haste principal;

3. Interprete os resultados. Para isso, você pode utilizar a tabela abaixo:

adubação potássica em soja
Concentração de nutrientes usadas na interpretação dos resultados das análises de folhas de soja do terço superior no início do florescimento (estádio R1)
(Fonte: Embrapa)

Entretanto, o pesquisador Luiz Alberto Staut da Embrapa Agropecuária Oeste, explica que:

“Essas correções só se viabilizam na próxima safra, considerando que, para as análises, a amostragem de folhas é realizada no período da floração plena, no qual coleta-se o terceiro e/ou quarto trifólio com pecíolo, a partir do ápice da planta, período em que a correção nutricional via foliar não é mais possível”.

Existem três usos da adubação foliar: complementar, suplementar e corretiva (Campo & Negócios). Veremos mais sobre cada uma delas:

Complementar

Utilizada geralmente quando as condições de solo não permitem a adequada absorção do nutriente pela planta.

Assim, 20% a menos do nutriente é aplicado via solo. O restante é feito com 2 a 4 pulverizações foliares.

Suplementar

Neste caso, a adubação via solo é feita normalmente, mas também é realizada uma adubação foliar, o que constitui em investimento extra.

Essa aplicação só se justifica se for realizada em função de ganhos de produtividade, resistência a pragas e doenças e qualidade dos produtos.

Corretiva

Como a absorção via folha é mais rápida (dependendo do nutriente e do produto), pode ser feita a adubação corretiva.

O custo de se realizar a adubação foliar vai depender do equipamento utilizado (tipo de pulverizador e trator) e do produto.

Se você ainda está na dúvida sobre a adubação foliar, não há outro jeito dessa decisão ser mais assertiva do que colocando tudo na ponta do lápis (ou na tela do computador).

Faça as contas e verifique o custo real dessa aplicação. Atente-se principalmente a esse parâmetros:

  • Custo do adubo foliar (por litro);
  • Dose recomendada (L/ha);
  • Número de aplicações;
  • Custo da aplicação;
  • Resposta em produtividade esperada (kg/ha);
  • Valor estimado da venda do produto agrícola.

Conclusão

A adubação potássica em soja é essencial para altas produtividades, mas se não realizada corretamente pode limitar a sua produção.

Planejamento da adubação, análises de solo e cálculos são essenciais para que tudo ocorra bem.

Aqui você viu como realizar tudo isso, além de dicas extras para potencializar sua adubação!

>> Leia mais:

Manejo do zinco na soja: como utilizá-lo para potencializar sua produção

Como identificar e evitar a deficiência de boro na soja

Gostou dessas dicas? Tem outras dicas a respeito da adubação potássica em soja? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Cuidados que você deve ter para evitar deficiência de potássio em soja

Deficiência de potássio em soja: Como evitá-la e quando fazer adubação potássica para garantir melhor produtividade na sua lavoura.

A nutrição adequada das plantas é um fator importante para maximizar o retorno econômico da cultura da soja.

O valor investido em fertilizantes dá resposta não só na produtividade da área aplicada, como também é fator de destaque para diminuição de outros custos de produção por unidade de área.

Uma adubação adequada traz impactos positivos na utilização de máquinas e implementos; mão de obra; defensivos; sementes; equipamentos de secagem e armazenamento, entre outros.

Mas como identificar a deficiência de potássio em soja e quando fazer a adubação? Confira a seguir:

Deficiência de potássio em soja: quando fazer adubação potássica?

A deficiência de potássio em soja causa a redução da taxa de crescimento das plantas. Isso se manifesta antes do aparecimento de sintomas visuais (Wendling, 2004), que surgem apenas em casos de deficiência mais severos.

Esses sintomas são predominantemente manchas amarelas (cloróticas) a partir das bordas das folhas mais velhas, chegando à necrose; maturação desuniforme; retenção foliar; legumes verdes e chochos; e grãos pequenos, enrugados e deformados (Borkert et al., 1994; Vedelago, 2014).

deficiência de potássio em sojaPlantas de soja com sintomas de deficiência de potássio: clorose na borda dos folíolos
(Foto: Anderson Vedelago)

deficiência potássica em soja

Plantas de soja com sintomas de deficiência de potássio: retenção foliar
(Foto: Anderson Vedelago)

O potássio é um elemento muito exportado nos grãos de soja (20 kg de K2O por tonelada).

E um alto potencial produtivo contribui para a redução dos estoques deste nutriente no solo, se adubação e manejo não forem adequados.

A limitação de rendimento de grãos ocasionada pela deficiência de potássio em soja é mais acentuada em situações onde é empregado um adequado manejo da cultura, especialmente quando não há restrição hídrica.

Isso proporciona às plantas uma grande capacidade de fixar legumes que demandam maior quantidade de potássio para o enchimento dos grãos.

As consequências da limitação nutricional de potássio se manifestam principalmente no terço superior das plantas.

Isso é mais evidente em cultivares de soja com tipo de crescimento indeterminado.

deficiência potássio em soja

Plantas de soja com sintomas de deficiência de potássio: legumes secos no terço superior
(Foto: Cláudia Lange)

Nestas cultivares, os nutrientes são demandados em maior quantidade, inicialmente na formação dos grãos do terço inferior e médio. Isso acaba provocando o aparecimento da deficiência no terço superior das plantas.

E como a adubação de soja com potássio acontece em terras baixas gaúchas

A resposta da soja à adubação potássica em solos de terras baixas no Rio Grande do Sul é pouco conhecida.

Os experimentos que subsidiaram o surgimento e avanços nas recomendações de adubação para soja foram realizados em terras altas, principalmente na metade norte do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, sendo estes solos distintos daqueles das terras baixas (CQFS RS/SC, 2004).

As terras baixas do Rio Grande do Sul apresentam grandes variações regionais na disponibilidade de potássio (K) para a soja (Vedelago et al., 2012). Mais especificamente, as regiões arrozeiras da fronteira oeste e as planícies costeira apresentam frequentemente amostras de solo com disponibilidade do elemento baixa ou muito baixa, conforme CQFS RS/SC (2004).

Nesses locais, a soja apresenta alta resposta à adição de potássio na semeadura, como mostram os gráficos abaixo:

Como você pode ver no quadro a seguir, a máxima eficiência econômica encontrada nos experimentos foi de aproximadamente 120 kg de K2O por hectare. Diferente da máxima eficiência técnica, que ficou pouco acima dos 130 kg.

Por isso, a tomada da decisão sobre quanto potássio aplicar nas adubações de soja deve considerar

  • Gestão da propriedade como um todo, englobando a capacidade financeira;
  • Domínio do manejo da cultura;
  • Expectativa de colheita;
  • Preço do fertilizante;
  • Preço da soja.

Neste sentido, um bom planejamento agrícola é essencial neste momento.

LocalDMETRend. DMETDMEEAumento do rendimento de grãos
 kg ha-1Mg ha-1kg ha-1Mg ha-1
Cachoeirinha1274,851191,23
Capivari do Sul1384,501311,68
Cachoeira do Sul1353,901261,36
São Gabriel1303,501110,56
MÉDIA1324,191221,21

Dose de máxima eficiência técnica (DMET), rendimento de grãos de soja obtido com a dose de máxima eficiência técnica (Rend DMET), dose de K2O de máxima eficiência econômica (DMEE) e incremento no rendimento de grãos de soja pela adição de potássio – Safra 2012/13.
(Fonte: Vedelago, 2014)

Resultados em diferentes genótipos de soja

É importante notar que nem todos os genótipos de soja têm essa magnitude de resposta à adubação potássica e produtividade de grãos.

Tais resultados têm mais chance de acontecer nos genótipos com baixa estatura, entrenós curtos e com baixo índice de área foliar.

Caso contrário, o aumento da adubação não se traduz em aumento no rendimento de grãos, impactando negativamente no índice de colheita pelo acamamento e pelo excesso de área foliar (Lange et al., 2014).

>> Leia mais: “Tipos de adubos químicos na cultura da soja

Deficiência de potássio no solo: Balanço de potássio no solo

Devido à sua carga e ao raio iônico, o potássio é um elemento bastante móvel no solo. Possui alto risco de lixiviação e perda por escorrimento superficial em solos de baixa ou média Capacidade de Troca de Cátions (CTC).

Além disso, a alta exportação deste nutriente nos grãos de soja contribui para elevar constantemente o risco de balanço negativo no solo.  Por isso, constituem peças-chave no manejo da adubação potássica na cultura da soja:

  • Dimensionamento de seus estoques no solo;
  • Quantificação de sua suplementação pela fertilização;
  • Definição quanto às épocas de aplicação do fertilizante e o seu gerenciamento no sistema através de captura e ciclagem pelo uso de um sistema de sucessão de culturas, reduzindo as perdas do sistema.

No quadro abaixo consta o balanço de potássio no solo após a colheita da soja.

Estoque inicial e final de K no solo (camada 0 – 20 cm) após cultivo de soja em função de doses de potássio na adubação de semeadura nos diferentes locais – safra 2012/13.
(Fonte: Vedelago, 2014)

Esses dados evidenciam que há perdas de K durante o cultivo de soja motivado, possivelmente, pela baixa CTCpH 7,0 de três dos quatro solos utilizados, pela drenagem da água após as chuvas e pela falta de uma planta recicladora implantada na sequência.

Conclusão

As perdas de potássio podem ser minimizadas com o parcelamento da adubação e com a adoção de sistemas conservacionistas do solo que agreguem carbono e, por consequência, aumentem a CTC do solo.

O parcelamento do potássio nas lavouras de soja é uma medida que reduz as perdas principalmente em solos com baixa e média.

O parcelamento pode ser 30% a 40% próximo da semeadura (imediatamente antes ou após) e 60% a 70% antecedendo o início da floração.

Em anos de maior precipitação pluviométrica, como quando acontece o El Niño, é alto o incremento no rendimento de grãos com o parcelamento da adubação potássica.

Já em anos de La Niña, deve-se ter o cuidado para que chova após a aplicação da segunda dose de potássio para dissolver e incorporar o nutriente no solo, favorecendo a absorção pelas plantas.

>> Leia mais:

Por que adubação foliar em soja pode ser uma cilada

Como identificar e evitar a deficiência de boro na soja

Deficiência de magnésio na soja: orientações para isso não acontecer

Você já notou sinais de deficiência de potássio em soja? Restou alguma dúvida? Deixe seu comentário!


Referências:

BORKERT, C. M.; YORINORI, J. T.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; ALMEIDA, A. M. R.; FERREIRA, L. P. & SFREDO, G. J. Seja o doutor da sua soja. Inf. Agron., 66: 1-6, 1994.

COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO – CQFS RS/SC. Manual de Adubação e de Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10 ed. Porto Alegre, Evangraf, 2004. 400p.

LANGE, C. E.; VEDELAGO, A. & THOMAS, A. L. Potencial de rendimento de grãos de soja em solos de várzea do Rio Grande do Sul. In: THOMAS, A. L. & LANGE, C. E., orgs. Soja em solos de várzea do Sul do Brasil. Porto Alegre, Evangraf, 2014. p.83-127.

VEDELAGO, A.; CARMONA, F. C.; BOENI, M.; LANGE, C. E. & ANGHINONI, I. Fertilidade e aptidão de uso dos solos para o cultivo da soja nas regiões arrozeiras do Rio Grande do Sul. Cachoeirinha, IRGA. Divisão de Pesquisa, 2012. 46 p. (Boletim Técnico, 12)

VEDELAGO, A. Adubação Para a Soja em Terras Baixas Drenadas no Rio Grande do Sul. Porto Alegre. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2014. 83p. (Dissertação de Mestrado).

WENDLING, A. Recomendação de nitrogênio e potássio para trigo, milho e soja sob sistema plantio direto no Paraguai. Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria, 2005. 160p. (Dissertação de Mestrado).


Anderson Vedelago é engenheiro agrônomo, mestre em Ciência do Solo, sócio da Oryza & Soy Pesquisa e Consultoria Agronômica Ltda. e escreve eventualmente para o Blog do Aegro.

Curiosidades sobre calagem em 5 casos especiais

Veja agora o que é calagem, como fazê-la e algumas curiosidades em casos especiais!

A calagem feita de forma adequada melhora a nutrição das plantas, e assim aumenta a produtividade.

O aumento de produção agrícola tem efeito direto no PIB, já que o agronegócio representa quase um quarto do PIB nacional.

Sem falar que a calagem custa apenas 5% do custo total de produção agrícola, mas pode gerar retornos incríveis!

Mas como fazer isso de forma correta? E em casos especiais como plantio direto, estiagem, etc?

Venha comigo e confira agora como fazer tudo isso.

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O que é calagem e para que serve

Vamos começar entendendo o que é calagem e porque essa prática é tão importante.

A calagem é uma etapa do preparo do solo para o cultivo agrícola em que materiais de caráter básico são adicionados ao solo para neutralizar a sua acidez.

A aplicação de calcário (calagem) atua na acidez do solo e também há o fornecimento de nutrientes como cálcio e magnésio para as plantas.

Então, a calagem atua no pH do solo. Especialmente nas primeiras camadas de solo.

Assim, a prática elimina a acidez, aumenta a CTC e melhora o aproveitamento de nutrientes pelas plantas.

Os calcários são classificadas com relação à concentração de MgO em calcíticos (menos de 5%), magnesianos (5 a 12%) e dolomíticos (acima de 12%).

A qualidade do produto será função de suas características químicas (PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total) e físicas ( tamanho das partículas).

Você pode ter essas informações na própria embalagem do calcário.

Veja agora a calagem em casos específicos:

>> Esteja preparado e não se engane na pré-safra: saiba quais corretivos utilizar

1.Calagem em regiões muito chuvosas

Para atuar na correção da acidez do solo, o calcário necessita sofrer uma reação, que ocorre com a umidade e pelo contato com o solo.

Assim, o produto deve ser aplicado três meses antes da safra para que quando forem iniciados o plantio ou a adubação o calcário já tenha reagido com o solo.

Essas reações provocam mudanças no solo, aumentando o pH para faixa de 5,5 a 6,5, onde são disponibilizados os nutrientes essenciais para a planta:

Venha comigo e confira agora como fazer tudo isso:

disponibilidade-nutrientes-calagem

(Fonte: Malavolta, 1979 em Agronomia com Gismonti)

Assim, nas regiões com grande umidade, onde as chuvas se mantém constantes por seis meses, deve-se aplicar o calcário 3 meses antes de começar a safra.

Mas lembre-se que nunca se deve entrar com máquinas no campo se a terra estiver molhada, pois isso causa compactação do solo e pode destruir sua nutrição de plantas.

No entanto, se sua região tiver um período de muita chuva e outro de seca, faça a calagem antes de acabar o período chuvoso, mesmo que seja 4 ou 5 meses antes da safra começar.

Desse modo, haverá tempo do corretivo reagir para promover as mudanças benéficas ao solo que será cultivado no próximo período de chuvas.

>> Gessagem: Tudo o que você precisa saber sobre está prática agrícola

2. Calagem em regiões de seca

A calagem é uma grande aliada para a tolerância das plantas a períodos de estiagem.

pratica-calagem

(Fonte: Luciano Mato Grosso em Agroreporter)

Isso porque os principais objetivos da calagem são eliminar a acidez do solo e fornecer cálcio e magnésio para as plantas.

O cálcio estimula o crescimento das raízes e resulta numa maior exploração da água e dos nutrientes do solo, auxiliando a planta na tolerância à seca.

Porém, para a calagem ter todos esses benefícios o calcário precisa encontrar água no solo e assim ocorrer as reações.

Por isso ficam as dicas:

  • Após a colheita de uma safra já faça a análise de solo de sua propriedade;
  • Após a análise defina a dose a ser utilizada e compre o calcário indicado;
  • Deixe maquinário pronto: peças, combustível, tratorista.
  • Assim que houver chuva significativa aplique o calcário, mesmo que seja antes dos 3 meses para começar a lavoura, como indicado em situações normais.

>> O que você precisa saber sobre as diferenças entre calagem e gessagem

3. Calagem em solo compactado

Algumas áreas podem apresentar compactação que  dificulta a incorporação do calcário até a profundidade recomendada.

Por isso, é necessário descompactar o solo antes da incorporação de calcário.

Assim, recomendo muito a realização de adubação verde ou cultura de cobertura antes de realizar a calagem.

O uso de subsolador é uma medida de curto prazo que pode trazer mais prejuízos financeiros, mas em certos casos pode ajudar na sua calagem.

4. Calagem em cultivo convencional

O calcário deve ser distribuído a lanço e incorporado uniformemente ao solo, até a profundidade de 17 a 20 cm.

Assim, no cultivo convencional a aplicação é incorporada: aplicação do calcário seguida de operações de aração e gradagem;

5. Calagem em plantio direto

No sistema plantio direto, a correção da acidez do solo é feita por meio da aplicação de calcário na superfície sem incorporação.

Para isso, indico que as amostragens sejam realizadas em duas profundidades (0-10 e 10-20 cm).

Isso porque o objetivo principal de se avaliar a disponibilidade de cálcio, magnésio e a variação da acidez entre as duas profundidades.

Além do mais, recomendo a utilização de um calcário mais finamente moído, facilitando a reação do calcário com o solo e , consequentemente, maior efeito da calagem.

calagem

(Fonte: Iapar)

A calagem superficial normalmente não tem efeito rápido na redução da acidez do subsolo, por isso o calcário deve ser aplicado o mais cedo possível.

A calagem também atua ao longo dos anos no plantio direto, amenizando os efeitos nocivos da acidez em camadas mais profundas do solo.

Isso é importante porque a acidez nas camadas subsuperficiais, em caso de níveis tóxicos de Al e/ou deficiência de Ca, pode impedir o desenvolvimento das raízes.

Isso pode causar em deficiência de nutrição das plantas e maior suscetibilidade das culturas ao estresse hídrico.

Abaixo são apresentados os parâmetros para a interpretação da análise do solo na cultura da soja:

o que é calagem

Saiba qual calcário comprar

Após análise de solo e definição da dose do calcário, você deve se atentar ao aspecto econômico.

Para saber se o custo de um calcário e seu transporte valem a pena calcule:

Saiba o custo total do calcário colocado na propriedade (incluindo o frete) em reais, divida esse valor pelo PRNT do calcário e multiplique o resultado por 100.

Utilize essa fórmula em várias opções de calcário com diferentes custos de transporte.

Aquele com menor valor é o que deve ser adquirido.

cálculo de calagem Aegro

Exemplo:

Calcário 1: Custo do calcário em minha propriedade (custo total dos quilos de calcário + transporte) = R$ 2200

PRNT do calcário = 80%

2200/80 = 27,5 x 100 = 2750

Calcário 2: Custo do calcário em minha propriedade (custo total dos quilos de calcário + transporte) = R$ 2350

PRNT do calcário = 90%

2350/90 = 26,1 x 100 = 2611,1

Ou seja, mesmo o calcário 2 sendo mais caro, ele compensa seu custo.

Veja agora os benefícios da calagem.

Benefícios da calagem

Todos os benefícios da calagem são relacionadas a melhora da acidez do solo e estímulo de crescimento de raízes.

Mas podemos separar em alguns tópicos para melhor entendimento e compreensão:

Benefícios da calagem para nutrientes

  • Aumenta a disponibilidade da maioria dos nutrientes;
  • Fornecer nutrientes para as plantas: como os íons cálcio e magnésio;
  • Aumentar a disponibilidade de fósforo;
  • Diminui as perdas de bases (K. Ca e Mg) por lixiviação.

Benefícios diretos da calagem para raízes

  • Diminuir a disponibilidade de alumínio (tóxico para a planta);
  • Cálcio estimula o crescimento de raízes;
  • Aumento do sistema radicular e maior exploração de água e nutrientes.

Benefícios da calagem para o solo e planta

  • Auxílio na tolerância à seca;
  • Aumentar a mineralização da matéria orgânica com conseqüente maior disponibilidade de nutrientes;
  • Favorecer a fixação biológica de nitrogênio;
  • Aumenta a agregação do solo, diminuindo a compactação;
  • Melhora as propriedades físicas e biológicas do solo;
  • Estímulo ao desenvolvimento da vida microbiana.

Benefícios econômicos da calagem

  • Prática econômica: relação custo – benefício muito interessante;
  • Garante aumentos na produtividade.

Falando em produtividade, veja como monitorá-la: “Como estas 5 tecnologias mudam a forma de monitoramento da produção agrícola”.

Controle de custos de safra no Aegro

 Com o Aegro você sabe em alguns cliques qual seu custo de produção, inclusive qual o custo que a calagem representa do seu custo de produção total

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Agora que você já sabe os benefícios da calagem confira dicas imperdíveis para a sua prática:

Dicas extras para calagem

  • A recomendação da calagem deve ser feita deve ser feita com base na análise de solo em profundidade de de 0-20 cm e 20-40 cm;
  • A coleta das amostras de solo deve ser efetuada de maneira que haja um tempo hábil para que as análises fiquem prontas e se possa iniciar as atividades (faça seu planejamento agrícola!);
  • A necessidade de calagem pode ser calculada por métodos distintos, você precisa saber o cálculo exato para ter uma boa calagem;
  • Os arados resultam em incorporação  mais profunda que as grades aradoras. Contudo, para culturas perenes a incorporação muito profunda é prejudicial, pois danifica o sistema radicular;
  • No entanto, a incorporação rasa leva a superdosagem nas camadas superficiais, causando deficiências de micronutrientes e limitando o desenvolvimento radicular, fique atento!
  • O Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT) mostra a rapidez e a eficiência de reação do produto com o solo, por isso calcários com maiores PRNT são geralmente mais caros;
  • A coleta de amostras de solo para análise é feita em duas etapas:
    • 1ª etapa: logo após a colheita de verão;
    • 2ª etapa: pouco antes do preparo de solo para culturas anuais e após o fim das chuvas para culturas perenes.

Conclusão

Sem dúvida a calagem é fundamental para os solos naturalmente ácidos, que é uma característica dos solos de regiões tropicais, típicos dos solos brasileiros.

A adição de calagem na sua propriedade lhe proporciona ganhos da produtividade, e até mesmo maiores retornos econômicos.

Mas isso só acontece se você realizar a prática corretamente, o que será fácil de fazer ao seguir todas essas dicas e fizer uma boa gestão agrícola!

Gostou das dicas? Como você calcula seu custo de calagem hoje? Tem alguma dica que não citei aqui? Faz a calagem em algum momento diferente? Conte para nós! Comente abaixo!

Calagem: Guia completo de uso e cálculos 

A calagem serve para diminuir a acidez do solo, ou seja, aumentar seu pH, além de fornecer cálcio e magnésio para as plantas. 

É uma etapa de preparação para o cultivo agrícola em que materiais de caráter básico, como o calcário, são adicionados ao solo para neutralizar sua acidez.

Uma calagem bem feita pode fazer grande diferença na produtividade final, melhorando o retorno financeiro da sua lavoura.

O que é calagem?

A calagem é uma etapa do preparo do solo para o cultivo agrícola que tem dois objetivos principais: diminuir a acidez, ou seja, aumentar o pH do solo, e fornecer cálcio e magnésio para as plantas. 

É importante corrigir a acidez do solo para a faixa de pH entre 5,5 a 6,5 pois é quando os nutrientes se tornam disponíveis para as plantas absorverem.

Assim, a calagem elimina a acidez, aumenta a CTC e melhora o aproveitamento de nutrientes pelas plantas. Além disso, neutraliza o alumínio, que é tóxico para as culturas.

A importância dessa técnica no Brasil é ainda maior, já que nossos solos são ácidos e com quantidade significativa de alumínio, que é tóxico para as culturas.

Os calcários são classificados com relação à concentração de MgO em calcíticos (menos de 5%), magnesianos (5% a 12%) e dolomíticos (acima de 12%).

A qualidade do produto será em função de suas características químicas (PRNT – Poder Relativo de Neutralização Total) e físicas (tamanho das partículas).

Como funciona a calagem?

A calagem consiste na aplicação de calcário no solo, que reage com os ácidos presentes nele. O calcário contém carbonato de cálcio (CaCO₃) e, ao ser aplicado, libera íons cálcio (Ca²⁺) e óxido de carbono (CO₂). 

Esses íons neutralizam os ácidos do solo, aumentando o pH e tornando o solo mais alcalino, o que é benéfico para muitas culturas.

Também vale destacar que a correção da acidez melhora a disponibilidade de nutrientes no solo. Em solos ácidos, por exemplo, os minerais como o fósforo, o cálcio e o magnésio se tornam menos acessíveis para as plantas. 

A calagem torna os nutrientes mais solúveis e disponíveis para as raízes das plantas. E o cálcio no calcário melhora a estrutura do solo, promovendo melhor aeração e drenagem, facilitando o crescimento das raízes e a absorção de água e nutrientes.

Outro ponto de destaque é a redução da solubilidade de metais pesados, como alumínio e manganês, que são tóxicos para as plantas, tornando o solo mais seguro para o cultivo.

Por fim, a correção da acidez favorece a atividade dos microrganismos, como bactérias e fungos, que auxiliam na decomposição da matéria orgânica e na ciclagem de nutrientes, melhorando a fertilidade do solo.

Qual a importância da correção do solo? 

A correção do solo é necessária para garantir condições ideais para o crescimento das plantas, envolvendo a adição de nutrientes, como calcário e fertilizantes, para equilibrar o pH e corrigir deficiências minerais.

A correção do solo melhora a fertilidade, aumenta a eficiência dos fertilizantes, previne problemas como a acidez excessiva ou a compactação, e contribui para o aumento da produtividade.

Quanto melhor o ajuste do solo, mais saudável será o ambiente para as raízes das plantas, melhorando a qualidade do solo e a sua estrutura, facilitando a infiltração de água e o desenvolvimento das raízes.

Compactação do solo: como evitar e corrigir em sua propriedade

Como a calagem é feita?

A calagem precisa ser feita em algumas etapas principais, que incluem a aplicação do calcário, cálculo de dosagem e a incorporação ao solo. Entenda os detalhes:

1. Análise do solo

Antes de aplicar o calcário, é preciso fazer uma análise de solo para determinar o pH atual e a necessidade de correção e que seja feita em duas etapas: 

  • 1ª etapa: Logo após a colheita de verão;
  • 2ª etapa: Pouco antes do preparo de solo para culturas anuais e após o fim das chuvas para culturas perenes.

Este processo também aponta a quantidade de calcário necessária para corrigir a acidez do solo de acordo com o tipo de solo e a cultura desejada.

2. Escolha do tipo de calcário

A análise de solo indica qual tipo de calcário escolher, com maior ou menor teor de magnésio. 

Os calcários disponíveis no mercado variam em sua composição, apresentando diferentes concentrações de cálcio e magnésio. 

O calcário dolomítico, que contém tanto cálcio quanto magnésio, é o mais comum, mas também há os calcários calcíticos, que possuem uma maior concentração de cálcio.

3. Cálculo de calagem

Com base na análise de solo,é preciso calcular a quantidade necessária de calcário para atingir o pH ideal. 

Esse valor é dado em toneladas por hectare ou quilos por metro quadrado e a quantidade varia conforme o grau de acidez do solo e o tipo de calcário.

Banner da planilha de calagem

4. Aplicação do Calcário

A aplicação do calcário deve ser feita de forma uniforme e adequada para garantir que ele cubra toda a área desejada. Pode ser feita de duas maneiras:

  • Superfície: O calcário é espalhado sobre o solo, sem necessidade de incorporação imediata. Essa forma é mais comum em solos não compactados e com pouca vegetação.
  • Incorporação ao solo: Para melhorar a eficiência, o calcário é muitas vezes incorporado ao solo por meio de aragem ou gradagem. Isso garante que o calcário entre em contato direto com o solo e atue mais rapidamente.

5. Momento da Aplicação

O melhor momento para aplicar a calagem é antes do plantio, quando o solo está bem preparado. 

É recomendada a aplicação de 2 a 6 meses antes da semeadura, principalmente em solos mais compactados. Isso dá tempo para que o calcário reaja com os ácidos do solo e eleve o pH de forma eficaz.

6. Acompanhamento

Após a aplicação e a correção do pH, é importante acompanhar os efeitos da calagem, realizando novas análises de solo para verificar se o pH foi adequadamente ajustado e se os nutrientes estão mais disponíveis para as plantas.

A calagem é um processo relativamente simples, mas seu sucesso depende do momento adequado da aplicação, da quantidade de calcário aplicada e da análise de solo precisa.

Como fazer o cálculo de calagem?

O cálculo de calagem é feito com base na análise do solo, para determinar a quantidade de calcário necessária para corrigir a acidez do solo, elevando o pH para o valor ideal para o cultivo. 

A fórmula e os métodos podem variar dependendo do tipo de solo, da cultura a ser implantada e do nível de acidez presente. Sendo assim, os cálculo podem ser:

Método da saturação por bases

Com a análise de solos em mãos, faça esse passo a passo para o cálculo de calagem:

  1. Saiba e entenda a fórmula

O cálculo de calagem pelo método da elevação da porcentagem de saturação por bases pode ser feito a partir da fórmula:

t.ha-1 de calcário = (V2 – V1) x T / PRNT

V2 = 70% (saturação por bases desejada);

V1 = saturação por bases atual (análise de solo) = [(Ca²+ + Mg²+ + K+).100]/T;

T = capacidade de troca catiônica [Ca²+ + Mg²+ + K+ + (H + Al)], em cmolc.dm-³;

PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total do calcário a ser aplicado (encontrado na embalagem do calcário).

  1. Saiba qual saturação de bases (V%) você vai usar

A saturação por bases desejada (V2) pode variar de 50% a 70%, sendo em geral:

  • 50% para cereais e tubérculos;
  • 60% para leguminosas e cana-de-açúcar, utilizado no Cerrado;
  • 70% para hortaliças, café e frutas.

Se na sua análise não possuir o V%, você pode calcular facilmente:

V% = [Soma de bases (K + Ca + Mg + Na) x 100 ]/CTC

Muitas vezes, o Na não entra nesse cálculo por ter uma quantidade muito pequena. Muitas análises de solo não o determinam.

  1. Faça o cálculo

Você tem dúvidas sobre o cálculo? Então vamos a um exemplo de uma análise de solo:

Considerando que a cultura é uma leguminosa, V2=60%. Considere que o calcário tenha PRNT = 90%.

NC = (V2 – V1) x CTC / PRNT

NC =  (60 – 25) x 15 / 90 = 5,8 t ha-1

Assim, você deve aplicar 5,8 toneladas de calcário por hectare.

Método baseado nos teores de Al e (Ca + Mg) trocáveis

Esse é um método menos utilizado, sendo indicado para solos com baixa CTC (menor que 5 cmolc dm-3). 

A sua principal finalidade é a de neutralizar o Al3+ trocável e/ou fornecer Ca2+ e Mg2+, a partir da fórmula:

NC  = Y [Al3+ – (mt x t / 100)] + [X – (Ca2+ + Mg2+)] x 100 / PRNT

  • NC = Necessidade de calcário, em  t ha-1;
  • Y = Valor tabelado em função do poder tampão do solo:
  • arenoso: Y = 0 a 1;
  • médio: Y = 1 a 2;
  • argiloso: Y = 2 a 3;
  • muito argiloso: Y = 3 a 4;
  • mt = Saturação por Al3+ (100xAl/SB+Al);
  • t = CTC efetiva (SB + Al);
  • X = Teor mínimo de Ca + Mg : tabelado, sendo que para forrageiras tropicais é de 1 a 2;
  • Ca2+ + Mg2+ = Teores trocáveis de Ca e Mg, em cmolc dm-3;
  • PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total (encontrado na embalagem do calcário).

Método SMP

O método SMP é muito utilizado nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina para fazer recomendações de calagem.

O método consiste em adicionar um volume de solução tampão na amostra de solo e a leitura do pH em suspensão da amostra representa o índice SMP.  

Caso o calcário não tenha PRNT de 100%, você pode utilizar a fórmula abaixo:

Dose calculada x 100 / PRNT = dose a ser aplicada (t ha-1)

Considerando um calcário com PRNT de 90% e uma dose calculada de 3,0 t ha-1:

(3,0 x 100 / 90 = 3,3 t ha-1), você aplicará 3,3 t ha-1 de calcário.

Diferentes quantidades de calcário serão necessárias conforme o valor de pH que se deseja atingir.

Tipos de calcários para calagem do solo

A correção da acidez do solo pode ser realizada com diferentes tipos de corretivos. O mais comum é o calcário, amplamente utilizado na calagem, mas existem outras alternativas que também desempenham essa função. Confira mais detalhes a seguir:

1. Calcário

O calcário no solo é um produto proveniente de uma rocha sedimentar composta principalmente por carbonato de cálcio, agindo como neutralizador da acidez do solo.

Os três tipos de calcário apresentam teor de carbonato de cálcio suficiente para correção do solo. O que o diferencia dos tipos é o teor de carbonato de magnésio que pode haver nas rochas.

2. Calcário calcítico

O calcário calcítico apresenta maior teor de óxido de cálcio, entre de 45% a 55% de CaO. As rochas provenientes deste tipo apresentam alta concentração do mineral calcita. 

O que diferencia esse tipo de calcário dos demais é a baixa concentração de óxido de magnésio, com teor de MgCO₃ variando entre 0% e 10%.

O calcítico é recomendado para solos com baixa concentração de cálcio. Isso vale principalmente se a cultura que será implantada for exigente neste nutriente.

3. Calcário magnesiano

Esse tipo de calcário é classificado como intermediário, apresentando teor de MgCO₃ entre 10% e 25% e concentração de CaO variando de 40% a 42%.

O calcário magnesiano é obtido de rochas, cujo mineral predominante é a magnesita. Em solo com teores equilibrados de cálcio e magnésio, não é sugerido utilizar para manter estes elementos nas quantidades adequadas.

4. Calcário dolomítico

Tem maior concentração do mineral dolomita nas rochas. Em solos que necessitam de calagem, e com teor de magnésio está abaixo do recomendado, o ideal é utilizar o calcário dolomítico.

Isto é devido à concentração de magnésio, que é acima de 25%, e ao teor de óxido de cálcio varia de 25% a 35%.

5. Calcário filler

Calcário filler é um corretivo de acidez caracterizado por sua granulometria extremamente fina, o que acelera sua reação no solo.

Pelo ao seu tamanho reduzido de partículas, tem alta solubilidade e rápida disponibilidade para corrigir a acidez e fornecer cálcio e magnésio às plantas.

É frequentemente utilizado em sistemas agrícolas que demandam uma resposta mais imediata, como em culturas de ciclo curto ou quando a aplicação de calcário convencional não pode ser feita com antecedência.

Mesmo com ação mais rápida, tem menor duração em comparação aos calcários de granulometria maior, o que pode exigir reaplicações mais frequentes.

6. Cal virgem

A cal virgem é o produto da calcinação ou queima completa do calcário, com ação imediata, mas que pode prejudicar sementes, plântulas e microrganismos devido à quantidade de calor gerado durante sua aplicação.

Por esse motivo, a cal virgem deve ser aplicada com antecedência ao plantio para minimizar os efeitos negativos no solo e nas culturas.

7. Cal hidratada ou extinta

A cal hidratada é produzida pela hidratação da cal virgem, um processo que transforma o óxido de cálcio (CaO) em hidróxido de cálcio (Ca(OH)₂). 

Por ser bastante fino, permite uma dissolução rápida no solo, mas, pela sua granulação fina, a aplicação a lanço não deve ser realizada em dias com ventos fortes, para evitar a dispersão inadequada do produto e garantir que ele atinja a área desejada.

8. Calcário calcinado

Esse cálcio é obtido pela calcinação total ou parcial do calcário, processo que resulta, na maioria das vezes, em um pó fino.

Suas características ficam entre o calcário convencional e a cal virgem, combinando propriedades de ambos, o que o torna eficaz na correção da acidez do solo, embora com uma ação mais rápida em relação ao calcário comum.

9. Escória básica de siderurgia

É um subproduto da indústria do ferro e do aço, composto por silício, altos teores de cálcio e magnésio, além de outros nutrientes em menores concentrações, como ferro, manganês, zinco, fósforo e enxofre.

Por ser um material resultante de um processo industrial, seu preço tende a ser mais baixo nas regiões próximas ao local de produção, sendo uma alternativa econômica para a correção da acidez do solo.

10. Carbonato de cálcio

É proveniente da moagem de depósitos de carbonato de cálcio, corais e sambaquis. Sua ação de neutralização da acidez do solo é semelhante à do calcário, promovendo melhorias nas condições do solo para o desenvolvimento das plantas.

Esse tipo de corretivo, muitas vezes denominado calcário de origem marinha, tem a capacidade de corrigir a acidez do solo de forma eficiente. 

Sua principal função é neutralizar os ácidos presentes no solo, promovendo um aumento no pH, o que facilita a disponibilidade de nutrientes essenciais para as plantas, como o fósforo e o nitrogênio.

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Qual calcário utilizar?

A escolha do calcário deve ser feita com base na análise de solo, considerando os teores de pH, cálcio e magnésio do solo e do calcário disponível.

Verifique o Poder de Neutralização (PN) e a reatividade do corretivo (RE), que determinam o PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total). O PRNT do calcário está na embalagem do produto.

Se houver dúvida entre dois calcários com o mesmo PRNT, escolha o de maior PN, pois este possui maior capacidade de reagir no solo e corrigir sua acidez.

Casos especiais:

  • Em regiões como o Sul do Brasil, onde a relação cálcio: magnésio é geralmente 1:1, é recomendado o uso do calcário calcítico, pois o solo local tende a ter maior concentração de magnésio.

Já na região Sudeste, como em Minas Gerais, onde os solos têm baixos teores de magnésio, o calcário dolomítico é a melhor opção, pois fornece mais magnésio.

Calagem e gessagem: Para o que servem?

A calagem corrige a acidez do solo, elevando o pH e neutralizando tanto a acidez ativa quanto a potencial, além de aumentar a disponibilidade de nutrientes como cálcio e magnésio, essenciais para o desenvolvimento das plantas.

Já a gessagem utiliza o gesso agrícola (CaSO₄), um subproduto da indústria de fertilizantes fosfatados concentrados. O gesso contém cerca de 20% de cálcio, 15% de enxofre e outros nutrientes, mas não aumenta o pH do solo como a calagem. 

A principal função da gessagem é potencializar os efeitos da calagem, pois ela leva cálcio e enxofre a camadas mais profundas, que não são alcançadas apenas pela calagem.

Além disso, o gesso melhora a estrutura do solo, promovendo maior penetração de raízes e maior eficiência na absorção de nutrientes.

O uso combinado dessas práticas resulta em um solo mais equilibrado, com melhor estrutura e maior capacidade de retenção de nutrientes.

Diferenças entre calagem e gessagem

A capacidade de troca catiônica (CTC) do solo é aumentada pela calagem, especialmente pelo fato de que os solos brasileiros, com cargas negativas variáveis (como os solos com argila 1:1), dependem do pH para determinar a intensidade dessas cargas.

Ou seja, ao elevar o pH do solo, há também um aumento nas cargas negativas de solos com CTC variável, como apontado pela Embrapa e pelo International Plant Nutrition Institute (IPNI).

Além disso, a CTC efetiva (soma de bases + alumínio) é ampliada pela aplicação de cálcio e magnésio, elementos essenciais fornecidos pela calagem, que não apenas ajudam na correção da acidez, mas também melhoram a fertilidade do solo, facilitando a absorção de nutrientes pelas plantas.

Benefícios da calagem e gessagem

A calagem e a gessagem são práticas complementares muito importantes para o manejo do solo, especialmente em solos ácidos e com baixa fertilidade. Quando usadas juntas, elas oferecem uma série de benefícios, como:

Correção da Acidez do Solo: A calagem corrige a acidez do solo, neutralizando o pH e tornando os nutrientes mais disponíveis para as plantas, melhorando a eficiência do uso de fertilizantes e o ambiente das culturas.

Fornecimento de Cálcio e Magnésio: A calagem fornece cálcio e magnésio, dois nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas. O cálcio, por exemplo, fortalece as células vegetais e ajuda na formação da parede celular, enquanto o magnésio é fundamental para a fotossíntese.

Usadas de forma conjunta, a calagem e a gessagem podem transformar solos que antes eram pobres ou ácidos em áreas muito mais produtivas e com maior sustentabilidade a longo prazo.

Como fazer calagem no sistema de plantio direto?

No plantio direto, a calagem deve ser feita em solos com pH inferior a 5,6 (CaCl2) ou V% abaixo de 65 na camada de 0 a 5 cm. 

A dosagem deve ser calculada para elevar a saturação por bases para 70% na camada de 0 a 20 cm, com aplicação na superfície, podendo ser feita de uma vez ou parcelada ao longo de três anos.

Em regiões chuvosas, aplique o calcário 3 meses antes da safra. Caso haja períodos de chuvas e secas, aplique antes do fim da estação chuvosa, mesmo que 4 a 5 meses antes da safra, para garantir tempo para o corretivo reagir.

Nas áreas com compactação, descompacte o solo antes de aplicar o calcário. Use adubação verde ou cultura de cobertura e, em casos extremos, o subsolador, que pode ser útil, mas com custos adicionais.

Por fim, no cultivo convencional, aplique o calcário a lanço e incorpore até 17-20 cm de profundidade, com aração e gradagem após a aplicação.

Dicas para não errar na calagem: 

  • Após a colheita de uma safra já faça a análise de solo de sua propriedade;
  • Após a análise defina a dose a ser utilizada e compre o calcário indicado;
  • Deixe o maquinário pronto: peças, combustível, tratorista.
  • Assim que houver chuva significativa aplique o calcário, mesmo que seja antes dos 3 meses para começar a lavoura, como indicado em situações normais.
Como reduzir perdas e custos na operação de colheita

Gessagem: tudo o que você precisa saber sobre esta prática agrícola

A prática da gessagem, seus benefícios e como calcular a quantidade que deve ser feita e aplicada.

Antes mesmo de plantar a cultura você realiza diversas atividades para que tudo corra bem.

A gessagem é uma dessas atividades que pode aumentar a produtividade da sua safra.

Na cultura do milho houve um incremento de 9,3 % e para soja 11,3 % na produtividade de grãos.

Mas essa prática pode gerar muitas dúvidas, e se não for realizada de forma adequada pode resultar em prejuízo.

Você faz gessagem na sua lavoura? Sabe quando é necessário fazer? E como calcular a necessidade de gesso agrícola?

Então, me acompanhe e descubra mais sobre o uso do gesso na agricultura!

Gessagem na agricultura

O cálcio melhora o crescimento de raízes, enquanto o alumínio é tóxico para elas.

gessagem-agricola

(Fonte: BIOSAFRABRASIL)

Em geral, os solos no Brasil possuem pouco cálcio (Ca) e muito alumínio (Al), principalmente nas camadas mais profundas. Justamente o contrário da situação ideal!

Assim, a maioria das raízes ficam mais próximas da superfície do solo, o que compromete a absorção de nutrientes pelas raízes.

E consequentemente, o desenvolvimento das plantas na sua lavoura.

Por isso fazemos a gessagem. Ela melhora a camada subsuperficial do solo e o sistema radicular das plantas.

Vamos entender um pouco mais sobre o uso do gesso agrícola!

Gessagem agrícola e o seu uso no solo

O gesso (CaSO4 – sulfato de cálcio) é um subproduto da indústria de fertilizantes fosfatados.

Ele é fonte de cálcio (20%) e enxofre (15-18%) para o solo, sendo considerado um condicionador de solo.

Mas o que é um condicionador de solo?

Condicionadores de solo são produtos que promovem a melhoria das propriedades físicas, físico-químicas ou da atividade biológica do solo.

Então, o gesso atua nas propriedades químicas do solo, principalmente nas camadas subsuperficiais.

Por ter alta solubilidade, o gesso aumenta rapidamente às concentrações de Ca2+ e SO42– no solo em profundidade

Assim, o sulfato reage com o alumínio, diminuindo a toxidez de Al para as plantas e possibilitando o aumento do sistema radicular das plantas.

Além dessa neutralização de Al, o gesso agrícola disponibiliza no solo os nutrientes cálcio e enxofre.

O cálcio é um macronutriente importante para as plantas, atua na estrutura da planta (parede celular).

Veja na figura abaixo algumas funções do cálcio:

gessaem-agricola

(Fonte: Adubos e adubação)

O enxofre também é um macronutriente e algumas das suas funções são:

  • Controle hormonal para o crescimento e desenvolvimento;
  • Auxilia a planta na defesa contra pragas e doenças;
  • Importante componente para as proteínas e outras.

Mas lembre-se, o gesso agrícola não é um corretivo para acidez do solo, não modifica o pH.

E quais os benefícios da gessagem?

Benefícios da gessagem

  • Aumenta o sistema radicular em profundidade;
  • Fornecimento de cálcio em profundidade;
  • Redução da saturação de alumínio em subsuperfície;
  • Maior absorção de nutrientes e água.

Agora que conhecemos um pouco mais sobre o gesso na agricultura, como começar a fazer a gessagem?

Começando a gessagem: análise de solo

Primeiramente, você deve realizar análise do solo da sua propriedade para determinar a quantidade de gesso agrícola que deve aplicar.

Tem algumas dúvidas sobre análise de solo?  

No artigo Como produzir 211 Sacas de Milho por hectare com Gestão Agrícola você encontrará uma lista de empresas credenciadas para fazer analise de solo.

Então, considere a análise do solo de 20-40 cm e abaixo desta camada, dependendo da cultura em questão (anual ou perene).

E como mencionamos, a gessagem atua em subsuperfície, ou seja, nas camadas do solo abaixo de 20 centímetros de profundidade.

Assim, quando você for amostrar o solo de sua propriedade, tome cuidado para não misturar o solo de cada camada.

Lembre-se também de identificar a profundidade de cada amostra para enviar para a análise.

E claro, procure um laboratório para análise do solo de sua confiança!

Quando sua análise de solo ficar pronta saiba se é preciso ou não realizar a gessagem:

Quando aplicar gesso agrícola?

Haverá grande possibilidade de resposta ao gesso quando na análise de solo apresentar as seguintes características:

  • Cálcio menor que 0,5 cmolc/dm3;
  • Alumínio maior que 0,5 cmolc/dm3;
  • Saturação por alumínio maior que 20%;
  • Saturação por bases  (V%) menor que 35%.

Se o seu solo tiver uma ou mais dessas características acima já é recomendado a gessagem.

Às vezes, um custo a mais no começo da safra garante uma produtividade melhor e compensa o custo de produção.

Ainda não sabe qual é seu custo de produção agrícola? Veja: Como saber seu custo de produção agrícola.

Não se esqueça de procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) para te auxiliar nesta prática agrícola.

Vamos agora para os cálculos, definindo a dose de gesso:

Cálculo da gessagem

Vou apresentar dois tipos de cálculo de gesso. Para utilizar as equações abaixo, você precisa ter a análise do solo da sua propriedade.

  • Baseado na textura do solo (Souza e Lobato, 2004):

Vamos entender as fórmulas utilizadas para culturas perenes e anuais:

Culturas anuais: NG = 50 x argila (%)

Culturas perenes: NG = 75 x argila (%)

Em que: NG = Necessidade de Gesso (em quilos por hectare: Kg/ha )

Você pode determinar a Necessidade de Gesso (Kg/ha) também através da tabela abaixo, também em função da classificação textural do solo:

recomendação-gessagem

(Fonte: Sousa, Lobato, Rein, 2005 em Visão Agrícola)

  • Saturação por bases (V) e CTC nas camadas subsuperficiais (Demattê, 1986; Vitti et al., 2008):

Vamos entender a equação utilizada para a necessidade de gesso em função da saturação por bases e CTC do solo:

NG = [(V2-V1) x CTC] / 500

Onde:

NC = necessidade de gesso kg/ha;

V2 = Saturação por bases esperada (%);

V1 = Saturação por bases atual na camada 20-40 cm (%);

CTC = capacidade de troca catiônica na camada de 20-40 cm.

Você também pode utilizar a tabela abaixo, em que a recomendação da dose de gesso é de acordo com capacidade de troca catiônica (T) e saturação por bases atual (V%).

gessagem-ctc

(Fonte: Demattê, 1986 em Visão Agrícola)

Ao definir a dose correta para seus talhões, você precisa fazer a gessagem adequadamente.

Para isso, recomendo a leitura: O que você precisa saber sobre regulagem e manutenção de implementos agrícolas.

Gessagem em pastagem

Pode parecer besteira, mas o gesso agrícola pode te ajudar muito com a pastagem e, consequentemente, a criação de animais.

Esta prática torna as pastagens mais tolerantes a veranicos, por absorverem mais água e nutrientes do solo devido ao sistema radicular mais profundo.

Isso se transforma em uma vantagem competitiva imensa: momento em que todos estiverem comprando alimentação extra para os animais você ainda poderá ter um bom pasto.

Veja os resultados do efeito do gesso agrícola no trabalho de recuperação de pastagem degradada de Brachiaria brizantha cv. Marandu em solo de Cerrado:

gessagem-pastagem

(Fonte: Embrapa em Agronelli)

Gessagem no plantio direto

O plantio direto é um sistema de produção em que não é realizado o revolvimento do solo.

Ou seja, a superfície do solo é sempre coberta por plantas em desenvolvimento e por resíduos vegetais.

Por isso, a ação dos corretivos de acidez (calcário) geralmente é restrita às camadas superficiais.

Assim, a aplicação de gesso agrícola em superfície é apontada como uma alternativa para a melhoria do ambiente radicular principalmente em subsuperfície.

Quando pensamos em correção de solo, além da gessagem, sempre pensamos na calagem:

Calagem e gessagem para que servem?

A aplicação de calcário (calagem) atua na acidez do solo e também há o fornecimento de nutrientes como cálcio e magnésio para as plantas.

Então, a calagem atua no pH do solo.

E como falamos ao longo do texto, a gessagem atua na camada superficial do solo e há o fornecimento de nutrientes como cálcio e enxofre no solo.

Mas a gessagem não altera o pH do solo.

Além disso, o gesso apresenta maior mobilidade no perfil do solo que o calcário, melhorando a subsuperfície do solo.

Quais as diferenças entre calagem e gessagem?

Veja algumas diferenças entre a calagem e a gessagem que vão te ajudar a entender para que essas práticas são usadas:

GESSAGEM-GRESSA

Além disso, a distribuição do gesso agrícola pode estar associada com a aplicação da calagem.

Falando em calagem, você pode estar se perguntando, como vou calcular a quantidade de calcário que devo utilizar na minha lavoura?

Veja neste artigo.

>> Tudo o que você precisa saber sobre cálculo de calagem (+calcário líquido)

banner da planilha de calagem com uma tela de computador e texto explicativo

A agricultura de precisão pode te auxiliar na prática da gessagem e da calagem?

Pensando em melhorar a gestão e administração rural, você pode aliar a Agricultura de Precisão (AP) para as atividades de gessagem e calagem.

Como as áreas na sua propriedade não são homogêneas, você deve realizar a análise do solo de diversos pontos de sua propriedade.

E com a ajuda da AP você pode reduzir o custo de produção, aplicando a quantidade necessária de calcário, e com isso, reduzindo o desperdício.

Por isso, se aprofunde mais no tema Agricultura de Precisão pelo artigo:

>> Guia absolutamente completo sobre agricultura de precisão na Pré-Safra.

Para você facilitar a visualização do seu custo de produção agrícola veja outro artigo que escrevi aqui no blog: “Como usar software para agricultura para melhorar seu custo de produção”.

Conclusão

Agora você sabe sobre a aplicação de gesso na sua lavoura, seus benefícios e como calcular a necessidade de gessagem.

Por isso, realize uma análise de solo e certifique se sua propriedade necessita nesta prática agrícola.

Além disso, neste texto você viu algumas diferenças sobre a gessagem e a calagem. Então, utilize-as quando necessárias.

As práticas agrícolas fazem parte do planejamento da sua lavoura.

E como sempre gosto de enfatizar nos textos, sua lavoura é seu negócio, então, faça o planejamento das atividades para aumentar o seu lucro!

Então, boa gessagem!

Você conhecia os benefícios da gessagem? Qual método de cálculo você utiliza para calcular a necessidade de gessagem? Você utiliza um método diferente? Você utiliza agricultura de precisão nesta operação? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Leia mais sobre:

>> Como estas 5 tecnologias mudam a forma de monitoramento da produção agrícola

>> O que é administração rural e como usar em sua propriedade

>> 3 cursos de Agricultura de Precisão grátis (+ graduação e pós graduação que você pode fazer)

Esteja preparado e não se engane na pré-safra: saiba quais corretivos utilizar

Uma boa correção do solo faz muita diferença. Na cultura do milho, por exemplo, a produtividade pode aumentar em até 50% com correção adequada do solo.

Mas chegou a pré-safra e bate aquela dúvida: fazer a calagem em qual dose? com que formulação?

Será que precisa mesmo de gessagem? E a fosfatagem? Será que é frescura?

Eu realmente acredito que precisamos de mais informações, sobre a propriedade e sobre esses insumos, para chegar nas respostas certas.

E precisamos de mais informações para chegarmos na melhor correção da acidez do solo.

É por isso que hoje eu trouxe conceitos fundamentais para você não se enganar e fazer corretamente a correção do solo.

Eu tenho certeza que você vai aproveitar muito todas essas dicas quando pensar em corrigir o solo de sua fazenda. Confira!

Correção do solo: por que fazer?

Os solos brasileiros em sua maioria apresentam acidez.

A acidez é representada basicamente pela presença dos íons H+ e Al+3 e tem origem pela lixiviação dos nutrientes do solo.

Isso quer dizer que com o passar de milhares de anos, pela ação da natureza (especialmente chuvas), os nutrientes foram escoando do perfil do solo, deixando a terra com íons H+ e Al+3 ,ou seja, com acidez.

Outros motivos da acidez dos solos são a retirada dos nutrientes catiônicos pela cultura (sem a devida reposição), e a utilização de fertilizantes de caráter ácido.

Por isso, a calagem é fundamental para nossos solos ácidos!

A calagem é responsável pela correção do solo, nestes casos.

E a pré-safra é o momento oportuno para os agricultores se dedicarem na aplicação de calcário e gesso agrícola.

Quais são os principais benefícios da calagem?

Claro que eliminar a acidez do solo, mas existem outros benefícios. A calagem fornece cálcio e magnésio (ca e mg) para as plantas.

O cálcio fortalece o sistema radicular das plantas e ainda melhora as propriedades físicas do solo.

O também magnésio é um nutriente fundamental para as plantas, especialmente na fotossíntese.

Em solos ácidos ocorrem limitações ao desenvolvimento da sua lavoura, devido ao aumento do alumínio e manganês em níveis tóxicos, e também pela indisponibilidade de nutrientes para a lavoura.

Você pode ver na figura abaixo que valores de pH menores que 5,5 resultam em baixa disponibilidade dos nutrientes de plantas.

grau-de-disponibilidade

Relação entre a disponibilidade de nutrientes e pH no solo

(Fonte: Malavolta, 1979)

Assim, com medidas medidas simples, como a correção do solo, você pode aumentar a produtividade de sua lavoura, sendo que em soja a média de produtividade pode aumentar pelo menos 20%.

Porém calagem em excesso pode afetar negativamente a disponibilidade de alguns micronutrientes, o que indica que devemos tomar alguns cuidados.

Mas então, você ainda tem dúvidas sobre a calagem? Qual corretivo utilizar? Tem dificuldades na interpretação da análise do solo? Outras correções do solo, fosfatagem, como fazer?

Vamos então para alguns pontos que vão lhe auxiliar nessa etapa tão importante.

Como fazer o cálculo da calagem

Informativo da IPNI traz informações muito interessantes sobre exigências em fertilidade e calagem para soja.  Com o cálculo da calagem pela saturação por bases do solo.

A partir dos resultados da análise química do solo determina-se a quantidade de calcário necessária para se elevar a saturação por bases (V%) a um valor considerado ideal.

Em geral o V deve ser elevado para em torno de 60%, porém, este valor pode variar em função da cultura.

Para o cerrado, pensando em uma lavoura de soja, o valor de V deve ser elevado por volta de 60%.

Para lavouras do Paraná e São Paulo, entre 60% e 70%.

A Necessidade de Calagem (NC) pode ser calculada levando em conta as análises de solo.

Confira como fazer na imagem a seguir:

O que é PRNT?

Esta é a sigla para Poder Relativo de Neutralização Total, do calcário a ser utilizado. O PRNT é uma medida de qualidade dos corretivos.

Quanto maior o PRNT, mais rápida é a reação do calcário no solo.

Contudo as recomendações de calagem são baseadas em PRNT 100%, a dose a ser aplicada deve ser corrigida com base no PRNT do material disponível.

Dose a ser aplicada (t ha-1) = Recomendação (t ha-1) x 100/PRNT

Por exemplo, com base na sua análise de solo, você chegou a uma recomendação de 2 t ha-1, e o calcário a ser utilizado tem um PRNT de 85%.

Dose a ser aplicada (t ha-1) = Recomendação (t ha-1) x 100/PRNT

Dose a ser aplicada (t ha-1) = 2 t ha-1 x 100/85

Dose a ser aplicada (t ha-1) = 2,35 t ha-1

Nesse artigo, ensinamos com mais detalhes como fazer o cálculo de calagem.

cálculo de calagem Aegro

Qual calcário utilizar?

Os calcários que contém até 5% de MgO são denominados calcíticos, os que apresentam entre 5 a 12% são denominados de magnesianos; e superior a 12% são chamados de dolomíticos.

Em solos com deficiência de Mg, como por exemplo os solos do cerrado, recomenda-se utilizar calcário dolomítico ou magnesiano.

Além disso, voltamos no PRNT. Quanto maior o PRNT, menos calcário você precisa aplicar, menor o seu custo.

Qual a melhor a época de aplicação?

Para que o calcário cumpra o papel de corrigir a acidez é preciso que a calagem seja realizada antes da semeadura da sua lavoura de verão.

momento-calagem

(Fonte: Prefeitura de Vitor Meireles)

Em geral, as recomendações são de 2 a 3 meses antes do plantio. O importante é que o solo esteja em boas condições de umidade.

No cerrado a calagem deve ser realizada antes do fim da estação chuvosa, assim haverá tempo do calcário reagir no solo antes do plantio da próxima safra.

Importante lembrar que em áreas de plantio direto a calagem é realizada em superfície, então antes de iniciar esse sistema é fundamental corrigir a acidez em profundidade.

Gessagem

O gesso agrícola é um subproduto da fabricação de fertilizantes fosfatados, constituído por cálcio, enxofre, fósforo e flúor.

Pode ser utilizado como um melhorador do ambiente radicular no perfil do solo, importante lembrar que o gesso não corrige acidez!

Fornece cálcio e enxofre, e reduz a quantidade de alumínio tóxico das camadas mais profundas do solo.

Mas quando você deve realizar a gessagem?

O gesso deve ser aplicado quando análise de solo indicar, na camada de 20-40 cm, saturação por alumínio maior que 20%.

Também deve ser aplicado quando o teor de cálcio for menor que 0,5 cmolcdm-3.

A aplicação ainda possui efeito residual, cerca de 5 anos!

>> O que você precisa saber sobre as diferenças entre calagem e gessagem

A gessagem vai proporcionar um maior desenvolvimento radicular das plantas de soja ou milho, e assim uma maior absorção de água e nutrientes.

Outro ponto importante aplicação de gesso pode ser realizada de maneira simultânea com a calagem. Não ocorrem interferências negativas na correção da acidez.

gessagem

(Fonte: 3rlab)

Fosfatagem

O fósforo é importante para aumentar a produtividade da soja. Para aumentar a eficiência da adubação fosfatada deve-se fazer calagem anterior.

O método de recomendação do P é através da análise do solo.

Veja as imagens abaixo para saber a dose indicada de adubação fosfatada de acordo com a análise de solo:

>> Como fazer amostragem de solo com estes 3 métodos diferentes

tabelas-interpretação-e-correção-do-solo-fosfatagem

(Fonte: Embrapa)

Duas alternativas são apresentadas para a indicação de adubação fosfatada corretiva:

a) correção total: quando a é colocada a dose total de fósforo de uma só vez no solo, visando elevar os níveis de fósforo até o teor crítico.

O teor crítico é um valor obtido pela pesquisa para obtenção de um rendimento, na média, de 90% (85 a 95%) do rendimento máximo econômico da cultura.

É um investimento alto, mas que traz um retorno em termos de produtividade e que perdura por 3 a 5 anos, dependendo do manejo.

b) correção gradual: é aplicação de P em dois cultivos quando os teores do nutriente estão compreendidos nas faixas muito baixo e baixo, a dose recomendada deve ser aplicada 2/3 no primeiro cultivo, e 1/3 no segundo cultivo.

No entanto, quando o teor de P está na faixa médio ou maior, a fosfatagem deve ser feita de uma só vez (correção total).

Isso porque a dose recomendada nesses casos é pequena, não compensando a aplicação em dois momentos diferentes.

Conclusão

Calagem, gessagem e fosfatagem são medidas muito importantes na condução da sua lavoura, sendo o primeiro passo para uma lavoura de sucesso.

Seja na correção da acidez ou no fornecimento de nutrientes.

Agora você já sabe tudo o que precisa considerar na Calagem, gessagem e fosfatagem.

Aproveite as dicas e boa correção do solo!

>> Leia mais:

“Como analisar o DNA do solo pode te ajudar a prevenir problemas e fazer um manejo mais efetivo da lavoura

Gostou do texto? Você tem outras dúvidas sobre a aplicação de corretivos? Deixe seu comentário, ele é muito importante para nós!

5 dicas no planejamento agrícola para otimizar o uso de fertilizantes

O que você acha de produzir mais com menor custo?

Já vimos em artigo anterior como diminuir os custos através de um planejamento agrícola bem feito.

Que tal agora aplicar o planejamento para otimizar o uso de fertilizantes na sua lavoura?

O uso de fertilizantes na quantidade adequada garante um bom rendimento e pode aumentar em até 50% a produtividade.

Já sabemos que o uso de fertilizantes, sejam eles orgânicos ou minerais, auxilia de maneira imprescindível para garantirmos as altas produtividades.

Quando falta nutrientes, a produtividade da cultura fica limitada ao nutriente presente em menor quantidade no solo. Isso vai ter como consequência a redução da produtividade.

Vamos então para algumas dicas que vão lhe ajudar na hora de otimizar o uso do fertilizante na lavoura.

Dica 1: faça uma boa análise de solo e tenha investimentos certeiros

É o primeiro passo de tudo. A análise de solo deve ser feita com certa regularidade, de preferência todo ano. Assim, você saberá exatamente a quantidade de nutrientes que sua próxima cultura vai precisar.

Como vemos no campo, há várias ferramentas que podem ser utilizadas para realizar o procedimento de coleta de forma manual.

trados do solo

(Fonte: Andre Pereira Lima em Nutrical)

O tempo consumido e o trabalho envolvido são barreiras para execução dessa atividade. Mas isso está com os dias contados: novas ferramentas e equipamentos vêm ganhando força e auxiliando os produtores, como análise de solo automatizada e georreferenciada.

amostra-de-solo-automatizada

(Fonte: Saci Soluções)

Com a amostragem georreferenciada é possível fazer um planejamento agrícola mais direcionado, dando a atenção necessária e diferenciada em cada área.

Assim, dá para separar as diferentes necessidades de adubação e correção do solo por meio de mapas.

Com o mapa da sua área você poderá fazer aplicação de fertilizantes em taxa variável, ou seja, você só vai aplicar o adubo, calcário ou gesso onde realmente está faltando e na quantidade ideal.

A taxa variável é uma das utilizações da agricultura de precisão e pode ser uma excelente ferramenta para a administração rural.

inceres

(Fonte: Inceres)

Aplicativos como o Aegro também permitem que você cadastre suas unidades produtivas e as georreferencie no mapa.

aegro

Isso permite conhecer as necessidades e custos por talhão, inclusive quanto aos fertilizantes e corretivos.

O histórico da fazenda de adubação e correção também são essenciais para saber o que está acontecendo com sua propriedade e qual a melhor estratégia de produção agrícola. Mantenha seus registros e esteja definitivamente no comando.

>> Neste artigo você aprende como escolher um software de AP: Software para Agricultura de Precisão: O guia definitivo para escolher um

Dica 2: saiba quais produtos estão disponíveis no mercado e tenha em mente todas as opções

Ao final da safra, avalie os resultados e identifique quais foram os fertilizantes que obtiveram melhor desempenho.

Sabendo isso você poderá selecionar de maneira mais rigorosa os produtos que irá comprar nos próximos cultivos.

No mercado há muitas opções, por exemplo: na hora de comprar o calcário qual você vai escolher?

Você pode optar pelo calcítico, no qual o teor de magnésio é inferior a 5%, ou magnesiano, no qual o magnésio está presente entre 5 e 12%, ou ainda optar pelo dolomítico, que possui um teor acima de 12% para o magnésio.

E o calcário é só um exemplo. Lembre-se de todos os outros insumos que você escolhe todos os anos para integrar seu manejo da lavoura, as opções são inúmeras.

Por isso, o acompanhamento da sua lavoura é vital para que você verifique se os produtos que escolheu estão adequados para os objetivos que se deseja: produtividade e rentabilidade.

Sabendo quais produtos pretende-se comprar, avalie os preços, a qualidade e os serviços oferecidos pelo vendedor que podem te auxiliar na sua próxima safra.

Mas você não vai conseguir fazer isso se comprar de última hora, na correria do plantio. Por isso é tão importante o planejamento estratégico da produção agrícola antes da safra começar.

Pense sobre isso!

E lembre-se: o fertilizante deve ser visto como um investimento procurando sempre a melhor relação custo-benefício.

Dica 3: parcelamento dos nutrientes (em especial para nitrogênio e potássio)

Os nutrientes são extraídos do solo em diferentes quantidades dependendo da cultura.

O parcelamento deve ser baseado no tipo de solo, já que os mais arenosos vão precisar de parcelamento para que não perca todo o nitrogênio.

Quando falo especialmente para nitrogênio e potássio é porque esses nutrientes são mais facilmente lixiviados no solo. Caso isso aconteça, eles não conseguem ser absorvidos pelas plantas.

A maior quantidade de nitrogênio na cultura do milho é absorvida até o florescimento.

>> Cuidados que você deve ter para evitar deficiência de potássio na soja

Essa informação nos permite compreender que a maior parte do nitrogênio utilizado pela planta precisa ser absorvido do solo, sendo que apenas 38% é remobilizado para os grãos.

marcha-de-absorção-de-N

(Fonte: Agronegócio em foco)

Portanto, fica claro que a época em que o fertilizante é aplicado reflete de forma significativa nos custos e na produtividade da cultura.

No caso do milho, por exemplo, percebemos que a grande maior parte da adubação de nitrogênio deve ocorrer até o florescimento.

Para a cultura da soja, a Embrapa tem essa publicação na qual mostra os nutrientes absorvidos em cada fase da lavoura dessa leguminosa.

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(Fonte: Embrapa)

Dica 4: saiba identificar a deficiência de nutrientes caso ela ocorra

Identificar os sintomas de deficiência caso ocorram vai lhe ajudar a prevenir que aconteça nas próximas safras.

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(Fonte: Eng. Agrônoma Angela Rossi e Arte UOL em Eu Quero Biologia)

Se você está vendo sintomas é porque algo não aconteceu como o planejado, podendo ser dose errada de produto, ausência de aplicação ou ainda época errada de aplicação.

Nestes links para a cultura do milho e da soja, você vai poder aprender mais sobre a deficiência de nutrientes.

Dica 5: uso de tecnologias e softwares para gestão agrícola

O uso de softwares para a aplicação de fertilizantes e corretivos está cada vez mais difundida e é uma tendência que veio para ficar e auxiliar os produtores a otimizarem as aplicações.

Como já vimos, podemos utilizar essas ferramentas em vários momentos, como na realização da amostragem de solo e em aplicação de fertilizantes em taxas variáveis.

Outros, podem te auxiliar no planejamento agrícola e acompanhamento da safra, permitindo que tudo esteja ao seu alcance e totalmente controlado.

O Aegro tem uma ferramenta que te mostra os insumos que foram planejados. Você ainda pode ver na tela de estoque todas as entradas de insumos e saídas, controlando de maneira prática todo o seu estoque.

Controle de custos de safra no Aegro

Para te ajudar no planejamento também disponibilizamos gratuitamente abaixo uma planilha de fertilizantes!

Conclusão

Deu para perceber que o planejamento agrícola envolve tudo, inclusive o uso correto de fertilizantes e corretivos.

Aqui você aprendeu sobre importância da adubação, análise de solo, parcelamento de fertilizantes, identificação de deficiências nutricionais e como alguns softwares ou aplicativos podem te ajudar nessas atividades.

Aproveite as dicas para otimizar de uma vez por todas a aplicação de fertilizantes na sua lavoura. Isso pode ser o diferencial que você está procurando!

>> Leia mais:

“Fertilização em excesso? Entenda os riscos da overfert e saiba como evitar que ela ocorra”

“Calendário agrícola: saiba como organizar as atividades da lavoura de forma estratégica”

O que achou das dicas? Tem mais alguma coisa que você no planejamento agrícola e uso de fertilizantes? Ficou  alguma dúvida? Conta para a gente! Adoraria ver seu comentário abaixo!